Cursinho TRIU · graduação para candidatos a professor fere sua autonomia para definir o perfil...
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Cursinho TRIU Pela Popularização da Universidade Pública
Gêneros Textuais – UNICAMP: Exemplos
Esse material tem como objetivo apresentá-lo a exemplos dos gêneros textuais
da redação da UNICAMP. Para estudá-lo, tenha em mãos o material com as descrições
de cada gênero, anteriormente distribuído. Leia atentamente, procurando identificar a
interlocução, a construção da argumentação e a estrutura do texto como um todo, assim
como os marcadores que caracterizam o gênero textual. Os exemplos foram todos
retirados da Internet.
Alguns textos têm como tema assuntos polêmicos, perceba como a
argumentação é contrária, mas comedida (gênero 15. E-mail).
Reforçamos que a leitura é essencial. O documento é longo, comece o exercício
de leitura por ele!
Boa leitura e estudo!
1. Nota
1.1 Nota de apoio
Nota de apoio aos professores
A Diretoria Executiva do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região MS,
reunida nesta quarta-feira, dia 06 de março, vem através de Nota Oficial, manifestar
solidariedade e irrestrito apoio à luta dos professores e servidores administrativos das
escolas e centros de educação infantil (CEIM) de Dourados, em especial a Manifestação
Pacífica, com paralisação, realizada no dia 5 de março, com o objetivo de dar um grito
de alerta à sociedade em relação aos sistemáticos cortes de investimentos na educação
por parte da administração municipal.
Aproveitamos a oportunidade para parabenizar esses trabalhadores, que se já não
bastasse à árdua tarefa como profissionais de tão importante área da base social do
município, ainda têm que saírem as ruas para lutar por uma educação de qualidade,
quando quem de direito, no caso o prefeito municipal, deixa a desejar. Lamentamos
profundamente também a falta de diálogo da administração com os seus servidores,
denunciada pelos manifestantes. Por outro lado, chamamos a atenção da sociedade para
uma reflexão sobre a quem interessa o sucateamento da educação pública no nosso
município.
Repudiamos ainda, a forma antidemocrática e desrespeitosa com que a
administração municipal tratou o movimento com a tentativa, em vão, de intimidação
através da Justiça para tentar barrar um movimento ordeiro, pacífico e deliberado
democraticamente pelo conjunto dos trabalhadores.
Atitudes ditatoriais como essa, não podem mais serem toleradas no regime
democrático em que vivemos. Por isso, mais uma vez, o Sindicato dos Bancários de
Dourados e Região reforça e reafirma o seu irrestrito apoio a essa bandeira de luta por
uma educação pública e de qualidade, imprescindível a toda a sociedade, em especial
aos menos favorecidos.
Sindicato dos Bancários de Dourados e Região-MS A diretoria
1.2 Nota de repúdio
“Trote não é legal”
A direção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) repudia quaisquer
atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes, praticados contra
membros da comunidade universitária, em particular aqueles relacionados aos
chamados “trotes” aplicados aos novos estudantes.
É com esse espírito que a instituição se manifesta veementemente contrária ao
ocorrido na Faculdade de Direito no último dia 15 e já iniciou procedimentos cabíveis
para apuração dos fatos e punição dos envolvidos.
No dia 8 de março a universidade divulgou em seu perfil no Facebook o post
“Trote não é legal” em que cita dispositivos do Regimento Geral da instituição e as
penalidades para quem descumprir as regras citadas.
Clélio Campolina Diniz Rocksane de Carvalho Norton
Reitor da UFMG Vice-reitora da UFMG
2. Editorial
Novas trapalhadas do MEC
(O Estado de S. Paulo)
Depois de deixar muitos institutos técnicos federais sem aulas, por falta de
professores, e de anunciar uma política para o ensino jurídico que obriga os formandos a
estagiar, trabalhando em órgãos estatais, o governo da presidente Dilma Rousseff
acabou com a exigência de apresentação dos títulos de mestre e doutor para os novos
docentes das universidades federais. A medida, que entrou em vigor em março, foi
instituída por um projeto de lei de autoria do Executivo, aprovado pelo Congresso.
Com isso, quem tiver um diploma de graduação agora pode disputar as vagas
abertas com a criação de novas instituições federais de ensino superior. Atualmente,
mais de 90% dos professores das universidades federais têm pós-graduação.
As novas regras começaram a ser esboçadas no ano passado, durante a greve das
universidades federais, que durou quatro meses. Na época, os docentes dessas
instituições reivindicaram reajustes salariais de até 40% e a introdução de um
mecanismo que permitisse chegar mais rapidamente ao cargo de professor titular - o
topo da carreira. A paralisação só foi encerrada depois que o Ministério da Educação
(MEC) prometeu enviar ao Congresso um projeto de lei mudando os critérios de
ascensão na carreira e concedendo aumento escalonado em três anos.
Em momento algum os critérios de ingresso estiveram em discussão, durante a
greve de 2012 - e, por isso, o que menos se esperava é que o Executivo alterasse para
pior os critérios de ingresso na carreira. A Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior alega que não foi ouvida pelo MEC durante a
elaboração do projeto de lei. Por discordar das novas regras, a Universidade Federal de
Pernambuco (UFP) suspendeu os concursos para os Departamentos de Química e de
Física. "Sem a titulação pós-graduada, a competência acadêmica e a formação de
recursos humanos ficarão seriamente comprometidas", afirmaram os dirigentes do
Departamento de Física da UFP, um dos mais produtivos do País. Já a Universidade
Federal de São Paulo divulgou nota alegando que a revogação da exigência de pós-
graduação para candidatos a professor fere sua autonomia para definir o perfil do corpo
docente.
A exigência de pós-graduação nos concursos públicos para professores das
universidades federais foi instituída há cerca de duas décadas com o objetivo de
melhorar a qualidade da pesquisa e do ensino superior no País. Nos últimos anos, as
autoridades educacionais invocaram o mesmo argumento para exigir que as instituições
confessionais e privadas de ensino superior aumentassem o número de professores com
título de mestrado ou doutorado em seus corpos docentes. Na USP, só pode ingressar na
carreira docente quem tiver doutorado. Ao justificar a revogação da exigência de pós-
graduação nos concursos das universidades federais, o MEC alegou que essa medida
segue as diretrizes das demais carreiras do serviço público federal. Trata-se de uma
bobagem, pois as carreiras técnicas na administração pública são diferenciadas - e para
o ingresso em cada uma delas há exigências específicas.
Diante do grau de insatisfação dos dirigentes das instituições federais de ensino
superior, o governo recuou e prometeu devolver a elas a prerrogativa de exigir o título
de mestre ou de doutor de candidatos a professor. "Leis para carreiras são complexas e
devem ser aperfeiçoadas. Faremos uma alteração (na legislação) para que a lógica volte
a ser como era", diz o secretário de Ensino Superior do MEC, Paulo Speller.
O problema é que o governo não sabe como fazer essa mudança. Pela legislação
em vigor, há necessidade de que o governo envie ao Congresso um projeto de lei
reinstituindo as exigências que foram revogadas. Como esse processo é demorado e as
universidades não podem deixar de substituir professores que se aposentam ou pedem
demissão, há no governo quem defenda que o problema seja resolvido por meio de
medida provisória. Essa é mais uma das trapalhadas do MEC, cujo ministro não é
especialista na área.
3. Carta do leitor
(Carta publicada sobre o artigo de opinião "Baleias não me emocionam", publicado na
edição de 01/09/2004, da Revista Veja).
Prezada Redação da revista Veja,
Estou decepcionada com o Ponto de vista escrito por Lya Luft. Não esperava um texto
tão frio de uma escritora que havia demonstrado tanta sensibilidade anteriormente. Sou
defensora dos animais e acredito que os seres humanos têm uma idéia terrivelmente
equivocada de que são prioridade na Terra. Somos apenas elementos que compõem a
vida no planeta. Acredito que a humanidade é responsável pelas maiores tragédias do
nosso planeta, desde baleias encalhadas até a miséria brasileira de todos os dias.
Frida Frick
Cascais, Portugal
4. Discurso
(Palavras do Papa proferidas no consistório sobre datas de canonizações em que
anunciou a renúncia).
Queridíssimos irmãos,
Convoquei-vos para este consistório não apenas por causa das três canonizações,
mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da
Igreja.
Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à
certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o
ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza
espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras, mas também, em
menor grau, através do sofrimento e da oração.
No mundo atual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de
grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o
Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos
últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha
incapacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado.
Por isso, estando consciente da seriedade deste ato, e em plena liberdade, declaro
que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado
pelos cardeais no dia 19 de Abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de Fevereiro
de 2013, às 20h (19h em Lisboa), a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e
deverá ser convocado, através daqueles que têm competências, o conclave para a eleição
do novo sumo pontífice.
Queridíssimos irmãos, dou-vos as graças de coração por todo o amor e trabalho
com que trouxeram até mim o peso do meu ministério e peço perdão por todos os meus
defeitos.
Agora, confiamos a Igreja ao cuidado do Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus
Cristo, e suplicamos a Maria, sua Santa Mãe, que assista com a sua materna bondade
aos padres cardeais ao eleger o novo sumo pontífice. Pelo que me diz respeito, também
no futuro, quero servir com todo o meu coração à Santa Igreja de Deus com uma vida
dedicada à oração.
5. Manifesto
Manifesto dos artistas brasileiros sobre a devastação da Amazônia
Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos
últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área
total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São
Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas
presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde
que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico
engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a
vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do
Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos,
ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a
humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do
extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de
desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico
Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas,
mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas
em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias
de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como
área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos
pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou
então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica.
Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da
nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema
amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semi-
abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma
única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta
dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos
quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da
Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais".
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A
INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA
AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e
história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!
6. Artigo de Opinião
Dia do índio - levanta nação originária
Por Elaine Tavares
Os povos indígenas do Brasil estão de pé. No dia do índio e em todos os dias.
Enfrentaram a ocupação de seu território, a escravidão, a servidão, o extermínio, o
saque de suas riquezas, e seguem resistindo. Diz a história que não foram poucos
aqueles, que nos primeiros tempos da invasão, se deixaram morrer. Preferiram o
horizonte de sua mítica "terra sem males" que viver num mundo no qual lhes obrigavam
a ter uma fé estranha e a trabalhar obrigado para gente que nem conheciam. Outros
fugiram para longe do litoral, abandonando suas raízes, mas nem assim escaparam.
A sanha bandeirante adentrou o território e iniciou uma caçada sem precedentes.
Tinham a força das armas de fogo. Os poucos que sobreviveram à "pacificação" foram
jogados em reservas, sem direitos, tutelados como crianças ou como animais.
Depois, no começo do século XX, também a região amazônica, ainda intocada,
foi sendo conquistada e as comunidades chamadas a se "integrarem" ao mundo branco.
Mesmo aqueles que permaneceram aldeados não conseguiram fugir da intrusão. Aos
poucos, as doenças, os hábitos e os vícios do mundo branco, capitalista e opressor, foi
se imiscuindo e provocando dor e destruição. Aqueles que optaram por integrar-se
nunca o conseguiram. Trazem na pele a marca e o preconceito os persegue, vivo, cada
dia mais.
Ao final do último século, por todas as partes desse lindo continente (Abya
Yala), desde o Alasca até a Patagônia, as comunidades indígenas começaram a se
levantar. Não mais a tutela, não mais o silêncio, não mais o absurdo extermínio. Se
tivessem de morrer que fosse peleando como já haviam ensinado suas lideranças mais
importantes como o cacique taino Hatuey, no início da colonização, o caraíba
Guaicaipuro, o asteca Cuauhtémoc , o quechua Tupac Amaru, o aymara Tupac Katari,
o mapuche Lautaro, o tamoio Tibiriça, o guarani Sepé Tiaraju, o charrua Vaimaca e
tantos outros.
E é o que se tem visto desde as ocupações das igrejas de Quito em 1990, o
levante armado dos zapatistas, a revolução cultural do povo aymara, a luta dos kichwa
no Equador e de todos os povos que vivem no território brasileiro. As comunidades
lutam pelo direito a viver na sua terra originária, de vivenciar sua cultura, seus deuses,
seus rituais. Querem também tudo aquilo que a humanidade conquistou ao longo desses
anos. Querem se apropriar das tecnologias, sem perder seus conhecimentos ancestrais.
Querem estar no facebook, mas para divulgar suas propostas de modelos de organização
da vida. Os indígenas têm uma história, uma cultura e também têm sonhos e
perspectivas de futuro. Querem e vão abrir os caminhos para o lá-na-frente sonhado, a
partir de suas referências culturais. Se são boas ou ruins, cabe a eles definirem. Aos que
aqui estão e que são fruto de toda essa triste história de invasão e de mescla étnica cabe
compreender e respeitar.
É certo que os "brancos" não precisam temer aos índios, como se viu na corrida
desesperada dos deputados essa semana. A menos que tenham motivos para isso. Se
não, não há o que preocupar. Basta que se conheça a história e se entenda as demandas
dos povos. Li, entre tantos textos divulgados essa semana, a frase: "Os índios não são
assim tão bonzinhos". E é a mais pura verdade. Não são e nem têm porque ser.
Enquanto foram "bonzinhos" a sociedade os prendeu, matou, sufocou, destruiu, matou
de fome. Agora é hora de assomar com a dignidade rebelde. Basta de ser "bonzinho" e
aceitar a opressão.
É tempo de reforçar ainda mais a luta, porque ela de fato nunca deixou de existir.
Ocorre que as batalhas sempre foram travadas de forma pontual, em algum lugar
específico. Mas, agora, não. Os povos estão unidos e atuam em uníssono. Levam com
eles também aqueles que compreendem a história, que conhecem a dívida que o país
tem com os povos antigos, que se comprometem e se sabem também indígenas já que o
nosso sangue contém ainda que um grama do sangue originário.
Não dá para dar ouvidos às bobagens que a mídia diz, sobre índios querendo
tomar as cidades, as casas das pessoas e tudo mais. Isso nada mais do que o bom e velho
terrorismo da elite assustada que precisa encontrar aliados na maioria da população. Os
índios exigem muito pouco. Um pedaço de terra que permita vivenciar sua cultura e o
direito de construir seu futuro do jeito que querem e sabem, autônomos e livres.
Nesse dia do índio fica o convite para que todos se debrucem sobre a história e
conheçam os povos antigos, antes de atirarem pedras e julgarem pela cabeça de outros.
Sim, os índios não são bonzinhos, bem como não o são os brancos. É tempo de todos se
olharem com respeito e respeitarem as opções de cada um. Mas é sempre bom lembrar
que não dá para zerar acriticamente tudo que já passou. Essa terra foi invadida e os
donos dela foram roubados. A coisa tem de começar daí.
7. Verbete
(Dicionário)
de.pres.são (lat depressione) sf 1 Abaixamento de nível. 2 Achatamento, sulco ou
cavidade pouco profunda. 3 Geo Extensão de terreno abaixo do nível do solo
circundante: Os vales dos rios são depressões do terreno. 4 fig Abatimento (físico ou
moral). 5 Psiq Estado mental patológico caracterizado por ansiedade, apatia, desespero,
etc., com falta de ânimo quanto a qualquer atividade (Dicionário Escolar Michaelis,
Língua Portuguesa, 2002)
(Enciclopédia)
Moral deriva do latim mores, "relativo aos costumes". Seria importante referir, ainda,
quanto à etimologia da palavra "moral", que esta se originou a partir do intento
dos romanos traduzirem a palavra grega êthica. Moral não traduz, no entanto, por
completo, a palavra grega originária. É que êthica possuía, para os gregos, dois sentidos
complementares: o primeiro derivava de êthos e significava, numa palavra, a
interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma ação genuinamente humana e
que brota a partir de dentro do sujeito moral, ou seja, êthos remete-nos para o âmago do
agir, para a intenção. Por outro lado, êthica significava também éthos, remetendo-nos
para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na assimilação
social dos valores. A tradução latina do termo êthica para mores "esqueceu" o sentido
de êthos (a dimensão pessoal do acto humano), privilegiando o sentido comunitário da
atitude valorativa.
8. Notícia
Justiça condena 23 policiais militares pelo Massacre do Carandiru
No início da madrugada desta segunda-feira (21), 23 dos 26 policiais militares
acusados da morte de 15 detentos no Massacre do Carandiru foram condenados pelo
Tribunal do Júri. O juiz José Augusto Nardy Marzagão, que presidiu o julgamento,
fixou a pena em 156 anos de reclusão para cada um, em regime inicial fechado. Os réus
podem recorrer em liberdade. Roberto Alberto da Silva, Eduardo Espósito e Maurício
Marchese Rodrigues foram absolvidos.
O julgamento durou seis dias, após um jurado passou mal na noite do segundo dia e
os trabalhos ficaram suspensos por um dia e meio.
O Massacre do Carandiru é conhecido como o maior massacre do sistema
penitenciário brasileiro e ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos
foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião
no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru.
O único envolvido cujo julgamento chegou ao final, coronel Ubiratan Guimarães,
foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em fevereiro de 2006. Em 2001,
ele foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 prisioneiros vítimas
na invasão do complexo penitenciário do Carandiru. O militar foi assassinado em
setembro de 2006, em crime do qual a namorada foi acusada e depois absolvida (em
novembro do ano passado), por falta de provas.
9. Convite
São Carlos, 24 de abril de 2013.
Ao Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia (NAPRA)
A Frente Feminista de São Carlos vem, por meio desta, convidar esta entidade a
somar na construção da 2ª Marcha das Vadias de São Carlos, que será realizada no dia
25 de maio, com concentração à 08:30h, na Praça Santa Cruz.
Em 2012, contando com o apoio de indivíduos, sindicatos, entidades e
organizações políticas da cidade, colocamos nas ruas mais de 300 pessoas numa das
maiores manifestações políticas que São Carlos viu nos últimos anos. Com encenações
dramáticas, intervenções culturais, reivindicações, cartazes e palavras de ordem,
cantamos pela liberdade das mulheres sobre seus corpos, pela igualdade de direitos
entre mulheres e homens, pelo fim da violência de gênero e pela não culpabilização das
vítimas.
A Frente mantém desde então suas reuniões, organizou debates, espaços de
formação e já tomou as ruas esse ano no Dia Internacional da Mulher (8 de março) para
reivindicar direitos iguais para as mulheres. Iniciamos recentemente a formulação da
Marcha das Vadias de 2013 e acreditamos no potencial de novamente unir a população
em torno dessa temática tão relevante.
O formato e o caráter da Marcha serão definidos nas próximas reuniões, por isso
convidamos todos (as) para que participem e contribuam desde já para o sucesso desta
2ª Marcha.
Nossa próxima reunião ocorrerá no dia 29/04 (segunda-feira), às 17:45h, na
Praça Coronel Salles (Praça dos Pombos).
Frente Feminista de São Carlos
10. Panfleto
11. Resumo
Texto - Lendas da Via Láctea
A Via Láctea era imaginada como o caminho para casa de Zeus/Júpiter. Era também
considerada o percurso desordenado da corrida de Faetonte pelo Céu, enquanto
conduzia o carro do Sol. Os povos nórdicos acreditavam que a Via láctea era o caminho
seguido pelas almas para o céu.
Na Escócia antiga era a estrada prateada que conduzia ao castelo do rei do fogo. Os
índios primitivos acreditavam que a Via Láctea era o caminho que os espíritos
percorriam até às suas aldeias, no Sol. O seu caminho é marcado pelas estrelas, que são
fogueiras que os guiam ao longo do caminho.
Resumo:
Existem várias lendas acerca da Via Láctea. São vários os povos, desde os Gregos,
os Nórdicos e os Índios primitivos, que interpretam a Via Láctea como um caminho, um
rio celestial ou como guia das almas até ao céu.
12. Resenha
ASSIS, Machado de. A causa secreta. In: Machado de Assis - obra completa v.II. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
Este é um conto que aborda um tema oculto da alma de todo ser humano: a
crueldade. Machado de Assis cria um cenário onde o recém formado médico Garcia
conhece o espirituoso Fortunato, dono de uma misteriosa compaixão pelos doentes e
feridos, apesar de ser muito frio, até mesmo com sua própria esposa.
Através de uma linguagem bastante acessível, que não encontramos em muitas
obras de Assis, o texto mescla momentos de narração - que é feita em terceira pessoa –
com momentos de diálogos diretos, que dão maior realidade à história.
Uma característica marcante é a tensão permanente que ambienta cada episódio.
Desde as primeiras vezes em que Garcia vê Fortunato - na Santa Casa, no teatro e
quando o segue na volta para casa, no mesmo dia - percebemos o ar de mistério que o
envolve.
Da mesma forma, quando ambos se conhecem devido ao caso do ferido que
Fortunato ajuda, a simpatia que Garcia adquire é exatamente por causa de seu estranho
comportamento, velando por dias um pobre coitado que sequer conhece.
A história transcorre com Garcia e Fortunato tornando-se amigos, a apresentação
de Maria Luiza, esposa de Fortunato e ainda com a abertura de uma casa de saúde em
sociedade.
O clímax então acontece quando Maria Luiza e Garcia flagram Fortunato
torturando um pequeno rato, cortando-lhe pata por pata com uma tesoura e levando-lhe
ao fogo, sem deixar que morresse. É assim que percebe-se a causa secreta dos atos
daquele homem: o sofrimento alheio lhe é prazeiroso. Isso ocorre ainda quando sua
esposa morre por uma doença aguda e quando vê Garcia beijando o cadáver daquela que
amava secretamente. Fortunato aprecia até mesmo seu próprio sofrimento.
É possível afirmar que este conto é um expoente máximo da técnica de Machado
de Assis, deixando o leitor impressionado com um desfecho inesperado, mas que
demonstra – de forma exponencial, é verdade - a natureza cruel do ser humano. É uma
obra excelente para os que gostam dos textos de Assis, mas acham cansativa a
linguagem rebuscada usada em alguns deles. Joaquim Maria Machado de Assis é
considerado um dos maiores escritores brasileiros e entre seus livros encontram-se as
coletâneas de contos Histórias da meia-noite e Contos fluminenses.
13. Comentário
(Em resposta ao texto no link: http://www.revistadinamica.net/auxilio-reclusao-a-
verdade-que-as-correntes-da-internet-nao-dizem-3/)
Kiko, sem mais delongas, seu texto foi de uma inteligência incrível. Concordo
com você em todos os quesitos citados em suas falas. EU já trabalhei em Presídio, e
sei por experiência a situação atual do sistema carcerário, e em contrapartida do
INSS. Acredito que realmente uma das premissas da cidadania é a informação,
como foi citado logo no início deste debate. A sociedade deveria e deve conhecer, e
quando digo conhecer, digo ler, se informar, a respeito de qual parcela da população
esta encarcerada ou “apenada”, conhecer seu histórico de vida social, conhecer
como aquela família cresceu, à que situações foram subjugadas, do que foram
privadas, enfim, encarar de fato a situação real do “preso”, para depois julgar se é
válido ou não o recebimento, do que perante a Constituição (lei máxima em nosso
país, construído como padrão de DEMOCRACIA) é considerada como direito.
14. Carta
São Paulo, 12 de outubro de 2008
Caro Sr. Carlos Minc,
Peço-lhe desculpas, já antes de iniciar minha carta, afinal, não faz nem um
ano que o senhor assumiu tal cargo e posso imaginar quantas atribuições e cobranças
já lhe tomam o tempo. Porém, sei que o assunto que vou tratar nesta carta lhe
interessa, ou pelo menos ao Carlos de muitos anos atrás, aquele que lutava pelo meio
ambiente, sem cargo de tal importância, mas com muita determinação.
Sei que não se lembrará de mim, um senhor de 60 e tantos anos, que já
aposentado, apenas vê a vida passar e que para muitos é “apenas mais um velho”.
Porém, à minha adolescência, fui um grande defensor da natureza, até mesmo lutando
a seu lado em manifestações, e mais tarde, vendo o que fazia com seu poder político
para ajudar essa causa. Por todo esse meu “tempo livre”, ainda procuro estar a par dos
acontecimentos, e li sobre o Brasil não estar preparado tecnologicamente para
produzir energia nuclear, apesar desta ser uma forma muito rentável e, de certa forma,
não poluente. Li também sobre protestos de grupos como o Greepeace contra a
instalação da usina Angra III, assunto com o qual já venho me preocupando a algum
tempo.
Por ser o ministro do meio ambiente, sei que tem o poder de permitir ou não a
instalação e também de estabelecer normas quanto à estrutura necessária, tanto no
intuito de gerar mais energia e de não poluir, como pelo depósito dos resíduos. Ainda
que esta seja a fonte de energia do futuro, ela é muito perigosa, e sem controle, seu
risco aumenta. Lembro-me de discussões em meu grupo de protestos, de como a
demanda de energia em nosso mundo iria aumentar, e de como isso poderia nos
afetar. Àquela época, as soluções eram poucas, mas veja hoje, quantas novas
surgiram, como as células combustíveis que utilizam hidrogênio, e que como resíduo
geram apenas vapor de água!
Assim como nossos ancestrais, que partiram do fogo e foram se
aperfeiçoando, nós também, nos dias de hoje, deveríamos seguir em frente cada vez
mais. Porém, caro Carlos, com muita consciência, para que nossos sonhos de
adolescentes, de tornar o mundo um lugar mais “limpo”, não fiquem apenas nas
lembranças de um velho aposentado.
Abraços,
B. G.
15. E-mail
Exemplo 1
Excelentíssimo Presidente Barack Obama,
Viemos por meio deste, expressar nossa gratidão e a nossa crítica aos elogios
reconhecidos por vossa excelência ao Brasil em seu discurso. Um discurso com um
trecho de música fantástico, uma piada sobre a importância do futebol, rico em fatos
históricos e repleto de propostas. Por outro lado, fazemos um paralelo do seu
pronunciamento com o contexto histórico e com suas recentes ações e observamos uma
profunda contradição e fatos distorcidos.
Antes de tudo, pedimos respeito com nosso país e as nossas decisões. Mesmo
sabendo que o Brasil é sempre a favor da diplomacia, ou seja, não era a favor do ataque
bélico à Líbia, vossa excelência ordenou o ataque aqui, no nosso território. Onde ficou a
importância da “voz” brasileira que o senhor deu a entender no seu discurso que
tínhamos? Essa é uma grande contradição.
Observamos também um discurso cheio de detalhes históricos, muito bem
empregados. Mas, claramente foram usados em um contexto que coloca o seu país
como uma nação preocupada com o Brasil nas épocas citadas. Explicitou a ditadura
militar ocorrida, mas não falou que o país influenciador, ou melhor, patrocinador desse
regime ditatorial foi o seu. Também falou que foram vocês os primeiros a reconhecer a
democracia brasileira, mas todos sabemos que existia um forte interesse de um novo
mercado econômico para consumir o modo de vida americano.
Após uma maquiagem histórica seu discurso enche-nos de aparentes boas
propostas, parcerias que podem ser vantajosas para ambos os lados. Só que, após tantos
exemplos do egocentrismo norte-americano, nós estamos mais cautelosos e sabemos o
nosso valor. Somos uma potencia no quesito energético e saberemos utilizá-lo em prol
dos nossos interesses.
Apesar dos pesares, admiramos sua vinda ao Brasil. Vossa excelência e sua
família serão bem-vindos aqui. Gostamos também de sua preocupação, quer dizer, do
seu interesse em fazer tantas propostas, isso mostra que nosso país está se tornando
importante para a economia mundial e que os Estados Unidos reconhece isto.
Esperamos que o Brasil e seu país possam fazer bons acordos, mas fique ciente que a
nação brasileira tem voz e se preocupa acima de tudo, com seus próprios interesses.
Atenciosamente,
O povo Brasileiro.
Exemplo 2
Caro Senhor Veríssimo,
Devo dizer, quanto ao texto "Ser Brasileiro", de sua autoria, que sua técnica para
escrita é realmente algo muito bonito de se ver. Sinto-me feliz por ver esses jogos que o
senhor faz com um dos nossos mais preciosos instrumentos de comunicação. As
imagens criadas são muito bonitas de se ver em um texto, no entanto, senhor Veríssimo,
gostaria de ressaltar que as preocupações das quais o senhor trata no texto são muito
válidas, mas não creio que seja essa a ótica que devemos enfatizar enquanto cidadãos
brasileiros.
O nosso país, infelizmente, tem a maior parte da população em índices
alarmantes de pobreza e a fome assola muitas famílias brasileiras. Quantas crianças não
estão nas ruas, sem nenhuma perspectiva de uma vida melhor, de um futuro?... Essas
que são o futuro do nosso país... e que são tão maltratadas pela sociedade como um
todo.
Por que isso acontece, senhor Veríssimo? Porque estamos, a cada dia, nos
programando para não nos comover com a realidade do próximo... É mais fácil ver o
mundo pelas lentes cor-de-rosa de Panglos.
Gostaria que o senhor passasse a baixar o vidro do seu, com certeza, lindo carro,
nos sinais de trânsito para ver o que nós fazemos com o nosso futuro. Ou talvez nem
precise tanto... De vez em quando visite a cozinha da sua casa, o senhor com certeza
encontrará bons exemplos de brasileiros que precisam de mais atenção.
Gostaria de salientar também, senhor Veríssimo, que essa é uma crítica
construtiva. A sugestão é usar sua brilhante técnica a favor dos nossos problemas que
precisam urgentemente de solução. Talvez assim consigamos com que as pessoas que
leem seus textos sejam mais atentas ao que acontece à nossa volta e não se acostumem a
achar normal ver pessoas passando fome, crianças nas ruas... Balas perdidas... E
outras tantas coisas que estamos nos acostumando a ver.
Atenciosamente,
V. G.