Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com ... · REGRAS REGRAS FALCK Respeite...
Transcript of Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com ... · REGRAS REGRAS FALCK Respeite...
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e
Serviços com Eletricidade
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com
Eletricidade
Macaé, RJ
ÍNDICE
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE .......................... 37 1.
NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S) ...................................... 39 1.1. PENALIDADES ................................................................. 40 1.1.1.
HISTÓRIA DA ELETRICIDADE .................................................... 41 1.2.
CONCEITOS DE ELETRICIDADE .................................................. 42 1.3. ELETRICIDADE ................................................................ 42 1.3.1.
INTENSIDADE DE CORRENTE ............................................ 42 1.3.2. CORRENTE ALTERNADA .................................................... 43 1.3.3.
CORRENTE CONTÍNUA ...................................................... 44 1.3.4. CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO ..................................... 45 1.3.5.
FREQUÊNCIA ................................................................... 45 1.3.6. TENSÃO .......................................................................... 46 1.3.7.
TENSÃO DE TOQUE .......................................................... 47 1.3.8. TENSÃO DE PASSO .......................................................... 47 1.3.9.
RESISTÊNCIA ................................................................ 48 1.3.10. RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO................................... 49 1.3.11.
CONDUTORES ................................................................ 49 1.3.12. O CORPO HUMANO COMO CONDUTOR .............................. 50 1.3.13.
ISOLANTES ................................................................... 50 1.3.14.
SEMICONDUTORES ........................................................ 51 1.3.15. 1ª LEI DE OHM .............................................................. 52 1.3.16.
POTÊNCIA ELÉTRICA ...................................................... 53 1.3.17. EFEITO JOULE ................................................................ 54 1.3.18.
EFEITO CORONA ............................................................ 55 1.3.19. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .................................... 56 1.3.20.
ENERGIA HIDRÁULICA (OU HÍDRICA) ............................... 57 1.3.21. USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU ..................................... 58 1.3.22.
USINA NUCLEAR ............................................................ 59 1.3.23. USINA TERMELÉTRICA .................................................... 61 1.3.24.
ENERGIA BIOMASSA ....................................................... 62 1.3.25. USINA BICOMBUSTÍVEL .................................................. 63 1.3.26.
ENERGIA ELÉTRICA GERADA POR ESGOTO ........................ 64 1.3.27. ENERGIA GEOTÉRMICA ................................................... 66 1.3.28.
ENERGIA EÓLICA ........................................................... 68 1.3.29.
ENERGIA SOLAR ............................................................ 70 1.3.30. ENERGIA DAS MARÉS ..................................................... 71 1.3.31.
INDÚSTRIA OFFSHORE ................................................... 72 1.3.32.
RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE ........... 73 2.
O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMO E EFEITOS ............................ 74 2.1. CHOQUE ESTÁTICO .......................................................... 77 2.1.1.
CHOQUE DINÂMICO ......................................................... 79 2.1.2. CHOQUE POR DESCARGA ATMOSFÉRICA ............................ 79 2.1.3.
ELETROCUSSÃO............................................................... 82 2.1.4. CADEIRA ELÉTRICA .......................................................... 82 2.1.5.
ELETROPLESSÃO.............................................................. 83 2.1.6. ARCO ELÉTRICO, QUEIMADURAS E QUEDAS ................................ 86 2.2.
FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DO ARCO 2.2.1.ELÉTRICO. .....................................................................................87
CAUSAS DO ARCO ELÉTRICO ............................................ 88 2.2.2. QUEIMADURAS PROVOCADAS POR ARCO ELÉTRICO ............. 89 2.2.3.
QUEDAS ......................................................................... 89 2.2.4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS .................................................. 90 2.3.
CAMPOS ELÉTRICOS ........................................................ 90 2.3.1.
LEI DE COULOMB ............................................................. 91 2.3.2. CAMPOS MAGNÉTICOS ..................................................... 92 2.3.3.
ELETROÍMÃ ..................................................................... 94 2.3.4. SOLENÓIDES ................................................................... 96 2.3.5.
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS ............................................ 97 2.4. AVALIAÇÃO DE RISCOS .................................................... 97 2.4.1.
CONCEITOS .................................................................... 98 2.4.2. RISCOS DE ACIDENTES .................................................... 99 2.4.3.
GERENCIAMENTO DE RISCOS ............................................ 99 2.4.4. NÍVEIS DE RISCO: ......................................................... 100 2.4.5.
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUANTO À SEVERIDADE DAS 2.4.6.CONSEQUÊNCIAS .............................................................................. 100
PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS 2.4.7.RISCOS/PERIGOS ............................................................................. 101
MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO ........................... 105 2.5.
DESENERGIZAÇÃO ......................................................... 105 2.5.1. ZONA DE RISCO ............................................................ 110 2.5.2.
ZONA CONTROLADA ....................................................... 110 2.5.3. PROCEDIMENTOS DE REENERGIZAÇÃO ............................ 113 2.5.4.
ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO ........................ 114 2.5.5. TERMOS E DEFINIÇÕES .................................................. 116 2.5.6.
ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN, TT, IT) ........................... 118 2.5.7. ESQUEMAS IT MÉDICO ................................................... 124 2.5.8.
ATERRAMENTO DE PROTEÇÃO ......................................... 126 2.5.9. ATERRAMENTO TEMPORÁRIO ......................................... 126 2.5.10.
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E FUNCIONAIS .......... 127 2.5.11. ESPECIFICAÇÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO E CURTO-2.5.12.
CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO ........................................................... 128
LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL ............................................. 128 2.5.13.
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO EM LINHAS VIVAS ..................... 130 2.5.14.
CHAVES FUSÍVEIS ........................................................ 132 2.5.15. CHAVES FACAS ............................................................ 133 2.5.16.
DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR).................... 134 2.5.17. EXTRA-BAIXA TENSÃO .................................................. 138 2.5.18.
BARREIRAS E INVÓLUCROS ........................................... 138 2.5.19. BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS ....................................... 139 2.5.20.
OBSTÁCULOS E ANTEPAROS .......................................... 142 2.5.21. ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS .................................. 142 2.5.22.
ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA ................................. 143 2.5.23. COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE .................................... 145 2.5.24.
SEPARAÇÃO ELÉTRICA .................................................. 146 2.5.25. NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS E REGULAMENTAÇÕES DO MTE 147 2.6.
NBR 5410:2004 ............................................................. 147 2.6.1. NBR 14039:2005 ........................................................... 148 2.6.2.
NBR 5419:2005 ............................................................. 149 2.6.3. NBR 13534:2008 ........................................................... 150 2.6.4.
NBR 13570:1996 ........................................................... 150 2.6.5.
NBR 13418:1995 ........................................................... 150 2.6.6. CLASSIFICAÇÃO DE TENSÃO .................................................... 151 2.7.
REGULAMENTAÇÕES DO MTE ................................................... 151 2.8. NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................... 152 2.8.1.
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM 2.8.2.ELETRICIDADE .................................................................................. 154
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ................................. 154 2.9. VARAS DE MANOBRA ...................................................... 156 2.9.1.
BASTÕES DE RESGATE ................................................... 157 2.9.2. TAPETES ISOLANTES ...................................................... 157 2.9.3.
MANTA ISOLANTE DE BORRACHA .................................... 158 2.9.4. INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO DE TENSÃO E VERIFICAÇÃO DE 2.9.5.
AUSÊNCIA DE TENSÃO ...................................................................... 159
ATERRAMENTO TEMPORÁRIO .......................................... 160 2.9.6.
BANQUETA ISOLANTE ..................................................... 160 2.9.7.
FITAS DE DEMARCAÇÃO REFLETIVAS ............................... 161 2.9.8. CONES DE SINALIZAÇÃO ................................................ 161 2.9.9.
GRADE METÁLICA DOBRÁVEL ........................................ 162 2.9.10. SINALIZADOR STROBO ................................................. 162 2.9.11.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................. 162 2.10. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ......... 163 2.10.1.
CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO ISOLANTE ................ 164 2.10.2. CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO CONDUTIVO ............. 165 2.10.3.
MACACÃO CONDUTIVO ................................................. 166 2.10.4. LUVAS E MEIAS CONDUTIVAS........................................ 167 2.10.5.
LUVAS ISOLANTES DE BORRACHA ................................. 167 2.10.6. VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 168 2.10.7.
PROTETOR FACIAL CONTRA ARCOS ELÉTRICOS ............... 169 2.10.8. CAPUZ DE ELETRICISTA ................................................ 170 2.10.9.
CAPACETE PARA ELETRICISTA ABA TOTAL ..................... 170 2.10.10.
CINTO DE SEGURANÇA TIPO PARAQUEDISTA ................ 170 2.10.11. ADORNOS ................................................................. 172 2.10.12.
ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS ................................ 172 3.
INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS ............................................. 173 3.1.
LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS .................................................... 173 3.2. SINALIZAÇÃO ......................................................................... 174 3.3.
PLACAS DE SINALIZAÇÃO ............................................... 174 3.3.1.
INSPEÇÕES DE ÁREAS, SERVIÇOS, FERRAMENTAL E EQUIPAMENTO3.4. 175
DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .......................... 177 3.5. RISCOS ADICIONAIS ............................................................... 180 3.6.
TRABALHO EM ALTURA ................................................... 181 3.6.1. AMBIENTES CONFINADOS ............................................... 184 3.6.2.
ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................. 186 3.6.3. SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS ................................................. 187 3.7.
GÁS INFLAMÁVEL ........................................................... 187 3.7.1.
LÍQUIDO INFLAMÁVEL .................................................... 187 3.7.2. POEIRA OU FIBRA COMBUSTÍVEL ..................................... 187 3.7.3.
PONTO DE FULGOR ........................................................ 188 3.7.4. PONTO DE COMBUSTÃO ................................................. 188 3.7.5.
TEMPERATURA DE AUTO IGNIÇÃO ................................... 188 3.7.6. IGNIÇÃO ....................................................................... 189 3.7.7.
GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................... 190 3.8. CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS ............................................. 190 3.8.1.
CLASSE DE TEMPERATURA .............................................. 191 3.8.2. GRUPO DE EXPLOSIVIDADE ............................................ 192 3.8.3.
DEFINIÇÃO DE ZONAS.................................................... 192 3.8.4. TIPOS DE PROTEÇÃO ..................................................... 193 3.8.5.
ÍNDICE DE PROTEÇÃO .................................................... 193 3.8.6. UMIDADE ...................................................................... 195 3.8.7.
CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS ........................................... 196 3.8.8.
PÁRA-RAIOS.................................................................. 199 3.8.9. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS 3.8.10.
ATMOSFÉRICAS. .......................................................... .....................201
ANIMAIS PEÇONHENTOS ............................................... 203 3.8.11.
RESPONSABILIDADES ............................................................... 204 4.
SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 4.1.
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO .................................. 205
ATRIBUIÇÕES DO SESMT ................................................ 206 4.1.1.
CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ........ 207 4.2. PENALIDADES PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL ............................. 207 4.3.
CÓDIGO CIVIL ............................................................... 208 4.3.1. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ........................................... 208 4.3.2.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ........................................ 208 4.3.3. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ............................................. 209 4.3.4.
COMPETÊNCIA DAS PESSOAS SEGUNDO A NBR 14.039 ...... 210 4.3.5.
PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS ......................................... 210 5.
QUÍMICA DO FOGO ................................................................. 211 5.1.
ELEMENTOS DA COMBUSTÃO .......................................... 212 5.1.1. TETRAEDRO DO FOGO .................................................... 213 5.1.2.
TEMPERATURA DE IGNIÇÃO ............................................ 213 5.1.3. PONTO DE FULGOR ........................................................ 213 5.1.4.
PONTO DE COMBUSTÃO ................................................. 214 5.1.5.
PONTO DE AUTO-IGNIÇÃO .............................................. 214 5.1.6. COMBUSTÃO COMPLETA ................................................. 214 5.1.7.
COMBUSTÃO INCOMPLETA .............................................. 214 5.1.8. MISTURA INFLAMÁVEL .................................................... 214 5.1.9.
EXPLOSÃO .................................................................. 215 5.1.10. ELETRICIDADE ESTÁTICA .............................................. 215 5.1.11.
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA............................................ 215 5.1.12. PRODUÇÃO DE CALOR .................................................. 216 5.1.13.
PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS .............................. 216 5.1.14.
MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO ...................................... 217 5.2. CONDUÇÃO ................................................................... 217 5.2.1.
RADIAÇÃO .................................................................... 217 5.2.2. CONVECÇÃO ................................................................. 217 5.2.3.
NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE A INCÊNDIO ............................. 218 5.3. CLASSES DE INCÊNDIO .................................................. 218 5.3.1.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO .................................. 219 5.3.2. REAÇÃO EM CADEIA ....................................................... 220 5.3.3.
EMPREGO DOS EXTINTORES ........................................... 220 5.3.4. DICAS DE SEGURANÇA ................................................... 222 5.3.5.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ........................................................ 223 5.4. RISCOS DA ELETRICIDADE EM NOSSO ORGANISMO ................... 225 5.5.
TRAJETO DA ELETRICIDADE EM NOSSO CORPO ................. 226 5.5.1. RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO .................................. 226 5.5.2.
TETANIZAÇÃO ............................................................... 227 5.5.3.
DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS E PRIORIZAÇÃO DO ATENDIMENTO .. 229 5.6. AVALIAÇÃO DA CENA E BIOSSEGURANÇA ......................... 229 5.6.1.
ABORDAGEM PRIMÁRIA .................................................. 230 5.6.2. ABORDAGEM SECUNDÁRIA ............................................. 230 5.6.3.
SINAIS VITAIS E ESCALA DE TRAUMA .............................. 231 5.6.4. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA .......................... 231 5.6.5.
ABERTURA DE VIAS AÉREAS ........................................... 232 5.6.6. ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL ............................ 233 5.6.7.
MEDIÇÃO E COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL .................. 234 5.6.8. SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR ......................... 234 5.7.
SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................ 234 5.7.1. SISTEMA CARDIOVASCULAR ........................................... 235 5.7.2.
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR .................................... 236 5.8. CHECAGEM DE PULSO .................................................... 238 5.8.1.
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP .................................... 239 5.9.
C – CIRCULACAO (CIRCULATION) .................................... 240 5.9.1. A – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS (AIRWAYS) ................... 241 5.9.2.
B – BOA RESPIRAÇÃO (BREATHING) ................................ 241 5.9.3. D – DESFIBRILAÇÃO ...................................................... 243 5.9.4.
ESQUEMA PARA RCP CONFORME AHA-2010 ............................... 244 5.10. DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS ................................. 244 5.10.1.
NOÇÕES SOBRE LESÕES .......................................................... 245 5.11. QUEIMADURA .............................................................. 245 5.11.1.
HEMORRAGIAS ............................................................ 250 5.11.2. LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS ................................. 252 5.11.3.
FRATURA..................................................................... 252 5.11.4. LUXAÇÃO .................................................................... 254 5.11.5.
TORÇÃO ...................................................................... 255 5.11.6. NOÇÕES SOBRE RESGATE E TRANSPORTE ................................. 256 5.12.
NR10 - Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
Nome do Arquivo 20150223 Manual NR-10 – Curso Básico de Segurança em
Instalações e Serviços com Eletricidade - PT - REV01
REGRAS
REGRAS FALCK
Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
Terão prioridade de acessar o refeitório instrutores e assistentes;
Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI
nas áreas recomendadas;
Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A Falck
Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da Falck durante
todo o tempo;
É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do
treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos
inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;
Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o
período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.
Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o
limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;
A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo
ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A
entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa
contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,
quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;
Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão
responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
Quanto à estruturação do curso
A estruturação deste curso está em acordo com a Norma Regulamentadora
10 (NR-10) aprovada através da portaria do Ministério do Trabalho, MTE n°598,
de 07/12/2004 e publicada no Diário Oficial da União de 08/12/2004.
Quanto à frequência às aulas
A frequência às aulas e atividades práticas é obrigatória.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
Quanto à aprovação no curso
Será considerado aprovado o aluno que:
Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10
(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório
nas atividades práticas;
Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
OBJETIVO DO CURSO
NR-10
10.1 - Objetivo e Campo de Aplicação
10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e
condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade.
10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas
proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos
órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais
cabíveis.
10.2 - Medidas de Controle
10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser
adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos
adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a
segurança e a saúde no trabalho.
10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais
iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do
meio ambiente do trabalho.
10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares
atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção.
10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem
constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do
disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das
medidas de controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas
classificadas;
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos
integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o
conteúdo do item 10.2.4 e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir
listados:
a) descrição dos procedimentos para emergências;
b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.
10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema
Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”,
“c”, “d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.
10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e
mantido atualizado pelo empregador ou pessoa 2 formalmente designada pela
empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas
instalações e serviços em eletricidade.
10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações
Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.
10.2.8 - Medidas de Proteção Coletiva
10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem
ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva
aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente,
a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade,
o emprego de tensão de segurança.
10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no
subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva,
tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema
de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento
automático.
10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado
conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência
desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.
10.2.9 - Medidas de Proteção Individual
10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de
proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os
riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e
adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,
devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas.
10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com
instalações elétricas ou em suas proximidades.
10.3 - Segurança em Projetos
10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem
dispositivos de desligamento de circuitos que possuam recursos para
impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da
condição operativa.
10.3.2 O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação
de dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de
impedimento de reenergização do circuito.
10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro,
quanto ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências
externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e
manutenção.
10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como:
comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e
instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir
compartilhamento, respeitadas as definições de projetos.
10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento,
a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção
e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da
eletricidade.
10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser
projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de
equipotencialização e aterramento do circuito seccionado.
10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento
temporário.
10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos
trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas
autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.
10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas
Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações
técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente
habilitado.
10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os
seguintes itens de segurança:
a) especificação das características relativas à proteção contra choques
elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais;
b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos:
(Verde – “D”, desligado e Vermelho -“L”, ligado);
c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e
equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de
intertravamento, dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas,
definindo como tais indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes
das instalações;
d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de
pessoas aos componentes das instalações;
e) precauções aplicáveis em face das influências externas;
f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto,
destinados à segurança das pessoas;
g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a
instalação elétrica.
10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem
aos trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de
acordo com a NR 17 – Ergonomia.
10.4 - Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção
10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas,
operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem
supervisionadas por profissional autorizado, conforme dispõe esta NR.
10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas
medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente
quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade,
umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de
segurança.
10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos,
dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica
existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as
recomendações do fabricante e as influências externas.
10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam
isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem
inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou
recomendações dos fabricantes.
10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras
de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e
controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e
definições de projetos.
10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de
equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo
expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer
objetos.
10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao
trabalhador iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo
com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros
superiores livres para a realização das tarefas.
10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou
comissionamento de instalações elétricas devem atender à regulamentação
estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por
trabalhadores que atendam às condições de qualificação, habilitação, capacitação
e autorização estabelecidas nesta NR.
10.5 - Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas
10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações
elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados,
obedecida a seqüência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos
condutores dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
(Anexo I);
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.
10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a
autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a
seqüência de procedimentos abaixo:
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no
processo de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das
proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de
seccionamento.
10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e
10.5.2 podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função
das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,
autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que
seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.
10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas
desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão,
devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6.
10.6 - Segurança em Instalações Elétricas Energizadas
10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou
superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente
contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que
estabelece o item 10.8 desta Norma.
10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber
treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas,
com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no
Anexo II desta NR.
10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos
elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em
perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas
por qualquer pessoa não advertida.
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser
realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias
previstas no Anexo I.
10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades
devem ser suspensos de imediato naiminência de ocorrência que possa colocar
os trabalhadores em perigo.
10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a
entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser
previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos
desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.
10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as
atividades quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja
eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
10.7 - Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (At)
10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas
energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites
estabelecidos como zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem
atender ao disposto no item 10.8 desta NR.
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber
treinamento de segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de
Potência (SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e
demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR.
10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como
aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser
realizados individualmente.
10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem
como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante
ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável
pela área.
10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o
superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem
realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem
desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores
técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.
10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente
podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e
assinados por profissional autorizado.
10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro
dos limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR,
somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como
bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito,
sistema ou equipamento.
10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser
sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento
de trabalho específico padronizado.
10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou
equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão,
devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos,
obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e
na ausência desses, anualmente.
10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem
como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento
que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou
com o centro de operação durante a realização do serviço.
10.8 - Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos
Trabalhadores
10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar
conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de
Ensino.
10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador
previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.
10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às
seguintes condições, simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional
habilitado e autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.
10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e
nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável
pela capacitação.
10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou
capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.
10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a
qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador,
conforme o item 10.8.4.
10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas
devem ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da
empresa.
10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas
devem ser submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem
desenvolvidas, realizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu
prontuário médico.
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas
devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da
energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em
instalações elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR.
10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos
trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que
tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos
constantes do ANEXO II desta NR.
10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e
sempre que ocorrer alguma das situações a seguir:
a) troca de função ou mudança de empresa;
b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior
a três meses;
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,
processos e organização do trabalho.
10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de
reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2
devem atender as necessidades da situação que o motivou.
10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de
treinamento especifico de acordo com risco envolvido.
10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações
elétricas desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada,
conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos
que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções
cabíveis.
10.9 - Proteção Contra Incêndio e Explosão
10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem
ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 –
Proteção Contra Incêndios.
10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas
destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas
potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no
âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.
10.9.3 Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular
eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de
descarga elétrica.
10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco
acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de
proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições
anormais de operação.
10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas
somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com
liberação formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente
de risco que determina a classificação da área.
10.10 - Sinalização de Segurança
10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada
sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação,
obedecendo ao disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a
atender, dentre outras, as situações a seguir:
a) identificação de circuitos elétricos;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e
comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de
movimentação de cargas;
f) sinalização de impedimento de energização;
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.
10.11 - Procedimentos de Trabalho
10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e
realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos,
padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados
por profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR.7
10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de
ordens de serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo,
no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho
a serem adotados.
10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,
campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições
gerais, medidas de controle e orientações finais.
10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e
saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo
processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver.
10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade
com o treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.
10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em
condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.
10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em
conjunto com o responsável pela execução do serviço, devem realizar uma
avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas
no local, de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas
de segurança aplicáveis ao serviço.
10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das
tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a
segurança e a saúde no trabalho.
10.12 - Situação de Emergência
10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços
com eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa.
10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o
resgate e prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de
reanimação cardio-respiratória.
10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e
adequados às suas atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.
10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e
operar equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas
instalações elétricas.
10.13 – Responsabilidades
10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são
solidárias aos contratantes e contratados envolvidos.
10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores
informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos
procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem
adotados.
10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho
envolvendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas
preventivas e corretivas.
10.13.4 Cabe aos trabalhadores:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser
afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos
de segurança e saúde; e
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as
situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras
pessoas.
10.14 - Disposições Finais
10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o
direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e
iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando
imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas
cabíveis.
10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos
originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato,
quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.
10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta
NR, o MTE adotará as providências estabelecidas na NR 3.
10.14.4 A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente
à disposição dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas,
respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas.
10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente,
à disposição das autoridades competentes.
10.14.6 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por
extra-baixa tensão.
ANEXO I
ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.
ANEXO II TREINAMENTO
Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços com
Eletricidade
I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima – 40h:
Programação Mínima:
1. introdução à segurança com eletricidade.
2. riscos em instalações e serviços com eletricidade:
a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos.
3. Técnicas de Análise de Risco.
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico:
a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação;
e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extra baixa tensão;
g) barreiras e invólucros;
h) bloqueios e impedimentos;
i) obstáculos e anteparos;
j) isolamento das partes vivas;
k) isolação dupla ou reforçada;
l) colocação fora de alcance;
m) separação elétrica.
5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e
outras;
6. Regulamentações do MTE:
a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade);
c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual.
9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.
a) instalações desenergizadas;
b) liberação para serviços;
c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;
10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais:
a) altura;
b) ambientes confinados;
c) áreas classificadas;
d) umidade;
e) condições atmosféricas.
12. Proteção e combate a incêndios:
a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
c) métodos de extinção;
d) prática;12
13. Acidentes de origem elétrica:
a) causas diretas e indiretas;
b) discussão de casos.
14. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões;
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
15. Responsabilidades.
Curso Complementar – Segurança no Sistema Elétrico de Potência
(Sep) e em Suas Proximidades.
É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado,
com aproveitamento satisfatório, do curso básico definido anteriormente.
Carga horária mínima – 40h
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente
para as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação,
de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição
especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico
do trabalhador.
I - Programação Mínima:
1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP.
2. Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;
d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços.
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):
a) proximidade e contatos com partes energizadas;
b) indução;
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos;
f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.
6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
e) trabalhos noturnos; e
f) ambientes subterrâneos.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação,
verificação, ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*).
11. Equipamentos de proteção individual (*).
12. Posturas e vestuários de trabalho (*).
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e
equipamentos(*).
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de
acidentados (*).
17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão, medidas de proteção.
18. Responsabilidades (*)
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 37
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE 1.
A NR-10 trata em seus 14 itens (99 subitens), 3 anexos e 1 glossário das
condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução,
operação, manutenção, reforma e ampliação, inclusive terceiros e usuários.
A NR 10 foi aprovada através da portaria do Ministério do Trabalho, MTE
n°598, de 07/12/2004 e publicada no Diário Oficial da União de 08/12/2004. Esta
portaria também institui a Comissão Nacional Permanente sobre segurança e
Energia Elétrica (CPNSEE), tripartite e paritária com representantes do governo,
das empresas e dos trabalhadores, no âmbito do Ministério do Trabalho e
Emprego com a interveniência (com intervenção) da Comissão Tripartite Paritária
Permanente (CTPP), com o objetivo de acompanhar a implementação da NR 10,
de forma a assumir as demandas impostas pela sociedade e de propor as
adequações necessárias ao seu contínuo aperfeiçoamento.
Objetivo maior é substanciar de elementos guias de entendimento e
implementação não somente da NR 10, mas de medidas integras e prover um
ambiente seguro e saudável de trabalho.
A NR 10 no item 10.1.1 afirma que esta norma visa fornecer apenas os
requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade.
A Norma Regulamentadora 10 (NR 10) estabelece os requisitos e condições
mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que,
direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade. Sua aplicação estende-se as fases de geração, transmissão,
distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem,
operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados
nas suas proximidades. Como exemplo de trabalhos nas vizinhanças de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 38
instalações elétricas e sujeitas aos riscos destas instalações podem – se citar as
seguintes atividades:
Trabalhadores que atuam na instalação da rede de telefonia,
quando exercem suas atividades em postes comuns a telefonia e a
rede elétrica;
Trabalhadores que atuam na instalação de TV’s a cabo, nas
mesmas condições dos trabalhadores de telefonia;
Trabalhadores atuando na capina de áreas rurais próximas as
subestações e linhas de transmissão;
Trabalhadores em pintura de estruturas de linhas de transmissão
ou na pintura de uma subestação, quando o trabalho é realizado
nas proximidades da entrada de energia.
Para garantia da segurança dos trabalhadores nos serviços envolvendo ele-
tricidade, devem-se observar as normas técnicas oficiais (ABNT, NR, etc) estabe-
lecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas
internacionais cabíveis (IEC, NFPA, ,
NEC etc).
NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS MAIS UTILIZADAS PARA
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:
NBR 5410:2004 Instalações elétricas de baixa tensão;
NBR 5419:2005 Proteção de estruturas contra descargas
atmosféricas;
NBR 14039:2005 Instalações elétricas de média tensão de 1,0 KV
a 36,2 KV;
NBR 5363:1998 (cancelada) foi substituída pela NBR IEC 60079-
1:2009 Atmosferas explosivas;
NBR 6533:1981 Estabelecimento de segurança aos efeitos da
corrente elétrica percorrendo o corpo humano (cancelada);
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 39
NBR 5418:1995. Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas
(cancelada), foi substituída pela NBR IEC 60079-14:2006
Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva;
NBR 9518:1997 (cancelada) foi substituída pela NBR IEC 60079-
0:2006 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas;
NBR 13418:1995 Cabos resistentes ao fogo para instalações de
segurança – Especificação;
NBR 13534:2008 Instalações elétricas de baixa tensão –
Requisitos específicos para instalação em estabelecimentos
assistenciais de saúde;
NBR 13570:1996 Instalações elétricas em locais de afluência de
público - Requisitos específicos;
NBR 14787:2001 Espaço confinado - Prevenção de acidentes,
procedimentos e medidas de proteção.
E demais normas aplicáveis; ficando a critério do engenheiro a definição
em função das particularidades dos serviços a serem executados ou em
execução.
NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S) 1.1.
Uma Norma Regulamentadora (NR) objetiva explicitar a implantação das
determinações contidas nos artigos 154 a 201, capítulo V da CLT, para que
sirvam de balizamento, de parâmetro técnico, às pessoas/empresas que devem
atender aos ditames legais e que, também, devem observar o pactuado nas
Convenções/Acordos Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Convenções
Coletivas sobre Prevenção de Acidentes. Considerando-se que as normas
existentes têm uma inter-relação entre si, o propósito é o de indicar
efetivamente essa ocorrência, demonstrando na prática prevencionista, que
muito pouco adianta atender uma Norma regulamentadora sem levar em
consideração as outras. As questões de saúde e segurança no trabalho são objeto
de atenção contínua nos diversos segmentos industriais, pois as conseqüências
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 40
apresentadas pelos acidentes e doenças afetam aos trabalhadores, as empresas,
o governo e a sociedade como um todo.
PENALIDADES 1.1.1.
Vale destacar que as multas da NR 10 (nova versão - 2004) foram
estabelecidas pela portaria n° 126 de 03 de junho de 2005 do Ministério do
Trabalho e Emprego.
As graduações de multa determinadas pela NR 10 variam de I1 a I4, sendo
que o maior número de infrações são graduadas como I3 e I4, onde estes valores
variam em função da quantidade de funcionários no estabelecimento ou frente de
trabalho. A faixa de variação das multas está compreendida entre 378 UFIR e
6304 UFIR, sendo o valor da UFIR congelado em R$ 1,60. As multas são
aplicadas e recolhidas por item da norma descumprindo que for evidenciado pela
fiscalização do MTE. Vale destacar que diversas NR’s possuem itens ligados a NR
10, como exemplo:
NR 19
No item 19.1.2, alínea “h) as áreas dos depósitos protegidos por pára-raios
segundo a Norma Regulamentadora - NR10; (119.008-3/I4)”
No Item 19.1.2, alínea “j) as instalações de todo equipamento elétrico da
área dada obedecerão segundo as disposições da Norma Regulamentadora - NR-
10; (119.010-5/I4)”
NR 26 - SINALIZAÇÃO
No item 26.1.5.2 Vermelho. (126.003-0/I2)
No item 26.1.5.8 Laranja - faces internas de caixas protetoras de
dispositivos elétricos. (126.009-0/I2)
NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no
Trabalho Aquaviário. No item 30.2.3 as embarcações classificadas
de acordo com a Convenção Solas, cujas normas de segurança são
auditadas pelas sociedades classificadoras, não se aplicarem as
NR-10, 13 e 23.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 41
Contudo, as embarcações não classificadas pela convenção Solas estão
sujeitas a NR-10.
A não observância da NR-10 reflete, duramente, em outras NR’s o que
pode agravar ainda mais a situação da instalação que está sendo vistoriada por
ser enquadrada nas demais NR’s que possuem itens referentes a instalações
elétricas e que incidem multa. E quando não há adoção dos preceitos da norma o
MTE e as condições de segurança atingiram uma situação de risco grave e
iminente a fiscalização do trabalho pode chegar a aplicar o que determina a NR-
03 que é a interdição ou embargo do estabelecimento ou frente de trabalho.
Onde interdição corresponde a: paralisação total ou parcial do estabelecimento,
da frente de trabalho, do setor de serviço, da máquina ou equipamento. E o
embargo é a paralisação total ou parcial da obra de instalação elétrica
(construção, montagem, instalação, manutenção e reforma), sem que seja
necessário interromper outras atividades que se desenvolvem no local.
HISTÓRIA DA ELETRICIDADE 1.2.
O estudo da eletricidade se iniciou na Antiguidade, por volta do século VI
a.C., com o filósofo e matemático grego Tales de Mileto. Ele, dentre os maiores
sábios da Grécia Antiga, foi quem observou o comportamento de uma resina
vegetal denominada de âmbar. Ao atritar essa resina com tecido e/ou pele de
animal, Tales percebeu que daquele processo surgia uma importante
propriedade: o âmbar adquiria a capacidade de atrair pequenos pedaços de palha
e/ou pequenas penas de ave. Em grego a palavra elektron significa âmbar, a
partir desse vocábulo surgiram as palavras elétron e eletricidade.
No século XVI, o médico da rainha Elizabeth
I – Rainha da Inglaterra, Willian Gilbert, descobriu
que era possível realizar a mesma experiência de
Tales com outros materiais. Nessa época, o
método da experimentação, criado por Galileu
Galilei, começou a ser utilizado. Gilbert realizou
vários estudos e experiências, sendo uma delas as formas de atrito entre os
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 42
materiais. Já no século XVIII o cientista norte-americano Benjamin Franklin, o
inventor do pára-raios, teorizou que as cargas elétricas era um fluido elétrico que
podia ser transferido entre os corpos. Contudo, hoje já se sabe que os elétrons é
que são transferidos. O corpo com excesso de elétrons está eletricamente
negativo, ao contrário do corpo com falta de elétrons, que se encontra
eletricamente positivo.
CONCEITOS DE ELETRICIDADE 1.3.
Estudaremos agora alguns conceitos /definições relacionados a eletricidade.
ELETRICIDADE 1.3.1.
É o fenômeno físico associado a cargas elétricas estáticas ou em
movimento. Onde o átomo é eletricamente neutro, o número de prótons é igual
ao número de elétrons, porém, os elétrons têm grande poder de se libertar dos
átomos e eletrizar outras substâncias.
INTENSIDADE DE CORRENTE 1.3.2.
Pode ser definida como um fluxo de cargas elétricas em um determinado
tempo. Intensidade de corrente é a razão entre a carga que passa pela seção de
um condutor num determinado intervalo de tempo, observe fórmula abaixo. A
unidade de medida da corrente elétrica é Ampère (A) em homenagem ao físico
francês André Marie Ampère. O instrumento utilizado para medir a corrente
elétrica é denominado Amperímetro.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 43
Equação que expressa matematicamente intensidade de corrente:
𝒊 = ∆𝑸
∆𝑻
Onde, i= Corrente elétrica;
ΔQ = Diferença de Carga elétrica
ΔT = Diferença de tempo
CORRENTE ALTERNADA 1.3.3.
É a corrente elétrica na qual a intensidade e a direção são grandezas que
variam ciclicamente com o tempo. A forma de onda mais comum em um circuito
de potência CA é a senoidal por ser a forma de transmissão de energia elétrica
mais eficiente. Em algumas aplicações, são utilizadas diferentes formas de ondas,
tais como: triangular ou quadradas. A fonte de corrente alternada é composta
por fases (e muitas vezes pelo condutor neutro).
Quando J.Westinghouse contratou Nicola Tesla para construir uma linha de
transmissão entre Niágara e Búfalo, em Nova York, surgiu então a corrente
alternada. A Corrente Alternada é a forma de onda mais eficaz de se transmitir
corrente elétrica por longas distâncias. Nesta forma de onda os elétrons invertem
o seu sentido várias vezes por segundo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 44
CORRENTE CONTÍNUA 1.3.4.
Corrente contínua, corrente direta, corrente galvânica ou corrente
constante é o fluxo ordenado de elétrons cujo sentido permanece constante ao
longo do tempo, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa. A corrente
contínua é constituída pelos pólos positivos e negativos.
A maior parte dos circuitos eletrônicos (entre 1,2V e 24V) e circuitos
digitais de equipamento de informática (computadores, modems, etc.) trabalha
com corrente contínua. Este tipo de corrente é gerada por baterias de
automóveis e motos (6,12 ou 24V), pequenas baterias (geralmente de 9V),
pilhas (1,2V e 1,5V), dínamos, células solares, e fontes de alimentação que
retificam corrente alternada em corrente contínua.
As primeiras linhas de transmissão transportavam energia elétrica em
corrente contínua. Devido às dificuldades de conversão (elevação/diminuição) da
tensão em corrente contínua, posteriormente adotou-se a forma de corrente
alternada para a transmissão de energia elétrica.
Com o avanço tecnológico e invenção dos
inversores, voltou-se a utilizar a corrente
contínua em linhas de transmissão. Atualmente
Itaipu transporta energia elétrica em 600 KVcc.
CORRENTE ALTERNADA MONOFÁSICA CORRENTE TRIFÁSICA – VISTA DE UM
OSCILOSCÓPIO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 45
CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO 1.3.5.
Um curto-circuito é uma ligação de baixa impedância (ou resistência) entre
dois pontos de potenciais diferentes. Essa ligação pode ser metálica quando se
diz que há um curto-circuito franco ou por um arco elétrico, que é a situação
mais comum, uma situação intermediária é a dos curtos causados por galhos de
árvores, pássaros ou outros objetos que caem sobre as linhas de transmissão de
energia elétrica.
Normalmente os curto circuitos provocam uma grande dissipação
instantânea de energia, tais como: explosões, dissipação de calor e produção de
faíscas. É também uma das principais causas de incêndios em instalações
elétricas mal conservadas e/ou dimensionadas, com falhas de isolação e/ou
manutenção, etc.
Quando dois pontos de um mesmo circuito são ligados por um fio de
resistência desprezível, dizemos então que existe um curto-circuito.
FREQUÊNCIA 1.3.6.
É a grandeza que indica o número de vezes que a polaridade é invertida
por segundo, no caso da corrente alternada, corresponde ao número de
oscilações, ondas ou ciclos que ocorre por segundo na corrente elétrica. A
unidade de medida da freqüência elétrica é o Hertz (Hz), em homenagem ao
físico alemão Heinrich Rudolf Hertz. O instrumento utilizado para medir a
freqüência de um sinal periódico chama-se Frequencímetro.
No Brasil, Estados Unidos e na maioria dos países do continente Americano
a freqüência da corrente elétrica é de 60 HZ. Na Europa e alguns países da
America do Sul como Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile a freqüência é de 50
CIRCUITO LIGADO POR UM FIO DE RESISTÊNCIA DESPREZÍVEL
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 46
Hz. No norte dos Estados Unidos e Canadá (Ontário) na primeira metade do
século XX havia sistemas de Corrente Alternada de 25 Hz. Alguns destes
sistemas ainda existem até hoje por conveniência das fábricas industriais que
não tinham interesse em trocar o equipamento para operar a 60 Hz. Em algumas
ferrovias da Europa como Suíça e Suécia também há sistemas de 16,67 Hz.
TENSÃO 1.3.7.
Tensão elétrica ou diferencial de potencial (ddp) é a diferença de potencial
entre dois pontos. A tensão elétrica é a quantidade de energia gerada para
movimentar uma carga elétrica, ou seja, é a diferença entre a quantidade de
elétrons nos dois pólos do gerador. Sendo assim, no condutor, por onde circula a
carga de energia elétrica, a diferença entre o gerador (equipamento que gera a
energia elétrica) e o consumidor (residências, indústrias, etc.) simboliza qual a
tensão que existe nesse condutor. A unidade de medida da tensão elétrica é Volt
(em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta). O aparelho utilizado na
medição da tensão elétrica denomina-se Voltímetro.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 47
TENSÃO DE TOQUE 1.3.8.
É a diferença de potencial em que uma pessoa se encontra ao tocar em
uma estrutura metálica no instante em que esteja passando uma corrente
elétrica intensa, como um curto-circuito ou uma descarga elétrica. Se uma
pessoa toca equipamentos com potenciais diferentes ou um condutor energizado,
dependendo das condições de isolamento, pode-se estabelecer uma diferença de
potencial entre as mãos e os pés. Consequentemente, teremos a passagem de
uma corrente elétrica pelo braço, tronco e pernas; dependendo da duração e
intensidade da corrente, pode haver fibrilação no coração, queimaduras entre
outras lesões oferecendo graves riscos ao organismo. Esta é a tensão de toque, e
é particularmente perigosa nas regiões externas das malhas de uma subestação,
principalmente nos cantos.
TENSÃO DE PASSO 1.3.9.
É a diferença de potencial em que uma pessoa se encontra entre as duas
pernas, no instante em que esteja passando pelo solo uma corrente elétrica
intensa, como aquela proveniente de uma descarga atmosférica, curto-circuito,
etc. Ocorrendo uma falta para a terra a corrente de curto-circuito fluirá através
do aterramento atingindo o solo e gerando tensões. De acordo com a ABNT NBR
15751/2009 o projeto da malha de aterramento não deve permitir que as
tensões de passo nas subestações e suas redondezas atinjam valores superiores
aos permissíveis.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 48
Mesmo não encostando em nada se a pessoa estiver colocada lateralmente
ao gradiente de potencial estará sujeita a um diferencial de tensão de uma
corrente passando através das duas pernas que, geralmente, é de menor valor e
não é tão perigosa quanto a tensão de toque, porém ainda pode causar
problemas, dependendo do local e da intensidade.
A corrente de choque devido à tensão de passo contrai os músculos da
perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo com as mãos, a tensão se
transforma em tensão de toque. Sendo assim, o risco se torna maior, pois o
coração está contido no sentido da corrente de choque. No gado a tensão entre
patas é maior que a tensão de passo do homem, e a corrente de choque passa
pelo coração.
RESISTÊNCIA 1.3.10.
É a dificuldade que o condutor oferece á passagem da corrente elétrica.
São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal função
converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são usados como
aquecedores ou como dissipadores de eletricidade. A
resistência é medida em ohms (em homenagem ao físico
alemão G.S. Ohms). Representamos a resistência pela
letra grega (Ω) e também conhecida como resistividade
elétrica.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 49
RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO 1.3.11.
A resistência oferecida pelo corpo humano à passagem da corrente elétrica
depende das condições da camada externa da pele, a qual é constituída
basicamente de células mortas. Quando a pele está seca e sem cortes esta
apresenta um valor de resistência entre 100.000 e 600.000 ohms. Quando a pele
está úmida e/ou com cortes a resistência do corpo humano diminui. Ambientes
de trabalho muito úmidos e o suor do corpo durante a execução das atividades
com eletricidade diminuem a resistência do corpo humano à passagem da
corrente elétrica.
A resistência oferecida pela parte interna do corpo, como sangue, músculos
e demais órgãos do corpo varia entre 300 e 500 ohms. O valor da resistência
ôhmica do corpo humano varia de um indivíduo para o outro. Geralmente os
homens também apresentam maior resistência à passagem da corrente elétrica
em relação as mulheres.
CONDUTORES 1.3.12.
Os condutores de eletricidade são materiais que permitem facilmente a
passagem de cargas elétricas. A condutividade elétrica baseia-se no fato de os
elétrons da última camada de cada átomo (camada de valência) terem facilidade
de deslocarem-se de um átomo para outro, sendo chamados de elétrons livres.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 50
O que caracteriza o material bom condutor é o fato de os elétrons de
valência (por exemplo, o cobre possui um elétron na última camada) estarem
fracamente ligados com o núcleo, podendo abandonar o átomo em virtude das
forças que ocorrem no interior dos átomos.
Outros materiais que possuem uma constituição semelhante à do cobre,
com um único elétron na camada de valência, são o ouro e a prata, dois outros
excelentes condutores de eletricidade.
O CORPO HUMANO COMO CONDUTOR 1.3.13.
O corpo humano se comporta como um condutor de energia elétrica,
permitindo a passagem da corrente elétrica através do corpo e oferecendo,
inclusive, resistência a esta passagem. Além disso, o corpo humano é constituído
por, aproximadamente, 75% de líquidos.
ISOLANTES 1.3.14.
Os materiais isolantes também conhecidos como dielétricos, equivalem ao
contrário dos condutores, pois são materiais nos quais não há facilidade de
movimentação de cargas elétricas. Materiais isolantes são materiais que
apresentam movimentação de cargas elétricas. Materiais isolantes são materiais
que apresentam os elétrons de valência rigidamente ligados aos seus átomos.
Entre os próprios elementos simples, existem vários que apresentam os elétrons
de valência rigidamente ligados aos átomos. Entretanto, verifica-se a obtenção
de uma resistividade bem maior com substâncias compostas, como a borracha,
mica, teflon, baquelite, etc.
Na eletricidade, os materiais isolantes são utilizados em cabos condutores
de energia a fim de isolar e proteger o circuito e/ou instalação elétrica de
possíveis curtos-circuitos e as pessoas que nelas atuam de choques elétricos.
Para a proteção dos profissionais de elétrica durante a execução de suas
atividades, a sola do calçado dos eletricistas é constituída de material isolante. As
luvas de borracha também são utilizadas para proteger as mãos do eletricista do
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 51
contato direto com a rede energizada, bem como outros equipamentos de
proteção individual e coletivo tais como: manta isolante, tapete isolante, mangas
isolantes, etc. são fabricados em material isolante.
Alguns equipamentos elétricos como os isoladores utilizados nas redes de
distribuição de energia nos centros consumidores e em linhas de transmissão,
cuja finalidade é isolar os cabos energizados em alta tensão das estruturas
metálicas (torres de transmissão) e postes, protegendo assim a integridade física
e a saúde dos profissionais que nelas atuam, e também da própria população ao
circularem pelas calçadas. Estes e outros equipamentos elétricos também são
fabricados de material isolante.
SEMICONDUTORES 1.3.15.
A principal característica de um material semicondutor é ter uma
condutividade elétrica intermediária entre um material condutor e um material
isolante. O silício e o germânio são os semicondutores mais utilizados no
mercado. Por exemplo, o silício em estado sólido é sempre ligado a quatro outros
átomos de silício. Em cada ligação são compartilhados dois elétrons. Esse estado
pode ser modificado com o aumento da temperatura do silício. Isso faz com que
alguns elétrons consigam escapar dessas ligações, tendo como conseqüência
uma diminuição da resistividade.
Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de elétrons livres e,
consequentemente, menor a resistividade. Sendo assim, a condutividade dos
semicondutores puros aumenta consideravelmente com a temperatura.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 52
Esses materiais normalmente apresentam baixa condutividade à
temperatura ambiente.
Muitos componentes eletrônicos são fabricados de materiais
semicondutores tais como: microprocessadores e nanocircuitos usados em
nanotecnologia, transistores, células solares, vários tipos de diodos inclusive o
diodo emissor de luz (LED), retificador controlado de silício, foto diodos, digitais e
analógicos de circuitos integrados. O germânio praticamente não está mais sendo
utilizado na fabricação de dispositivos semicondutores devido a sensibilidade à
temperatura. Portanto, atualmente os dispositivos semicondutores são fabricados
de silício. O silício se comporta como isolante perfeito a temperatura de -273°C.
1ª LEI DE OHM 1.3.16.
Assim designada em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm.
Indica que a corrente elétrica (I) ao percorrer um resistor (R) esta é diretamente
proporcional à tensão (V).
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 53
Equação I - Expressão matemática da Lei de Ohm
Onde, V = Diferença de potêncial; R = Resistência elétrica do circuito; I =
Intensidade da corrente elétrica
𝑉 = 𝑅 ∙ 𝐼
POTÊNCIA ELÉTRICA 1.3.17.
Potência elétrica é a quantidade de energia elétrica transformada em outra
modalidade de energia, por unidade de tempo. Também pode ser definida como
o Trabalho realizado pela corrente elétrica em um determinado intervalo de
tempo. A potência elétrica dissipada por um condutor é a quantidade de energia
térmica que passa por ele durante um intervalo de tempo. A unidade de medida
é o Watt (W), em homenagem ao físico escocês James Watt, que significa Joule
por segundo (J/s).
Equação II - Expressão matemática do conceito de Potência Elétrica
Onde, Pot = Potência elétrica;
E = Energia térmica;
ΔT = Intervalo de tempo
𝑷𝒐𝒕 =𝑬
∆𝑻
A potência elétrica de um aparelho elétrico pode ser calculada através dos
valores de tensão e corrente elétrica, pois o produto da tensão elétrica no
aparelho pela intensidade de corrente elétrica que o atravessa é igual à potência
elétrica desse aparelho. Portanto:
Equação III - Expressão matemática para potência elétrica
Onde P= Potência Elétrica;
U= Tensão elétrica;
I = Corrente elétrica
𝑷 = 𝑼 ∙ 𝑰
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 54
EFEITO JOULE 1.3.18.
É uma lei que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente elétrica
que percorre um condutor num determinado intervalo de tempo, ou seja,
corresponde a transformação de energia elétrica em energia térmica.
A corrente elétrica é constituída por elétrons livres em movimento ao longo
de um material condutor. O efeito Joule também conhecido como efeito térmico,
é causado pelo choque dos elétrons livres contra os átomos dos condutores,
ocorrendo a vibração destes átomos. Quanto maior for a vibração dos átomos
maior será a temperatura do material condutor, ou seja, maior será a dissipação
de calor ou perda por efeito Joule. O físico que estudou este fenômeno foi James
Prescott Joule em 1840.
Devido à perda por efeito Joule a corrente elétrica é transportada em
valores cada vez mais elevados (138 KV; 230 KV; 500 KV, 750 KV), pois quanto
maior a tensão menor será a intensidade da corrente elétrica. Sendo assim,
menor será a dissipação de calor ou perda por efeito Joule e conseqüentemente,
menor será a secção reta dos cabos, diminuindo assim o custo com material
condutor e estruturas de sustentação. Em projetos de linhas de transmissão o
custo com material condutor (cabos) corresponde a 70% do custo total com
material.
O aquecimento no condutor pode ser medido pela lei de joule, que é
expressa por:
Equação IV - Expressão matemática para efeito Joule
Onde, Q = Energia dissipada;
I = Corrente elétrica;
R = Resistência do condutor;
t = Tempo pelo qual a corrente percorre o condutor
𝑸 = 𝒊𝟐 ∙ 𝑹 ∙ 𝒕
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 55
Principais exemplos onde o efeito Joule pode ser aplicado e observado: lâmpada
incandescente, chuveiro elétrico, secador de cabelos, torradeira, ferro elétrico,
etc.
EFEITO CORONA 1.3.19.
O efeito corona nos cabos e isoladores é um fenômeno relativamente
comum em linhas de transmissão com sobrecarga, devido ao campo elétrico
muito intenso ao redor dos condutores, as partículas de ar, de poeira e a alta
umidade que os envolvem tornam-se ionizadas e, como conseqüência, emitem
luz quando da recombinação dos íons e dos elétrons. Este fenômeno ocorre
quando o campo elétrico excede certo valor, porém, as condições não são
suficientes para formar um arco elétrico.
O efeito Corona também é conhecido como fogo de Santelmo, padroeiro
dos marinheiros, e surgiu quando antigos marinheiros observavam as pontas dos
mastros dos navios envolvidos por uma tênue luz. Tal luz ocorria em regiões
tropicais em situações que antecediam as tempestades. As nuvens eletrizadas
induziam as cargas nas pontas dos mastros, produzindo o efeito corona.
Existem dois tipos de ruídos de linhas de transmissão: descarga de corona
e intervalo de centelha. O ar ionizado pode se tornar azul e audível em forma de
“estalos”. O efeito corona também libera O2 e produz oxigênio tri atômico O3,
ozônio (um gás corrosivo que destrói equipamentos de linhas de transmissão e
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 56
coloca em perigo a saúde humana). O efeito corona também gera ruído
eletromagnético. Normalmente, quanto maior a tensão, maior o efeito corona.
Este efeito aumenta com a umidade e chuva, pois tornam o ar mais condutivo. O
ruído de corona induzido é normalmente pior durante o período de chuva quando
a precipitação cai em forma de gotas nas bordas inferiores das linhas de
transmissão.
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 1.3.20.
No Brasil a maior quantidade de energia elétrica produzida provém de
usinas hidrelétricas (cerca de 76%). Em regiões rurais e mais distantes das
hidrelétricas centrais, têm-se utilizado energia produzida em usinas
termoelétricas e em pequena escala, a energia elétrica gerada da energia eólica.
A energia elétrica pode ser obtida de diversas fontes designadas por:
Fontes convencionais
Fontes alternativas
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 57
ENERGIA HIDRÁULICA (OU HÍDRICA) 1.3.21.
A companhia Hidroelétrica de São Francisco, inaugurada no governo Vargas
em 1945, foi a primeira do Brasil. Em janeiro de 1955 o Presidente Café Filho
(que assumiu após o suicídio de Vargas) inaugura a primeira grande usina
brasileira, a Hidrelétrica de Paulo Afonso, cujo objetivo era substituir as
termoelétricas que forneciam energia elétrica à região Nordeste.
Até a década de 1980, as usinas hidrelétricas brasileiras forneciam mais de
90% da energia elétrica consumida no país, mas devido à construção de
termoelétricas movidas a gás natural e biomassa, além de outras fontes
alternativas, em 2008 essa participação reduziu para pouco mais de 70%.
Conforme dados estatísticos, o Brasil em 2010 possuía 2.240 usinas para
geração/produção de energia elétrica e desse total, 852 eram hidrelétricas de
diversos tamanhos, 1341 termoelétricas movidas a gás natural, biomassa e óleo
diesel; 02 usinas nucleares e 45 usinas eólicas.
A energia hidráulica ou hídrica é obtida a partir da força da água, ou seja, a
partir do desnível natural ou queda d’água dos rios. Nas Usinas Hidrelétricas a
energia potencial que a água tem na parte alta da represa é transformada em
energia cinética, que faz com que as pás da turbina girem, acionando o eixo do
gerador, produzindo energia elétrica.
As centrais hidrelétricas geram alguns impactos ambientais tais como:
Aumento no nível dos rios, e em alguns casos ocorre a mudança do curso
do rio represado, prejudicando principalmente a fauna e a flora da área
inundada para a formação do reservatório.
Boa parte das florestas inundadas se decompõe produzindo metano, um
gás que contribui para o efeito estufa;
O represamento do rio diminui o nível da água à jusante (abaixo) da
represa; desabriga pessoas e animais; provoca a salinização da água (no
semi-árido);
A inundação também danifica sítios arqueológicos; indisponibiliza terras
férteis; provoca pequenos tremores de terra devido ao peso da água e às
acomodações do terreno;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 58
A represa interfere na piracema (período em que os peixes sobem o rio
para se reproduzir);
Provoca alterações climáticas que irão comprometer a fauna e a flora que
não se adaptarão a essas mudanças.
USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU 1.3.22.
Durante décadas a Usina Hidrelétrica de Itaipu era a maior Usina
Hidrelétrica do mundo, hoje ela é a segunda maior do mundo, perdendo apenas
para a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 32 turbinas instaladas
sendo 06 subterrâneas, a capacidade instalada de geração é de 18,2 GW.
A capacidade instalada de geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu é de 14
GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. No ano de 2013, a
usina geradora atingiu o seu recorde de produção, com 98,63 bilhões de
quilowatts-hora, (KWh), fornecendo 75% da energia consumida pelo Paraguai e
17% da energia consumida pelo Brasil.
A Usina Hidrelétrica de Itaipu é considerada uma das sete maravilhas do
Mundo Moderno. A pesquisa foi elaborada pela revista Popular Mechanics, dos
Estados Unidos, com base em uma pesquisa realizada pela Associação Norte-
Americana de Engenheiros Civis (Asce), e por engenheiros de diversos países.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 59
USINA NUCLEAR 1.3.23.
A energia nuclear se caracteriza pelo uso de materiais radioativos que
através de uma reação nuclear produzem calor. O calor é utilizado através de um
ciclo termodinâmico convencional para mover um alternador e gerar assim a
energia elétrica.
As centrais termonucleares possuem um ou mais reatores que são
compartimentos impermeáveis à radiação, cujo interior se encontram as barras
ou outras estruturas geométricas de minerais com algum elemento radioativo
(geralmente o urânio). No reator, ocorre a seqüência multiplicadora, conhecida
como a “Reação em Cadeia“ Há duas maneiras de aproveitar a energia nuclear:
através da Fusão nuclear, quando dois núcleos atômicos se unem para produzir
um único, e a Fissão Nuclear, quando o núcleo atômico se subdivide em duas ou
mais partículas.
Investir em usinas nucleares no Brasil é uma alternativa válida de
complementação da matriz energética nacional. Um dos motivos para o
desenvolvimento da energia nuclear no Brasil é a disponibilidade da reserva de
urânio, combustível para a geração dessa fonte. De acordo com dados da
Eletronuclear, o país possui 309 mil toneladas do mineral, volume que coloca o
Brasil na sexta posição dentre os maiores detentores de reserva do mundo, e
isso, ressalta a empresa, com apenas 30% do território nacional pesquisado.
Esse volume, segundo informações da empresa responsável pelo enriquecimento
do urânio em Resende (RJ), as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), é o
suficiente para alimentar 32 usinas nucleares como Angra 3 por toda a sua vida
útil: 40 anos.
As duas usinas nucleares em funcionamento no Brasil, Angra1 e Angra 2,
geram aproximadamente 30% da energia elétrica consumida no estado do Rio de
Janeiro. Com a conclusão das obras de Angra 3, em 2016, o consumo de 60% de
energia do estado do Rio de Janeiro poderá ser abastecido pelas Usinas
Nucleares.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 60
Vantagens da usina nuclear:
Não contribui para o efeito estufa;
Não polui o ar com gases de enxofre, nitrogênio, etc;
Não utiliza grandes áreas de terreno;
É a fonte mais concentrada de geração de energia;
Não depende de uma época do ano específica;
Grande disponibilidade de combustível;
Pouco, ou quase nenhum impacto sob a biosfera;
Não há alagamento de áreas nem perda de solo.Desvantagens da
usina nuclear
Os resíduos nucleares devem ser armazenados em locais bem
isolados e protegidos;
A radiotividade;
Grandes riscos de acidentes na Central Nuclear;
Dificuldade no armazenamento de resíduos;
Maior custo de produção em
comparação com outras
fontes;
Funcionários não estão
protegidos – Quem está
exposto a este tipo de trabalho
pode, se não estiver adequado
às normas de segurança da
usina, ficar exposto à
radiação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 61
USINA TERMELÉTRICA 1.3.24.
Na matriz energética nacional as
usinas termelétricas representam cerca de
25% da capacidade de geração de energia
elétrica, conforme dados estatísticos,
possui 1341 termoelétricas movidas a gás
natural, biomassa e óleo diesel. Os dados
oficiais revelam ainda que na região
Sudeste concentra-se 43% das usinas
termelétricas brasileiras, e na região Norte 26%, sendo que a maioria delas
utiliza combustíveis fósseis (70%), com destaque para o óleo diesel e em seguida
o gás natural. No estado de São Paulo concentram-se 54% das operações que
utilizam a energia biomassa proveniente do bagaço da cana.
De acordo com dados da ANEEL, das 10 maiores usinas termelétricas
brasileiras, 08 utilizam o gás natural. O estado do Rio de Janeiro também
confirma sua vocação atrelada ao uso do gás natural, sendo detentor das 04
maiores usinas termelétricas do Brasil em capacidade de geração.
A Central Termoelétrica ou Usina Termelétrica é uma instalação industrial
com capacidade de transformar energia térmica / calórica em energia elétrica a
partir da queima de óleo combustível, óleo diesel, gás natural ou carvão mineral;
bagaços de diversos tipos de plantas, restos de madeira, entre outros. A primeira
Termelétrica construída no Brasil foi inaugurada em 1883 na cidade de Campos
(RJ), com potência instalada de 52 KW.
Após ser utilizado para acionar o gerador, o vapor d’água é resfriado
através de um condensador. A água volta para a caldeira, onde se transforma
novamente em vapor, dando continuidade ao ciclo.
Alguns cuidados devem ser tomados tais como: os gases provenientes da
queima do combustível devem ser filtrados, evitando a poluição da atmosfera
local; a água aquecida precisa ser resfriada ao ser devolvida para os rios porque
várias espécies aquáticas não resistem a altas temperaturas. De acordo com a
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 62
Organização das Nações Unidas, o Brasil é o 6° maior emissor de gases de efeito
estufa mundial.
A vantagem das usinas termelétricas é que elas podem ser construídas
próximas aos centros urbanos reduzindo assim, o custo com linhas de
transmissão e suas perdas.
As principais desvantagens das Usinas Termelétricas são:
Contribuinte significante para as chuvas ácidas;
Contribuem com o Efeito Estufa;
O gás natural é um recurso esgotável;
Combustível caro para a geração de energia elétrica.
A Usina Termelétrica da TermoRio (UTE-TermoRio) localizada no município
de Duque de Caxias (RJ), é a maior termelétrica à gás natural instalada no Brasil,
com potência instalada de 1.040 MW. A usina é composta por 03 termelétricas e
a capacidade de geração de energia da UTE corresponde a 22% de energia
elétrica gerada no estado do Rio de Janeiro.
ENERGIA BIOMASSA 1.3.25.
A biomassa é a quantidade total de
matéria viva existente num ecossistema
ou numa população animal ou vegetal.
Para a geração de energia abrange os
derivados recentes de organismos vivos
utilizados como ou para a produção de
combustíveis. A biomassa pode ser
considerada um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis fósseis
não se renovam a curto prazo. A biomassa é utilizada na produção de energia a
partir de processos como a combustão de material orgânico produzido e
acumulado num ecossistema. A energia pode ser obtida através da combustão da
lenha, bagaço da cana-de-açúcar, resíduos florestais, resíduos agrícolas, cascas
de arroz, excrementos de animais, embalagens de papelão descartadas após a
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 63
aquisição de diversos eletrodomésticos ou outros produtos, papelão já utilizado,
entre outras matérias orgânicas.
Esta fonte energética é renovável, pois a sua decomposição libera CO2 na
atmosfera que, durante seu ciclo, é transformado em hidratos de carbono através
da fotossíntese realizada pelas plantas. A utilização da biomassa, desde que
controlada, não agride o meio ambiente, visto que a composição da atmosfera
não é alterada de forma significativa.
As principais vantagens da biomassa são:
Baixo custo de operação;
Facilidade de armazenamento e transporte;
Proporciona o reaproveitamento dos resíduos;
Alta eficiência energética;
É uma fonte energética renovável e limpa;
Emite menos gases poluentes.
Porém, o seu uso sem um planejamento adequado, pode contribuir com o
desmatamento descontrolado de árvores (florestas), perdas dos nutrientes do
solo, erosões e emissão excessiva de gases.
USINA BICOMBUSTÍVEL 1.3.26.
Primeira termelétrica do mundo a utilizar o combustível renovável para
geração de energia elétrica, a UTE Juiz de Fora inaugurada no dia 19 de janeiro
de 2010 é na verdade uma usina flex (bicombustível). Ela está operando em fase
de testes com o etanol desde 31 de dezembro de 2009. A usina é movida tanto
a gás como a etanol. A unidade, instalada
no Distrito Industrial de Benfica, em Juiz
de Fora (MG), tem capacidade instalada
de 87 MW. A turbina adaptada da usina
flex tem capacidade instalada de 43,5
MW. Para que a conversão fosse possível,
foi realizada a troca da câmara de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 64
combustão, de dois bicos injetores, além da instalação de equipamentos
periféricos (sistema de recebimento, tanques, bombas, filtros) que permitem o
recebimento, o armazenamento e a movimentação do etanol para a turbina.
Durante o período de testes serão avaliados o desempenho da turbina
consumindo etanol, a vida útil dos equipamentos e os níveis de emissões
atmosféricas, como o óxido de nitrogênio (NOx). Os resultados poderão
confirmar a utilização do etanol como mais uma fonte de geração de energia
elétrica no Brasil e no exterior.
A General Electric (GE) desenvolveu a nova câmara de combustão
especialmente para o uso de etanol e gás natural. A instalação dos equipamentos
na turbina foi realizada na Oficina de Turbo Máquinas da Petrobrás na cidade de
Macaé (RJ).
A UTE de Juiz de Fora faz parte do parque gerador da Petrobrás que é a
oitava maior empresa geradora de energia elétrica do Brasil, possuindo 14 usinas
termelétricas a gás natural, 12 a óleo e 15 pequenas centrais hidrelétricas. A UTE
de Juiz de Fora também está conectada no Sistema Interligado Nacional (SIN).
ENERGIA ELÉTRICA GERADA POR ESGOTO 1.3.27.
A primeira empresa de saneamento do
Brasil a utilizar o biogás para a geração de
energia elétrica foi a Sanepar (Companhia de
Saneamento do Paraná) na Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) Ouro Verde, em Foz
de Iguaçu. A unidade Piloto de Energia
Renovável da ETE Ouro Verde já foi visitada por
missões internacionais e pesquisadores de universidades brasileiras. O excedente
da energia elétrica gerada pela ETE Ouro Verde é disponibilizado em rede de
baixa tensão na Companhia Paranaense de Energia (Copel), uma vez que a
energia gerada pelo sistema é maior do que a demanda energética da estação. A
autorização do uso desse excedente está na Resolução da Aneel nº 1.482, de 29
de julho de 2008.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 65
O estado de Minas Gerais também deu um passo importante em direção ao
desenvolvimento sustentável. O projeto pioneiro de cogeração de energia
desenvolvido no estado pode ser o primeiro do Brasil a tornar uma ETE (Estação
de Tratamento e Esgoto) praticamente auto suficiente em produção elétrica.
Elaborado pela companhia de Saneamento de Minas Gerais o sistema de
reaproveitamento de biogás já está em fase de teste e deve entrar em operação
em outubro de 2011 na ETE Arrudas, no bairro Caetano Furquim, região leste de
Belo Horizonte.
De acordo com o planejamento, será gerada quantidade de energia (KW)
suficiente para suprir 90% da energia usada na estação de tratamento de esgoto
da capital. A carga que será gerada pela nova usina termelétrica é equivalente ao
gasto de uma cidade de aproximadamente de 15 mil habitantes.
O tratamento de esgoto resulta na formação de um biogás, que tem em
sua formação 68% de gás metano (CH4), altamente tóxico e prejudicial à
camada de ozônio. O gás metano era queimado, transformado em gás carbono
(CO2), que é 22 vezes menos prejudicial. Mas, ainda assim, o CO2 era lançado
na atmosfera. Com a cogeração, em vez de os gases serem emitidos na
natureza, eles passam por um processo de limpeza e depois são direcionados
para as microturbinas, onde servirão de combustível para produzir energia.
Nada é desperdiçado durante a operação. Além da utilização dos gases, há
o aproveitamento do calor resultante da queima. O vapor é capturado e enviado
aos trocadores de calor, que por sua vez, aperfeiçoam a geração de energia. E é
exatamente esta especificidade que dá nome ao projeto de cogeração, pois, no
mesmo processo são transformados o biogás e o calor em combustíveis.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 66
ENERGIA GEOTÉRMICA 1.3.28.
A energia Geotérmica pode ser definida
como o calor proveniente do interior da terra. A
Terra é formada por grandes placas, que nos
mantém isolados de seu interior, no qual
encontramos o magma, que consiste
basicamente em rochas derretidas a grandes
temperaturas (podendo chegar a 6000°C) que aquecem a água no subsolo. A
palavra geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, a energia
calorífica proveniente do interior da terra chama-se geotérmica.
O magma é resultante das altas pressões abaixo da superfície terrestre e
do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas como o urânio e o
tório. Quando encontra fissuras na crosta terrestre, o magma explode em
erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem
águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres.
Quando o gêiser apresenta alta pressão e alta temperatura, pode ser
aproveitado à geração de eletricidade, praticamente do mesmo modo que numa
Central Termelétrica. Nela, a água é aquecida de forma a transformar-se em
vapor e movimentar uma turbina, que por sua vez, converte energia mecânica
em energia elétrica. Só que no caso de uma Central Geotérmica que aproveita o
gêiser, o aquecimento da água é feito naturalmente.
A forma de energia geotérmica presente nos gêiseres é chamada
tecnicamente de “vapor úmido misto”, pois junto com o vapor de água
encontram-se vários minerais e metais, que acabam por tornar a geração de
eletricidade nessas fontes um tanto caras, já que os metais e minerais acabam
por corroer as turbinas. Para evitar este processo de corrosão se faz necessário
um tratamento adequado dos metais, entretanto deve-se antes ser feito um
estudo para avaliar a possível contaminação, por parte destes vapores e metais,
nas fontes de água utilizadas pelo homem. A relação custo/benefício deve ser
sempre levada em conta.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 67
As usinas a vapor de Lardarello, na Itália, produzem dois bilhões de
quilowatts-hora de força por ano, o suficiente para a maioria do sistema
ferroviário italiano. A Suíça é uma recordista em usinas geotérmicas, ficando
atrás somente da Itália, que é pioneira no ramo. Na Califórnia a geração de
energia chegou a 500 MW de eletricidade. No Japão, atualmente, há 17 usinas
geotérmicas no país, mas desde 1974 a construção de novas usinas está
suspensa devido a preocupações ambientais. Em El Salvador, 30% da energia
elétrica consumida no país provém da energia geotérmica. México, Filipinas,
Kênia e Islândia também têm expandido a produção de energia elétrica através
de usinas geotérmicas.
Vantagens da energia geotérmica:
A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula,
não contribuindo com o efeito estufa;
A área necessária para a instalação da usina é pequena;
Pode abastecer comunidades isoladas.
Desvantagens da energia geotérmica:
O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente;
Ocorre a emissão de ácido sulfídrico (H2S), extremamente
corrosivo e nocivo à saúde;
É uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos
investimentos estruturais e sua eficiência é baixa;
Pode ocasionar o esgotamento do campo geotérmico.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 68
ENERGIA EÓLICA 1.3.29.
A geração de energia eólica vem
aumentando a sua participação na
matriz energética brasileira através de
leilões de compra e venda deste tipo de
energia. Atualmente, são 45 parques
eólicos em operação. Em 2009, a
capacidade mundial de geração de
energia elétrica proveniente da energia
eólica foi aproximadamente 158 Gigawatts (GW), o suficiente para abastecer o
Brasil (em janeiro de 2010 o Brasil gastou em média 70 Gigawatts).
No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um
grande interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver
equipamentos para produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a
dependência do petróleo e carvão. O alto preço dos combustíveis fósseis, a
possibilidade de esgotamento das reservas de petróleo previstas para as
próximas décadas, os grandes períodos de estiagens que afetam principalmente
as usinas hidrelétricas e a emissão de CO2 para a atmosfera contribuindo com o
aumento da camada de ozônio da terra e o efeito estufa, fez com que muitos
cientistas pesquisassem fontes alternativas e limpas de geração de eletricidade.
A energia eólica é a energia proveniente dos ventos. O termo eólico
origina-se do latim aeolicus, relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega.
Na antiguidade a energia eólica era utilizada para mover os barcos impulsionados
por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos. Nos moinhos de
vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada para
moer grãos, bombear água e ainda para drenagem de canais.
Para a geração de energia elétrica a energia eólica que é uma fonte natural
de energia, renovável (pois não se esgota) e limpa, evita a emissão de CO2 e
gases poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis, não
contribuindo desta forma para o efeito estufa. A usina eólica ou parque eólico
consiste na utilização de aerogeradores, os quais são grandes turbinas colocadas
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 69
em lugares com muito vento. Essas turbinas têm a forma de um catavento ou
moinho. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cujo único combustível
é o vento. As turbinas são em princípio, instrumentos razoavelmente simples. O
gerador é ligado através de um conjunto acionado a um rotor constituído de um
cubo e duas ou três pás. O vento aciona o rotor que faz girar o gerador e produz
eletricidade.
A quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de
quatro fatores: da quantidade de vento que passa pela hélice, do diâmetro da
hélice, a dimensão do gerador e o rendimento de todo o sistema. Para que a
produção/geração de energia elétrica se torne rentável é necessário uma grande
concentração de aerogeradores em uma grande extensão territorial. A
quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações e as
horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também têm grande influência
na distribuição de freqüência de ocorrência de velocidade do vento em um local.
O Parque de Praia Formosa é atualmente o de maior capacidade do
nordeste. Com aproximadamente 135 km de extensão, pode abastecer até 350
mil casas. A energia gerada é de 416,678 GWh. O Parque Eólico Alegria I evita a
emissão de cerca de 40 mil toneladas de CO2 por ano. Terá a sua potência
triplicada com a construção de Alegria II em 2011. A energia gerada é de 134
GWh. O Parque Eólico de Osório incluindo os Parques de Índio e Sangradouro, é o
maior do Brasil. Contribuiu para o abastecimento de eletricidade no Sul durante o
blecaute de 2009. A energia gerada é de 447 GWh por ano.
A baixa adesão se deve ao alto custo de instalação e manutenção. Nesta
forma de energia, o cálculo de investimento e custo leva em consideração os
custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de queda dos
geradores. Os parques eólicos produzem poluição visual e sonora e também
podem interferir na rota migratória de pássaros. Porém, os parques eólicos são
compatíveis com os outros usos do solo como a agricultura ou a pecuária, uma
vez que os aerogeradores têm dezenas de metros de altura.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 70
ENERGIA SOLAR 1.3.30.
A energia solar consiste numa fonte renovável (pois não se esgota) e limpa
(não emite poluente). A sua obtenção ocorre de duas formas, direta ou indireta.
A forma direta de obtenção de energia solar ocorre através de células
fotovoltaicas, geralmente fabricadas de silício. O efeito fotovoltaico ocorre
quando fótons (energia que o sol carrega) incidem sobre os átomos,
proporcionando a emissão de elétrons, que produzem desta forma corrente
elétrica.
Para obter energia solar de forma indireta,
é necessária a construção de usinas em áreas
de grande insolação, pois a energia solar atinge
a Terra de forma tão difusa que requer captação
em grandes áreas. Nesses locais são espalhadas
centenas de coletores solares.
A energia solar é normalmente utilizada em locais mais isolados, secos e
ensolarados. Os custos financeiros para a obtenção de energia solar são muito
elevados, não sendo economicamente viável. Também possui elevados custos de
instalação e baixa eficiência.
A radiação solar depende também das condições climáticas (nebulosidade,
umidade relativa do ar, etc.) e atmosféricas. Somente parte da radiação solar
atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela
atmosfera.
Em março de 2011 foi inaugurada a primeira Usina de Energia Solar do
Brasil e da América Latina. A Usina de Tauá, no Ceará, é composta por 4680
painéis solares, o suficiente para gerar energia para 1500 famílias de baixa
renda. Como o Ceará situa-se próximo à linha do Equador, o potencial para
geração de energia solar é muito alto, e o Estado possui legislação própria
regulamentando o tema.
A Prefeitura de Curitiba em 2009 instalou postes capazes de iluminar
através da energia de painéis solares no parque Barigui. Cada poste possui um
USINA DE TAUÁ - CE
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 71
painel solar capaz de gerar energia o suficiente para garantir a iluminação
durante todo o período da noite.
ENERGIA DAS MARÉS 1.3.31.
A energia das marés também é conhecida como energia maremotriz, é
obtida através do aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés,
que deve ser no mínimo 7 metros. A força gravitacional do Sol e da Lua também
interferem nas marés. A cada 12h e 25m a superfície do oceano em qualquer
local oscila entre pontos altos e baixos. As massas de água que cobrem dois
terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar. A temperatura dos
oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que
a humanidade seria capaz de consumir.
Essa é uma fonte de energia limpa e renovável. Para que essa energia seja
transformada em eletricidade é necessária a construção de barragens, eclusas
(permitindo a entrada e saída de água) e unidades geradoras de energia.
As barragens são construídas formando-se um reservatório próximo ao
mar, e os diques são responsáveis pela captação de água durante a alta da maré.
A água é armazenada no reservatório passando pela turbina hidráulica e
produzindo energia elétrica, em seguida, durante a baixa da maré, o reservatório
é esvaziado liberando a água que passa novamente pela turbina hidráulica,
porém em sentido contrário, gerando assim a energia elétrica.
Atualmente há quatro maneiras de converter a energia marítima em
eletricidade limpa:
Energia do movimento das ondas;
Energia das correntes marítimas e das marés;
Energia da temperatura da água quente e fria;
Energia da diferença de pressão entre água doce e salgada.
A instalação de estações de captação de energia das marés necessita de
altos investimentos, e possui baixa eficiência (aproximadamente 20%). Também
oferecem impactos ambientais relacionados à flora e fauna. Porém, se
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 72
comparados aos causados por hidrelétricas instaladas em rios, esses impactos
são bem inferiores. Japão e Inglaterra também utilizam este tipo de energia.
Em 1967 foi realizado o primeiro
grande projeto para a geração de
eletricidade através das marés. Os
franceses construíram uma barragem de
710 metros de comprimento com 24
turbinas, que fecha a foz do rio rance,
aproveitando o potencial energético das
marés. Situada na Bretanha, noroeste da
França, a usina possui capacidade instalada de 240 megawatts (MW), o suficiente
para suprir a demanda de uma cidade com 200 mil habitantes. É importante
destacar que poucas localidades apresentam características propícias para a
obtenção desse tipo de energia, uma vez que o desnível das marés deve ser
superior a 7 metros.
Entre os locais com potencial para a geração de energia das marés,
destacamos:
Baía de Fundy no Canadá - com mais de 15 metros de desnível;
Baía Mont-Saint-Michel na França - com mais de 15 metros de
desnível;
Estuário do Rio Bacanga em São Luís (MA) - com marés até 7
metros;
Ilha de Macapá - com marés até 11 metros.
INDÚSTRIA OFFSHORE 1.3.32.
Existe várias formas de gerar/produzir energia elétrica, porém nem todas
as formas são aplicadas à indústria de petróleo e gás em alto mar. Na indústria
Offshore, cada vez mais, existe a necessidade de gerar energia por outras fontes
que, tornem esses ambientes auto-suficientes e permanentemente servidos por
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 73
uma estrutura capaz de atender a demanda necessária para manter a estrutura
de “bordo” devidamente “energizada”.
Havendo geração de energia, instalação, transmissão, distribuição, medição
e manutenção há também a necessidade de possuir profissionais qualificados
para operar esses sistemas com segurança. Para isso se faz necessário qualificar
a mão-de-obra de acordo com as Normas Regulamentadoras (NR’s).
No caso da eletricidade, responsável por um número significativo de
acidentes; existe a necessidade de treinar e qualificar os profissionais visando
diminuir o número de acidentes, ou se possível, evitá-los.
RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 2.
Existem vários riscos que a energia elétrica pode provocar à saúde,
integridade física e segurança dos trabalhadores que atuam direta ou
indiretamente com a eletricidade; seja em instalações dimensionadas
inadequadamente, com manutenção precária, falhas de isolação em um condutor
ou equipamento, erros de manobra, tensões induzidas, contato entre um
condutor vivo e a massa de um elemento metálico não aterrado, corrente de
fuga, etc. Podemos citar estes riscos como: o choque elétrico (contato direto e
indireto), choque estático, choque dinâmico, choque por descargas atmosféricas,
queimaduras, eletrocussão, curto-circuito, arcos elétricos, incêndios, explosões
por arco elétrico e explosões em geral.
O choque elétrico ocorre quando a pessoa (ou animal) faz contato com a
parte energizada de um circuito, instalação, equipamento ou sistema elétrico
possibilitando assim a passagem da corrente elétrica pelo corpo humano (ou do
animal). Ao fazer contato direto com a parte energizada da instalação o corpo
humano sofre um conjunto de pertubações decorrente do choque elétrico. Neste
caso, a corrente elétrica percorre o corpo humano causando vários danos ou
lesões, dependendo da intensidade e gravidade da lesão as conseqüências
poderão ser irreversíveis ou até mesmo a morte. A duração do choque elétrico
depende do tempo em que a pessoa permanecer em contato com a parte
energizada e enquanto a fonte de alimentação permanecer energizada.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 74
Os efeitos diretos do choque elétrico são: contrações musculares, tetania
ou tetanização, queimaduras (internas e externas), parada respiratória, parada
cardíaca, fibrilação cardíaca, eletrólise no sangue, danos renais, danos no
cérebro, comprometimento de vasos sanguíneo, órgãos genitais e reprodutores e
ÓBITO.
Os efeitos indiretos do choque elétrico são: quedas, batidas e queimaduras
indiretas (externas).
O risco de choque elétrico está presente em praticamente todas as
atividades executadas nos setores elétrico e telefônico como: construção,
montagem, manutenção, reparo, inspeção, medição em Sistema Elétrico de
Potência (SEP). Também encontramos riscos de choque elétrico em atividades
realizadas no nosso cotidiano, tais como: podas de árvores próximas às redes de
distribuição e transmissão de energia elétrica, crianças soltando pipas,
manutenção em chuveiros e troca de lâmpadas nas residências, manutenção em
antenas de TV, tocar em eletrodomésticos energizados com as mãos ou o corpo
molhados, incêndios provocados por balões em linhas de transmissão e
distribuição de energia elétrica, construção de moradias e obras na construção
civil próximas à rede de energia elétrica, carrocerias de caminhões que tocam a
rede elétrica rompendo os cabos energizados em alta tensão, cabos de alta
tensão que se rompem e caem no chão e em calçadas transitadas por pedestres,
etc.
O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMO E EFEITOS 2.1.
Os riscos e efeitos do choque elétrico estão diretamente ligados aos valores
de intensidade da corrente elétrica e tensões. Sabemos que a sensibilidade do
corpo humano à passagem da corrente elétrica é muito pequena, pois valores de
corrente a partir de 15 a 20 mA são suficientes para provocar fibrilação cardíaca
e parada cardíaca. Também sabemos que valores elevados de tensões são
suficientes para provocar queimaduras de 2° e 3° graus além da carbonização,
devido à alta dissipação de energia calorífica. Portanto, concluímos assim, que
tanto valores elevados de corrente elétrica como valores elevados de tensão
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 75
podem provocar danos e lesões gravíssimas à saúde e integridade física do
trabalhador, podendo levar inclusive a morte.
Como existem mais pessoas expostas a baixas tensões do que a altas
tensões, pois a maior parte dos serviços executados em instalações elétricas está
em baixa tensão e instalações residenciais também estão em baixa tensão, a
maioria dos acidentes por choque elétrico ocorrem em baixa tensão. Sendo
assim, a baixa tensão torna-se mais perigosa do que a alta tensão.
De acordo com dados estatísticos, os riscos e a gravidade do choque
elétrico são qualificados da seguinte maneira:
43% dos acidentes ocorrem nas residências;
30% nas empresas;
27% não foram especificados.
Podemos observar que de acordo com a estatística a maioria dos acidentes
por choque elétrico ocorre nas residências, isto acontece devido ao fato dos
usuários serem leigos no assunto referente aos riscos oferecidos pela
eletricidade. A falta ou pouco conhecimento dos conceitos de eletricidade e
procedimentos de trabalho e segurança para atuar em instalações e
eletrodomésticos energizados, possibilita a ocorrência de vários acidentes
domésticos envolvendo a eletricidade. Infelizmente as crianças também fazem
parte desta estatística, tocando e inserindo objetos em tomadas energizadas,
soltando pipas próximas de redes aéreas de transmissão ou distribuição de
energia elétrica, etc.
Outro fator que contribui bastante para que acidentes domésticos com
eletricidade ocorram, é o fato de que a maioria das residências em nosso país é
construída sem projeto de instalação elétrica residencial. Com isto, o mau
dimensionamento dos circuitos e disjuntores residenciais, má qualidade da
isolação de cabos, sobrecarga provocada pela instalação de vários aparelhos
eletrodomésticos num único ponto de energia, entre outros,contribuem para a
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 76
formação de curto-circuito nas residências. A maioria dos incêndios domésticos é
provocada por curto-circuito.
Nas últimas décadas o aumento de aparelhos e equipamentos
eletrodomésticos tem aumentado consideravelmente. Há um século, as famílias
possuíam no máximo lâmpadas incandescentes em suas residências e dispunham
de iluminação pública nas ruas em que moravam. Com o avanço tecnológico, as
donas de casa começaram a usufruir da tecnologia doméstica, surgiram então as
primeiras invenções de aparelhos domésticos, tais como: ferros de passar roupa,
aparelhos de TV, rádios, geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa,
liquidificadores, batedeiras de bolo, cafeteiras, espremedores de frutas,
multiprocessadores, sanduicheiras, torradeiras, freezers, fornos elétricos, forno
microondas, máquinas de lavar louças, secadoras de roupas, vídeo cassetes,
aparelhos de DVD, ventiladores, ar condicionados, aquecedores, chuveiros
elétricos, home theaters, etc.
Sendo assim, com uma infinidade de aparelhos eletrodomésticos em nossas
residências, a humanidade se tornou cada vez mais dependente da energia
elétrica e o consumo desta vem aumentando bastante nas últimas décadas. A
eletricidade faz parte do nosso cotidiano há pelo menos um século, mas,
infelizmente as famílias pouco conhecem dos riscos oferecidos pela energia
elétrica. Isto também justifica o fato da maioria dos acidentes por choque elétrico
ocorrerem nas residências.
Existem três tipos de choque elétrico:
Choque estático;
Choque dinâmico;
Choque por descarga atmosférica.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 77
CHOQUE ESTÁTICO 2.1.1.
A eletricidade estática é o acúmulo de cargas elétricas na superfície dos
objetos, e até mesmo dos seres humanos. Toda matéria é constituída por
átomos, os quais são as menores partículas existentes na natureza. O átomo é
constituído por:
Elétrons (cargas negativas);
Prótons (cargas positivas);
Nêutrons (cargas neutras).
Os prótons e nêutrons encontram-se no núcleo do átomo, e os elétrons
encontram-se nas camadas externas do núcleo. São justamente os elétrons que
possuem a facilidade de tornarem-se livres, principalmente os elétrons situados
na camada de valência. Ao atritarmos a palma da mão numa blusa de lã, por
exemplo, elétrons são transferidos de um corpo para o outro, tornando-os
carregados de eletricidade estática.
O choque por eletricidade estática possui curta duração, e é o suficiente
para descarregar a eletricidade estática acumulada no elemento energizado,
podendo não causar efeitos danosos ao corpo devido a curta duração.
O choque estático gerado através do atrito entre dois corpos pode provocar
o surgimento de faíscas e centelhas, quando isto ocorre em ambientes com a
presença de atmosferas explosivas, temos assim a formação do triângulo do
fogo:
Combustível (podendo ser líquido ou gasoso);
Comburente (oxigênio);
Fonte de ignição (faíscas, centelhas, etc.).
Nestes casos ocorrem riscos de explosões e incêndios. Ao abastecermos o
nosso carro nos postos de gasolina devemos tomar bastante cuidado com o
acúmulo de eletricidade estática, pois faíscas e centelhas provocados pelo atrito
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 78
entre dois corpos na presença de combustíveis e oxigênio formam uma mistura
inflamável. Podemos observar este fato na ilustração seguinte.
Ao caminhar sobre um carpete uma pessoa pode acumular uma carga de
eletricidade estática de até 35.000 Volts (em dias secos) ou 2.000 Volts (em dias
úmidos). Quando o piso é de vinil os valores podem variar de 12.000 Volts (em
dias secos) a 400 Volts (em dias úmidos). Uma descarga de 30 Volts é o
suficiente para danificar os componentes eletrônicos mais sensíveis do
computador, tais como: processadores, chip, HD, etc.
Os microcircuitos dos computadores
trabalham com uma quantidade mínima de
energia, pois são altamente sensíveis à variação
de tensão. Portanto, a eletricidade estática
acumulada no corpo de uma pessoa, ao se
transferir para esses circuitos pode provocar
vários danos, mesmo que a pessoa não toque
neles. A proximidade do corpo humano com o
chip de um computador pode provocar pequenas faíscas elétricas, ou até mesmo
a formação de um campo elétrico contrário na placa eletrônica (chamada de
indução elétrica).
Durante a montagem de um computador, o técnico em eletrônica (ou
eletrotécnico) antes de por a mão nos elementos com circuitos impressos, tais
como: placa-mãe, placa de vídeo, memória,CPU, etc., deve descarregar a
eletricidade estática tocando na massa de um cabo terra ou no radiador de
calefação central, ou ainda em qualquer parte metálica condutora e ligada ao
solo.
Como medida de proteção contra a
eletricidade estática existe a pulseira anti-
estática. Esta pulseira é conectada a um cabo
aterrado que permite que as cargas elétricas
acumuladas no corpo do operador do
equipamento eletrônico seja desfeita
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 79
retornando assim ao equilíbrio. A pulseira também possui um resistor de 1MΩ
acoplado em série, cuja finalidade é limitar a corrente de curto-circuito,
protegendo desta forma o usuário caso o mesmo toque em um componente
energizado.
CHOQUE DINÂMICO 2.1.2.
É o choque tradicional, ou seja, surge pelo contato direto da pessoa com a
parte energizada da instalação, durando enquanto permanecer o contato e se a
fonte de alimentação permanecer energizada. As conseqüências podem ser
pequenas contrações musculares, lesões irreversíveis ou até mesmo a morte.
O choque dinâmico pode ocorrer por:
Toque acidental na parte viva do condutor;
Toque em equipamentos e instalações, que se tornaram
energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na
isolação.
A energização acidental pode ocorrer por:
Erros de manobras;
Tensões induzidas;
Falhas na isolação.
CHOQUE POR DESCARGA ATMOSFÉRICA 2.1.3.
Quando ocorre uma descarga atmosférica e esta entra em contato direto
ou indireto com uma pessoa, tem-se o choque por raio. Neste caso as
conseqüências podem ser queimaduras graves ou a morte imediata.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 80
O raio ou relâmpago é uma descarga elétrica de grande intensidade que se
forma quando a rigidez dielétrica do ar é quebrada, e ocorre entre nuvens ou
entre a nuvem e a terra. A descarga é visível com ramificações irregulares, e
ocorre uma onda sonora chamada trovão.
O raio é capaz de aquecer o ar até a temperatura de 39000°C.
Denominam-se relâmpagos aquelas descargas elétricas que ocorrem entre as
nuvens, e de raios aquelas que ocorrem entre as nuvens e o solo. Existem três
tipos de raios:
Entre nuvens;
Da nuvem para o solo;
Do solo para a nuvem.
O Brasil é o país com a maior incidência de raios no mundo. No estado do
Paraná grande parte das interrupções no fornecimento da energia elétrica ocorre
por descargas atmosféricas. Durante as tempestades com raios, devemos
observar algumas regras de segurança:
Evite ficar ao relento, procure uma edificação/instalação segura;
Permaneça dentro de casa;
Não recolha roupas estendidas no varal;
Não procure abrigo sob árvores;
Caso não encontre abrigo, procure não se movimentar, permaneça
agachado evitando desta forma o efeito das pontas;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 81
Não use o telefone;
Mantenha-se afastado de portas e janelas abertas, fogões,
aquecedores centrais, ferramentas, tubos metálicos, pias e objetos
metálicos de grande massa;
Não trabalhe em cercas, telefones, linhas de força, tubulações
metálicas ou em estruturas de aço durante a tempestade;
Não trabalhe com material inflamável, contido em recipiente
aberto;
Interromper imediatamente o trabalho com tratores,
especialmente se estiver puxando equipamentos metálicos;
Não permaneça na água, rios, lagos e mares ou em barcos
pequenos.
Seguem algumas crenças populares sem comprovação científica:
Espelhos atraem raios;
Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar;
O pára-raios do meu vizinho está protegendo a minha casa/edificação;
A instalação do pára-raios vai atrair raios para as edificações.
Contudo, a gravidade do choque elétrico dependerá dos seguintes fatores:
O percurso da corrente no corpo humano;
Intensidade da corrente;
O tempo de duração do choque elétrico;
Área de contato (ponta dos dedos, palma das mãos, etc.);
Freqüência da corrente (Hz);
Intensidade da tensão (V);
Características físicas do acidentado.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 82
ELETROCUSSÃO 2.1.4.
É a morte provocada pela passagem da corrente elétrica pelo corpo,
principalmente pelo coração ou cérebro. Trata-se da execução (morte) do ser
humano por cadeira elétrica (eletricidade).
CADEIRA ELÉTRICA 2.1.5.
O condenado é colocado sentado e imobilizado numa cadeira sendo
submetido a uma tensão de 2000 Volts. O método consiste em fixar eletrodos no
corpo do condenado, uma parte dos eletrodos é colocada na cabeça raspando-se
os cabelos, e o restante dos eletrodos são colocados na parte inferior do corpo.
Para aumentar a condutividade são colocadas esponjas molhadas de uma solução
condutora (eletrólitos) nos eletrodos.
Normalmente, o condenado recebe a primeira descarga de 2300 V por 08
segundos, a segunda descarga de 1000 V por 22 segundos e finalmente a
terceira descarga de 2300 V por mais 08 segundos. A cadeira é de madeira para
não conduzir eletricidade e firmemente presa ao chão, em torno da cadeira o
chão é revestido de borracha também para não conduzir eletricidade.
Durante a execução a pessoa perde o controle das funções fisiológicas
podendo urinar e defecar involuntariamente, por este motivo reveste-se o
condenado com uma fralda sob as calças. Um capuz cobre a cabeça do
condenado, pois com o choque os músculos do rosto se contraem e os olhos
podem saltar das órbitas. Também é comum ocorrer sangramento dos olhos,
ouvidos e narinas.
Sendo assim, o condenado morre por falência múltipla dos órgãos. Como a
corrente entra pela cabeça, o primeiro órgão afetado é o cérebro. A descarga de
alta tensão paralisa o órgão, “apagando” o condenado. O coração paralisa ou, no
mínimo, ocorre intensa arritmia. Nas descargas seguintes, ocorre a parada
cardíaca.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 83
O calor gerado pela passagem da corrente elétrica aquece os órgãos vitais
internos como os pulmões, estômago e intestinos. Em alguns casos os corpos dos
condenados pegaram fogo.
ELETROPLESSÃO 2.1.6.
É a morte acidental provocada pela passagem de uma carga letal da
corrente elétrica pelo corpo humano. Pode ocorrer por descargas atmosféricas,
por contato com cabos ou equipamentos de alta tensão, corpo ou roupa molhada,
etc. A palavra eletro+plessão origina-se do grego, elektron = “eletricidade” e
plessein = “ferir”.
Pesquisadores definiram três (03) tipos de efeitos manifestados pelo corpo
humano durante a passagem da corrente elétrica, eles serão descritos a seguir.
Limiar de Sensação
O corpo humano começa a perceber a passagem da corrente elétrica a
partir de 01 mA em corrente alternada e 05 mA em corrente contínua. A
sensação causada no organismo humano pela passagem da corrente contínua é
de aquecimento, e a sensação causada pela passagem da corrente alternada é de
formigamento.
Limiar de não largar
Está associado às contrações musculares provocadas pela corrente elétrica
no corpo humano, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os
nervos provocando contrações musculares permanentes, com isso cria-se o efeito
de agarramento que impede a vítima de soltar-se do circuito, a intensidade da
corrente para esse limiar varia entre 09 e 23 mA para os homens e 06 a 14 mA
para as mulheres em corrente alternada. Em corrente contínua 51 mA para
mulheres e 76 mA para homens.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 84
Limiar de Fibrilação Ventricular
O corpo humano conduz a corrente elétrica, onde cada pessoa oferece uma
resistência diferente (varia de acordo com a constituição física de cada um). O
coração é afetado pela passagem da corrente elétrica ocasionando alterações no
seu ritmo e até mesmo a morte. O músculo cardíaco contrai-se 60 a 100 vezes
por minuto devido aos impulsos elétricos gerados no nódulo seno-atrial do
coração. Quando ocorre o choque elétrico somam-se e sobrepõem-se impulsos
externos, dependendo da intensidade da corrente e da duração do choque, a
freqüência do batimento cardíaco poderá ser alterada, produzindo arritmia, e o
coração não é mais capaz de exercer sua função vital.
Os efeitos provocados pelo choque elétrico no organismo podem variar de
acordo com alguns fatores, tais como:
Percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;
Tipo da corrente elétrica;
Intensidade da corrente elétrica;
Tensão nominal;
Duração do choque elétrico;
Freqüência da corrente,
Resistência do circuito;
Características físicas do acidentado.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 85
Local de entrada Trajeto Porcentagem da corrente
Cabeça Da cabeça para o pé direto 9.7%
Cabeça Da cabeça para a mão esquerda 1.8%
Mão direita Da mão direita para o pé esquerdo 7.9%
Mão direita Da mão direita para mão esquerda 1.8%
Pé direito Do pé direito para o pé esquerdo 0.0%
A eletricidade pode causar diversos tipos de lesões, podendo agir sobre o
Sistema Nervoso Central (SNC) ou coração, causando perda reversível da
consciência ou a morte. O choque elétrico também pode causar Prolapso ou
Heterotopia (deslocamento dos músculos ou órgãos internos da sua devida
posição na cavidade abdominal). O calor produzido pela passagem da corrente
elétrica pelo corpo também pode provocar queimaduras na epiderme, derme,
tecidos, vasos sanguíneos e órgãos internos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 86
Observe na tabela 2, abaixo, os efeitos estimados no corpo humano devido
a intensidade da corrente elétrica
ARCO ELÉTRICO, QUEIMADURAS E QUEDAS 2.2.
O arco elétrico, geralmente, ocorre devido à formação de curto-circuito
liberando uma grande quantidade de energia calorífica. O arco elétrico é gerado
pela ionização do ar devido à conexão elétrica entre dois eletrodos de diferentes
potenciais, de diferentes fases ou entre um eletrodo e um circuito de terra. O
arco elétrico provocado pelo seccionamento de chaves e disjuntores nas
subestações possui energia suficiente para queimar roupas e provocar incêndios,
além de emitir vapores e raios ultravioleta. A temperatura do arco elétrico pode
chegar até 20.000° C, equivalente a quatro vezes a temperatura do sol, nenhum
material na Terra é capaz de suportar esta temperatura sem que ocorra o seu
derretimento e vaporização.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 87
A energia incidente devido ao arco elétrico pode ser estimada utilizando-se
os seguintes parâmetros:
Diagrama unifilar da instalação elétrica;
Tensão de alimentação;
Correntes de curto-circuito;
Características dos sistemas de proteção das instalações elétricas
(tempo de atuação da proteção);
Posição do trabalhador, etc.
FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DO ARCO 2.2.1.
ELÉTRICO.
São cinco os fatores que influenciam a formação do arco elétrico que serão
detalhados a seguir.
Corrente Elétrica
Quanto menor a corrente, menor o arco e, portanto, menor a temperatura
e suas conseqüências.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 88
Tensão Elétrica
Quanto maior a tensão, para uma mesma corrente, maior será o arco e
mais dificilmente será extinto.
Velocidade de Abertura
Quanto menor a velocidade de abertura, maior é o tempo em que os
contatos ficam expostos a elevadas temperaturas podendo ser danificados.
Meio Ambiente
Ambiente úmido com elevada temperatura contribui para a formação de
arco elétrico e aumenta sua intensidade.
Fator de Potência do Circuito
Circuitos puramente resistivos possuem menores riscos de formação do
arco elétrico do que circuitos que apresentam bobinas em sua composição.
CAUSAS DO ARCO ELÉTRICO 2.2.2.
As causas mais comuns do arco elétrico são:
Mau contato ocasionado por aperto insuficiente em conexões de
aperto;
Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e dielétrico
comprometido);
Defeito de fabricação de componentes ou equipamentos;
Projetos de instalação inadequados ou mal dimensionados;
Manutenção inadequada;
Contatos acidentais de ferramentas ou peças (erro humano).
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 89
QUEIMADURAS PROVOCADAS POR ARCO ELÉTRICO 2.2.3.
O arco elétrico possui energia suficiente para queimar as roupas e provocar
incêndios, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas.
QUEDAS 2.2.4.
Os acidentes com eletricidade ocorrem de diversas maneiras. Os riscos
oferecidos pela eletricidade dependem de diversos fatores: falhas de isolação,
falta de aterramento em equipamentos e circuitos elétricos, corrosão dos
contatos, rompimento das linhas de transmissão e distribuição, etc.
Os riscos de quedas em serviços com eletricidade existem devido à
realização de trabalhos em altura, como instalação e manutenção de linhas de
transmissão e distribuição, manutenção de equipamentos em plantas industriais,
manutenção em antenas de TV, podas de árvores próximas às redes de
distribuição, obras na construção civil próxima às redes de distribuição, etc.
As quedas são causadas em decorrência de descargas elétricas que ao
percorrerem um corpo fazem com que o reflexo da vítima, involuntariamente a
faça ser lançada em direção a partes rígidas do sistema, causando seqüelas em
diversos membros ou até mesmo a morte.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 90
Também ocorrem em conseqüência da inadequação de equipamentos de
elevação (escadas, cestos, plataformas), de Equipamentos de Proteção
Individual, falta de treinamento (capacitação) dos trabalhadores quanto a
realização de Trabalhos em Altura, falta de delimitação e sinalização do canteiro
ou local do serviço em espaços reservados de plataformas e embarcações.
CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 2.3.
CAMPOS ELÉTRICOS 2.3.1.
Um campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de cargas
elétricas (elétrons, prótons ou íons), ou por sistemas delas, que estão sujeitas a
força elétrica. Os campos elétricos interagem entre si quando colocados próximos
uns dos outros, produzindo forças. Estas forças são as que produzem a atração
entre um corpo carregado com carga positiva e outro com carga negativa, e
quando dois corpos possuem cargas iguais ocorre a força de repulsão.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 91
O campo elétrico é um vetor. Quando o campo elétrico é criado numa carga
positiva, por convenção, dizemos que ele terá um sentido de afastamento.
Quando o campo elétrico é criado numa carga negativa, por convenção, dizemos
que ele terá um sentido de aproximação.
A figura a seguir mostra a interação entre dois campos elétricos.
LEI DE COULOMB 2.3.2.
Um campo elétrico uniforme apresenta igualdade nas suas linhas de força,
ou seja, o campo se mantém igual entre as placas e, por conseqüência, uma
carga elétrica posicionada entre elas estará sujeita a uma força cuja intensidade
e sentido são constantes ao longo do campo.
O cientista francês Charles Coulomb descobriu que a força elétrica que
atua sobre dois corpos eletricamente carregados é diretamente proporcional às
suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 92
Onde, F = Força medida em Newton (N);
K = Constante eletrostática (Nm2/C2);
Q = Carga elétrica medida em Coulomb (C);
R = Distância medida em metros (m).
𝑭 =𝑲 ∙ 𝑸𝟏 ∙ 𝑸𝟐
𝑹𝟐
Os campos elétricos nas residências estão entre 1-20 V/m, intensidades
altas de campos elétricos da ordem de 1-10 KV/m, estão presentes apenas sob
linhas de transmissão de alta tensão, e decrescem a valores menores que 10
V/m a uma distância de 100 m do centro da linha de transmissão (LT). Em
subestações de energia elétrica são comuns valores de 1 a 10 KV/m.
CAMPOS MAGNÉTICOS 2.3.3.
Campo magnético é a região em volta de um ímã onde ocorrem interações
magnéticas. Na figura a seguir temos um ímã em forma de barra. Limalhas de
ferro colocadas à sua volta dão uma noção de como é o campo magnético em
torno desse ímã.
Podemos observar na figura acima que o campo magnético é mais intenso
nas extremidades do ímã.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 93
A representação do campo magnético de um ímã pode ser feita através das
linhas de indução magnética. Por convenção adotou-se que as linhas de indução
magnética saem do pólo norte do ímã e chega ao pólo sul, como podemos
observar na figura abaixo:
Campo Magnético Uniforme
Um campo magnético uniforme é definido
como o campo magnético ou parte dele onde o
vetor indução magnética é igual em todos os
pontos, ou seja, tem mesmo módulo, direção e
sentido. A representação por meio de linha de
indução é feita por linhas paralelas e igualmente
espaçadas.
Um campo magnético estacionário não interage com cargas que tem
velocidade não nula na mesma direção do campo magnético. Sempre que uma
carga se movimenta na mesma direção do campo magnético, sendo no seu
sentido ou contrário, não há aparecimento de forma eletromagnética que atue
sobre ela. Quando uma carga é abandonada nas proximidades de um campo
magnético estacionário com velocidade em direção diferente do campo, este
interage com ela.
Ao imaginarmos um fio condutor percorrido por corrente, haverá elétrons
livre se movimentando por sua secção transversal com uma velocidade. No
entanto, o sentido adotado para o vetor velocidade, neste caso, é o sentido real
da corrente.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 94
Como todos os elétrons livres têm carga (que pela suposição adotada se
comporta como se esta fosse positiva), quando o fio condutor é exposto a um
campo magnético uniforme, cada elétron sofrerá ação de uma força magnética.
ELETROÍMÃ 2.3.4.
Eletroímã é um dispositivo composto por um condutor espiralado por onde
circula corrente elétrica em um núcleo, normalmente de ferro, aço, níquel ou
cobalto ou algum material ferromagnético. A passagem da corrente elétrica pelo
condutor cria um campo magnético no núcleo; ao cessar a passagem da corrente
cessa também a existência do campo magnético. A intensidade deste campo
magnético depende de alguns fatores, tais como: números de espiras da bobina,
intensidade da corrente elétrica e a existência ou não de um núcleo no seu
interior.
O cientista dinamarquês Hans Oersted em 1820 descobriu que uma agulha
magnética podia ser desviada de sua posição de repouso, se um fio condutor
fosse colocado perto da bússola. Esta deflexão da bússola só ocorreu quando a
corrente elétrica fluía pelo fio de metal. Quando a corrente elétrica era
interrompida, a agulha da bússola voltava à posição de repouso.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 95
Conclusão do experimento: Todo condutor percorrido por corrente elétrica,
cria em torno de si um campo eletromagnético.
Enrolando um condutor de corrente em torno de um material de núcleo
metálico este produz campos magnéticos e cria um fluxo magnético no material
ferromagnético do núcleo, formando assim um eletroímã. O campo magnético
será concentrado no núcleo. Esta composição é chamada de solenóide. Quanto
maior o número de voltas do fio condutor em torno do núcleo, maior será a
quantidade de linhas de força magnéticas.
Podemos encontrar eletroímãs em diversos equipamentos, tais como:
motores, faróis de carro, campainhas, discos rígidos, rádios, geradores,
guindastes, solenóides, auto-falantes, telefones, aparelhos de telégrafo, relés,
relógios elétricos, ventiladores, geladeiras, lavadoras, batedeiras, chaves
automáticas, disjuntores, transformadores, etc.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 96
SOLENÓIDES 2.3.5.
Solenóide é uma bobina cilíndrica que ao ser percorrido por uma corrente
elétrica cria um campo magnético que é mais intenso em seu interior. Se
colocarmos dois núcleos de ferro próximos as extremidades deste solenóide
poderemos observar que a força do campo magnético formado puxará os núcleos
para o interior do solenóide.
Portanto, solenóides são dispositivos capazes de produzir força mecânica
ao puxarem o núcleo para o seu interior. Existem vários modelos e aplicações de
solenóides, como ilustram as figuras a seguir:
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 97
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS 2.4.
Os acidentes são materializações associados a atividades, procedimentos,
projetos e instalações, máquinas e equipamentos. Para reduzir a freqüência de
acidentes, é preciso avaliar e controlar os riscos.
O que pode acontecer de errado?
Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?
Quais são as conseqüências?
A análise de riscos é a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa
(qualitativa ou quantitativa) dos riscos, baseada na engenharia de avaliação e
técnicas estruturadas para promover a combinação das freqüências e
conseqüências de cenários acidentais. Trata-se de um conjunto de métodos e
técnicas que aplicado a uma atividade, identifica e avalia qualitativa e
quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população
exposta, para o meio ambiente e para a empresa, de uma forma geral.
Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de
cenários de acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude
das possíveis conseqüências.
A análise de riscos deve incluir as medidas de prevenção de acidentes e as
medidas para controle das conseqüências de acidentes para os trabalhadores e
para as pessoas que vivem ou trabalham próximo à instalação ou para o meio
ambiente.
As metodologias representam os tipos de processos ou de técnicas de
execução dessas análises de riscos da instalação ou da tarefa.
AVALIAÇÃO DE RISCOS 2.4.1.
É o processo que utiliza os resultados de análise de riscos e os compara
com os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 98
CONCEITOS 2.4.2.
A seguir serão detalhados alguns conceitos importantes
Risco
Capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à
saúde das pessoas e aos bens patrimoniais. Os riscos podem ser
eliminados ou controlados.
Perigo
Situação ou condição de risco com probabilidade causar lesão física ou
dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.
Dano
Perda funcional, material ou econômico decorrente de acidente.
Falha
Mau desempenho, que pode resultar em risco de acidente.
Lesão Pessoal
Qualquer dano que o organismo humano sofreu decorrente do acidente do
trabalho.
Lesão Imediata
Lesão manifestada no momento do acidente.
Lesão Mediata(Lesão Tardia)
Lesão manifestada após a circunstância acidental da qual resultou.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 99
RISCOS DE ACIDENTES 2.4.3.
Antes da execução das atividades, deverão ser analisados os riscos
inerentes em cada etapa da atividade, observando os principais agentes que
causam acidentes.
Posicionamento
Trabalhos em máquinas cujo ponto de operação permite a introdução de
dedos ou da mão.
Choque Elétrico
Falhas na isolação de cabos e/ou equipamentos, falta de aterramento,
curto-circuito, arcos elétricos, etc.
Produtos Químicos
Contato permanente ou não com qualquer produto químico.
Fogo
Formação de curto-circuito, arcos elétricos; solda em locais impróprios,
riscos de derramamentos ou vazamentos de produtos inflamáveis que
possibilitem fogo pela natureza da atividade ou do ambiente.
GERENCIAMENTO DE RISCOS 2.4.4.
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e
administrativos que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos
existentes na instalação industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos
requerimentos de segurança considerados toleráveis.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 100
NÍVEIS DE RISCO: 2.4.5.
Catastrófico;
Moderado;
Desprezível;
Crítico;
Não Crítico.
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUANTO À SEVERIDADE DAS 2.4.6.
CONSEQUÊNCIAS
Categoria I (Desprezível)
Quando as conseqüências/danos estão restritas à área industrial da
ocorrência do evento com controle imediato.
Categoria II (Marginal)
Quando as conseqüências/danos atingem outras subunidades e/ou áreas
não industriais com controle e sem contaminação do solo, ar ou recursos
hídricos.
Categoria III (Crítica)
Quando as conseqüências/danos provocam contaminação temporária do
solo, ar ou de recursos hídricos, com possibilidade de ações de recuperação
imediatas.
Categoria IV (Catastrófica)
Quando as conseqüências/danos atingem áreas externas, comunidade
circunvizinha e/ou meio ambiente.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 101
PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS 2.4.7.
RISCOS/PERIGOS
Análise de Falha Humana
Método que identifica as causas e os efeitos dos erros humanos observados
em potencial. O método também identifica as condições dos equipamentos e dos
processos que possam contribuir para esses erros.
Método de Análise de Falhas e de Efeitos
Método específico de análise de riscos, concebido para ser utilizado em
equipamentos mecânicos, com o objetivo de identificar as falhas potenciais que
possam provocar acontecimentos ou eventos adversos e também efeitos
desfavoráveis desses eventos.
É um método de análise de riscos tecnológicos que consiste:
Na tabulação de todos os sistemas e equipamentos existentes
numa instituição ou plante industrial.
Na identificação das modalidades de falhas possíveis em cada um
deles.
Na especificação dos efeitos desfavoráveis destas falhas sobre o
sistema e sobre o conjunto das instalações.
Análise de Segurança de Sistemas
Têm por finalidade avaliar e aumentar o grau de confiabilidade e o nível de
segurança intrínseca de um sistema determinado, para os riscos previsíveis.
Segurança intrínseca é o inverso da insegurança ou nível de vulnerabilidade,
todos os projetos de redução de riscos e de preparação para desastres concorrem
para incrementar o nível de segurança.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 102
Análise Preliminar De Riscos (Pha/Apr)
É uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na identificação dos
riscos/perigos potenciais decorrentes de novas instalações ou de operação das já
existentes.
Em dada para cada evento perigoso identificado em conjunto com as
respectivas conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a
classificação qualitativa do risco associado, com categorias preestabelecidas de
freqüência de ocorrência do cenário de acidente e de severidade das
conseqüências.
A APR/APP permite uma ordenação qualitativa dos cenários de acidentes
encontrados, facilitando a proposição e a priorização de medidas para redução
dos riscos da instalação, quando julgadas necessárias, além da avaliação da
necessidade de aplicação de técnicas complementares de análise.
A metodologia adotada nas Análises Preliminares de Riscos ou Perigos
compreende a execução das seguintes tarefas:
Definição dos objetivos e do escopo da análise;
Definição das fronteiras das instalações analisadas;
Coleta de informações sobre a região, as instalações, as
substâncias perigosas envolvidas e os processos;
Subdivisão da instalação em módulos de análise;
Realização da APR/APP propriamente dita (preenchimento da
planilha;
Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por
categorias da freqüência e de severidade;
Análise dos resultados, elaboração de recomendações e
preparação do relatório.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 103
As principais informações requeridas para a realização de uma APR/APP são
as seguintes:
Sobre as instalações: especificações técnicas de projeto,
especificações de equipamentos, lay out das instalações e
descrição dos principais sistemas de proteção e segurança;
Sobre os processos: descrição dos processos envolvidos;
Sobre as substâncias: características e propriedades físicas e
químicas.
Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são
divididas em “módulos de análise”, os quais podem ser: unidades completas,
locais de serviço elétrico ou partes específicas das instalações. A divisão das
instalações é feita com base em critérios de funcionalidade, complexidade e
proximidade física.
Checklist
É um documento que tem como objetivo criar o hábito de verificar os itens
de segurança antes da fase de execução de cada atividade, contribuindo na
prevenção e detecção dos riscos de acidente, no planejamento das tarefas e
visando sempre a segurança. São comumente usados para identificar os riscos
associados a um processo e para assegurar a concordância entre as atividades
desenvolvidas e os procedimentos operacionais padronizados. Normalmente, os
checklists são utilizados para embasar ou fortalecer os resultados obtidos por
outras técnicas de Análise de Riscos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 104
ETAPA RISCO OU PERIGO EFEITO POSSÍVEL RECOMENDAÇÕES E CONTROLE
1 - Choque elétrico
Queimaduras;
Parada Cardíaca;
Parada Respiratória;
Queda
1 - Confrontar as informações da OS com a
realidade;
2 -Solicitar o desligamento do alimentador;
3 - Aguardar a confirmação do desligamento;
4 - Fazer o teste de ausência de tensão;
5 - Retirada dos fusíveis (sinalização, decidir);
6 - Ligar o aterramento provisório;
7 - Fazer novo teste de ausência de tensão
2 - Queda Fratura
1 - Posicionar a escada corretamente;
2 - O eletricista se postar de maneira segura;
3 - Uso de EPI´s adequados
1 -Queda Fratura1 - Posicionamento correto do eletricista;
2 - Uso de EPI´s adequados
2 - Queda de
materiais e
ferramentas
Ferimentos
1 - Treinamento do trabalhador em subir
escadas;
2 - Isolamento da área com sinalização;
3 - Içar as ferramentas em cestas adequadas
Retirada do
transformador
1 - Queda do
transformador
1 - Isolamento e sinalização da área;
2 - Utilização correta dos equipamentos
(içamento);
3 - Inspeção minuciosa dos itens de fixação;
4 - Cuidado na descida do transformador; 5-
Não se postar abaixo do transformador;
6 - Retirar o aterramento provisório;
7 - Autorizar o religamento do alimentador
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS E PERIGOS (APRP)
Operação: Desativar subestação aérea
Referência Revisão
Subida de eletricista
no poste
Desconecção dos
circuitos primários e
secundários do
transformador
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 105
MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO 2.5.
É o conjunto de ações adotadas para controlar, minimizar ou eliminar os
riscos que uma atividade possa oferecer à saúde, integridade física e segurança
dos trabalhadores que atuam direta ou indiretamente com eletricidade. De
acordo com a NR-10 em seu item 10.2.1. Em todas as intervenções em
instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do
risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco,
de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.
DESENERGIZAÇÃO 2.5.1.
É o conjunto de procedimentos seqüenciados e controlados visando
garantir a ausência de tensão durante a realização de atividades de manutenção,
instalação, inspeção, medição, geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica. Este procedimento é geralmente realizado por dois profissionais
eletricistas devidamente qualificados, capacitados e autorizados.
A NR-10 estabelece em seu item 10.5.1. Somente serão consideradas
desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os
procedimentos apropriados, sendo obedecida a seqüência abaixo.
a) Seccionamento;
b) Impedimento de reenergização;
c) Constatação da ausência de tensão;
d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos
condutores dos circuitos;
e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
(Anexo I);
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 106
Seccionamento
É a ação de interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou
circuito, ou seja, interrompendo a passagem ou circulação da corrente elétrica
sobre os mesmos. A interrupção é executada com a manobra local ou remota do
respectivo dispositivo de manobra, geralmente o disjuntor alimentador do
equipamento, chaves seccionadoras, chaves fusíveis, chaves facas ou circuito a
ser isolado.
Para garantir que o seccionamento do equipamento ou circuito ocorreu de
forma segura, deve-se realizar a constatação visual da separação dos contatos
dos respectivos dispositivos de manobra, tais como: chaves seccionadoras,
chaves facas, chaves fusíveis, disjuntores, etc, evitando assim que o
equipamento ou circuito a ser isolado permaneça sob tensão.
Para evitar a formação de arco, recomenda-se que a abertura dos contatos
da seccionadora a ser manobrada somente seja efetuada após o desligamento do
equipamento ou circuito a ser seccionado.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 107
Bloqueio e Impedimento de Reenergização
O objetivo deste processo é impedir o religamento ou reenergização do
equipamento e/ou circuito seccionado ou desenergizado. Este procedimento pode
ser realizado por meio de bloqueio mecânico, por exemplo:
Em chaves seccionadoras de alta tensão, utilizando cadeados que
impeçam a manobra de religamento pelo travamento da haste de
manobra;
Retirada dos fusíveis de alimentação do local;
Travamento da manopla dos disjuntores por cadeado ou lacre;
Extração do disjuntor quando possível.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 108
Constatação da Ausência de Tensão
É o ato de verificar/constatar a ausência de tensão nos condutores do
circuito, equipamento ou sistema que será realizada a manutenção. Para
constatar a ausência de tensão são utilizados equipamentos de detecção de
tensão, tais como: detector de tensão por aproximação, detector de tensão por
contato ou o próprio voltímetro (para equipamentos que operam em baixa
tensão). Dependendo do fabricante e/ou modelo do detector de tensão, este
emitirá um sinal sonoro e luminoso indicando a presença ou ausência de tensão.
A utilização do detector de tensão ou voltímetro dependerá do nível de tensão a
ser testado e até mesmo dos dados construtivos da instalação, circuito,
equipamento ou sistema.
Esta medida de controle preventiva
contra riscos elétricos permite detectar se
o circuito, equipamento ou sistema
seccionado está sofrendo a ação de
tensões induzidas devido à aproximação a
outros circuitos energizados, evitando
desta forma que o trabalhador sofra o risco
de um choque elétrico.
Aterramento Temporário
O aterramento temporário é uma ligação
elétrica confiável e intencional à terra, com a
finalidade de garantir a equipotencialidade
continuamente durante a intervenção na
instalação elétrica.
Para garantir a segurança pessoal de quem
executa trabalhos de manutenção e construção
em instalações elétricas desenergizadas, o
aterramento temporário deve apresentar alguns preceitos mínimos quanto à
especificação, utilização e conservação do conjunto de aterramento temporário.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 109
Para a execução do aterramento, devemos seguir às seguintes etapas:
Solicitar e obter autorização formal;
Afastar as pessoas não envolvidas na execução do aterramento e
verificar a desenergização;
Delimitar a área de trabalho, sinalizando-a;
Confirmar a desenergização do circuito a ser aterrado
temporariamente;
Inspecionar todos os dispositivos utilizados no aterramento
temporário antes de sua utilização;
Ligar o grampo de terra do conjunto de aterramento temporário
com firmeza à malha de terra e em seguida a outra extremidade
aos condutores ou equipamentos que serão ligados à terra,
utilizando equipamentos de isolação e proteção apropriados à
execução da tarefa (varas ou bastões de manobras por exemplo);
Obedecer aos procedimentos específicos de cada empresa;
Na rede de distribuição deve-se trabalhar, no mínimo, entre dois
aterramentos.
Para a especificação do Aterramento Temporário é necessário o
conhecimento das características técnicas de seus componentes e alguns dados
construtivos de projetos da instalação elétrica, tais como:
Nível de tensão;
Corrente máxima de curto-circuito;
Bitola máxima dos condutores;
Tipo de altura máxima das estruturas.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 110
Proteção dos Elementos Energizados Existentes na Zona
Controlada (Anexo I)
Consiste na isolação dos elementos energizados existentes na Zona
Controlada. Os equipamentos utilizados para realizar a proteção das partes vivas
são fabricados em materiais isolantes, possuem propriedades dielétricas
adequadas e tensão máxima de operação definida e são considerados EPC’s, tais
como: obstáculos, barreiras, invólucros, mantas isolantes, etc. Para manter as
propriedades ao longo do tempo destes equipamentos isolantes, deve-se
submetê-los periodicamente a um processo de limpeza de acordo com as
instruções do fabricante. Também precisam ser certificados e quando danificados
devem ser substituídos imediatamente.
ZONA DE RISCO 2.5.2.
É a área em torno do ponto da instalação energizado, cuja dimensão é
estabelecida de acordo com o nível de tensão do ponto energizado e conforme a
tabela do Anexo I da NR-10. A aproximação só é permitida a profissionais
autorizados mediante a adoção de técnicas e instrumentos de trabalhos
específicos.
ZONA CONTROLADA 2.5.3.
É a área em torno do ponto da instalação energizado, situada logo após a
Zona de Risco, cuja dimensão é estabelecida de acordo com o nível de tensão do
ponto energizado e conforme a tabela do Anexo I da NR-10
A aproximação às Zonas de Risco e Controlada só é permitida a
profissionais autorizados conforme estabelece os seguintes itens da norma NR-
10:
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 111
10.6.1. As intervenções elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts
em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente
podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item
10.8 desta Norma.
10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber
treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas,
com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no
Anexo II desta NR.
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na Zona Controlada devem ser
realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias
previstas no Anexo I.
10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações
elétricas desenvolvidas em Zona Livre e na vizinhança da Zona Controlada,
conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos
que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções
cabíveis.
Quando se faz a sinalização no piso, nas proximidades de um painel
elétrico, estes limites referem-se à situação em que o painel está aberto, e as
suas partes vivas tornam-se acessíveis. Uma vez fechado com a chave, e acesso
controlado, restrito a pessoas autorizadas, a zona livre vai até a barreira,
representada pela porta do painel.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 112
Faixa de tensão Nominal da
instalação elétrica em kV
Rr - Raio de delimitação
entre zona de risco e
controlada em metros
Rc - Raio de delimitação
entre zona controlada e livre
em metros
<1 0,20 0,70
e <3 0,22 1,22
e <6 0,25 1,25
e <10 0,35 1,35
e <15 0,38 1,38
e <20 0,40 1,40
e <30 0,56 1,56
e <36 0,58 1,58
e <45 0,63 1,63
e <60 0,83 1,83
e <70 0,90 1,90
e <110 1,00 2,00
e <132 1,10 3,10
e <150 1,20 3,20
e <220 1,60 3,60
e <275 1,80 3,80
e <380 2,50 4,50
e <480 3,20 5,20
e <700 5,20 7,20
DISTÂNCIAS NO AR QUE DELIMITAM RADIALMENTE AS ZONAS DE
RISCO, CONTROLADA E LIVRE, COM INTERPOSIÇÃO DE SUPERFÍCIE DE
SEPARAÇÃO FÍSICA ADEQUADA.
DISTÂNCIAS NO AR QUE DELIMITAM RADIALMENTE
AS ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE.
TABELA DE RAIOS DE DELIMITAÇÃO DE ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 113
Instalação da Sinalização de Impedimento de Energização
O objetivo deste procedimento é adotar uma sinalização adequada de
segurança destinada à advertência e à identificação da condição de
desenergização e informações do responsável ou dos responsáveis (quando mais
de um trabalhador ou equipe atuam no mesmo equipamento, circuito e/ou
sistema).
As etiquetas, placas, ou cartões de sinalização do travamento ou bloqueio
devem ser adequadamente fixados nos cadeados ou bloqueadores dos
equipamentos ou circuitos desenergizados.
A remoção da sinalização de impedimento de energização somente poderá
ser realizada após a verificação da ausência de anormalidades ou conclusão da
manutenção (preventiva, preditiva ou corretiva). O trabalhador deverá remover
do local as ferramentas, utensílios e equipamentos, e por fim o dispositivo
individual de travamento e a etiqueta correspondente.
Após a inspeção geral e certificação da retirada de todos os travamentos,
cartões, etiquetas e bloqueios, os responsáveis pelos serviços providenciarão a
remoção dos conjuntos de aterramentos temporários (respeitando a ordem
inversa à de sua instalação) e adotarão os procedimentos de liberação do sistema
elétrico para operação.
PROCEDIMENTOS DE REENERGIZAÇÃO 2.5.4.
É o conjunto de procedimentos seqüenciados e controlados adotados ao
término dos serviços de manutenção preventiva, preditiva ou corretiva,
instalação, medição e/ou inspeção, com o objetivo de energizar (religar) o
equipamento e/ou circuito desenergizado, permitindo que o mesmo retorne ao
seu estado normal de operação. Segue abaixo o procedimento de reenergização
de acordo com a NR-10.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 114
10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a
autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a
seqüência de procedimentos abaixo:
a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) Retirada da Zona Controlada de todos os trabalhadores não envolvidos
no processo de reenergização;
c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das
proteções adicionais;
d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização, e;
e) Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de
seccionamento.
Os procedimentos de desenergização e reenergização deverão ser
obedecidos, respeitados e executados em todas as intervenções elétricas nas
quais serão executadas as atividades de manutenção, instalação, medição e/ou
inspeção; cuja finalidade é garantir a saúde, segurança e integridade física do
trabalhador que atua direta ou indiretamente em instalações elétricas. Estes
procedimentos somente poderão ser alterados ou substituídos de acordo com o
item abaixo da NR-10.
10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e
10.5.2 podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função
das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,
autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que
seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.
ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO 2.5.5.
O aterramento e a equipotencialização são fundamentais para a garantia do
funcionamento adequado dos sistemas de proteção contra choques elétricos.
A terra (solo) pode ser considerada um condutor por meio do qual a
corrente elétrica pode fluir, dispersando-se.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 115
O aterramento é a ligação elétrica intencional e de baixa impedância com a
terra. Consiste em algum tipo de contato das massas e elementos condutores
com o solo, de forma que todos os componentes do sistema de aterramento
possam estar no potencial mais próximo possível do solo. O principal objetivo do
aterramento em instalações elétricas é proteger os equipamentos, circuitos,
sistemas e as pessoas contra uma falta (curto-circuito, sobrecargas, descargas
atmosféricas, etc.) na instalação.
O sistema de aterramento também oferece um caminho seguro, controlado
e de baixa resistência em direção a terra para as correntes induzidas por
descargas atmosféricas. Abordaremos agora conceitos associados a aterramento:
Aterramento Direto
É a ligação intencional da carcaça de um equipamento elétrico com a terra,
utilizando apenas os condutores elétricos necessários.
Aterramento Indireto
Consiste na inserção intencional de um resistor ou reator, introduzindo uma
impedância no caminho da corrente à terra.
Cargas Estáticas
As cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças de
equipamentos devem ser conduzidas à terra pelo sistema de aterramento. Desta
forma, evita-se o choque por acúmulo de eletricidade estática.
Nas instalações elétricas são considerados três tipos de aterramento:
Aterramento Funcional
Ligação à terra de um dos condutores (geralmente o neutro), para o
funcionamento correto, seguro e confiável da instalação.
Aterramento de Proteção
Ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à
instalação, para proteção contra choques elétricos por contatos indiretos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 116
Aterramento Temporário ou de Trabalho
O objetivo é permitir ações seguras de manutenção em partes da
instalação normalmente sob tensão, postas fora de serviço para esse fim. Trata-
se de um aterramento provisório.
De acordo com a Norma Regulamentadora NR-10 – capítulo 10.3.
Segurança em Projetos – observam-se os seguintes itens abaixo:
10.3.4. O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento,
a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção
e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da
eletricidade.
10.3.5. Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser
projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de
eqüipotencialização e aterramento do circuito seccionado.
10.3.6. Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento
temporário.
TERMOS E DEFINIÇÕES 2.5.6.
Condutor de Aterramento
Condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre a instalação
que deve ser aterrada e o eletrodo de aterramento.
Eletrodos de Aterramento
É o condutor ou o conjunto de condutores enterrados no solo, intimamente
ligados à terra para fazer um aterramento. Podendo-se ter uma simples haste
enterrada como várias hastes enterradas e interligadas, e diversos outros tipos
de condutores em diversas configurações.
Malha de Aterramento
Conjunto de condutores, interligados e enterrados no solo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 117
Natureza do solo Resistividade (Ωm)Solos alagadiços / Pantanosos 5 a 30
Lodo 20 a 100
Húmus 10 a 150
Argila plástica 50
Margas e argilas compactas 100 a 200
Areia argilosa 50 a 500
Areia silicosa 200 a 3000
solo pedregoso nú 1500 a 3000
Solo pedregoso com relva 300 a 500
Calcáreos moles 100 a 400
Calcáreos compactos 1000 a 5000
Calcáreos fissurados 500 a 1000
Xisto 50 a 300
Micaxisto 800
Granito / Arenito 100 a 10000
Resistência de Aterramento (De Um Eletrodo)
Resistência ôhmica entre o eletrodo de aterramento e o terra de referência.
Sistema de Aterramento
Conjunto de todos os condutores e eletrodos de aterramento interligados
entre si,
assim como partes metálicas que atuem com a mesma função, tais como: pés de
torre, armadura de fundações, estacas metálicas e outros.
O solo é um meio geralmente heterogêneo, o valor de sua resistividade
varia de local para local em função do tipo, nível de umidade, profundidade das
camadas, idade de formação geológica, temperatura, salinidade e outros fatores
naturais, sendo também afetado por valores externos como contaminação e
compactação.
Os solos que contêm resíduos vegetais, os pantanosos e os situados no
fundo de vales e nas margens de rios apresentam resistividade mais baixa. Os
solos que apresentam maior resistividade são os arenosos, os rochosos e os
situados em locais altos e desprovidos de vegetação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 118
ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN, TT, IT) 2.5.7.
De acordo com a norma brasileira NBR 5410/2004 são considerados os
seguintes esquemas de aterramento TN, TT, IT. Nas figuras abaixo observamos a
simbologia dos condutores utilizados nos esquemas de aterramento:
A simbologia utilizada na classificação dos esquemas de aterramento:
PRIMEIRA LETRA – Representa a situação da alimentação em
relação à terra.
T = um ponto diretamente aterrado;
I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou
aterramento de um ponto através de uma impedância.
SEGUNDA LETRA – Representa a situação das massas em relação à
terra.
T = massas diretamente aterradas, independentemente do
aterramento eventual de um ponto da alimentação;
N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em
corrente alternada, o ponto aterrado é normalmente o neutro);
Outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção
S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores
distintos;
C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único
condutor (condutor PEN).
SIMBOLOGIA PARA ESQUEMAS DE ATERRAMENTO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 119
Esquema TN
Possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, geralmente o
neutro, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutores de
proteção.
Esquema TN-S
Neste esquema o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos. O
condutor PE está sempre praticamente no mesmo potencial do aterramento da
fonte, ou seja, com tensão zero ou quase zero em toda a sua extensão.
Esquema TN-C
Neste esquema as funções de neutro e de proteção estão combinadas em
um único condutor, na totalidade do esquema. A tensão do condutor PEN junto
da carga não é igual a zero, porque existem correntes de carga (incluindo
harmônicas) e de desequilíbrio retornando pelo neutro, causando desta forma
quedas de tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, as massas dos
equipamentos elétricos não estão no mesmo potencial do aterramento da fonte.
Sendo assim, sempre há uma diferença de potencial entre a mão e o pé do
operador que toca o equipamento elétrico. Outro perigo deste esquema é a perda
(ruptura) do condutor neutro (N), quando, instantaneamente, o potencial do
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 120
condutor de fase passa para a massa da carga, colocando em risco a segurança
humana.
Esquema TN-C-S
Neste esquema as funções de neutro e de proteção estão combinadas em
um único condutor em uma parte da instalação, e na outra parte da instalação o
condutor neutro e o condutor de proteção são distintos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 121
Esquema TT
Este esquema possui um ponto da alimentação diretamente aterrado,
estando as massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento
eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentação.
Neste esquema TT, a corrente de curto-circuito depende da qualidade do
aterramento da fonte de alimentação e da massa da instalaçção. Se o
aterramento não for de boa qualidade, a proteção pode não atuar ou demorar
muito para atuar, colocando em risco a segurança humana.
O esquema TT é geralmente utilizado quando a fonte de alimentação e a
carga estão muito distantes uma da outra.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 122
Esquemas IT
Neste esquema todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da
alimentação é aterrado através do uso de impedância (Z) de valor elevado,
normalmente na ordem de 1000 Ω a 2000 Ω entre o neutro do enrolamento de
baixa tensão (BT) do transformador e a terra.
Muitas indústrias utilizam o esquema IT em alguns dos seus setores, no
qual o valor da impedância (Z), é constituída por uma reatância projetada cuja
finalidade é que a corrente de curto-circuito para a primeira falta fase-massa,
seja limitada a um baixo valor (por exemplo 5 A). Neste caso não existe a
necessidade de desligar o circuito, aciona-se apenas a equipe de manutenção; e
esta por sua vez pode programar seu serviço para um horário mais adequado, e
a produção do setor industrial (processos metalúrgicos, salas cirúrgicas, etc.)
continua normalmente.
As massas da instalação são aterradas, de acordo com as seguintes
possibilidades:
Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da
alimentação, quando existente;
Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja
porque não há eletrodo de aterramento da alimentação, seja porque
o eletrodo de aterramento das massas é independente do eletrodo de
aterramento da alimentação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 123
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 124
O neutro pode ser ou não distribuído.
ESQUEMAS IT MÉDICO 2.5.8.
Nos Estados Unidos por volta de 1973, foi
proposta a adoção de um sistema isolado para
fornecimento de energia elétrica em salas de cirurgia.
Este sistema ficou conhecido como sistema IT e está
normalizado pelo IEC 60364-7-710 Ed. 1.0 b –
“Electrical Installations of Buildings – Requirements for
Special Installations or Locations – Medical Locations,
Part 710.413.1.5”, 2002.
A NBR13534 em sua 2° edição vigente a partir
de 28/07/2008 especifica os equipamentos do
esquema IT Médico. Os locais médicos do Grupo 2 (salas cirúrgicas, UTIs, salas
de procedimentos invasivos como os intracardíacos, de emergência, de
hematologia entre outras) devem ter esquema de aterramento IT. Este sistema
tem como principal função impedir que a primeira falha interrompa o
fornecimento de energia elétrica durante a cirurgia.
O sistema IT também foi proposto para que a primeira falha não produzisse
centelha elétrica, capaz de inflamar os gases produzidos pela evaporação de
anestésicos, muito utilizados em 1973.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 125
Cada conjunto de locais destinados à mesma função deve ser provido ao
menos de um esquema IT Médico exclusivo. É recomendado que cada sala
cirúrgica seja provida de um esquema IT Médico exclusivo. Em UTIs o limite de
potência do transformador determina o número de leitos a serem alimentados e
desta forma o número do esquema IT Médico para supervisão.
No sistema IT em que os condutores de alimentação não possuem tensão
elétrica referenciada ao terra, um contato acidental F1 com o Terra não
provocaria nenhuma faísca. Mantido este contato acidental de F1 com o Terra,
uma segunda falha, colocando F2 em contato com outro ponto aterrado,
provocaria a faísca e o desligamento da alimentação, feito pelos disjuntores. Para
aumentar a segurança deste sistema IT, foi adicionado ao transformador isolador
um Dispositivo de Supervisão de Isolamento, DSI, capaz de avisar por alarme
sonoro, quando a resistência elétrica entre F1, ou F2 e o aterramento diminui
abaixo de um valor selecionado, normalmente 50 KΩ. Atualmente, vários países
adotam o sistema IT de forma obrigatória.
O esquema IT Médico é formado pelos seguintes equipamentos:
Transformador de Separação (trafo isolador);
Dispositivo Supervisor de Isolamento (DSI);
Anunciador de alarme e teste;
Equipamentos para localização de falhas.
A potência de cada transformador de separação não deve ser maior que
10KVA.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 126
ATERRAMENTO DE PROTEÇÃO 2.5.9.
Consiste na ligação à terra das massas e dos elementos condutores
estranhos à instalação, e possui os seguintes objetivos:
Limitar o potencial entre massas, entre massas e entre elementos
condutores estranhos à instalação, e entre os dois e a terra, a um
valor seguro sob condições normais e anormais de funcionamento.
Proporcionar às correntes de falta um caminho de retorno para
terra de baixa impedância, de modo que o dispositivo de proteção
possa atuar adequadamente.
ATERRAMENTO TEMPORÁRIO 2.5.10.
O aterramento de trabalho (ou temporário) tem como objetivo permitir
ações seguras de manutenção em partes da instalação normalmente sob tensão,
postas fora de serviço para esse fim. Trata-se de um aterramento provisório. O
emprego do aterramento temporário se deve também aos riscos existentes de
uma energização acidental, onde os fatores mais comuns são:
Erros de manobra, como a abertura da chave seccionadora errada
por desorientação do eletricista ou responsável, etc.;
Contato acidental com outro circuito energizado;
Tensão induzida, como a indução eletromagnética por circuitos
duplos e longos (circuitos próximos);
Descargas atmosféricas;
Falhas na isolação;
Fontes de alimentação de terceiros, como a ligação de geradores
particulares em paralelo com a rede desenergizada.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 127
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E FUNCIONAIS 2.5.11.
Elementos do conjunto de aterramento e curto-circuitamento temporário:
Vara ou Bastão de Manobra
Destinado a garantir o isolamento necessário as operações de colocação e
retirada do conjunto na rede de energia elétrica.
Grampos de Condutores
Estabelece a conexão dos demais itens do conjunto com os pontos a serem
aterrados.
Grampo de Terra
Estabelece a conexão dos demais itens do conjunto com o ponto de terra,
trado, estrutura metálica, etc.
Trapézio de Suspensão
Permite a elevação simultânea à linha a ser aterrada e estabelece a
conexão dos cabos de interligação das fases.
Cabos de Aterramento
É através dele que fluem as eventuais correntes que possam surgir
acidentalmente no sistema.
Trado de Aterramento
É utilizado para estabelecer a ligação dos demais elementos do conjunto
com o solo visando a obtenção de uma baixa resistência de terra.
Estojo de Acondicionamento
Para manter o conjunto de aterramento e curto-circuitamento temporário
em perfeitas condições, pronto para ser utilizado com segurança quando for
necessário, exige-se o mínimo de cuidado com o seu manuseio e transporte.
Hoje encontramos no mercado basicamente dois tipos de conjunto de
aterramento e curto-circuitamento temporário os quais se diferem basicamente
em ter ou não o grampo de conexão ao neutro, ou em seu lugar o trapézio tipo
sela.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 128
ESPECIFICAÇÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO E 2.5.12.
CURTO-CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO
Para especificar o conjunto de aterramento e curto-circuitamento
temporário, além da necessidade do conhecimento das características técnicas de
seus componentes, também devemos conhecer alguns detalhes fundamentais da
instalação elétrica onde o mesmo será utilizado:
Nível de tensão;
Corrente máxima de curto-circuito;
Bitola máxima dos condutores;
Tipo de altura máxima das estruturas;
Distância máxima entre fases e fase central ao neutro.
LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL 2.5.13.
Um bom aterramento ainda não é capaz de impedir que a corrente elétrica
circule por elementos condutores metálicos estranhos à ligação elétrica, tais
como: peças metálicas da estrutura de construção, chassis de alumínio, vigas de
aço, canalizações metálicas do edifício (água, gás, aquecimento central, ar
condicionado, etc...). A ligação equipotencial liga entre eles e à terra todas as
partes condutoras acessíveis da construção e todas as canalizações de gás, água
e aquecimento. O objetivo da ligação equipotencial é evitar diferenças de
potencial perigosas, ou seja, entre massas e entre massas e os elementos
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 129
condutivos estranhos à instalação, contribuindo assim com a segurança das
pessoas e permitindo o correto funcionamento dos equipamentos elétricos.
Para haver equipotencialização numa edificação, é necessário que todos os
aterramentos (condutor de proteção, neutro, terra da instalação telefônica, capas
metálicas de cabos, tubulações matálicas de água e eletrodutos, etc..) sejam
interligados. A barra PE do quadro de distribuição principal da edificação pode
acumular a função de BEP (Barramento de Equipotencialização principal), através
do qual todos os elementos relacionados a um sistema de aterramento, possam
ser conectados direta ou indiretamente.
Também existem ligações
equipontenciais suplementares, como à
casa de banho (locais contendo banheiras
ou chuveiros). A ligação equipotencial
suplementar tem como finalidade a
equipotencialização de todos os
elementos condutores da casa de banho e
a limitação da tensão de contato a um
valor não perigoso.
Esta ligação deve ser conectada ao condutor de proteção do circuito que
alimenta a casa de banho.
A equipotencialização de proteção, ou seja, a realização de ligações
equipotenciais tem geralmente uma ligação referida como ligação equipotencial
principal e as ligações equipotenciais adicionais são geralmente referidas como
ligações equipotenciais locais.
A ligação equipotencial principal é aquela associada ao terminal de
aterramento principal (TAP), ao qual se conectam as tubulações metálicas de
serviços e utilidades, o mais próximo possível do ponto em que ingressam na
edificação, e das estruturas metálicas e outros elementos condutivos que
integram a edificação.
As ligações equipotenciais locais são aquelas destinadas a constituir um
ponto de referência, de forma que a ocorrência de uma falta, seu potencial possa
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 130
ser considerado como praticamente equivalente ao da ligação equipotencial
principal.
O condutor para equipotencialização principal deve ter no mínimo a metade
da secção do condutor de proteção de maior secção e no mínimo:
6 mm2 (Cobre);
16 mm2 (Alumínio);
50 mm2 (Aço).
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO EM LINHAS VIVAS 2.5.14.
Método ao Potencial
Método pelo qual o trabalhador faz contato direto com a tensão da linha de
transmissão (69 KV a 750 KV), permanecendo no mesmo potencial da rede
elétrica. Para garantir a segurança do trabalhador durante a execução da
manutenção é importante o emprego de medidas de segurança que garantam o
mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, como a utilização de
vestimentas condutivas (roupas, botas, luvas, capuzes), ligadas através de cabo
condutor elétrico e cinto a rede objeto da atividade. É necessário treinamentos e
capacitação específicos dos trabalhadores para tais atividades.
MANUTENÇÃO EM LINHA DE TRANSMISSÃO ENERGIZADA DE
500 KV MANUTENÇÃO DE ISOLADORES EM LINHA DE 500KV
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 131
Seccionamento Automático da Alimentação
10.2.8 Medidas de Proteção Coletiva
10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no
subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais
como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.
10.3 Segurança em Projetos
10.3.1. É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem
dispositivos de desligamento de circuitos que possuem recursos para
impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da
condição operativa.
10.3.2. O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação
de dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de
impedimento de reenergização do circuito.
O Seccionador automático é um equipamento destinado para a interrupção
automática de circuitos, abrindo seus contatos quando o circuito é desenergizado
por um equipamento de proteção situado à sua retaguarda e equipado com
dispositivo para religamento automático.
O seccionamento automático de alimentação é o princípio de proteção
contra choques por contatos indiretos, que consiste em seccionar um circuito de
forma automática pela ação de um dispositivo de proteção (disjuntores, fusíveis,
chaves facas, chaves fusíveis, etc...). É um método utilizado como proteção para
impedir contato entre parte viva e a massa ou parte viva e o condutor de
proteção, se originem tensões entre massas e terra, superiores ao limite
denominado máxima tensão de contato permissível com duração superior a
tempos pré determinados.
O uso deste princípio de proteção depende dos esquemas de aterramento
(TN, TT, IT), das influências externas dominantes (umidade,...), da existência de
proteções adicionais. (NBR 5410/2005 item 5.1.2.2.4).
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 132
As proteções adicionais correspondem a equipotencialização suplementar
ou o uso de dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (DR) com
corrente diferencial residual igual ou inferior a 30mA. Estes dispositivos não
constituem uma proteção completa e não dispensam o emprego de outra medida
de proteção contra contatos diretos, porém são obrigatórios quando os circuitos
alimentam equipamentos utilizados em locais externos às edificações ou locais
sujeitos à umidade.
Princípio de Funcionamento do Seccionador
O seccionador é um equipamento construído basicamente de um elemento
sensor de sobrecorrentes e de um mecanismo para contagem de desligamentos
do equipamento de retaguarda, além de contatos e de dispositivos para
travamento na posição “aberto”.
Ocorrendo uma sobrecorrente no circuito passando através do seccionador,
cujo valor seja igual ou maior à corrente de acionamento, o equipamento é
armado e preparado para a contagem. Inicia-se a contagem quando a corrente
que circula por ele é interrompida pelo equipamento de retaguarda ou cai abaixo
de um determinado valor . Após certo número dessas ocorrências, que
corresponde ao ajuste do equipamento, ele abre os contatos e permanece
travado na posição “aberto”, isolando assim o trecho com falha.
CHAVES FUSÍVEIS 2.5.15.
São dispositivos automáticos de manobra (conexão e desconexão), que na
ocorrência de uma sobrecorrente (corrente acima do valor projetado) promove a
fusão do elo metálico fundível (fusível), e consequentemente a abertura elétrica
do circuito. Sendo assim, quando o elo fusível se funde (queima) o trecho do
circuito é desligado.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 133
Normalmente em redes de distribuição elétrica estão instalados em
cruzetas. Também permitem a abertura mecânica, devendo ser operadas por
dispositivo de manobra, exemplo vara de manobra.
CHAVES FACAS 2.5.16.
São dispositivos que permitem a conexão e desconexão mecânica do
circuito. A chave seccionadora ou chave faca (a lâmina de contato lembra uma
faca) é um dispositivo destinado a isolar (seccionar) partes de circuitos elétricos.
As lâminas são fabricadas em cobre eletrolítico, fixadas rigidamente uma em
relação a outra e dimensionadas para resistir aos esforços eletromecânicos.
Para sua abertura, seccionamento com carga, é obrigatório o uso do
equipamento Load Buster e do equipamento de proteção individual (luvas
isolantes, mangas isolantes) para evitar que ao surgir o arco elétrico este possa
lesionar o eletricista. Para seu fechamento são utilizados a vara de manobra.
Geralmente estão instaladas em cruzetas e são utilizadas em redes de
distribuição e transmissão de energia elétrica.
Observação: Load Buster é uma ferramenta portátil para abertura sob
carga original, fácil de usar em seccionadores, corta-circuitos, chaves fusíveis e
limitadores de fusíveis. Esta ferramenta reduz os custos de instalação e
operação. Não há necessidade de interruptores de carga em cada dispositvo. Esta
ferramenta robusta e confiável realiza a interrupção sem formar arco elétrico
externo, e atende aos requisitos da OSHA para a abertura de circuitos sob carga.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 134
DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR) 2.5.17.
A Norma Brasileira de Instalações Elétricas ABNT NBR 5410 torna a
instalação do Dispositivo Diferencial Residual (DR) obrigatória nos alimentadores
de áreas perigosas tais como: banheiros, cozinhas, áreas externas de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 135
residências, prédios públicos, shoppings, supermercados, hotéis e outras
instalações públicas e privadas.
Um fio (condutor) desencapado, uma tomada ou interruptor com defeito,
mau isolamento em aparelhos ou eletrodomésticos, o registro do chuveiro, o
painel da máquina de lavar ou a porta da geladeira, podem tornar-se causas de
eletroplessão e colocar em risco a saúde e segurança de pessoas e bens
patrimoniais. O dispositivo DR atua em qualquer uma destas situações, sempre
que uma fuga de corrente à terra coloque em risco vidas humanas e bens
patrimoniais. As correntes de fuga podem provocar aumento do consumo de
energia, aquecimento da isolação, destruição da isolação e até mesmo incêndios
nas instalações elétricas.
O disjuntor diferencial DR é um
dispositivo de proteção e seccionamento
mecânico destinado a provocar a abertura
dos próprios contatos quando ocorre uma
corrente de fuga à terra. O circuito
protegido por este dispositivo necessita de
uma proteção contra sobrecarga e curto
circuito que pode ser realizada pelo uso
associado a um disjuntor ou fusível. Quando associado a um disjuntor
termomagnético, adiciona a este a proteção diferencial residual, ou seja, esta
associação permite a atuação do disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga, curto
circuito ou corrente de fuga à terra. A sua utilização é recomendada para
instalações elétricas nas quais a corrente de curto circuito for elevada.
Os Dispositivos DR, Módulos DR ou Disjuntores DR de corrente nominal
residual até 30mA, são destinados à proteção de pessoas, enquanto os de
correntes nominais residuais de 100mA, 300mA, 500mA, 1000mA ou superiores
a estas, são destinados apenas a proteção patrimonial contra os efeitos causados
pela corrente de fuga à terra, assim como consumo excessivo de energia elétrica
ou incêndios.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 136
Princípio de Funcionamento do Dispositivo Diferencial
Residual (Dr)
O interruptor DR tem como função medir permanentemente a soma
vetorial das correntes que percorrem os condutores de um circuito elétrico.
Quando um circuito elétrico funciona em perfeitas condições (sem problemas) a
soma vetorial das correntes é praticamente nula. Ocorrendo falha de isolamento
em um equipamento alimentado por este circuito, surgirá então uma corrente de
falta à terra. Neste caso, a soma vetorial das correntes nos condutores
monitorados pelo DR não será mais nula e o dispositivo detecta esta diferença de
corrente.
Quando uma pessoa faz contato com a parte energizada (viva) de um
circuito, ocorre a circulação de corrente pelo corpo desta pessoa (corrente de
fuga), neste caso, a soma vetorial das correntes do circuito protegido pelo DR
não será nula. O dispositivo DR detecta esta diferença de correntes como se
fosse uma corrente de falta à terra.
O dispositivo diferencial residual (DR) possui internamente jogos de
contato, mecanismo de acionamento manual, um transformador de corrente com
núcleo toroidal, um enrolamento de detecção, um sistema mecânico de disparo e
outro de teste de funcionamento do próprio DR.
As correntes do circuito protegido pelo dispositivo DR estarão sempre
circulando pelo transformador de corrente do DR, ocorrendo fuga de corrente à
terra, o campo magnético resultante é diferente de Zero e é detectado pelo
enrolamento de detecção que aciona o sistema de disparo responsável pela
abertura dos contatos elétricos, interrompendo (seccionando) o circuito
monitorado pelo DR.
Instalação
O disjuntor DR é facilmente instalado diretamente no quadro de
distribuição de energia elétrica. O DR deve ser instalado em série, logo após o
disjuntor principal e antes dos disjuntores de distribuição.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 137
Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se proteger cada aparelho
com dispositivo diferencial. Quando isto não for viável, deve-se separar por
grupos que possuam características semelhantes.
Exemplo: circuito de tomadas, circuito de iluminação, etc.
Aplicações
De acordo com a NBR 5410:2005, a utilização dos dispositivos diferenciais
residuais é obrigatória nos circuitos elétricos:
Que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo
banheira ou chuveiro;
Que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à
edificação;
De tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam
vir a alimentar equipamentos no exterior;
Que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização
situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em
uso normal ou sujeitas a lavagens;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 138
Em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada
situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens, e, no geral, em áreas internas molhadas em
uso normal ou sujeitas a lavagens.
EXTRA-BAIXA TENSÃO 2.5.18.
Tensão não superior a 50 V em corrente alternada ou 120 V em corrente
contínua, entre fases ou entre fases e terra. Não apresentam maiores riscos a
vida humana, caracterizam-se, por um risco menor de formação de arco elétrico
no ar, mas ainda assim são passíveis de danificar equipamentos eletro-
eletrônicos, sendo assim, faz-se necessário o uso de equipamentos de proteção e
aterramento adequados a instalação elétrica.
De acordo com a NR-10 em seu item 10.14.6 Esta norma não é aplicável a
instalações elétricas por extra-baixa tensão.
BARREIRAS E INVÓLUCROS 2.5.19.
De acordo com NR-10 em seu item 10.2.8.2.1 Na impossibilidade de
implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas
outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas,
obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de
alimentação, bloqueio do religamento automático.
Barreiras e invólucros são dispositivos que imopedem qualquer contato com
partes energizadas das instalações elétricas, o objetivo é proteger e evitar que
pessoas e animais toquem acidentalmente as partes energizadas (partes vivas).
As barreiras devem ser resistentes, de boa durabilidade e seguramente
fixadas, tendo como fator de referência o ambiente em que estão inseridas, só
podendo ser retiradas com chaves e ferramentas apropriadas.
Exemplo: Telas de proteção com parafusos de fixação, tampas de painéis,
etc.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 139
As partes vivas devem ser confinadas no inerior de invólucros ou atrás de
barreiras que garantam grau de proteção. Quando o invólucro ou barreira
compreender superfícies superiores, horizontais, que sejam diretamente
acessíveis, elas devem garantir grau de proteção mínimo.
As barreiras e invólucros devem satisfazer a NBR IEC 60529:2005, norma
que define condições exigíveis aos graus de proteção providos por invólucros de
equipamentos elétricos e especifica os ensaios de tipo para verificação das várias
classes de invólucros.
Quando for necessário remover as barreiras, abrir os invólucros ou remover
partes dos invólucros, esta ação só deve ser possível:
Com a ajuda de chave ou ferramenta, ou;
Após desenergização das partes vivas protegidas pelas barreiras
ou invólucros em questão, sendo que a tensão só poderá ser
restabelecida após colocação das barreiras ou invólucros, ou;
Se houver ou for imposta uma segunda barreira, entre a barreira
ou parte a ser removida e a parte viva, exigindo-se ainda que esta
segunda barreira apresente grau de proteção no mínimo IPXXB ou
IP2X, impeça qualquer contato com
as partes vivas e só possa ser
removida com uso de chave ou
ferramenta.
BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS 2.5.20.
Os dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou
religamento de dispositivos de manobra (chaves, interruptores, disjuntores,
etc.), mantendo-os por meios mecânicos fixos numa mesma posição. Geralmente
são utilizados cadeados. Estes dispositivos devem possibilitar mais de um
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 140
bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, para trabalhos simultâneos
de mais de uma equipe de manutenção.
O bloqueio e impedimento de reenergiação deve ser sinalizada por um
sistema de identificação que contenha no mínimo o nome do profissional
responsável, data, setor de trabalho e a motivação do bloqueio.
Em sistemas elétricos de potência (SEP) deve-se ter especial cuidado com
um dispositivo conhecido como religador, pois este dispositvo tem a função de
religar a energia de um determinado circuito (normalmente de distribuição de
energia elétrica) na ocorrência de um seccionamento (desligamento) por
qualquer motivo. Este tipo de religamento foi inserido em redes de distribuição
de energia para que em situações de acidentes (galhos de árvores, animais,
entre outros) não mantivesse o circuito seccionado até a chegada da equipe de
manutenção. O religador realiza várias tentivas de reenergização do circuito (o
número de vezes é programado por um profissional) até esgotarem as tentativas
programadas. Portanto, em sistemas elétricos de potência (SEP) onde há
religadores (normalmente em linha viva) é necessário realizar o bloqueio do
religador para evitar acidentes devido a reenergização. Essa ação é também
denominada bloqueio do sistema de religamento automático.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 141
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 142
OBSTÁCULOS E ANTEPAROS 2.5.21.
Os obstáculos e anteparos são destinados a impedir contatos acidentais
com partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação voluntária
de ignorar o obstáculo.
Os obstáculos podem ser removidos sem o auxílio de ferramentas ou
chaves, devem ser fixados de modo a impedir qualquer remoção involuntária.
A NBR 5410/2004 admite uma proteção parcial contra choques elétricos,
mediante o uso de obstáculos e/ou colocação fora de alcance, em locais
acessíveis somente a pessoas advertidas (BA4 – tabela 18) ou qualificadas (BA5
– tabela 18).
ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS 2.5.22.
São dispositivos construídos com materiais isolantes (não condutores de
eletricidade) cuja função é isolar condutores ou partes da estrutura que estão
energizadas (partes vivas), para que os serviços possam ser executados com
efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. O isolamento deve ser compatível
com o nível de tensão da instalação elétrica. Estes dispositivos devem ser
inspecionados a cada uso e bem acondicionados para evitar acumulo de sujeira e
umidade, que possam comprometer a isolação e torná-los condutivos. Também
devem ser submetidos a testes anualmente.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 143
ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA 2.5.23.
A isolação de equipamentos elétricos é realizada por meio de materiais
dielétricos que isolam eletricamente o equipamento. A isolação é necessária
devido a riscos de choques elétricos por contatos diretos e contatos indiretos.
Os tipos de isolação utilizados em equipamentos/componentes elétricos
são:
Isolação Básica – é a isolação aplicada a partes vivas para
assegurar a proteção contra choques elétricos;
Isolação Suplementar – é a isolação adicional e independente da
isolação Básica, destinada a assegurar a proteção contra choques
elétricos no caso de falha da isolação Básica;
Isolação Dupla – é a isolação composta por uma isolação Básica e
uma isolação Dupla;
Isolação Reforçada – é uma isolação única, mas não,
necessariamente, homogênea aplicada sobre as partes vivas, que
tem propriedades elétricas equivalente às de uma isolação dupla.
A proteção por isolação dupla ou reforçada se faz por meio da utilização de
uma segunda camada de isolação com a finalidade de suplementar aquela já
normalmente utilizada, separando desta forma as partes vivas (partes
energizadas) do aparelho de sua parte metálica.
Normalmente, este tipo de proteção é utilizado em
equipamentos portáteis tais como: furadeiras, lixadeiras, etc.
Estes equipamentos por serem empregados em diversos locais e
condições de trabalho, incluindo suas próprias características,
requerem outro sistema de proteção, que permita uma
confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento
elétrico.
Os equipamentos que possuem este tipo de proteção são identificados
através da seguinte simbologia: um quadrado dentro de outro quadrado. Este
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 144
símbolo normalmente é impresso de forma visível na superfície externa do
equipamento.
De acordo com a norma internacional IEC 61140 (Protection against
electric shock – Commom aspects for installation and equipament) os
equipamentos são classificados quanto a proteção contra os choques elétricos,
classes.abaixo.
Equipamento Classe 0
É o equipamento na qual a proteção contra os choques elétricos depende
exclusivamente da Isolação Básica, não sendo previstos meios para ligar as
massas (partes metálicas) ao condutor de proteção da instalação, dependendo a
proteção, em caso de falha da Isolação Básica, exclusivamente do meio
ambiente. Exemplo: eletrodomésticos portáteis, tais como: liquidificadores,
ventiladores, televisores, rádios portáteis, etc.
Equipamento Classe I
É o equipamento na qual a proteção contra choques elétricos não depende
exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui uma precaução adicional de
segurança sob a forma de meios de ligação das massas ao Condutor de Proteção
(PE) da instalação, de forma que essas massas não possam causar perigos em
caso de falha na Isolação Básica. Os cabos de ligação destes equipamentos
devem possuir um condutor de Proteção. Exemplo: fornos, máquinas de lavar
roupas, geladeiras.
Equipamento Classe II
É o equipamento cuja proteção contra choques elétricos não depende
exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui precauções adicionais de
segurança tais como Isolação Dupla ou Reforçada, não havendo meios de
aterramento de proteção e não depende de condições de instalação.
Equipamento De Classe III
É o equipamento no qual a proteção contra choques elétricos é baseada na
ligação do equipamento a uma instalação de extra-baixa tensão de segurança de
segurança. Exemplo: Banheiras de Hidromassagem.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 145
Os aparelhos elétricos utilizados em
instalações elétricas de extra-baixa tensão de
segurança podem ser alimentados por um
transformador separador de segurança. A Norma
Brasileira ABNT NBR 5410, estabelece que a extra-
baixa tensão em Corrente Alternada (CA) deverá
ser menor ou igual a 50 V. No entanto, podem ser
exigidos valores inferiores, particularmente quando os equipamentos possam ser
utilizados sob condições de baixa resistência elétrica do corpo humano. Em
banheiros, esta tensão não deve ultrapassar a 12 Volts. Os plugs e tomadas
devem ser exclusivos para esta extra baixa-baixa tensão.
COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE 2.5.24.
A colocação fora de alcance é somente destinada a impedir os contatos
involuntários com as partes vivas. Quando houver espaçamento este deve ser
suficiente para evitar que pessoas circulando nas proximidades das partes vivas
possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou por intermédio
de objetos que elas manipulem ou transportem.
Trata-se das distâncias mínimas para serem obedecidas nas passagens
destinadas a operação e/ou manutenção, quando
for assegurada a proteção parcial por meio de obstáculos.
Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes
devem se situar fora da zona de alcance normal. Considera-se que duas partes
são simultaneamente acessíveis quando o afastamento entre elas não ultrapassa
2,50m.
Caso haja obstáculo (por exemplo, tela) em espaços nos quais for prevista
normalmente a presença ou circulação de pessoas, limitando a mobilidade no
plano horizontal, a demarcação na zona de alcance normal deve ser feita a partir
deste obstáculo.
FIGURA 2.72 COLOCAÇÃO FORA DO ALCANCE
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 146
No plano vertical, a delimitação da zona de alcance normal deve observar
os 2,50m da superfície S (superfície onde postam ou circulam pessoas)
independentemente da existência de qualquer obstáculo com grau de proteção
das partes vivas.
Horizontal – Além do piso: 1,25m;
Horizontal – Sob o piso: 0,75m;
Vertical – Acima do piso: 2,5m
Vertical – Abaixo do piso: 1,25m
SEPARAÇÃO ELÉTRICA 2.5.25.
Uma das medidas de proteção contra choques elétricos prevista na NBR
5410:2004 é a chamada “separação elétrica”, que se traduz pelo uso de um
transformador de separação cujo circuito secundário é isolado (nenhum condutor
vivo aterrado, inclusive neutro).
Lembrando ainda que pelas disposições da norma a(s) massa(s) do(s)
equipamento(s) alimentado(s) não deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a
massas de outros circuitos e/ou a elementos condutivos estranhos à instalação,
embora o documento exija que as massas do circuito separado (portanto, quando
a fonte de alimentação alimenta mais de um equipamento) sejam interligadas
por mais de um condutor PE próprio de equipotencialização.
As salas cirúrgicas de hospitais constituem um exemplo de instalações que
possuem separação elétrica, em que o sistema também é isolado, usando-se
igualmente um transformador de separação, mas todos os equipamentos por ele
alimentados tem a sua massa aterrada.
Existem diversos mecanismos de separação elétrica para evitar condução
indevida, indução ou curto circuito em partes energizadas; quanto maior for a
corrente, mais robusta deverá ser a capacidade de isolação do elemento
separador.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 147
NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS E REGULAMENTAÇÕES DO 2.6.
MTE
No Brasil as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO). Essas
normas são um resultado de ampla discussão de profissionais e instituições,
comissões e comitês. A sigla NBR que antecede o número de muitas normas
significa Norma Brasileira Registrada.
A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de
normalização, composto de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para
atividades com eletricidade, há diversas normas, abrangendo quase todos os
tipos de instalações e produtos.
NBR 5410:2004 2.6.1.
A NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão fixa as condições
a que devem satisfazer as instalações elétricas aqui estabelecidas, a fim de
garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais
domésticos e a conservação dos bens.
Esta norma aplica-se às instalações elétricas alimentadas sob uma tensão
nominal igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada, com frequência inferior
a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente contínua. Sua aplicação é considerada a
partir da origem da instalação, observando-se que:
a origem de instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição
pública em baixa tensão corresponde aos terminais de saída do dispositivo geral
de comando e proteção; no caso excepcional em que tal dispositivo se encontre
antes do medidor, as origens corresponde aos terminais de saída do medidor;
A origem de instalações alimentadas por subestação de transformação
corresponde aos terminais de saída do transformador se a subestação possuir
vários não ligados em paralelo, a cada transformador corresponderá uma origem,
havendo tantas instalações quantos forem os transformadores;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 148
Nas instalações alimentadas por fonte própria de energia em baixa tensão,
a origem é considerada a incluir a fonte como parte da instalação.
Observação: Esta norma não se aplica a sistemas de distribuição em baixa
tensão limitando-se assim as instalações após a medição da concessionária
Esta norma aplica-se às instalações elétricas de:
Edificações residenciais;
Edificações comerciais;
Estabelecimentos de uso público;
Estabelecimentos industriais;
Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
Edificações pré-fabricadas;
Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento
(campings), marinas e instalações análogas;
Canteiro de obras, feiras, exposições e outras instalações
temporárias.
Esta norma aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações já
existentes alimentadas com tensão até 1000 V.
NBR 14039:2005 2.6.2.
A NBR 14039:2005 – Instalações Elétricas de Média Tensão fixa os
métodos de projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com
tensão nominal de 1,0 KV a 36,2 KV, à frequência industrial, de modo a garantir
segurança e continuidade de serviço.
Sua aplicação é considerada a partir de instalações alimentadas pela
concessionária, o que corresponde ao ponto de entrega definido através da
legislação vigente emanada da ANEEL. Esta norma também se aplica às
instalações alimentadas por fonte própria de energia em média tensão.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 149
Esta norma abrange as instalações de geração, distribuição e utilização de
energia elétrica, sem prejuízos das disposições particulares relativas aos locais e
condições especiais de utilização constantes das respectivas normas. As
instalações especiais tais como, marítimas, de tração elétrica, de usinas,
pedreiras, luminosas com gases (neônio e semelhantes), devem obedecer, além
da presente Norma, às normas específicas aplicáveis em cada caso.
Esta Norma não se aplica:
As instalações elétricas de concessionárias do serviço de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica no exercício de suas funções em
serviços de utilidades públicas;
As instalações de cercas eletrificadas;
A manutenção em linha viva.
As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que
devem obedecer as instalações vizinhas ou causar danos a pessoas e animais e a
conservação dos bens e do meio ambiente.
Esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações
existentes e às instalações de caráter permanente ou temporário.
NBR 5419:2005 2.6.3.
A NBR 5419:2005 - Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas
fixa as condições de projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA), para proteger as edificações e estruturas
definidas em 1.2 contra a incidência direta dos raios. A proteção se aplica
também contra a incidência direta dos raios sobre os equipamentos e pessoas
que se encontrem no interior destas edificações e estruturas ou no interior da
proteção impostas pelo SPDA instalado.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 150
NBR 13534:2008 2.6.4.
Na NBR 13534:2008 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Requisitos
Específicos para Instalação em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde aplica-se
o disposto na ABNT NBR 5410, com as seguintes exceções: Adicionar: Os
requisitos específicos desta Norma aplicam-se a instalações elétricas em
estabelecimentos assistenciais de saúde, visando garantir a segurança dos
pacientes e dos profissionais de saúde.
Nota 1 – Quando a utilização de um local médico for alterada, em particular
com a introdução de procedimentos mais complexos, deve-se adequar a
instalação elétrica existente à alteração promovida, de acordo com os requisitos
desta Norma. Essa é uma questão ainda mais crítica se envolver procedimentos
intracardíacos e de sustentação de vida de pacientes.
Nota 2 – Quando aplicável, esta Norma, pode ser utilizada em clínicas
veterinárias.
Nota 3 – Esta Norma não se aplica a equipamentos eletromédicos. Para
equipamentos eletromédicos, ver série de normas ABNT NBR IEC 60601.
NBR 13570:1996 2.6.5.
A NBR 13570:1996 – Instalações Elétricas em locais de Afluência de Público
– Requisitos específicos fixa os requisitos específicos exigíveis às
instalações elétricas em locais de afluência de público, a fim de garantir o
seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e de animais
domésticos e a conservação dos bens.
NBR 13418:1995 2.6.6.
A NBR 13418:1995 – Cabos Resistentes ao Fogo para Instalações de
Segurança – Especificação fixa as condições exigíveis para cabos unipolares ou
multipolares para instalações fixas de segurança nos quais é requerida a
manutenção de integridade das linhas elétricas em condições de incêndio,
conforme a NBR 5410.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 151
Quando a utilização de um produto pode comprometer a segurança ou a
saúde do consumidor, o INMETRO ou outro órgão regulamentador pode tornar
obrigatória a avaliação de conformidade desse produto. Isso aumenta a confiança
de que o produto está de acordo com as normas e com os regulamentos técnicos
aplicáveis. Já existem vários produtos cuja certificação é obrigatória, alguns
produtos estão apenas aguardando o prazo limite para proibição de
comercialização. Entre os produtos de certificação compulsória, por exemplo,
estão os plugues, tomadas, interruptores, disjuntores, equipamentos para
atmosferas explosivas, estabilizadores de tensão, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DE TENSÃO 2.7.
O Comitê Internacional de Eletrotécnica define:
REGULAMENTAÇÕES DO MTE 2.8.
Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na
Constituição Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, inclui entre
eles a proteção de sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube
ao Ministério do Trabalho estabelecer essas regulamentações (Normas
Regulamentadoras – NR) por intermédio da Portaria n° 3.214/78. A partir de
então, uma série de outras portarias foram editadas pelo Ministério do Trabalho
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 152
com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamentadoras de
proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais NR.
Sobre a segurança em instalações e serviços em eletricidade, a referência é
a NR-10, que estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a
segurança dos trabalhadores que atuam em instalações elétricas, em suas
diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, instalação, execução,
operação, manutenção, medição, reforma e ampliação, em quaiquer das fases de
geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. A NR-10
exige também que sejam observadas as normas técnicas oficiais vigentes e, na
falta destas, as normas técnicas internacionais. A fundamentação legal, que dá o
embasamento jurídico à existência desta NR, está nos artigos 179 a 181 da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
NORMAS REGULAMENTADORAS 2.8.1.
As normas regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e
pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
NR 1 – Disposições Gerais
NR 2 – Inspeção Prévia
NR 3 – Embargo ou Interdição
NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual
NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 8 – Edificações
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 153
NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 – Fornos
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
NR 19 – Explosivos
NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no
Ministério do Trabalho (Regovada)
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária,
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde
NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 154
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval
NR 35 – Trabalho em Altura
NR-36 - Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM 2.8.2.
ELETRICIDADE
De acordo com a Portaria do MTE n° 598 de 07/12/2004 a alteração da
Norma Regulamentadora NR-10 – Instalações e Serviços em Eletricidade,
promove sua atualização frente às necessidades provocadas pelas mudanças
introduzidas no setor elétrico e nas atividades com eletricidade, especialmente
quanto à nova organização do trabalho, à introdução de novas tecnologias e
materiais, à globalização e principalmente pela responsabilidade do Ministério do
Trabalho e Emprego em promover a redução de acidentes envolvendo esse
agente de elevado risco – Energia Elétrica.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 2.9.
São dispositivos fixos ou móveis destinados a segurança dos colaboradores
diretamente envolvidos nas atividades, terceiros que estejam nas suas
proximidades e visitantes em geral.
A Norma Regulamentadora NR-10, no item 10.2.8 – Medidas de Proteção
Coletiva, especifica algumas medidas de proteção a serem adotadas visando
garantir a saúde e integridade física de todos os trabalhadores que interajam
direta ou diretamente em uma instalação elétrica. Segue abaixo citação dos itens
pertinentes.
“10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem
ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva
aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 155
10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente,
a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade,
o emprego de tensão de segurança.
10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no
subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais
como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.
10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado
conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência
desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.”
O aterramento temporário, barreira, invólucro, obstáculo, anteparo entre
outros dispositivos de proteção coletiva são destinados a evitar o contato
acidental de pessoas e animais com partes vivas (partes energizadas) de uma
instalação elétrica.
Existem diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva, tais como:
Varas de manobra;
Bastões de resgate;
Tapete isolante;
Manta isolante;
Instrumentos de detecção de tensão;
Aterramento temporário;
Banqueta isolante;
Fitas de demarcação refletivas;
Cones de sinalização;
Grade metálica dobrável;
Sinalizador Strobo;
Coberturas isolantes;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 156
VARAS DE MANOBRA 2.9.1.
São instrumentos isolantes utilizados para executar trabalhos em linha viva
e operações em equipamentos e instalações energizadas ou desenergizadas onde
existe possibilidade de energização acidental, tais como:
Operações de instalação e retirada dos conjuntos de aterramento
e curto-circuito temporário em linhas desenergizadas (transmissão
e distribuição);
Manobras de chave faca e chave fusível;
Retirada e colocação de cartucho porta-fusível ou elo fusível;
Operação de detecção de tensão;
Em linhas aéreas de transmissão, distribuição e subestação,
usinas e indústrias.
As varas de manobra são fabricadas com materiais isolantes, normalmente
em fibras de vidro e resina epóxi, seccionáveis, acopladas entre si através de
encaixes com travamento de pino de engate e anel de proteção de aço inóx, em
geral na cor laranja.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 157
BASTÕES DE RESGATE 2.9.2.
São fabricados com o mesmo material das varas de
manobra, possui peso reduzido, elevada resistência mecânica e
excelente rigidez dielétrica. é utilizado no resgate de vítimas de
acidentes de origem elétrica. A extremidade mais larga do
bastão de resgate deve ser encaixado na cintura da vítima no
momento do resgate. Já a parte mais estreita do bastão deve
ser encaixado nos membros superiores ou inferiores da vítima, dependendo do
posicionamento da mesma no momento do acidente. O resgate da vítima não
deve ser realizado pelo pescoço. Deve-s afastar a vítima do ponto energizado o
suficiente para realizar o atendimento de primeiros socorros com segurança.
Testes em Bastões de Resgate
O teste em bastões de resgate consiste em aplicar 50 KV a 60 Hz no bastão
por 5 minutos, e o equipamento utilizado para este tipo de teste é o HI POT de
50 KV. É aplicado ao longo do bastão 50 KV a 60 Hz a cada 15 cm. Para garantir
a segurança não deve haver qualquer sinal de descarga disruptiva, perfuração ou
erosão sobre a superfície do bastão.
TAPETES ISOLANTES 2.9.3.
São utilizados no revestimento de pisos de cabines elétricas, subestações,
em frente a painéis elétricos, quadros elétricos, centro de controle de motores
entre outros lugares com a finalidade de proteger os trabalhadores contra
choques elétricos.
Normas utilizadas na fabricação do tapete de borracha isolante: NR-10,
NBR 5410, NBR 14039 e ASTM D178 Standard Specification for Rubber Insulating
Matting.
Os tapetes de borracha isolante elétrico são fabricados em diversas classes
de isolação de acordo com o nível de tensão:
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 158
Ensaio realizado: Tensão aplicada (com rastreabilidade). Critérios para
aceitação – o material deverá suportar a tensão nominal alternada de acordo
com a sua classe de isolação durante um minuto.
MANTA ISOLANTE DE BORRACHA 2.9.4.
As mantas isolantes (lençol ou cobertor)
são utilizadas nos trabalhos de manutenção,
instalação, medição de linhas de transmissão e
distribuição com a finalidade de isolar as partes
vivas da instalação elétrica para proteger os
eletricistas de contatos acidentais durante a
execução de suas atividades. São fabricadas de borracha natural ou sintética ou
combinação de ambas. Normas utilizadas na fabricação de mantas isolantes:
ASTM D1049 Standard Specification for Rubber Insulating Covers, e ASTM F 478
Standard Specification for In-Service Care of Insulation Line Hose and Covers
(reensaio).
FIGURA 3.4 TAPETE ISOLANTE
ELÉTRICO FIGURA 3.5 ROLO DE TAPETE
ISOLANTE
Classe Tensão (V)0 5000
1 10000
2 20000
3 30000
4 40000
CLASSES DE ISOLAMENTO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 159
Ensaio realizado: Tensão aplicada (com rastreabilidade). Critérios para
aceitação – o material deverá suportar a tensão de ensaio por três minutos sem
a ocorrência de flashover ou rompimento.
INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO DE TENSÃO E VERIFICAÇÃO 2.9.5.
DE AUSÊNCIA DE TENSÃO
São pequenos aparelhos de medição ou detecção de tensão acoplados na
ponta da vara de manobra para verificar se existe tensão no condutor,
barramento, painel elétrico, cubículo, subestação, etc. De acordo com a NR-10
em seu item 10.5.1 faz parte do procedimento de desenergização a constatação
da ausência de tensão. Estes aparelhos emitem sinais sonoros e luminosos na
presença ou ausência da tensão, dependendo do fabricante e modelo.
Esses aparelhos devem ser regularmente aferidos e possuírem um
certificado de aferição. Existem os seguintes tipos:
Detector de tensão por contato;
Detector de tensão por aproximação;
Voltímetro.
FIGURA 3.7 DETECTOR POR
APROXIMAÇÃO FIGURA 3.8 DETECTOR POR CONTATO FIGURA 3.9 VOLTÍMETRO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 160
ATERRAMENTO TEMPORÁRIO 2.9.6.
10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário.
BANQUETA ISOLANTE 2.9.7.
A Banqueta Isolante é construída em fibra de vidro e auxilia o eletricista para o seu isolamento do potencial de terra, aumentando sua segurança nas intervenções em subestações, cubículos, painéis elétricos, entre outros, e também facilita o acesso à locais acima do seu limite de alcance.
FIGURA 3.10 CONJUNTO PARA ATERRAMENTO
TEMPORÁRIO FIGURA 3.11 ATERRAMENTO TEMPORÁRIO EM
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 161
FITAS DE DEMARCAÇÃO REFLETIVAS 2.9.8.
Utilizadas para delimitação e isolamento de áreas de trabalho.
CONES DE SINALIZAÇÃO 2.9.9.
Os cones são fabricados em PVC na cor laranja com faixas branca ou na cor
preta com faixas amarelas. Possui fendas para a inserção de fitas zebradas. São
utilizados para a sinalização de trânsito, obras, demarcação de áreas para
manutenção de equipamentos, entre outras aplicações.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 162
GRADE METÁLICA DOBRÁVEL 2.9.10.
São utilizadas para isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de
inspeção, entrada de galerias subterrâneas entre outras situações.
SINALIZADOR STROBO 2.9.11.
São utilizados na identificação de serviços, obras, acidentes e atendimentos
em ruas e rodovias.
Enfim, existe diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva, todos
com a finalidade de proteger os execuntes das atividades, terceiros e visitantes.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 2.10.
O item 10.2.9. Medidas de Proteção Individual da NR-10 traz orientação
sobre medidas de proteção individual, segue abaixo citação dos itens pertinentes.
“10.2.9.1. Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de
proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 163
riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e
adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
10.2.9.2. As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,
devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas.”
NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 2.10.1.
Segundo a NR 6, no item 6.1encontramos a definição de Equipamento de
Proteção Individual (EPI). Segundo texto da norma: “Para os fins de aplicação
desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento de Proteção
Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e
a saúde no trabalho.”
“6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou
importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e,
c) Para atender a situações de emergência.
6.6. Responsabilidades do empregador.
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI;
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 164
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
6.7. Responsabilidades dos trabalhadores.
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e,
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.”
CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO ISOLANTE 2.10.2.
De acordo com a Norma NBR 12576 – Calçado
de Proteção – Determinação da resistência do solado
à passagem da corrente elétrica, o calçado isolante
elétrico deve ser projetado, construído, e fabricado
com sola e salto não-condutivo, resistente ao
choque elétrico, de forma que a sola externa do
calçado pode fornecer uma fonte secundária de proteção de resistência ao
choque elétrico, para o usuário, contra os perigos de um contato incidental com
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 165
circuitos elétricos energizados, condutores, peças, ou aparelhos eletricamente
energizados, em condições secas.
Tensão de uso: Tensão elétrica máxima sob a qual o calçado pode ser
utilizado sem apresentar risco elétrico ao usuário (nesta norma é definida a
tensão de 500 Volts em corrente contínua ou alternada).
Tensão de ensaio: Tensão elétrica sob a qual o calçado é submetido para
verificação de suas propriedades elétricas (verificação da corrente de fuga)
(nessa norma é definida a tensão de 14.000 Volts).
Corrente de fuga: dispersão da corrente elétrica que ocorre durante o
ensaio elétrico (corrente máxima permitida de 0,5mA quando se realiza o ensaio
com 14.000 Volts).
CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO CONDUTIVO 2.10.3.
Utilização – Tipo 1 – Proteção onde há acúmulo de eletricidade estática; e
Tipo 2 – Proteção contra choque elétrico devido a entrada e saída de linha
energizada.
Norma utilizada: ANSI Z-41: Protective Footwear.
Ensaios realizados: De resitência ôhmica do salto e do solado (acreditado
pelo INMETRO e credenciado pelo MTE).
Critérios para aceitação: Calçado Tipo 1 – resistência entre 25.000 e
500.000 ohms; e Calçado Tipo 2 – resistência máxima de 10.000 ohms.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 166
MACACÃO CONDUTIVO 2.10.4.
É um sistema integrado de proteção térmica e condutibilidade composto
por luvas, meias e botas condutivas, destinado a colocar o eletricista ao mesmo
potencial de tensão elétrica do cabo energizado das redes aéreas de transmissão
de energia elétrica durante a realização da manutenção.
São fabricados em fibra de aramida e fios de aço inox de acordo com a
Norma NBR IEC 60895/2002. Possui proteção testada e aprovada para até 500
KV de tensão. O macacão condutivo possui:
Capuz acoplado e com cordão de ajuste no mesmo material da
roupa;
Tirantes de conexão dimensionados para garantir o mínimo de
desequilíbrio entre o potencial eletromagnético destes e o do
conjunto;
Bolsos para acondicionamento de ferramentas e dos tirantes de
conexão;
Fechamento frontal e de bolsos com velcro RF;
Costuras reforçadas com linhas de aramida.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 167
LUVAS E MEIAS CONDUTIVAS 2.10.5.
As luvas condutivas são fabricadas em fios de Nomex, fios de fibra de aço
inox e fios de borracha. As meias condutivas são fabricadas em fios de Nomex,
fios de algodão, fios de fibra de aço inox e fios de borracha. O conjunto de
vestimenta condutiva atende a Norma NBR IEC 60895/2002.
LUVAS ISOLANTES DE BORRACHA 2.10.6.
As luvas isolantes de borracha são fabricadas em diversas classes e
protegem o eletricista contra choques elétricos por diferentes níveis de tensão.
Atendem a norma brasileira NBR 10622:1989 – Luvas isolantes de borracha -
Especificação.
De acordo com o nível de tensão de trabalho seleciona-se a classe de luva
isolante a ser utilizada. São geralmente fabricadas na cor preta e possuem
identificação no punho, próximo da borda, e contém informações importantes,
como a tensão de uso, nas cores correspondentes das classes existentes.
Também podem ser fabricadas e encontradas no mercado nas cores das classes
que protegem.
Existem seis classes de luvas, que foram estabelecidas em função de
ensaio, tensão de uso, tensão de perfuração e corrente de fuga máxima. As luvas
isolantes de borracha devem ser inspecionadas visualmente no mínimo uma vez
ao dia.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 168
VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 2.10.7.
As queimaduras causadas por arcos elétricos representam uma parcela
muito grande entre os ferimentos causados por eletricidade. A energia calorífica
liberada pelos arcos elétricos é extremamente alta e pode causar ferimentos
graves, como queimaduras de 3° graus, carbonização e morte do trabalhador.
De acordo com o NFPA 70 E, as fibras de algodão tratado retardante de
chamas, meta-aramida, para-aramida, poli-benzimidazole (PBI) são materiais
com características de proteção térmica. A fibra de para-aramida, além da
proteção térmica, ainda tem uma característica que evita o “break open”, ou
seja, rachadura do material carbonizado.
Os materiais sintéticos como nylon, poliéster e mistura de algodão sintético
não devem ser utilizados para a proteção contra arcos elétricos, pois elas
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 169
derretem sobre a pele quando exposto à alta temperatura e como consequencia
agrava a queimadura.
Atualmente, há três normas para testes de tecidos e roupas para proteção
contra queimaduras por arcos elétricos, a ASTM F 1959/F1959M-1999, a IEC
61482-1 e a Cenelec ENV50354:2000 da comunidade européia.
PROTETOR FACIAL CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 2.10.8.
O protetor facial permite a realização de trabalhos com segurança em
locais de alta tensão elétrica, com riscos de formação de arcos elétricos. A
principal norma internacional para ensaios dos protetores faciais e óculos de
segurança é a ANSI/ISEA Z87.1 e a obtenção do CA no Brasil segue a exigência
da NR 6.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 170
CAPUZ DE ELETRICISTA 2.10.9.
Fabricado em tecido e velcro retardantes a
chama. O capuz é adequado para proteção contra
arcos elétricos. Protege a face e pescoço do eletricista
contra chamas provenientes da formação de arco
elétrico, evitando assim queimaduras graves para o
eletricista. Ideal para uso em cabines primárias,
subestações entre outros locais. Possui capacete
interno acoplado e visor de policarbonato de alto
impacto com ampla visibilidade.
CAPACETE PARA ELETRICISTA ABA TOTAL 2.10.10.
O capacete de segurança com aba total protege a
cabeça do eletricista contra impactos, penetração e choques
elétricos. Se o trabalhador sofre um acidente e o capacete
for impactado, recomenda-se substituí-lo independente da
intensidade do impacto. Não deve ser utilizado sujo ou
molhado e descartar quando houver ressecamento do casco. É fabricado em
conformidade com a norma NBR 8221:2003 – Capacete de segurança para uso
na indústria – Especificação e métodos de ensaio.
CINTO DE SEGURANÇA TIPO PARAQUEDISTA 2.10.11.
O cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado para segurança do
trabalhador contra riscos de queda em trabalhos em altura. É fabricado em
material sintético como o nylon e o poliéster em conformidade com a norma NBR
15836:2011 – Equipamento de proteção individual contra queda de altura –
Cinturão de segurança tipo paraquedista. O uso do polipropileno está proibido.
Quando fixado ao corpo do trabalhador distribui as forças de sustentação e de
parada sobre as coxas, cintura, peito e ombros.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 171
De acordo com a NR-35:
“35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos
EPI, acessórios e sistemas de ancoragem, destinados à proteção de queda de
altura, recusando-se os que apresentem defeitos ou deformações.
35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira
de todos os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem.
35.5.3 O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de
dispositivo para conexão em sistema de ancoragem.”
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 172
ADORNOS 2.10.12.
10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com
instalações elétricas ou em suas proximidades.
Além dos que já foram mencionados existem diversos outros tipos de
equipamentos de Proteção individual. Assim como: Óculos, aventais, etc.
ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS 3.
Segundo a NR – 10, temos as orientações de que:
“10.11.1. Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e
realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos,
padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados
por um profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR.
10.11.3.Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,
campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições
gerais, medidas de controle e orientações finais.
10.11.4. Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e
saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo
processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, quando houver.
10.11.6. Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em
condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.”
Segundo o item 10.11.7, temos: “Antes de iniciar trabalhos em equipes os
seus membros, em conjunto com o responsável pela execução do serviço, devem
realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem
desenvolvidas no local, de forma a atender os princípios técnicos básicos e as
melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço”.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 173
INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS 3.1.
As atividades de manutenção preventiva, preditiva ou corretiva somente
deverão ser realizadas adotando-se os procedimentos de segurança estabelecidos
no capítulo 10.5 Segurança em instalações elétricas desenergizadas desta NR.
Na impossibilidade de desenergizar o circuito elétrico, sistema operacional
ou equipamento, deverão ser adotados medidas de controle e proteção de riscos,
visando a segurança e integridade física dos trabalhadores respeitando-se o uso
adequado de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI), de
acordo com o disposto neta NR.
10.5.4. Os serviços a serem executados em instalações elétricas
desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão,
devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6.
LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS 3.2.
10.11.2. Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de
ordens de serviço específicas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo,
no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho
a serem adotados.
10.11.5. A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade
com o treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.
10.11.8. A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das
tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a
segurança e a saúde no trabalho.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 174
SINALIZAÇÃO 3.3.
10.10. Sinalização de segurança
10.10.1. Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada
sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e a identificação,
obedecendo ao disposto na NR-26 Sinalização de Segurança, de forma a atender
dentre outras, as situações a seguir:
Identificação de circuitos elétricos;
Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e
comandos;
Restrições e impedimentos de acesso;
Delimitações de áreas;
Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e
de movimentação de cargas;
Sinalização de impedimento de energização;
Identificação de equipamento ou circuito impedido.
PLACAS DE SINALIZAÇÃO 3.3.1.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 175
INSPEÇÕES DE ÁREAS, SERVIÇOS, FERRAMENTAL E 3.4.
EQUIPAMENTO
Antes de iniciar qualquer atividade com eletricidade deverá ser observado
as condições do local de trabalho, das ferramentas necessárias para sua
execução com segurança, qualidade da isolação das mesmas e as condições dos
equipamentos e instrumentos de trabalho e testes.
O supervisor ou profissional responsável pela equipe de elétrica,
profissional habilitado e autorizado, deverá inspecionar as condições da
instalação elétrica periodicamente. Durante a inspeção o profissional responsável
pela instalação elétrica deverá avaliar:
As condições físicas dos equipamentos instalados, certificações,
relatórios de manutenção, testes e ensaios;
Qualidade da isolação das ferramentas manuais, instrumentos e
equipamentos de trabalho;
Verificar se os instrumentos de medição estão devidamente
calibrados e com os certicados de calibração dentro do prazo de
validade;
Verificar se todos os equipamentos de proteção individual estão
em perfeito estado de conservação e funcionamento;
Verficar o certificado de aprovação de todos os equipamentos de
proteção individual (CA);
Verificar se a instalação elétrica possui todos os equipamentos de
proteção coletiva necessários para a execução das atividades;
Verificar se os equipamentos de proteção estão operando e
atuando em condições normais;
Verificar se o projeto, unifilares e Prontuário de Instalação Elétrica
(P.I.E.) estão atualizados e disponibilizados para todos os
trabalhadores que atuam na instalação elétrica;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 176
Verificar se os serviços executados estão em conformidade com os
procedimentos de trabalho estabelecido pelo Prontuário de
Instalação Elétrica (P.I.E.);
Inspecionar a área e local de trabalho, pois estes devem oferecer
condições mínimas de segurança e saúde aos trabalhadores de
acordo com o estabelecido nesta NR.
“10.4.3. Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos,
dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica
existente, preservando-se as características de proteção respeitadas as
recomendações do fabricante e as influências externas.
10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam
isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas e serem
inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou
recomendações dos fabricantes.
10.4.4. As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras
de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e
controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e
definições de projetos.
10.4.4.1. Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de
equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo
expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer
objetos.
10.4.6. Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou
comissionamento de instalações elétricas devem atender à regulamentação
estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por
trabalhadores que atendam às condições de qualificação, habilitação, capacitação
e autorização estabelecidas nesta NR.
10.7.8. Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou
equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão,
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 177
devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos,
obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e
na ausência desses, anualmente.”
DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 3.5.
Toda instalação elétrica deve possuir o projeto de instalações elétricas e
diagramas unifilares atualizados, pois a disposição física e instalação dos
equipamentos e dispositivos elétricos devem ser compatíveis com a
representação disposta nos projetos e diagramas unifilares. Durante a realização
de manobras ou intervenções elétricas, as informações contidas nos projetos e
unifilares devem ser seguras e confiáveis, de modo a evitar energizações
acidentais com trabalhadores e consequentemente acidentes fatais. Muitos
acidentes de trabalho com eletricidade ocorreram no passado e infelizmente
ainda ocorrem no presente devido a falta de atualização das adequações
ocorridas nas instalações elétricas em seus respectivos projetos e diagramas
unifilares.
Quando a instalação elétrica possui carga instalada superior a 75 KW esta
deve constituir o Prontuário de Instalações Elétricas (P.I.E.) conforme estabelece
esta NR. O Prontuário de Instalações Elétricas é um conjunto de documentos e
informações de toda a instalação elétrica. O Prontuário deve possuir o projeto e
unifilar da instalação elétrica atualizado, relatório de medição do SPDA (Sistema
de Proteção contra Descargas Atmosféricas), projeto de Área Classificada
(quando houver), especificação dos esquemas de aterramento, lista de todas as
atividades realizadas na instalação elétrica, a APR (Análise Preliminar de Risco)
geral informando todos os riscos que as zonas de risco e controlada podem
oferecer aos trabalhadores, especificação de todos os equipamentos de proteção
coletiva e individual adequados aos riscos identificados pelo Prontuário,
certificados de aprovação (CA) dos equipamentos de proteção individual, lista de
todos os equipamentos e dispositivos elétricos que constituem a instalação
elétrica, certificados dos equipamentos, lista de todas as ferramentas manuais e
instrumentos de medição, certificados de calibração dos instrumentos de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 178
medição, documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação e
autorização de todos os trabalhadores que interjam com a instalação elétrica,
entre outras informações.
Devido a quantidade de informações e documentos que constituem o
Prontuário de Instalações Elétricas, este deve ser constantemente atualizado,
pois certificados de calibração de instrumentos de medição e certicados de
aprovação (CA) de equipamentos de proteção individual possuem prazos de
validade. As fichas contendo as informações de qualificação e capacitação dos
trabalhadores autorizados deverão ser constantemente atualizadas a medida que
o trabalhador recebe novas capacitações. As Alterações e adequações realizadas
nos projetos e unifilares das instalações elétricas deverão ser atualizados no
Prontuário. Caso ocorra alteração no projeto de Área Classificada este também
deverá ser atualizado no Prontuário. Sendo assim, todas as informações contidas
no Prontuário de instalações elétricas deverão ser constantemente avaliadas,
verificadas e inspecionadas pelo profissional legalmente habilitado e responsável
pelo Prontuário da empresa.
O Prontuário de Instalações Elétricas assim como toda a documentação da
instalação elétrica deverão ser mantidos atualizados e disponibilizados a todos os
trabalhadores que atuam na instalação elétrica. Estes documentos devem ser
disponibilizados em meio físico através de impressão, e também podem ser
disponibilizados através de sistemas informatizados de redes. Lembrem-se, os
sistemas informatizados podem apresentar falhas, sendo assim, a
disponibilização dos documentos através de meios físicos como a impressão é a
mais forma mais segura e confiável de que todos os trabalhadores terão acesso
as informações necessárias para a execução de suas atividades. Em casos de
fiscalização por parte dos órgãos e autoridades competentes, a falta da
disponibilização de tais documentos implicará por parte do MTE a adoção das
providências estabelecidas na NR 3.
10.2.3. As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares
atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 179
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção.
10.2.4. Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 KW devem
constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo além do
disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das
medidas de controle existentes;
b) documentação das inspenções e medições do sistema de mproteção
contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas
classificadas; e,
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, comtemplando as alíneas de a a f.
10.2.5. As empresas que operam em instalações ou equipamentos
integrantes dos sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o
conteúdo do item 10.2.4. e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir
listados:
a) descrição dos procedimentos para emergência; e,
b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.
10.2.5.1. As empresas que realizam trabalhos em proximidade ao Sistema
Elétrico de Potência devem constituir Prontuário contemplando as alíneas a, c, d
e e, do item 10.2.4 e alíneas a e b do item 10.2.5.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 180
10.2.6. O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e
mantido atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela
empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas
instalações e serviços em eletricidade.
10.2.7. Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações
Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.
10.3.7.O projeto de instalações elétricas deve ficar à disposição dos
trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas
autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.
10.3.8. O projeto elétrico deve atender ao que dispo~em as Normas
Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações
técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente
habilitado.
10.14.4. A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente
à disposição dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas,
respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas.
10.14.5. A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente,
à disposição das autoridades competentes.
RISCOS ADICIONAIS 3.6.
São considerados riscos adicionais aqueles que, são específicos de cada
ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a
segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.
10.2.1. Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser
adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos
adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a
segurança e a saúde no trabalho.
10.4.2. Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas
medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente
quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade,
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 181
umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de
segurança.
TRABALHO EM ALTURA 3.6.1.
De acordo com a NR-35 em seu item
35.1.2. Considera-se trabalho em altura toda
atividade executada acima de 2,00 m (dois
metros) do nível inferior, onde haja risco de
queda.
Em uma instalação elétrica também
podemos encontrar atividades de manutenção,
reparos, montagem, desmontagem, inspeções,
medições, limpeza, pintura, sendo realizadas em altura, como por exemplo,
atividades em linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, entre
outras atividades. Neste caso, devemos observar os requisitos de segurança e
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente nesta atividade que
são estabelecidos pela NR-35.
Para a realização de trabalhos em altura os trabalhadores deverão ser
capacitados pela empresa de acordo com o disposto na NR-35.
35.4.1.2. Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores
que exercem atividades em altura, garantindo que:
a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, devendo estar
nele consignados;
b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos
envolvidos em cada situação;
c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar
mal súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais.
35.4.1.2.1. A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no
atestado de saúde ocupacional do trabalhador.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 182
O estado de saúde do trabalhador, apesar de não ser o fator preponderante
nas causas de acidentes com quedas nos trabalhos em alturas, deve ser levado
em consideração e objeto de observação devidamente pesquisado por ocasião da
realização dos exames ocupacionais.
Condições como epilepsia, hipertensão, cardiopatia, vertigem, tonteira,
distúrbios no equilíbrio e coordenação motora como a labirintite, obesidade,
ansiedade, acrofobia, entre outras, podem ser apontadas como exemplo de
condições que predispõem a queda dos trabalhadores, seja no próprio nível como
também nos locais elevados.
Outros problemas de ordem sociológica também devem ser examinados
criteriosamente. Distúrbios no sono, alimentação inadequada, utilização de
medicação controlada, alcoolismo e consumo de drogas, fatores que nem sempre
são identificados na anamnese ocupacional, devem ser considerados. A NR-07
requer que os exames médicos estejam de acordo com a atividade específica da
função.
“35.4.3. Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da
atividade.
35.4.5. Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.
35.5.1. Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, acessórios e
sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados considerando-se
a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de
segurança, em caso de eventual queda.”
De acordo com a NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção e Reparação Naval, para a realização de trabalhos em
altura em embarcações ou navios, deve-se atender ao disposto no seguinte item
desta Norma:
“34.6.5.1. Na execução do trabalho em altura devem ser tomadas as
seguintes providências:
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 183
a) isolamento e sinalização de toda a área sob o serviço antes do início das
atividades;
b) adoção de medidas para evitar a queda de ferramentas e materiais,
inclusive no caso de paralisação dos trabalhos;
c) desenergização, bloqueio e etiquetagem de toda instalação elétrica aérea
nas proximidades do serviço;
d) instalação de proteção ou barreiras que evitem contato acidental com
instalações elétricas aéreas, conforme procedimento da concessionária local, na
inviabilidade técnica de sua desenergização;
e) interrupção imediata do trabalho em altura em caso de iluminação
insuficiente ou condições metereológicas adversas, como chuvas e ventos
superiores a 40Km/h, dentre outras.”
Para a execução de trabalhos em altura próximo à rede de distribuição,
deve-se verificar prioritariamente com a concessionária local a possibilidade de
desenergização da rede. Na impossibilidade de desenergização, adota-se as
medidas de proteção coletivas prevista na NR-10, tais como: isolação das partes
vivas, uso de anteparos, obstáculos, barreiras, seccionamento automático da
alimentação, bloqueio da religação automática, etc. Neste caso, os trabalhadores
deverão utilizar equipamentos de proteção individual adequados ao risco de
queda e ao risco de choque elétrico, de acordo com o nível de tensão.
Quando houver a necessidade de montar andaimes próximos à rede de
distribuição, deve-se respeitar as distâncias de segurança principalmente durante
as operações de montagem e desmontagem, e preferencialmente aterrar a
estrutura. Quanto aos procedimento de montagem, desmontagem, e trabalho
com a utilização de andaimes, observar os procedimentos para trabalho
estabelecidos pela NR-35.
Em casos de trabalhos em altura com a utilização de escadas, estas
deverão ser de fibras de vidro, pois não conduzem eletricidade. As escadas de
alumínio são condutoras de eletricidade. Quanto aos procedimentos de utilização
de escadas durante a execução das atividades, observar os procedimentos para
trabalho estabelecidos pela NR-35.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 184
AMBIENTES CONFINADOS 3.6.2.
De acordo com a NR-33 em seu item 33.1.2. Espaço Confinado é qualquer
área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua
meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para
remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
São exemplos de espaços confinados:
Caixas d’água;
Tanques;
Caixas subterrâneas;
Galerias;
Dutos;
Porão de navio;
Reatores;
Vasos de pressão;
Asas de aeronaves;
Silos;
Tubulações;
Trincheiras e túneis;
Caldeiras;
Decantadores;
Torres e chaminés.
Em ambientes classificados como espaço confinado pode haver a presença
ou a probabilidade de formação de uma atmosfera explosiva. Havendo a
presença de gases, vapores, névoas, poeiras ou fibras inflamáveis, oxigênio (que
se encontra presente no ar atmosférico) e uma fonte de ignição (chamas, calor,
centelhas, faíscas, acúmulo de eletricidade estática,etc.), ocorrerá a formação de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 185
uma mistura inflamável ou triângulo do fogo. Neste caso, o ambiente se tornará
uma Área Classificada devido a presença ou a probabilidade de formação de uma
atmosfera explosiva.
33.3.2.2. Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados
ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação
da Conformidade – INMETRO.
33.3.3.1. A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada
entrada.
33.5.3. É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços
confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho.
Em instalações industriais e ambientes onde existe a presença de espaços
confinados, devem-se adotar algumas medidas de segurança:
Avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de
trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro;
Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas
áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem
desempenhando as suas tarefas para verificar se as condições de
acesso e permanência são seguras;
Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;
Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e
etiquetagem;
Utilizar equipamento de leitura direta, intrisicamente seguro,
provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões
eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência;
Capacitar todos os trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com os espaços confinados, sobre seus direitos,
deveres, riscos e medidas de controle;
Não é permitida a realização de qualquer trabalho em espaços
confinados de forma individual ou isolada;
Proibir a ventilação com oxigênio puro.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 186
Podemos encontrar atividades com eletricidade em espaços confinados, tais
como:
Instalação, manutenção, inspeção e medição de equipamentos
elétricos em galerias subterrâneas de redes de distribuição;
Serviços com soldas elétricas;
Serviços em caixas subterrâneas;
Atividades no interior de porões de navios, tanques, tubulações,
entre outras.
Em todas as atividades com eletricidade executadas em espaços
confinados, devem ser adotadas medidas de proteção contra riscos elétricos, pois
o acúmulo de eletricidade estática, níveis elevados de tensão, faíscas e centelhas
provenientes de equipamentos elétricos, aquecimento de equipamentos e
componentes elétricos podem contribuir com a formação de uma atmosfera
explosiva. Sendo assim, a medida de segurança prioritária será a desenergização
ou supressão do agente de risco que determina a classificação da área.
A NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval, também faz referência a ambientes com espaço
em alguns de seus itens:
34.9.10. Os quadros de alimentação elétricos devem ser instalados fora do
espaço confinado com distância mínima de dois metros de sua entrada.
34.9.12. Somente deve ser utilizada alimentação elétrica em extra baixa
tensão.
ÁREAS CLASSIFICADAS 3.6.3.
Área na qual existe a probabilidade de formação ou existência de uma
atmosfera explosiva. A simbologia de área classificada é um triângulo na cor
amarela com a especificação Ex no seu interior.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 187
Atmosfera Explosiva
Atmosfera Explosiva é a mistura com o ar de substâncias combustíveis na
forma de gases, vapores, névoas, poeiras, ou fibras na qual após a ignição, a
combustão se propaga através da mistura remanescente.
SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS 3.7.
Substância combustível é o termo genérico usado para descrever
substâncias que podem formar atmosferas explosivas, tais como, gases
inflamáveis, líquidos inflamáveis ou combustíveis, poeiras e fibras combustíveis.
GÁS INFLAMÁVEL 3.7.1.
É aquele que, quando misturado com o ar em determinadas proporções,
forma uma atmosfera explosiva
LÍQUIDO INFLAMÁVEL 3.7.2.
É o líquido inflamável ou combustível que tem as seguintes características:
Emana vapor, em determinada temperatura, capaz de quando
misturado com o ar, em determinadas proporções, formar uma
atmosfera explosiva, ou que,
Quando pulverizado, suas gotículas, dispersas no ar em
determinadas proporções, formam uma atmosfera explosiva.
POEIRA OU FIBRA COMBUSTÍVEL 3.7.3.
São pequenas partículas que tem como características:
Dispersas no ar, em determinadas proporções, formam uma
atmosfera explosiva, ou que;
Quando se depositam, sob o efeito de seu próprio peso, podem
queimar ou se incandescer no ar.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 188
Conforme a NR-20:
Líquido inflamável é qualquer líquido que tenha ponto de fulgor
igual ou inferior a 60°C;
Líquido combustível é qualquer líquido que tenha ponto de fulgor
superior a 60°C e igual ou inferior a 93°C;
PONTO DE FULGOR 3.7.4.
É a menor temperatura na qual um líquido libera vapores em quantidades
suficientes para formar uma mistura inflamável e, na presença de uma fonte de
ignição, os vapores não mantém a chama.
Quanto mais baixo for o ponto de fulgor, maior pode ser a extensão da
Área Classificada. O ponto de fulgor não é aplicável a gases inflamáveis.
PONTO DE COMBUSTÃO 3.7.5.
É a menor temperatura na qual a mistura de vapor com o ar inflamado por
uma fonte externa de ignição continua a queimar constantemente acima da
superfície do líquido.
TEMPERATURA DE AUTO IGNIÇÃO 3.7.6.
É a menor temperatura na qual a atmosfera explosiva formada por um
determinado produto se inflama sem a necessidade de fagulha, chama, arco ou
faísca, mas apenas entrando em contato com uma superfície aquecida a partir
desse valor.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 189
IGNIÇÃO 3.7.7.
É a energia mínima que deve ser fornecida por uma chama, centelha
elétrica ou fonte de calor à uma mistura combustível para que esta possa iniciar
a propagação da combustão.
As fontes de ignição podem ser geradas por:
Faíscas geradas por equipamentos elétricos, tais como,
interruptores, botoeiras, tomadas, painéis elétricos, etc,;
Superfícies quentes de equipamentos elétricos e eletrônicos, tais
como, luminárias, motores, sensores, transmissores, etc.;
Correntes parasitas;
Aparelhos eletrônicos portáteis, tais como, telefones celulares e
máquinas fotográficas;
Chamas abertas;
Descargas atmosféricas;
Superfícies quentes, tais como aquecedores e tubulações de vapor
ou fluido térmico;
Calor radiante;
Cigarros acesos;
Corte e solda;
Ignição espontânea;
Calor de fricção ou faíscas;
Eletricidade estática;
Fornos, chaminés e equipamentos de aquecimento (fornalhas);
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 190
GERENCIAMENTO DE RISCOS 3.8.
O gerenciamento de riscos de explosões, conforme orienta a NBR 15662
deve considerar medidas preventivas para reduzir ou eliminar este risco e que
devem ser aplicadas na seguinte ordem:
Identificação do risco de explosão;
Controle da atmosfera;
Controle da ignição;
Controle dos danos.
A Classificação de Áreas, feita conforme normalização baseada na IEC
envolve o conhecimento dos produtos e avaliação técnica do processo, resultando
numa classificação real, de acordo com os riscos.
A certificação para equipamentos Ex, hoje compulsória no Brasil, está
baseada em ensaios de tipo com avaliação do sistema de qualidade ou em
ensaios de lote, através de OCP (Organismos Certificadores de Produtos)
acreditados pelo INMETRO.
O profissional que atua em áreas classificadas deve, conforme NR-10/2004,
ter qualificação adequada à sua atividade além de treinamentos específicos que
informem sobre os riscos.
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS 3.8.1.
É uma atividade multidisciplinar que depende de
informações do produto, do processo, da operação e da
segurança. Esta deve ser executada conforme as normas
NBR IEC 600.79-10 Atmosferas explosivas – Parte 10-1:
Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gás.
A classificação de áreas identifica os locais onde há o risco de explosão pela
ignição de uma atmosfera explosiva e tem como grande objetivo evitar o contato
de fontes de ignição com a atmosfera explosiva e servir como fonte de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 191
informação para a escolha dos equipamentos elétricos, representados por
motores, luminárias, tomadas, interruptores, painéis, auto-falantes, etc.
Junto com o símbolo de equipamentos para áreas classificadas teremos
informações do tipo de proteção, nível de proteção, grupo de explosividade,
classe de temperatura, índice de proteção e número de certificação do
equipamento.
Temperatura Máxima de Superfície é a temperatura mais elevada que é
atingida em serviço sob as condições mais adversas (porém dentro das
tolerâncias especificadas pela norma do seu tipo de proteção por qualquer parte
ou superfície de um equipamento em contato com uma atmosfera explosiva
capaz de causar sua ignição.
CLASSE DE TEMPERATURA 3.8.2.
É o sistema de classificação de equipamentos, com base na sua
temperatura máxima de superfície, relacionada com a atmosfera explosiva
específica do local onde este será instalado e usado.
A classe de temperatura é uma informação fornecida pelo fabricante por
meio da qual ele garante que o equipamento fornecido não atingirá uma
temperatura de superfície acima da classe em questão, mesmo em condição de
falha. Esta temperatura não deverá exceder a temperatura de ignição do produto
inflamável presente na área classificada.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 192
GRUPO DESCRIÇÃO
IGrisu (mistura de gases com predominância de
metano encontrada em minas subterrâneas)
IIAPropano, Butano, Gasolina, Acetona, Hexano, Gás
Natural, Benzeno, etc.
IIBEteno, Etanol, Formaldeído, Monóxido de carbono,
Gás Sulfídrico, etc
IIC Acetileno, Hidrogênio e Dissulfeto de carbono.
IIIAFibras: Rayon, Algodão, Sisal, Juta, Fibras de
madeira, etc
IIIBPoeiras não condutivas: Açúcar, Farinha de trigo,
Celulose, Vitamina C, etc
IIICPoeiras condutivas: Alumínio, Ferro - Manganês,
Carvão, Coque, Grafite, etc.
ABNT Descrição
Zona 0Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é
contínua, ou existe por longos períodos.
Zona 1
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é provável
de acontecer em condições normais de operação do equipamento
de processo.
Zona 2
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é pouco
provável de acontecer e se acontecer é por curtos períodos,
estando associado à operação anormal do equipamento de
processo.
GRUPO DE EXPLOSIVIDADE 3.8.3.
As substâncias inflamáveis na forma de gases e vapores são classificadas
de acordo com a IEC em três grupos: IIA, IIB e IIC de acordo com a sua
periculosidade. Esta classificação é de acordo com procedimentos experimentais
e baseadas no MIC (corrente mínima de ignição) e no MESG (interstício máximo
experimental seguro).
DEFINIÇÃO DE ZONAS 3.8.4.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 193
Tipo de proteção Simbologia
Equipamento à Prova de Explosão Ex D
Equipamento Pressurizado Ex P
Equipamento Imerso em Óleo Ex O
Equipamento Imerso em Areia Ex Q
Equipamento Imerso em Resina Ex M
Equipamento de Segurança Aumentada EX E
Equipamento Não Acendível Ex N
Equipamento Hermético Ex H
Equipamento de Segurança Intrínseca Ex I
Equipamento Especial Ex S
TIPOS DE PROTEÇÃO 3.8.5.
ÍNDICE DE PROTEÇÃO 3.8.6.
O Índice de Proteção é expresso por dois algarismos, conforme figura
abaixo
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 194
De acordo com a NR-10 em seus itens a seguir:
10.8.8.4. Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de
treinamento específico de acordo com o risco envolvido.
10.9.2. Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas
destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas
potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no
âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 195
10.9.3. Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular
eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de
descarga elétrica.
10.9.4. Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco
acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de
proteção como alarme e seccionamento automático para prevenir sobre tensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições
anormais de operação.
10.9.5. Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas
somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com
liberação formalizada, conforme estabelece o ítem 10.5 ou supressão do agente
de risco que determina a classificação da área.
A NR-33 também menciona áreas classificadas em seus itens:
33.3.2.2. Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados
ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação
da Conformidade – INMETRO.
33.3.2.4. Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio
ou explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento,
esmerilhamento, corte ou outros que liberem chama aberta, fascas ou calor.
UMIDADE 3.8.7.
A água como condutora de eletricidade pode ser o
caminho para correntes de fuga em instalações elétricas.
Sendo assim, os profissionais qualificados em elétrica estão
expostos aos riscos de eletroplessão quando utilizam roupas
molhadas, inclusive em caso de suor. Durante a execução de
trabalhos em locais úmidos ou encharcados, deve-se utilizar
tensão inferior a 24 V ou transformador de segurança (isola eletricamente o
circuito e impede correntes de fuga).
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 196
A exposição do trabalhador a umidade pode contribuir com o surgimento de
doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias
entre outras.
Todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser iniciado com
boas condições metereológicas, não sendo permitidos os trabalhos sob chuva,
neblina densa ou ventos. Podemos determinar a condição de umidade favorável
ou não com a utilização do termohigrômetro ou umedecendo levemente com um
pano úmido a superfície de um bastão de manobra, e aguardar durante
aproximadamente 5 minutos. Desaparecendo a película de umidade, há
condições seguras para execução dos serviços.
Sabemos que a existência de umidade no ar propicia a diminuição da
capacidade disruptiva do ar, aumentando assim os riscos de acidentes elétricos.
Devemos levar em consideração, também, que os equipamentos isolados a
óleo não devem ser abertos para manutenção em condições de umidade relativa
do ar elevada, pois o óleo isolante pode absorver a umidade do ar,
comprometendo, assim, suas características isolantes. Exemplo:
transformadores, disjuntores.
CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS 3.8.8.
Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são
normalmente acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas a partir do
aquecimento do solo pelos raios solares, que fazem o ar quente subir,
carregando com este as partículas de vapor, ou do encontro da massa de ar frio
com uma massa de ar quente.
O raio é uma descarga elétrica de grande
intensidade, sendo produzido por nuvens do tipo
“cumulonimbus”, que possui formato parecido
com uma bigorna e pode atingir 12 quilômetros
de altura e vários quilômetros de diâmetro. As
tempestades com trovoadas se verificam quando
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 197
certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade
do vento, etc.) fazem com que determinado tipo de nuvem se torne
eletricamente carregada internamente.
As descargas atmosféricas podem ser ascendentes (da terra para a nuvem)
ou descendentes (da nuvem para a terra), ou ainda entre nuvens. A principal
diferença entre relâmpagos e raios consiste em: o termo relâmpago refere-se a
qualquer descarga elétrica atmosférica, e raio é uma descarga que ocorre entre a
nuvem e o solo. Pode-se dizer que todo raio é um relâmpago, mas nem todo
relâmpago é um raio.
Quando o raio atinge o solo ou outro corpo em
contato com o solo, como árvores, as cargas se
propagam próximo à superfície em vez de seguirem
diretamente para as suas camadas mais profundas.
Essas correntes são responsáveis por causar a morte
de vários animais de uma só vez nas pastagens, pois a
corrente que está se propagando na superfície passa
por ele, uma vez que estão em contato com o solo. Se
o raio atingir uma região arenosa, ocorre a formação
de fulgurito (conhecido como pedra-de-corisco ou
pedra-de-raio), que é o resultado do aumento súbito da temperatura e
consequente fusão dos grãos de areia causada pela passagem da descarga
elétrica. Essa estrutura conserva o formato do raio que a originou em sua
passagem através do solo, com alguns centímetros de diâmetro, e podem ter
alguns metros de comprimento.
Para evitar falsas expectativas sobre os sistemas de proteção, faremos os
seguintes esclarecimentos:
O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível
tanto em relação às suas características elétricas como em relação
aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as
edificações, as pessoas ou animais;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 198
Nada pode ser feito para impedir a queda de uma descarga em
uma determinada região. Assim sendo, as soluções aplicadas
buscam somente minimizar os efeitos destruidores a partir de
instalações adequadas de captação e de condução segura da
descarga para a terra;
Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido
ao alto valor de sua corrente elétrica, que gera intensos campos
eletromagnéticos, calor, etc. O raio também pode provocar
sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de
telecomunicações, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de
transmissão de dados, etc.
Essa sobretensão é denomibnada Sobretensão Transitória. Por sua vez, as
sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas internas ou
de telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos,
além de poderem causar danos a pessoas e animais podem:
Provocar a queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou
danos a própria instalação elétrica interna e telefônica, entre
outras;
Reduzir a vida útil dos equipamentos;
Provocar enormes perdas devido a danos gerados em
equipamentos, etc.
As sobrecorrentes transitórias originadas de descargas atmosféricas podem
ocorrer de dois modos:
Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou
telefônica. Nesse caso, o raio tem umefeito devastador, gerando
elevados valores de sobretensões sobre os diversos circuitos;
Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1
mquilômetro de uma rede elétrica. A sobretensão gerada é de
menor intensidade do que a provocada pela discarga direta, mas
pode causar sérios danos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 199
Essa sobretensão induzida acontece quando uma parte da energia do raio é
transferida através de um acoplamento eletromagnético com uma rede elétrica. A
grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica que causam
danos a equipamentos é ocasionada pelas descargas indiretas.
PÁRA-RAIOS 3.8.9.
Um pára-raios é uma haste de metal, normalmente de cobre ou alumínio
destinado a proteção das edificações atraindo as descargas elétricas
atmosféricas, raios, para as suas pontas e desviando-as para o solo através de
cabos de baixa resistência elétrica. Como o raio tende a atingir o ponto mais alto
de uma edificação, o pára-raios é instalado no topo da
edificação.
Através do fenômeno eletrostático denominado poder das
pontas, que é a grande concentração de cargas elétricas que se
acumulam em regiões pontiagudas, quando o campo elétrico
nas vizinhanças da ponta do pára-raios atinge determinado
valor, o ar em sua volta se ioniza e se descarrega através de
sua ponta para o solo através de um condutor de baixa
resistividade que é enterrado no solo e rodeado de pó de
carvão.
Os pára-raios tradicionais protegem as estruturas, mas não podem evitar
os efeitos negativos da indução eletromagnética causada pela grande energia que
se transmite durante a descarga, de que todos os aparelhos existentes, tanto os
elétricos quanto os telefônicos, informáticos, eletrônicos, etc. se ressentem em
maior ou menor medida e que pode mesmo causar a sua completa destruição.
Podemos definir o pára-raios como um conjunto de elementos compostos
de um sistema de captação aérea (captores); sistema de descida, que liga o
captor ao aterramento e sistema de aterramento, por onde a descarga dissipará.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 200
A área de proteção de um pára-raios não é estática, é previamente definida
dependendo dos fatores dinâmicos, tais como:
A forma da estrutura a serem protegidas;
As massas metálicas e objetos metálicos na parte externa da
edificação;
Variações térmicas;
Intensidade do campo elétrico da região a ser protegida, etc.
Os principais métodos de proteção são:
Método Gaiola de Faraday
Este método consiste em instalar um sistema de captores formados por
condutores horizontais interligados em forma de malha, método muito utilizado
na Europa. É baseado na teoria de Faraday, segundo a qual, o campo no interior
de uma gaiola é nulo, mesmo quando passa pelos condutores uma corrente
muito alta, ou seja, é necessário que a corrente se distribua uniformemente por
toda a superfície. Quanto menor a distância entre os condutores da malha, mais
eficaz será a proteção.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 201
Método Franklin
Segundo a norma vigente, os pára-raios tipo Franklin são instalados para
proteger o volume de um cone, onde o captor fica no vértice e ângulo entre a
geratriz e o centro do cone, variando de acordo com o nível de proteção e a
altura da edificação. (NBR5419/2001)
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS 3.8.10.
ATMOSFÉRICAS
A instalação do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)
é uma exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT segundo a
norma NBR 5419/2001, e tem como objetivo evitar e/ou eliminar o impacto dos
efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões,
danos materiais e, até mesmo, risco a vida de pessoas e animais.
ABNT NBR 5419/2001
1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e
manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de
estruturas (definidas em 1.2), bem como de pessoas e instalações no seu
aspécto físico dentro do volume protegido.
FIGURA 4.2 PROJEÇÃO DO CONE DE PROTEÇÃO FIGURA 4.1 PARÁ RAIOS - TIPO
FRANKLIN
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 202
1.2 Esta Norma aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins
comerciais, industriais, agrícolas, administrativos ou residenciais, e as estruturas
especiais previstas no anexo A.
1.4 Esta Norma não contempla a proteção de equipamentos elétricos e
eletrônicos contra interferências eletromagnéticas causadas pelas descargas
atmosféricas.
Os SPDAs devem ser submetidos a inspeções visuais anualmente e
inspeções completas (de acordo com o nível de proteção requerido). Nessas
inspeções deverão ser identificadas eventuais irregularidades, e estas por sua vez
quando identificadas devem ser corrigidas imediatamente para garantir a
eficiência do sistema.
O relatório de medição de SPDA da instalação elétrica deve ser anexado ao
Prontuário de Instalações Elétricas (P.I.E.). A medição de SPDA deve ser
realizada ao menos uma vez por ano.
O SPDA é composto basicamente por três sub-sistemas: captor, condutor
de descida e aterramento.
Sistema de captores – tem como finalidade receber os raios, reduzindo a
probabilidade da estrutura receber diretamente o raio, deve ter a capacidade
térmica e mecânica suficiente para suportar o calor gerado no ponto de impacto,
assim como os esforços eletromecânicos resultantes.
Sistema de descida – tem como finalidade conduzir a corrente de descarga
do raio recebido pelo captor até o sistema de aterramento, reduzindo a incidência
de descargas laterais e de campos eletromagnéticos no interior do volume
protegido, e deve ter também a capacidade térmica e mecânica suficiente para
suportar o calor gerado pela passagem da corrente, e suportar a corrosão.
Sistema de aterramento – tem como finalidade dispersar no solo a corrente
recebida pelos captores e conduzidas pelos condutores até o solo, reduzindo
assim o risco de ocorrência de tensões de passo e de toque, deve resistir ao calor
gerado e ao ataque corrosivo dos diversos tipos de solo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 203
ANIMAIS PEÇONHENTOS 3.8.11.
São animais que por meio de um mecanismo de caça e defesa, são capazes
de injetar em suas presas uma substância tóxica produzida em seus corpos,
diretamente de glândulas especializadas (dente, ferrão, agulhão) por onde passa
o veneno. Eles são responsáveis por provocarem inúmeros acidentes domésticos,
em várias regiões brasileiras. São exemplos de animais peçonhentos: cobras,
aranhas, escorpiões, lacraias, taturanas, vespas, formigas, abelhas e
marimbondos
Os animais venenosos são aqueles que possuem um mecanismo que age
passivamente, ou seja, é preciso a interferência do predador para que o seu
veneno, na maioria dos casos presente na pele, seja ativado, como, por exemplo,
sapos e borboletas.
FIGURA 4.3 INSTALAÇÃO GENÉRICA DE SPDA EXTERNO EM UM PRÉDIO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 204
O trabalhador pode encontrar animais peçonhentos durante a execução de
atividades externas de construção, manutenção e supervisão em redes elétricas,
torres de transmissão, postes, subestações, usinas geradoras, leitura de
medidores, serviços de podas de árvores entre outros.
RESPONSABILIDADES 4.
As atividades e serviços executados em instalações elétricas implicam em
responsabilidades:
Civil;
Criminal;
Previdenciária;
Trabalhista
Conforme o ART.157 da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, cabe às
empresas:
Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho;
Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais;
Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelos órgãos
competentes;
FIGURA 4.16 SERPENTE
FIGURA 4.14 ESCORPIÃO FIGURA 4.15 ARANHA
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 205
Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Conforme o ART. 158 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, cabe aos
empregados:
Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem
como as instruções dadas pelo empregador;
Colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre segurança e
medicina do trabalho;
Usar corretamente o EPI quando necessário.
SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 4.1.
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho está regulamentado conforme dispositivo da Lei 6.514/77 – Portaria
3.214/78, especificado na Norma Regulamentadora NR 4.
A NR 4 estabelece a obrigatoriedade da existência do SESMT em todas as
empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta
dos poderes Legislativo Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, com a finalidade de promover a saúde
e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
O dimensionamento do SESMT vincula-se à graduação do risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento.
Para que o dimensionamento do SESMT atinja seus objetivos, é necessário
que a política visando a segurança e a saúde do trabalhador, seja bem definida e
garantida pelo apoio da administração e pela conscientização de cada trabalhador
da empresa em todos os níveis hierárquicos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 206
ATRIBUIÇÕES DO SESMT 4.1.1.
Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho no ambiente de trabalho e a todos os seus
componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a
controlar e reduzir os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
Determinar ao trabalhador a utilização de Equipamentos de
Proteção Individual – EPI, quando esgotados todos os meios
conhecidos de proteção coletiva para a eliminação do risco como
determina a NR 6 e se mesmo assim este persistir, adota-se o uso
de equipamentos de proteção individual desde que a
concentração, intensidade ou característica do agente assim o
exija;
Colaborar quando solicitado, nos projetos e na implantação de
novas instalações físicas e tecnológicas da empresa;
Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao
cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis às atividades
executadas pelos trabalhadores da empresa e/ou
estabelecimentos;
Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao
máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e
atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
Promover a realização de atividades de conscientização, educação
e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do
trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas
quanto de programas de duração permanente (treinamentos);
Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes
ocorridos na empresa ou estabelecimento, e todos os casos de
doença ocupacional, descrevendo a história e as características do
acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 207
características do agente e as condições dos indivíduos portadores
de doença ocupacional ou acidentado;
As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são
essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o
atendimento de emergência, quando se tornar necessário. A
elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes,
disponibilidade de meios destinados ao combate a incêndios e
salvamento, e de imediata atenção à vítima de qualquer outro tipo
de acidente estão incluídos em suas atividades.
CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 4.2.
Conforme determina a NR 5 as empresas privadas, públicas, sociedades de
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados devem constituir CIPA
por estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A CIPA é composta por representantes do empregador (designados) e dos
empregados (eleitos).
PENALIDADES PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL 4.3.
Homicío culposo;
Lesão corporal;
Lesão corporal de natureza grave;
Lesão corporal seguida de morte;
Lesão corporal culposa;
Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 208
CÓDIGO CIVIL 4.3.1.
Art.186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art.927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
§ Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente da culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 4.3.2.
Art. 18 - Diz-se o crime:
• I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;
• II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
Art. 121 Diz:
§ 3º, se o homicídio é culposo:
• Pena - detenção, de um a três anos.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 4.3.3.
• Art. 120 - Nos casos de negligência quanto às normas padrão de
segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a
Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 209
• Art. 121- O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por
acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de
outrem.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 4.3.4.
Acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no exercício do trabalho
prestado à empresa e que provocam lesões corporais ou perturbações funcionais
que podem resultar em morte ou na perda ou em redução, permanente ou
temporária, das capacidades do trabalhador.
São considerados acidentes de trabalho:
Doenças profissionais provocadas pelo trabalho. São exemplos,
problemas de coluna, audição, visão, cardíacos, etc;
Doenças causadas pelas condições de trabalho. São exemplos:
dermatoses causadas por cal e cimento ou problemas de
respiração causados pela inalação de poeira etc.;
Acidentes que acontecem na prestação de serviços, por ordem da
empresa, fora do local de trabalho;
Acidentes que acontecem em viagens à serviço da empresa;
Acidentes que ocorram no trajeto entre a casa e o trabalho ou do
trabalho para casa.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 210
COMPETÊNCIA DAS PESSOAS SEGUNDO A NBR 14.039 4.3.5.
Além das classificações anteriores, a NBR 14.039, em sua Tabela 12 -
Competência das pessoas, classifica as pessoas em 3 classes: Comuns,
Advertidas e Qualificadas.
PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 5.
O fogo é um fenômeno natural. Antes de seu controle pelo homem
somente ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como
raios e erupções vulcânicas. Hoje o fogo é utilizado em uma variedade enorme de
atividades caseiras e industriais.
Código Classificação Características Aplicação e exemplos
BA1 Comuns Pessoas inadvertidas
BA4 Advertidas
Pessoas suficientemente informadas ou
supervisionadas por pessoas qualificadas
de modo a lhes permitir evitar os perigos
que a eletricidade pode apresentar
Pessoal de manutenção
e/ou operação
trabalhando em locais de
serviço elétrico
BA5 Qualificadas
Pessoas que tem conhecimentos técnicos
ou experiência suficiente para lhes
permitir evitar os perigos que a
eletricidade pode apresentar
Engenheiros e/ou
técnicos trabalhando em
locais de serviço elétrico
fechados
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 211
QUÍMICA DO FOGO 5.1.
O fogo é a rápida oxidação de um
material combustível liberando calor, luz e
produtos de reação, tais como o dióxido de
carbono e a água. O fogo é uma mistura de
gases a altas temperaturas, formada em reação
exotérmica de oxidação, que emite radiação
eletromagnética nas faixas do infravermelho e
visível. Desse modo, o fogo pode ser entendido
como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão. Se
bastante quente, os gases podem se tornar ionizados para produzir plasma.
Dependendo das substâncias presentes e de quaisquer impurezas, a cor da
chama e a intensidade do fogo podem variar. O fogo em sua forma mais comum
pode resultar em incêndio, que tem o potencial de causar dano físico através da
queima.
Chamamos de fogo o resultado de um processo termoquímico muito
exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto químico orgânico como o
papel, a madeira, os plásticos, os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros,
susceptíveis a oxidação, em contato com uma substância comburente (oxigênio
da atmosfera, por exemplo) necessitam de uma energia de ativação, também
conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para inflamar o
combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada
a reação de oxidação, também denominada de combustão ou queima, o calor
desprendido pela reação mantém o processo em marcha.
Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e dióxido de
carbono), em altas temperaturas pelo calor desprendido pela reação química,
emitem luz visível. O resultado é uma mistura de gases incandescentes emitindo
energia, denominado chama ou fogo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 212
ELEMENTOS DA COMBUSTÃO 5.1.1.
A combustão é uma reação química exotérmica onde um material
combustível reage na presença de um comburente, geralmente acompanhada de
chamas e/ou brasas e/ou emissão de fumaça.
Portanto é necessária a presença de três elementos: combustível,
comburente e calor. Cada um dos elementos devem estar presentes no processo
dentro das proporções ideais. Caso a união dos três elementos seja feita de
forma indiscriminada poderemos não ter a produção do fogo.
Combustível
Qualquer substância sólida, líquida ou gasosa capaz de queimar. Quanto a
sua capacidade de liberar vapores inflamáveis são classificados como voláteis e
não voláteis.
Comburente
É a substância química oxidante capaz de alimentar a combustão. O mais
conhecido deles é o oxigênio encontrado na atmosfera que respiramos na
porcentagem de 21%.
Calor
Forma de energia que se transfere de um sistema para outro por uma
diferença de temperatura entre os dois. É capaz de produzir vapores inflamáveis
a partir dos corpos combustíveis. Também atua como fonte de ignição em meio a
uma atmosfera inflamável ideal. O calor não é a única fonte de ignição de um
incêndio. Podemos citar faíscas, descargas elétricas e energia estática como
outros exemplos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 213
TETRAEDRO DO FOGO 5.1.2.
A doutrina da moderna teoria do fogo já não trabalha mais com o
conhecido triângulo do fogo (combustível, comburente e calor). A ciência foi
capaz de verificar que o fenômeno da combustão é uma reação que se processa
em cadeia. Após o seu início, a combustão é sustentada pelo calor produzido
durante o processo da própria reação. Essa oxidação auto-sustentável dá o lugar
a um quarto elemento chamado de reação em cadeia.
Reação em Cadeia
Esta reação é sustentada pelo ciclo constante criado através do fenômeno
de pirólise (decomposição química de uma substância mediante ação do calor). O
calor irradiado agindo sobre o combustível provoca a sua decomposição em
partículas menores que ao liberarem vapores inflamáveis e se misturarem ao
oxigênio acabam se incendiando também e assim por diante criando um ciclo
autossustentável.
Ainda no estudo da teoria do fogo e sua evolução é importante também
conhecermos alguns pontos notáveis da combustão.
TEMPERATURA DE IGNIÇÃO 5.1.3.
É a temperatura em que os combustíveis começam a emanar vapores que
em contato com o ar, podem iniciar ou não uma combustão.
PONTO DE FULGOR 5.1.4.
É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores
em quantidade suficiente para formar com o oxigênio uma mistura capaz de se
inflamar a exposição de uma fonte externa de ignição. Se afastada essa fonte o
fogo cessa.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 214
PONTO DE COMBUSTÃO 5.1.5.
É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores
em quantidade suficiente para formar com o oxigênio uma mistura ideal, capaz
de se inflamar à exposição de uma fonte externa de ignição. Depois de afastada
essa fonte a queima continua.
PONTO DE AUTO-IGNIÇÃO 5.1.6.
É a menor temperatura na qual os gases desprendidos de um corpo
combustível entram em combustão pelo contato com o oxigênio existente no ar,
independente da existência de fonte externa de calor.
COMBUSTÃO COMPLETA 5.1.7.
Acontece quando o combustível ao se queimar, combina-se com o oxigênio
na proporção ideal (16% a 21%). Desta reação origina-se vários produtos como
o gás carbônico, água na forma de vapor e cinzas.
COMBUSTÃO INCOMPLETA 5.1.8.
Neste caso a concentração de oxigênio é muito baixa (8% a 15%). O
produto da reação agora é o monóxido de carbono. Nos combustíveis sólidos
haverá formação de brasas sem chamas.
MISTURA INFLAMÁVEL 5.1.9.
A mistura inflamável é representada pela faixa de explosividade que mede
a concentração mínima ou máxima de gases/vapores desprendidos de um
determinado corpo combustível que se misturados com o oxigênio na proporção
adequada pode criar uma atmosfera explosiva. Exemplos:
GLP: A mistura deve ser de 2% a 10% de GLP para 98% a 90% de
oxigênio.Gás natural: A mistura deve ser de 3,8% a 13% de GN para 96,2% a
87% de oxigênio.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 215
EXPLOSÃO 5.1.10.
É o fenômeno que ocorre devido a grande velocidade de propagação da
reação de combustão em um ambiente que não suporte a pressão gerada
(expansão de gases na combustão dentro de um local confinado). Seus principais
efeitos são o desenvolvimento de uma onda de choque, ruído, fragmentos e se
envolver produtos inflamáveis poderá liberar também calor e chamas.
ELETRICIDADE ESTÁTICA 5.1.11.
Em algumas operações nas atividades industriais pode ser gerado um
acúmulo de cargas elétricas perigosas as quais podem ser liberadas em
descargas eletrostáticas com energia suficiente para inflamar uma dada
atmosfera inflamável. A energia estática é o acúmulo de energia de um corpo em
relação a outro ou em relação à terra ao sofrerem um atrito.
Para ser uma potencial fonte de ignição quatro fatores devem estar
presentes: um meio efetivo de geração de eletricidade estática; um meio de
acumulação dessa energia; uma descarga; uma atmosfera inflamável.
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA 5.1.12.
Em alguns casos, materiais orgânicos entram em reações físico-químicas
(fermentação) quando misturados, ocorrendo à emissão de gases e geração de
calor que podem provocar a combustão sem que haja fonte externa de calor.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 216
PRODUÇÃO DE CALOR 5.1.13.
Normalmente o calor é produzido na natureza ou pelo homem nos
processos industriais da seguinte forma:
PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS 5.1.14.
A maioria das ocorrências de incêndios a bordo de plataformas é causada
por falhas humanas ou nos equipamentos. São situações como o
desconhecimento ou a não observância de procedimentos ou a não observância
de procedimentos de trabalho ou a manutenção deficiente dos equipamentos.
Também não podemos descartar as causas de origem da natureza.
Portanto, uma atenção maior deve ser dada aos seguintes fatos:
Descuido;
Ignorância;
Negligência;
Acidentes.
Exemplos de Causas de Incêndios:
Serviços de solda, cortes, esmerilhamento, etc.;
Superaquecimento ou curto circuito de equipamentos elétricos;
Armazenamento de produtos perigosos em local de risco;
Vazamento de produtos inflamáveis;
Superaquecimento de materiais inflamáveis;
Acúmulo de óleo de cozinha nos exaustores;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 217
Cigarros;
Trapos e estopas abandonados e embebidos de óleo ou graxa;
Acúmulo de óleo ou de lixo;
Mau tempo;
Ações criminosas.
MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO 5.2.
Uma vez permitido que o fogo queime sem controle, deveremos levar em
conta o eu mecanismo de transmissão de energia, ou seja, como ele se propaga
em meio ao ambiente.
São três os métodos de propagação do fogo: a condução do calor, a
convecção do calor e a radiação de energia. Cada modo de transmissão da
energia irá influenciar na manutenção, no crescimento do fogo, no tempo de
queima e no tamanho das chamas.
CONDUÇÃO 5.2.1.
É o método em que o calor (energia) é transmitido através de um corpo
sólido. Ex.: Incêndios envolvendo anteparas ou tubulações.
RADIAÇÃO 5.2.2.
É o método em que o calor (energia) é transmitido por meio de ondas em
todas as direções. Ex.: Incêndios com líquidos, sólidos e gases inflamáveis.
CONVECÇÃO 5.2.3.
É o método em que o calor (energia) é transmitido pela movimentação do
próprio material aquecido envolvido no incêndio. Ex.: Incêndios em vãos de
escadas, vãos de elevadores e dutos de ventilação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 218
NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE A INCÊNDIO 5.3.
Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto,
queimam de modos diferentes. Para melhor compreensão, são divididos em
quatro classes de incêndio, conforme o tipo de material.
CLASSES DE INCÊNDIO 5.3.1.
Classe A - incêndio em materiais sólidos, como madeira, papel e tecido,
etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: deixam resíduos quando
queimados (brasas, cinzas, carvão), e queimam em superfícies e em
profundidade.
Classe B - incêndio em líquidos inflamáveis, como óleo, gasolina,
querosene, etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: não deixam
resíduos quando queimados, e queimam somente em superfície.
FIGURA 6.11 CONDUÇÃO FIGURA 6.10 RADIAÇÃO FIGURA 6.12 CONVECÇÃO
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 219
Classe C - incêndio em equipamentos elétricos energizados, como
máquinas elétricas, quadros de força, etc. Ao ser desligado o circuito elétrico, o
incêndio passa a ser de classe A. Importante: não jogue água em fogo de classe
C (material elétrico energizado), porque a água é boa condutora de eletricidade.
Classe D - incêndio em metais que inflamam facilmente, como alumínio
em pó, magnésio, carbonato de potássio etc. Não jogue água neste incêndio, pois
na presença da água esses metais reagem de forma violenta.
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO 5.3.2.
A maioria dos incêndios começa com um pequeno foco, fácil de debelar.
Agente extintor é todo material utilizado para combater incêndio.
Conheça os métodos de extinção do fogo e evite que um incêndio se
transforme numa catástrofe em sua atividade econômica.
Em todo incêndio ocorre um reação de combustão, envolvendo quatro
elementos: o combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia. Os
métodos de extinção do fogo consistem em “atacar” cada um desses elementos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 220
Abafamento
Trata-se em reduzirr o oxigênio (comburente) da reação, por meio do
abafamento do fogo.
Resfriamento
Trata-se de diminuir a temperatura (calor) do material em chamas.
Isolamento (Retirada do Material)
Trata-se de retirar do local o material (combustível) que está pegando fogo
e também outros materiais que estejam próximos às chamas.
REAÇÃO EM CADEIA 5.3.3.
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das
chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se
combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um ciclo constante.
EMPREGO DOS EXTINTORES 5.3.4.
Os extintores são agentes de extinção de incêndio exigidos em todas as
edificações (pequenas ou grandes), portanto, escolhemos estes equipamentos
para detalhar sua utilização. Foram criados para combate de pequenos focos de
incêndio.
Os extintores portáteis, são aparelhos de pequena dimensão para estinguir
princípios de incêndio.
Atenção: há vários tipos de extintores de incêndio, cada um contendo uma
substância diferente e servindo para diferentes classes de incêndio. Vamos
conhecê-los.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 221
Extintor com Água Pressurizada
É indicado para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido, materiais
sólidos em geral). A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da
maneira como é aplicada.
Extintor de Espuma Mecânica
É indicado para incêndios de classe B - líquido Inflamáveis (gasolina, diesel,
álcool). A espuma age por abafamento e resfriamento. Podendo ser aplicado na
classe A.
Extintor com Gás Carbônico
Indicado para incêndios de classe C (equipamento elétrico energizado), por
não ser condutor de eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de
classes A (no início) e B.
Extintores Halogenados
Para incêndios de classe B e C.
Extintor com Pó Químico Seco
Indicado para incêndio de classe B (líquido inflamáveis). Age por
abafamento. Pode ser usado também em incêndio de classe C.
Extintor de Pó para Classes ABC
É o extintor mais moderno no mercado, que atende as classes de incêndio
A, B e C. O pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em materiais
sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados. É o extintor usado
atualmente nos veículos automotivos.
Extintor com Pó Químico Especial
Indicado para incêndios de classe D (metais inflamáveis). Age por vários
métodos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 222
DICAS DE SEGURANÇA 5.3.5.
Todos nós somos interessados e responsáveis por manter nossos lares e
locais de trabalho em segurança. Para isso, precisamos descobrir os riscos e
eliminá-los. É importante também conscientizar toda a família e os funcionários
da empresa em que trabalhamos.
Recomendações Preventivas Contra Incêndio e Acidentes.
Não use cestos de lixo como cinzeiros;
Não jogue pontas de cigarro pela janela, nem as deixem sobre
armários, mesas e prateleiras;
Não fume ao lidar com álcool, cera, parafina, solventes ou
material de limpeza em geral;
Respeite as proibições de fumar e acender fósforos em locais
sinalizados;
Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;
Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e
identificados;
Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização;
Desconecte-os da tomada;
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 223
Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas,
armazenando-os sempre na posição vertical e na embalagem
original;
Não improvise instalações elétricas, nem efetue consertos em
tomadas e interruptores sem que esteja familiarizado com isso;
Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização de
“plugues T” ou extensões. Procure um profissional com
conhecimento técnico;
Verifique, antes de concluir seu trabalho, se os equipamentos
elétricos estão desligados;
Observe as normas de segurança ao manipular produtos
inflamáveis ou explosivos;
Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à
prova de fogo.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 5.4.
Não ligue mais de um aparelho elétrico na mesma tomada. Se a corrente
elétrica está acima do que a fiação suporta, ocorre um superaquecimento dos
fios. Aí pode começar o incêndio. Não utilize fios elétricos descascados ou
estragados. Quando encostam um no outro, provocam curtos-circuitos e faíscas,
que podem ocasionar um incêndio. De tempos em tempos, faça uma revisão nos
fios dos aparelhos elétricos e na instalação elétrica da sua casa.
Se algum aparelho elétrico ou tomada apresentar defeito, não pense duas
vezes para mandar consertá-los. Não faça ligações provisórias. A fiação deve
estar sempre embutida em eletrodutos. Os quadros de distribuição devem ter
disjuntores. Se os dispositivos de proteção ainda forem do tipo chave-faca, com
fusíveis do tipo cartucho ou rolha, substitua-os por disjuntores. Caso note
aquecimento dos fios, desarmamento de disjuntores, queima de fusíveis, chame
um técnico qualificado para fazer uma revisão. Toda instalação elétrica tem de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 224
estar de acordo com a NBR-5410 da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). Um simples curto-circuito pode causar uma grande tragédia.
Obs: Com o tempo, o material isolante dos fios fica resecado e passam de
isolantes a condutores.
Primeiros Socorros
São ações imediatas aplicadas às vítimas em situação de emergência
(acidentes ou mal súbito), no local em que ocorreram ou se manifestaram, e que
tem por finalidade manter a vida até a chegada do socorro qualificado.
Considera-se trauma qualquer lesão caracterizada por uma alteração
estrutural fisiológica resultante da ação de um agente externo, que causa a
exposição a determinadas energias, como mecânicas, térmicas ou elétrica.
Considera-se mal súbito a indisposição física que surge repentinamente
como por exemplo o desmaio ou alguma indisposição relacionada a alterações do
metabolismo humano.
Chama-se socorrista a pessoa que está habilitada à prática dos primeiros
socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos que o
capacitaram para esse desempenho.
As características básicas a um socorrista são:
Ter bom senso, compreensão, tolerância e paciência;
Saber planejar e executar suas ações;
Ter iniciativa e atitudes firmes.
A grande maioria dos acidentes pode ser evitada, porém, quando eles
ocorrem, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar
complicações futuras e até mesmo salvar vidas.
O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter
a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a
importância de um atendimento especializado. Além disso, certifique-se de que
há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para
você.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 225
Ao entender o que se passa com a vítima, o socorrista tem aptidão para
diagnosticar os ferimentos ocultos e investigar todo o tipo de ferimento existente.
De nada adianta ao socorrista identificar a lesão ou o trauma se não souber o
que fazer após a identificação; por isso a necessidade de se ter pessoal
qualificado para tais situações.
Os princípios básicos do atendimento de emergência estão baseados em
três ERRES:
Rapidez no atendimento;
Reconhecimento das lesões;
Reparação das lesões.
Em uma abordagem devemos nos preocupar com as seguintes situações
que são bem complicadas, porém essenciais em primeiros socorros urgência e
emergência.
Emergência é quando há uma situação crítica ou algo iminente, com
ocorrência de riscos. No âmbito da medicina, é uma circunstância que necessita
de atendimento imediato, pois há risco de morte;
Urgência é quando há uma situação que não pode ser adiada, onde o
adiamento pode gerar o agravo dos riscos, contudo constitui uma situação menos
imediatista, ou seja, não tem risco de morte.
RISCOS DA ELETRICIDADE EM NOSSO ORGANISMO 5.5.
Acidentes envolvendo eletricidade são bastante comuns, pois muitas vezes
os perigos da energia elétrica são subestimados por não serem visíveis.
Os riscos são inúmeros e vão desde a simples queimaduras até
carbonização total dos tecidos e órgãos. Por isso é muito importante prevenir-se
dos riscos antes de iniciar qualquer atividade que envolva eletricidade.
Antes de expor os efeitos da eletricidade em nosso organismo, cabe
descrever os fatores associados a ela, pois estes podem gerar diferentes lesões
de um indivíduo para outro. Os efeitos mais expressivos são: trajeto e
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 226
intensidade que a eletricidade perfaz no corpo humano, tempo de exposição e o
tipo de corrente elétrica aplicada; importante ressaltar que a resistência
oferecida à passagem dessa corrente também é um fator muito importante.
TRAJETO DA ELETRICIDADE EM NOSSO CORPO 5.5.1.
A partir da avaliação do trajeto que a eletricidade fez no corpo da vítima
podemos ter uma noção das prováveis lesões que a mesma poderá apresentar. O
maior perigo é que esta corrente passe pelo coração em intensidade igual ou
superior a 15mA por um período superior a ¼ de segundo, pois desta forma
ocorrera a desordem dos impulsos elétricos cardíacos, ou arritmia cardiaca.
RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO 5.5.2.
A resistência varia de acordo com o conteúdo de eletrólitos e água dos
tecidos do corpo pelo qual a eletricidade está sendo conduzida. A resistência dos
tecidos aumenta progressivamente, partindo do nervo para o sangue, vasos,
músculo, pele, tendões, tecido adiposo e ossos. Os vasos sanguíneos, músculos e
nervos têm alto teor de eletrólitos e de água, apresentando assim uma baixa
resistência à passagem da eletricidade; em contrapartida, o osso possui a maior
resistência, o que gera, dessa forma, mais calor quando comparado a outros
tecidos.
A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma
resistência de 100.000 Ohms a 600.000 Ohms à passagem da energia elétrica,
ocorrendo variação em função das diferentes espessuras de pele. A resistência
oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculo e demais
tecidos comparativamente a resistência da pele é bem baixa, medindo em média
300 Ohms e apresentando um valor máximo de 500 Ohms.
Quando úmida, condição facilmente encontrada nas atividades práticas, a
resistência da pele é de em média, 1.000 Ohms. A energia elétrica de alta
voltagem, rapidamente rompe a pele, reduzindo a resistência do corpo para
apenas 500 Ohms.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 227
Abaixo seguem exemplos da resistência da pele sendo que os 2 primeiros
casos referem-se à baixa voltagem (corrente de 120 volts) e o terceiro, à alta
voltagem:
Corpo seco: 120 volts/100000 ohms = 0,0012 A = 1,2 mA (o
indivíduo leva apenas um leve choque);
Corpo molhado: 120 volts/1000 ohms = 0,12 A = 120 mA
(suficiente para provocar uma fibrilação ventricular);
Pele rompida: 1000 volts/500 ohms = 2 A (parada cardíaca e
sérios danos aos órgãos internos).
Após conhecermos os efeitos associados a eletricidade, podemos descrever
os principais riscos decorrentes da eletricidade em nosso organismo.
Todas as atividades biológicas do corpo são estimuladas ou controladas por
impulsos elétricos. Se essa energia elétrica interna (fisiológica) somar-se a uma
outra energia elétrica de origem externa, ocorrerá no organismo uma alteração
das funções vitais normais que pode levar o indivíduo à morte.
Os principais efeitos que a energia elétrica externa produz no corpo
humano são: tetanização, queimaduras e complicações cardiorrespiratórias,
assuntos esses que serão detalhados mais adiante.
TETANIZAÇÃO 5.5.3.
É a paralisia muscular provocada pela circulação de corrente elétrica
através dos nervos que controlam os músculos. As frequências usuais de 50 e 60
Hz são suficientes para causar uma tetanização completa. A energia elétrica
externa supera os impulsos elétricos que são enviados pela mente e os anula,
podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro. De nada vale, nesses casos, a
consciência do indivíduo e a sua vontade de interromper o contato. Estudos
mostram que para uma grandeza, em corrente alternada de 50 a 60 Hz, o valor
do limite de largar (valor máximo de corrente que uma pessoa, tendo à mão um
objeto energizado, pode ainda largá-lo) em mulheres se situam entre 6 e 14 mA
(média de 10 mA) e entre homens 9 e 23 mA (média de 16 mA). Em corrente
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 228
CORRENTE REAÇÃO
Abaixo de 1 mA Geralmente não é perceptível
1 mA Leve formigamento
5 mA
Um pequeno choque é sentido, não dolorido,
mas incômodo. A maioria das pessoas
consegue largar. Forte reação involuntária
pode levar a lesões
6 a 25 mA (mulher)Choque doloroso. Perda de controle
muscular.
9 a 30 mA (homem)
Limite de largar. O indivíduo pode ser
impulsionado para longe da fonte de energia,
se o músculo extensor for estimulado.
50 a 150 mADor extrema, parada respiratória, contração
muscular grave. Pode levar a morte.
1.000 a 4.300 mA
Cessa o batimento cardíaco ritmado. Ocorre
contração muscular e dano ao nervo. Morte
provável.
10.000 mAParada cardiorrespiratória. Queimaduras
graves. Morte presumível.
contínua, foram encontrados os valores médios de 51 mA em mulheres e 76 mA
em homens.
Correntes inferiores ao limite de largar, mesmo as mais baixas, embora
não produzam alterações graves no organismo, podem dar origem a contrações
musculares violentas e, indiretamente, causar acidentes como queda, gerando
traumatismos múltiplos.
Correntes superiores ao limite de largar, mas com pouca intensidade,
podem causar uma parada respiratória se esta for de longa duração. Essas
correntes produzem sinais de asfixia devido a contração dos músculos ligados à
respiração e/ou à paralisia dos centros nervosos que comandam a função
respiratoria. Se a corrente permanece, o indivíduo perde a consciência e evolui
para óbito por asfixia.
A tabela abaixo apresenta uma relação entre a quantidade de corrente
recebida e a reação, quando uma corrente flui em uma pessoa de no mínimo 50
quilos, sendo o trajeto da mão ao pé por apenas um segundo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 229
DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS E PRIORIZAÇÃO DO 5.6.
ATENDIMENTO
O atendimento inicial tem como objetivo principal em APH (Atendimento
Pré Hospitalar) a identificação rápida da situação em que a vítima se encontra,
devendo ser rápido na ação, organizado e eficiente.
Para isso, dividimos o atendimento inicial em quatro etapas seqüenciais:
AVALIAÇÃO DA CENA E BIOSSEGURANÇA 5.6.1.
É a primeira etapa e a mais importante no atendimento inicial à vítima,
pois essa avaliação fornece informações muito úteis ao socorrista como:
Segurança do local;
Mecanismo da lesão;
Número de vítimas;
Prováveis lesões da vítima.
Após ser feita a avaliação do local, o socorro especializado deve ser
chamado e para este devem ser repassadas o maior número de informações
pertinentes possíveis, tais como local do acidente, segurança do local, se há ou
não necessidade de auxilio de outros setores (ex.: desligar a eletricidade do
local), mecanismo da lesão, número de vítimas, estado geral dessas vítimas,
entre outros.
Na área de saúde, biossegurança é o conjunto de ações destinadas a
prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos inerentes à exposição de
microorganismos que possam vir a provocar algum tipo de infecção.
São diversos os materiais/equipamentos de biossegurança, porém os
fundamentais ao se prestar um primeiro atendimento em qualquer vítima são:
luvas de procedimento, óculos de segurança e equipamentos para ventilação com
válvulas anti-refluxo.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 230
ABORDAGEM PRIMÁRIA 5.6.2.
Nesta etapa serão identificadas as vítimas que terão prioridade de
atendimento, avaliando-se o nível de consciência da(s) vítima(s), estabilização de
cervical, obstrução de vias aéreas, respiração, circulação com controle de
hemorragias e o estado neurológico/ desfibrilador, constituindo assim o ABCD.
O atendimento deve ser priorizado em dois momentos: ao observar o
número de vítimas que estão no local da emergência e ao observar as lesões de
uma dessas vítimas. Quando observamos o número de vítimas, a prioridade do
atendimento está voltada para a vítima inconsciente, pois esta apresenta
relaxamento muscular e esta condição leva a obstrução da via aérea superior
(devido a queda da língua), além do fato que a inconsciência é um dos sinais de
parada cardiorresspiratória.
ABORDAGEM SECUNDÁRIA 5.6.3.
Nesta etapa será feita uma avaliação geral da vítima (da cabeça aos pés)
em busca de lesões não-aparentes. Essa abordagem é feita pela equipe
especializada.
Todos os segmentos do corpo devem ser examinados sempre na mesma
ordem: Crânio, Face, Pescoço, Tórax, Abdômen, Quadril, Membros Inferiores,
Membros Superiores e Dorso.
FIGURA 7.4 AMBU FIGURA 7.3 POCKET MASK FIGURA 7.2 ÓCULOS
FIGURA 7.1 LUVAS
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 231
SINAIS VITAIS E ESCALA DE TRAUMA 5.6.4.
Os sinais vitais da vítima devem ser monitorados por todo tempo, pois
dependendo da situação que a vítima se encontra, seus sinais vitais podem
alterar-se repentinamente. Os sinais vitais são: batimentos cardíacos (pulso),
movimentos respiratórios, pressão arterial e temperatura corporal; por falta de
material adequado, pode ser que os sinais vitais só sejam aferidos com precisão
pelo socorro especializado.
A escala de trauma é feita para observar o nível de gravidade das lesões
nos diferentes sistemas do corpo, sendo a mesma realizada pela equipe de
socorro especializado.
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 5.6.5.
Consciência é o entendimento e a pecepcao do que esta ao nosso redor.
Inconsciência é o estado em que a pessoa não consegue pensar, observar
ou interagir com o mundo exterior e pode ser uma situação que põe a vida em
risco. É o resultado da interrupção da atividade normal do cérebro. O nível de
consciência pode ser avaliado testando a resposta da vitima a estímulos verbais
ou de dor.
O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na
oxigenação e/ou na perfusão cerebral ou um trauma direto ao cérebro. A
alteração do nível de consciência implica em necessidade imediata de reavaliação
da ventilação, da oxigenação e da perfusão. Álcool e/ou outras drogas também
podem alterar o nível de consciência da vítima. No entanto, excluídas hipóxia
(baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos) e hipovolemia (diminuição dos
fluidos corporais, geralmente ocasionada por perda de sangue), toda alteração do
nível de consciência deve ser considerada como originaria de um lesão ao
sistema nervoso central até que se prove ao contrário.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 232
ESTÍMULO RESPOSTA NÍVEL AÇÃO
Reação a som.
Conversa normal.
Resposta confusa.
Impressão confusa.
Checar abertura de
vias aéreas e
respiração.
Posição para
recuperação.
Alerta médico.
Sem reação a som.
Checar abertura de
vias aéreas e
respiração.
Sem reação a dor.Posição para
recuperação.
Alerta médico.
D - DOR Alguma reação a dor. Reduzido
I - INCONSCIENTE Inconsciente
A - ALERTA Normal Alerta médico.
V - VOZ Reduzido Alerta médico.
A avaliação do nível de consciência pode ser realizada utilizando o
protocolo AVDI e sempre observando a reação da vítima ao realizar cada
estímulo.
ABERTURA DE VIAS AÉREAS 5.6.6.
É a manobra mais eficaz para evitar a queda de língua, uma das principais
causas de parada respiratória nas vítimas em geral. Os indivíduos inconscientes
têm relaxamento de toda musculatura, inclusive daquela que sustenta a língua. O
socorrista pode reverter essa condição, através de manobras manuais. O simples
posicionamento da cabeça e do pescoço para a posição anatômica desloca a
língua da parede posterior da faringe.
Sua técnica é bem simples, basta colocar uma de suas mãos na testa da
vítima e a outra abaixo do queixo da mesma e inclinar a cabeça para trás.
O ideal é que esta manobra só seja realizada em vítimas de mal súbito, nas
vítimas de trauma só em último caso (ex.: vômito, afogamento), pois esse
procedimento pode causar lesões ou agravar o estado da mesma.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 233
ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL 5.6.7.
A coluna vertebral é formada por 33 vértebras interligadas por ligamentos,
os discos intervertebrais, que permitem a limitação dos movimentos.
Tratando-se de lesões na coluna vertebral, consideram-se mais graves
aquelas próximas ao crânio, como lesões na coluna cervical.
A coluna cervical permite movimentos em três eixos e três planos de
movimentos. São eles: Flexão/extensão, inclinações e rotações. A coluna cervical
possui 7 vértebras, constituindo as 2 primeiras – atlas e áxis – (C1 e C2,
respectivamente) e as 5 restantes (C3 a C7).
Para estabilizar adequadamente a coluna cervical e dessa forma, diminuir
os riscos de agravos da lesão é recomendado que utilize-se o colar cervical; o
mesmo além de garantir a estabilização irá ajudar a manter as vias aéreas da
vítima abertas.
Para colocação do colar cervical em um ambiente pré-hospitalar, a equipe
padrão deve conter no mínimo 2 socorristas. A denominação é socorrista 1, 2 ou
1º, 2º. O socorrista 1 deverá ser o mais experiente enquanto que pessoas menos
experientes ficam nas demais posições para realizar as movimentações da
vítima.
Quanto ao tamanho dos colares cervicais, para adulto dividem-se em PP, P,
M e G; podendo os mesmos ser diferenciados pela cor dos tirantes.
TAMANHO COR
PP Lilas
P Azul
M Laranja
G Verde
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 234
MEDIÇÃO E COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL 5.6.8.
É importante o uso do tamanho apropriado, o colar muito pequeno pode
não prover a estabilização adequada e o colar muito grande poderá levar a
hiperextensão cervical na vítima. A escolha do tamanho ideal é feita calculando-
se a distância entre o ombro, onde o colar ficará apoiado e a base do queixo,
esse tamanho pode ser encontrado utilizando os dedos.
Após medir o tamanho do pescoço da vítima, deve-se escolher o colar
adequado e isto é feito medindo a distância entre o ponto de referência do colar
e a borda inferior do plástico rígido e não até o acolchoado de espuma.
Para colocação do colar, o socorrista 1 deve primeiramente estabilizar a
cervical com as nãos, usando quatro pontos de apoio com os cotovelos apoiados
na coxa ou no chão, colocando suas mãos na testa da vítima, fazendo uma leve
tração e trazendo a cabeça para a posição neutra, realizando a estabilização da
coluna cervical e nunca largar a cabeça da vítima. Com a cabeça em alinhamento
neutro, o socorrista 2 começa a passar o colar do lado direito da vítima em
direção ao lado esquerdo da mesma e ao fechar deve-se deixar o colar bem
ajustado na vítima.
SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 5.7.
O sistema cardiovascular e o sistema respiratório estão intimamente
ligados, uma vez que é o sangue que transporta o oxigênio a todas as partes do
corpo humano onde ele é necessário.
SISTEMA RESPIRATÓRIO 5.7.1.
Na linguagem popular, respiração é o ato de inalar e exalar ar através das
vias aéreas (boca e cavidades nasais) para se realizar as trocas gasosas ao nível
dos pulmões. Do ponto de vista fisiológico, respiração é o processo pelo qual um
organismo vivo troca oxigênio e dióxido de carbono com o seu meio ambiente
para oxigenar as suas células e equilibrar o pH do sangue com a eliminação de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 235
dióxido de carbono excedente; é através deste processo que as células
conseguem a energia necessária para a manutenção da vida.
O sistema respiratório é constituído pela cavidade nasal que filtra, aquece e
umedece o ar; pela nasofaringe, por onde o ar passa para a garganta; pela glote,
que impede a passagem de alimentos nos pulmões; pela laringe onde se dá a
produção de sons; pela traquéia, pelos brônquios; pelos bronquíolos; pelos
alvéolos, que são sacos aéreos onde se realizam as trocas gasosas; e pelo
diafragma, músculo localizado abaixo dos pulmões e indiretamente responsável
pelos movimentos pulmonares, pois a partir
da contração e do relaxamento desse
músculo, as costelas irão se expandir e
contrair, realizando os movimentos
pulmonares.
Em situações normais a freqüência
respiratória desejável varia de 12 a 20
movimentos respiratórios por minuto.
Em caso de necessidade a ventilação pulmonar pode ser realizada por um
dispositivos de biossegurança (Ambu ou Pocket mask) ou feita de forma natural,
realizando-se o boca-boca, porém este ato não é recomendado devido ao risco de
contaminação.
Ao ventilar uma vítima devemos observar se as vias aéreas encontram-se
permeáveis e durante a ventilação observar se o tórax da vítima está
expandindo. Caso não haja expansão torácica, pode ser que a vítima esteja com
obstrução de vias aéreas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 5.7.2.
O sistema cardiovascular é constituído por um órgão impulsionador -
coração - e por vasos sanguíneos que transportam o sangue. Os vasos
sanguíneos estão distribuídos de tal modo que, continuamente, levam o sangue
do coração aos tecidos, voltando, em seguida, ao coração.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 236
Os vasos sanguíneos dividem-se em artérias, veias e vasos capilares. As
artérias são vasos que levam sangue do coração para o corpo; as veias são vasos
que trazem o sangue de volta para o coração e os vasos capilares constituem o
final das artérias e através desses as artérias e veias se ligam.
O coração é um órgão musculoso com o tamanho aproximado de uma mão
fechada. Está localizado entre os pulmões e tem a parte inferior virada para a
esquerda. A maior parte do coração é constituída por tecido muscular cardíaco, o
miocárdio.
Para bombear todo o sangue necessário à circulação sanguínea, os
músculos cardíacos têm de se contrair - sístole - e de se relaxar - diástole -
ritmadamente. Estes batimentos do coração ocorrem, normalmente, de 60 a 100
vezes por minuto.
O sangue é responsável por transportar oxigênio e outras substâncias para
alimentar as células do organismo, levar hormônios de um lugar a outro do nosso
corpo, além de transportar substâncias que devem ser eliminadas do organismo.
Durante sua trajetória pelo corpo, o sangue é filtrado pelos rins, deixando neste
órgão detritos das células. Ao regressar, ele carrega gás carbônico que absorveu
das células, uma vez que, em seu lugar, deixou o oxigênio.
Após este processo, o sangue retorna ao coração, através das veias, que o
transportam sem oxigênio. Para melhorar a qualidade sanguínea, o coração envia
o sangue aos pulmões, para que, desta forma, o gás carbônico seja trocado pelo
oxigênio, e, em seguida, o impulsiona de volta ao corpo.
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR 5.8.
O coração é controlado por impulsos elétricos. No entanto, se à atividade
elétrica fisiológica normal acrescenta-se uma corrente elétrica de origem externa
(por exemplo na situacao de choque eletrico) e, muitas vezes, maior que a
corrente biológica, é fácil imaginar o que ocorre com o equilíbrio elétrico do
corpo. As fibras do coração passam a receber sinais elétricos excessivos e
irregulares e as fibras ventriculares ficam super estimuladas de maneira caótica e
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 237
passam a contrair-se desordenadamente (uma independente da outra), de modo
que o coração não possa mais exercer sua função de bombeamento do sangue.
A fibrilação ventricular é a responsável por muitas mortes decorrentes de
acidentes elétricos, na qual as fibras musculares do ventrículo vibram
desordenadamente, estagnando o sangue dentro do coração. Dessa maneira, não
há irrigação sanguínea pelo corpo, a pressão arterial cai a zero e o indivíduo fica
inconsciente.
A pulsação do coração faz com que o sangue circule por todo o corpo.
Quando o coração não funciona corretamente ou para, o sangue que conduz
oxigênio e nutrientes não chega aos tecidos e aos órgãos, fazendo com que
órgãos vitais como coração, pulmão e cérebro parem de funcionar por falta de
energia.
Parada cardiorrespiratória ou PCR é a interrupção da circulação sanguínea
que ocorre devido uma interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos
ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes e como consequencia desta
interrupção, também ocorre a parada respiratória.
A parada cardiorrespiratória pode acontecer na presença de três arritmias
cardíacas diferentes: Fibrilação Ventricular (caracterizada por um ritmo cardíaco
rápido, irregular e ineficaz); Assistolia (ausência de ritmo cardíaco, interrupção
da atividade elétrica do músculo cardíaco); Atividade Elétrica sem pulso
(presença de atividade elétrica no músculo cardíaco, não há circulação sanguínea
e os batimentos cardíacos são ineficazes).
A parada cardiorrespiratória pode ser de diferentes causas, como doenças
coronarianas - infarto do miocárdio, miocardiopatia dilatada entre outros;
podendo também ser ocasionada por choque elétrico.
A fibrilação ventricular ou assistolia é a principal causa de óbito após a
lesão elétrica. A fibrilação ventricular pode ocorrer como resultado direto do
choque elétrico, principalmente a corrente alternada. A exposição à corrente
contínua frequentemente irá gerar parada cardiorrespiratória causada por
assistolia.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 238
A parada cardiorrespiratória também pode ser conseqüência de uma
parada respiratória, pois não conseguimos manter um ritmo cardíaco eficaz se
não houver respiração (o oxigênio é o combustível das nossas células); essa
parada respiratória pode ser causada devido a passagem da corrente elétrica
pelo cérebro gerando desta forma a inibição da função do centro respiratório,
contração tetânica (paralisia muscular provocada pela circulação de corrente
através dos nervos que controlam os músculos) do diafragma e da musculatura
torácica e paralisia prolongada dos músculos respiratórios.
O diagnóstico da parada cardiorrespiratória pode ser obtido através da
confirmação da ausência de pulso nas grandes artérias e dos movimentos
respiratórios; além de inconsciência; cianose (cor arroxeada dos lábios e unhas);
dilatação das pupilas – estas nem sempre estão presentes.
Os Sinais de PCR (Parada Cardiorrespiratória) são:
Inconsciência;
Ausência de pulso nas grandes artérias;
Apnéia ou respiração ofegante;
Midríase (dilatação das pupilas).
CHECAGEM DE PULSO 5.8.1.
Os dedos devem se posicionados conforme
a ilustração ao lado e devem pressionar a artéria
carótida durante 5 - 10 segundos para verificar o
pulso, porque ele pode estar presente, mas de
difícil detecção. Caso você não sinta nenhuma
pulsação, há uma parada cardíaca confirmada.
Juntamente com a verificação dos
batimentos cardíacos podem ser verificados os movimentos respiratórios da
vítima observando-se se seu tórax se eleva.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 239
Diante de uma vítima inconsciente, sem respiração e sem pulso, comece
imediatamente as manobras para Reanimação Cardiopulmonar - RCP.
As conseqüências da uma para cardiorrespiratória (PCR) podem ser
enormes. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos
órgãos. Após alguns minutos, as células mais sensíveis começam a morrer. Os
órgãos mais sensíveis á falta de oxigênio são cérebro e coração. Lesão cerebral
irreversível ocorre geralmente após quatro a seis minutos de hipóxia.
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP 5.9.
Após constatar que a vítima está em parada cardiorrespiratória, devemos
iniciar imediatamente o protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP)
No Brasil, atualmente seguimos o protocolo de RCP de acordo com as
Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA) para Reanimação
Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Esse
protocolo foi desenvolvido para que os profissionais que executam a reanimação
possam se concentrar na ciência da reanimação.
As Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE enfatizam, mais uma vez, a
necessidade de uma RCP de alta qualidade que incluem: compressão torácica,
abertura das vias aéreas e respiração. Nesse contexto seguimos as orientações
abaixo.
Frequência da compressão: De 100 a 120/minuto compressões
cardíacas;
Profundidade da compressão external: 2 polegadas (5 a 6 cm), em
adultos, e de, no mínimo, um terço do diâmetro anteroposterior
do tórax, em bebes e crianças (aproximadamente, 1,5 polegada [4
cm] em bebes e 2 polegadas [5 cm] em crianças);
Retorno total do tórax após cada compressão;
Minimização das interrupções nas compressões torácicas;
Evitar excesso de ventilação.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 240
Outro fator importante é o
posicionamento apropriado da vítima e do
socorrista.
Para realizar uma RCP de alta qualidade,
a vítima deve estar deitada sobre uma
superfície firme e estável e com o tórax para
cima. O socorrista deve localizar o ponto
correto para iniciar as compressões (trace uma linha imaginária entre os mamilos
da vítima e outra no meio do tórax, o ponto correto é no encontro das duas
linhas; também pode-se verificar o ponto da compressão baseando-se no braço
da vítima, leve o braço próximo ao corpo e trace uma linha imaginária no espaço
entre o ombro e o cotovelo e outra no meio do tórax, o ponto correto é no
encontro das duas linhas). O socorrista deve estar com as mãos sobrepostas; os
dedos entrelaçados, para evitar o deslizamento das mesmas; os braços
esticados; com o tórax em cima do tórax da vítima; de preferência com os quatro
pontos de apoio no chão, mantendo sempre o corpo firme.
C – CIRCULACAO (CIRCULATION) 5.9.1.
Caso o socorro especializado não tenha sido chamado, isto deve ser feito
imediatamente, antes de iniciar a RCP.
As compressões podem ser continuas ou alternadas por ventilações. Isso
se dá de acordo com a disponibilidade dos recursos humanos e materiais. Caso
o(s) socorrista(s) não tenha disponibilidade para ventilar a vítima, o(s) mesmo(s)
realiza as compressões ininterruptas na frequência mencionada (mínimo de 100
por minuto) até a chegada do socorro especializado ou de outro socorrista com
materiais específicos para realização da RCP. Quando o socorrista está com
materiais adequados, as compressões são alternadas na relação de 2 (duas)
ventilações assim que 30 (trinta) compressões forem realizadas, adotando um
modelo de 30:2 e mantendo a mesma freqüência lembrando sempre de que a
RCP deve ser iniciada pelas compressões e no momento em que as ventilações
forem realizadas, as compressões devem ser interrompidas.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 241
O socorrista deve realizar as compressões até a chegada e colocação do
DEA (desfibrilador externo automático) para uso; ou até que a equipe
especializada assuma o controle; ou até que a vítima demonstre alguma reação;
ou até que o mesmo esteja exausto.
A – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS (AIRWAYS) 5.9.2.
Caso a vítima não apresente probabilidade
de ter lesões na coluna, abra as vias aéreas da
mesma colocando uma de suas mãos na testa da
vitima e a outra mão posicione abaixo do queixo,
empurre a cabeça da vítima para traz realizando
uma leve hiperextensão do pescoço.
Importante: Quando houver suspeita de trauma na coluna cervical, essa
manobra não é recomendada.
B – BOA RESPIRAÇÃO (BREATHING) 5.9.3.
Conforme já havíamos mencionado
anteriormente, a ventilação será realizada
quando o socorrista dispuser de equipamentos
necessários para tal. São eles; Ambu (BMV –
bolsa-valva-máscara) e Pocket Mask (boca-
valvula-máscara).
Após as 30 compressões, realize 2 (duas)
ventilações rápidas – 1 (um) segundo para
cada. A máscara deve ficar bem vedada na face
da vítima evitando a perda de ar; se utilizar a pocket mask utilize as duas mãos
para vedar e se utilizar o AMBU coloque uma das mãos sobre a máscara em
forma de C e a pressione sobre a face da vítima, com a outra mão você irá
apertar o balão.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 242
A eficiência da ventilação é avaliada observando o movimento do tórax da
vítima.
A RCP (Reanimação Cardiopulmonar) tem como objetivos garantir uma
oxigenação através da circulação do sangue até que seja iniciado o tratamento
definitivo, além de retardar ao máximo uma lesão cerebral, isso tudo, garantido
pelo fluxo sanguíneo restabelecido artificialmente. Garante também um
prolongamento da duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se
transforme em assistolia e permitir que a desfibrilação tenha sucesso.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 243
D – DESFIBRILAÇÃO 5.9.4.
Ao chegar o socorro especializado, este trará consigo o aparelho
desfibrilador a fim de detectar a presença de arritmias malignas que causaram a
parada cardiorrespiratória. Ao utilizar um DEA, todos os socorristas devem seguir
as instruções do aparelho.
Após o choque, se houver reanimação da vitima,o socorrista não deve
desconectar as pás do desfibrilador do tórax da vítima, pois estas servirão para
monitora-la.
Lembre-se de que o desfibrilador só indicará o choque caso o coração da
vítima esteja em fibrilação ventricular e existem outras situações que podem
levar a vítima a uma parada cardiorrespiratória, portanto caso o aparelho não
indique o choque, cabe ao socorrista reavaliar a vítima em busca de sinais vitais,
e se não encontrá-los reiniciar a RCP.
Recomendação importante: Em vitimas com o tórax molhado, basta secar
o tórax da mesma antes do uso do DEA; vítimas com o tórax muito peludo,
remova o excesso de pêlo; e por medidas de segurança, não utilizar o
equipamento em ambientes com concentrações elevadas de oxigênio ou
ambientes com a atmosfera contaminada.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 244
ESQUEMA PARA RCP CONFORME AHA-2015 5.10.
DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 5.10.1.
A obstrução das vias aéreas é definida como a dificuldade da passagem do
ar para os pulmões devido a algum obstáculo em qualquer região das vias
aéreas.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 245
A causa mais freqüente nas vítimas inconscientes ou com alteração do nível
de consciência é a queda da própria língua. Isso ocorre devido ao relaxamento
das estruturas musculares que sustentam a língua, resultando em sua queda em
direção à faringe, impedindo a passagem de ar.
As vias aéreas também podem ser obstruídas por corpos estranhos, que
podem impedir a passagem de ar. Esta situação é definida, popularmente, como
engasgamento e as causas mais comuns são: próteses dentárias mal
posicionadas; ingestão de alimentos sólidos que não foram devidamente
mastigados; vômito seguido de aspiração para as vias aéreas e sangramento
intenso na cavidade oral.
Os principais sinais e sintomas que podem ser apresentados por uma
vítima com obstrução das vias aéreas incluem:
Ruídos respiratórios anormais (roncos, chiados);
Dificuldade para respirar;
Dificuldade ou incapacidade de falar (de emitir som/ voz);
Cianose de extremidades;
Agitação ou inconsciência;
Quando a tosse torna-se ineficaz e a vítima sinaliza que está asfixiada,
geralmente leva as mãos ao pescoço como forma de tentar buscar o ar; esta
situação indica a aplicação da manobra de Heimlich. Esta manobra consiste na
compressão abdominal, aumentando a pressão intra-abdominal e,
conseqüentemente, a pressão intratorácica. Por meio dessa manobra, empurra-
se o músculo diafragma para cima, fazendo com que o ar contido nos pulmões
seja expelido sob pressão, auxiliando, assim, na expulsão do corpo estranho.
NOÇÕES SOBRE LESÕES 5.11.
QUEIMADURA 5.11.1.
A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do
desenvolvimento de calor, por efeito Joule, podendo produzir queimaduras.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 246
Quanto maior a intensidade da energia elétrica e mais longo o tempo que ela
permanece, mais graves são as queimaduras produzidas. Além disso, as
queimaduras são mais intensas nos pontos de entrada e saída da energia elétrica
pelo corpo. Nas altas tensões, o calor produz a destruição de tecidos superficiais
e profundos, bem como o rompimento de artérias com conseqüente hemorragia e
destruição dos centros nervosos. As queimaduras produzidas por energia elétrica
podem ser internas e profundas, sendo de difícil cura. Portanto, apesar da pele
apresentar-se aparentemente normal, os músculos podem apresentar necrose
profunda.
Podemos diferenciar a queimadura elétrica, como de alta e baixa voltagem.
As queimaduras que ocorrem com maior freqüência no ambiente de trabalho são
geradas por alta voltagem, visto que é nesse setor que se concentram muitos
equipamentos de alta tensão, maiores que 1000 volts. As queimaduras têm o
potencial de desfigurar, causar incapacitação temporária ou permanente e ate
mesmo a morte.
A gravidade da queimadura irá depender de diversos fatores, tais como:
tensão, que será determinada pela fonte elétrica; resistência, que irá variar de
acordo com as características de cada indivíduo; duração do contato com a fonte;
percurso do fluxo; tipo da corrente, ou seja, alternada ou direta; além do local e
do grau da lesão.
A corrente elétrica que passa através dos tecidos transforma a energia
elétrica em calor, isso explicado pela Lei de Joule (ou efeito Joule), gerando as
queimaduras.
As queimaduras elétricas podem ser geradas tanto pelo contato direto com
a energia elétrica, quanto pelo contato indireto com a mesma.
Contato indireto - é gerada pelo arco elétrico, dependendo da
tensão da eletricidade, esse contato pode gerar desde
queimaduras locais até a carbonização parcial ou total da vítima;
Contato direto – é gerada pela baixa tensão, onde a energia
elétrica irá atravessar o corpo, criando um ponto de queimadura
no local de entrada e outro de saída no corpo da vitima. Neste
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 247
caso, a natureza alternada pode interferir com o ciclo cardíaco
originando arritmias.
A pele é o maior órgão do corpo e o mais pesado, constituindo 15% do
peso corporal. Ela tem muitas funções importantes entre as quais se destacam:
atuar como barreira mecânica de proteção para manter os líquidos no interior,
eliminar toxinas, prevenir que bactérias e outros microorganismos penetrem no
corpo; além de representar um órgão sensorial vital que envia ao cérebro dados
gerais e específicos acerca do meio ambiente e desempenha um papel muito
importante na regulação da temperatura corporal.
Sua estrutura é dividida em três camadas, cada uma com características e
funções diferentes.
Epiderme - É a camada mais superficial da pele. Por estar em
contato direto com o meio exterior sua espessura irá variar de
acordo com a parte do corpo, sendo mais espessa na planta do pé
e mais fina na região da axila;
Derme – Encontra-se logo abaixo da epiderme. É responsável por
fornecer substâncias que conferem elasticidade à pele, como
colágeno e elastina.
Hipoderme – Também conhecido como tecido celular subcutâneo,
está localizada abaixo da derme unindo-se de maneira pouco firme
aos órgãos adjacentes. Essa camada atua como isolante,
amortecedor de impactos e armazém de energia.
Agente Causal
Neste caso, sua origem pode ser: térmica, elétrica, química ou radioativa.
Térmicas: Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos,
gases quentes e do calor de chamas.
Radiação - Resulta da exposição solar ou a fontes nucleares;
Elétricas: Produzidas pelo contato com a eletricidade de alta ou
baixa voltagem. Na realidade o dano maior é ocasionado pela
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 248
produção de calor que ocorre à medida que a energia elétrica
atravessa o tecido. São difíceis de avaliar, e mesmo as lesões que
parecem superficiais podem ter danos profundos aos níveis dos
músculos, nervos e vasos;
Químicas: Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas,
liquidas ou sólidas, com pele.
Profundidade
Com relação ao grau da lesão, essa depende da profundidade que a pele foi
lesionada e estão divididas em três, são eles: 1º Grau, 2º Grau e 3º Grau.
Extensão
Há uma técnica para avaliar a extensão de superfície corporal queimada
(SCQ) denominada Regra dos Nove, onde se atribui a cada área do corpo uma
porcentagem aproximada, sobre a área total da pele. Dessa forma, é possível
calcular a porcentagem do corpo atingida pela queimadura e, a partir disso,
direcionar o tratamento da vítima; outro método é tomando como referência a
palma da mão da vítima, onde 1 palmo de mão equivale a 1% da superfície
corporal queimada; porém o mais utilizado é o da regra dos nove.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 249
Localização
Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são mais desconfortáveis as
queimaduras que comprometem face, pescoço, tórax e mãos. Além disso, as
localizadas na face geralmente estão associadas à inalação de fumaça e
queimadura de vias aéreas; queimaduras próximas a orifícios naturais, como
boca e ouvido apresentam maior risco de contaminação; aquelas localizadas no
tórax podem gerar desconforto respiratório devido à dor, gerando
consequentemente uma depressão respiratória.
Exemplificação das ocorrências e características das queimaduras.
Cuidados Imediatos
O atendimento inicial de queimados segue a mesma seqüência do
atendimento a vítima de outras formas de trauma. Deve-se considerar o grande
queimado como um politraumatizado, pois, freqüentemente, existem outras
lesões associadas.
Queimadura 1º Grau 2º Grau 3º Grau
Causa Radiação superficialLíquidos quentes,
radiação ou chama
Química, elétrica,
chama, metais quentes
Coloração da pele VermelhaVermelha ou
amarelada
Branca, enegrecida ou
carbonizada
Superfície da pele Seca sem bolhas Bolhas com secreçãoSeca com vasos
sanguíneos trobozados
Sensibilidade Dolorosa Dolorosa Anestésica
Cicatrização 3-6 dias
2-4 semanas
(dependendo da
profundidade)
Requer enxerto de pele
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 250
Primeiramente o socorrista deve certificar-se de que o local está
seguro;
Interromper, imediatamente, o contato da vítima com a fonte de
energia, desligando-a na chave específica da área ou chave geral
do local;
Não encostar na vítima, se não conseguir desligar a fonte de
energia;
Caso consiga desligar a fonte de energia, avalie o nível de
consciência, bem como os sinais vitais da vítima, se o socorro
especializado ainda não foi acionado, faça-o imediatamente. Se
houver necessidade inicie as manobras de RCP;
Nos pontos com queimadura, resfriar com água ou soro fisiológico
em temperatura ambiente, durante 3 a 5 minutos;
Os adornos (relógios, colares e outros) devem ser removidos, com
exceção dos que estiverem grudados á pele;
A vítima deve ser coberta com a manta térmica para que ela não
evolua para estado de hipotermia (isso deve ser realizado mesmo
se o ambiente que a vítima se encontra não esteja frio, pois a pele
lesionada perde a capacidade de regular a temperatura corporal, e
nunca devemos transportar a vítima com lençóis úmidos, toalhas
nem roupas úmidas e o gelo está completamente contra-
indicado);
Bolhas não devem ser estouradas;
Procurar sempre uma segunda área queimada e tratá-la;
Roupas grudadas à pele não devem ser removidas.
HEMORRAGIAS 5.11.2.
O sistema cardiovascular humano é formado, pelos vasos sanguíneos, além
de outras estruturas. Os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) têm
uma extensão aproximada de 160.000 quilômetros e por estes passam
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 251
diariamente cerca de 9.500 litros de sangue. Quando alguma parte desses vasos
se rompe, ocorre a hemorragia, extravasando sangue para fora dos vasos.
As hemorragias podem classificadas de acordo com o tipo de vaso rompido
e também podem ser classificadas como externas ou internas. Sua gravidade se
dará de acordo com o local e tipo de vaso lesionado.
Hemorragias arteriais - O sangue arterial é rico em oxigênio, de
coloração vermelho vivo e, nos casos de hemorragias externas, sai
em jato;
Hemorragias venosas – O sangue venoso é rico em dióxido de
carbono, de coloração vermelho escuro e, nos casos de
hemorragia externa, sai escorrendo;
Hemorragias capilares – Como estes vasos são superficiais, ou
seja, longe da bomba (coração), nos casos de hemorragia externa,
o sangue sai escorrendo.
Técnicas de Contenção
Dependendo do volume e da pressão que o sangue está saindo do
ferimento, o uso de técnicas simples pode reverter imediatamente a situação,
como:
Pressão direta – Utilizando EPI adequado, pressione diretamente o
ferimento com uma gaze seca e estéril;
Pressão indireta – Caso não consiga conter a hemorragia com a
pressão direta, utilize uma bandagem elástica (ou atadura) para
envolver o membro afetado, e a medida que este for sendo
envolvido, realize pressão. Após realizar essa técnica a
extremidade do membro tem que ser monitorada, pois a pressão
aplicada pode ter reduzido excessivamente o diâmetro do vaso, e
em conseqüência, o fluxo de sangue neste local;
Elevação do membro – Esta técnica pode ser realizada em
conjunto com as outras descritas acima. Eleve o membro afetado
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 252
acima do nível do coração, desta forma o fluxo de sangue será
diminuído.
LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS 5.11.3.
O esqueleto humano é composto por 206 ossos, que representam
aproximadamente 1/5 do peso de um corpo saudável. Eles têm importantes
funções como proteção dos órgãos internos vitais e movimentação coordenada
do corpo.
O osso é um tecido ativo e embora se constitua de 22% de água, tem uma
estrutura extremamente forte, embora leve e flexível. O esqueleto também tem a
vantagem de ser capaz de reparar-se quando lesado.
O local em que dois ossos se ligam é denominado articulação. O corpo tem
mais de 300 articulações que nos permitem realizar os mais diferenciados
movimentos.
Os ligamentos são fortes faixas ou tiras de tecido fibroso que provêem
sustentação a ossos e unem extremidades ósseas em articulações e em torno
delas. Mas, apesar de o esqueleto ser uma estrutura forte, ele não é
indestrutível. As lesões mais comuns que o envolvem são: fratura, luxação e
torção.
FRATURA 5.11.4.
A fratura óssea é a interrupção da continuidade de um osso,
independentemente de ser parcial ou completa, na maioria das vezes é
provocada por uma queda ou traumatismo que gera um impacto violento.
As fraturas podem ser classificadas como abertas (ou expostas) e fechadas
(ou internas), os dois tipos têm riscos próprios, as fraturas abertas quando não
são bem tratadas podem provocar infecção; em contra-partida, as fraturas
internas são mais difíceis de serem diagnosticadas e possíveis hemorragias
internas, serão mais difíceis de serem contidas.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 253
Sintomas
O principal sintoma é o aparecimento de dor, normalmente de forma
intensa e imediata, na área afetada, aumentando de intensidade sempre que se
movimenta a zona lesionada.
Outras manifestações dependerão das características da lesão, do osso
lesionado, da possível deslocação dos fragmentos e do tipo de alteração
mecânica que provoca. A fratura provoca, na maioria dos casos, a inflamação
local e uma hemorragia que pode provocar o aparecimento de hematoma. O
deslocamento de fragmentos ósseos costuma proporcionar o desenvolvimento de
uma deformação evidente, tendo em conta que, por vezes, os fragmentos ósseos
encontram-se sobrepostos, originando um aparente encurtamento do membro,
enquanto que em outros casos ficam separados, nos quais o membro parece
mais longo, podendo igualmente ficar torcidos, sendo perceptível um volume por
baixo da pele, rasgada em caso de fratura exposta.
Por vezes, a fratura provoca uma completa impotência funcional, a qual
impossibilita a realização de qualquer movimento, enquanto que em outros casos
o segmento esquelético afetado possui uma mobilidade anormal.
Cuidados Imediatos
Nunca se deve tentar movimentar a parte afetada, antes que a situação
seja avaliada, já que uma ação precipitada ou incorreta pode agravar o problema
ou até mesmo originar complicações ainda mais graves do que as consequências
do próprio traumatismo como, por exemplo, a ruptura de um vaso sanguíneo ou
nervo pela deslocação de um fragmento ósseo.
Nos casos de hemorragias associadas à fratura, será necessário fazer uma
contenção próximo a lesão, não pressionando o local lesionado, esta pode ser
realizada utilizando a técnica de pressão indireta.
Dependendo da situação uma tala ou tipóia pode ser improvisada até a
chegada do profissional especializado, neste caso será necessário imobilizar as
duas articulações extremidades da fratura (ex.: caso a fratura seja em um osso
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 254
da perna, é preciso imobilizar o joelho e o tornozelo e, caso a fratura se localize
num osso do antebraço, deve-se imobilizar o cotovelo e o pulso).
Os materiais que podem ser utilizados para
imobilização são as talas rígidas: feitas materiais
flexíveis que, moldados ao corpo, conservam a
estabilidade. Realizar compressa de gelo no local
nas primeiras 24 horas também é uma forma
eficaz de reduzir a dor e possíveis hemorragias.
LUXAÇÃO 5.11.5.
É o deslocamento (ou a desarticulação) repentino de um ou mais ossos de
uma articulação. Este pode ocorrer em qualquer articulação do corpo, porém as
áreas mais comuns são; ombros, punhos, cotovelos, tornozelos, joelhos e dedos.
A principal causa de luxação consiste num traumatismo violento que
provoca uma insuficiência nos elementos de sustentação da articulação
(ligamentos, cápsula articular, tendões e músculos) e a deslocação do osso, que
deixa de estar unido à articulação. Embora este traumatismo possa incidir
diretamente no osso ou na articulação, também se pode tratar de um
traumatismo indireto, como acontece, por exemplo, em caso de luxação do
ombro provocada por uma queda sobre um cotovelo ou uma mão.
No entanto, a luxação também pode ser originada por um movimento
violento ou por uma tração súbita e intensa, em alguns casos, a luxação é
originada pela deterioração dos elementos de sustentação da articulação,
consequente de uma doença (artrite, tumores, paralisia, etc.), ou devido a uma
malformação congênita, como é o caso da luxação congênita da anca, tratada no
capítulo anterior.
Sintomas
O sintoma inicial é o aparecimento de dor, imediatamente após o acidente,
que dificulta ou impede por completo qualquer tentativa de movimentar a
articulação afetada. Ao fim de pouco tempo, a dor costuma diminuir de
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 255
intensidade, voltando a aumentar de intensidade à medida que a inflamação da
zona se desenvolve.
Caso a luxação afete uma articulação de um membro, por vezes a
extremidade fica um pouco mais curta ou longa do que a saudável.
Cuidados Imediatos
Assim como nas fraturas, nunca se deve tentar recolocar os ossos
deslocados na sua posição normal, já que a movimentacao incorreta pode
agravar a situação ou até mesmo provocar complicações. Por essa razão, em
caso de luxação, é necessária a atuação de um profissional especialista e o mais
rápido possível, pois a redução da luxação é mais simples quando a lesão é
recente, já que algumas horas após a reação inflamatória, podera ser necessária
a realização de uma intervenção cirúrgica.
Enquanto se aguarda a chegada do socorro especializado, convém manter
a articulação na posição em que ficou, procedendo à sua imobilização, por
exemplo, através de uma tala ou de uma faixa em caso de luxação do ombro ou
ao segurar o membro afetado pela luxação sem forçá-lo.
A aplicação de compressas de gelo no local afetado é recomendada, pois
esse procedimento ajudará no alívio da dor e de possíveis hemorragias
associadas.
TORÇÃO 5.11.6.
Os ossos do esqueleto humano estão unidos aos outros através dos
músculos, mas as superfícies de contato são mantidas umas de encontro às
outras por meio dos ligamentos.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 256
É a distensão excessiva dos ligamentos articulares, podendo esta levar ao
rompimento desses ligamentos.
São provocadas por um movimento violento que ultrapassa os limites de
flexibilidade dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a
estabilidade da articulação. Podem ser geradas por quedas, um mal
posicionamento do pé ou um simples tropeçar que force a articulação para um
movimento que não estava habilitada.
A torção pode ser parcial ou completa e apesar de poderem afetar qualquer
articulação, ocorre mais frequentemente no tornozelo, visto que este é bastante
instável e suporta a maioria do peso do corpo.
Sintomas
O sintoma inicial é o aparecimento de dor intensa, que surge
imediatamente após o incidente, esta surge
de tal forma que chega a impedir a
movimentação da articulação afetada. A
medida que a lesão vai ficando inflamada
surge o edema, vermelhidão e calor no
local. Além disso, é possível que surjam
hematomas na área, estes provocados por
rompimento de pequenos vasos sanguíneos.
Cuidados Imediatos
Os cuidados são os mesmos relacionados às outras lesões músculo-
esqueléticas. Imobilizar o local, utilizando a técnica adequada; colocar
compressas de gelo na área afetada para diminuir possíveis hemorragias e aliviar
a dor.
NOÇÕES SOBRE RESGATE E TRANSPORTE 5.12.
A movimentação ou o transporte de uma vítima deve ser feita com muito
cuidado, a fim de não agravar as lesões já existentes.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 257
ROLAMENTO 90 GRAUS
ELEVACAO MANUAL COM SEIS SOCORRISTAS
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 258
GLOSSÁRIO
1. Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada
ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
2. Área Classificada: local com potencialidade de ocorrência de atmosfera
explosiva.
3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e
adequada intencional à terra, destinada a garantir a equipotencialidade e
mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.
4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféricas,
de substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na
qual após a ignição a combustão se propaga.
5. Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada
ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente
alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes
energizadas das instalações elétricas.
7. Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a
interrupção de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e
iminente risco para sua segurança e saúde ou de outras pessoas.
8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema, ou
meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.
9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio
de invólucro ou barreira.
10. Extra-Baixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em
corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e
terra.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 259
11. Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na
definição e seleção de medidas de proteção para segurança das pessoas e
desempenho dos componentes da instalação.
12. Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas
associadas e com características coordenadas entre si, que são necessárias ao
funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico.
13. Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as
condições de segurança ao trabalhador por meio de procedimentos e
equipamentos adequados desde o início até o final dos trabalhos e liberação para
uso.
14. Impedimento de Reenergização: condição que garante a não
energização do circuito através de recursos e procedimentos apropriados, sob
controle dos trabalhadores envolvidos nos serviços.
15. Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir
qualquer contato com partes internas.
16. Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de
corrente elétrica, por interposição de materiais isolantes.
17. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede
o contato direto por ação deliberada.
18. Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar
lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.
19. Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento suficiente
para evitar os perigos da eletricidade.
20. Procedimento: seqüência de operações a serem desenvolvidas para
realização de um determinado trabalho, com a inclusão dos meios materiais e
humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua
realização.
21. Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória
dinâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade
P á g i n a | 260
22. Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões
ou danos à saúde das pessoas.
23. Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além
dos elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de Trabalho que, direta
ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.
24. Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, alertar,
avisar e advertir.
25. Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados
destinados a atingir um determinado objetivo.
26. Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e
equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica até a medição, inclusive.
27. Tensão de Segurança: extra baixa tensão originada em uma fonte de
segurança.
28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador
pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou
com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou
equipamentos que manipule.
29. Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um
dispositivo de manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma
operação não autorizada.
30. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não
segregada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de
acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.
31. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não
segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.