Cursos Online EDUCA · 2015-02-27 · Unidade 5 63 Unidade 4 49 Unidade 3 39 Unidade 2 19 ......
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Acredite no seu potencial, bons estudos!
Curso Gratuito Padeiro
Parte 1
Carga horária: 30hs
Unidade 5
63
Unidade 4
49
Unidade 3
39
Unidade 2
19
Unidade 1
9
Conteúdo
Pão: um dos alimentos mais antigos da humanidade
Quem é o Padeiro hoje?
o material do Padeiro
Boas Práticas de higiene com os alimentos
conhecendo melhor a Padaria
Padeiro 1
u n i d a d e 1
Pão: um dos alimentos mais antigos da humanidade
A panificação é parte do ramo da gastronomia. Ao falarmos
dela, a relação com a sobrevivência da humanidade é imediata.
O homem na Pré-história tinha sua alimentação baseada no
consumo de plantas e ervas; era, portanto, herbívoro ou, como
dizemos hoje, vegetariano. O fogo provocado espontaneamen-
te – por exemplo, com a queda de um raio na mata – chamou
a atenção dos homens na Pré-história. Mas era preciso compre-
ender como acontecia esse processo e como conservá-lo.
Foram esses alguns dos grandes desafios com os quais o homem
se deparou e que possibilitaram avanços em seu desenvolvimento.
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Foi com o seu olhar atento que o homem descobriu que
bater uma pedra contra a outra produzia faísca ou, ainda,
que a fricção contínua entre dois pedaços de madeira
sobre a palha resultava em fogo.
Gêiseres: Águas quentes
que jorram de tempos em tempos em regiões vulcâni-
cas. Como essas águas, além
de muito quentes, têm uma
composição rica em sais mi- nerais, acredita-se que na
Pré-história as carnes passa-
vam pelo processo de cozi-
mento por meio delas.
É a partir desse processo que o homem altera seu tipo de
alimentação, passando a cozinhar as carnes. Há autores
que indicam que o homem já cozinhava as carnes que
caçava mesmo antes da descoberta do fogo, aproximan-
do-as de gêiseres e de fontes termais.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1
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Padeiro 1
Se com o fogo os hábitos alimentares são bastante
alterados, não se pode esquecer de que também as
relações entre os homens se modificam. Eles perce-
beram que a caça em grupos era mais eficiente do que
se a fizessem sozinhos. Assim, formam-se vínculos
entre as pessoas de um grupo, e esses vínculos são
fortalecidos em função da caça. Passam a ser vizinhos,
desenvolvem utensílios e são formados os primeiros
embriões das futuras cidades.
Linha do tempo
O surgimento da fervura, também conhecida como ebu-
lição, auxiliou no cozimento de alguns grãos, inicialmen-
te para sopas.
Historiadores são cautelosos para indicar o período exa-
to em que a humanidade desenvolve a fermentação, pas-
so importante para a confecção de pães.
A história do pão, assim como tantos registros históricos,
é muitas vezes controversa. Boa parte dos livros especia-
lizados indica que no período compreendido entre a Pré-- -
história e a Antiguidade (8000 a.C. [antes de Cristo])
já se produzia algo semelhante ao pão, pois é quando se
iniciam a agricultura e o desenvolvimento das civilizações
egípcia, grega e romana.
Há registros de que o primeiro padeiro surgiu no ano
2700 a.C. (antes de Cristo) no Egito, época dos faraós,
considerados verdadeiros deuses pelo povo.
Entre os séculos V (5) e XV (15), aparecem os pães se-
melhantes aos que conhecemos na atualidade, e os “pa-
deiros”, na Europa, formam uma poderosa corporação.
Você sabia? Os homens na Pré-his-
tória viviam como nôma-
des (aqueles que não fi-
xam residência). Por
volta de 8000 a.C. (antes de
Cristo) algumas mu- danças
passam a aconte- cer e
algumas tribos ini- ciam o
processo de fixar seus locais de moradia (e,
por essa razão, são deno-
minadas sedentárias). Por
permanecerem em um só
local, começam a
desenvolver a agricultura e
a plantar alguns grãos.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 11
A panificação ao longo da história
Ilustração atual de uma padaria de c. século I d.C., na cidade de Herculano, Itália.
Escola italiana. Preparação de pão de painço, século XIV (14). Ilustração em velino do Tacuinum Santiatis Codex Vindobonensis. Biblioteca Nacional, Viena, Áustria.
Denis Diderot. Padaria e equipamentos de panificação, c. 1770. Xilogravura, parte da Encyclopedie des Sciences et Metiers. Coleção particular.
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Padeiro 1
No século XIX (19), período de industrialização na In-
glaterra, a panificação também sofre as inf luências da
mecanização na produção. De um lado, indústrias pro-
duzindo pães com máquinas, e, do outro, os padeiros (na
França são até hoje considerados artesãos) que julgavam
impossível mecanizar algo que se conhecia pelo tato e
pelo aroma.
Você sabia?
Na França, os padeiros são considerados artesãos do pão. Para
serem assim chamados, eles precisam seguir as normas de produção determinadas pelo governo francês, como só utilizar ingredientes
frescos e nenhum produto congelado.
As máquinas hoje dominam a produção de pães em
grande escala.
A palavra gastronomia foi
utilizada pela primei- ra vez
num tratado sobre os
prazeres, escrito por
Arkhestratus, filósofo
contemporâneo a Aristó-
teles. O tratado levou o
nome de Hedypatheia ou
Gastronomia (gaster [es-
tômago, ventre] + nomo [lei]
+ sufixo ia, que ca- racteriza
a palavra como um substantivo).
Dessa explicação, tem-se
a gastronomia como uma
área que se dedica ao co-
nhecimento das leis do
estômago.
Essa terminologia da An-
tiguidade foi expandida no
século XVIII (18) para a arte de preparar os ali-
mentos de forma a explo- rar os sabores que eles
podem oferecer, além, é
claro, de ser uma termi-
nologia ligada a comer e beber bem.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a
Artes e ofícios: padeiro, c. 1900. Litogravura colorida da série Profissões.
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Atividade 1 O pãO e a h u man i dad e
1. Leia o texto a seguir e assinale as palavras cujo senti-
do não compreendeu.
Uma frase dita por Christophe Wegel em 1698 apon-
tou que a mais importante ocupação era a do padei-
ro. Essa frase pode conter diversas interpretações: a
produção do pão é fundamental para a alimentação
da humanidade; os padeiros exercem uma atividade
nobre, mas não são devidamente reconhecidos pela
sociedade, e outras mais. Essa ocupação que data
de muitos séculos foi iniciada pelos egípcios. O pão
era tão importante na sociedade egípcia que era co-
locado nos sarcófagos dos faraós, pois acreditava-se
que a alma continuaria sendo alimentada.
2. O padeiro é, na atualidade, valorizado como no início
de sua história? Por quê?
A festa de Babette (direção de Gabriel Axel, 1987). Babette é uma refugiada francesa contratada como empregada doméstica por duas senhoras solteiras em um pequeno vilarejo na Dinamarca. A vida no lugar é voltada à religião e aos afazeres cotidianos. Ao receber uma alta quantia em dinheiro, Babette resolve oferecer um farto jantar à moda francesa aos moradores do vilarejo.
Aos poucos, a culinária vai se tornando uma “ciência”
em busca de novas técnicas e vai dando lugar ao que
chamamos de gastronomia.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 14
Padeiro 1
Arte e gastronomia: um retrato da cozinha dos séculos XIX (19) e XX (20)
A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII (18), na Inglaterra, expande-se
para outros países no século XIX (19). Como toda revolução, ela não traz apenas
mudanças no trabalho, mas também na cultura. Em relação à gastronomia não foi
diferente.
Durante o movimento impressionista, pintores registravam a “impressão” que tinham
do momento, de uma paisagem com determinada luz, dos alimentos dispostos à
mesa, e também retratavam elementos gastronômicos.
Atividade 2 a r te e pan i fi c aç ãO
Nesta atividade, vamos verificar como a arte se expressa na pintura e na cozinha.
1. Observe atentamente o quadro do pintor francês Paul Cézanne.
Paul Cézanne. Natureza-morta com pão e ovos, 1865. Óleo sobre tela, 59 cm x 76 cm. Museu de Arte de Cincinnati, Ohio, EUA.
a) Em sua opinião, qual é a mensagem que o autor procura transmitir ao retratar
pães e ovos?
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b) Quais são as cores predominantes nessa pintura? Em sua opinião, por que o ar-
tista prefere essas cores?
c) Como a panificação pode se inspirar nas artes?
Ana Lúcia Mendina. Cajus, mangas e caboclas, 2007. Acrílico sobre tela, 100 cm x 90 cm. Coleção particular.
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Padeiro 1
A arte de cozinhar
A arte de cozinhar está intimamente ligada aos sentidos:
à gustação – também conhecido como paladar –, ao olfa-
to, à visão, ao tato e até mesmo à audição. Aquilo que
chamamos de gosto resulta, na verdade, da soma de uma
série de sensações e informações distintas.
Sentimos os diferentes sabores porque possuímos células
sensíveis, denominadas papilas gustativas, distribuídas
sobretudo na língua, mas também na faringe e no céu
da boca. Essas células são capazes de detectar cinco tipos
básicos de gostos: o doce, o salgado, o amargo, o azedo
e – este último é novidade – o umami. O sabor típico do
glutamato monossódico foi recentemente classificado
por pesquisadores japoneses. Mas, para que um alimen-
to seja saboroso, ele deve conter também algumas partí-
culas voláteis, ou seja, que evaporam facilmente. É assim
que o aroma acaba se espalhando e penetrando em nos-
sas vias olfativas.
Glutamato monossódico: Presente em vários produtos industrializados, é usado há
séculos na Ásia. Mais recen-
temente foi proibido em al-
guns países, como os Esta-
dos Unidos da América.
Isso faz toda a diferença, pois o olfato é o principal
responsável pela sensação que temos ao apreciar um ali-
mento. É por esse motivo que perdemos o apetite quan-
do estamos gripados – o nariz congestionado impede que
o cheiro estimule nosso cérebro e, com isso, a comida
parece insossa. De acordo com a bióloga inglesa Diane
Ackerman (Uma história natural dos sentidos, 2 ed. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996), os cheiros são mesmo
capazes de armazenar memórias e lembranças. Talvez
seja por isso que muitos escritores costumam citá-los em
seus textos: Virgínia Woolf, nos odores da cidade; Mar-
cel Proust, no aroma do chá de lima; Patrick Süskind
chega a criar um assassino-perfumista, que produz per-
fumes usando pele de belas moças como se elas fossem
f lores, e Jorge Amado, com os sabores e cheiros da Bahia.
Para além dessas histórias, a questão é que o olfato pre-
cisa ser levado a sério por quem pretende trabalhar na
área da gastronomia, assim como a gustação, a visão, o
tato e a audição. Quem pode negar a importância da
Existem sociedades, como a dos Ongee, um dos povos indígenas habitantes das Ilhas
Andaman, no Oceano Pací- fico, que vivem em um mun-
do organizado pelo olfato. Entre eles, os cheiros são
considerados a “força vital” do Universo, a base das iden-
tidades individuais. Não sur- preende, portanto, que o
cumprimento dos Ongee, em vez do nosso “Tudo bem?”,
seja “Como vai o seu nariz?”
Fonte: IASSEN, Constance.
The world of senses. Lon- dres: Routledge, 1993.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 17
a
Você sabia? Há uma razão para bus-
carmos um doce ou cho-
colate em situações nas
quais despendemos mui- to esforço físico ou men-
tal, ou pedirmos um café
para ajudar a acordar em um dia sonolento. Alguns
alimentos auxiliam a pro-
dução de substâncias que
agem em nosso organis-
mo. Por exemplo, a endor-
fina é produzida quando comemos doces ou ali-
mentos muito gordurosos. Essa substância é respon-
sável pela sensação de bem-estar que esses ali- mentos proporcionam.
apresentação de um prato? E o papel do contraste entre
as cores dos alimentos? Sem mencionar quanto a consis-
tência, a textura e a temperatura dos alimentos inf luen-
ciam nossa apreciação. Até a audição pode inf luir na hora
da refeição, por mais surpreendente que isso possa pare-
cer. O pão crocante, por exemplo, emite um som que
estimula o paladar de quem está ao lado.
Por tudo isso, cozinhar é uma atividade central na vida
de qualquer sociedade e é algo muito mais complexo do
que se poderia pensar à primeira vista. Exige a combina-
ção de técnica, repertório, criatividade e sensibilidade.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 18
Padeiro 1
u n i d a d e 2
Quem é o padeiro hoje?
Para ter uma boa formação, é essencial saber que profissional
queremos ser e quais são as possibilidades para ingressar no
mercado de trabalho nessa área.
Vamos começar nosso percurso fazendo a seguinte pergunta:
Onde eu estarei trabalhando em cinco meses?
Você se imagina trabalhando como padeiro? Como você se vê?
Onde estará trabalhando?
• Em uma padaria?
• Em bufês?
• Em sua casa, preparando pães caseiros?
• Em uma indústria de pães?
São muitas as possibilidades e, certamente, você deve ter
imaginado outras tantas.
Você sabia?
O que diz o Ministério do Trabalho e Emprego sobre o que faz o padeiro?
A descrição de cada ocupa-
ção da CBo é feita pelos próprios trabalhadores.
Dessa forma, temos a ga-
rantia de que as informa-
ções foram fornecidas por
pessoas que trabalham no
ramo e, portanto, conhe- cem bem a ocupação.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um
documento chamado Classificação Brasileira de Ocupa-
ções, a CBO. Nele existe a descrição de 2 422 ocupações,
indicando as atividades desenvolvidas em cada uma delas,
a escolaridade necessária para exercê-las, o mercado de
trabalho etc.
Você pode conhecer esse
documento na íntegra aces-
sando o site do Ministério
do Trabalho e Emprego no laboratório de informática.
Disponível em: <http://
www.mtecbo.gov.br>. Aces- so
em: 14 maio 2012.
Entre as informações que constam nesse documento, há
um grupo que nos interessa definir neste momento: “Quem
é o padeiro hoje”.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 19
De forma resumida, o documento do Ministério – a CBO – indica o que faz o
padeiro. Agrupamos essas orientações nos seguintes temas:
Fonte: Ministério do Trabalho. Classificação Brasileira de Ocupações – CBO. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov. br>. Acesso em: 14 maio 2012.
Veja o que diz sobre a ocupação um conhecido padeiro francês radicado no Brasil:
Olivier Anquier.
No Brasil existe certo preconceito com algumas ocupações,
incluindo a de padeiro. Você acredita que tenha mudado a visão
das pessoas sobre essa ocupação?
Não acredito que seja eu quem tenha que dizer isso, porque seria até
prepotência da minha parte. Mas eu sei que fiz um trabalho em 1995
que ajudou muito na posição do produto “pão” dentro da realidade
do Brasil. Até então, o pão era um monoproduto, e quando se fala em
monoproduto, se fala em monotonia. Era um complemento alimentar.
Ele ficava no fundo da padaria e o padeiro, que pra mim significa quem
faz e vende pão, utilizava o pão e o fluxo que ele gera pra vender outras
coisas, porque ele não acreditava que o pão podia ser realmente o
negócio dele. O brasileiro naquela época, até o início do Plano Real,
não viajava (a não ser a elite), então não tinha referência. E, não sa-
bendo, vai exigir o quê? Nada. A gente começa a exigir a partir do
momento em que nós temos referência. Eu estava preocupado em
fazer evoluir o mundo dos pães. Talvez, efetivamente, eu tenha ajuda-
do a mudar um pouco esse estereótipo do profissional. O que mudou
bastante depois do meu trabalho foi o comportamento do brasileiro,
a forma de ele se relacionar com o pão.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 20
Formação/qualificação profissional
Atitudes pessoais Atitudes profissionais
• Participar de cursos de atualização.
• Ter Ensino Fundamental completo.
• Ter cursos básicos de qualificação profissional, com duração de 200 a 400 horas.
• Honestidade no preparo dos alimentos.
• Ser asseado.
• Ser ético.
• Ser versátil.
• Discriminar sabores em degustação.
• Diferenciar odores.
• Zelar pelos equipamentos e utensílios.
• Usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
• Saber trabalhar em equipe.
[...]
Padeiro 1
Porque hoje em dia ele vai ao supermercado, à padaria, e procura
outros pães que não sejam necessariamente o pãozinho francês. Ou-
tra coisa muito importante é a cara das padarias, que mudou. Antes
era aquela padaria na qual você não ia. Talvez, quem ia era a pessoa
que trabalhava na sua casa, mas você não ia. Hoje em dia você vai à
padaria com prazer, porque é programa. Então acredito que eu tenha
ajudado, de uma forma determinante, na mudança no mundo das
padarias no Brasil.
RIGHESSO, Bruna. Olivier Anquier: ele não se deixa rotular. In: Capital Gourmet.
Esse profissional está chamando a atenção para um novo aspecto da ocupação: a
diversificação dos pães e o interesse das pessoas em degustar produtos diferentes,
aspecto presente na cultura brasileira e cada vez mais valorizado.
Atividade 1 e stu d O d O m e i O
Apresentamos anteriormente vários lugares onde o padeiro pode exercer suas atividades.
1. A turma será dividida em pequenos grupos, para que cada um deles visite um local
e entreviste profissionais que atuam em diferentes áreas da panificação.
Seguem algumas sugestões para as visitas:
• padaria industrial;
• padaria do bairro;
• padaria de pães artesanais;
• trabalhador autônomo que vende pães em domicílio, em feiras etc.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 21
[...]
2. O que vocês gostariam de perguntar a cada profissional?
Segue aqui um roteiro de entrevista e cada grupo pode acrescentar outras per-
guntas que considerar importantes:
a) Quem é o entrevistado?
b) É homem ou mulher?
c) Quantos anos tem? Qual é a escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a
estudar?
d) Costuma fazer cursos para se especializar?
e) Onde trabalha?
f ) Trabalha em apenas um lugar?
g) Como escolheu essa ocupação?
h) Como aprendeu a ocupação?
i) Quais os pontos positivos e negativos dessa ocupação?
j) Que conselhos ele daria para um padeiro que está começando agora?
Agora é com o grupo: Quais outras perguntas vocês gostariam de fazer a esse
profissional?
3. Ao final, cada participante fará um texto sobre a entrevista.
Antes de começar a escrever, planeje seu texto. A seguir, relacionamos algumas
questões que podem ajudá-lo:
a) Qual é a ideia principal que quero transmitir com meu texto?
b) Como organizo as ideias de forma a explicar aquilo que o profissional nos contou?
c) Quais foram os argumentos que ele usou para nos relatar o que faz?
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Padeiro 1
d) Quais foram as conclusões a que cheguei depois dessa entrevista?
4. Organizem uma apresentação para a turma relatando as características do tra-
balho nesse segmento do ramo de panificação.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 23
Identificando-se com uma área
Para ajudá-lo a se identificar com alguma área de atuação da panificação, vamos
fazer um balanço do que você sabe fazer bem e de outras coisas que precisa aperfei -
çoar para ser um bom profissional.
Muitas vezes, sabemos fazer bem alguma coisa porque gostamos. Você já parou para
pensar que nem sempre imaginamos que isso poderia ser transformado em trabalho?
A CBO identifica que o padeiro tem várias atribuições e que, dependendo do local
de trabalho, poderá ocorrer uma divisão de tarefas. Vamos ver a relação das funções
elencadas pela CBO.
• Organizar a área de trabalho.
• Bater massas.
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• Modelar massas.
• Decorar pães.
• Modelar salgados.
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• Temperar recheios.
Atividade 2 cOzi n ha e tr abalh O
Você já percebeu que alguém precisa cozinhar para outros trabalharem? Pois bem,
este é o tema desta atividade.
1. Organizados em grupo de cinco pessoas, leiam a letra da música a seguir, com-
posta por João Bosco e Aldir Blanc, e, se possível, ouçam-na pela internet no
laboratório de informática.
O rancho da goiabada
João Bosco e Aldir Blanc
Os boias-frias quando tomam umas birita
Espantando a tristeza
Sonham com bife a cavalo, batata frita
E a sobremesa
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Padeiro 1
É goiabada cascão com muito queijo
Depois café, cigarro e um beijo
De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar
O rádio de pilha, o fogão jacaré, a marmita, o domingo
Onde tantos iguais se reúnem contando mentiras
Pra poder suportar
Ai, são pais de santo, paus de arara, são passistas
São flagelados, são pingentes, balconistas
Palhaços, marcianos, canibais, lírios, pirados
Dançando, dormindo de olhos abertos à sombra da alegoria
Dos faraós embalsamados
Universal Music
Publishing Group
2. Quem são os trabalhadores retratados na letra? Como é a refeição? A música
apresenta uma comida “leve” ou “pesada”? Por quê?
3. Qual é a sobremesa da refeição? É uma sobremesa típica do Brasil? Procurem na
internet para saber sua origem.
4. Organizem uma apresentação sobre a ref lexão do grupo a respeito da música:
uma peça de teatro, uma apresentação musical ou um cartaz.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 27
Amar
No bar
Atividade 3 recO n h ece n d O m e us cO n h eci m e ntOs
Você sabia?
Reconhecer os conhecimentos que acumulamos ao lon-
go da vida é um passo importante tanto para elaborar
um currículo quanto para a busca de um novo emprego.
Para isso, organizamos esse processo de reconhecimento
em algumas etapas.
auguste rodin (1840- -1917) fazia esculturas quando criança com a massa do pão que a mãe preparava.
Etapa 1
Vamos começar pensando sobre quem somos?
O escultor francês é con-
siderado um gênio das
artes e célebre por obras
como O pensador, Porta do inferno, entre outras.
Auguste Rodin, O pensador, 1904. Estátua em bronze, 200,7 cm x 130,2 cm x 140,3 cm. Instituto de Arte de Detroit, EUA.
Essa escultura em bronze é muito famosa. Repare como
ela foi esculpida, como os músculos aparecem. O homem
está relaxado ou tenso? Pare e ref lita: O que essa obra de
arte lhe transmite? Qual é o sentimento que ela lhe passa?
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Padeiro 1
Agora, você é “o pensador”.
Aqui vai um roteiro de perguntas que o ajudará a ordenar suas ideias sobre você mesmo:
• Quem sou eu?
• Como eu acho que sou? Como eu me vejo?
• Quais são as minhas principais qualidades?
• O que dizem as pessoas quando me elogiam?
• O que eu faço que todos gostam?
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A balança da vida
É hora de trocar ideias com alguns colegas.
Etapa 2
Cada um se apresenta aos demais, contando as suas respostas ao roteiro já mencio-
nado.
Reconheçam que todos nós temos qualidades e defeitos! Na balança da vida, certa-
mente, encontrarão muitos deles. O respeito mútuo nesse momento é muito impor-
tante.
Conte ao grupo quem você é e ouça quem são eles. Fique atento às histórias dos
colegas: conhecer o que as pessoas pensam nos ajuda bastante a entender melhor
quem somos.
Etapa 3
Um dos grandes poetas brasileiros, que retratou problemas sociais e o sentido da
vida, Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira (1902-1987), escreveu
no poema “Sentimento do mundo”:
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Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Carlos Drummond de Andrade. Autorretrato em caricatura.
Padeiro 1
O exercício agora é vasculhar as próprias memórias. Só que, desta vez, será preciso
relacioná-las com aspectos da ocupação que você começa a aprender.
Por exemplo: eu gostava de ajudar a sovar a massa do pão quando era criança. Este
é um bom exemplo de uma característica importante para ser padeiro: perceber a
transformação da massa ao toque das mãos.
Lembranças
Liste lembranças, como o exemplo já mencionado, que indicam características
importantes para o trabalho de padeiro.
Em que ano aconteceu cada um dos fatos relacionados?
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 31
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de Janeiro:
Record. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.
www.carlosdrummond.com.br
Vá lembrando e preenchendo este quadro. Veja o exemplo na primeira linha.
Agora que você se lembrou de diversos fatos de sua vida, indique suas experiências
profissionais relacionadas à panificação ou à área de gastronomia: pode ser como
passatempo, cursos que já tenha feito, coisas que gosta de fazer (mesmo que não
ganhe dinheiro ou cobre por elas), algo que faça bem ou que as pessoas acham que
você faz bem...
Veja, novamente, um exemplo na primeira linha do quadro.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 32
Ano Fato importante
1970 Eu ajudava minha avó a preparar o pão de minuto.
Padeiro 1
Minhas experiências de vida na área da panificação ou da gastronomia
Ao preencher esses quadros, você foi percebendo que já fez muita coisa na vida e
que também sabe fazer bem outras tantas.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 33
Experiência O que precisei fazer?
O que foi fácil nessa experiência?
O que foi difícil nessa experiência?
Preparei um café da manhã especial.
Planejar as compras e o tempo gasto.
Modelar os pães. Dar ponto à massa.
Etapa 4
Depois desse balanço, vamos aprofundar a discussão sobre o que é preciso saber
para ser padeiro.
Atividade 4 ativi dad es d e u m pad e i rO
1. Em grupo de cinco pessoas, discutam o que vocês acham que um padeiro deve
saber fazer. Procurem organizar as ideias de forma a completar as seguintes
frases:
a) Um padeiro profissional deve saber...
b) Um padeiro profissional precisa usar...
c) Um padeiro profissional necessita cuidar...
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 34
Padeiro 1
d) Esta é com vocês: um padeiro profissional deve...
2. Agora, insira na tabela aquilo que vocês discutiram sobre o que o padeiro deve
saber e marque o que você sabe fazer bem, o que sabe fazer mais ou menos ou o
que ainda não sabe fazer. Vá marcando um “X” na coluna. Siga o exemplo da
primeira linha.
Bem, agora você já tomou conhecimento de quem é, do que sabe fazer para buscar
uma vaga nessa ocupação e, principalmente, o que precisa aprender para ser um
bom profissional!
Ainda vamos voltar a esse assunto.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 35
Itens discutidos Faço bem Faço mais ou menos
Não sei fazer
Preparar massas X
Atividade 5 lu gar d e m u lh e r é na cOzi n ha?
1. Em grupo de cinco pessoas, leiam o texto a seguir:
Mulheres na cozinha
Era uma vez um mundo onde as mulheres eram cozinheiras, mas não
tinham o direito de se tornarem chefs.
O papel de destaque numa cozinha cabia, historicamente, ao homem.
Tal como outras profissões, que eram supostamente destinadas ape-
nas ao sexo masculino, num passado não tão distante.
As razões argumentadas para a não inclusão da mulher numa cozinha
profissional eram várias: a mulher não tinha a aptidão física requerida
para a atividade de chef ; alguém tinha de cuidar da casa e da educa-
ção dos filhos; o grau de sensibilidade gustativa dos homens era mais
apurado do que o das mulheres e as mesmas não tinham a habilida-
de para gerenciar grandes cozinhas com uma infinidade de sous-
-chefs e ajudantes. Esses argumentos foram largamente utilizados
por cozinheiros famosos por anos e anos até décadas atrás. O repu-
tado chef francês, Paul Bocuse, além de ser reconhecido pela excelên-
cia de sua comida e criações culinárias, era também conhecido pelas
opiniões negativas sobre a entrada da mulher nesse ramo profissional.
Na França, num universo gastronômico dominado completamente
pelos homens, algumas mulheres conseguiram se sobressair e deixar
um registro para a posteridade. Elas, no entanto, não eram chamadas
de chefs, mas de mães (mère, em francês). Geralmente, eram esposas
de hoteleiros ou donos de pequenos restaurantes e conheciam a arte
de cozinhar desde o nascimento, transmitida pelas mães que faziam
como as avós.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 36
Padeiro 1
A felicidade proporcionada por elas com a calorosa cozinha oferecida
as transformava em rainhas nos corações dos felizardos hóspedes. A
herança que essas mulheres deixaram tem inspirado os grandes chefs
cozinheiros da atualidade.
Uma das mais famosas é a “Mère Poulard”, do Monte Saint Michel.
No final dos anos 1800, ela se tornou conhecida por acolher os via-
jantes com uma omelete cuja receita acabou virando lenda. Para uns,
a fama era devida à qualidade dos ovos e da manteiga utilizada, para
outros era por conta da adição de crème e, segundo o conselho da
própria, “nada como o calor da lenha queimada”. Até hoje, indo ao
Monte, pode pedir a famosa omelete em qualquer restaurante, pois
todos garantem ter a receita original.
Muitas das criações gastronômicas francesas são devidas a outras
mães admiráveis, como a “Mère Brazier”, “Mère Fillioux” e “Mère
Léa”, todas da cidade de Lyon. Outra bastante conhecida é a “Mère
Blanc”, de Vonnas.
Nós também temos as nossas mães e avós inspiradoras. São mulhe-
res anônimas que nos transmitiram receitas especiais e únicas da
cozinha brasileira. Conhecimento que foi passado de geração para
geração conservando-se o paladar original.
A popularidade da mulher na cozinha se deu também na sala ao
lado: mulheres escritoras que se dedicaram a catalogar, testar e criar
novas receitas, publicando-as e ajudando na nossa familiarização
com a arte culinária.
Nos Estados Unidos, a mais destacada é Julia Child. Americana da
Califórnia, ela foi morar em Paris, nos anos 1950, acompanhando
o marido que era empregado da embaixada. Lá, estudou na esco-
la Le Cordon Bleu e trouxe todos os fundamentos da gastronomia
francesa para os Estados Unidos. Publicou livros, teve programas
em televisão e, até hoje, é considerada uma referência quando se
fala na cozinha americana.
No Brasil, temos várias e várias mulheres que contribuíram para a
nossa formação culinária. Sei que cometo injustiças pela omissão, mas
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 37
E o retrato é
nomes como Helena Sangirardi, Maria Stella Libânio Christo, Ofélia
e tantas outras, me levaram a viajar no mundo sensorial dos aromas
e sabores da cozinha. Foram elas que abriram caminho para as mu-
lheres que hoje fazem maravilhas como chefs no Brasil.
Foi-se o tempo em que os homens costumavam dizer: “minha mãe
é a cozinheira, mas eu sou o chef ”. Nós chegamos lá com direito
adquirido!
BRAYNER, Cristina. Mulheres na cozinha. Disponível em: <http://cybercook.terra.
com.br/culinaria-mulheres-na-cozinha.html?codmat=274>. Acesso em: 14 maio 2012.
2. Na opinião do grupo: Ser padeiro é uma ocupação masculina ou feminina?
3. No laboratório de informática, busquem informações sobre a ocupação.
4. Registrem no caderno as conclusões do grupo sobre quem é o padeiro de hoje e
apresentem as ideias aos demais colegas.
Inspirem-se na música “Padeira”, de Vivian Amarante.
Pa dá, pa dá, Padeira Barraco, povo de
Pa dá, pa dá, Padeira [raça
Padeira que faz o pão para banguela
[essa massa Padeira
Que come fumaça de carro Padeira
[e cigarro Cuidado que
[come
Ladeira que desce o morro revolução
Pede socorro e toma esporro cuidado com esse
[quadrado
Chamado televisão
Pa dá, pa dá, Padeira Alimente a
Pa dá, pa dá, Padeira Plante semente
Padeira que cedo madruga E coma Padeira
Sem condição, pega a Padeira
[condução Padeira
E amassa o pão para a
[burguesia
Madeira constrói casa “Padeira”, CD Construindo
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 38
Vicia
[da Poli
E cria
favela,
Pa dá, pa dá,
Pa dá, pa dá,
a massa te
Greve de fome,
Tome
mente
pão de
Pa dá, pa dá,
Pa dá, pa dá,
Padeiro 1
u n i d a d e 3
O material do padeiro
Quais serão os segredos dos padeiros?
Certamente, muitos! Você também vai colecionar os segredos
que descobrirá em sua carreira.
É provável que a cozinha não seja um ambiente estranho a você.
Existe a cozinha da sua casa, a dos vizinhos e parentes, entre
muitas outras.
Atividade 1 recO n h ece n d O a áre a d e tr abalh O
1. Liste a seguir todos os materiais que você lembra que fazem
parte de uma cozinha e qual a utilidade de cada um deles.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 39
Material Utilidade
Provavelmente, você deve ter elaborado uma lista extensa de utensílios. Agora, é
preciso conhecer os detalhes dos principais equipamentos e materiais requisitados
para o ramo da panificação.
• Assadeiras – usadas para assar e organizar as produções.
• Balança de precisão – usada para medir a quantidade dos produtos de uma receita.
• Batedor de arame ou fouet – utilizado para misturar, homogeneizar e bater.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 40
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Padeiro 1
• Chinois – usado para coar e filtrar líquidos.
• Bowl – tigela que serve para bater, misturar, guardar e armazenar alimentos,
entre outras utilidades.
• Conjunto de carretilha (bicicleta) – usado para cortar massas.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 41
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• Colher de polietileno, policarbonato ou silicone.
• Descascador de legumes.
• Espátula de silicone (pão-duro).
• Faca de chef – é a mais versátil e a mais utilizada na cozinha, serve
para picar e fatiar.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 42
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Padeiro 1
• Faca serrilhada – usada para fatiar e abrir pães e bolos.
• Papel-filme.
• Lâmina apropriada para panificação – fundamental para fazer o corte na parte
superior do pão francês.
• Medidores – xícaras e colheres.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 43
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• Peneiras.
• Papel-manteiga – utilizado para forrar assadeiras no momento de assar os pães.
• Tapete de silicone – tem a mesma função do papel-manteiga.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 44
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Padeiro 1
• Raspador de massa (metálico e de plástico) – tem a função de dividir
a massa e raspá-la.
• Rolo (de polietileno, policarbonato ou silicone) – usado para abrir massas.
• Sacos de confeitar descartáveis.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 45
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• Pincéis com cerdas de silicone – usados para pincelar os produtos com algum líquido.
• Termômetro – usado para medir a temperatura das preparações.
• Tesoura de cozinha – além de cortar embalagem, auxilia no corte de determi-
nados alimentos.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 46
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Padeiro 1
Pães e massas têm formatos e maneiras distintos de serem produzidos. O pão de
fôrma é assado em uma fôrma específica, assim como há fôrmas especiais para a
produção de muffin (fala-se “mãfim”), diferentes ainda das fôrmas para roscas e
panetones. Já o pão francês e o croissant (fala-se “croassã”) não necessitam de fôrma.
Além dos utensílios básicos, é importante ter em mente que será utilizada, ao longo
das aulas, uma série de equipamentos essenciais no ramo da panificação. Os prin-
cipais são: batedeira, forno, assadeiras e geladeira.
Atividade 2 pãO é pO esia
1. Leia o poema a seguir, de autoria de Thiago de Mello.
O pão de cada dia
Que o pão encontre na boca
O abraço de uma canção
construída no trabalho
Não a fome fatigada
de um suor que corre em vão
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 47
Nome Pronúncia
fouet fuê
bowl bôl
chinois chinuá
Que o pão do dia não chegue
sabendo a resto de luta
e a troféu de humilhação
Que o pão seja como flor
festivamente colhida
por quem deu ajuda ao chão
Thiago de Mello (1926- ),
poeta amazonense, famoso
por seus escritos que denun-
ciam as desigualdades so-
ciais, foi preso durante a ditadura militar no Brasil,
sendo obrigado a se exilar no Chile, na Argentina e em outros países.
Mais do que flor, seja o fruto
nascendo límpido e simples
sempre ao alcance da mão
Da minha e da tua mão
MELLO, Thiago de. Faz escuro, mas
eu canto. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1999.
2. Escreva suas impressões sobre a importância do pão para a humanidade, elabo-
rando um pequeno texto sobre esse tema.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 48
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Padeiro 1
u n i d a d e 4
Boas práticas de higiene com os alimentos
Você sabia? Existe um órgão público para fiscalizar e normati- zar esses aspectos.
O alimento é o principal assunto nessa nova ocupação que
você está aprendendo. Como ele é um dos principais promo-
tores de saúde, devemos aprender a melhor maneira de pro-
duzi-lo e servi-lo, pois, do contrário, poderá causar doenças.
A Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária (Anvisa) é
vinculada ao Ministério da
Saúde. Ela atua tam- bém
na área de alimentos:
coordena, supervisiona e
controla as atividades de
registro, informações e
inspeção, controle de ris-
cos e estabelecimento de
normas e padrões. O ob-
jetivo é garantir as ações
de vigilância sanitária de
alimentos, bebidas, águas
envasadas, seus insumos,
embalagens, aditivos ali-
mentares e coadjuvantes
de tecnologia, limites de
contaminantes e resíduos
de medicamentos veteri- nários. Essa atuação é
compartilhada com outros
ministérios, como o da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, e com os Estados e municípios que
integram o Sistema Na-
cional de Vigilância Sani-
tária. Saiba mais sobre
esse órgão, que é muito
importante para os que
trabalham com alimentos, acessando o site. Fonte: Anvisa. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/ por tal /anvisa/anvisa/home/ali mentos>. Acesso em: 14 maio 2012.
Preparar um alimento seguro para o consumo humano
significa, obrigatoriamente, adotar cuidados higiênico-
-sanitários em todas as etapas da produção alimentar, isto
é, desde a compra dos ingredientes até o produto final
que chega ao consumidor.
Os estabelecimentos do ramo alimentício (padarias, bares,
restaurantes, cafés etc.) devem, por determinação legal, pro-
duzir um documento que descreve o trabalho nele executa-
do, a seleção dos ingredientes, as formas de manuseio dos
produtos e a forma correta de fazê-lo. É o chamado Manu-
al de Boas Práticas. Nele, devem ser registradas informações
gerais sobre a limpeza, a água utilizada, os procedimentos
de higiene e o controle de saúde dos funcionários, como eles
são capacitados, a destinação do lixo e, por fim, como ga-
rantir a preparação de produtos seguros e saudáveis.
A Anvisa disponibiliza material e cartilhas que informam
sobre os Procedimentos Operacionais Padronizados
(POP), ou seja, documentos que descrevem como se
deve proceder para cada operação em uma cozinha. Os
POP contêm todas as etapas de cada ação, bem como
os materiais empregados e o responsável por executá-las.
Além disso, os POP devem ficar disponíveis para que
todos os funcionários da cozinha possam consultá-los a
qualquer momento durante o trabalho.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 49
Parece uma etapa burocrática, mas ela é de extrema importância na garantia dos
padrões de higiene na cozinha.
Veja os procedimentos indicados pela Anvisa:
1. limpeza das instalações, equipamentos e móveis;
2. controle de vetores e pragas;
3. limpeza do reservatório de água;
4. higiene e saúde dos manipuladores de alimentos.
Os procedimentos que devem ser adotados e estão presentes no Manual de Boas
Práticas e nos POP, que têm o objetivo de assegurar as condições higiênico- -
sanitárias do alimento preparado, foram aprovados pela Resolução-RDC n
216, de 15 de setembro de 2004, da Anvisa. Essa Resolução estabelece as Boas
Práticas para Serviços de Alimentação:
(Art. 2 ) Essa legislação federal pode ser complementada pelos órgãos de vigilân-
cia sanitária distrital, municipais e estaduais, visando abranger requisitos inerentes
às realidades locais e promover a melhoria das condições higiênico-sanitárias dos
serviços de alimentação.
Fonte: Resolução-RDC n° 216, de 15 de setembro de 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html>. Acesso em: 24 maio 2012.
Tais medidas são essenciais para que não haja risco de contaminação dos alimentos,
pois qualquer problema na cozinha pode causar risco de vida aos trabalhadores e
aos consumidores.
Como os alimentos são contaminados?
O descuido com os recursos naturais pode trazer danos à humanidade. A água, por
exemplo, pode sofrer vários tipos de contaminação: pelos esgotos e lixo domésticos,
pelos poluentes industriais, por fertilizantes e inseticidas etc. Com os alimentos,
isso também pode acontecer.
Qualquer elemento diferente do alimento é sinal de contaminação, podendo ser
física, química ou biológica.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 50
o
[...]
o
[...]
Padeiro 1
Alguma vez você já encontrou fios de cabelo em sua comida? Esse é um exemplo
de contaminação física.
Já a contaminação química difere da física por não ser facilmente visível. Sabemos
que um alimento sofreu contaminação química quando nele há presença de algum
tipo de produto químico, seja ele de limpeza ou tóxico. Mas também é possível
encontrar alguma alteração química por exposição à luz ou ao Sol.
E, por fim, quando o alimento contém seres vivos, como microrganismos e parasi-
tas, chamamos de contaminação biológica. Normalmente, todas essas contamina-
ções ocorrem no momento do preparo e da manipulação dos alimentos. Portanto,
podem e devem ser evitadas.
O que são microrganismos?
Segundo a Anvisa, os microrganismos são seres vivos minúsculos que só podem ser
vistos com uso de equipamentos com potentes lentes de aumento, os microscópios.
São também conhecidos como micróbios. Eles podem ser de duas naturezas: dese-
jáveis ou indesejáveis.
Você já ouviu dizer que para o preparo do iogurte, por exemplo, é necessário adi-
cionar uma cultura de bactérias? Parece estranho, mas esse é um tipo de micror-
ganismo desejável, como aqueles utilizados na produção de queijos, cervejas, vinhos,
pães, entre outros.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 51
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Os microrganismos indesejáveis que
se desenvolvem no alimento causam
sua deterioração e podem provocar do-
enças. Por exemplo, você talvez já tenha
jogado fora algum alimento porque ele
ficou muito tempo fora da geladeira e
azedou ou ficou com uma cor diferen-
te da habitual. Esse é um caso típico de
microrganismo que altera o aspecto
físico do alimento. No entanto, a maio-
ria dos microrganismos que causam
doenças não provoca esse tipo de alte-
ração no alimento.
Conheça alguns tipos de microrganismos
A maioria das doenças transmitidas por alimentos é causada por um tipo de mi-
crorganismo chamado bactéria. Existem ainda outros tipos de microrganismos:
fungos, vírus e protozoários.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 52
Tipo Onde? O que fazer?
Salmonella
Encontrada em vários alimentos crus, como carne de frango, de porco e ovos (na casca).
Limpar a casca do ovo com vinagre; não consumir frango ou outras aves malcozidos. O ovo não deve ser consumido cru.
Listeria monocytogenes Leite e derivados, peixe ou carne crua e legumes.
Lavar bem os legumes; consumir e utilizar os produtos refrigerados no prazo de validade.
Toxoplasma gondii
Protozoário que vive no aparelho digestório de gatos e pode contaminar os alimentos ou as pessoas. Gatos e cozinha não combinam.
Não ter gatos próximos à cozinha. Proteger as janelas com telas e manter as portas fechadas. Caso os vizinhos tenham gatos, comunicar a vigilância sanitária da cidade para a verificação da saúde dos animais.
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Padeiro 1
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1. Em dupla e no laboratório de informática, pesquisem sobre a importância da
temperatura na conservação dos alimentos.
2. Observe o desenho a seguir.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. p. 11. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/ cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
3. Escreva no caderno um texto falando sobre a importância da temperatura para
o controle dos microrganismos nos alimentos.
Os microrganismos se multiplicam mais facilmente nos alimentos que contêm níveis
elevados de umidade. Para evitar essa proliferação, é necessário que os alimentos
sejam conservados em temperaturas adequadas e em locais secos. Estes são os cha-
mados alimentos perecíveis, ou seja, passíveis de estragar se estiverem em condições
inadequadas de armazenamento.
Os alimentos não perecíveis são secos e, dessa forma, não têm umidade suficiente
para a proliferação dos microrganismos. Isso permite que sejam conservados à
temperatura ambiente.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 53
100 0
Zona de Perigo
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Atividade 2 i d e nti fi c an d O ali m e ntOs pe recíve is e nãO pe recíve is
Agora que você já conhece a definição de perecível, vamos classificar os alimentos
a seguir em perecíveis e não perecíveis.
Vamos conhecer, em seguida, as medidas denominadas Boas Práticas para Serviços
de Alimentação, editadas pela Anvisa. Elas são necessárias para evitar, eliminar ou
reduzir a níveis aceitáveis as contaminações biológicas, físicas e químicas.
O local de trabalho
A limpeza e a organização do local de trabalho são as duas palavras de ordem na
cozinha. Para isso, a infraestrutura da área, ou seja, sua estrutura física, deve ser
adequada para a manipulação e o preparo de alimentos.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 54
Alimento Perecível Não perecível
Biscoito
Chocolate em barra
Farinha
Iogurte
Leite
Queijo
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Padeiro 1
• O piso, a parede e o teto devem ser conservados e não podem ter rachaduras,
goteiras, infiltrações, mofo e descascamentos, porque em uma rachadura, por
exemplo, podem se abrigar insetos e fungos sem que percebamos.
• As janelas devem ter telas para impedir a entrada e o abrigo de insetos e outros
animais.
• Todos os objetos sem utilidade para o trabalho na cozinha devem ser retirados
do local. Eles atrapalham a circulação de pessoas e o manuseio dos equipamentos,
e podem concentrar poeira e micróbios.
• A rede de esgoto ou fossa séptica devem ser sempre instaladas fora da área de
preparo e de armazenamento dos alimentos, da mesma forma que as caixas de
gordura do sistema de esgoto.
• Os produtos de limpeza devem ser regularizados e conter no rótulo o número de
registro no Ministério da Saúde ou a frase: “Produto notificado na Anvisa/MS”,
e devem ser obrigatoriamente guardados separados dos alimentos. Os banheiros
e vestiários não devem se comunicar diretamente com as áreas de preparo e de
armazenamento dos alimentos, e devem estar sempre limpos.
• A limpeza deve ser feita sempre que necessário e ao final das atividades de trabalho.
Ela é importante para prevenir e impedir a aparição de baratas, ratos e outras pragas.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 14-15. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Atividade 3 visita a u ma padaria
Você e seus colegas visitarão uma padaria. Cada grupo escolherá um tipo: padaria
de restaurante, de hotel, especializada em pães integrais, por exemplo. Com o au-
xílio do monitor, solicitem uma carta de apresentação e ajuda para obter a autori-
zação para a visita.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 55
1. Na visita, vocês assumirão o papel de observadores das condições de higiene do
local. Fiquem atentos aos itens relacionados anteriormente.
2. Se possível, entrevistem o responsável pela cozinha ou o padeiro sobre a manu-
tenção do local de trabalho, as formas de limpeza da cozinha, o responsável pela
limpeza etc.
3. Cada grupo organizará as observações e informações que coletou durante a vi-
sita, apresentará aos colegas e todos trocarão impressões.
Use apenas água tratada ou de sistema alternativo, como poços artesianos, cavados
com mais de 40 metros de profundidade. A água desse tipo de poço apresenta
menor risco de contaminação por bactérias. Para o preparo de alimentos e do gelo
só deve ser usada água potável.
Deve ser retirado com frequência da área de preparo de alimentos em sacos bem
fechados. Após o manuseio do lixo, lave bem as mãos com sabão.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 18-20. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/ alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 56
Água
Lixo
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Padeiro 1
O manipulador de alimentos
Você será um manipulador de alimentos, pois vai lavá-los, descascá-los, cortá-los,
ralá-los, assá-los, ou seja, você preparará os alimentos. Para isso, alguns cuidados
básicos devem ser tomados:
• estar sempre limpo;
• usar cabelos presos e com toucas apropriadas;
• usar uniforme apenas no ambiente de preparo dos alimentos e trocá-lo diariamente;
• retirar brincos, pulseiras, anéis, colares, relógio e maquiagem;
• lavar bem as mãos antes de manipular os alimentos e após usar o banheiro;
• manter as unhas curtas e sem esmalte;
• não fumar, comer, tossir, espirrar, falar demais ou mexer em dinheiro durante a
preparação dos alimentos;
• se estiver doente ou com cortes e feridas em qualquer parte do corpo, especial-
mente nas mãos, não manipular alimentos;
• fazer exames periódicos de saúde.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 22. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/ alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Atividade 4 re fleti n d O sO b re a s bOa s pr áti c a s
1. Em grupo de cinco pessoas, analisem as recomendações da Anvisa e discutam:
a) Quais procedimentos normalmente são utilizados na cozinha de suas casas?
b) Quais procedimentos devem ser alterados? Por quê?
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 57
2. Exponham para a classe as conclusões a que chegaram.
O ato de lavar as mãos parece ser um procedimento
simples, mas na cozinha são necessários alguns cuidados
especiais, já que esse pode ser um dos meios mais eficien-
tes de evitar transmissão de bactérias.
Vamos ver o passo a passo.
Lavar as mãos é o procedimento mais importante nas práticas de higiene na cozinha!
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. p. 26. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/carti lha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
1. Utilize a água corrente para molhar as mãos.
2. Esfregue a palma e o dorso das mãos com sabonete,
inclusive as unhas e os espaços entre os dedos, por
aproximadamente 15 segundos.
3. Enxágue bem com água corrente, retirando todo o
sabonete.
4. Seque as mãos com papel-toalha ou outro sistema de
secagem eficiente.
5. Esfregue as mãos com um pouco de produto antisséptico.
Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução- -RDC nº 216/2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 25. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_ gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 58
ANTIS-
SÉPTICO
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Padeiro 1
Ao lavar as mãos, fique atento a alguns cuidados:
• esfregar todas as regiões (veja a ilustração acima com as áreas normalmente esquecidas);
• secar bem após a lavagem, usando papel toalha ou outro sistema de secagem eficiente;
• a pia para lavar as mãos não deve ser a mesma para a lavagem dos vasilhames.
Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 24 e 27. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/ public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Cuidados com o armazenamento de alimentos
Primeiramente, e de imediato, devem-se guardar os produtos congelados e refrigerados
e, em seguida, armazenam-se os produtos não perecíveis, já que nestes últimos, como
vimos, é mais difícil a proliferação de microrganismos. Os locais de armazenamento
devem ser limpos, organizados, ventilados e protegidos de insetos e outros animais.
Não compre e, principalmente, não utilize produtos cujas embalagens apresentem
algum tipo de alteração, estando amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, com
furos ou vazamentos, rasgadas, abertas ou com outro tipo de defeito.
Antes de abrir as embalagens é necessário limpá-las.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a
Áreas frequentemente esquecidas durante a lavagem das mãos
Áreas pouco esquecidas durante a lavagem das mãos
Áreas não esquecidas durante a lavagem das mãos
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. p. 28. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
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Hud
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Após a abertura da embalagem, os ingredientes que não
forem utilizados em sua totalidade devem ser armazena-
dos em recipientes limpos e identificados com:
• nome do produto;
• data da retirada da embalagem original;
Produtos com prazo de validade vencido não devem ser utilizados.
• prazo de validade após a abertura.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolu- ção-RDC nº 216/2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 30. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/
cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Preparação dos alimentos com higiene
Um dos primeiros cuidados é não deixar que alimentos crus
entrem em contato com alimentos cozidos. É importante
que os utensílios usados no preparo de alimentos crus sejam
lavados antes de serem utilizados em alimentos cozidos.
Os alimentos congelados e refrigerados não devem perma-
necer fora do freezer ou da geladeira por tempo prolongado.
Os alimentos cozidos precisam atingir altas temperaturas,
de forma que todas as partes do alimento atinjam no
mínimo 70 C. Em geral, a mudança na cor e na textu-
ra da parte interna do alimento indica que este passou
por um cozimento completo.
Alterações no cheiro, no sabor e na cor, durante a utilização
dos óleos e gorduras, com formação de espuma e fumaça,
indicam que eles devem ser trocados imediatamente.
No caso de alimentos preparados, é recomendável
armazená-los na geladeira ou no freezer, com identifi-
cação semelhante à de alimentos abertos e não utiliza-
dos totalmente:
• nome do produto;
• data de preparo;
• prazo de validade.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 60
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Padeiro 1
Os alimentos nunca devem ser descongelados à temperatura ambiente. Para tanto,
há duas opções: o forno de micro-ondas, se o preparo for imediato, ou deixar o
alimento na geladeira até descongelar.
Fonte: Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 34. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/ alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Frutas, legumes e hortaliças
Alimentos como frutas, legumes e hortaliças devem ser higienizados, tendo em
vista que podem ser consumidos crus. Lembre-se de que a correta higienização
elimina os microrganismos patogênicos e os parasitas.
Para a higienização de hortaliças, frutas e legumes:
1. selecione, retirando as folhas, partes e unidades deterioradas;
2. lave em água corrente – conforme recomendação anterior – vegetais folhosos
(alface, escarola, rúcula, agrião etc.) folha a folha, e frutas e legumes um a um;
3. coloque de molho por 10 minutos em água clorada, utilizando produto adequa-
do para esse fim (ler o rótulo da embalagem), na diluição de 1 colher de sopa
para 1 litro de água;
4. enxágue em água corrente vegetais folhosos folha a folha, e frutas e legumes um a um;
5. faça o corte dos alimentos para a montagem dos pratos com mãos e utensílios
bem lavados;
6. mantenha sob refrigeração até a hora de servir.
Fonte: BRASIL. CGPAN/SAS/Ministério da Saúde 2008. Guia Alimentar para a População Brasileira: promovendo a alimentação saudável, 2005. Apud Cartilha sobre boas práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 35. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 24 maio 2012.
Mais cuidados
Não é demais lembrar que tudo o que envolve o preparo de alimentos deve estar
sempre muito limpo. Não apenas o local de preparo dos pães, mas também o lugar
em que serão dispostos.
Todos os equipamentos precisam ser limpos e organizados, estar em bom estado de
conservação e de funcionamento.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 61
Para ser padeiro, não basta dominar o preparo de receitas. É preciso conhecer um
conjunto de situações. Por exemplo: como profissional, você deverá organizar o
tempo de preparo dos pães e o momento em que eles serão servidos e/ou expostos
para a venda. Esse intervalo terá de ser o menor possível, para que não haja riscos
de nenhum tipo de contaminação e mesmo de alteração da consistência de um
recheio, por exemplo.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 62
Padeiro 1
U n i d a d e 5
Conhecendo melhor a padaria
A cozinha profissional é organizada de maneira a otimizar o
trabalho realizado dentro dela. Assim, o trabalho nesse ramo
prevê uma divisão de tarefas. Cada um desempenha uma par-
te do processo, de modo semelhante a uma linha de montagem
na indústria. Dessa forma, o alimento pode ser preparado e
chegar a seu destino final: a mesa.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 63
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Essa divisão do trabalho se baseia nas funções que cada um desempenha e também na
formação e na especialização de cada um.
Considerando que a maior parte das padarias existentes não é de grande porte,
privilegiaremos neste estudo as informações sobre todas as etapas, para que você
tenha uma visão do conjunto do trabalho do padeiro. Ao mesmo tempo, elas lhe
permitirão buscar emprego tanto como ajudante de padeiro quanto de padeiro.
Atividade 1 O s chapé us na cOzi n ha
1. Leia com atenção o texto a seguir e assinale as palavras cujo sentido não com-
preendeu. Em seguida, consulte o dicionário.
O chapéu branco do chefe de cozinha
Alto e elegante, o toque blanche – o chapéu em formato de cogu-
melo que os chefs usam para trabalhar – nasceu do entrelaçamen-
to entre cozinha e cultura. Teria origem na derrocada do Império
Bizantino, ocorrida em 1453, quando a capital Constantinopla foi
tomada pelos turcos. Fugindo da perseguição dos invasores, os
sábios se esconderam nos mosteiros católicos ortodoxos. Como
disfarce, colocaram o chapéu preto dos religiosos. Artistas, literatos
e juízes fizeram o mesmo. Gostaram tanto da camuflagem que,
quando a perseguição abrandou, conservaram o chapéu. No en-
tanto, a fim de se distinguirem dos religiosos, mudaram sua cor.
Assim teria nascido o toque blanche.
O antigo chapéu dos monges bizantinos – que os patriarcas da
Igreja Ortodoxa continuam a ostentar – teria demorado quase
quatro séculos para entrar na cozinha. Sua introdução ocorreu
por influência do célebre chef Antonin Carême (1783-1833). Em
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 64
Padeiro 1
1823, quando o pai da alta culinária francesa cozinhava no palácio
do rei Jorge IV [4], da Inglaterra, apareceu um rapaz que traba-
lhava para um juiz. Ostentava na cabeça um engomado toque
blanche, que causou sensação no palácio. Empenhado em me-
lhorar a aparência de seus padeiros, Carême incorporou a novi-
dade. Ordenou que substituísse a touca de algodão usual na
época. Outros grandes chefs o imitaram.
A proteção da cabeça tinha dupla finalidade. Em primeiro lugar,
servia para prender os cabelos, evitando que caíssem na comida.
Depois, protegia a cabeça dos chefs da gordura que pingava do
teto quando o fogão e o forno de lenha faziam subir a temperatura
ambiental da cozinha. (É bom lembrar que os antigos castelos e
restaurantes da época não contavam com os atuais sistemas de
ventilação e exaustão.)
A Grande enciclopedia illustrata della gastronomia, editada em Mi-
lão pela Selezione dal Reader’s Digest, conta que, no século XIX
(19), o modo de usar o toque blanche funcionava como uma espécie
de linguagem que servia para traçar o perfil do chef. Aquele que o
carregava ligeiramente inflado e caído para trás da cabeça era con-
siderado autoritário. Quem o exibia inclinado sobre uma orelha
passava por presunçoso. O que usava o chapéu profissional acha-
tado no lado era tido como um chef negligente ou, então, como um
filósofo do fogão.
Atualmente, leva-se em conta apenas a altura do toque blanche.
Na França, país que continua a ditar a moda na culinária, o padei-
ro aprendiz deve usar o calot, espécie de barrete. O chapéu profis-
sional só passa a ser autorizado a partir do commis, padeiro subal-
terno ao chef. O chef de partie é quem possui o toque blanche mais
alongado. Mas só o sous-chef e o chef têm direito de usá-lo efeti-
vamente alto.
Fonte: LOPES, J. A. Dias. O bolo nacional brasileiro.
O Estado de S. Paulo, 2 ago. 2002, p. D-5.
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 65
2. Em dupla, no laboratório de informática, pesquisem
os tipos de chapéus utilizados na cozinha e os relacio-
nem às funções de quem os usa.
3. Com o auxílio do monitor, a turma vai organizar uma
peça de teatro. Cada grupo escolhe uma função e,
para representá-la, identifica-a com o chapéu ou com
algum detalhe da vestimenta. Criem um personagem
e soltem a imaginação.
Etapa inicial na cozinha
Mise en place: Procedi- mento que facilita e organiza todas as operações necessá-
rias para a elaboração de qualquer prato na cozinha
profissional, de acordo com a enciclopédia Larousse gas- tronomique.
Você já deve ter assistido a alguns programas de televisão
que preparam receitas culinárias. Nesses programas, pa-
rece ser fácil cozinhar, pois todos os ingredientes da re-
ceita estão em sua forma ideal, cortados, ralados, descas-
cados e separados nas proporções exatas. É isso que na
cozinha chamamos mise en place (fala-se “misanplace”).
Essa expressão é de origem francesa e significa, literal-
mente, “colocado no lugar”. É o momento inicial, no
qual todos os utensílios e ingredientes necessários para
o preparo do pão devem ser separados e organizados.
Além disso, nessa fase, os ingredientes são medidos, des-
cascados e cortados, quando é preciso. Trata-se da etapa
fundamental para a boa execução de qualquer receita.
Essa organização também auxilia na criação de um clima
menos estressante no trabalho. A falha nessa etapa so-
mada à pressão para cumprir os horários de colocar o
pão à venda, por exemplo, certamente será fonte de des-
gaste entre colegas.
Para realizar a mise en place é essencial ter a ficha técni-
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 66
Padeiro 1
ca do que vai ser preparado. Tal ficha é conhecida como receita. A ficha de cada
pão deve conter as quantidades de cada item, assim como o método de preparo.
Atividade 2 e l abO r an d O u ma fi cha técn i c a
1. Pense em algum pão que você já tenha provado. Escreva, a seguir, a ficha técnica
desse produto, organizando as etapas.
a) Construa a ficha técnica organizando os itens em colunas, conforme modelo a
seguir. Se tiver oportunidade, prepare essa ficha no computador.
b) Atente para os ingredientes e quantidades necessários.
Produto:
2. Agora, é hora de escrever o passo a passo. Qual é o ingrediente a ser utilizado em
primeiro lugar? E em seguida? Esses ingredientes devem ir ao fogo? Por quanto
tempo? Em temperatura média ou alta?
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a 67
Ingrediente Peso Unidade de medida
Custo da medida
Custo por unidade
Rendimento
3. Troque a sua ficha técnica com a de um colega e analise alguns aspectos:
a) A ficha foi construída de forma compreensível?
b) Algum ingrediente foi esquecido?
c) Quais seriam suas sugestões para que a ficha técnica de seu colega fique mais
compreensível?
Arco Ocupacional G a s t r o n o m i a Padeiro 1 68
Preparo
Método:
Tempo de forno:
Observações:
Dicas de preparo:
Equipamentos necessários
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