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    BRASLIA - 1995

    O CUSTO DASDECISES

    ARQUITETNICASNO PROJETO DE

    HOSPITAIS

    JUAN LUIZ MASCAR

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    1995 - Ministrio da Sade

    permitida a reproduo total ou parcial desta obra desde que citada a

    fonte.

    Tiragem: 2.000 exemplares

    Ministrio da SadeSecretaria de Assistncia SadeDepartamento de Normas TcnicasCoordenao Geral de NormasCoordenao de Rede Fsica, Equipamentos e Materiais Mdico-HospitalaresServio de Red Fsica

    Esplanada dos Ministrios, Bloco G, 7 AndarTelefone: (061) 315-2831 e 315-2290Fax: (061) 225-0054CEP: 70 0 78 - 90 0

    Impresso com recursos do Acordo de Cooperao Tcnica Brasil/PNUD-Projeto BRA/90-032 - Desenvolvimento Institucional do Ministrio daSade - Projeto Nordeste - Acordo de Emprstimo BIRD N 3.135 - BR -

    Julho - 1994

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    ISBN: 85-334-0037-3

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Assis-tncia Sade

    Srie Sade & Tecnologia - Textos de Apoio Programao Fsica dos EstabelecimentosAssistenciais de Sade - O Custo das DecisesArquitetnicas no Projeto de Hospitais - Braslia - 1995

    87 p.

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    Equipe de Elaborao

    Autor

    Juan Luis Mascar

    Engenheiro Civil, Doutor em Pesquisa Operacional pelaUniversidade Catlica de Buenos Aires/Argentina, Livre-docente em tecnologia da Arquitetura pela Faculdade de

    Arquitetura da Universidade de So Paulo USP, profes-sor de graduao e ps-graduao da Faculdade de Ar-quitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, professor vistante no curso de ps-graduaoem Engenharia Civil da Escola Politcnica de So Paulo.

    Projeto e CoordenaoFlvio de Castro BicalhoMaurcio Freire Santiago MaltaRegina Maria Gonalves Barcellos

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    APRESENTAO

    O Ministrio da Sade, atravs da Coordenao-Geral deNormas da Secretaria de Assistncia Sade, divulga esta sriede publicaes, consistindo numa colenea de textos que apre-sentam ampla anlise de critrios para projetos fsicos de estabe-lecimentos assistenciais de sade. Estes critrios so muitas ve-zes conflitantes entre si e cabe ao arquiteto/planejador optar pelocritrio de maior valia nas diversas decises de projeto, pois um

    critrio vlido em uma situao pode no ser em outra.Espera-se atravs desta iniciativa, suprir uma grande lacunana bibliografia especializada disponvel para projetos arquite-tnicos em funes complexas, especficas para a rea de sade.Este trabalho representa portanto, um marco, trazendo infor-maes complementares, que iro interferir na qualidade final daassistncia prestada.

    O material aqui apresentado o resultado de experincias

    pessoais e estudos de casos feitos pelo autor, com intuito de di-vulgar esses conhecimentos, objetivando auxiliar os profissionaisenvolvidos nos projetos fsicos de estabelecimentos assistenciaisde sade.

    Esses textos foram desenvolvidos como bibliografia suple-mentar para o Manual de Orientao para o Planejamento, Pro-gramao e Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais deSade, publicado pelo Ministrio da Sade, que pretende siste-

    matizar conhecimentos que orientem equipes multidisciplinaresresponsveis pelo planejamento fsico de sistemas de sade, nosnveis municipal e estadual, quanto a definio de planos e pro-gramas.

    Pretende-se com esta srie de publicaes, abrir o debate eo aprimoramento de temas muito pouco estudados na rea da sa-de, mas de vital importncia na assistncia prestada aos pacien-

    tes. Este debate poder ser enriquecido no futuro com novas pu-

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    blicaes, sobre os mesmos temas, de outros autores que tenhampensamentos diferentes dos agora publicados.

    Lizete Castanho RibeiroCoordenadora-Geral do Grupo de

    Trabalho da Srie Sade & Tecnologia

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    SUMRIO

    I - Introduo, 9

    II - Aspectos gerais sobre a economia dosedifcios hospitalares, 13

    III - Estrutura bsica a partir do ponto de vistaeconmico de um edifcio hospitalar, 19

    III.1 Aspectos gerais, 21III.2 Custos de construo e de manuteno, 23III.3 Diviso dos edifcios em planos horizontais,

    verticais e instalaes, 25III.4 Influncia nos custos da tipologia e a

    quantidade de acabamentos nos planosverticais, 27

    IV - Influncia do tamanho e forma doscompartimentos no custo de construo, 29

    IV.1 Aspectos gerais, 31IV.2 Influncia do tamanho dos compartimentos

    no seu custo, 33IV.3 Influncia da forma dos compartimentos no

    seu custo, 36IV.3.1 Influncia do clima no custo das

    envolventes, 37IV.3.2 Influncia da forma das plantas no custo, 38IV.4 O ndice de compacidade, 40IV.4.1 Consideraes sobre a aplicao correta do

    ndice de compacidade, 43IV.4.2 O ndice de compacidade e a forma dos

    compartimentos, 44

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    V Influncia da variao da altura no custo deconstruo, 49

    V.1 Aspectos gerais, 51V.2 Influncia da variao da altura do p-

    direito no custo, 52V.3 Influncia da variao da quantidade de

    andares no custo, 54

    V I Variao do custo do edifcio com o sistema

    de circulao, 59VI.1 Aspectos gerais, 61VI.2 O sistema de circulao em hospitais

    verticais, 62VI.3 O sistema de circulao em hospitais

    horizontais, 67

    V I I Bibliografia, 71

    VIIIAnexos, 75

    Dados de superfcies e custos de instlalaesde alguns hospitais

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    INTRODUO

    I

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    Neste captulo so apresentadas orientaes tcnicas re-ferentes s concepes de configuraes arquitetnicasnos estabelecimentos assistenciais de sade, que visam o bomdesempenho dos custos de investimentos. So orientaes denatureza geral e abrangente, como tais, constituem etapa de estu-do preliminar na elaborao do projeto arquitetnico.

    A referncia bibliogrfica o livro de Juan Luis Mascar, OCusto das decises Arquitetnicas, ed. Nobel, So Paulo, 1985,que estuda o caso das edificaes habitacionais multifamiliares,como prdios de apartamentos construdos com materiais e pro-

    cessos tradicionais.O mesmo autor desenvolveu pesquisa em trs hospitais daFundao Hospitalar do Distrito Federal FHDF (1) e seus re-sultados confirmaram a hiptese de que as concluses apresenta-das no livro podem ser estendidas para o caso dos hospitais, apesarde certa diferenciao dos elementos de composio de custos (2).O que se buscou no desenvolvimento do tema foi incorporar asespecificidades dos hospitais.

    (1) So os hospitais gerais de porte mdio: Hospital Regional de Ceilndia (160 leitos), HospitalRegional de Sobradinho (226 leitos) e Hospital Regional de Samambaia (236).(2) Basicamente, o item instalaes que, dependendo do porte e complexidade do hospital, pode

    alcanar participao nos custos bastante diferenciada.

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    I.1 - JUSTIFICATIVA

    Tradicionalmente, a viso de economia de custo de constru-o das edificaes recai nos aspectos de quantidade da reaconstruda e qualidade da especificao dos materiais, especial-mente aqueles referentes aos itens instalaes e acabamento.

    Diferentemente, este estudo se atm aos aspectos de confi-gurao das solues arquitetnicas e sua influncia nos custos deconstruo e, como tal, complementa o enfoque tradicional.

    Em se tratando de hospitais, estudo desta natureza reveste-

    se de maior importncia, por trs razes principais:

    1 - o porte e a complexidade que essas construes podemassumir;

    2 - o volume dos investimentos demandados, pela qualida-de da construo, instalaes especiais e cuidados comassepsia; e

    3 - os custos de manuteno envolvidos.

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    I I

    ASPECTOS GERAISSOBRE A ECONOMIA

    DOS EDIFCIOS

    HOSPITALARES

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    Os edifcios hospitalares constituem um dos tipos maiscomplexos de edifcios, reunindo em geral nove seto-res funcionais:

    Administrao; Ambulatrio; Diagnstico; Tratamento; Pronto atendimento; Internao;

    Servios de apoio; Servios gerais; Circulaes intersetoriais.

    Cada setor tem uma configurao arquitetnica totalmentediferente, com tambm, uma estrutura de custos totalmente dis-tinta. Assim, os princpios de economia no projeto arquitetnicode cada um dos setores ser diferente.

    O setor de Administrao ter fluxos de pessoas muito in-tensos, por isso dever ser o mais compacto possvel, desde quesua funo seja cumprida, pois desta forma as circulaes seromais curtas. Este setor dever ser preferencialmente trreo, oupelo menos perto do trreo, dispensando sempre que possvel, ouso de circulaes verticais, sempre caras.

    No outro extremo localiza-se o setor de internao. Nele acirculao de pessoas das menores do edifcio hospitalar. Por

    isso, em caso de necessidade e por razes que analizaremos a se-guir, se o partido arquitetnico for vertical, devero ser reserva-dos este bloco os ltimos pavimentos.

    Finalmente, o bloco de tratamento um setor onde a ilumi-nao e a ventilao natural normalmente sero prejudiciais, jque so fontes de contaminao ou, pelo menos, de complicaodas extremas condies de assepsia que neste setor se fazem ne-

    cessrias.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais16

    Como o custo do edifcio diminui na medida que seu ndicede compacidade aumenta, uma medida de economia ser locali-zar este setor no centro do edifcio, aumentando, assim, seu ndi-ce de compacidade.

    Do ponto de vista tipolgico, os edifcios hospitalares po-dem ser classificados em dois tipos bsicos:

    Hospitais verticais: compostos de uma torre ou uma l-mina com vrios andares, completada, s vezes, com umabase maior de uns poucos andares;

    Hospitais horizontais: partido que pode ser desenvolvidoem forma de um bloco nico de um edifcio, tipo ptio,ou subdividido em pavilhes.

    A princpio, nenhum dos dois tipos levados a seus extremosser um edifcio hospitalar econmico, pelo que essas tipologiaspuras devero ser evitadas sempre que possvel.

    Neste captulo, analisamos as implicaes econmicas quecada deciso projetual ter, entretanto alguns aspectos podem serapresentados j.

    Se as condicionantes obrigam ao projeto de um hospitalvertical, ser mais econmica a combinao de uma basecom poucos andares, onde podero ser localizados os se-tores de administrao, diagnstico, ambulatrio, trata-

    mento, e uma lmina ou torre onde poder ser localizadoo setor de internao;

    Se o tamanho permite um bloco inteiro nico, ser a so-luo provavelmente mais econmica, desde que a alturano se aparte dos nveis de economicidade;

    Se, pelo tamanho, o bloco nico no mais aconselhvel

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    ou possvel, haver duas solues bsicas factveis: o hos-pital desenvolvido em pavilhes, formando por mais deuma construo independente, paralela ou no, ou o hos-pital-ptio, onde o edifcio envolve pelo menos um gran-de ptio interior. Na maioria dos casos ser mais fcil ob-ter um melhor aproveitamento econmico no segundocaso do que o primeiro. O edifcio-ptio, normalmente,atinge maior ndice de compacidade (o que tende a faz-lo mais econmico) que um conjunto de pavilhes.

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    ESTRUTURA BSICAA PARTIR DO PONTO

    DE VISTA ECONMICODE UM EDIFCIO

    HOSPITALAR

    III

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    III.1 - Aspectos Gerais

    Do ponto de vista do custo, uma edificao hospitalar podeser dividida em duas partes bsicas:

    a) os espaos construdos, e

    b) os equipamentos necessrios para que o edifcio possacumprir sua funo.

    Analisadas economicamente cada uma dessas partes, vemosque suas variaes se comportam de forma diferente, apesar deque, construtivamente, estejam fortemente ligadas entre si. As-sim, por exemplo, o custo da circulao vertical de um edifciovaria fundamentalmente se o projeto prev (ou no) o uso de ele-vadores; o custo das instalaes sanitrias funo direta do n-mero de banheiros com que conta o edifcio, etc. Isto to carac-terstico e claro que em muitos casos a ausncia (ou presena) de

    alguns destes equipamentos usada para indicar a categoria e onvel scio-econmico do edifcio, e a partir desse parmentro,estimar seu custo global por metro quadrado construdo. Pelo con-trrio, o custo dos espaos construdos funo direta de suasmedidas, sem exceo alguma.

    Resumindo, podemos dizer que o custo desses espaos de-pender, fundamentalmente, das decises dimensionais adotadaspara o edifcio: comprimento, largura, altura do p-direito, nme-

    ro de pavimentos etc. Em todos esses tens pode-se admitir a va-riao de custos como sendo contnua e dependendo essencial-mente do custo da construo. Seus custos de manuteno e usoso bastante pequenos, podem ser previstos com bastante facili-dade, podendo ser programados antecipadamente os trabalhos demanuteno necessrios para que o edifcio alcance realmente avida til prevista.

    O custo de equipamentos, ao contrrio, depende de deci-

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais22

    ses dicotmicas (sim ou no), se bem que as decises dimensionaistambm influam, embora neste caso, com o peso muito inferior.Porm, mais importante que os custos de construo e instalaodos equipamentos so seus custos de manuteno e uso, muitomais difceis de se prever, pois na maioria dos casos, a manuten-o que se far no ser do tipo preventivo e sim corretivo, efetu-ando-se quando se apresentem os defeitos e afetando (o que mais grave) no s a instalao propriamente dita, mas tambm aspartes do edifcio que a contm.

    A falta de manuteno dos espaos construdos levar, a longo

    prazo, o edifcio a deixar de cumprir suas funes, enquanto umainstalao sem conservao permanente e reparao imediata, podetorn-la no s inabitvel em horas, como tambm causar danosmuito mais siginificativos que o simples custo da reparao dainstalao deteriorada.

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    III.2 - Custos de Construo e de Manuteno

    Enfocando o problema a partir do ponto de vista quantitati-vo, pode-se afirmar que em mdia, nas edificaes:

    a) O custo de construo:

    60% corresponde parte civil (espaos); 40% corresponde s instalaes.

    b) O custo de manuteno:

    70% corresponde s instalaes; 30% corresponde parte civil (espaos).

    Em resumo, podemos dizer que as decises sobre equipa-mentos e instalaes so essencialmente dicotmicas, e que, serfor grande o custo de instalao, maior ainda ser o de sua manu-

    teno e uso. As decises de dimensionamento dos espaos e seuscomponentes crescem de forma gradual e direta em relao a suasdimenses, sendo de interesse fundamental o custo de constru-o, j que a manuteno e uso no s ser menos crtico que o dasinstalaes, como tambm possvel de ser adiado durante pero-dos mais ou menos longos.

    Por outro lado, assim como o maior peso do custo da cons-truo est nos espaos, o de manuteno est nas instalaes;

    isto quer dizer que o projeto de um edifcio hospitalar dever ten-tar:

    Na parte civil: minimizar o custo de construo; Nas instalaes: minimizar os custos de manuteno.

    Para que isto acontea:

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    Na parte civil devemos minimizar a quantidade de mate-riais utilizados assim como seus custos unitrios, sem nospreocuparmos tanto com seus possveis custos de manu-teno que sempre sero pequenos frente aos de cons-truo.

    Nas instalaes ocorre o contrrio, a escolha de sistemas,elementos e materiais dever ser visando minimizar oscustos de manuteno, sem se preocupar demais com oscustos iniciais da implantao de uma instalao.

    Como exemplo devemos dizer que: no projeto de um edif-cio hospitalar, para que cada caso atinja a mxima economia glo-bal, ser necessrio no se preocupar demais com a vida til deum revestimento, de um piso ou de uma tinta (o que no querdizer que recomendamos usar materiais de baixa qualidade),materiais e elementos que fazem parte da obra civil, mas nas ins-talaes, dever ser exatemente o contrrio. Deveremos procurar

    aqueles que apresentem a menor probabilidade de falha, mesmoque sejam mais caros que suas alternativas.

    evidente que esta recomendao, mesmo sendo genrica,no pode ser tomada cegamente, mas serve com um ponto departida nas decises de um projeto.

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    III.3 - Diviso dos Edifcios em Planos Horizontais, Verticaise Instalaes

    Se dividirmos o edifcio em trs partes fundamentais, paraentender-lhes economicamente, teremos:

    TABELA I - PARTICIPAO DE PLANOS HORIZONTAIS E VERTICAIS EINSTALAES NOS CUSTOS (VALORES MDIOS) EM %

    SETORPLANOS

    HORIZONTAISPLANOS

    VERTICAISINSTALAES

    Administrao 27 35 38

    Ambulatrio 28 33 39

    Diagnstico 27 36 37

    Tratamento 23 27 50

    Pronto Atend. 22 34 44

    Internao 21 38 41

    Servio de Apoio 25 27 48

    Servios Gerais 16 45 39

    Circul. Interna 61 17 22

    Mdia 26 34 40

    FONTE: Hospitais da Fundao Hospitalar do DF.

    Se, por outro lado, analisarmos como esto normalmentecompostos os planos horizontais e verticais, acharemos os valoresmostrados na tabela II.

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    Vemos, na anlise, que nos planos horizontais o custo maiorcabe estrutura resistente. Ser importante, ento, para sua eco-nomia, um adequado ajuste do tipo de estrutura escolhida aosvos que ela deve vencer, assim com as cargas que tem de supor-tar.

    Nos planos verticais, a situao completamente diferente.A maioria do custo est associada a materiais de acabamento e deaberturas onde existe uma enorme quantidade de materiais e ele-mentos alternativos, com se pode ver folheando algumas revistasespecializadas. trabalhando sobre composio e quantidade deplanos verticais, que poderemos obter, com relativa facilidade,importante economia nos custos de construo, sem prejudicar afuno.

    TABELA II - PARTICIPAO MDIA DAS DIFERENTES RUBRICAS NOSPLANOS HORIZONTAIS E VERTICAIS

    ELEMENTO CONSTRUTIVO

    PARTICIPAO DO ELEMENTO NO

    CUSTO TOTAL DO PLANO (%)

    PLANOS HORIZONTAIS

    Estrutura resistente 65 a 75

    Contrapiso 3 a 6

    Piso 15 a 30

    Total 100

    PLANOS VERTICAIS

    Alvenaria, isolamento e pilaresestruturais

    25 a 35

    Acabamentos verticais (rebocos,pintura e azulejos)

    30 a 40

    Caixilharia e esquadrias internas eexternas

    30 a 40

    Total 100

    FONTE: Hospitais da Fundao Hospitalar do DF.

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    III.4 - Influncia nos Custos da Tipologia e a Quantidadede Acabamentos nos Planos Verticais

    Os acabamentos verticais constituem, como foi colocado natabela II, um dos componentes de custo mais importante dos pla-nos verticais. Somente eles custaro entre 9 e 22% do custo totaldo edifcio hospitalar, constituindo assim, um dos conjuntos deitens mais caros do edifcio. Em condies habituais, o conjuntode acabamentos verticais se divide com mostrado na tabela III.

    Analisando os valores da tabela III, vemos que h trs gran-des componentes: o conjunto de revestimentos exteriores, os in-teriores e os impermeveis / lavveis.

    Na escolha adequada, do ponto de vista econmico-funcio-nal de cada um destes trs componentes, poderamos obter im-portantes economias.

    Assim, por exemplo, a quantidade de alvenaria influir di-

    retamente nos custos de ambos os revestimentos. Alvenaria de

    TABELA III - PARTICIPAO MDIA DOS DIFERENTES COMPONENTESNO CUSTO DOS REVESTIMENTOS VERTICAIS

    ELEMENTOPARTICIPAO DO ELEMENTO NO

    CUSTO TOTAL DOS REVESTIMENTOS(%)

    Chapisco, emboo e rebocoexteriores

    20 a 25

    Emboo e reboco interiores 25 a 30

    Pintura exterior 7 a 10Pintura interior 10 a 15

    Revestimentos impermeveis elavveis como: azulejos

    15 a 30

    Rodaps 2 a 4

    Total 100

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    baixa qualidade, com blocos ou tijolos irregulares, obrigar aemboos muito mais grossos, levando a um encarecimento geralda obra. Normalmente mais econmico ter algum gasto adicio-nal para obter uma alvernaria de alta qualidade, permitindo con-

    juntos emboo-reboco de pouca espessura e de baixo custo, doque fazer uma alvenaria de baixa qualidade. Mesmo mais barata,obtida com materiais e mo-de-obra de menor custo, encarecero conjunto pelo maior custo dos emboos e rebocos necessrios.

    Os revestimentos impermeveis e lavveis merecem umaanlise a parte. Eles vo custar normalmente entre 15 e 30% dos

    planos verticais que em mdia atingiro 34% do custo total. Se-ro, portanto, uma das rubricas de maior peso econmico no custodo edifcio.

    No entanto, o seu valor pode variar fortemente em funodas decises que venham a ser tomadas.

    Geralmente, nos locais onde se supe que devam ter reves-timento impermevel, este colocado no piso, teto e paredes. Areviso deste critrio pode trazer uma importante economia. As-

    sim, se em banheiros e cozinhas colocamos azulejos somente at1,50 ou 1,80 metro de altura, que a zona onde mais os necessita-mos, economizaremos entre 40 e 50% dos custos deste tipo derevestimento.

    A eliminao de azulejos em algumas paredes menos ex-postas, e sua substituio por um tinta impermevel, pode tam-bm ser outra fonte importante de economia que poderia ser adi-cionada anterior.

    O conjunto de ambos os critrios de economia, sem dvida,pode diminuir o custo dos revestimentos impermeveis em maisde 60%.

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    IV

    INFLUNCIA DOTAMANHO E FORMA

    DOS COMPARTIMENTOSNO CUSTO DE

    CONSTRUO

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    IV.1 - Aspectos gerais

    Na tabela I, indicamos as percentagens mdias correspon-dentes s participaes no custo do edifcio, dos planos horizon-tais (26%), planos verticais (34%), intalaes (40%), mostrandoassim, a importncia assumida pelos planos verticais do edifcio(paredes, fachadas, divisrias etc) dentro do custo da cosntruo.

    Como foi visto nessa tabela, esse valor de 34% apenas umvalor mdio, podendo variar dentro de um espectro bastante am-plo (17 a 45%). So trs os fatores que condicionam a porcenta-

    gem indicada:

    a) Os materiais componentes e sistemas construtivos em-pregados na construo fazem com que o custo por metroquadrado de parede seja varivel. Basta dar uma rpidaolhada em uma lista dos materiais existentes no mercadopara verificar as alternativas (qualitativas e quantitativas)de que dispomos para construir uma parede.

    b) O tamanho mdio dos locais, que determina a quantida-de mdia de paredes por metro quadrado construdo.Embora menos considerado que a anterior, um fatorto importante quanto ele.

    c) A forma dos compartimentos e do edifcio, ou seja, seugrau de compacidade (fator de economia ainda menos

    considerado) que, como no caso anterior, influi fortementena quantidade mdia de paredes por metro quadradoconstrudo.

    Na maioria dos casos, quando nos preocupamos com a redu-o de custos, diminumos a qualidade atravs da escolha de ma-teriais e do tipo de execuo do prdio e, pouqussimas vezes, por

    meio da forma e tamanho dos locais. Quando fazemos isso, de

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais32

    maneira equivocada, aplicando conceitos que podem estar difun-didos, mas que no so corretos, com por exemplo, supor que asimples diminuio do tamanho de um compartimento (ou con-

    junto de compartimentos) reduza seu custo na mesma proporode seu tamanho.

    A influncia do tamanho mdio dos locais nos custos de cons-truo relativamente fcil de intuir e calcular, necessitando ape-nas de alguma prtica. Torna-se mais difcil imaginar a influnciaque a forma dos locais e do edifcio exercem sobre os custos. Essetema to importante e complexo que numerosos pesquisadores

    em diferentes pases do mundo o esto estudando.

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    IV.2 - Influncia do Tamanho dos Compartimentos no seuCusto

    muito comum pensar que a reduo da superfcie de umcompartimento, ou de um edifcio com X compartimentos, levaa uma reduo de custos na mesma proporo que a superfcie foireduzida. Assim, uma reduo de, por exemplo, 10% na superf-cie de um conjunto de compartimenos levaria a uma suposta re-duo de custos de 10%, na realidade, nada mais errado.

    Vejamos o que acontece quando, por exemplo, um edifcio

    de um s compartimento de 10x10m reduzido em uma deter-minada proporo:

    rea original 10 x 10 = 100mrea reduzida 9 x 9 = 81mReduo de rea = 19%

    Lembremos que, em mdia, os custos dos edifcios hospita-

    lares se dividem em 26% para planos horizontais, 34% para planosverticais e 40% para instalaes. E suponhamos que em nossoedifcio os custos se distribuem na mesma proporo. A reduoproposta de rea significa uma reduo nos custos, na seguinteproporo:

    Nos planos horizontais, uma reduo de superfcie de 19%faz reduzir seu custo na mesma proporo, mas como eles

    participam com 26% no custo total, a influncia de 4,9%.

    Nos planos verticais, sua reduo ser proporcional re-duo do permetro. Originalmente, tinham 40 metrosde permetro que so reduzidos para 36 metros. A redu-o ser ento de 9%. Como os planos verticais partici-pam com 34% no custo total, a influncia ser de 3,4%.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais34

    Nas instalaes a reduo to pequena que podemossup-la nula. Apenas quando houver reduo no compri-mentos de algumas tubulaes, sendo sua influncia noscustos muito pequena (prxima de 0%).

    Em resumo, a economia glal nos custos ser de 8,3%.

    O exemplo nos mostrou que para uma diminuio de reade 10% poderemos esperar uma diminuio de custos, de poucomais de 8%, e isto nos mostra uma relao geral: em mdia as

    diminuies de custo sero aproximadamente iguais ou menores metade das reas.A figura 1 mostra, em ndices, como varia o custo do metro

    quadrado construdo, quando a rea construda por cmodo daunidade de internao varia.

    Figura 1 Variao do custo por metro quadrado construdo, na unida-

    de de internao.

    20 30 40 50 60 70 80

    120

    110

    100

    9 0

    8 0

    7 0CUSTODEC

    ONSTRUOPORM(EM

    ND

    ICES)

    SUPERFCIE CONSTRUDA POR CMODO (M)

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    35Juan Luis Mascar

    As variaes de custo de construo que a figura 1 mostra,para a unidade de internao, podem se generalizar conceitual-mente e dentro de certos limites para as outras unidades dos edi-fcios hospitalares.

    Os custos por unidade de rea sero sempre decrescentescom o aumento da superfcie construda por compartimento, mascom valores diferentes, como mostrado na tabela IV.

    Assim, por exemplo, variaes de rea influiro menos nascirculaes intersetoriais, quando devido a modificaes de lar-gura, que na unidade de servios gerais e menos que na unidadede diagnstico.

    TABELA IV - VARIAO MDIA DO CUSTO DE EDIFICAESHOSPITALARES QUANDO VARIA O TAMANHO DOS COMPARTIMENTOS

    SETOR RELAO MDIA ENTRE AVARIAO DO CUSTO E DASUPERFCIE

    Adminstrao 0,43 a 0,49

    Ambulatrio 0,48 a 0,53

    Diagnstico 0,53 a 0,59

    Tratamento 0,43 a 0,49

    Pronto atendimento 0,47 a 0,53

    Internao 0,49 a 0,55

    Servio de apoio 0,41 a 0,47

    Servio geral 0,50 a 0,56

    Circulao intersetorial (no sentidode sua menor dimenso)

    0,39 a 0,45

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais36

    IV.3 - Influncia da Forma dos Compartimentos no seuCusto

    Algumas anlises geomtricas muitos simples e aparente-mente triviais podem ajudar-nos a esclarecer as idias.

    Analisaremos vrias formas alternativas na planta de umedifcio de um s compartimento. A forma mais compacta seria ade planta circular, seguindo-se a planta quadrada, at chegar que-les com planta retangular alongada.

    Levando em conta nossos custumes, problemas prticos e

    execuo, devemos deixar de lado a forma circular para conside-raes econmicas, realizando-as a partir do quadrado. O que im-plica em no considerar as formas hexagonais, pouco estudadas emenos ainda aproveitadas na construo econmica.

    Na tabela V, podemos observar o resultado da anlise dasrelaes entre a superfcie, o permetro e os lados de uma srie defiguras, todas elas com 100m de superfcie. O permetro que, nonosso exemplo, representa a quantidade de paredes, fortemen-

    te crescente, segundo a forma, partindo da circular. Assim, paraenvolvermos uma forma circular, necessitamos de 0,35 metros li-neares de parede por metro construdo, e 2,02 metros lineares deparede por metro quadrado para o retngulo de forma maisalongada. As formas intermedirias restantes, necessitam de quan-tidades de paredes compreendidas entre dois valores extremospara fechar a superfcie.

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    37Juan Luis Mascar

    Considerando que os custos das instalaes e dos planoshorizontais do edifcio, pelo menos em princpio, so indepen-

    dentes da relao lado maior / lado menor da planta do prdio,chegamos a uma variao de custos totais como indicada na figura2. Este grfico no tem escala nas ordenadas, pois ela depende deuma srie de circunstncias, como, por exemplo: o tipo de paredede fechamento adotada, tipo de estrutura resistente, etc, mas indicativo de como podem variar os custos de construo em fun-o das formas projetadas.

    IV.3.1 - Influncia do Clima no Custo das Envolventes

    oportuno recordar aqui, que as paredes de um edifciodevem ser projetadas para separar o espao interior do exterior,criando dentro do edifcio um ambiente confortvel. Quanto maisfrio for o clima da regio em que se implantar o edifcio, maiorser o custo por unidade das paredes que envolvem o mesmo,

    podendo, em alguns casos extremos, ultrapassar sensivelmente a

    TABELA V - QUANTIDADE DE PAREDES NECESSRIAS PARA ENVOLVERDIVERSAS FORMAS GEOMTRICAS DE PLANTAS

    DE EDIFCIOS

    FORMA DA PLANTASUPERFCIDA PLANTA

    m2

    PERMETR(m)

    RELAES

    PERMETROLADO

    MAIOR

    SUPERFCIELADO

    MENOR

    CIRCULAR 100,00 35,44 0,35 -

    QUADRADA 10x10m 100,00 40,00 0,40 1,00

    RETANGULA

    5x20m 100,00 50,00 0,50 4,00

    4x25m 100,00 58,00 0,58 6,25

    2x50m 100,00 104,00 1,04 25,00

    1x100m 100,00 202,00 2,02 100,00

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais38

    mdia de 34%. Ao contrrio, em climas quentes, onde a maiorparte da radiao solar vertical, e quase que permanente, a gran-de exigncia de desempenho d-se nos planos horizontais exteri-ores do edifcio, sendo muito menos solicitadas, do ponto de vistatrmico, as superfcies verticais exteriores. De fato, essa situaodeve-se refletir tambm nos custos das partes componentes doedifcio e, automaticamente, a participao das paredes nos cus-tos totais de construo tende a cair nos edifcios localizados emclimas muito quentes. Por essa razo que no colocamos escalano eixo vertical da figura 2, uma vez que de acordo com o clima e

    outros fatores, a ltima curva poder inclinar-se mais para cima,aumentando a participao da tabela c, ou menos para cima,diminuindo-a, mas que em nenhum caso invalida a generalidadedo conceito exposto.

    IV.3.2 - Influncia da Forma das Plantas no seu Custo

    Se considerarmos que atravs da superfcie exterior dasedificaes (fachadas e teto) que se ganha calor indesejavelmen-te nos climas quentes e que se perde nos climas frios, e lembran-do que as superfcies das paredes funo da forma do edifcio, aparcela c do grfico da figura 2, pode ser interpretada com arepresentao das perdas e ganhos trmicos indesejveis ou comoa quantidade de energia necessria para climatizar artificialmenteo edifcio.

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    39Juan Luis Mascar

    CUSTODECONSTRUOPORm

    CUSTO DOS PLANOSVERTICAIS

    CUSTO DASINSTALAES

    CUSTO DOS PLANOSHORIZONTAIS

    1 2 4 100

    RELAO ENTRE O LADO MAIORE O LADO MENOR

    LADO MAIORLADO MENOR

    Figura 2 Variao do custo de construo em funo da forma doedifcio.

    a

    b

    c

    TOTAL

    DECONSTRU

    OPO

    Rm

    CUSTO

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais40

    IV.4 - O ndice de Compacidade

    Para medir e avaliar com certa objetividade a relao entreas paredes que envolvem o edifcio e sua superfcie horizontal,foi desenvolvido o que se conhece com ndice de compacidadedos edifcios, que difinido com a relao percentual que existeentre o permetro de um crculo de igual rea do projeto e o per-metro das paredes exteriores do projeto. A relao matemticausada para express-la a seguinte:

    Pc x 100

    onde:

    Ic - ndice de compacidade;Pc - Permetro de um crculo de rea igual a do projeto;Pp - Permetro das paredes exteriores, em planta, do projeto.

    Chamando Ap superfcie do projeto, com alguns simplesartifcios matemticos, a expresso (1) pode transformar-se em:

    2 Ap . p

    que facilita seu emprego.

    Matematicamente, o ndice mximo de compacidade 100e corresponde a um projeto de planta circular, todos os projetoscom ndices acima de 88,5%, sero em princpio antieconmicosporque necessariamente resultaro em projetos com partes dasplantas curvas ou ngulos entre paredes superiores a 90%, ambos

    antieconmicos por natureza. Dessa forma, na prtica, devemos

    PpIc =

    PpI = x 100 (2)

    (1)

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    41Juan Luis Mascar

    dizer que quanto mais prximo de 88,5%, por baixo, esteja o ndi-ce de compacidade de um projeto, menores sero os custos deconstruo e menores tambm as perdas e ganhos trmicos inde-sejveis, com o que conseqentemente, tendero a diminuir oscustos de manuteno e uso do edifcio.

    Essa a concluso a que chegaram os estudos realizados pordiferentes instituies em vrios pases desenvolvidos. A ttulode exemplo, transcrevemos aqui uma experincia sobre o tema,realizada pela Building Research Station (Inglaterra). O estudofoi desenvolvido com as seguintes caractersticas.

    a) Foi desenhada um srie de edifcios de maneira que ti-vesse um grau de compacidade Ic descrescente; foi cal-culado o custo de construo de cada um dos edifcios ecomparado com o ndice Ic.

    b) Para que pudessem ser comparveis, a distribuio inter-na de cada projeto foi estudada de maneira que cada um,

    tendo todos as mesma funo, a cumprisse com o mesmograu de eficincia.

    Os resultados obtidos no estudo so apresentados na tabelaVI e na figura 3. Cabe destacar que o estudo foi realizado para oclima da Inglaterra, que mais frio e rigoroso que o do Brasil.

    Recordando o que dissemos a respeito das relaes de cus-tos dos planos verticais e horizontais, temos que, medida que o

    clima se mostra menos frio, os custos relativos das fachadas deve-riam tender a diminuir e aumentar progressivamente a participa-o econmica do plano horizontal superior no custo total. Issoleva a concluir que os ganhos devidos compacidade e, assim, asperdas nos custos de construo, manuteno e uso sero meno-res que as obtidas no estudo realizado pela Building ResearchStation para a Inglaterra.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais42

    As variaes climticas faro com que a curva modifiquesua inclinao, mas com as fachadas so os planos verticais maiscaros, a curva de diminuio de custos, com o aumento do ndicede compacidade manter-se- sempre, mudando s de escala se-gundo o clima, mais nunca desaparecendo.

    TABELA VI - VARIAO DE CONSTRUO EM FUNO DO NDICE DECOMPACIDADE (IC) DO EDIFCIO

    FORMA DAPLANTA

    SUPERFCIDAPLANTA(NDICE)

    NDICE DECOMPA-CIDADE

    Ic (%)

    CUSTO DECONS-TRUO

    (Libras/m2)

    INCREMENTDE CUSTO

    (%)

    100,00 88,50 90 100

    100,00 49,20 108 114

    100,00 34,00 112 124

    FONTE: Building Research Station, Inglaterra

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    43Juan Luis Mascar

    25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

    NDICE DE COMPACIDADE (Ic)

    Figura 3 Variao do custo de construo em funo do ndice decompacidade (Ic).

    CUS

    TODECONSTRUO(EMNDICES) 125

    120

    115

    110

    105

    100

    IV.4.1 Consideraes sobre Aplicao Correta do ndice deCompacidade

    As consideraes que podemos fazer sobre a aplicabilidadedo ndice de compacidade a projetos concretos hospitalares sode particular importncia:

    a) Como foi possvel ver na figura 3, a variao de constru-o com o ndice de compacidade no linear:

    O custo cresce com mais intensidade na medida que dimi-nui e se afasta do timo, pois a variao segue uma curva. Isto bastante importante, pois nos informa que se nos afastarmos rela-tivamente pouco do ndice de compacidade timo, os acrscimos

    de custos sero pequenos.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais44

    Na faixa entre 70 e 88%, os custos variam pouco (somente 2a 3%), mas na faixa entre 30 e 40% os custos variam muito (entre8 e 12%).

    Isto, trocando em pautas de projeto, que dizer que, parafazer um edifcio econmico no imprescindvel fazer um edif-cio de planta quadrada ou quase quadrada. Dentro de certos limi-tes, se necessrio para um boa ventilao, iluminao ou para seadequar a desnveis do terreno, sair do quadrado, dentro de cer-tos nveis razoveis, os acrscimos nos custos sero to pequenosque podem ser desconsiderados.

    O mais importante no cair na outra faixa extrema, onde,como as compacidades sero muito baixas, os custos tendero a seincrementar sensivelmente. Nestes casos, s uma fortecondicionante funcional poder justificar o partido escolhido.

    b) Em edificaes acondicionadas naturalmente, o ndice decompacidade atinge o mximo possvel quando a formado edifcio comearia a perder qualidade em

    habitabilidade por falta de iluminao ou de ventilaonatural e, se o projeto s prev a possibilidade de abertu-ras laterais, a compacidade s poder aumentar at o li-mite das profundidades mximas dos compartimentos quecompem o projeto. Assim, o uso de ventilao naturalneste caso, por meio de zenitais, aparece como uma ex-celente alternativa, j que permite atingir os parmetrosde conforto natural sem perder a compacidade. A

    edificao poder ser simultaneamente confortvel e eco-nmica.

    IV.4.2 - O ndice de Compacidade e a Forma dos Compartimentos

    a) Se admitirmos que, para cumprir determinada funo,um compartimento do edifcio dever ter superfcie e

    forma determinadas, existem em princpio, duas alterna-

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    45Juan Luis Mascar

    tivas bsicas para sua localizao: coloc-lo com seu ladomaior (caso a) ou com o seu lado menor (caso b) parafrente (ver figura 4.1). Se num edifcio forem propostospartidos que levam a colocar os locais com no caso a,aquele ser menos profundo e, portanto, provavelmentemais caro que no caso b. Na mesma proporo que nocaso a, o ndice de compacidade ser menor que nocaso b.

    b) Os edifcios tem compartimentos que necessitam de re-

    as com armrios, e para sua localizao existem tambmduas alternativas bsicas (figura 4.2). Como no caso ante-rior, a disposio do armrio indicada no caso a impli-car edifcios de menor compacidade e conseqentemen-te de maior custo que no caso b.

    c) Finalmente, os edifcios contm alguns compartimentosque cumprem sua funo, permitindo trabalhos em ban-

    cadas, como cozinhas e laboratrios, ou reas de guardaro estoque com circulao prpria, como mostram os es-quemas da figura 5. Nestes casos, a mera aplicao dondice de compacidade pode, conforme as situaes, le-var a recomendaes erradas.

    Basicamente, so locais em que a relao permetro / rea,desde que a funo possa ser desempenhada, o que deve ser

    maximizada, ao contrrio da maioria dos locais onde o que semaximiza a relao inversa.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais46

    DO PONTO DE VISTA ECONMICO

    PIOR MELHOR

    Figura 4 Exemplificao da forma e posio de compartimentos emrelao fachada do bloco de internao nos trs exemplosgraficados. Os casos a so piores a partir do ponto de

    vista econmico que os casos b pois, nestes ltimos, o ndi-ce de compacidade da edificao tender a ser maior quenos casos a.

    COMPARTIMENTO

    FACHADO DA EDIFCIO FACHADA DO EDIFCIO

    COMPARTIMENTO

    Figura 4.1 Posicionamento dos compartimentos em relao a fachada.

    Figura 4.2 Posicionamento dos armrios.

    COMPARTIMENTOCOMPARTIMENTO

    CASO A

    CASO B

    FACHADA DO EDIFCIO FACHADA DO EDIFCIO

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    47Juan Luis Mascar

    Figura 5 Esquema de compartimento de funo associada a um dos

    lados.

    Com uso de ums lado

    Com uso de ambosos lados

    Com mais de umcorredor interno

    CASO A

    CASO B

    Figura 4.3 Posicionamento de sanitrios.

    COMPARTIMENTO

    SANITRIO

    SANITRIO

    COMPARTIMENTO

    FACHADO DA EDIFCIO FACHADA DO EDIFCIO

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    V

    INFLUNCIA DAVARIAO DA ALTURADO EDIFCIO NO CUSTO

    DE CONSTRUO

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    V.1 - Aspectos gerais

    Uma anlise simplista do problema faz parecer que o nicocondicionante para a determinao da altura do edifcio o custoda terra. Esse tipo de anlise, do ponto de vista econmico, errado, embora de modo geral, seja vlido o conceito de que ondea terra mais cara, mais lgica a construo de edifcios altos evice-versa.

    Esse critrio leva implcita a suposio de que o custo deconstruo de cada metro construdo no varia com a altura do

    edifcio, o que no verdade, como j foi apontado por WalterGropius em 1924, no seu estudo do custo de construo com aaltura do edifcio.

    A variao dos custos de construo com o nmero de anda-res, surge da variao diferenciada de uma srie de componentesque seguem leis diferentes.

    Analisaremos a variao do custo de construo em funoda altura, em duas formas complementares: a variao de altura

    do p-direito e a variao da quantidade de pavimentos.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais52

    V.2 - Influncia da Variao da Altura do P-direito noCusto

    Quando varia a altura do p-direito nos edifcios, o que varia a quantidade de planos verticais. Nas edificaes hospitalares,como a composio e a quantidade dos planos verticais variamcom os setores, a influncia dessa variao diferente para cadasetor como mostra a tabela V. Como podemos ver, nela as varia-es so sempre pequenas, da ordem de 1/10 e 1/4 da variao daaltura do p-direito.

    So menores na administrao e diagnstico, tero um valorintermedirio na cirurgia e obstetrcia, e o valor maior aparecerno bloco de internao.

    De um modo geral, a tabela mostra que a obteno de eco-nomia nos custos de construo sero muito pequenas via a dimi-nuio do p-direito dos locais, e, em conseqencia, de nenhumaforma dever ser colocado em risco o nvel de habitabilidade doslocais na procura de economia via diminuio do p-direito nos

    locais.Uma anlise parte merecem os andares tcnicos, anda-

    res construdos para conter equipamentos e instalaes geralmenteacima do bloco cirrgico e de obstetrcia. Esses andares normal-mente tero paredes cegas, sem caixilharia e sem revestimentosespeciais, pelo que as variaes do custo de construo em funode sua altura tendero a ser muito pequenas como mostra a tabelaVII. Isto contradiz a tcnica generalizada de fazer andares tcni-

    cos muito mais baixos ao ponto de, s vezes, prejudicar seu fun-cionamento.

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    53Juan Luis Mascar

    A tabela mostra a variao provvel de custo para um au-mento ou diminuio de 10% no p-direito.

    TABELA VII - VARIAO DO CUSTO DE CONSTRUO COMO P-DIREITO NAS DIFERENTES UNIDADES DOS EDIFCIOS

    HOSPITALARES

    UNIDADEVARIAO DO CUSTO DE

    CONSTRUO EM RELAO AVARIAO DA ALTURA (em %)

    Administrao 1,24 a 2,30

    Ambulatrio 1,17 a 2,17

    Diagnstico 1,28 a 2,38

    Tratamento 0,99 a 1,85

    Pronto atendimento 1,22 a 2,26

    Internao 1,37 a 2,55

    Servios de apoio 1,13 a 2,11

    Servios gerais 1,63 a 3,03

    Circulaes 0,70 a 1,30

    Andares tcnicos 0,30 a 0,70FONTE: Hospitais da Fundao Hospitalar do DF

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais54

    V.3 - Influncia da Variao da Quantidade de Andaresno Custo

    Os principais elementos ou fatores que acarretam variaesno custo de construo com relao altura dos edifcios so:

    a) Com incidncia crescente no custo, aumentando o n-mero de pavimentos:

    a estrutura resistente;

    os elevadores; as fachadas; as instalaes em geral; a durao da obra; o insumo de mo-de-obra.

    Por regra geral, cada um desses fatores tem um custo quecresce com mais intensidade que a altura do edifcio. Assim, se

    uma dada instalao custa x para dado nmero de pavimentos,para um edifcio igual, mas com o dobro de pavimentos, a instala-o normalmente custar mais de 2x. Cada pavimento agrega-do ao edifcio mais caro que o anterior (no que a esses elemen-tos se referem) e assim o custo de construo crescente.

    b) Com incidncia decrescente no custo, aumentando o n-mero de pavimentos:

    o movimento da terra; os subsolos do edifcio (quando existirem); a cobertura; o vestbulo dos elevadores e outros espaos comuns; o terreno ocupado.

    Como regra geral, pode-se afirmar que cada um desses fato-

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    55Juan Luis Mascar

    res tm um custo independente do nmero de pavimentos. Sen-do assim, quando mais andares forem construdos, menor ser suaincidncia no custo por pavimento. Um dos melhores exemplosdeste caso a cobertura: se o edifcio tivesse um s andar, o custoda cobertura deveria ser amortizado somente por esse andar. Se oedifcio tivesse dois pavimentos, a participao da cobertura nocusto de cada metro quadrado construdo ser, assim, inversamenteproporcional quantidade de andares construdos.

    c) Com incidncia varivel de custo, ou seja, crescente ou

    descrescente conforme os casos:

    as fundaes dos edifcios; a elevao dos materiais.

    Combinando todos os itens de custo varivel em funo daaltura, com nossos costumes de construir, ou seja, estrutura resis-tente construda por lajes, vigas e pilares, com vedaes em alve-

    naria, surge uma curva de variaes de custo, com a ilustrao nafigura 6. Nela vemos que as decrescentes de itens, como a aber-tura, combinados com os custos crescente de itens como a estru-tura resistente, tendem a se compensar em alturas intermediri-as. A figura tambm mostra que as alturas que obrigam o uso deelevadores formam uma curva que se desenvolve acima da curvacorrespondente aos edifcios sem elevadores.

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais56

    Figura 6 Variao do custo de construo por m de planta deedificaes hospitalares em funo da quantidade de anda-res.

    Analisemos a figura com pauta de projeto: os edifcios maiseconmicos seriam os de 7 ou 8 andares, sem elevador, mas obvi-amente, isto no possvel. O edifcio impossvel de usar em

    condies normais. Tomando como base esse tipo de edificao,uma edificao trrea teria um incremento da ordem de 20%; umhospital com alguma parte em dois andares, s se justificaria sefosse desenvolvido sem elevadores, e hospitais com elevadores ssero econmicos entre 6 e 8 andares. Alturas superiores s terocustos de construo econmicos, com custos de terra que dese-quilibrem as curvas da figura 6, para qual o custo dela deve sermuito alto.

    125

    120

    115

    110

    105

    100CUSTO

    DECONSTRUO(EMNDICES)

    2 4 6 8 10 12 14 16 18

    QUANTIDADE DE ANDARES

    CURVA A - EDIFCIO COM USO DE ELEVADORESCURVA B - EDIFCIO SEM ELEVADORES

    A

    B

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    57Juan Luis Mascar

    Como se pode perceber da anlise da figura 6, no sistemacom elevadores, reside um forte componente nos incrementosdos custos com a quantidade de pavimentos, pelo que uma formade minorar os aumentos de custos com a altura reside em, dentrodo possvel, organizar a verticalizao da edificao hospitalar, demodo a colocar os setores de menos freqncia de trnsito nosandares superiores e vice-versa, organizando-o de forma a ter mo-vimentos decrescentes na medida que a altura aumenta.

    Caso A

    Caso BCorredor de DistribuioHorizontal

    Ncleo deCirculao Vertical

    Figura 7 Esquema da unidade de internao verticalizada com circu-

    lao centralizada (caso a) e com circulao lateral (caso b).

    Planta

    Planta

    Corte

  • 8/3/2019 custos hospitalares

    50/73

    VI

    VARIAO DO CUSTODO EDIFCIO COM O

    SISTEMA DECIRCULAO

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    51/73

    VI.1 - Aspectos gerais

    Enfocaremos agora o estudo das variaes de custo do siste-ma de circulao interior nos edifcios, elementos indispensveis,especialmente nos prdios altos, com funes e medidas defini-das, mas cuja lei de variao de custos segundo sua disposio no muito conhecida. Daremos aqui as principais informaes sobreo tema.

  • 8/3/2019 custos hospitalares

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    O Custo das Decises Arquitetnicas no Projeto de Hospitais62

    VI.2 - O sistema de circulao em hospitais verticais

    O sistema de circulao de um edifcio formado por duaspartes: uma vertical escadas, rampas e, quando necessrio, ele-vadores e outra horizontal, formada por corredores de distribui-o, estes ltimos tanto mais extensos quanto mais concentradosestiverem os ncleos de circulao vertical.

    A figura 7 no caso a, nos mostra o esquema de uma unida-de de internao com corredor centralizado. Neste caso, o corre-dor serve a duas linhas de quartos e/ou enfermarias, e seu custo,

    obviamente, bem amortizado.A mesmo figura no caso b, mostra o esquema de uma uni-dade com corredor lateral. Neste caso, o corredor serve a poucomais da metade de quartos que no caso anterior, mas se ele aberto lateralmente, ser bem mais econmico com mostra a fi-gura 8.

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    Figura 8 Variao dos custos dos corredores de circulao segundotipologias e larguras de edifcios.

    Fonte: DURAMN J. I. & BONDIA, A Aplicacin prctica del mtodoal predimensionamiento de costos en la vivienda, Barcelona,Colgio Oficial de Arquitectos de Catalua y Baleares, 1974.

    CUSTODOSACESSO

    SPORmDECORREDOR

    EMMILHARESDEPESETAS

    4 5

    4 0

    3 5

    3 0

    2 5

    2 0

    1 5

    A

    B

    C

    1 2 3 4

    C - CORREDORLATERAL ABERTO

    A - CORREDOR LATERALFECHADO

    B - CORREDORCENTRAL

    LARGURA DO EDIFCIO (m)

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    Podemos analisar o problema a partir de vrios pontos devista:

    a) Se o corredor lateral, dever ser aberto, pois caso con-trrio, ser a soluo mais antieconmica.

    No caso de corredor lateral fechado, ser duplamenteantieconmico, pois de um lado colocamos o tipo de corredor maiscaro, como mostrou a figura 8, e de outro lado, como a edificaose tornar mais estreita, perder compacidade, o que far mais

    antieconmica ainda.Se o corredor lateral deve ser aberto, a edificao no podeser muito alta, pois nesse caso o aumento da velocidade do ventoinclinar as chuvas ao extremo de perder a necessria proteo. Ouso de corredor lateral deve ficar restrito a alturas pequenas (deat no mximo, quatro pavimentos, contando o trreo).

    De outro lado, o corredor central dificulta a ventilao natu-ral cruzada, por demais importante nos climas quente e mido,

    mas permitir maior compacidade e assim custos de construomenores; se a edificao for acondicionada artificialmente, semdvida, esta ser a soluo mais adequada, mas no caso de condi-cionamento natural, sua escolha requer a soluo da ventilaocruzada.

    Na figura 9, mostramos quatro exemplos de variaotipolgica de unidades de internao com seus sistemas de circu-lao. Neles, percebemos que, na medida que samos das

    edificaes laminares com duas ou mais alas, como a circulaovertical deve ser centralizada, obriga a incluso de vestbulos cen-trais nas circulaes, que, se no tem um funo especfica, serobviamente, uma perda considervel de rea construda, que acar-retar um incremento injustificado de custos (esquemas C e D).

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    Figura 9 Exemplos de tipologias: (a e b) laminares, (c e d) torres deunidades de internao.

    Fonte: Programao arquitetnica hospitalar. (Mimeo) - Prof. MarioJulio Krger.

    A largura dos corredores merece uma meno especial, poisfreqentemente se trata de minimizar as reas de circulao re-

    duzindo sua largura.

    Caso A

    Caso C

    Caso B

    Caso D

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    Como vimos no ponto 3.3, os custos dos compartimentosaumenta na medida que o local mais alongado, normalmente ascirculaes so os locais mais alongados dos edifcios e da dosmais caros. Se, como se procede s vezes, se quer diminuir a reade circulao via diminuio de sua largura, o compartimento re-sultante ter ainda uma forma menos compacta, obviamente seucusto diminuir, mas numa proporo muito menor que na redu-o da rea.

    A concluso que, se o projetista acha que a rea de circula-o por demais grande, no ser diminuindo sua largura que

    solucionar o problema, a soluo dever vir de uma alterao noseu partido arquitetnico.

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    VI.3 - O sistema de circulao nos hospitais horizontais

    Nas edificaes hospitalares horizontais, as circulaes ten-dem a ser muito extensas e, portanto, a tendncia geral de per-da de compacidade.

    Isto particularmente crtico no setor de tratamento, ondeas circulaes se multiplicam pelo fato de usar, mesmo quesuperado, o critrio de uma limpa e outra suja, como mostramos esquemas da figura 10.

    Lembrando a estrutura geral de custo em que dividimos os

    edifcios, isto , planos horizontais, planos verticais e instalaes,os corredores de circulao se caracterizam por ter uma incidn-cia muito maior de planos verticais e menos das instalaes que amdia dos compartimentos. A relao de custos neste caso, temos valores da tabela VIII.

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    Figura 10 Esquemas de circulao no bloco cirrgicoFonte: Programao arquitetnica hospitalar (mimeo) - Prof. Mario

    Jlio Krger.

    EVOLUO DO CENTRO CIRRGICO

    1 CORREDOR SIMPLES

    PESSOAL

    PACIENTE

    MATERIALSUJO

    ESTERILIZAO SALACIRRGICA

    SALACIRRGICA

    VESTIRIO SALACIRRGICA

    SALACIRRGICA SALACIRRGICA

    SALACIRRGICA

    MATERIALLIMPO

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    Assim como exemplificamos no ponto exterior, que estrei-tando o corredor, a economia que poderamos obter seria mni-ma, vemos agora que uma economia significativa pode-se obtersuprindo um dos planos verticais. Fazendo com que algumas dasnecessrias circulaes sejam laterais abertas, por exemplo, nocentro cirrgico se usado o critrio de circulao dupla, poderi-am ser algumas das sujas, com o que poderamos obter econo-mias nos custos desta circulao entre 25 a 35%.

    No caso de hospitais pavilhonares, as circulaes tendem aser ainda mais extensas, uma sada pode ser para alguma delas,

    retirar ambos planos verticais, deixando-as assim entre 50 e 70%mais econmicas que as convencionais fechadas.

    TABELA VIII - DIVISO DO CUSTO DOS CORREDORES EM PARTESFUNCIONAIS

    PARTE FUNCIONALPARTICIPAO DE CADA PARTE NO

    CUSTO DO CORREDOR (%)

    Planos horizontais 10 a 20

    Planos verticais 50 a 70

    Instalaes 10 a 30

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    VII

    BIBLIOGRAFIA

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    MASCAR, Juan e Mascar, Lcia. Uso racional de energia emedificaes. Isolamento trmico.So Paulo: Agncia paraAplicao de Energia, 1988.

    MASCAR, Lcia e Mascar, Juan. Uso racional de energia emedificaes. Iluminao. So Paulo: Agncia para Aplicaode Energia - ABILUX. PROCEL, 1990.

    KRGER, Mrio J. Programao arquitetnica hospitalar.Braslia,

    MASCAR, Juan Luis. O Custo das decises arquitetnicas. SoPaulo: Nobel, 1993.

    MASCAR, Juan er alii.Influncia das variaes projetivas e de cons-truo no consumo de energia dos edifcios.Porto Alegre:CNICC - CEICO PROPAR - UFRGS, 1993.

    MASCAR, Lcia. Energia na edificao: estratgias para minimizar

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    BROMBERG RICHTER, Hildegard. Planejamento da Constru-o Hospitalar.in Revista Vida Hospitalar. Vol. 6. 1992.

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    VIII

    ANEXOS

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