Cultivo asteraceae julio

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Cultivo Biodinâmico de Asteraceae Palestrante: Julio Cásar Soraggi Consultor da ABD Associação Biodinâmica

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Cultivo Biodinâmico de Asteraceae

Palestrante: Julio Cásar Soraggi

Consultor da ABD

Associação Biodinâmica

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Origem

Alfaces

Origem e tipo: a alface (Lactuca sativa.), pertencente à famíliaAsteraceae, é uma planta originária da Ásia e trazida para oBrasil pelos portugueses no século XVI. Atualmente, constitui ogrupo de hortaliças folhosas de maior consumo no Brasil, sendorica, principalmente, em vitaminas A e C e minerais como o ferroe o fósforo. As principais alfaces consumidas no Brasil: são as dotipo crespa, lisa e americana, além disso, vem crescendo oconsumo das alfaces roxa, mimosa e romana.

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Chicória – Escarolas

A planta chicória (Cichorium endivia) é muito semelhante àalface. É uma espécie que produz melhor em condições detemperaturas amenas, embora havendo cultivares tolerante atemperaturas mais elevadas. Geralmente, semeia-se no outono-inverno, porém pode-se plantar ao longo do ano, em regiões demaior altitude. A colheita é feita com 65 a 80 dias dasemeadura, cortando-se a planta inteira.

Almeirão

O almeirão (Cichorium intibus) apresenta folhaslanceoladas, mais alongadas que as da chicória. Apresentamsabor amargo acentuado. Produz melhor sob temperaturasamenas, sendo plantado, geralmente, no outono-inverno. Acolheita inicia-se 60 a 80 dias após semeadura, efetuando-se ocorte folhas.

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Cultura da Alface

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Clima e cultivares

. Períodos climáticos pouco favoráveis ao seu cultivo. O primeiroocorre nos meses de inverno, em que temperaturas inferiores a 10 ºCretardam o crescimento. O segundo período refere-se aoverão, caracterizado por altas temperaturas, que atingem 30 ºCdurante o dia, e que provocam o encurtamento do ciclovegetativo, induzindo as plantas ao florescimento prematuro edepreciando, conseqüentemente, a qualidade da alface.Nas alfaces americanas temperaturas muito elevadas podemfavorecer a formação de cabeças pouco compactase, também, contribuir para a ocorrência de deficiência decálcio, conhecido como "tipburn"; também, a ocorrência de chuvas deverão dificulta a produção e obtenção de folhas tenras e bemformadas.

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Temperaturas do ar mais favoráveis ao crescimento eprodução de alface se situam entre 15 e 24 ºC, sendo amínima de 7 ºC. A alface americana requer, comotemperatura ideal para o desenvolvimento, 23 ºCdurante o dia e 7 ºC à noite. Temperaturas acima de 40ºC retardam gradativamente a absorção denutrientes, enquanto a maior absorção é conseguidaentre 25 e 30 ºC.

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Alface Americana Novembro Astra, Caprice, Empire, Júlia, Kaiser, Lady, Lucy Brown, Rafaela, Raider, Robinson

Alface Americana Outubro a Janeiro Astra, Caprice, Empire, Júlia, Kaiser, Lady, Lucy Brown, Rafaela, Robinson

Alface Americana Fevereiro Astra, Caprice, Júlia, Kaiser, Lady, Lorca, Rafaela, Robinson, Rubete

Alface Americana Março Caprice, Júlia, Kazan, Lady, Legacy, Lorca, Rafaela, Robinson, Rubete

Alface Americana Abril a Julho Caprice, Júlia, Kazan, Lady, Legacy, Lorca, Rafaela, Raider Plus, Robinson, Rubete

Alface Americana Agosto a Setembro Caprice, Júlia, Kazan, Lady, Legacy, Rafaela, Raider, Raider Plus, Robinson, Rubete

Alface Crespa Ano Todo Cinderela, Cristina, Deisy, Elba, Gizele, Eortência, Marisa, Mônica, Renata, Sabrina, Veneranda, Vera, Verônica

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Alface Lisa Ano Todo Daniele, Elisa, ElizabetE, Karla, Luisa, Stela

Alface Roxa Ano Todo Red Fire

Alface Mimosa Ano Todo Kristine, Grega e green

Alface Romana Ano Todo Ballon, Lente, Paris e Felipus

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Produção de mudas

• Semeio: preferencialmente em dia de folha e na luacrescente.

• Substrato: 7 a 10 litros de húmus de minhoca oucomposto biodinâmico peneirado, 3 litros devermiculita ou casca de arroz queimada, 100 gramasde cinzas, 200 gramas de torta de mamona, 100gramas de farinho de osso ou yoorin ( termofosfato)e 10 gramas de tricoderma.

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• Usar bandejas de 200 celulas

• Após um período de 20 a 30 dias, as mudas estarãoprontas para o transplante

• Irrigar diariamente e manter o substrato úmido

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Preparo do solo

Principalmente em solos argilosos, o preparo de solo muito úmidoocasiona compactação e formação de torrões. Assim é necessáriaavaliação previa da umidade do solo antes do uso de implementos.Também se deve evitar o preparo de solo muito seco pois ocorrerá aformação de poeira, facilitando que a chuva e o vento levem o solojuntamente com os nutrientes. Além disso, é muito mais difícil e caro opreparo do solo seco.O canteiro deverá ser alto, levantado com roto-encanteiradeira, principalmente em períodos chuvosos, para que nãohaja encharcamento o do solo.

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Correção do solo em fósforo e ph

Assim como para as demais hortaliças os teores de fósforosão muito importantes para a atividade microbiana no soloe nota-se melhor desenvolvimento das culturas em soloscom teores próximos a 80 mg/dm³.

A fosfatagem tem que ser feita conforme análise de solo edeve ser parcelada com utilização máxima de 800Kg/ha/ano de fosfato, pois quantidades exageradas alémde desequilibrar outros minerais torna-se antieconômica

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A calagem será o segundo passo importante nacorreção do solo, pois ela neutraliza a os mineraistóxicos (Al e Mn); contribuir para melhorar agregaçãodo solo, pôr fornecer cálcio para a atividade microbianano solo e fornecer Ca e Mg para a nutrição da planta.

A calagem deve ser feita gradativamente, pois quandoo calcário é aplicado em grandes quantidades podecausar alterações bruscas na química dosolo, diminuindo atividade microbiana edesequilibrando vários nutrientes. Assim, utilizar nomáximo:

1000 Kg/ha/ano de calcário em solo leve (arenoso);

2000 Kg/ha/ano em solo pesado (argiloso).

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Adubação de plantio

Solos mais fracos: 3 a 4 litros de compostobiodinamico+ 200 gramas de torta de mamona por mde canteiro

Solos mais férteis: 2 litros de composto + 100 gramasde torta de mamona por m de canteiro

Irrigar os canteiros antes do transplante das mudas

Fazer a adubação 1 semana antes do plantio

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Tratos culturais

• Uso de cobertura morta: proteger o solo doimpacto das chuvas e do sol, conservação daumidade nos canteiros, aporte de matériaorgânica, etc

• Irrigação: irrigar pela manhã ou final detarde, oferecendo ao solo um bom teor deumidade, da forma mais uniforme possível. (conferir sempre a umidade do solo para ver se énecessário irrigar)

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• Rotação de cultura

• Capina: retirar o mato dos canteiros somente nafase inicial da cultura. Deixar o mato entre as ruasdos canteiros ( trabalhar com roçadas).

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Aplicação de preparados Biodinâmicos

• Preparado 500 chifre- esterco: Aplicar no final datarde, antes ou logo após o transplante dasmudas.(favorece o desenvolvimento radicular eativa a vida do solo trabalhando a polaridadeterrestre).

• Preparado 501 chifre-sílica: Aplicar ao amanhecer20 dias após o transplante das mudas ( alfaceamericana ajuda a formar uma cabeça mais firme)

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• Preparado Fladem: aplicar sobre o solo apóscapinas e roçadas

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Controle de pragas e doenças

Principais PragasVaquinha

O aparecimento da vaquinha sempre ocorrerá noverão, período de eclosão natural de seus ovos ovopositados nosolo.As vaquinhas são responsáveis pôr danos nas folhas, causando

danos severos de produção em algumas culturas.Quando na forma larval “larva alfinete” pode atacar o sistemaradicular de algumas culturas, e causar perda total na produção.Para o controle da larva alfinete é fundamental a redução dapopulação adulta, para que não ovoposite no solo.

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A melhor estratégia de controle é evitar o plantioconsecutivo de talhões com culturas preferidas na suaalimentação.

Em áreas pequenas pode-se distribuir armadilhas comuma cucurbitácea atrativa a "cabaça" ou "purunga", asquais podem ser destruídas após ficarem cheias doinseto

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Pulgões, moscas brancas e trips

O aparecimento destes insetos é em geral devido à baixa umidade doar e do solo e temperaturas elevadas. Apenas o pulgão ocorre tambémem situações de baixa temperatura.

Outra causa importante no aparecimento destas pragas é odesequilíbrio nutricional da planta, ou seja, excesso de Nitrogênioem relação ao Potássio.Nas folhosas os pulgões, mosca branca e trips são responsáveis pelatransmissão de viroses.É fundamental em primeiro lugar melhorar a nutrição das culturas eo manejo da irrigação. Além disso, adotar em conjunto o controlebiológico e aplicação de extratos repelentes.

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Devem-se utilizar preventivamente placas adesivascoloridas para diminuir ou monitorar a ocorrência dessaspragas. Existem colas entomológicas no mercado as quaissão utilizadas para pincelar as placas adesivas. Placas azuisnormalmente atraem trips. Placas amarelas atraemvaquinhas e mosca branca.

Para o controle, em caso de clima seco, utilize extratosrepelentes:

Extrato de pimenta do reino + extrato de alho – 200 ml decada em 20 litros de água

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Para o controle, em caso de clima úmido, utilizecontrole biológico:

Metarril + Boveril – 60 g de cada em uma bomba de20 litros.

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Lesma e caramujos

A preferência alimentar das lesmas é por plantas queestejam em ambientes muito úmidos e também comexcesso de nitrogênio em relação ao potássio, além dedeficiência de cálcio.

A primeira medida de prevenção ou curativa emelhorar o manejo nutrição e reduzir a umidade doambiente.

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Para controle utilizar:

Rocksill (100g) + Sal de cozinha (60g)/para 20 litros deágua

Para controle com isca utilizar:

Espalhar no talhão de cultivo vários pedaços de “estopasou pão” molhados com cerveja ou leite. Nestes locaishaverá concentração das lesmas as quais poderão sereliminadas.

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GriloO grilo ataca principalmente talhões onde há cobertura morta depalhada ou plástico. Seu controle poderá ser feito com autilização de:Metarril + Boveril – 60 g de cada em uma bomba de 20 litros.

O controle desta prega e difícil, pois este permanece escondidona cobertura, dificultando o contato do produto com o inseto.Para melhora a eficiência do metarril e boveril, utilizara primeirorepelentes como extrato de arruda. Assim o inseto subirá para asuperfície do solo.Alternativa é aplicação dos produtos para controle biológico(metarril e boveril)a noite, pois o grilo tem habito noturno.

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Principais doenças

Doenças das fúngicas

Septoriose (Septoria lactucae): Ocorre principalmente emambientes de temperatura baixas e amenas com altasumidades do ar e do solo. Causa o aparecimento depequenas manchas necróticas escuras – pintas pretas –com inicio nas folhas mais velhas; pode haver coalescênciadas manchas, resultando no crestamento das folhasexternas

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Controle preventivo: sementes livres de doenças + rotaçãode culturas+ controle da umidade + equilíbrio nutricional.

Controle curativo quando houver excesso de Nitrogênio:pulverizações alternadas semanais com Rockssil (100gramas) em 20 litros de água e calda bordalesa (60 gramasde cobre + 20 gramas de cal) em 20 litros de água.Pulverizar biofertilizante rico em potássio

Controle curativo quando houver falta de Nitrogênio:pulverizações alternadas semanais com Rockssil (100gramas) e calda bordalesa (60 gramas de cobre + 20 gramasde cal) em 20 litros de água. Pulverizar bio rico emnitrogênio e molibdênio.

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Podridão-basal (Sclerotinia sclerotiorum) e Queima-da-saia (Rhizoctonia solani): Ambas ocorrem devido aataque de fungos do solo: a podridão mole causapodridão mole da folha, com o aparecimento depequenos pontinhos escuros no centro dasmanchas, sobre as partes afetadas. A “queima-da-saia”causa necrose escura e queima das folhasinferiores, com com o aparecimento de pequenospontinhos escuros no centro das manchas, sobre aspartes afetadas

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Controle preventivo: evitar contaminação da muda +rotação de culturas com gramíneas + terrenos de boadrenagem + equilíbrio nutricional. Para áreas com históricoda doença pulverização do leito do canteiro antes dotransplante com solução de tricoderma (200 ml para 20litros de água) ou EM-4 (500 ml para 20 litros de água).

Controle curativo: pulverizações com soluções detricoderma na base das plantas (100 ml de Tricodermil + 20litros de água).

Quando houver excesso de nitrogênio pulverizarsemanalmente as plantas com: Pulverizar bio rico emnitrogênio e molibdênio e Rockssil (100 gramas)/ 20 litrosde água. E pulverizações semanais com Calda bordalesa.

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• Chá de cavalinha e preparado 501 chifre sílicatambém podem ser usados para o controlededoenças fúngicas.

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Doenças causadas por fungos:

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Viroses

“Mosaico da alface”: ocasiona mosaico amarelo, com deformação das folhas ecrescimento retardado das plantas. A principal medida de controle é o controle dosvetores (pulgão, trips e mosca branca), além disso, deve-se escolher cultivaresresistentes (há diversas), usar semente isenta de vírus, implantar quebra vento e fazerrotação de culturas e eliminar as plantas afetadas após o aparecimento dos primeirossintomas.“Vira cabeça”: causa necrose e bronzeamento das folhas. A principal medida decontrole é o controle dos vetores (pulgão, trips e mosca branca), além disso, deve-seescolher cultivares resistentes (há diversas), usar semente isenta de vírus, implantarquebra vento e fazer rotação de culturas e eliminar as plantas afetadas após oaparecimento dos primeiros sintomas.

Outra medida de controle preventivo é realizar o plantio dos talhões de cultura maisnovos no sentido oposto do vento predominante, pois os insetos vetores de virosesdificilmente movimento no sentido contrário ao vento.

Acrescentar micronutrientes junto com a aplicação de biofertilizantes, conformerecomendado no item Adubação foliar.

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Controle de doença bacteriana

Para o controle de bactérias a principal alternativa é ocontrole preventivo. Como o aparecimento destasdoenças esta intimamente ligada a fatores climáticos ebalanços nutricionais, o controle será mais efetivoquando aplicado com antecedência. Assim éimportante que o produtor acompanhe diariamente odesenvolvimento da cultura e a previsão do tempo.

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Controle preventivo

Não irrigar excessivamente,

Adubar de forma balanceada, evitando principalmente desordens fisiológicas do tipo

“queima de bordos”, provocadas por deficiência de cálcio e de boro,

Não realizar pulverizações com dosagens excessivas, pois ocasionará queima das

folhas, possibilitando a entrada das bactérias.

Realizar as pulverizações apenas em dias nublados ou no final da tarde para evitar queimaduras.

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Controlar insetos que perfuram as plantas, servindo de porta de entrada para as bactérias.

Fazer rotação de culturas, preferência com gramíneas, por pelo menos uma vez ao ano.

Para melhorar a resistência a bactérias aplica-se Sulfato de Zinco na concentração de 0,15% (30g / 20 litros de água) ou aplicações de enxofre (Kumulus –nome comercial), concentração de 0,30% (60g / 20

litros de água).

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Após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença ou sob condições climáticas

favoráveis, realizar semanalmente pulverizações com EM-4 – (500 ml) para 20 litros de água.

Após a germinação durante todo o ciclo da cultura, realizar quinzenalmente pulverizações com Ecolife (60 ml) para 20 litros de água. O Ecolife atua

como vacina, por tanto as aplicação deverão ser anterior ao aparecimento dos sintomas.

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Colheita: ocorre de 60 a 90 dias , dependendo docultivar e da época do ano. O rendimento esperadovaria de 90000 a 120000 plantas ou 20 a 40 t/há.