Sagres - o Promontorium Sacrum: uma petrificada paisagem sagrada (SOARES, R., 2014)
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 - … · uma paisagem, analisar uma carta temática que...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Secretaria de Estado da Educação do Paraná
Programa de Desenvolvimento Educacional
Material Didático Pedagógico
O uso das novas tecnologias no ensino de geografia
Uso do Geoprocessamento no Ensino de Geografia Educação Básica
Prof° PDE – Jamal Abd Mahmud Saleh Awadallak
Orientador – Juliano Andres
Cascavel 12/2008
“A analise da historia da civilização
humana, nos demonstra que o homem desde
as eras mais remotas, já se preocupava em
representar o espaço vivido, sendo assim
podemos dizer que a cartografia é algo
inerente da natureza humana.”
INTRODUÇÃO
Este material tem a finalidade de apresentar possibilidades de uso do
Geoprocessamento no processo de ensino e aprendizagem de geografia na
educação básica, tal como a produção de material didático (mapas temáticos)
Pretende-se, ainda, fazer uma reflexão sobre o uso das novas
tecnologias no ensino de geografia, buscando um olhar diferente para a
cartografia, assim deixando de trabalhar os mapas como meras figuras
ilustrativas de localização e descrição dos fenômenos espaciais (positivista),
passando para uma cartografia mais ativa (crítica).
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
Sabendo que um dos principais objetivos para esta fase escolar,
educação básica (ensino médio), é que nossos alunos sejam capazes de
processar informação e conhecimentos, transportar para sua realidade
próxima, analisando, sintetizando e correlacionando estes conhecimentos e,
ainda, possa estar se utilizando de diversas formas de comunicações tais
como: oral, escrita, visual etc. para se expressar de forma crítica e consciente.
E conforme as Diretrizes Curriculares de Geografia do estado do Paraná
(DCE) trazem que “o professor organiza o processo de ensino de modo que os
alunos ampliem suas capacidades de análise do espaço geográfico e formem
os conceitos dessa disciplina de maneira cada vez mais rica e complexa.”
(p.43).
Assim, a diversificação de recursos didáticos contribui para uma
aprendizagem motivadora e significativa. E com as recentes inovações
tecnológicas chegando às escolas, é preciso incorporar a vivência das novas
tecnologias e linguagens diferenciadas à sala de aula para que os alunos
tenham acesso cotidianamente.
Segundo as DCE a linguagem cartográfica resulta de uma construção
teórico-prática que vem desde as séries iniciais e segue até o final da
Educação Básica (p. 51). E também trazem, em uma citação do professor
Simielli, “que os mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos estudantes como
textos passíveis de interpretação, problematização e análise crítica. Também,
que esses jamais sejam meros instrumentos de localização dos eventos e
acidentes geográficos, pois, ao final do Ensino Médio, espera-se que os alunos
sejam capazes, por exemplo, de “correlacionar duas cartas simples, ler uma
carta regional simples, [...] saber levantar hipóteses reais sobre a origem de
uma paisagem, analisar uma carta temática que apresenta vários fenômenos”.
“Nesse sentido, a cartografia tem um papel fundamental no ensino de
Geografia, ou seja, um indivíduo, quando “cartograficamente” informado, é
capaz de interpretar mapas e outras representações geográficas. É capaz de
buscar contato com novos instrumentos e tecnologias para adquirir, processar
e expor informações sob uma perspectiva espacial, habilidade inerente aos
dias atuais.” (Vieira apud Pazini, 2005, p. 1330).
Partindo destes pressupostos em que necessidade de implantação das
novas tecnologias (computador) em sala de aula e que a cartografia é uma
linguagem que deve estar presente no ensino de geografia, este material busca
à disseminação da cultura do Geoprocessamento no ensino básico como um
dos recursos didáticos para análise de conteúdos de geografia.
O termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que
utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as áreas de
Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações,
Energia e Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais
para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG/GIS), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas
fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados. Tornam ainda possível
automatizar a produção de documentos cartográficos (Câmara, p. 1).
O Sistema de Informação Geográfica (SIG ou GIS - Geographic
Information System, do acróstico inglês), pode ser definido como um sistema
informatizado para captura, armazenamento, verificação, integração,
manipulação, análise e visualização de dados relacionados a posições na
superfície terrestre (Rocha,apud Pazini, 2005, p.1331).
O SIG propriamente dito pode ser tomado como a combinação de
hardware, software, dados, metodologias e recursos humanos que operam de
forma coerente para produzir e analisar informações geográficas (Melo, 2006).
Dentre os principais softwares desenvolvimentos nas áreas de SIG, cita-
se:
• ArcGIS
• (Arcview,ArcInf),
• Spring,
• Quantum Gis,
• TerraView,
• SAGA GIS
• gvSIG,
• MapInfo,
• Geomedia,
• Autodesk Map,
• Idrisi,
• MapPoint,
• GRASS,
• EcosGRASS,
• EcoSIG,
• JUMP.
• MegaGIS.
OBS – muitos destes softwares encontram-se disponíveis na internet
sem custo, por exemplo, o Quantum Gis (software que é objeto desse estudo).
Além destes SIG, podemos estar incluindo ainda o Google Earth, que
também é uma forma de SIG, ou melhor, dizer o resultado final de um SIG,
também podemos estar acessando os mapas interativos como os do IBGE
(http://mapas.ibge.gov.br/), ou do MMA – Ministério do Meio Ambiente
(http://mapas.mma.gov.br/i3geo/aplicmap/geral.htm?
e42440c0c7a4931d0a44f94da16d9643).
Assim a questão que temos de refletir é “ensinar o que é SIG ou ensinar
com SIG?”
Alguns geógrafos vêem o SIG não como um fim em si mesmo, mas um
meio para se atingir um fim, uma ferramenta de trabalho importante na
Pesquisa Geográfica, um instrumento que facilita o trabalho, diminui o tempo
de trabalho e melhora a qualidade do produto final (Melo, 2006).
Propostas de atividades
Refletindo sobre a cartografia...
A partir de um trabalho de pesquisa (cartografia), assista ao vídeo “das
pedras ao digital” material multimídia parte integrante deste material, e discuta
com seus alunos.
Qual é a função dos mapas?
Os mapas através dos tempos mudaram sua função?
O mapa como ferramenta de dominação.
Qual a importância dos mapas na expansão marítima (os mapas serviam
a quem? E hoje?)
Para os satélites não existe fronteiras... esta tecnologia está a serviço de
quem?
As imagens de satélites na análise ambiental...
Por que o Brasil quase não investe em mapeamento?
Em um determinado conteúdo que você esteja trabalhando surge a possibilidade de correlacionar dois ou mais mapas.
(esta atividade necessita a instalação do programa Quantum Gis, versão
atualizada no site www. qgis .org ou versão com tutorial no cd).
Digitalize os mapas caso esteja na versão impressa.
Georreferencie os mapas (um bom momento para relembrar
coordenadas geográficas).
Depois de digitalizados e georreferenciados, é só carregar os mapas no
programa, acessar propriedades e na ferramenta transparência você pode
estar sobrepondo os mapas (ver tutorial).
Agora é só analisar com seus alunos os mapas e levantar hipóteses.
Dica – se você professor não possuir um programa de SIG, a internet
dispõem de diversos SIGs, já prontos que permitem esta análise no laboratório
de informática de sua escola, um exemplo é
http://webgeo.pr.gov.br/mapserver/itcg/geo.html# (um mapa interativo do
Paraná) no qual você pode estar acessando diversas informações de sua
cidade ou estado e discutindo com seus alunos – digamos o mapa de uso de
solo de 1989/90 e 2001/02.
Suponhamos que o tema da aula seja ocupação do território paranaense
(esta atividade necessita a instalação do programa Quantum Gis, mapas
do estado do Paraná disponível no cd).
Após abordar o tema através de pesquisa bibliográfica, aula expositiva
ou qualquer outro meio, você pode estar sugerindo a seguinte atividade.
1 - divida os alunos em grupos... pode ser por micro ou mesorregiões do
Paraná.
2 - elabore uma busca de dados da população paranaense – Internet.
3 - no laboratório de informática cada grupo vai montar um banco de
dados no Excel ou similar (obs. Abrir planilha do mapa Paraná que está
disponível no cd).
4 - produzir o mapa temático da população paranaense.
5- analise o mapa produzido juntamente com os alunos.
Obs. para uma análise mais completa, pode se pesquisar e produzir os
mapas com dados dos últimos três censos... Assim pode discutir a evolução
demográfica do estado.
6 – em uma nova pesquisa – buscar outras informações tais como
cidades industriais, universitárias, pontos turísticos, IDH etc.
7 – inserir estas informações no mapa e novamente fazer uma análise
com os alunos (ver tutorial).
8 – após a análise peça para que os alunos transcrevam suas opiniões
em forma de relatório.
Tema da aula divisão territorial do Brasil
Congresso Nacional propõe nova divisão territorial do Brasil
(http://www.mundogeo.com.br/noticias-diarias.php?id_noticia=7342) acesso
20/08/2008
05/02/2007
Caso o Congresso aprove os 18 projetos que tramitam na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, o país passará a ter 39 estados e três
territórios federais. A estrutura atual é de 26 estados e o Distrito Federal.
Um dos estados previstos, o Maranhão do Sul, teria uma população estimada
de 1,3 milhão de habitantes. Já o estado de Minas do Norte seria criado tirando
um pedaço de Minas Gerais para agrupar 181 municípios do norte e dos vales
do Jequitinhonha e Mucuri. A população estimada da área é de 2 milhões de
pessoas.
Pelos projetos que tramitam no Congresso Nacional, seriam criados na região
Norte os estados do Tapajós (PA), Carajás (PA) e Solimões (AM), além dos
territórios federais do Marajó (PA), Alto Rio Negro (AM) e Oiapoque (AP). A
região Nordeste ganharia os estados do Maranhão do Sul, Rio São Francisco e
Gurguéia. O Sudeste teria três novas unidades: São Paulo do Leste, Minas do
Norte e Triângulo. Além disso, seria recriado o Estado da Guanabara. No
Centro-Oeste, seriam três novas unidades da Federação: Araguaia, Mato
Grosso do Norte e Planalto Central. Apenas a região Sul permaneceria com
seus três estados atuais: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Confira como ficaria o mapa do Brasil com 39 estados:
Aumento nos gastos públicos
Considerando que a sub-divisão implica na construção de novos prédios
públicos, assembléias legislativas, tribunais de justiça, contratação de
funcionários públicos e aumento do número de cadeiras no Congresso, os
gastos do governo teriam um aumento substancial.
Para se ter uma idéia do volume de recursos, segundo dados da Secretaria do
Tesouro Nacional, a União gastou R$ 1,1 bilhão somente com a redivisão
territorial que deu origem ao estado do Tocantins, desmembrado de Goiás, em
1988.
Assista um vídeo da TV Câmara sobre a proposta de divisão territorial no
Brasil. (http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/default.asp?
selecao=PESQUISA&codVeiculo=1&assunto=Contains(m.*%2C
%27%22geografia%22%27)) 31/01/2007
A partir da discussão do texto e vídeo, pedir que os alunos divididos em
grupos repensem uma nova divisão regional para o Brasil.
1- No qgis os alunos vão fazer uma releitura do mapa do Brasil
reelaborando uma nova proposta de divisão.
2- expor em sala de aula, seu mapas, suas propostas e justificativas
SITES Interessantes
http://www.itcg.pr.gov.br/ O Instituto de Terras, Cartografia e
Geociências, vinculado a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos – SEMA, seguindo sua política de distribuição e acesso gratuito às
informações cartográficas, disponibiliza mapas e dados espaciais do estado do
Paraná inclusive e a coletânea de mapas históricos do Paraná e mapas para
downloads no formato (Shp) além de possuir um mapa interativo do estado
Paraná
http://www.qgis.org/ Neste site você encontra o link para downloads de
diversas versões do Quantum GIS (QGIS), que é um Sistema de Informação
Geográfica (GIS) o qual funciona em Linux, Unix, Mac OSX e Windows. O
QGIS suporta vector, raster e formatos de dados, e está licenciado sob a GNU
General Public License, que permite que você navegue e criar mapa dados em
seu computador, é um software Open Source e livre de custos.
www. inpe .br/ O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE traz
em seu site uma visão geral das atividades espaciais do governo brasileiro -
Engenharia e dados de satélites, Amazônia, queimadas, tempo e clima, Mata
Atlântica com um mapa interativo os remanescentes de 2005, com relatório
técnico, estudos Ambientais complementares e download dos mapas em
formato SHAPE (shp), além de dois vídeos educacionais um com o tema
satélite e outro aquecimento global e ainda um catalogo de imagens de
satélites
www.ibge.gov.br O site do instituto Nacional de Geografia e Estatística
disponibilizam estatísticas e publicações do nosso pais, além de um link para- Países@,
Estados@ e Cidades@, que permite conhecer e comparar dados, através de seus
principais indicadores demográficos, sociais, econômicos, além de uma área exclusiva
da geociências onde você pode encontrar principalmente o mapa interativo – onde é
uma das principais fontes de downloads de mapas formato shp.
Sugestão de leitura
Introdução à Ciência da Geoinformação – Livro digital, editado e
organizado por: Gilberto Câmara , Clodoveu Davis e Antônio Miguel Vieira
Monteiro. Este livro tem por objetivo oferecer um panorama geral da Ciência da
Geoinformação e esta disponível em http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/
Uso escolar de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente –
Material de apoio do curso ofertado pelo INPE ao professores do Ensino
Fundamental e Médio, este material esta em forma de apostila e pode ser
encontrada na versão digital em http://www.dsr.inpe.br/vcsr/html/mat.htm ,
abrange diversos temas tais como: Fundamentos de Sensoriamento Remoto;
Ensinando Cartografia; Uso Escolar do SR como Recurso Didático e
Pedagógico no Estudo do Meio Ambiente;entre outros
Bibliografia
Câmara, G.; Davis, C. Fundamentos de Geoprocessamento. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/>. Acesso em 09 de abr de 2008
MELO, A. Á. O uso de SIG na pesquisa geografica voltada para o ensino e a aprendizagem, Caminhos da geografia V. 7, N. 17 2006, revista on line p.98 Disponível em: <http://www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/viewarticle.php?id=34> acesso em 10 de nov 2008
PARANÁ, Diretrizes curriculares de geografia para educação básica. Curitiba, 2007 Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/semana/t_geografia.pdf > acesso em 10 de nov 2008
Pazini, D. L. G; Montanha, E P. Geoprocessamento no ensino fundamental: utilizando SIG no ensino de geografia para alunos de 5.a a 8.a série. In: XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2005, Goiânia, anais, p. 1330.
______ Geoprocessamento no ensino fundamental: utilizando SIG no ensino de geografia para alunos de 5.a a 8.a série. In: XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2005, Goiânia, anais, p. 1331.
RICOBOM A. E. Introdução a historiada cartografia e das concepções da forma da Terra. Apostila para o Curso de Geografia, do Departamento de Geografia, do Setor de Ciências da Terra, da Universidade Federal do Paraná, Curitiba 2008
VIEIRA, A S. A historia do pensamento geográfico e o geoprocessamento. Disponível em <http://www.ig.ufu.br/coloquio/textos/VIEIRA,%20Andr%E9a%20dos%20Santos.pdf> acesso 10 de out 2005
VIEIRA, E. F. C. Produção de material didático utilizando ferramentas de geoprocessamento. Monografia Especialização - Universidade Federal de Minas Gerais 2001
A cartografia e a sua evolução, PUC, Disponível em: <www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-bin/PRG_0599.EXE/10814_3.PDF?NrOcoSis=35058&CdLinPrg=pt> acesso 10 de out 2008
ANEXOS
Tutorial Qgis e Cd
Tutorial