CURSO DE BRIGADA DE INCÊNDIO BÁSICO 8H NBR … · (NBR 14.276/2006). Bombeiro “Pessoa treinada...
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CURSO DE BRIGADA DE
INCÊNDIO BÁSICO – 8H
NBR 14.276/2006
CURSO DE BRIGADA DE INCÊNDIO
BÁSICO – 8H
NBR 14.276/2006
Macaé, RJ
Nome do Curso Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
Nome do Arquivo 20171120_AP_Brigada_Básico_8h_PT_REV03
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 2
1.1 Definições ............................................................................................... 2
1.2 Aspectos legais ........................................................................................ 4
1.3 Composição da brigada de incêndio ............................................................ 5
1.4 Organograma da brigada de incêndio .......................................................... 6
1.5 Atribuições da brigada de incêndio .............................................................. 6
2. PRIMEIROS SOCORROS ............................................................................. 8
2.1 O que são primeiros socorros? ................................................................... 8
2.2 Como o socorrista pode adquirir infecções ................................................... 9
2.3 Causas de obstrução de vias aéreas .......................................................... 11
2.4 Avaliação do nível de consciência ............................................................. 13
2.5 Parada cardiorrespiratória (PCR) .............................................................. 13
2.6 Reanimação cárdio pulmonar (RCP) .......................................................... 15
2.7 Hemorragia ........................................................................................... 20
2.8 Tipos de lesões ....................................................................................... 21
2.9 Resgate e transporte de vítima ................................................................ 23
3. COMBATE A INCÊNDIO ............................................................................ 27
3.1 Teoria do fogo - O que é fogo? ................................................................. 27
3.2 Combustão ............................................................................................ 27
3.3 TEMPERATURA - Fontes de ignição............................................................ 28
3.4 Ponto de fulgor ...................................................................................... 29
3.5 Ponto de combustão ............................................................................... 29
3.6 Ponto de autoignição .............................................................................. 29
3.7 Combustão espontânea ........................................................................... 29
3.8 Explosão ............................................................................................... 30
3.9 Eletricidade estática ................................................................................ 31
3.10 Métodos de transmissão de calor .............................................................. 32
3.11 Classes de incêndio ................................................................................ 33
3.12 Método de extinção de incêndio ................................................................ 34
3.13 Agentes extintores .................................................................................. 35
3.14 Prevenção de incêndios ........................................................................... 37
3.15 Inspeção / Manutenção ........................................................................... 40
3.16 Equipamentos de detecção, alarme e comunicações .................................... 41
3.17 Equipamentos de combate a incêndio........................................................ 43
3.18 Equipamento de proteção individual .......................................................... 58
3.19 Abandono de área .................................................................................. 60
3.20 Avaliação dos riscos ................................................................................ 62
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 63
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
Quanto à Estruturação do Curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai
ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos
seguintes comprovantes:
Ter mais de dezoito (18) anos, no dia da matrícula;
Ter concluído o ensino fundamental;
Atestado de boas condições de saúde física e mental.
Quanto à Frequência às Aulas
A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
Quanto à Aprovação no Curso
Será considerado aprovado o aluno que:
Obtiver nota igual ou superior a 7,0 (sete) em uma escala de 0 a 10
(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas
atividades práticas.
Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
Resultados Pretendidos
Ao final do curso os alunos estarão preparados para:
Participar da organização de emergência;
Demonstrar habilidades básicas no controle de ocorrência de incêndio nos
diferentes compartimentos e instalações existentes na planta;
Reconhecer e aplicar as medidas e prevenções de incêndio existentes na
planta;
Avaliar procedimentos corretos no que tange a tática e técnicas de
combate a incêndios;
Selecionar o EPI adequado para o combate ao incêndio.
Selecionar e preparar os materiais e equipamentos necessários para uma
operação de combate a incêndio;
Selecionar e utilizar corretamente os agentes e seus meios de aplicação.
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Os alunos serão avaliados durante os exercícios práticos com relação a:
Habilidade;
Disciplina;
Equilíbrio emocional;
Condicionamento físico;
Flexibilidade;
Voluntarismo;
Confiança.
Os alunos ainda responderão a uma avaliação teórica sobre todos os assuntos
relacionados.
Objetivo
O objetivo do treinamento de Brigada de Incêndio é proporcionar aos participantes,
conhecimentos básicos para que possam responder às situações de emergência, como
combate a princípio de incêndio, abandono de área e técnicas de primeiros socorros.
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1. INTRODUÇÃO
DEFINIÇÕES 1.1
A definição de combate a incêndio talvez traduza uma ideia muito limitada das
muitas tarefas delegadas para essas equipes de resposta e controle de emergências.
Melhor chamá-las hoje de Brigada de Emergência. Suas atribuições vão além de
uma operação de combate a incêndio, como controle de vazamentos de produtos
perigosos ou resgate em altura e espaços confinados, a exemplo do que estão sendo
exigidos pela atual NBR 14.276 – Brigada de Incêndio – Requisitos da ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas, publicada no final de 2006 com efeito válido
a partir de 31 de janeiro de 2007.
Baseados nessa norma estarão sendo passadas algumas definições para termos
técnicos que nos explicam o que vem a ser uma brigada de incêndio, a sua composição,
a sua organização e suas responsabilidades. Como base técnica normativa de apoio
utilizaremos também, a NBR 14.277/2005 - Instalações e Equipamentos para
Treinamento de Combate a Incêndio; NBR 14.608 – Bombeiro Profissional Civil; NBR
15.219:2005 – Plano de Emergência Contra Incêndios – Requisitos e a NBR
13.860:1997 – Glossário de Termos Relacionados com a Segurança Contra Incêndios.
Incêndio
Simplesmente definido como “fogo fora de controle”. (NBR 13.860/1997)
Emergência
“Situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, ao meio ambiente e ao
patrimônio, gerando um dano continuado que obriga a uma imediata intervenção
operacional”. (NBR 15.219/2005)
A recém-editada NBR 14.276/2006 define, de uma maneira similar, porém
destacando mais o elemento humano, como sendo a “situação com potencial de
provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente ou ao patrimônio, ou
combinações destas”.
Perigo e Risco
A NBR 15.219:2005 define o que é perigo e o que é risco. “Perigo é a situação
com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente ou ao
patrimônio, ou combinação destas”.
Risco é a “propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de
perdas humanas, ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação
entre frequência esperada e consequência destas perdas.
Plano de Emergência
A NBR 13.860/1997 define o plano de emergência como: ”Plano estabelecido em
função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos materiais e
humanos em situação de emergência”.
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Planta
“Local onde estão situadas uma ou mais edificações ou área a ser utilizada para
um determinado evento ou ocupação”. (NBR 14.276:2006)
Prevenção de Incêndio
“Uma série de medidas destinadas a evitar o surgimento de um princípio de
incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção”. (NBR 14.276:2006).
Combate a Incêndio
“Conjunto de ações táticas destinadas a extinguir ou isolar o princípio de incêndio
com uso de equipamentos manuais ou automáticos”. (NBR 13.860:1997).
Carga de Incêndio
“Soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão
completa de todos os materiais combustíveis contidos em um espaço, inclusive o
revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos, cujo cálculo é feito conforme o
anexo D”. (NBR 14.276/2006).
Bombeiro
“Pessoa treinada e capacitada que presta serviço de prevenção e atendimento a
emergência, atuando na proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio”. (NBR
14.276/2006)
Bombeiro Profissional Civil ou Privado
“Bombeiro que presta serviço em uma planta ou evento”. (NBR 14.276/2006)
Bombeiro Público
“Bombeiro pertencente a uma corporação governamental militar ou civil de
atendimento a emergência pública”. (NBR 14.276/2006).
Bombeiro Voluntário
“Bombeiro pertencente a uma corporação governamental (ONG) ou organização
da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que presta serviços de atendimento a
emergências públicas”. (NBR 14.276/2006)
Brigada de Incêndio
“Grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas,
treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio,
abandono de área e primeiros-socorros, dentro de uma área preestabelecida na planta”.
(NBR 14.276/2006).
Líder de Setor
“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência
de um determinado setor/compartimento/pavimento da planta”. (NBR 14.276/2006)
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Chefe da Edificação ou do Turno
“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência
de uma determinada edificação da planta”. (NBR 14.276/2006)
Coordenador Geral da Brigada
“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência
de todas as edificações que compõem uma planta, independentemente do número de
turnos”. (NBR 14.276/2006)
Grupo de Apoio
“Grupo de pessoas composto por terceiros (por exemplo, pessoal de manutenção,
patrimonial, telefonista, limpeza etc.) ou não, treinados e capacitados, que auxiliam na
execução dos procedimentos básicos na emergência contra incêndio”. (NBR
14.276/2006)
População Fixa
“Aquele que permanece regularmente na edificação, considerando-se os turnos
de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições”. (NBR
14.276/2006)
População Flutuante
“Aquela que não permanece regularmente na planta. Deve ser sempre
considerado o número máximo diário de pessoas”. (NBR 14.276/2006)
ASPECTOS LEGAIS 1.2
Aspectos legais da brigada de combate a incêndio
A composição do quantitativo da brigada de incêndio de cada empresa deverá
estar de acordo com o estabelecido no Anexo A da NBR 14.276:2006, levando em conta
a população fixa, o grau de risco e o grupo/divisões de ocupação da planta. O grau de
risco de cada empresa, segundo suas atividades desenvolvidas, como por exemplo,
administrativa, industrial, escolar, entre outras, deve ser obtido através das tabelas
dispostas nos Anexos C ou D da mesma Norma.
Plano de Emergência contra incêndio
O plano de emergência é a base da organização da brigada de incêndio, pois
identifica as funções principais de uma equipe, determinando os deveres de cada
membro e as táticas de prevenção e combate a incêndio que aumentem a velocidade de
resposta à emergência e que organizem a estrutura de comando da equipe para uma
tomada de decisão eficiente.
Planejamento da brigada de incêndio
O plano de emergência contra incêndio é criado com base na planta da área
industrial (levando em conta as edificações administrativas e a área de produção), seu
projeto, suas instalações, tamanho, complexidade das suas operações, sua população
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fixa e flutuante e as demais informações coletadas que fundamentam uma completa
análise de riscos seguramente confiável sobre o seu local de implantação. Também
organiza a cadeia de comando durante a emergência, atribui funções para cada
profissional envolvido, determina a composição da brigada, a localização dos
equipamentos de combate a incêndio e a instalações dos sistemas fixos.
A NBR 14.276:2006 determina que o responsável pela brigada de incêndio da
planta é a pessoa encarregada em planejar e implantar a brigada de incêndio, bem
como cuidar do seu monitoramento e análise crítica de seu funcionamento. A instalação
da brigada em qualquer planta, a partir da alteração da Norma no final de 2006 é válida
a partir de 29 de Janeiro de 2007, ficará evidenciada através do atestado de brigada de
incêndio que o responsável indicado pela empresa deverá emitir.
Assim como o atestado, todos os documentos que comprovem o estabelecimento
de parâmetros mínimos de recursos humanos, materiais e administrativos definidos
pela Norma, relativos à composição, formação, implantação e reciclagem da brigada
deverão ficar arquivados na empresa por um prazo não inferior a cinco anos.
COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO 1.3
A estrutura, ou seja, o perfil e o dimensionamento da brigada também irá variar
de acordo com o tamanho e complexidade do terminal e de suas operações. A
organização da brigada irá ajudar a controlar o incidente, particularmente no estágio
inicial, onde o caos e o pânico irão exigir o máximo de atenção de toda a equipe,
devendo ainda, ser flexível o suficiente para lidar com mudanças bruscas, como por
exemplo, uma pessoa desaparecida que detém uma função essencial na equipe. Diante
de um incêndio desenvolvido, a brigada do terminal já estará atuando em conjunto com
outras organizações de combate a incêndio como o Corpo de Bombeiros local.
A formação da brigada de incêndio, de acordo com as funções individuais será
distribuída da seguinte forma:
Brigadista - Membros da brigada que executam as atribuições de
prevenção e resposta a emergências. Os candidatos voluntariados ou
indicados pela empresa, preferencialmente deverão atender o maior
número dos seguintes critérios: permanecer na edificação durante o seu
turno de trabalho; possuir boa condição física e boa saúde; possuir bom
conhecimento das instalações; ter mais de 18 anos; ser alfabetizado.
Líder - Responsável pela coordenação e execução das ações de
emergência em sua área de atuação. É escolhido dentre os brigadistas no
processo seletivo.
Chefe da brigada - Responsável por uma edificação com mais de um
pavimento/compartimento. É escolhido entre os brigadistas aprovados no
processo seletivo.
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Coordenador geral - Responsável Geral por todas as edificações que
compõem uma planta. É escolhido entre os brigadistas que tenham sido
aprovados no processo seletivo.
ORGANOGRAMA DA BRIGADA DE INCÊNDIO 1.4
O dimensionamento da Brigada deve levar em consideração a população fixa e o
percentual de cálculo definido na Tabela 1 da NBR 14.276:2006. O seu organograma
será variável de acordo com o número de empregados em cada setor/pavimento/
compartimento/turno conforme os exemplos dispostos no item 4.1.2.3 da Norma.
Abaixo demonstramos um exemplo para uma planta com duas edificações, com dois
pavimentos e três brigadistas por pavimento cada.
ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO 1.5
Dependendo do tamanho e organograma da Brigada, o coordenador geral, o
chefe ou o líder da brigada será autoridade máxima na empresa, no caso de ocorrência
de uma situação real ou simulado de emergência, devendo ser portanto, um gerente ou
possuir um cargo equivalente. É essencial que seja estabelecido claramente uma cadeia
de comando entre as pessoas responsáveis para lidar com a emergência. Os grupos de
apoio também devem ter suas responsabilidades definidas. Falhas na definição de linhas
de responsabilidades podem facilmente levar à confusão e à perda de tempo.
A qualificação de membros da brigada será realizada por intermédio de curso de
formação com carga horária e conteúdo programático fixado de acordo com os Anexos
A e B da Norma. As atribuições da brigada de incêndio definidas pela NBR 14.276:2006
são:
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a) Ações de Prevenção:
Conhecer o plano de emergência contra Incêndio;
Avaliar os riscos existentes;
Inspecionar os equipamentos de combate a incêndio, primeiros-
socorros e outros existentes na edificação na planta;
Inspecionar as rotas de fuga;
Elaborar relatório de irregularidades encontradas;
Encaminhar o relatório aos setores competentes;
Orientar a população fixa e flutuante; e
Participar dos exercícios simulados.
b) Ações de Emergência:
Aplicar os procedimentos básicos estabelecidos no plano de emergência contra
incêndio da planta até o esgotamento dos recursos destinados aos brigadistas. As
empresas deverão disponibilizar um ou mais pontos de encontro dos brigadistas, ou
seja, um local seguro e protegido contra os efeitos do sinistro, para efeitos de
distribuição das tarefas e responsabilidades no combate à emergência deflagrada. No
caso de abandono da planta, quem determina o seu início é o responsável máximo de
brigada de incêndio, no caso o coordenador geral ou chefe ou líder da brigada
(conforme for o caso do plano de emergência da empresa), priorizando os locais
sinistrados, os pavimentos superiores a estes, os setores próximos e os locais de maior
risco.
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2. PRIMEIROS SOCORROS
O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS? 2.1
É a ajuda imediata prestada por uma pessoa a um acidentado,
doente, ou vítima de mal súbito, com a finalidade de mantê-lo com vida, minimizar a
dor e evitar as complicações do quadro até a chegada do profissional especializado.
Conceitos preliminares
Deixar de prestar o socorro significa não dar nenhuma assistência à vítima. A
pessoa que chama por socorro especializado, por exemplo, já está prestando e
providenciando socorro. Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro
à vítima podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de omissão de socorro, mesmo que
não seja a causadora do evento.
A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são
os principais motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas.
Quando e como devemos prestar socorro?
Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria e o cenário
não ofereça risco. Ao solicitar apoio deve-se identificar-se, informar o local do acidente,
o número de vítimas, as condições das vítimas e o mecanismo da lesão.
Passos a serem seguidos
Avaliar a cena;
Chamar socorro especializado;
Priorizar a vítima mais grave;
Prestar o primeiro atendimento; e
Monitorar a vítima o tempo todo.
São fontes rápidas de informação no local da cena:
A cena por si só;
Riscos ao socorrista e sua equipe;
Vítima consciente ou inconsciente;
Os mecanismos do trauma; e
Curiosos ou testemunhas.
Procedimentos
Remover as vítimas com ferimentos menores para um local seguro;
Dar prioridade as vítimas inconscientes;
Preservar evidências;
Comunicar todas as informações relevantes; e
Auxiliar a equipe do socorro especializado.
Todo atendimento inicia-se com avaliação do cenário,
também chamada de dimensionamento da cena. Ao aproximar-se do local da
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emergência, antes de iniciar o contato direto com a pessoa, o socorrista deverá verificar
os riscos existentes, as condições de segurança para si e para os demais envolvidos e
prevenir-se escolhendo adequadamente seus equipamentos de proteção individual
(EPI’s).
Em caso de múltiplas vítimas deverá ser feito uma triagem. Triagem é um termo
derivado do francês e significa escolher. No âmbito pré-hospitalar, a triagem é usada
em dois contextos diferentes:
1. Quando há disponibilidade de recursos suficientes para atender a todos os
doentes: Nessa situação, os doentes de emergência terão a prioridade.
2. Quando o número de doentes excede a capacidade imediata dos recursos
no local: Nessa situação o objetivo da triagem é assegurar a sobrevida do
maior número possível de vítimas. Nesses casos, a prioridade será as
vítimas que tem mais chance de sobrevida.
COMO O SOCORRISTA PODE ADQUIRIR INFECÇÕES 2.2
As Infecções são doenças causadas por organismos que penetram o corpo.
Mecanismo de Contaminação
A contaminação pode ocorrer das seguintes formas:
Fluídos corporais - contato com o sangue ou outros fluidos
corporais; e
Pelo ar.
Lesões pequenas, às vezes despercebidas nas mãos, face, partes expostas ou
mucosas, como nariz, olhos e pequenas lesões por vias aéreas, podem ser transmitidas
pela tosse, respiração ou espirros da vítima. As partículas podem ser inaladas ou entrar
em contato com as mucosas.
É impossível o socorrista saber se as vítimas são portadoras de doenças
contagiosas apenas com a inspeção visual. O sangue e certos fluidos corporais devem
ser encarados como infectantes em potencial. A esta conduta se dá o nome de
Precauções Universais. O SOCORRISTA deve sempre utilizar dispositivos de barreira
para entrar em contato com a vítima.
Exemplos de doenças que podem ser adquiridas pelo socorrista
Sangue: AIDS, hepatite B e hepatite C.
Respiração: tuberculose, meningite meningocócica, gripe, resfriado
comum e algumas viroses.
Pele: herpes e escabiose, impetigo (infecção cutânea provocada por
bactérias) e pediculose (piolhos – provoca ferimento no couro
cabeludo).
Mucosas: herpes e conjuntivite.
Fezes: hepatite A e diarréia infecciosa.
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Métodos para proteção do socorrista
Uso do material individual de proteção.
Precauções durante o socorro.
Precauções no manuseio de equipamentos e descarte de material
contaminado.
Profilaxia com vacinações – é obrigatório que todo profissional de
pré-hospitalar seja vacinado contra hepatite B e tétano pelo risco de
exposição profissional a estas doenças.
Contato com o coordenador médico após o acidente para executar a
rotina do serviço para acidentes ou exposições.
Prevenção de infecções transmitidas pelo sangue
Hepatite - É uma infecção por vírus que causa inflamação no fígado. As
principais formas de hepatite são A, B e C:
Hepatite A - é transmitida pelas fezes, geralmente é benigna, e pode
ser prevenida com o uso de luvas e lavagens das mãos. Existe
vacinação para prevenir a doença.
Hepatite B - é transmitida principalmente por sangue contaminado
ou por via sexual. O sangue seco pode se manter contaminante por
até sete dias. A chance de um socorrista adquirir a doença após se
furar com agulha contaminada pelo vírus pode ser de 30%. A
prevenção é feita por Precauções Universais. Pode causar a cirrose
hepática e câncer de fígado. Não há cura.
Hepatite C - é transmitida por sangue contaminado. A chance pós o
acidente pode chegar a 10%. A prevenção é feita com Precauções
Universais. Pode causar cirrose hepática. Não há cura ou vacinação.
AIDS - É uma infecção viral que causa destruição do sistema imunológico
que nos protege das infecções. Até alguns anos era uma infecção
invariavelmente fatal, causando morte por infecções oportunistas, mas
atualmente tem características de doença crônicas que podem ser
controladas com o uso de medicações antivírus. O vírus é transmitido
através de sangue contaminado e pela via sexual. O risco para o socorrista
após o acidente com agulha contaminada em vítimas com HIV positivo é
de 0,03%.
Após exposição é necessário que o socorrista siga o protocolo estabelecido
por seu serviço, de acordo com a gravidade da exposição. É necessário que
todos os sistemas de pré-hospitalar possuam rotinas divulgadas entre seus
integrantes para procedimentos após acidentes. Sabe-se que a utilização
de drogas antirretrovirais reduz a chance de o socorrista adquirir a doença
após exposição em até 80%.
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CAUSAS DE OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 2.3
As causas de obstrução podem ser variadas. Como alguns exemplos temos:
queda de língua, corpos estranhos, vômitos, secreção e/ou sangue. As causas mais
comuns de obstrução de vias aéreas no âmbito pré-hospitalar são: a queda de língua
sobre a parede posterior da faringe e corpos estranhos. Os indivíduos inconscientes têm
relaxamento de toda musculatura, inclusive daquela que sustenta a língua. O socorrista
pode atuar mesmo totalmente desprovido de equipamento, através de manobras
manuais. O simples posicionamento da cabeça e do pescoço desloca a língua da parede
posterior da faringe.
Manobra de Desobstrução de Vias Aéreas
Vítimas conscientes
Abraçar a vítima por trás com seus braços na altura do ponto entre
a cicatriz umbilical e a apêndice xifóide. A mão do socorrista em
contato com o abdome da vítima está com o punho fechado e o
polegar voltado para dentro. A outra mão do socorrista é colocada
sobre a primeira para fazer 5 compressões abdominais sucessivas,
direcionadas para cima,
Em mulheres grávidas, obesos e lactentes as compressões são
efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca
externa.
As principais complicações desta técnica são: lesão de vísceras abdominais como
o fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração.
Vítimas inconscientes
Caso esta seja a vítima que já estava sendo tratada com obstrução
de vias aéreas, o socorrista ajoelha-se ao lado da vítima;
Posiciona as mãos uma sobre a outra diretamente sobre o externo, e
inicie a massagem cardíacaa. A mesma manobra pode ser efetuada
em mulheres grávidas, lactentes e obesos;
Varredura da cavidade oral;
Remova se possível, o corpo estranho; e
Repita a sequência até remover o corpo estranho ou um profissional
de saúde assumir o atendimento à vítima.
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Vítima inconsciente
Técnicas para desobstrução em bebê
Técnica de desobstrução de vias aéreas
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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 2.4
O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na
oxigenação e/ou na perfusão cerebral ou resultado de um trauma direto ao cérebro. A
alteração do nível de consciência implica em necessidade imediata de reavaliação da
ventilação, da oxigenação e da perfusão. Álcool e/ou outras drogas também podem
alterar o nível de consciência da vítima. No entanto, excluídas hipóxia e hipovolemia,
toda alteração do nível de consciência deve ser considerada como originária de um
trauma ao sistema nervoso central até que se prove ao contrário.
Abordagem da Vítima
Estabilização da coluna cervical e avaliação de nível de consciência
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) 2.5
A PCR é uma situação dramática, sendo o tempo uma variável importante.
Calcula-se que a cada um minuto que o indivíduo permaneça em PCR, a sua
probabilidade de sobrevida é reduzida em 10%.
A etiologia da PCR é variável de acordo com a idade. Neste capítulo,
apresentaremos o atendimento da PCR no adulto, criança e bebê. Salientamos que
existem diferenças para o atendimento nos três casos.
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A PCR consiste na ausência de batimentos cardíacos palpáveis e movimentos
respiratórios de um indivíduo.
A constatação da morte de uma vítima está associada com a presença de um
médico e pela realização de exames específicos.
A constatação imediata da PCR, assim como o reconhecimento da gravidade da
situação é de fundamental importância, pois permite iniciar prontamente as manobras
de reanimação, antes mesmo da chegada de outras pessoas e de equipamento
adequado. Evita-se dessa forma, uma maior deterioração do sistema nervoso central
(SNC) e de outros órgãos nobres.
Se uma pessoa permanecer de 4 a 6 minutos sem oxigênio, as células cerebrais
começam a morrer causando lesões reversíveis ou irreversíveis.
A PCR pode ser causada por:
Assistolia; e
Arritmias (Fibrilação ventricular; Atividade elétrica sem pulso;
Taquicardia ventricular sem pulso).
Sinais de PCR (Parada Cardiorrespiratória)
Inconsciência;
Ausência de sinais vitais;
Midríase (pupilas dilatadas com o mesmo diâmetro); e
Pele fria, pálida, úmida, pegajosa e cianótica.
Assim que for identificada a P.C.R., deverá iniciar o R.C.P.
OBS: A identificação da PCR por leigos é recomendada que seja identificada pela
inconsciência e ausência de respiração. Orienta-se que leigo não perca tempo tentando
encontrar o pulso.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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REANIMAÇÃO CÁRDIO PULMONAR 2.6
RCP (Reanimação Cardiopulmonar)
C - Circulação.
A - Abertura das vias aéreas.
B - Boa ventilação.
Objetivo da RCP
Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento
definitivo;
Retardar ao máximo a lesão cerebral;
Prolongar a duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se
transforme em assistolia e que a desfibrilação tenha sucesso; e
Reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas
respiratórias.
“C” (Circulation) – Circulação
Frequência de 100 a 120/min;
Aprofundar no mínimo 5 cm e máximo 6 cm do tórax; e
Permitir o retorno do tórax.
Reanimação
Massagem Cardíaca
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Interrupção da RCP
Após ordem médica;
Por cansaço extremo do socorrista que impossibilite o
prosseguimento das manobras;
Quando houver retorno da respiração e da circulação;
“A” (AIRWAY) – Abertura das vias aéreas superiores
Primeiro abra a boca da vítima e
visualize se há algum corpo estranho
obstruindo a passagem de ar. Se
houver faça uma varredura digital pelo
canto das bochechas. Cheque a
respiração espontânea. As duas
técnicas básicas para desobstruir as
vias aéreas superiores são: a manobra
de inclinação da cabeça – elevação do
queixo e a canula de guedel.
Nas situações clínicas, iremos
posicionar a palma de uma das mãos na testa, a outra no queixo e realizar uma leve
hiperextensão do pescoço a fim de desobstruir as vias aéreas.
Nas situações traumáticas, a fim de evitar danos na coluna cervical, as vias
aéreas deverão ser abertas através de manobra da mandíbula modificada em que o
socorrista deverá agarrar a mandíbula com as pontas dos dedos, elevando-a para frente
ou a canula de guedel.
Elevação do Queixo
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“B” – Boa ventilação
Após as 30 compressões deverão ser realizadas 2 ventilações, devendo ter a
duração de 1 segundo cada uma.
É importante manter a inclinação adequada da cabeça da vítima para permitir a
exalação do ar inspirado.
Ventilação boca – máscara
Respirador manual (Ambú)
Selecionar a máscara de tamanho adequado para ajustar-se à face
da vítima.
Certificar-se de que a via aérea da vítima está prévia e estabilizada
pelas manobras descritas.
A primeira pessoa coloca a máscara na face da vítima, assegurando
uma vedação adequada com as duas mãos.
A segunda pessoa ventila a vítima apertando o balão com as duas
mãos. e
A eficiência da ventilação é avaliada observando o movimento
torácico da vítima.
Técnica de boa respiração
Máscara
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Importante: Tenham em mente as seguintes observações:
O ar da primeira ventilação entrou?
O tórax se elevou?
Você ouviu o som do ar escapando durante a exalação passiva?
RCP em bebês
Em bebês com menos de 1 ano de idade, as causas mais comuns de parada
cardiorrespiratória são: síndrome da morte súbita em lactentes, doenças respiratórias,
OVACE (Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho), afogamento e doenças
neurológicas. A ressuscitação nestes casos é extremamente difícil e resultam muitas
vezes em complicações neurológicas.
Abertura de vias aéreas
O procedimento é praticamente idêntico ao do adulto com a diferença de que em bebês
é indicada a colocação de uma pequena toalha sobre os ombros da criança para manter
as vias aéreas abertas devido a relação da cabeça da criança com o tórax.
Ventilação
A ventilação recomendada para bebes sem o uso de
equipamentos é a boca-boca e nariz, devido às diferenças
anatômicas entre adulto e o bebê. Assim como para
crianças a ventilação fornecida para bebês é menor do que
a para adultos, ao ventilar forneça apenas ar suficiente
para elevar o tórax do bebê.
Ambú
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Compressão Torácica
Principais diferenças na aplicação de compressõestorácicas em relação à criança:
Apalpe o pulso braquial em bebês, se estiver
ausente inicie o RCP;
Se estiver sozinho o socorrista pode executar
o RCP sentado com o bebê em seu braço,
apoiado em uma das pernas, porém a
superfície rígida é mais apropriada;
A aplicação da compressão é realizada logo
abaixo da linha mamilar;
Comprima o tórax com dois dedos sobre o
esterno, ou se possível, com os dois polegares, abraçando o peito da vítima com
as mãos.
RCP em Crianças
O RCP em crianças é quase o mesmo procedimento feito em adultos, só não é igual
devido às diferenças anatômicas e fisiológicas.
Abertura de Vias Aéreas
O procedimento é o mesmo realizado para adultos.
Ventilação
Após a abertura das vias aéreas aplique 2 ventilações efetivas na criança. Devido ao
tamanho da caixa torácica da criança ser menor do que a do adulto, menos ar é
necessário na respiração. Ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o tórax da
criança. Se houver pulso aplique de 12 a 20 ventilações por minuto, pois a criança
normalmente possui uma frequência respiratória mais elevada que o adulto.
Compressão Torácica
Para a compressão torácica em crianças siga os seguintes passos:
Apalpe o pulso carotídeo em no máximo 10
segundos, se não estiver presente prepare-se
para iniciar as compressões.
Certifique-se de que a vítima esteja em
decúbito dorsal sobre uma superfície rígida;
Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima;
Exponha o peito da vítima e coloque uma das
mãos com o braço reto sobre o centro do peito
na altura da linha mamilar, se achar necessário
é possível colocar as duas mãos;
Se estiver sozinho, comprima 30 vezes o peito
para cada 02 ventilações;
Em 2 socorristas, comprima 15 vezes para cada 2 ventilações;
A taxa de compressão deve ser de 100 compressões por minuto;
Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax;
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 20
Execute a compressão com uma profundidade de ½ a ⅓ do tamanho do tórax;
Tempo de compressão e descompressão devem ser iguais;
Após 2 minutos ou 5 ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais do que dez
segundos nesta avaliação.
HEMORRAGIA 2.7
É definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso
sanguíneo.
As hemorragias podem ser classificadas de acordo com o tipo de vaso sanguíneo:
Arterial: Sangramento em jato (pulsátil) acompanhando a contração
cardíaca. O sangue é de coloração vermelho-vivo.
Venoso: Sangramento contínuo, geralmente de coloração escura.
Capilar: Sangramento contínuo de fluxo lento.
A hemorragia pode ser externa ou interna:
Externa: Sangramento de estruturas
superficiais com exteriorização do
sangramento. Podem ser controladas
utilizando técnicas básicas de
primeiros socorros. Nas hemorragias
externas o sangramento é visível, o
que facilita as medidas de primeiros
socorros para controle;
Interna: Sangramento de estruturas
profundas pode ser oculto ou
exteriorizar-se por algum orifício. A
vítima deve ser imediatamente levada
para o hospital. O sangue não é
visível e mesmo quando se exterioriza
precisamos avaliar a origem.
Os locais mais frequentes de
hemorragias internas são o tórax e abdome. Observar presença de
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 21
lesões perfurantes, equimoses/hematomas ou contusões na pele. Os
órgãos abdominais que produzem sangramento grave são: O fígado,
localizado no quadrante superior direito, e o baço, no quadrante
superior esquerdo. Algumas fraturas, especialmente as de fêmur e
as dos ossos da bacia provocam grandes sangramentos. A distensão
abdominal e dor à palpação após um trauma podem ser sintomas de
hemorragia interna abdominal.
Sinais e sintomas
Varia com a quantidade perdida de sangue, velocidade do sangramento, estado
prévio de saúde e idade da vítima.
Perda de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos), geralmente não
causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo.
Perdas maiores que 15% e menores que 30% (750 a 1500 ml) geralmente
causam estado de choque compensado (sem hipotensão arterial). Outros sintomas são:
ansiedade, sede, taquicardia, pulso periférico radial fraco, pele fria, pegajosa, palidez,
enchimento capilar lentificado, frequência respiratória acelerada.
Perdas acima de 30% levam ao choque descompassado com hipotensão. Os
sinais e sintomas são: agitação psicomotora, confusão mental, inconsciência, sede
intensa, pele pálida, fria, pulso radial ausente, taquipnéia importante, enchimento
capilar lento.
A perda de mais de 50% do volume sanguíneo causa morte.
TIPOS DE LESÕES 2.8
Lesão em que ocorre extrusão de vísceras. Nas lesões com evisceração, a
conduta deve ser a seguinte:
Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados;
Cobrir vísceras com curativo estéril umedecido em soro fisiológico;
Não usar compressas aderentes; e
Envolver o curativo com uma bandagem.
Esmagamento - É uma lesão muito comum em acidentes automobilístico,
desabamentos e acidentes industriais. Pode resultar em ferimentos abertos
e fechados.
A conduta de primeiros socorros é realizar o ABCDE da vida, fornecer
oxigênio e controlar a hemorragia.
Lacerações - São lesões teciduais de bordos irregulares, produzidas por
objetos rombos através de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O
socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação
de curativo com bandagens. Imobilizar extremidades com ferimentos
profundos.
Amputações traumáticas - As amputações são definidas como lesões em
que há separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 22
corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamento ou
por forças de tração, estão frequentemente relacionadas a acidentes
industriais e automobilísticos.
Seu tratamento deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar
a morte por hemorragia e pela possibilidade de reimplante do membro
amputado.
O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O
membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém, a
maior prioridade é a preservação da vida.
Há três tipos de amputação:
Amputação completa ou total: o segmento é totalmente separado do
corpo;
Amputação parcial: o sangramento tem 50% de área de solução de
continuidade com o corpo;
Desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados
sem lesão do tecido subjacente.
Conduta:
Sempre iniciar com ABCDE, da vida;
Controlar a hemorragia; e
Tratar o estado de choque, caso este esteja presente, em caso de
grandes hemorragias.
Cuidados com o segmento amputado:
Limpe com soro fisiológico e/ou água corrente sem imersão em
líquido;
Envolva o membro amputado com uma gaze limpa e estéril ou saco
plástico limpo;
Cubra o coto com uma compressa ou pano limpo;
Proteger o membro amputado com saco plástico;
Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo e água ou
água gelada (Jamais colocar o membro amputado em contato direto
com gelo).
Perfurante - Ferimentos perfurantes e transfixantes são lesões causadas
por perfurações da pele e dos tecidos subjacentes por um objeto. O orifício de
entrada pode não corresponder à profundidade da lesão. Quando um corpo
estranho atravessa o membro, dizemos que há uma ferida transfixante.
O socorrista deverá realizar a limpeza da ferida, imobilizar o corpo estranho e
protegê-lo.
As lesões penetrantes de tórax devem ser concluídas o mais rápido possível
com um curativo de três pontas, para evitar a aspiração de ar para o espaço
pleural com a formação de pneumotórax aberto e hipertensivo.
O sangramento de uma úlcera gástrica ou duodenal pode fazer com que o
sangue passe para os intestinos, em vez de ser levado para cima
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 23
(Hematêmese). Outra doença do estômago e do intestino delgado também
pode resultar num sangramento e na melena. A melena é um indício de uma
doença séria, e precisa do parecer imediato de um médico.
Primeiros socorros
Realize avaliação da vítima (o ABCDE da vida);
Faça compressão direta da lesão;
Eleve as extremidades (braços ou pernas) que estão sangrando
acima do nível do coração;
Manter as compressas que se encharcarem com sangue. Se
necessário, colocar novas compressas secas. O objetivo é não retirar
o coágulo formado;
Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não
disponha de bandagem, manter a compressão abdominal; e
Realizar compressão indireta: comprimir o ponto arterial mais
próximo do local. Os principais pontos de pressão são: temporal,
braquial, femoral, radial e pedioso.
RESGATE E TRANSPORTE DE VÍTIMA 2.9
O conhecimento das várias técnicas de resgate incluindo suas indicações e
contraindicações é muito importante para um bom atendimento pré-hospitalar. O
emprego da técnica incorreta pela equipe de resgate é arriscado para a vítima, que
pode desenvolver o “segundo trauma”, e para o próprio socorrista, que pode
desenvolver lesões musculares ou de coluna vertebral. A escolha de estratégias de
transporte varia com a situação, risco no local, número de resgatistas e estabilidade da
vítima.
Transporte de emergência
Em situações de risco iminente no local é
necessário remover a vítima rapidamente. O
transporte de emergência é empregado em
incêndios, desabamentos, tiroteios etc. a manobra
a ser utilizada depende do peso da vítima, tipo de
terreno, equipamento e número de socorrista. Pode
haver segundo trauma, pois existe movimentação
significativa da coluna.
Somente remova o acidentado se for
absolutamente necessário, caso contrário, aguarde
um médico ou socorro especializado. Antes de remover a vítima, alguns cuidados
devem ser levados em consideração.
Controlar as hemorragias, para evitar um sangramento abundante e
o risco de entrar em choque.
Resgate
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 24
Se houver suspeita de fraturas, principalmente nos casos de quedas
de uma altura ou atropelamento, imobilize o local da possível
fratura.
Caso haja parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente a
respiração artificial e massagem cardíaca.
Prioridade na remoção:
Vítimas de urgência (melhores condições)
Prioridade no atendimento:
Vítimas de emergência (risco de morte eminente)
Transporte de acidentado
Os acidentados com fratura no pescoço e suspeita de lesão da medula não devem
ser removidos, até que chegue socorro médico.
Observação: pode acontecer de, em algumas situações, o socorrista estar
sozinho na prestação de auxilio à vítima, e necessitar removê-la, especialmente em
casos de perigo iminente. Para que este transporte seja possível, o conhecimento de
algumas técnicas será importante.
Não se esqueça: a maca é o melhor meio de transporte.
Transporte com dois socorrista - Duas pessoas formam uma cadeira
improvisada, colocando os braços da vítima por sobre seus ombros, e com
um dos braços apoiando as costas da vítima. O outro braço segura na
altura da coxa da vítima retirando-a do solo com um movimento direto e
sincronizado.
Resgate com dois
socorristas
Resgate com um socorrista
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Elevação manual com seis socorristas
Os socorrista um, dois e três se ajoelham do lado esquerdo da
vítima e os socorristas quatro, cinco e seis se ajoelham do lado
direito;
Os socorristas um e quatro ficam perto da cabeça, colocando um
braço sob o pescoço da vítima e o outro sob a região do tórax. Os
socorristas dois e cinco colocam os braços sob a região lombar e
pélvica. Os socorrista quatro e seis colocam os braços sob a região
da coxa e tornozelo;
Após o comando do líder a vítima é elevada do solo e apoiado nas
coxas dos socorristas com movimento sincronizado.
Os seis socorrista ficam de pé com movimento simultâneo, após
comando do líder que é o socorrista um.
Estabilização da coluna cervical - A
estabilização da cervical é uma etapa
muito delicada, pois a coluna vertebral
é uma estrutura que abriga um feixe
de nervos que levam e trazem
estímulos do cérebro para todos os
órgãos e músculos do corpo, portanto
um movimento realizado de forma
incorreta pode agravar muito o estado
da vítima. Quanto mais próximo do crânio, mais grave será a lesão, por
isso que área da cervical é a mais frágil e que requer um cuidado maior.
Resgate com seis socorristas
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Lembre-se: Toda vítima de trauma possui lesão na cervical, até que se
prove o contrário.
Maca/Talas de imobilização
Talas
Colete imobilizador dorsal
Salvamento com colete
Tamanhos de colares cervicais
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3. COMBATE A INCÊNDIO
TEORIA DO FOGO - O QUE É FOGO? 3.1
É o processo de combustão que se desenvolve em alta velocidade acompanhado
do desprendimento de energia sob forma de luz e calor. Antes de seu controle pelo
homem somente ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como
raios, erupções vulcânicas, etc. Após a sua descoberta, o homem passou a utilizá-lo em
uma enorme gama de atividades, caseiras e profissionais. Sua conceituação científica
somente ocorreu no século XVIII com o químico francês Antoine Lavoisier (1743-1794)
que estabeleceu as bases do fenômeno da combustão.
COMBUSTÃO 3.2
A combustão é uma reação química chamada de oxigenação, onde um material
combustível reage com a presença do Oxigênio (comburente) e, ao ser exposta a uma
fonte de calor resulta numa liberação de energia na forma de chama aquecida,
luminosidade e gases. Além disso, durante essa reação ocorre o desaparecimento de
uma ou mais substâncias, e o consequente aparecimento de outras características
diferentes. Por exemplo, a combustão de um pedaço de madeira dá origem a cinzas e
outra substância que se desprende sob forma de gás (dióxido de carbono).
Formas de combustão
Para que haja combustão é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico
esteja em uma concentração entre o mínimo de 8% e o máximo de 21%.
De 16% a 21% chamamos de combustão Viva ou Completa, onde ocorre o
desprendimento de LUZ e CALOR. O gás produto dessa reação é o Gàs Carbônico (CO2).
De 8% a 15% chamamos de Combustão Lenta ou Incompleta, não ocorre o
desprendimento de LUZ. O gás produto dessa reação é o Monóxido de Carbono (CO).
De 0% a 7% não há combustão.
A Combustão pode ser:
Combustão Completa (viva):
Gasolina em chamas;
Fogo em papel, madeiras;
Toda a forma de combustão em que haja CHAMA (LUZ) e CALOR.
Combustão incompleta (lenta):
Oxidação do ferro; e
Combustão de corpos em atmosfera contendo Oxigênio na faixa de 8
a 15%.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 28
Características dos elementos
Combustível - É tudo aquilo (material) capaz de pegar fogo, de queimar
e alimentar a combustão.
Quanto ao estado físico podem ser:
Sólidos (madeira, papel, tecido, carvão, ferro, etc);
Líquidos (gasolina, óleo, álcool, queronese, etc);
Gasosos (butano, metano, etano,etc).
Quanto à volatilidade, ou seja, a sua facilidade de liberar vapores, podem
ser:
Voláteis (álcool, éter, benzeno, etc) – em condições normais de
temperatura e pressão desprendem vapores capazes de se
inflamarem;
Não voláteis (óleo combustível, óleo lubrificante, etc) – em
condições normais de temperatura e pressão, desprendem vapores
inflamáveis após o aquecimento acima da temperatura ambiente.
Comburente (Oxigênio) - É todo elemento que alimenta e sustenta a
combustão. É o comburente mais encontrado na natureza. Encontramos na
atmosfera na porcentagem de 21%. Todos os combustíveis para entrarem
em combustão necessitam do comburente.
TEMPERATURA - FONTES DE IGNIÇÃO 3.3
Quando se atinge a temperatura de ignição, os combustíveis começam a emanar
vapores que em contato com o ar, podem iniciar e manter ou não a combustão. As
fontes de ignição mais conhecidas são: Elétrica (curtos circuitos em equipamentos é a
fonte de ignição mais comum); Mecânica (atrito); Química: reação química exotérmica.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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PONTO DE FULGOR 3.4
Segundo a NBR 13.860/1977. É a “Menor temperatura na qual um combustível
emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região
imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato
com uma chama, e não mantê-la após a retirada da chama”. A chama surge como um
flash luminoso, cotudo, logo se apaga.
PONTO DE COMBUSTÃO 3.5
Segundo a NBR 13.860/1997. É a “Menor temperatura na qual um combustível
emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região
imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato
com uma chama, e manter a combustão após a retirada da chama”.
PONTO DE AUTOIGNIÇÃO 3.6
Segundo a NBR 13.860/1997. É a “Menor temperatura na qual um combustível
emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região
imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato
com o ar”. Neste ponto, a ignição idenpende de uma fonte externa de calor.
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA 3.7
Fenômeno que ocorre em determinadas circunstâncias quando materiais
orgânicos, por si só, podem entrar em combustão devido à geração de calor e a
liberação de vapores em quantidades suficientes. É a combustão resultante de auto-
aquecimento, sem aplicação de calor externo.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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EXPLOSÃO 3.8
Segundo a NBR 13.860/1997, é o “Fenômeno acompanhado de rápida expansão
de um sistema de gases, seguida de uma rápida elevação na pressão; seus principais
efeitos são o desenvolvimento de uma onda de choque e ruído”.
As explosões são caracterizadas por uma liberação de energia tão rápida que
aparentemente podem ser consideradas como instantâneas. A explosão é um efeito,
não uma causa. Analisando causas, as explosões podem ser classificadas em quatro
tipos principais:
liberação de energia gerada por rápida oxidação. Ex: explosão de
mistura de vapor, gasolina e ar;
liberação de energia gerada por rápida decomposição. Ex: explosão
de dinamite;
liberação de energia causada por pressão excessiva: Ex: explosão
de caldeira, ruptura de tambores, ou causadas pelo enfraquecimento
de um recipiente de pressão, tal qual o rompimento de um cilindro
contendo GLP devido ao impingimento de uma chama acima da
superfície líquida; e
liberação de energia criada pela fissão ou fusão nuclear. Ex:
explosão de uma bomba de hidrogênio ou de urânio.
Explosivos tais como, nitroglicerina e outros mais, apresentam enorme perigo
quando ameaços por um incêndio. A providência imediata a tomar será sempre afastá-
los das proximidades do fogo ou alagar com água os locais onde se encontram
armazenados.
Explosão
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Faixa de explosividade
Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se
misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera explosiva.
Essa mistura que irá se incendiar é diferente para cada tipo de gás inflamável. O limite
de explosividade mede a concentração mínima ou máxima de gases/vapores
desprendidos de uma determinada substância inflamável que, misturados com o
oxigênio na proporção ideal, criam uma atmosfera explosiva.
Não haverá combustão se:
a. Não houver fonte de ignição;
b. Não houver combustível; e
c. A mistura Ar (comburente) + Combustível estiver rica ou pobre.
A NBR 17.505-1/2013 define a faixa de explosividade como a “Faixa de
concentração de um gás ou vapor, em que pode ocorrer combustão ou explosão na
presença de uma fonte de ignição”. Sua importância é reconhecida quando passamos a
definir o LIE – Limite Inferior de Explosividade e o LSE – Limite Superior de
Explosividade.
Limite Inferior de Explosividade – LIE - O LIE é a menor concentração
da mistura ar+combustível (Gás / Vapor) capaz de produzir combustão ou
explosão. Logo, se a mistura estiver abaixo será considerada pobre e não
haverá combustão. Se a mistura estiver acima será considerada ideal
ocorrendo então à combustão.
Limite Superior de Explosividade – LSE - O LSE é a maior concentração
de gás ou vapor, capaz de produzir combustão ou explosão. Logo, se a
mistura estiver acima será considerada rica e não haverá combustão. Se a
mistura estiver abaixo será considerada ideal ocorrendo à combustão.
ELETRICIDADE ESTÁTICA 3.9
É o cúmulo de energia de um corpo em relação ao outro, geralmente em relação
à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo praticamente
impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é impedir o seu
acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de propiciar um
centelhamento), através do aterramento do equipamento a ela sujeito, isto é, ligando a
carcaça do equipamento à terra, por meio de um condutor. Quase todos os
equipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, à formação de eletricidade estática.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 32
MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR 3.10
O calor é uma forma de energia que se manifesta pela aceleração do movimento
das moléculas, e se traduz pelo aumento da temperatura do material que absorve esta
energia.
A transmissão do calor ocorre de três formas:
Condução - É a transmissão de calor de
molécula para molécula quando colocamos
em contato dois corpos com temperaturas
diferentes. O corpo mais aquecido cede calor
para o menos aquecido e ambos atingem a
temperatura ambiente. Ex. Vigas de aço,
anteparas de aço, etc.
Radiação - O calor é transferido de
um corpo para o outro por meio de
raios caloríficos através do espaço,
de maneira muito semelhante à
transferência de luz pelos raios
luminosos. As ondas de calor
atingem os objetos, aquecendo-os.
Ex: O calor que vem do sol, de uma
fogueira, um incêndio.
Convecção - É o método de transmissão
de calor característico dos líquidos e gases.
Consiste na propagação de calor através de
uma massa fluida (líquida ou gás), na qual
se formam correntes ascendentes no seio
da massa fluída, circulando e aquecendo
objetos distantes nos compartimentos.
O ar aquecido dilata-se e se eleva, e por
essa razão a transferência de calor por
convecção faz-se, sobretudo, numa direção
ascendente. Ex: nas edificações, essas
correntes de convecção ocorrem através
dos dutos de ventilação ou pelos vãos de
elevadores ou escalas, criando o chamado efeito chaminé. Muitas vezes,
devido à falta de providências, incêndios aparentemente inexplicáveis,
longe de foco principal poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de
extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou.
Este método de transmissão de calor é o responsável pelo efeito chaminé,
ou seja, pela definição da NBR 13.860/1997.
Condução
Radiação
Convecção
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 33
CLASSES DE INCÊNDIO 3.11
A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem
como a situação em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para
que possamos escolher o método de extinção e agente extintor adequado. A
classificação didática na qual se definem incêndios de diferentes naturezas no Brasil, foi
elaborada pela NFPA – National Fire Protection Assosciation.
Classe A - Incêndio em materiais combustíveis sólidos.
São materiais de fácil combustão. Possuem as
características que queimarem em sua superfície e em
profundidade (o fogo penetra no material combustível).
Deixam muitos resíduos (brasas ou cinzas). Ex: madeira,
papel, tecidos, borrachas, etc.
Classe B - Incêndio em líquidos e gases inflamáveis ou
combustíveis sólidos que se liquefazem por ação do calor.
Possuem a característica de queimarem somente em sua
superfície, não deixando resíduos. O fogo alastra-se por
toda a sua superfície em grande velocidade. Necessitam
de grandes quantidades de oxigênio para o seu
desenvolvimento e geram bastante calor. Verificam-se no caso dos líquidos
inflamáveis. Ex: óleo, gasolina, álcool, querosene, graxas, vernizes, tintas,
acetona, cera e gazes como butano, metano e propano.
Classe C - São aqueles que ocorrem nos equipamentos
elétricos/eletrônicos energizados. Alguns aparelhos
permanecem com carga (energia) acumulada durante
algum tempo, mesmo que já tenha sido desligado. Sendo
assim, são denominados incêndios Classe C qualquer
incêndio que envolva equipamento elétrico/eletrônico,
ainda que o mesmo já tenha sido desligado.
Classe D - São aqueles que ocorrem envolvendo
materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por uma
queima em altas temperaturas e de intensa luminosidade.
Ex: magnésio, titânio, zircônio, sódio, lítio, cádmio, etc.
Um material pirofórico segundo a NBR 13.860/1997 é a
“substância líquida ou sólida que, em condições normais
de temperatura e pressão, reage violentamente com o oxigênio do ar
atmosférico ou com a umidade existente, gerando calor, gases inflamáveis
e fogo”.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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MÉTODO DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO 3.12
São técnicas que se baseiam na remoção de um ou mais elementos que
constituem o “Triângulo do Fogo”. Porém, levando-se em consideração a moderna
teoria do “Tetraedro do Fogo”, a extinção pode ser de quatro maneiras: resfriamento,
abafamento, isolamento e quebra de reação em cadeia.
Resfriamento - Consiste em reduzir a
temperatura do material abaixo da
temperatura de ignição, ou até um ponto
determinado em que não ocorra a emanação
de vapores inflamáveis. Mais eficiente para os
sólidos em geral.
Abafamento - Consiste na supressão do
oxigênio, na diminuição de sua concentração
nas proximidades de combustível para um
valor abaixo de 16%. Não havendo o
comburente, não haverá combustão, com
exceção daquelas substâncias que não
possuem o oxigênio em sua composição
molecular e queima sem necessidade de
oxigênio, como o fósforo branco. Mais
eficiente nos líquidos inflamáveis.
Isolamento - Consiste na retirada do
combustível que está alimentando a
combustão, podendo ser parcial ou total,
diminuindo o tempo de duração do incêndio ou
extinguindo o incêndio. É o que ocorre quando
fechamos uma válvula ou interrompemos um
vazamento de algum produto inflamável.
Quebra de Reação em Cadeia - Consiste na
introdução de determinadas substâncias
estranhas à reação química da combustão com
o propósito de inibi-la.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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AGENTES EXTINTORES 3.13
Qualquer substância aplicada ao fogo agirá com o processo da combustão,
resfriando, abafando ou quebrando a reação em cadeia do fogo, proporcionando a sua
extinção.
Água
É o mais conhecido e o mais utilizado devido sua eficiência e baixo custo. A água
em contato com altas temperaturas reage se evaporando, e aumenta o seu volume em
cerca de 1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor d’água,
deslocando-se no ar diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriamento o material, daí
sua principal propriedade extintora – resfriamento. Reduz a temperatura para valores
abaixo do ponto de fulgor, evitando a reignição do incêndio. É indicado para incêndios
Classe A. São encontrados nas redes de incêndio, aparelhos portáteis e sistemas fixos
(sprinklers). É um excelente condutor de eletricidade, por isso nunca deverá ser usada
nos incêndios Classe C.
Espuma (LGE)
Formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo-se num verdadeiro
cobertor que, ao ser aplicado, repousa sob a superfície do material incendiado,
impedindo o fornecimento do oxigênio necessário para a continuação da combustão, o
LGE – Líquido Gerador de espuma, segundo a NBR 13.860/1997 é “Concentrado em
forma de líquido de origem orgânica ou sintética que, misturado com a água, forma
uma solução que, sofrendo um processo de batimento e aeração, produz espuma”.
A espuma é o melhor agente extintor indicado para incêndios Classe B
envolvendo os líquidos inflamáveis. A sua propriedade extintora principal ocorre por
abafamento.
As características da espuma são:
Previne a radiação de calor, pois as chamas ficam separadas do
combustível;
A viscosidade da massa de espuma evita a formação de vapores
logo acima do líquido;
Adere facilmente para a formação de uma cobertura;
Estabilidade;
Resistente ao calor; e
Intolerância com líquidos combustíveis.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Gás Carbônico (CO2)
É um gás inerte, mais pesado que o ar e não condutor de eletricidade. É gás
asfixiante, devendo ter muito cuidado ao ser empregado em compartimentos fechados.
Seu método de extinção é agir por abafamento, ou seja, retira o oxigênio das
proximidades do incêndio. É chamado de agente limpo, ou seja, não deixa resíduo. É
um excelente agente indicado para incêndios de Classe C, podendo também ser
utilizado em líquidos inflamáveis, incêndios Classe B. É encontrado em aparelhos
portáteis e não portáteis (cilindros pressurizados de alta pressão) e em sistemas fixos.
Agentes Limpos (Halogenados)
Com o protocolo de Montreal em 1987, todos os órgãos ambientais competentes
se comprometeram a eliminar a utilização do Halon devido aos danos da camada de
ozônio e para que não houvessem prejuízos, várias alternativas foram utilizadas, mas
todas elas requerem substituição do sistema de tubulações e comandos.
O heptafluorpropano é um gás fluorado, também conhecido como HFC-227, FM-
200 ou FE-227, faz parte da nova geração de agentes extintores limpos como
substitutos do Halon 1301. Utilizado em quantidades inferiores aos tradicionais inertes,
oferece grande economia no seu consumo, na sua instalação e na preservação de
equipamentos de alto valor agregado, pois não requer trabalhos com limpeza.
Os benefícios imediatos de um sistema fixo de supressão de fogo por FE-227 são:
Não ataca a camada de ozônio;
Baixo potencial de efeito estufa;
Vida atmosférica curta;
Seguro para áreas ocupadas;
Não é corrosivo;
Requer mínimo espaço de armazenamento;
Diversas aprovações de órgãos internacionais;
Melhor garantia na indústria de proteção de fogo; e
Instalação simplificada.
Já o Pentafluoretano (FE-25) é outro gás fluorado inerte de última geração
lançado como substituto integral do Halon. Com relação ao HFC-225, requer 20%
menos do agente por metro cúbico, possuindo propriedades físicas superiores aos
demais agentes limpos. Atua por resfriamento (retirada da energia da combustão),
absorvendo o calor gerado pelo fogo do nível molecular mais rápido do que o calor é
gerado, portanto o fogo não consegue sustentar por si próprio. Também atua por
quebra da reação em cadeia na combustão.
Os benefícios imediatos de um sistema fixo de supressão de fogo FE-25 são:
Não agride a camada de ozônio;
Não agride o meio ambiente;
Tempo de retenção maior;
Eletricamente não condutivo;
Incolor e inodoro;
Seguro para área ocupada (uso em áreas ocupadas ou
desocupadas);
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Não é corrosivo; e
Não deixa resíduo.
Pó Químico Seco
É um pó composto por partículas finíssimas, produzido a base de bicarbonato de
sódio. Em contato com o material aquecido parte do pó se decompõe o que acaba
auxiliando na extinção do fogo. Porém sua real propriedade extintora ocorre por quebra
da reação em cadeia. É indicado para incêndios Classe B, líquidos inflamáveis. Em razão
de o pó químico ser um mau condutor elétrico também poderá ser alternativamente
utilizado nos incêndios Classe C podendo, contudo, danificar os equipamentos devido
aos resíduos que ele deixa sobre o material.
Pó ABC - Popularmente conhecido com o Pó ABC, esse tipo de pó atua da
mesma maneira do que o PQS. Todavia, como o próprio nome já indica,
pode ser empregado nas 3 classes de incêndio A, B e C. portanto, age por
quebra de reação em cadeia. É composto a base de Fosfato de
Monoamônia.
Pó Químico D (Cloreto de Sódio) - É um pó químico feito à base de
Cloreto de Sódio e indicado para os incêndios Classe D, metais pirofóricos.
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 3.14
Com o intuito de eliminar o risco de incêndios e explosões nas edificações e nas
plantas de produção, é obrigatório a adoção de medidas preventivas de fontes de
ignição e/ou de atmosferas inflamáveis, presentes simultaneamente em um mesmo
local.
Concordamos que, na prática, nem sempre é possível eliminar os dois fatores de
risco, porém, medidas devem ainda assim serem tomadas a fim de que, pelo menos um
deles seja eliminado ou controlado.
Nas áreas abertas, situadas no conjunto de compartimentos habitáveis e nos
sistemas de processo existirão, inevitavelmente, diversas fontes de ignição tais como
equipamentos elétricos ou chamas abertas. Em algumas situações é quase impossível o
controle das fontes de ignição. Já que poderão ser decorrentes da operação normais de
equipamentos ou sistemas. Nesse caso o importante é impedir a entrada de gases
inflamáveis nesses compartimentos.
É possível que a adoção de um bom projeto e de práticas convencionais consiga
manter sob controle a emissão de gases inflamáveis e a presença de fontes de ignição
nas diversas atividades desenvolvidas numa planta. Contudo, os seus meios de controle
devem ser rigorosamente mantidos por toda a população, e não somente sob
responsabilidade dos encarregados pela segurança da unidade.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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TÉCNICAS DE PREVENÇÃO (Regras Básicas)
* Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros -
193
* Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeita condições de uso e
somente as utilize em caso de incêndio.
* Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso,
devidamente carregados e revisados (periodicamente).
* Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio, procurando
inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.
* Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.
* Evitar a falta de ventilação.
* Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras
saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com materiais ou equipamentos.
* Tomar cuidado com cera, utilizada nos pisos quando dissolvida. Não deixar
estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.
* Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o
cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acesas em qualquer lugar.
* Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais
de trabalho, ao término da jornada de trabalho, se desligaram todos os aparelhos
elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros.
* Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível: a
ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de pessoas
acidentadas, inclusive nas proximidades.
* Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.
* Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área
junto aos hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas.
Instruções complementares
- Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuseando e feche as
saídas de gás.
- Procure sempre manter a calma e não fume. Não tire as roupas. Dê o alarme.
- Mantenha, se possível, as roupas molhadas.
- Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo.
- Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta umedecida pelo
lado interno e vedada com toalha ou papel molhados.
- Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado.
- Não fique no peitoril antes de haver condições de salvamento, proporcionadas
pelo Corpo de Bombeiros. Indique sua posição no edifício acenando para o Corpo de
Bombeiros com um lenço.
- Aguarde outras instruções do Corpo de Bombeiros.
- Em caso de incêndio, se você se encontra em lugar cheio de fumaça procure
sair, andando o mais rente possível do piso, para evitar ficar asfixiado.
- Em regra geral, uma pessoa cuja roupa pegou fogo procura correr. Não o faça:
a vítima deve procurar não respirar o calor das chamas. Para evitá-lo, dobre os braços
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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sobre o rosto, apertando-os: jogue-se ao chão e role, ou envolva-se numa coberta ou
num tecido qualquer.
- Vendo correr uma pessoa com as roupas em chamas, não a deixe correr.
Obrigue-a a jogar-se ao chão e rolar lentamente.
- Use de força, se necessário, para isso.
- Se for possível, use extintor ou mangueira sobre o acidentado.
- No caso de não haver nada por perto, jogue areia ou terra na vítima, enquanto
ela está rolando. Se puder, envolva o acidentado com um cobertor, lona ou com panos
grossos.
- Envolva primeiro o peito, para proteger o rosto e a cabeça. Nunca envolva a
cabeça da vítima, pois assim você a obriga a respirar gases.
- Ao perceber um incêndio não se altere; estando num local com muitas pessoas
ao redor, não grite nem corra. Acate as normas de prevenção e evite acidentes.
- Trate de sair pelas portas principais ou de emergência, de maneira rápida, sem
gritos, em ordem, sem correrias. Nunca feche com chaves as portas principais e as de
emergência.
- Não guarde panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou outros inflamáveis.
- Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para recarregamento.
Principais causas de incêndio
Fumo - Só deverá ser permitido nos locais e ocasiões especificadas. O
responsável da planta deve assegurar que toda a população seja informada
dos locais permitidos para fumo e por afixar avisos adequados e
permanentes.
Cozinha - É de fundamental importância a adoção de medidas de
segurança nas operações de cozinha. Uma causa frequente de incêndios é
o acúmulo de depósitos de gorduras ou de óleo não queimado nesses
locais, no interior de dutos de fumaça e filtros de extração de gases de
cozinha. A cozinha e compartimentos próximos devem ser frequentemente
inspecionados para que não haja dúvida de que estão limpos.
O pessoal da cozinha deverá receber treinamento adequado para enfrentar
emergências de incêndio nesses locais. A cozinha deverá estar equipada
com extintores de incêndio e mantas especiais para abafamento.
Equipamento Elétrico - Os equipamentos elétricos portáteis devem ser
cuidadosamente examinados quanto a possíveis defeitos. Deve ser tomado
o cuidado para garantir que o isolamento elétrico não seja danificado e que
a fiação esteja corretamente conectada e assim permanecer durante todo
o tempo em que estiver em uso. Também deve ser tomado o cuidado para
evitar danos mecânicos nos cabos flexíveis.
Os equipamentos elétricos fixos devem ser do tipo aprovado para áreas
classificadas, mesmo onde existe locais onde uma atmosfera explosiva
possa, com pouca frequência, ser encontrada. É importante que esses
equipamentos também passem por manutenção periódica para garantir
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
P á g i n a | 40
que seus dispositivos ou fiações não venham a se constituir em fontes de
ignição.
Trabalho a Quente - Trabalho a quente é qualquer um envolvendo
soldagens, chamas ou outros trabalhos incluindo certar furações,
esmerilhamento, trabalhos elétricos que possam produzir centelhamento.
Os trabalhos a quente devem ser permitidos somente em conformidade
com as normas de segurança existentes e práticas seguras adotadas pela
unidade.
Os trabalhos a quente devem sempre ser planejados. Nas reuniões de
planejamento devem participar, no mínimo, todos aqueles que irão ter
responsabilidades na execução do trabalho. Deve ser feito um plano de
trabalho com todas as precauções de segurança relacionadas que serão
reunidas na Permissão do Trabalho a ser emitida.
Uso das Ferramentas - O uso das ferramentas manuais, tais como
picadeiras e raspadeiras para preparação e manutenção em partes
metálicas devem ser restritas. A área deve estar desgaseificada e limpa de
materiais combustíveis. Ferramenta feita de metal não ferroso, chamados
de não centelhantes, apresentam apenas uma menor probabilidade para
criação de uma centelha ignitiva e, devido à dureza relativamente menor
dos materiais não ferrosos, não são tão eficientes quanto as suas
equivalentes feitas de material ferroso.
INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO 3.15
A inspeção também é um método importante a se destacar diante de uma política
de segurança de incêndios. As inspeções das instalações e de equipamentos e os
cronogramas de serviços apropriados irão reduzir as chances de falha e
consequentemente de incêndio. Uma avaliação de risco deve ser realizada regularmente
para identificar materiais combustíveis e fontes de ignição em potencial e depois ajustar
uma medida de controle para evitar que os dois combinados comecem um incêndio.
As inspeções periódicas dos dispositivos de detecção e combate a incêndio
também se torna uma tarefa obrigatória, no que tange a prevenção de incêndio.
Desejamos nunca ter que depender deles. Nunca ter que usá-los. Porém, quando uma
emergência é deflagrada, desejamos que eles estejam funcionando perfeitamente, pois
a nossa vida estará confiada às condições do equipamento e às técnicas de uso.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES 3.16
Objetivo da detecção de incêndios
A NBR 13.860/1997 define como: “O recurso destinado a receber e emitir sinais
de alerta sonoro ou luminoso, que procedem de uma emergência”. O objetivo da
detecção de incêndio é bastante claro, quanto mais rápido o incêndio for detectado,
maior será a velocidade da resposta para a sua extinção. Por isso, podemos afirmar que
existem dois tipos de detectores: o sensor humano, que nem sempre poderá ser
possível a sua presença em todos os locais e o automático, previamente instalado com
a finalidade de propiciar uma descoberta rápida do princípio de incêndio ou para um
incidente qualquer identificado pelo plano de alarme e, assim, desencadear o plano de
emergência para aquele incidente deflagrado.
Detector automático
A NBR 13.860:1997 define como: “Dispositivos que,
quando sensibilizados por fenômenos físicos e/ou químicos,
detectam princípios de incêndios ou vazamentos de gases
perigosos, enviando um sinal a uma central receptora”.
Os principais são os detectores de gases, fumaça, chamas
e de calor.
Detectores de gases ou fumaça - Os detectores de gases da combustão
são classificados da seguinte forma:
Detector fixo iônico - Ocorre a detecção do
produto da combustão através da sua influência
sobre a corrente elétrica numa câmara de
ionização. São encontrados em locais de
produção onde existe um potencial de
vazamento de combustível ou produto
inflamável e nas cozinhas.
Detector fixo óptico - A detecção ocorre
através da medição dos efeitos (escurecimento
ou dispersão) da interferência das partículas da
fumaça sobre o sensor de luz (detector
fotoelétrico). São encontrados em quase todos
os compartimentos (camarotes, corredores,
etc.), exceto cozinhas e sala de geradores,
locais onde a fumaça ocasionalmente é
encontrada.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Detectores de Chama - Os detectores de chama
captam a radiação infravermelha e ultravioleta
emitida pela chama. São encontrados em locais
onde existe o risco potencial de um crescimento
rápido de fogo intenso, determinados pela
presença de líquidos e gases inflamáveis.
Detectores de temperatura - Os detectores de temperatura são
utilizados para identificar uma fonte de calor acima do normal na área em
que foi instalado. Podem ser:
Termostático - Detecta quando a temperatura
ambiente excede de certo valor durante um
determinado período.
Termovelocímetro - Detecta se a velocidade
com que aumenta a temperatura excede de um
valor durante determinado período.
Detectores de gases portáteis - O detector de gases deve ser
intrinsecamente seguro. Pode detectar a presença de mais de gás/vapor
(multigás). Tratando-se de equipamentos portáteis, estes podem oferecer
dois tipos de leitura:
Indireta - Requer a coleta de uma amostra do contaminante e seu
envio para um laboratório de análise ou o uso de tubos
colorimétricos.
Direta - Oferece uma leitura em tempo real da concentração do
contaminante. O próprio instrumento coleta e analisa a substância.
Este é o tipo mais utilizado em monitoração contínua. Todavia existe
a limitação que nem todos os contaminantes podem ser detectados
pelo instrumento.
Podemos dizer que sua importância é vital para se
classificar ou “desclassificar” uma área de risco. É
o instrumento pelo qual:
- Indica as características atmosféricas do espaço
confinado através de uma leitura direta;
- Sinaliza a necessidade da utilização do EPI a ser
utilizado;
- Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;
- Determina a possibilidade de uso de equipamentos não
certificados; e
- Informa através de seu alarme a presença de algum gás a vapor
ou em concentrações.
Detector de gás
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Alarmes automáticos de incêndio
Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a todos para a deflagração
de um estado de emergência. Os alarmes podem ser sonoros ou visuais.
Sonoros - Podem ser através de toques (incêndio, abandono, etc) ou
através de mensagem via intercomunicadores instalados em diversos
compartimentos.
Visuais - Indicados para os locais onde a escuta do alarme seja de difícil
percepção, onde é indicado o uso de protetores auriculares. Nestes locais
utilizam-se desse sistema dotado de luminosos especiais com alto facho e
oscilante em complemento aos alarmes sonoros.
Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com
os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o de borrifo, o de
dilúvio e os sprinklers.
EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO 3.17
Mangueira de incêndio
A mangueira segundo a NBR 11.861/1998, é o “Equipamento de combate a
incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões”. Ao ser
feita referência a uma seção de mangueira, fica estabelecido que estaremos falando do
comprimento padrão de 15,25m. Existem 5 tipos de mangueiras de incêndio escolhidas
em função do local e das condições de aplicação.
Mangueira do tipo 1 - construída com um reforço têxtil e para pressão
de trabalho de 980kPa (10kgf/m2). Destina-se a edifícios de ocupação
residencial.
Mangueira tipo 2 - construída com um reforço têxtil e para pressão de
trabalho de 1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a edifícios comerciais e
industriais ou o Corpo de Bombeiros.
Mangueira tipo 3 - construída com dois reforços têxteis sobrepostos e
para pressão de trabalho de 1470kPa (15kgf/m2). Destina-se a área naval
e industrial ou o Corpo de Bombeiros, onde é desejável uma maior
resistência à abrasão.
Mangueira tipo 4 - construída com reforço têxtil, acrescida de uma
película externa de plástico e para pressão de trabalho de 1370kPa
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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(14kfg/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma maior
resistência à abrasão.
Mangueira tipo 5 - construída com um reforço têxtil, acrescida de um
revestimento externo de borracha e para pressão de trabalho de 1370kPa
(14kgf/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma alta
resistência a abrasão e a superfícies quentes.
Existem mangueiras nos diâmetros de 1.½ e 2.½ polegadas. As mangueiras de
1.½” são de manejo mais fácil. Já as mangueiras de 2.½” oferecem muitas dificuldades
na sua utilização, mesmo quando utilizadas em locais abertos. Elas são mais
empregadas para propiciar uma maior extensão das linhas de mangueiras, alimentando
duas outras de 1.½” com emprego de uma redução em “Y”.
As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém indicado lavá-
las, a não ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa, que atacam a borracha.
Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou detergente
neutro.
Não utilizar escova de arame ou qualquer outro produto abrasivo. Após a
lavagem, as mangueiras deverão ser enxaguadas e postas estendidas a secar à
temperatura ambiente para que não apresentem mofo.
Todas as mangueiras devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se
verificar se contém umidade.
Devem ser retiradas de seus suportes, pelo menos uma vez por mês e
novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto em que se
encontravam.
A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar pelo menos a 15 cm
do piso.
Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em função do
seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Espiral - Também conhecido como
método alemão. Própria somente
para armazenamento e apresenta
uma dobra suave que evita o
desgaste do material. Não
recomendável para operações de
combate a incêndio devido a
demora para desdobrá-la.
Aduchada - É o mais indicado
para operações de combate devido
o seu manuseio e transporte.
Também apresenta um baixo
desgaste do material, pois só
utiliza uma dobra.
O aduchamento de uma mangueira
é uma tarefa melhor
desempenhada por dois
brigadistas:
1° passo: Preparamos a mangueira deixando-a totalmente esticada
sob o piso, tirando todas as torções por ventura existentes. Uma das
extremidades deve ser levada e colocada de modos que fique uma
parte da mangueira sob a outra, mantendo uma distância de 1
metro entre as duas conexões.
2° passo: Enrolar começando pela dobra tentando manter o maior
ajuste possível. O segundo tripulante auxiliar de forma a evitar
folgas na parte interna. Parar de enrolar quando atingir a conexão
da parte interna, trazendo a outra conexão sobre a mangueira
aduchada.
Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na
parte externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna
ainda enrolada e puxá-la para cima. Este movimento pode se
efetuado parado ou caminhando em direção a uma tomada ou a
outro lance de mangueira.
A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas.
Embaixo do braço, com a conexão para baixo e voltada para trás, ou
em cima dos ombros com a conexão para baixo e voltada para
frente. Talvez esta última maneira apresente algumas limitações
quanto a limitação na visibilidade do lado em que o tripulante estiver
carregando a mangueira.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Ziguezague - Próprio para uso de linhas já
prontas. Apresenta um maior desgaste
devido ao maior número de dobras. Pode
ficar deitada no piso ou em pé.
Esguicho
Os esguichos são peças feitas de metal antifaiscante (bronze, latão) ou de
fibra de carbono, com variados modelos projetados para otimizar a velocidade e forma
de lançamento do jato d’água para o fogo.
Esguicho Básico - é o “Esguicho de jato regulável onde a vazão de
lançamento ocorre a uma pressão determinada pelo ajuste da forma do
jato. Devido ao seu projeto básico. À medida que muda a forma de jato
compacto para neblina, ocorre mudança de vazão. A pressão do esguicho
também pode ser afetada pela mudança da área de passagem, devido ao
ajuste da forma de lançamento”.(NBR 14.870/2013)
Esguicho de Vazão Constante - é o esguicho de jato regulável em que a
vazão de lançamento é constante a uma determinada pressão. Na pressão
determinada, o esguicho terá vazão constante desde jato compacto até a
neblina total. Isto ocorre através da manutenção do diâmetro do orifício,
que deve ser constante durante a regulagem do jato.
Esguicho de Vazão Ajustável - é o esguicho que permite a seleção da
vazão manualmente. A vazão selecionada permanecerá constante,
independente da forma do jato.
Esguicho Automático de Pressão Constante - é o esguicho de jato
regulável em que a pressão permanece constante em uma grande
amplitude de vazões. A pressão constante proporciona uma velocidade
adequada para um bom alcance em várias vazões. Isso é conseguido por
meio de um orifício auto ajustável no difusor, a fim de proporcionar o
alcance desejado.
O controle da abertura do esguicho pode ser do tipo alavanca ou do tipo
rotacional.
A sua vazão é variável e pode ser utilizado para a aplicação de jato sólido, mais
indicado para trabalhos de resfriamento (ataque indireto), ou para aplicação de neblina
de alta velocidade em ângulos variados de 30° a 90°.
São encontrados nos diâmetros de 1.½ e de 2.½ polegadas.
Também encontramos modelos especiais utilizados para produção de espuma.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Acessórios
Para uma maior eficácia, flexibilidade quanto ao uso de mangueiras nas
operações de combate a incêndio devemos contar com alguns acessórios que otimizem
o seu alcance.
O derivante ou redução “Y” é indicado para manobras em que será necessário o
emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de um diâmetro de 2.½
para 1.½ polegada. Também é construído em metal antifaiscante.
As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira de 2.½
para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário.
Embora, hoje em dia, a grande maioria das conexões de mangueiras seja de
engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “Storz”. O real
motivo de ainda existirem ocorre pela sensibilidade do bronze ou do latão a impactos
físicos. É um excelente material para combate a incêndio por não produzir faíscas
quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de amassar. Sendo assim, é
importante termos o maior cuidado com todos os assessórios de combate a incêndio
fabricados desses materiais.
Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,
contaminação e corrosão, mesmo que tenham sido feitas de bronze, principalmente
após a sua utilização com espumas. Portanto, não dispensaremos uma boa limpeza com
um pouco de algum lubrificante adequado.
Esguicho Tipo Pistola Esguicho Universal
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Extintor de incêndio
A quantidade de extintores nos locais de trabalho depende da análise de cada
planta e encontra-se definida na NBR 12963 com base nos parâmetros fixados pelo IRB
- Instituto Brasileiro de Resseguros. Além do problema relativo à seleção do extintor, é
importante considerar também a posição relativa desses equipamentos junto da área ou
dos pontos por ele protegidos. Algumas vezes extintores devem ser intencionalmente
posicionados próximos aos pontos com risco em potencial, como em locais onde se
executam serviços de solda.
Corredores e passagens são locais especialmente indicados para a localização de
extintores em ambientes interiores, principalmente junto às portas de acesso. Os
extintores suspensos em cabides devem ser posicionados com certos limites em relação
ao piso, em função do peso total que possuem.
Quanto ao seu Tipo são classificados em:
Portátil;
Não Portátil (sobre rodas); e
Sistema Fixo.
Extintor Portátil - Pela definição da NBR 12.693/1993 é o “Aparelho de
acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o
agente extintor destinado a combater princípios de incêndio”; cuja massa
total até 20 kg.
Alguns aspectos relevantes sobre os mesmos deverão se levantados quando se
justifica o emprego deles:
Deve estar dimensionado ao riso existente no local e distribuído
uniformemente;
Possuir condições operacionais de uso;
Deve ser apropriado para a classe de incêndio presente no local;
Deve estar estrategicamente localizado em áreas visíveis e de fácil
acesso; e
Deve ser fornecido treinamento adequado para os ocupantes da
planta sobre o manuseio do aparelho.
Extintor com Agente Água - Extintor Tipo Pressurizado
(Pressurização Direta), “Pressão no próprio cilindro”: O
propelente (Nitrogênio) e o agente extintor são
armazenados no cilindro e a descarga controlada por
meio de válvula de disparo rápido; capacidade de 10
litros.
Emprego: Exclusivamente em incêndios da Classe A.
Cuidados no manuseio:
Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos;
AP-10 litros
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Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido em líquidos
inflamáveis for dirigida sobre o pessoal; e
Se dirigida sobre o equipamento elétrico energizado, pode causar
choque elétrico.
Extintor com Agente Espuma - Extintor de Espuma
Mecânica (Pressurização Direta), um cilindro com uma
mistura de AFFF e água, que usa nitrogênio como
propelente; capacidades de 09 e 10 litros.
Emprego: Estes extintores podem ser usados em
incêndios das Classes B e A. o agente extintor extingue
principalmente por abafamento e secundariamente por
resfriamento.
Uso: são operados à semelhança dos extintores de água
pressurizada.
Cuidados no manuseio:
Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos;
Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos
materiais; e
Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.
Extintor com Agente Gás Carbônico - O extintor
consiste de um cilindro de aço sem costura, no qual é
comprimido o CO2 a uma pressão de 60kgf/cm2 (850
lb/pol2). A operação da alavanca de disparo permite
uma operação intermitente do extintor; capacidade de
04 e 06 kg.
Emprego: são recomendados para incêndios das
Classes C e B, não podendo ser usados em incêndios
da Classe D. São eficientes contra pequenos incêndios
da Classe A no seu início, quando não há profundidade
de queima.
Cuidados no manuseio:
Pode causar acidentes por asfixia em ambientes fechados;
Pode causar queimadura na pele e nos olhos, em face de sua baixa
temperatura; e
Pode dar origem à formação de cargas de eletricidade estática.
ESM 09 litros
CO2-06 KG
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Extintor com Agente Pó Químico - Os extintores de
bicarbonato de sódio.
Emprego: É recomendado para o uso em incêndios das
classes B e C.
Cuidados no manuseio:
Podem causar acidentes por asfixia quando
utilizados em compartimentos fechados e sem
ventilação; e
Podem dar origem a maus contatos e baixa de
isolamento em equipamentos elétricos. No caso do pó ABC, os danos
aos equipamentos serão menores.
Extintor com Agentes Halogenados (FM-200; FE-
13; FE-25; FE-36; Halotron) - Emprego: São
recomendados para incêndios das Classes A, B e C.
São particularmente empregados em incêndios de
equipamentos eletrônicos, por não deixarem resíduos.
USO: São operados da mesma forma dos extintores
de CO2. Capacidade de 01 a 06 kg.
Extintor com Agente Pó Químico D - Estes
extintores são comumente conhecidos como extintores
de “Pó D” a base de Cloreto de Sódio. O agente
quando aplicado, forma uma barreira no metal
incendiado impedindo o acesso ao oxigênio,
extinguindo por abafamento.
Extintores Sobre Rodas (carretas) - São aparelhos com maior quantidade
de agente extintor, montados sobre rodas para serem conduzidos com
facilidade. As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam,
como os extintores portáteis.
Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes
aparelhos obriga o emprego de pelo menos dois operadores.
As carretas podem ser de água, espuma, pó químico seco e gás carbônico.
Pó D – 09kg
PQS-12kg
Halotron – 5kg
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Carreta de água
Suas características são:
Capacidade: 75 a 150 litros;
Aplicação Incêndio: classe “A”;
Alcance médio do jato: 13 metros;
Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos;
Carreta de espuma
Suas características:
Capacidade: 50 a 150 litros (mistura de água e
LGE).
Aplicação Incêndios: Classes “A” e “B”;
Alcance médio do jato: 7,5 metros;
Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos.
Carreta de pó químico seco
Suas características são:
Capacidade: 20 kg a 100 kg;
Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”. Classe “D”,
utilizando PQS especial;
Tempo de descarga, para 20 kg: 120 segundos.
Carreta de gás carbônico (CO2)
Suas características são:
Capacidade: 25 kg a 50 kg;
Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”;
Alcance médio do jato: 3 metros;
Tempo de descarga para 25 kg: 60 segundos.
Operação: Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas,
retirar a mangueira do suporte, romper o lacre abrindo a válvula da carreta
e abrir a válvula (disparo rápido) na extremidade da mangueira e dirigir o
jato para a base do fogo fazendo movimentos laterais com o difusor.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Manutenção e Inspeção - A manutenção começa com o exame periódico e
completo dos extintores e termina com a correção dos problemas encontrados,
visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada através de inspeções,
onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação,
lacre e selo do INMETRO, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira,
peças soltas ou quebradas e pressão no indicador de pressão.
As inspeções deverão ser:
Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização;
Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos.
Observar a pressão do indicador de pressão (se houver), o lacre e o
pino de segurança;
Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás
comprimido, quando houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de
90% do especificado, recarregar;
Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de
segurança e no lacre. Recarregar o extintor;
Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se
submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofrer
acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas altas,
ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal
habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o
aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de
trabalho, para os extintores de baixa pressão (Extintores a base de
Pó, Água, Espuma e Halogenado de baixa pressão) – Este teste é
precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar
a existência de danos físicos – e 1,5 vezes a pressão de trabalho,
para os extintores de alta pressão (CO2 e Halogenado de alta
pressão).
Observações gerais:
Agentes extintores, tais como, água e areia lançados a balde
constituem um recurso de razoável eficiência para o controle de
princípios de incêndios. É um recurso simples e econômico indicado
como alternativa para locais isolados, onde os riscos de incêndio
sejam pequenos, e o espaço e a estética não constituam problema;
Os extintores que utilizam substâncias químicas sob pressão devem
ser testados hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o
extintor apresentar ação da corrosão ou avarias mecânicas.
Extintores que apresentam sinais de corrosão, deformações no
cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro
processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já
testados hidrostaticamente;
Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou
em pó, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob
condições de vento forte.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Sistemas fixos de combate a incêndios
Rede de Incêndio - É um sistema de tubulação que alimenta os hidrantes e os
demais sistemas fixos que utilizam água.
As duas maiores vantagens apresentadas pelos sistemas fixos de combate a
incêndio são a rapidez da resposta a um indício de incêndio e a possibilidade de um
ataque inicial ao incêndio sem a presença da brigada.
A quantidade e a localização dos equipamentos de combate a incêndio estão
definidas no Plano de Emergência. Cada planta deve ser analisada individualmente
sobre o tipo, a localização, a quantidade e o emprego de tal equipamento.
Sistema Fixo de Gases Inertes - Recebem o titulo de gases inertes
todos aqueles que não sejam combustíveis ou comburentes, ou seja, não
participam, sob qualquer forma, do fenômeno da combustão.
Entre eles destacam-se o Dióxido de Carbono (CO2), o Nitrogênio (N2),
Argônio (Ar) e a nova geração de agentes limpos, o FE-227 (FM 200) e o
FE-25 (já comentados anteriormente). Os sistemas fixos são instalados
com a finalidade de saturar com esses gases a atmosfera no interior dos
compartimentos que, normalmente, apresentam maiores riscos de
incêndio. Pode ser projetado para uma descarga direta ou para uma
descarga controlada por tempo.
Sistema Fixo de Espuma - A espuma é
um agente indicado para extinção de
incêndios da classe “B”, em especial os de
grande vulto envolvendo hidrocarbonetos.
Como já visto, a espuma extingue
incêndios por abafamento. A principal
finalidade do uso da espuma é a extinção
de incêndios em combustíveis ou na maioria dos líquidos inflamáveis,
tendo excelentes características de penetração além de ser superior a água
na extinção de incêndios da classe “A”, por sua característica de
abafamento e resfriamento.
Tanque de espuma
Sistema fixo (Halogenados e Dióxido de Carbono-CO2)
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O jato de espuma deve ser dirigido para
escorrer sob a superfície do líquido
inflamado. Nunca dirigir o jato diretamente
sobre as chamas. Quando o incêndio ocorrer
com líquidos derramados, torna-se mais
eficiente represar o líquido com a própria
espuma, empurrando-a aos poucos sobre o
líquido inflamado. Existe também a
possibilidade de empregar neblina de espuma, altamente eficiente nesses
tipos de incêndio. A espuma pode ser encontrada em reservatórios
especiais ou em sistemas geradores e lançada através de esguichos
especiais ou por canhões monitores, sempre com o mesmo objetivo de
isolar os vapores combustíveis prevenindo o ressurgimento do incêndio.
Nas operações de combate a incêndio com uso de mangueiras, pelo menos
uma das linhas de mangueira para combater incêndio da classe “B” deve
ser com espuma. Se não estiver mais disponível, pode ser utilizada água
em neblina de alta velocidade, tomando o devido cuidado para não romper
a película de espuma produzida anteriormente.
Sistema Fixo de Pó Químico Seco - O PQS é um grande agente extintor.
Quando submetido a altas temperaturas
libera o CO2, extinguindo o incêndio também
por abafamento, além do seu efeito
principal, a quebra da reação em cadeia.
Normalmente encontramos o sistema
composto de um reservatório de pó químico,
normalmente o Bicarbonato de Sódio ou
Potássio, sendo o último o mais eficaz. O
propelente é o nitrogênio acondicionado em
garrafas que são acionadas no momento em que o sistema for posto em
funcionamento.
Sistema fixo de Pó
Sistema em sarilho de espuma
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Sistema de Borrifo - Também conhecidos como chuveiros automáticos ou
sprinklers. O sistema de borrifo é um dos mais antigos sistemas fixos.
Nada mais eram do que diversas ranhuras ao longo de tubulações
abastecidas com água. Hoje com os sprinklers existentes, encontramos
uma infinidade de modelos para diversas aplicações. Destinam-se,
genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando operando
automaticamente possuem a vantagem de atuar logo no início do incêndio,
impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções. Alguns sistemas
modernos podem ser operados automaticamente, sendo a válvula de
controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento
de temperatura.
Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle local e
comando a distância, são instalados em locais onde o manuseio de
gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencialmente perigosa.
Podem ser dotados de pulverizadores destinados à formação de neblina de
baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água.
Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é
mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro entra
em ação, independentemente de acionamento manual. Logo, entendemos
que somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados.
No mesmo instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme
de incêndio. A ação do alarme, na maioria das vezes, é informar a
necessidade de ser fechada a água, visto que o incêndio propriamente dito
já deve ter sido debelado. Ao ser acionado o suprimento de água, é
lançado sob a forma de neblina de alta velocidade.
O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os sistemas
fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem
produzem uma queda de pressão na rede.
Sistema de Dilúvio - Montados em tubulações permanentemente secas
com o seu fluxo controlado manual e automaticamente, dotada de bicos
para aspergir ou nebulizar água sob forma de neblina de média e alta
velocidade. Para uma eficácia melhor com relação aos incêndios Classe B,
pode ser adicionado com o LGE. É encontrado instalado em unidades de
gás combustível, manifolds de óleo e gás, compressores de gás,
recipientes pressurizados, etc.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Rede de Incêndio - A rede de incêndio consiste de um sistema de
tubulações que alimentam os hidrantes e os demais sistemas fixos que
utilizem água, devendo se estender até as extremidades da empresa e
possuir hidrantes acessíveis e espaçados entre si por não mais do que o
equivalente a duas ou três vezes o comprimento de uma mangueira de
combate a incêndio padrão.
As características hidráulicas das redes dos sistemas de água e de espuma
estabelecem as características das bombas fixas necessárias. Por
precaução é indicado que as bombas possuam duas fontes de energia
independentes.
Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis para o caso
de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas
móveis também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de
incêndio.
A pressão na rede de incêndio poderá variar de acordo com a aplicação
que está sendo considerada, somente água para resfriamento, aumentar o
alcance do jato d’água ou para produzir espuma.
Sistema Fixo de Chuveiro Automático (Sprinkler) - O sistema de
chuveiros automáticos, também conhecido simplesmente como sprinklers,
é um sistema fixo, integrado à edificação que processa uma descarga
automática de água sobre um foco de incêndio, em uma densidade
adequada para controlá-lo ou extingui-lo.
O sistema de chuveiros automáticos
consiste na instalação de uma rede de
tubulação hidraulicamente
dimensionada, na qual são previstos
chuveiros (sprinklers).
Estes possuem um dispositivo sensível
à temperatura local que, quando
rompido, libera a água para o combate
ao incêndio. Como cada chuveiro de
sprinkler possui seu dispositivo de sensibilização, o sistema entrará em
funcionamento setorialmente, ou seja, apenas o chuveiro sensibilizado
entrará em operação.
O sistema de chuveiros automáticos ganha importância dia após dia, pois,
com o crescimento das cidades, os edifícios são cada vez mais altos, o que
dificulta o trabalho do Corpo de Bombeiros, já que o estabelecimento de
viaturas de combate ao incêndio e de resgate de vítimas demandará maior
dispêndio de recursos operacionais e de tempo.
Os chuveiros automáticos atuam no início do incêndio, dificultando a sua
propagação pela edificação. Desse modo, os usuários do prédio ganham
tempo para saírem do local. O sistema também visa à proteção das
estruturas, uma vez que retarda a ação danosa do fogo sobre o concreto e
o aço.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Canhões Fixos - Também conhecidos como
monitores podem ser usados com água ou
espuma e instalados em bases fixas ou unidades
móveis, destinado a formar e orientar jatos de
longo alcance para combate a incêndio. A
regulagem de altura do jato de líquido de um
canhão é ditada pelo uso a que se destina.
Exige-se que, no mínimo, sejam operados com
um jato de 30 metros de alcance e 15 metros de
altura, sem vento.
Atentar-se para o uso de canhões sob bases fixas. Dependendo da direção
do vento poderá ser uma posição desfavorável para dar o combate, ficando
a brigada exposta aos efeitos da fumaça e do calor.
Hidrantes - São as tomadas de
incêndio instaladas nas tubulações
da rede de incêndio ou nas
extremidades das derivações
verticais. Geralmente essas
tomadas são de 2.1/2 polegadas
de diâmetro, reduzidas, quando
necessário para 1.1/2 polegadas.
Bombas de Incêndio - As
características hidráulicas das redes do
sistema de água e de espuma
estabelecem as características das
bombas fixas necessárias. Por precaução
é indicado que as bombas possuam duas
fontes de energia independentes.
Qualquer bomba instalada para
funcionar como bomba de incêndio, deve ter capacidade e pressão
suficiente para alimentar todas as instalações de incêndio, mesmo em
pavimentos elevados.
Bombas Portáteis - Considere ainda a
possibilidade de se utilizar bombas
móveis para o caso de falhas na unidade
fixa de bombeamento. Como opção, as
bombas móveis também podem ser
utilizadas para elevar a pressão na rede
de incêndio ou para efetuar o
esgotamento de um local alagado.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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NOTA: As bombas portáteis quando operando em compartimentos
interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por um
mangote de descarga apropriado.
Outros recursos
Os agentes extintores, tais como água e areia, lançados a balde, constituem um
recurso de razoável eficiência para controle de princípios de incêndio.
A manta antichamas também é conhecida como um agente extintor. É fabricada
em aramida. A sua aplicação é indicada para princípios de incêndio em cozinhas
envolvendo incidentes como fritadeiras.
Sarilho ou Carretel de Mangueira
Equipamento instalado no piso ou em paredes
conectados a rede de incêndio e indicados para
princípios de incêndio. Geralmente utilizam um mangote
feito de borracha resistente ao calor com longo
comprimento e um esguicho de 1 polegada. Onde
houver instalado esse equipamento, poderá substituir o
uso dos extintores portáteis de água.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 3.18
Todo o material que tem como propósito proteger contra quaisquer fatores que
ponham em risco a integridade física e a vida do homem envolvido em operações de
combate a um incêndio é conhecido como Equipamento de Proteção Individual. Assim,
dentro desse conceito, incluem-se desde o simples capacete de fibra, até complexas
máscaras e roupas de proteção.
Mangueira em Sarilho
Manta Antichamas
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Capacetes
Devem ser utilizados os capacetes de
bombeiro com viseiras e proteção contra
impactos e antichamas. O material mais indicado
para a composição desses capacetes é o KEVLAR.
Botas
As botas especiais de combate a incêndio são
compostas, em sua maioria por uma borracha especial
resistente não só ao calor como também contra produtos
químicos.
Deve ter cano alto, biqueira de aço, dielétrica, solado
antichamas e antiderrapante e, se possível, com forração
interior com isolante térmico.
O uso da roupa de proteção completa
protege os homens, permitindo um ataque eficaz, por
um tempo maior. As botas de borracha com proteção
de aço e cano alto são de elevada necessidade.
A seguir, algumas recomendações sobre a
colocação das roupas de proteção e sobre o uso dos
equipamentos de proteção:
As roupas devem ser sempre
usadas sobre o macacão, provendo
assim maior proteção ao homem;
As roupas devem ter sua parte
superior fechada, apenas na hora
em que o homem for empregado no trabalho, de forma a mantê-lo o
maior tempo possível “refrescado”;
As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros
passados e zíperes fechados;
As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas;
As luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se
possível, e serem do tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir
ao homem movimentar os dedos dentro da luva, evitando
queimaduras por vapor;
O capuz anti-flash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara,
cobrindo todas as partes expostas da pele do homem e a parte
superior da máscara, e por dentro da roupa de penetração;
As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas
passadas e corretamente ajustadas ao corpo do homem; e
Capacetes para Bombeiros
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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A utilização de capacetes é obrigatória (deve ser colocado bem preso
a cabeça do homem através da jugular).
Luvas e Balaclavas
Na ausência de roupas especiais, o uso de
vestimentas a base de algodão antichamas
oferecem proteção significativa contra o calor
radiante de um incêndio. O uso de roupas de
baixo (cuecas, meias e camisetas) em algodão
também é recomendável, na medida em que
tecidos sintéticos poderão queimar e grudar na
pele quando submetidos ao calor.
Como complementos para proteção das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e
capuzes antiexposição (antiflash), resistentes ao calor, com um considerável grau de
impermeabilidade e confeccionados em algodão cru.
ABANDONO DE ÁREA 3.19
Os brigadistas se
reunirão no ponto de encontro
do pessoal. Neste momento o
Chefe da Brigada já avaliou a
situação e determinará o
abandono geral ou não.
Abandono de Área - Proceder ao abandono da área parcial ou total,
quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, conduzindo a
população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até
a definição final da emergência.
O plano deve contemplar ações de abandono para portadores de
deficiência física permanente ou temporário, bem como as pessoas que
necessitem de auxílio (idosos, gestantes, etc.).
Rota de Fuga - Trajeto contínuo, devidamente protegido proporcionado
por portas, corredores, antecâmaras, passagens externas, balcões,
vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou
combinações destes, a ser percorrido pelo usuário em caso de um incêndio
de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço
externo, protegido do incêndio. (NBR 9.050)
Pessoa com Mobilidade Reduzida
Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade
de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com
mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante
entre outros. (NBR 9.050)
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Ponto de encontro - Devem ser previstos um ou mais pontos de encontro
dos brigadistas, para distribuição das tarefas.
Primeiros socorros
Prestar os primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou
estabelecendo suas funções vitais (suporte básico de vida, reanimação
cardiopulmonar, etc.), até que se obtenha o socorro especializado.
Corte de energia
Elimine os riscos por meio de corte das fontes de energia (elétrica, etc.) e
o fechamento das válvulas das tubulações (GLP, oxiacetileno, gases,
produtos perigosos, etc.), quando possível e necessário, da área sinistrada
atingida ou geral.
Isolamento da área - Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a
garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas
adentrem ao local.
Nunca volte para apanhar objetos;
Não se afaste dos outros e não pare nos andares;
Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las; e
Nunca use o elevador quando houver incêndio.
Confinamento e combate ao incêndio - Confinar o incêndio de modo a
evitar a sua propagação e consequências.
Proceder o combate ao incêndio, quando possível, até a extinção do
incêndio, restabelecendo a normalidade.
Investigação - Levantar as possíveis causas do sinistro e os demais
procedimentos adotados, com o objetivo de propor medidas preventivas e
corretivas para evitar a sua repetição.
Deve ser prevista a interface do Plano de emergência contra incêndio com
outros planos da edificação ou área de risco (produtos perigosos,
explosões, inundações, pânico, etc.).
Divulgação e treinamento - O Plano de Emergência contra Incêndio
deve ser amplamente divulgado aos ocupantes da edificação, de forma a
garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem
executados em caso de emergência.
Sugere-se que, os visitantes sejam informados sobre o Plano de
Emergência contra Incêndio da edificação por meio de panfletos, vídeos
e/ou palestras.
O plano de emergência contra incêndio deve fazer parte dos treinamentos
de formação, treinamentos periódicos e reuniões ordinárias dos membros
da brigada de incêndio, dos brigadista profissionais, do grupo de apoio,
etc.
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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Exercícios simulados - Devem ser realizados exercícios simulados de
abandono de área, parciais e completos, na edificação, com a participação
de todos os ocupantes, sendo recomendada uma periodicidade máxima de
um ano para simulados completos.
Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião
extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas, com a
elaboração de ata na qual constem:
data e horário do evento;
tempo gasto no abandono;
tempo gasto no retorno;
atuação dos profissionais envolvidos;
comportamento da população;
ajuda externa (por exemplo: PAM – Plano de Auxílio Mútuo, etc.);
falha de equipamentos;
falhas operacionais; e
demais problemas levados na reunião.
Sinalização de Emergência
Fornece uma mensagem geral de segurança obtida pela combinação de cor
e forma geométrica, fornecendo uma mensagem específica de segurança
pelo símbolo gráfico.
AVALIAÇÃO DOS RISCOS 3.20
A avaliação de riscos procura reconhecer e identificar os perigos existentes nas
instalações, nas operações nos produtos e serviços desenvolvidos dentro da planta,
quantificando e qualificando os riscos que aquelas atividades representam para o
homem, o meio ambiente e o empreendimento, propondo medidas para o seu controle.
Portanto, afirmamos que o objetivo da avaliação dos riscos é, de uma forma
resumida, responder a essas quatro perguntas básicas:
O que pode dar errado?
Qual a frequência?
Quais as consequências?
Como poderemos reduzir os efeitos?
Curso de Brigada de Incêndio Básico – 08h
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Manual de Combate a Incêndio- Centro de Adestramento Almirante
Marque de Leão – Marinha do Brasil/2003.
Manual Combate a Incêndio - Henkel do Brasil Ind. Química.
Novembro/1978.
Proteção Contra Incêndios. Engenharia Industrial. Roberto Jose Kassab
Falcão.1976.
Organização e Normas / Adhemar Batista Heméritas . 5ª Ed. São Paulo:
Atlas,1989.
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MANUAL DE BOMBEIRO CIVIL – CBMES.
MANUAL BÁSICO DO BOMBEIRO MILITAR DO CBMERJ – VOL. I.
MANUAL DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR – SIATE /CBPR