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SISTEMAS
Trabalho realizado por:
Maria Helena Abegão
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INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objectivo informar-nos acerca dos conceitos e
sistemas da economia, para podermos estar atentos no nosso dia-a-dia e
podermos defender-nos. Através dele tentei compreender o que tudo isto
significa.
Com este módulo consegui chegar a temas que eu nem sabia o que
significavam e também nem ligava porque achava que para a minha vida
profissional não eram precisos.
Por isso, estes módulos foram úteis e posso dizer que foram importantes
para o meu enriquecimento.
Quando os iniciei pensava:
- “Meu Deus, eu não vou conseguir, pois não tenho qualificação para os
fazer!” Depois, lembrei-me das palavras da nossa formadora: “O querer pode
muito”.
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Sistemas Monetários
O sistema monetário é um conjunto de regras e instituições cujo objectivo
consiste em organizar a moeda num determinado espaço monetário. Tradicionalmente, os sistemas monetários são a responsabilidade dos
Estados, e são administrados como parte da política económica nacional.
Existem também sistemas transnacionais, como a zona euro.
Um sistema monetário é organizado em torno de dois componentes
essenciais:
Um sistema de moeda de conta
Por exemplo, a zona euro tem como moeda da conta euro os centavos de
euro. A escrituração contável em euro é obrigatória na zona euro para os
indivíduos e as empresas desde 2002 e para os mercados financeiros
desde 1999.
Um sistema de moeda de pagamento (ou de transacção)
Por exemplo, a moeda fiduciária da zona euro é um dos elementos da
moeda de pagamento ou de transacção. Ela é composta por espécies
metálicas e notas.
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Sistema financeiro
Um sistema financeiro compreende o conjunto de instituições, mercados e
recursos cujo objectivo principal é canalizar as poupanças geradas pelas
unidades de despesa excedente (UGS) às unidades de gastos deficitários
(UGD). A missão do sistema financeiro na economia de mercado é capturar a
poupança, o excedente UDS ou aforradores e canalizá-los para os credores
(UGD).
• As poupanças são um sistema onde se procura obter uma poupança
elevada, uma taxa de juros para o capital e os mutuários esperam conseguir
um juro muito baixo.
Fisicamente não corresponde sempre a isto.
Os seus objectivos / desejos em relação ao grau de liquidez, rentabilidade
e segurança também são diferentes.
O trabalho dos intermediários financeiros é o de transformar os bens
criados por investidores, para torná-los aptos para a utilização dos aforradores.
Dentro do sistema financeiro, a lógica é sempre a da eficiência dos
gastos, que pode ser medida através da quantidade de recursos que capta o
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sistema. Será maior a eficiência quanto maior o fluxo de recursos que existem
num sistema financeiro.
Sistema económico
O Sistema económico pode ser definido como sendo a forma política,
social e económica pelo qual está organizada uma sociedade. Engloba o tipo
de propriedade, a gestão da economia, os processos de circulação das
mercadorias, o consumo e os níveis de desenvolvimento tecnológico e da
divisão do trabalho.
Em conformidade com sua definição, os elementos básicos de um sistema
económico são:
1) Os níveis de recursos produtivos ou factores de produção, que são os
recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as
reservas naturais e a tecnologia;
2) O complexo de unidades de produção, que são constituídas pelas
empresas;
3) O conjunto de instituições políticas, jurídicas, económicas e sociais,
que constituem a base de organização da sociedade.
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Na realidade, o sistema económico não se apresenta de forma
homogénea, de modo a se possa observar formas contrastantes no total da
sociedade. Assim, no capitalismo mais avançado, persistem formas artesanais
de produção pré-capitalista. Também em países socialistas co-existem a
propriedade estatal, a propriedade cooperativa e a pequena ou média
propriedade rural particular. Alguns estudiosos defendem a tese de que,
historicamente, os sistemas económicos actuais (capitalismo e socialismo)
caminham para uma aproximação rumo a sociedades industrializadas geridas
burocraticamente e de uma forma centralizada.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE O
CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO
O crescimento e o desenvolvimento estão ligados de uma forma
recíproca, por exemplo, quando a economia do país cresce significa que o seu
PIB em relação ao ano anterior aumenta.
Desenvolvimento é quando o país passa a dominar tecnologias e a
actualizar as suas indústrias.
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Crescimento é o aumento apenas de matéria e desenvolvimento, é
possível apenas pelo ser vivo, pois isso é um processo de desenvolvimento.
Desenvolvimento Financeiro, desenvolvimento económico e desenvolvimento monetário
O desenvolvimento financeiro facilita o crescimento económico, pois
reduz o custo financeiro externo para as firmas. Partindo de tal hipótese, os
autores partem do pressuposto que o desenvolvimento do sistema financeiro
deve ter um efeito ainda maior.
O desenvolvimento económico é um conceito que, pela sua amplitude,
aproxima a economia das demais ciências sociais. A sua caracterização não se
restringe ao crescimento da produção numa região, mas trata principalmente
de aspectos qualitativos relacionados com o crescimento.
Os peritos referem-se à forma como os frutos do crescimento são
distribuídos na sociedade, à redução da pobreza, à elevação dos salários e de
outras formas de renda, ao aumento da produtividade do trabalho e à
repartição dos ganhos dele decorrentes, ao aperfeiçoamento das condições de
trabalho, à melhoria das condições habitacionais, ao maior acesso à saúde e à
educação, aos aumentos do acesso e do tempo de lazer, à melhora da dieta
alimentar e à melhor qualidade de vida no seu todo envolvendo condições de
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transporte, segurança e baixos níveis de poluição nas suas várias conotações,
para citar alguns.
Desta forma, a ideia do desenvolvimento económico liga-se, necessariamente,
a processos dinâmicos que representam rupturas das condições económicas
vigentes. Como os processos de ruptura pressupõem alguma forma de
acumulação de capital que a financie, o fenómeno do desenvolvimento está
relacionado com as economias capitalistas. É também devido à importância da
acumulação de capital nesse processo que se confunde, por vezes, na
literatura o fenómeno do desenvolvimento com o conceito mais restrito de
crescimento económico, debruçando-se este sobre questões puramente
quantitativas.
As novas tecnologias promoveram as revoluções industriais a partir do século
XVIII e foram responsáveis pelo desenvolvimento das nações que hoje
integram o chamado primeiro mundo. Desempenharam um importante papel,
não só no desenvolvimento industrial propriamente dito, mas também na
agricultura, nos transportes e nos demais serviços daquelas nações. O “salto
tecnológico” promove, portanto, a ruptura do processo económico necessária
ao desenvolvimento facilitando os processos produtivos, ampliando a escala de
produção, aumentando a produção por trabalhador, gerando mais renda para
ser gasta em outras inovações na compra de mais capital e na promoção de
um bem social.
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Celso Furtado (1920-2004) definiu o desenvolvimento económico como
“...um processo de mudança social pelo qual um número crescente de
desenvolvimento económico, para Schumpeter, é um fenómeno originário da
própria esfera económica, com características qualitativas novas, e não
imposto de fora; este traduz apenas uma adaptação da economia à nova
realidade externa. Ao contrário, o processo de desenvolvimento cria o seu
próprio móbil gerando uma situação diferente da verificada numa situação de
equilíbrio.” A erupção do processo ocorre, portanto, por iniciativa do produtor
sendo posteriormente acompanhado pelos consumidores. Por essa razão
apontou a importância do crédito ao empreendedor para permitir inovações e o
consequente desenvolvimento económico.
Na América Latina e no Brasil, particularmente, os ideais de desenvolvimento
ganharam importância com os estudos da Cepa – Comissão Económica para a
América Latina, fundada na década de cinquenta por economistas da região
preocupados com o atraso das suas nações. A sua principal contribuição
consistiu na crítica ao pensamento convencional acerca da divisão
internacional do trabalho, que separava as nações em função da
disponibilidade dos factores de produção, condenando os países ricos em
recursos naturais à eterna dependência dos países industrializados, ricos em
tecnologia e capital. Da visão desses economistas resultou um processo
adoptado nas economias latinas com o objectivo de criar as suas próprias
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indústrias, substituindo a importação. Este processo foi levado a cabo no Brasil
dos anos trinta aos oitenta do último século e permitiu a criação de um parque
industrial diversificado e actuante, absorvedor de mão-de-obra e gerador de
produção para atendimento dos mercados interno e externo. Posteriormente,
com a crise financeira internacional dos anos oitenta, este processo foi
interrompido nas economias latino-americanas, prejudicando os países pobres,
dado a sua forte dependência face aos capitais externos. Apesar do forte
crescimento económico experimentado na região, acompanhado de uma maior
liberdade política, as populações pobres no Brasil pouco beneficiaram com o
crescimento, pois a distribuição do excedente durante todo o processo foi
bastante concentrada nas faixas de renda superiores.
Uma vez esgotado esse modelo, as iniciativas para terminar com o
subdesenvolvimento na região a partir dos anos noventa têm aumentado a
integração das suas economias com os países ricos através de uma maior
liberdade comercial e financeira.
Desenvolvimento Monetário
O sucesso do mercado comum pressupõe a convergência das políticas
monetárias dos Estados-Membros e um mercado interno. Na plena acepção da
palavra inclui a união monetária.
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A integração monetária é um factor de coesão económica e da
solidariedade entre os Estados-Membros, constituindo, para a Europa unida,
um trunfo face ao mundo exterior.
Se é verdade que o dinheiro não se explica sem o valor, este também só
é compreensível através do dinheiro e, por sua vez, não se completa em si
mesmo mas necessita primeiro de crédito e depois de capital. Podemos dizer
que o capital monetário pressupõe o capital industrial, mas só se completa com
o capital monetário e financeiro.
Finalmente, o valor, o dinheiro e o capital, embora sejam os pressupostos
das suas formas fictícias, só podem ser plenamente compreendidos e
realizados a partir de suas formas fictícias. Por isso, foram encarados por Karl
Marx como “formas absurdas” assumidas pelo valor e pelo capital.
Isto significa que o desenvolvimento das finanças capitalistas, tanto no
seu conteúdo conceitual, como na sua estrutura institucional é impulsionado
pelo seu interior, e não apenas pelos seus operadores financeiros, pela lógica
expansiva do valor e pela natureza valorativa do capital. Desta forma, esse
desenvolvimento financeiro exacerbado não é aleatório, mas é movido pela
lógica expansiva da lei do valor e de valorização do capital.
O sistema financeiro influencia o crescimento económico devido às
funções que este desempenha, tais como: a) mobilização de recursos; b)
alocação dos recursos no espaço e no tempo; c) administração do risco; d)
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selecção e monitorização de empresas; e e) produção e divulgação de
informação.
Para analisar estes aspectos, aplicou-se a técnica de regressão
quantitativa, a partir de dados de 77 países, o que permitiu uma visão mais
completa do impacto gerado pelas medidas de desenvolvimento financeiro na
distribuição condicional da variável resposta (medidas de crescimento
económico). As estimativas obtidas permitem concluir que: a) há uma relação
positiva entre desenvolvimento financeiro e crescimento económico; e b)
quanto maior o quantia (isto é, maior a taxa de crescimento económico), maior
é a contribuição do sistema financeiro para o crescimento económico.
O sistema financeiro é composto através de vários intermediários, dos
quais fazem parte o Banco Central, além de bancos comerciais e de
investimentos, corretoras de valores, fundos de investimentos, fundos de
pensão, bolsas de valores e companhias de seguro.
Contudo, a literatura da área apresenta uma certa tendência a colocar
os bancos como sendo os representantes legítimos do sistema financeiro.
Uma possível justificação pode estar relacionada com o facto dos bancos
serem responsáveis por mais de 60% da fonte de fundos externos de
empresas não-financeiras.
A existência do sistema financeiro está condicionada a imperfeições
de mercado, tais como falhas no canal de transmissão de informação entre
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os agentes económicos e distanciamento do mercado competitivo (poder de
mercado). As trocas entre os agentes tornam-se mais onerosas quanto
mais graves são as falhas de mercado, podendo, como caso limite,
inviabilizá-las. A intermediação financeira surge, então, como um
mecanismo para minimizar tais imperfeições, facilitando (intermediando) a
alocação dos recursos entre poupadores e tomadores de empréstimos e,
dessa forma, transmitindo aos investimentos produtivos os recursos
necessários.
1. Medida de intensidade financeira, a qual pode ser entendida como
o tamanho do sector de intermediação financeira formal. Esta variável é
medida a partir dos exigíveis de curto prazo do sistema financeiro como
uma fracção do PIB. Se o sistema financeiro desempenha as funções
descritas neste trabalho, então espera-se que a relação desta variável com
as medidas de crescimento económico seja positiva. A utilização da variável
intensidade financeira reside no pressuposto dos intermediários financeiros
captarem recursos de curto prazo, convertendo-os em empréstimos de
longo prazo, beneficiando o crescimento económico, pois assim permitem
às firmas um horizonte de investimento mais longo, além de garantir a
liquidez dos depositantes;
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2. Participação do crédito dos bancos comerciais em relação ao
total de crédito doméstico(BANCO), este último entendido como a soma
do crédito provido pelo banco central e demais bancos. Aqui se supõe que
os bancos comerciais são mais eficientes na alocação dos recursos
financeiros do que o Banco Central. Neste sentido, quanto maior o volume
de crédito dos bancos comerciais em relação ao total de crédito doméstico,
mais eficiente o mercado de crédito se torna, o que tende a aumentar a
capacidade produtiva da economia. Portanto, a relação é positiva com o
crescimento económico.
Crescimento económico e crescimento
financeiro
Ambas as medidas de crescimento económico são correspondentes
aos 77 países que compõem a amostra deste trabalho. Estas são referentes
ao período de 1980 a 1992 e foram obtidas a partir do banco de dados da
Summers-Heston.
1) Taxa de crescimento real média do PIB capita (PIB). Esta foi
calculada como a taxa de crescimento geométrica;
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2) Taxa de crescimento real média do capital r capita (CAPITAL). Esta foi
calculada como coeficiente de regressão por mínimos quadrados ordinários.
Além das variáveis listadas acima, também utilizou-se um conjunto de
variáveis para controlar características individuais de cada uma das 77
nações, pois outros factores podem ter efeito sobre a variável crescimento
económico. Entre estas variáveis estão:
a) PIB real capita em 1980, usando dados de Summers-Heston;
b) Taxa de inflação, definida em logaritmo natural;
c) Comércio internacional médio para o período de 1980 a 1995,
definido como a proporção das importações mais as exportações sobre o
PIB;
d) Crescimento da escolaridade, medido como a diferença (dos anos
de estudo da década de 1990 para a década de 1980, para um indivíduo de
25 anos de idade).
A escolha desse conjunto de variáveis de controlo justifica-se por
serem estas amplamente utilizadas em trabalhos empíricos. Somente para
citar alguns trabalhos que foram utilizados no processo de selecção das
variáveis, temos: Baumol et al. (1994); Barro (1991); Mankiw et al. (1992),
Bebczuk (2001), Levine et al. (2002), Barreto et al. (2004), entre outros.
Cabe salientar ainda que todos os dados foram obtidos da mesma base de
dados (Summers-Heston), garantindo, assim, uniformidade metodológica.
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A estimativa dos resultados neste trabalho ocorre em duas etapas. A
primeira não utiliza as variáveis de controlo (PIB inicial, taxa de inflação,
comércio internacional e escolaridade). Na segunda etapa, tais variáveis
são incluídas, com o intuito de verificar quão sensíveis são as variáveis de
interesse (medidas do desenvolvimento financeiro) quando são controladas
características individuais dos países.
A Tabela 1 mostra as estimativas obtidas pelo método de Mínimos
Quadrados Ordinários (MQO) e Regressão Quantifica (RQ). A variável
explicativa de interesse é a medida de intensidade financeira (IF) e como
variáveis dependentes a taxa de crescimento real do PIB per capita (PIB) e
a taxa de crescimento real do capital per capita (CAPITAL).
CRISE FINANCEIRA ECONOMICA CRISE POLITICA E CRISE ESTRUTAL
A crise económica mundial, especialmente após o fracasso das políticas
neoliberais em várias partes do mundo, está a permitir a busca de novas
interpretações sobre o modo de produção capitalista, as suas contradições e
crises. Nesse sentido, o livro do professor Lauro Campos, A crise completa: a
economia política do não, traz uma importante contribuição para quem quer
discutir a fundo a natureza desse sistema e o sentido histórico das suas
contradições.
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O trabalho busca compreender as transformações dos fenómenos
socioeconómicos do capitalismo. As relações polarizadas que constituem a
infra-estrutura da economia capitalista revelam as contradições que, por meio
de depressões sucessivas, produzem a história económica e a história do
pensamento económico capitalista. Sob o aparente desenvolvimento, produz e
desenvolve a crise. Ao lado do trabalho produtivo, que traz lucro e desenvolve
as forças produtivas, cresce e avoluma o trabalho não produtivo, afirmam-se as
não-mercadorias, não-valores de uso e não-valores em que o trabalho não
produtivo se materializa.
O crédito ao consumo, a dívida pública e a dívida interna revelam os
limites em que esbarra a sua dinâmica contraditória. Não activam mais o
processo económico mas, ao contrário, se transformam em obstáculos: o
desenvolvimento produz o não-desenvolvimento. A economia política pretende
tomar a crise capitalista como um fenómeno que se desenvolve e se completa.
Na sua forma mais simples e elementar, as contradições manifestam-se como
uma tensão entre valor de uso e valor. Cada acto de investimento, de
acumulação de capital é, concomitantemente, um acto em direcção à negação
do capital, à superação das relações capitalistas. A negatividade interna da
acumulação só se torna visível nas crises, que revelam que essa negatividade
é da essência da própria acumulação capitalista.
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A visão parcial e positiva do capitalismo considera-o como um processo
de acumulação de capital, de descobertas tecnológicas, de globalização das
relações de produção capitalistas, de aumento da produtividade, de
modernização incessante. O capitalismo é tudo isto e muito mais. Ao lado dos
feitos e efeitos, do desenvolvimento sem precedentes das forças produtivas, o
capitalismo desenvolveu um conteúdo negativo – o desemprego, a dívida
pública, a divida externa, a divida de empresas e famílias, a divida social, a
exclusão, a marginalidade, a pobreza, a fome, a desnutrição, a destruição
sistémica. A resposta da política monetária ao fim do boom dos investimentos
dos anos 90 ajudou a criar um ambiente global de juros baixos, de evolução
das taxas de juro de referência nos Estados Unidos, de aceleração, do fim da
bolha de actividade, pressões financeiras, pressões inflacionistas e uma crise
do crédito.
As acentuadas mudanças de ciclos na política monetária dos EUA
facilitaram, inicialmente, o endividamento e, a partir de 2004, aceleraram os
riscos de crédito. Esta informação emana de informação do Banco Mundial.
“Da crise financeira à crise económica: Impactos e soluções para a
economia portuguesa”, Miguel Frasquinho, Fevereiro de 2009
Ao longo deste artigo Miguel Frasquinho analisa os efeitos da crise
política e ética instalada no Brasil sobre as instituições e a economia. Nessa
avaliação será considerada a possível conexão que existe entre o
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funcionamento adequado das instituições no Brasil, o aumento da corrupção no
governo e no parlamento e o crescimento económico. Verificamos nessa
avaliação que a fragilidade das instituições pode levar o Estado brasileiro, em
médio prazo, a enfrentar uma crise de governabilidade, levando-se em
consideração as condições sistémicas inadequadas de exercícios do poder por
parte do Estado para o atender à procura da sociedade brasileira.
Concluímos que a sociedade necessita de se mobilizar para exigir que o
próximo presidente da república periodize na sua agenda de governo a
realização de uma profunda reforma do Estado brasileiro, com mudanças
estruturais nas áreas política, judiciária, tributária, social e laboral, orientadas
para preservar as instituições e estimular o desenvolvimento socioeconómico.
INFLAÇÃO
Na medição da inflação, têm-se em conta todos os bens e serviços
consumidos pelas famílias, incluindo:
Artigos de consumo diário (como produtos alimentares, jornais e
gasolina);
Bens duradouros (como vestuário, computadores pessoais e
máquinas de lavar roupa);
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Serviços (como cabeleireiro, seguros e arrendamento de
habitação).
Comparação do preço do cabaz de compras de ano para ano
Todos os bens e serviços consumidos pelas famílias ao longo do ano
são representados por um “cabaz” de artigos. Cada um dos produtos
incluídos no cabaz tem um preço, que pode variar com o tempo. A taxa de
inflação homóloga é o preço do cabaz completo num determinado mês
comparado com o seu preço no mesmo mês um ano antes.
Deflação
O termo deflação designa uma quebra generalizada dos
preços dos bens e serviços, geralmente associada a graves recessões
económicas e as restrições da procura, da produção/oferta e do emprego.
Tal como a inflação, a deflação é medida como a taxa de variação do
Índice de Preços no Consumidor (IPC) - na verdade, a deflação não mais é
do que uma "inflação negativa".
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Ao contrário do que poderá parecer, numa situação de deflação, o
consumo não tem tendência a aumentar - na realidade, se os
consumidores estiverem na expectativa de que os preços continuarão a
descer, adiarão as suas compras, levando a uma quebra do consumo e
consequentemente das receitas das empresas. A longo prazo, esta
situação poderá originar uma espiral de recessão com graves
consequências para a economia.
Recessão
O conceito de recessão é bastante complexo. Costuma-se dizer que uma
recessão instala-se quando é registada uma queda no Produto Interno Bruto
(PIB) durante dois trimestres consecutivos. O PIB representa a soma de todos
os bens e serviços produzidos no país. Portanto, a diminuição no valor dele
indica que a procura decresceu na maioria dos mercados. Os economistas, no
entanto, contestam o uso do PIB como medidor de uma recessão. De acordo
com Robson Gonçalves, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), recessão significa uma capacidade ociosa generalizada. “É preciso
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comparar o crescimento do PIB com o crescimento da capacidade produtiva
das empresas”, explica ele.
Existem diversos factores capazes de provocar uma recessão. De forma geral, é
possível dizer que ela acontece quando a maioria dos sectores da economia entra em declínio.
“A perda de confiança dos agentes económicos leva a um adiamento de decisões, tanto de investimento, por parte das empresas, como da compra de bens duráveis, por parte das famílias”, afirma Gonçalves. Com isso, entra-se num ciclo em que as pessoas deixam de gastar e as companhias deixam de produzir.
Alguns economistas defendem que as recessões fazem parte de um ciclo
económico natural dos mercados, caracterizado por altos e baixos. Em 1942,
um dos economistas mais importantes do século passado, Joseph Schumpeter,
escreveu no seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia que as recessões
são um "mal necessário" nas sociedades capitalistas. A ideia de que elas são
necessárias ainda é discutida nos dias actuais. Na opinião de certos analistas,
sempre depois de uma expansão, acontece a retracção. Para eles, a principal
função da recessão é limpar a “gordura” do sistema. Eles acreditam, que sem
os excessos, as economias ficam “limpas” para o próximo crescimento. Outros
economistas, porém, contestam essa teoria, argumentando que nem sempre
um grande crescimento vem acompanhado de uma grande perda. Para o
professor Robson Gonçalves, a recessão tem, de facto, um lado positivo. “Ela
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obriga as empresas a corrigirem a ineficiência que surgiu durante a fase de
expansão”, argumentou.
Qual a função do FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) define-se como uma organização
internacional que trabalha "a favor de uma cooperação monetária global, para
assegurar a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover
altos níveis de emprego e desenvolvimento económico sustentável, além de
reduzir a pobreza".
Quem manda no FMI?
A autoridade máxima do FMI é o conselho de governadores, onde têm
assento dois representantes de cada país, normalmente os ministros das
Finanças e os governadores dos bancos centrais nacionais de cada Estado-
membro. Reúne-se, habitualmente, uma vez por ano.
O trabalho diário do FMI é assegurado pelo directório executivo, composto
por 24 pessoas – oito com assento permanente, representando Estados
Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, China, Rússia e Arábia
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Saudita. Os outros 16 são eleitos bienalmente e representam grupos de países.
Por exemplo, Arrigo Sadun é um italiano que representa o grupo de países
composto por Portugal, Itália, Albânia, Grécia, Malta, São Marino e Timor-
Leste. É o directório executivo que decide o que responder aos pedidos de
resgate e em que condições o FMI empresta o dinheiro.
Como se decide no FMI?
Por votos. Cada país tem uma percentagem de votos diferente, que é
definida pelo contributo de cada país para o FMI.
De onde vem o dinheiro do FMI?
A principal fonte de recursos do FMI é o dinheiro disponibilizado por cada
Estado-membro. Cada país paga uma quota, cujo montante é definido tendo
em conta, entre outros critérios, o PIB nacional e a sua importância
relativamente ao PIB mundial. Quem mais tem, mais contribui para o FMI, mas
também mais pode influenciar as decisões do Fundo.
O FMI tem uma moeda própria – o Direito Especial de Saque (DES). Portugal
contribui com 1,029.7 milhões de DES, o que significa menos de meio por
cento do fundo. Com este contributo, Portugal tem direito a poucos votos,
também menos de meio por cento.
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Quando é que foi criado?
O FMI foi criado em 1945, no rescaldo na Segunda Guerra Mundial.
Começou com 45 países. Actualmente, conta com 187 Estados-membros,
entre os quais Portugal, que aderiu a 29 de Março de 1961.
O que é o PEC- Plano de Estabilidade e Crescimento?
Depois de ser entregue em Bruxelas, a Comissão Europeia faz uma
avaliação do programa. Com base nessa apreciação, o Conselho emite mais tarde uma opinião. O PEC é agora muito discutido, mas afinal no que consiste e como surgiu? O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) é um documento entregue todos os anos (normalmente até 1 de Dezembro) por cada Estado-membro da União Europeia a Bruxelas. Dele consta a estratégia de consolidação orçamental de médio prazo dos países, com previsões sobre o andamento da economia, do défice e da dívida pública para pelo menos os três anos seguintes.
Os executivos enumeram as medidas que permitirão manter o défice
abaixo dos 3% e a dívida pública inferior a 60% do Produto Interno Bruto, tendo
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em conta o impacto do envelhecimento da população nas contas. Estes
objectivos são impostos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento que, tal
como está previsto no Tratado de Maastricht, serve de instrumento de
coordenação das políticas orçamentais dos Estados-membros. O PEC
discrimina ainda o impacto das medidas de política propostas e inclui análises
de sensibilidade, mostrando como são afectados o défice e a dívida com
alterações do cenário-base.
Com a crise económica, a quebra das metas orçamentais não implicou
sanções, mas nem sempre foi assim na história europeia. Em 2003, com
Ferreira Leite à frente da pasta das finanças, Portugal esteve à beira de ser
multado pela Comissão. Esta situação na altura justificou aquilo que muitos
chamaram de “obsessão pelo défice”.
Qual o objectivo da U.E O objectivo da União Europeia é criar uma espécie de Federação onde
haja facilidade de comércio e outras transacções entre os países que aderiram
a ela. A União Europeia procura instituir uma unidade monetária de circulação
para o comércio (o Euro, que já foi criada), uma legislação comum (Lei de
Bases para Todos os países europeus seus constituintes), implementação de
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tecnologias e implantação "cérebros" (investigadores europeus). Surgiu na
realidade para, num futuro próximo, competir com os E.U.A.
No fundo, como disse, é criar condições para competir em termos de indústria,
comércio e influências com os E.U.A.
Exemplos: Competição entre as Companhias Aéreas da Boeing (EUA) contra
Airbus (Europa), por um contrato.
Não permitir a fuga (saída) de "cérebros" da Investigação dos países europeus
para os EUA, criando melhores condições na área da investigação para eles.
A ideia é que a médio prazo a União deve fazer a força.
Qual o objectivo do B.C.E O objectivo primordial do Euro sistema é a manutenção da estabilidade de
preços, sendo esta a principal disposição do capítulo do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia referente à política monetária. Ao centrar a
política monetária do Banco Central Europeu (BCE) neste objectivo, o Tratado
reflecte o pensamento económico moderno quanto ao papel, âmbito e limites
da política monetária e estabelece a base do enquadramento institucional e
organizacional da banca central na União Económica e Monetária.
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O objectivo de manutenção da estabilidade de preços consagrado no
Tratado assenta em razões bem fundamentadas.
Em primeiro lugar, décadas de experiência prática e um grande número
de estudos económicos sugerem que a política monetária dará o maior
contributo para a melhoria das perspectivas económicas e dos padrões de vida
dos cidadãos através da manutenção da estabilidade de preços de forma
duradoura.
Em segundo lugar, os fundamentos teóricos da política monetária, bem
como a experiência retirada do passado, demonstram que a política monetária
pode, em última análise, influenciar apenas o nível de preços da economia.
Deste modo, a manutenção da estabilidade de preços é o único objectivo
exequível para a política monetária única no médio prazo. Em contraste, para
além do impacto positivo da estabilidade de preços, a política monetária não
tem margem para influenciar de formas duradouras variáveis reais.
O Euro sistema deve actuar de acordo com o princípio de uma economia
de mercado aberto e de livre concorrência, favorecendo uma afectação
eficiente dos recursos.
A ideia de uma Europa unida surgiu na Primavera de 1950. A Europa
encontrava-se à beira do abismo. A Guerra-Fria fez pesar a ameaça de um
conflito entre as partes Leste e Oeste do continente. Cinco anos após o fim da
Segunda Guerra Mundial, os antigos adversários estavam longe da
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reconciliação, por isso era preciso evitar repetir os erros anteriores e criar
condições para uma paz duradoura entre inimigos, mas o problema residia na
relação entre a França e a Alemanha.
Foi preciso criar uma relação forte entre estes dois países e reunir os
restantes países europeus a fim de se construir uma comunidade com um
destino comum. Jean Monnet, com uma experiência única enquanto
negociador e construtor da paz, propôs ao Ministro dos Negócios
Estrangeiros francês, Robert Schuman, e ao Chanceler alemão Konrad
Adenauer criar um interesse comum entre os seus países: a gestão, sob o
controlo de uma autoridade independente, do mercado do carvão e do aço.
A proposta é formulada oficialmente a 9 de Maio de 1950
pela França e acolhida pela Alemanha, Itália, Holanda,
Bélgica e Luxemburgo.
1.2. As primeiras comunidades europeias
O aparecimento das primeiras comunidades europeias surgiu com a
criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em Paris, a 18 de
Abril de 1951, da qual faziam parte os 6 países fundadores.
1.3. Os tratados de Roma
Seis anos mais tarde, foram criadas mais duas comunidades: a CEE
(Comunidade Económica Europeia) e a EURATOM (Comunidade Europeia
da Energia Atómica) através dos tratados de Roma a 25 de Março de 1957.
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2. CEE 2.1. Os alargamentos
As comunidades europeias foram inicialmente formadas por 6 países
(França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo). Depois disto, a
União Europeia levou a cabo quatro alargamentos sucessivos:
- Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido, em 1973;
- Grécia, em 1981;
- Espanha e Portugal, em 1986;
- Áustria, Finlândia e Suécia, em 1995.
2.2. As instituições comunitárias Todos os estados membros da União Europeia delegam parte da sua
soberania nacional em instituições comuns, que representam tanto os
interesses nacionais como os interesses comunitários.
Os tratados constituem o chamado “direito primário” que tem
implicância directa na vida quotidiana dos cidadãos europeus.
Esta legislação, tal como as políticas comunitárias em geral, é o
resultado de decisões tomadas por cinco instituições principais:
. O Conselho da União Europeia, que representa os Estados Membros;
· O Parlamento Europeu, que representa os cidadãos;
· A Comissão Europeia , um órgão politicamente independente que
representa o interesse geral dos europeus;
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· O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (é composto por
um juiz de cada Estado-membro e a sua missão é garantir o cumprimento do
direito comunitário e a interpretação e aplicação correctas dos tratados);
· O Tribunal de Contas (é composto por um membro de cada país da
União Europeia e tem por obrigação verificar a legalidade e a regularidade
das receitas e despesas da Comunidade e a sua boa gestão financeira).
2.3. Do mercado comum ao Acto Único europeu
O Acto Único Europeu revê os Tratados de Roma com o objectivo de
relançar a integração europeia e concluir a realização do mercado único.
Veio a alterar também as regras de funcionamento das instituições
europeias e alargou as competências comunitárias, nomeadamente no
âmbito da investigação e desenvolvimento, do ambiente e da política
externa comum.
O principal objectivo do Acto Único Europeu consiste no relançamento
do processo de construção europeia com vista a concluir a realização do
mercado único, bem como na abolição das barreiras físicas, técnicas e
fiscais entre os Estados-membros.
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A UNIÃO EUROPEIA- DESENVOLVIMENTO
3.1. O Tratado de Maastricht
Ao entrar em vigor, a 1 de Novembro de 1993, o Tratado da União
Europeia, assinado a 7 de Fevereiro de 1992 em Maastricht,
na Holanda, conferiu uma nova dimensão à construção europeia, tendo
como principais características:
· A criação da União Europeia (UE);
· A substituição da sigla CEE (Comunidade Económica Europeia)
por CE (Comunidade Europeia);
· A previsão da construção de uma união económica e monetária
(UEM);
· A promoção de uma política externa de segurança comum
(PESC);
· A criação de uma cooperação dos Estados-membros no
domínio da segurança interna e da justiça;
· A coordenação das politica de emprego;
· A livre circulação e segurança dos cidadãos;
· A criação de uma instituição de cidadania europeia;
· O desenvolvimento de diversas políticas comunitárias;
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3.2. Os alargamentos
A 1 de Maio de 2004, dez novos países aderiram à União Europeia,
sendo assim a União Europeia passou de 15 para 25 estados-membros e
constitui, a partir de agora, um espaço político e económico com 450
milhões de cidadãos, incluindo:
- Três antigas repúblicas soviéticas (Estónia, Letónia e Lituânia);
- Quatro antigos países-satélite da URSS (Polónia, República Checa,
Hungria e Eslováquia);
- Uma antiga república jugoslava (Eslovénia);
- Duas ilhas mediterrânicas (Chipre e Malta);
Este alargamento histórico da União Europeia, de 15 para 25
membros, conclui um longo processo de adesão que permitiu a reunificação
do povo europeu, dividido durante meio século pela cortina de ferro e a
guerra fria.
Em 2007 passarão a fazer parte da União Europeia a Bulgária e a
Roménia, podendo também a dar-se a adesão da Turquia.
3.3. Zona euro
Desde 1 de Janeiro de 2002, que mais de 300 milhões de cidadãos
europeus utilizam o euro na sua vida quotidiana. Entre a assinatura do
Tratado de Maastricht em Fevereiro de 1992, que consagrou o princípio de
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uma moeda única europeia, até à entrada em circulação das moedas e
notas de euro em 12 países da União Europeia (Alemanha, Aústria, Bélgica,
Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e
Portugal) passaram apenas 10 anos.
O euro veio substituir moedas que, para muitos dos países europeus,
constituíam símbolos centenários e verdadeiros instrumentos de soberania
nacional.
A introdução do euro fez a Europa avançar consideravelmente rumo a
uma união económica. Deu também aos cidadãos da União Europeia um
sentimento mais vivo de partilharem uma identidade comum europeia.
Para a adopção do euro como moeda única só entram os estados-
membros que tiverem preenchido todos os critérios de convergência e são
eles:
- Estabilidade de preços;
- Taxas de juro a longo prazo;
- Défice orçamental;
- Estabilidade das taxas de câmbio da moeda nacional nos mercados de
câmbio;
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3.4. Os Tratados de Amesterdão e Nice
O Tratado de Amesterdão e o Tratado de Nice vieram a alterar
completamente os anteriores tratados.
O primeiro tratado foi assinado na cidade holandesa de Amesterdão a
17 de Junho de 1997 e tem por base quatro grande objectiva:
- Fazer dos direitos dos cidadãos o ponto essencial da União Europeia e
introduzir um novo capítulo sobre o emprego;
- Suprimir os últimos entravem à livre circulação e reforçar a segurança;
- Permitir um reforço da importância da Europa no mundo;
Tornar mais eficaz a arquitectura institucional da União Europeia, tendo
em vista os próximos alargamentos.
Na altura do Tratado de Amesterdão, e por falta de resultados positivos,
ficou agendada uma Conferência Intergovernamental para 2000 com vista a
adaptação do funcionamento das instituições europeias à entrada de novos
Estados-Membros, com isto surgiu a implementação do Tratado de Nice,
assinado a 26 de Fevereiro de 2001, com cinco grandes objectivos:
- Reformar as instituições e os métodos de trabalho para viabilizar o
alargamento;
- Reforçar a protecção dos direitos fundamentais;
- Criação de uma Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD);
- Cooperação judiciária em matéria penal;
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- Futuro da UE.
Depois da sua entrada em vigor, em Maio de 2004, o Tratado de Nice é
o tratado que actualmente rege a União Europeia.
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CONCLUSÃO
Olho para trás e recordo como foi difícil para mim gerir toda a minha
insegurança, mas gostei e posso dizer que me dediquei com afinco e
cheguei ao fim.
Deixo aqui uma palavra para a minha formadora, mesmo tendo
algumas divergências, aprendi e achei estes módulos muito interessantes e
quando for velha terei muito para contar aos meus netos…
Quanto aos meus filhos, esses sei que estão orgulhosos do meu novo
percurso.