Crônica e Conto

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Aluno Produção Textual Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 02 9º Ano | 2° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Ano Produção Textual Ensino Fundamental Habilidades Associadas 1. Estabelecer o foco narrativo (narrador), espaço, tempo, personagens e conflito. 2. Contemplar os elementos do enredo: apresentação, complicação, clímax e desfecho. 3. Utilizar discurso direto e indireto.

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Caderno de Atividade da SEE sobre crônica e conto

Transcript of Crônica e Conto

Page 1: Crônica e Conto

Aluno

Produção

Textual

Caderno de Atividades

Pedagógicas de

Aprendizagem

Autorregulada - 02 99ºº AAnnoo || 22°° BBiimmeessttrree

Disciplina Curso Bimestre Ano

Produção Textual Ensino Fundamental 2° 9º

Habilidades Associadas

1. Estabelecer o foco narrativo (narrador), espaço, tempo, personagens e conflito.

2. Contemplar os elementos do enredo: apresentação, complicação, clímax e desfecho.

3. Utilizar discurso direto e indireto.

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A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o

envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes

preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma

estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar

suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções

para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades

roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é

efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,

também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.

Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior

domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para

o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

ferramentas da autorregulação.

Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se

para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o

aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da

Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às

suas aulas.

Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer

esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

Apresentação

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Caro aluno,

Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas

habilidades e competências do 2° Bimestre do Currículo Mínimo de Produção Textual da

9º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o

período de um mês.

A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma

autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas

de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no

percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e

independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do

conhecimento do século XXI.

Neste Caderno de Atividades vamos conhecer contos e crônicas. Aprenderemos

a reconhecer o narrador, personagens, conflitos, o espaço e tempo em que os textos se

passam. Vamos aprender também a produzir esses tipos de texto.

Este documento apresenta 03 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por

uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias

relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e

atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem,

propõe-se, ainda, uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!

Equipe de Elaboração

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Introdução ............................................................................................... 03

Aula 01: Fazendo crônica..........................................................................

Aula 02: Quem conta um conto................................................................

Aula 03: Contando e refletindo................................................................

Avaliação: ............................................................................................

Referências ..............................................................................................

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Sumário

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A crônica, em geral, é uma pequena narrativa publicada em jornais e revistas e

na qual o cronista demonstra a visão que tem de seu tempo. A própria palavra crônica

é formada pelo radical grego cronos que significa tempo.

O cronista geralmente parte de fatos cotidianos para fazer uma reflexão e,

dependendo do tema escolhido e da intenção do escritor, a crônica pode ter

características variadas. Vejamos alguns tipos de crônica:

Crônica reflexiva – se baseia num fato especifico para fazer uma reflexão mais

aprofundada:

O PLEBISCITO

09 de julho de 2013 | 2h 07

Pai, o que é plebiscito? - assim perguntava o menino, no conto de Artur

Azevedo, em 1890. O mesmo aconteceu comigo.

Estava na sala e de repente meu filho levanta a cabeça e pergunta:

- Pai, o que é plebiscito?

Eu fechei os olhos imediatamente para fingir que dormia. O menino insiste:

- Papai? O que é?

Não tenho remédio senão abrir os olhos.

-Ora essa, rapaz, tens treze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?

- Se soubesse, não perguntava.

- Plebiscito, meu filho, é quando o governo pergunta ao povo o que ele acha

de determinado assunto importante para o país. Voltou à tona depois que houve as

manifestações de rua, com mais de um milhão de pessoas protestando contra o caos

brasileiro.

- Que pergunta é importante para o Brasil?

- São muitas perguntas meu filho...

(...)

ARNALDO JABOR - O Estado de S. Paulo

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-plebiscito-,1051557,0.htm

Aula 1: Fazendo crônica

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Cônica humorística - expressa uma visão cômica ou irônica dos fatos:

MINHAS FÉRIAS

Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos

fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na

hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu

cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até cinco anos de idade, sempre

que via um passarinho numa árvore, eu gritava “aquele fugiu!” e corria para avisar um

guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu os preços dos

hotéis, apesar da minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra,

ela voltaria para casa correndo, e minha irmã (Su) insistir em levar o toca-disco e toda

a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria

corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha

corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro

(Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós

mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa

que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta

do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando “será

que não tem cobra?”, e o meu pai perdeu a paciência e disse “entra no carro e vamos

embora”, porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. (...)

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

Fonte: Veríssimo, Luis Fernando. O Santinho. Rio de Janeiro. Objetiva

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Crônica lírica - expressa as emoções do cronista, seu estado de espírito:

EXISTÊNCIA ÚNICA

Afague tua doce solidão. Não tenhas medo deste eco quando gritas no escuro.

Se está só, então, não está só. Tua companhia é a melhor companhia. Pegue o

próximo trem que te levará para lugares onde nunca esteve. Solte o ar que te mantém

aprisionada. Levite ao dançar. Convide o mar. Livre-se destes paradigmas, desta

mania de sempre acreditar no tolo e ingênuo coração. Aprenda amar teu brilho, tua

existência única. Vá além. Um passo a mais. Vá tão longe a ponto de perguntar se será

capaz de encontrar o caminho de volta pra casa. Aprenda a dizer não. Aprenda a sorrir

além. Aprenda a confiar em mim.

JULIANO MARTINZ

Fonte: http://corrosiva.com.br/textos-pequenos/existencia-unica/

Ao ler as crônicas, podemos notar que, mesmo fazendo abordagens diferentes

sobre os temas, elas possuem características em comum. A crônica, geralmente,

estabelece um diálogo com o leitor, usa linguagem informal, baseia-se em fatos

cotidianos, aproxima-se do jornalismo ou da literatura e contém crítica, humor, ironia,

lirismo ou reflexão. Uma diferença que podemos ver entre os trechos de crônicas

acima é que, na crônica reflexiva, predomina a argumentação, na humorística

predomina a narração e na lírica, a presença de linguagem figurada.

O narrador (quem conta a história) pode ser:

Observador - que conta a história, geralmente, em 3ª pessoa, como alguém que

observa de fora, sem participar dos acontecimentos;

Personagem – Que participa da história como personagem e, por isso, narra em 1ª

pessoa;

Onisciente – conhece tudo sobre os pensamentos e sentimentos dos personagens.

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1. Olhando para os três trechos de crônicas apresentados na explicação, responda:

a. Quais crônicas foram narradas em 1ª pessoa?

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b. Retire um trecho da crônica O Plebiscito que comprove que o narrador é do

tipo narrador personagem.

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2. Como vimos, as crônicas sempre partem de um fato cotidiano. A notícia, a seguir,

serviu de base para a criação de uma divertida crônica de Moacyr Scliar. Veja:

Consumidora encontra lesma em lanche

A leitora Alessandra Alves Castro diz que, no dia 26 de novembro, foi ao

McDonald's do Shopping Ibirapuera e pediu o lanche McChicken. Ao comê-lo, viu uma

lesma de três centímetros na alface. "Fiquei horrorizada, com muito nojo", afirma.

Segundo ela, o gerente chegou a dizer que não era uma lesma, e sim um vestígio de

óleo queimado. "Pedi que olhasse direito, pois estava evidente que aquilo era um

bicho. Depois disse que era apenas uma lesma de alface", reclama.

RESPOSTA - O McDonald's se desculpou pelos transtornos e informou que se

trata de um caso isolado. A assessoria disse que reforçou os procedimentos com o

fornecedor.

Segundo o restaurante, as alfaces utilizadas são cultivadas e processadas dentro

dos mais rigorosos padrões.

(Folha de S.Paulo, em 01 de janeiro de 2001)

Atividade 1

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Agora, veja a crônica criada por Moacyr Scliar a partir dessa curiosa notícia.

Sonho de lesma

Ela nasceu lesma, vivia no meio de lesmas, mas não estava satisfeita com sua

condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas

por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a

gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.

A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele

parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo

francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e

até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos,

enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não

convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida

desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de

cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia,

a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.

Assim pensando, resolveu sacrificar a vida por seu ideal. Para isso, traçou um

plano: tinha de dar um jeito de acabar em uma cozinha refinada. O que não seria tão

difícil. Perto dali havia uma horta onde eram cultivadas alfaces: belas e selecionadas

alfaces, de folhas muito crespas. Alfaces destinadas a gourmets, sem dúvida. Uma

dessas alfaces, raciocinou a lesma, me levará ao destino que almejo. Foi até a horta, à

doida velocidade de meio quilômetro por hora, e ocultou-se no vegetal. Que, de fato,

foi colhido naquele mesmo dia e levado para ser consumido.

Infelizmente, porém, a alface não fazia parte de um prato francês, mas sim de

um popular e globalizado lanche. Quando a consumidora foi comê-lo constatou,

horrorizada, a presença da lesma. Chamado, o gerente a princípio negou a evidência:

disse que aquilo era um vestígio de óleo queimado. O que deixou a lesma indignada:

eu não sou óleo queimado, bradava, eu sou uma criatura, e uma criatura com um

sonho, respeitem meu sonho ou será que, para vocês, nada mais é sagrado, só o

direito do consumidor?

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Ninguém a ouviu, claro. Foi ignominiosamente jogada no lixo, junto com suas

ilusões de grandeza. E assim descobriu que, quem nasceu para lesma nunca chega a

escargot, mesmo viajando de carona em certas alfaces, principalmente viajando de

carona em certas alfaces.

(Scliar, Moacyr. Sonho de lesma. In: Cotidiano, Folha de S. Paulo, 08 de janeiro de 2001).

a. Que fato do cotidiano inspirou a construção da crônica?

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b. Na crônica, foi adotada a perspectiva da lesma, ou seja, a história é contada a partir

do ponto de vista dela. Isso é feito com o narrador em 1ª ou 3ª pessoa? Comprove sua

resposta com um fragmento do texto.

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c. Em que espaço e tempo ocorre a narrativa da crônica?

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d. Dentre os tipos de crônica que vimos na aula de hoje, em qual se enquadra a crônica

“Sonho de lesma”?

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3. Agora, é a sua vez! A partir da mesma notícia que inspirou a crônica “Sonho de

lesma”, crie você a sua própria crônica. Dessa vez, porém, não explore o humor, mas

produza um texto mais lírico. Para isso, busque destacar os sentimentos dos

personagens, insira assuntos como saudade, emoção etc. Não se esqueça do título.

Mãos à obra!

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Caro aluno, já ouviu o ditado que diz que quem conta um conto aumenta um

ponto? Esse ditado vem do tempo em que os contos eram transmitidos oralmente

como os contos de fadas e que ao longo do tempo foram sendo modificados, pois cada

pessoa que o recontava mudava um pouco a história.

O conto é um tipo de narrativa curta, no qual a ação é o mais importante e por

isso a caracterização das personagens, do espaço e do tempo é restrita. A intenção do

conto é emocionar, levar você a refletir sobre o comportamento humano. O conto

pode ser publicado em jornais, revistas, sites, blogs e livros. Existem variados tipos de

contos: de fadas, de terror, fantásticos, etc.

Vejamos:

CARACTERÍSTICAS DOS CONTOS

Narração em 1ª ou 3ª pessoa;

Predomínio do tempo cronológico;

Linguagem concisa (objetiva ou poética);

Poucos personagens;

Construção pouco detalhada dos personagens;

Um conflito apenas;

Tempo e espaço reduzidos;

Presença ou não de diálogos.

Existem duas formas temporais de se narrar um conto. O conto pode seguir um

tempo cronológico (ordem linear dos fatos) ou um tempo psicológico (não linear,

ordenado segundo o pensamento do narrador).

O enredo na maioria das vezes possui quatro elementos que são:

1. Apresentação inicial – situação de equilíbrio em que são apresentados o

espaço e tempo em que a história vai ocorrer e os personagens.

Aula 2: Quem conta um conto...

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2. Complicação – parte onde se inicia a ação de conflito com o surgimento de

um problema. É quando algum personagem age para mudar a situação anterior.

3. Clímax- ponto crítico da história, mais emocionante ou de maior suspense.

4. Desfecho- é o final da história.

Conseguimos identificar mais facilmente os elementos do enredo aplicando-os

ao exemplo do conto O Pequeno Polegar, de Charles Perrault.

ELEMENTOS

DO ENREDO CONTO O PEQUENO POLEGAR

Apresentação

Um pobre lenhador tinha sete filhos e o caçula era tão pequenino

que o chamavam Pequeno Polegar. Mas, apesar do tamanho, era um

menino muito esperto. Como a Europa passava por um período de

muita fome, o pai decidiu abandonar os filhos na floresta. Depois de

muito andar, as crianças avistaram um lindo castelo e para lá se

dirigiram em busca de abrigo e alimento.

Complicação

Um ogro malvado, que ali residia, resolveu que iria devorá-los. Mas

Polegar, percebendo a intenção do malvado, durante a noite, trocou

o seu chapéu e os chapéus dos irmãos pelas coroas das filhas do

ogro, que as devorou pensando que fossem os rapazes.

Clímax

Eles tiveram, então, que fugir do castelo. O Pequeno Polegar calçou

as botas encantadas do ogro enquanto ele dormia e, assim, ajudou

os irmãos a voltarem para casa, com o auxílio das botas de sete-

léguas.

Desfecho Polegar trabalhou para um rei, conseguiu muito dinheiro e pode

finalmente voltar para sua casa e nunca mais passaram fome.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=O_Pequeno_Polegar&oldid=34825305

É muito comum conhecermos contos como o do Pequeno Polegar, Cinderela ou

o da Branca de Neve, pois temos contato com essas narrativas desde a infância. Há,

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porém, outros tipos de contos mais modernos, voltados para o público jovem e adulto.

Vamos ver os temas principais dos contos:

Conto Fantástico

ou de fadas

Apresenta acontecimentos mágicos ou sobrenaturais que causam

estranhamento ao leitor. Há presença do real e do fantástico ou

de elementos mágicos, mas o leitor nunca perde a noção do real.

Conto de Terror

Apresenta uma narrativa próxima da realidade (verossímil) e se

passa numa atmosfera de terror, tensão, medo e suspense. O final

pode ser surpreendente, atemorizador ou inesperado.

Conto de humor

Apresenta situações imprevisíveis e inusitadas, personagens

engraçados. É comum o uso de piadas, ironias e trocadilhos e

pretende provocar o riso no leitor.

1. Leia com atenção o conto e responda:

As flores da morte

Conta-se que uma moça estava muito doente e teve que ser internada em um

hospital. Desenganada pelos médicos, a família não queria que a moça soubesse que

iria morrer. Todos seus amigos já sabiam. Menos ela. Para todo mundo que ela

perguntava se ia morrer, a informação era negada.

Depois de muito receber visitas, ela pediu durante uma oração que lhe

enviassem flores. Queria rosas brancas se fosse voltar para casa, rosas amarelas se

fosse ficar mais um tempo no hospital e estivesse em estado grave, e rosas vermelhas

se estivesse próxima sua morte.

Certa hora, bate à porta de seu quarto uma mulher e entrega à mãe da moça

um maço de rosas vermelhas murchas e sem vida. A mulher se identifica como "mãe

Atividade 2

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da Berenice". Nesse meio tempo, a moça que estava dormindo acordou, e a mãe

avisou pra ela que a mulher havia deixado o buquê de rosas, sem saber do pedido que

a filha havia feito em oração.

Ela ficou com uma cara de espanto quando foi informada pela mãe que quem

havia trazido as rosas era a mãe da Berenice. A única coisa que a moça conseguiu

responder era que a mãe da Berenice estava morta há 10 anos.

A moça morreu naquela mesma noite. No hospital ninguém viu a tal mulher

entrando ou saindo.

Fonte:http://www.sobrenatural.org/conto/detalhar/11732/10_contos_de_terror/

a. Quem são os personagens do conto?

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b. Qual o conflito presente?

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c. Em que parágrafo vemos o clímax da história?

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d. Esse conto é de que tipo? De humor, de fadas ou de terror? Justifique!

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e. O desfecho foi o que você esperava? Por quê?

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f. Quais suas impressões sobre a história?

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g. No 2º parágrafo do conto, aparece justamente a complicação da história. Explique

com suas palavras o que se complica na história e se o desfecho foi positivo ou

negativo.

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Caro aluno, agora que já conhecemos os gêneros textuais crônicas e contos,

surge uma dúvida: quais as diferenças entre esses gêneros tão parecidos?

O conto é ficcional e pode trazer elementos mágicos e sobrenaturais. Ele não é

como a crônica, que narra fatos do cotidiano, como episódios políticos, atualidades ou

costumes. A crônica ainda é resultante de uma visão particular do cronista sobre um

fato e escrito em linguagem coloquial para se aproximar do leitor.

O conto, por sua vez, é uma narrativa imaginada por seu autor e tem um só

conflito, sendo uma história fechada. Nele, as ações podem se desenrolar num tempo

maior como dias, meses e anos, enquanto, na crônica, é apresentado um breve

momento do cotidiano. No conto, as personagens são amplamente caracterizadas,

fisica e psicologicamente. Já na crônica, não há espaço para tanto detalhamento.

O desfecho do conto é geralmente a resolução de um conflito e, na crônica,

muitas vezes, o desfecho fica para a imaginação do leitor, para que ele mesmo tire

suas conclusões sobre os fatos.

Observe as diferenças entre os contos da aula 2 e a crônica de Luis Fernando

Veríssimo, que fala sobre como o casamento mudou com o passar do tempo:

CASAMENTO, POR LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

(...) No momento em que Deus perguntou se alguém no Paraíso sabia de

alguma razão para que aquele casamento não se realizasse, ninguém se manifestou,

mesmo porque não havia mais ninguém. A cerimônia foi simples e rápida apesar de

alguns problemas — Adão não tinha onde carregar as alianças, por exemplo — e Adão

e Eva ficaram casados por 930 anos. E isso, porque, na época, ainda não existiam os

antibióticos.

Mais tarde, instituiu-se o dote. Ou seja, as mulheres, como caixas de cereais,

passaram a vir com brindes. O pai da noiva oferecia, digamos, dez cântaros de azeite e

dois camelos ao noivo e ainda dizia:

Aula 3: Contando e refletindo

Page 18: Crônica e Conto

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— Pode examinar os dentes.

— Deixa ver...

— Da noiva não, dos camelos!

Houve uma época em que os pais se encarregavam de casar os filhos sem que

eles soubessem.

(...)

Mais tarde, veio a era do Bom Partido. As moças não eram mais negociadas,

grosseiramente, com maridos que podiam garantir seu futuro. Eram condicionadas a

escolher o Bom Partido. Podiam namorar quem quisessem, mas na hora de casar...

— Vou me casar com o Cascão.

— O quê?!

— Nós nos amamos desde pequenos.

— O que que o Cascão faz?

— Jornalismo.

— Argk!

A era do Bom Partido acabou quando a mulher ganhou sua independência.

Paradoxalmente, foi só quando abandonou a velha ideia romântica do ser frágil e

sonhador que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor,

inclusive com o Cascão. Só havendo o risco de o Cascão preferir casar com o Rogério.

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/06/13/casamento-por-luis-fernando-verissimo-

499889.asp

Como já foi dito, quem conta um conto aumenta um ponto! Chegou a sua vez de

contar seu conto. Responda primeiro ao nosso plano de produção e observe que, para

ajudá-lo, a pergunta (b.) já foi respondida. Partindo dos personagens e do

planejamento abaixo, escreva sua história. Vamos lá. Dê asas a sua imaginação!

Atividade 3

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Fonte: acervo pessoal de uma das elaboradoras do material.

a. O narrador será observador ou personagem?

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b. Quais serão os personagens?

Essa resposta é fácil: bruxa má, Wolverine e Bob Esponja.

c. Que características possuem os personagens?

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d. Em que local e tempo se passará a história?

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e. Haverá diálogos entre os personagens?

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f. Qual será o conflito?

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g. Qual será o desfecho?

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h. De que tipo será o seu conto? De terror, de fadas ou outro? Especifique.

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i. Produção do Conto

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Aprendemos sobre contos e crônicas, suas características e os elementos de que são

compostas. Leia, a seguir, a crônica de Luís Fernando Veríssimo sobre um tema muito

atual e amplamente divulgado nos meios de comunicação: a espionagem americana no

Brasil.

O QUE SIGNIFICA ORÉGANO

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

Você eu não sei, mas eu estou preocupadíssimo com a revelação de que os

americanos têm monitorado tudo que é dito e escrito no Brasil nos últimos anos.

Ouvem nossos telefonemas, leem nossos e-mails e, provavelmente, examinem o nosso

lixo, atrás de indícios da nossa periculosidade. O que me preocupa é que essa

informação, depois de coletada e classificada, é analisada talvez pelas mesmas pessoas

que nunca duvidaram que o Saddam Hussein tivesse armas de destruição em massa e

nunca estranharam que os sequestradores daqueles aviões que derrubaram as torres,

no onze do nove, não se interessassem pelas aulas de aterrissagem nos seus cursos de

aviação. Quer dizer, que garantia nós temos que não se enganarão de novo, e verão

ameaças à segurança americana nas nossas comunicações mais inocentes? Um simples

telefonema entre namorados (“desliga você”, “não, desliga você”) pode ser

interpretado como parte de um plano para sabotar centrais elétricas. Um pedido para

troca de bujão de gás, uma evidente referência cifrada à explosão da Casa Branca. O

fato é que tenho tentado recapitular todos os meus telefonemas e e-mails nos últimos

anos, com medo de que um deles, mal interpretado, acabe provocando minha

aniquilação por um drone.

Ou então me vejo chegando aos Estados Unidos, sendo barrado por um agente

da imigração e levado para uma sala sem janelas, onde sou cercado por outros

agentes, provavelmente da CIA, que me pedem explicações sobre um telefonema,

obviamente em código, que fiz antes de viajar. Reconheço minha voz na gravação.

Avaliação

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- O que quer dizer “à calabresa”, Mr. Verissimo? – pergunta um dos agentes.

Estou confuso. Não consigo pensar. Calabresa, calabresa…

- Alguma referência à máfia? Uma ligação da organização terrorista à qual o

senhor evidentemente pertence, como a camorra, visando a um atentado aqui nos

Estados Unidos? O senhor veio se encontrar com a máfia americana para acertar os

detalhes do complô. É isso, Mr. Verissimo?

- Não, não. Eu…

- Notamos que, mais de uma vez na gravação, o senhor diz “sem orégano, sem

orégano”. Deduzimos que há uma divergência dentro do complô entre vocês e a máfia,

uns a favor de se usar “orégano” no atentado, outros contra. O que, exatamente,

significa “orégano”?

Finalmente, me dou conta.

- Orégano significa orégano. Eu estava pedindo uma…

- Por favor, não faça pouco da nossa inteligência, Mr.Verissimo. Não gastamos

milhões de dólares para ouvir que orégano significa orégano.

Fonte: http://contobrasileiro.com.br/?p=1540#more-1540

1. Sobre a crônica o que significa orégano, marque verdadeiro ou falso:

( ) A crônica é narrada por um agente americano.

( ) É uma crônica lírica.

( ) O narrador é personagem.

( ) O espaço em que se desenvolve a história é no Brasil.

( ) A crônica se passa há muitos anos atrás .

( ) O trecho ‘Por favor, não faça pouco da nossa inteligência, Mr.Verissimo’ faz parte

do desfecho da crônica.

( ) Há presença de diálogos.

( ) O narrador é observador.

( ) A crônica é narrada em 1ª pessoa.

( ) O trecho “- Orégano significa orégano. Eu estava pedindo uma…” indica que o

narrador estava tendo ligação com a máfia.

( ) Verissimo não fazia parte de um complô.

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( ) No trecho ‘Você eu não sei, mas eu estou preocupadíssimo’ o narrador estabelece

proximidade com o leitor.

( ) A intenção do cronista foi levar o leitor à uma reflexão sobre um tema importante

através do humor.

2. A partir do conto abaixo, responda o que se pede:

O primeiro encontro (fragmento)

Sua mão era quente e gordinha. Imóvel na minha mão. Nós dois olhando pra

tela, lendo os diálogos traduzidos do inglês, e enquanto isso havia era um mundo

enorme de ideias passando pela minha cabeça: beijo ou não beijo? Assim de repente?

E se ela brigar? Olho pra ela? Olho pro filme? Abraço ela? Abraço e agarro ela e beijo e

que se lasque se ela não gostar?

– Está gostando do filme? – Marta me perguntou, aproximando o rosto. O seu

hálito veio quente, leve sabor de chiclete.

– É legal, né?

O branco do olho dela tão perto do meu rosto. Puxei seu rosto para perto de

mim, pra ficar apoiado no meu peito. Agora, estávamos abraçados. Sua mão brincou

com um botão na minha camisa. Apertei mais os seus ombros. O filme, que se lascasse

o filme. A gente estava muito mais interessado nessa nossa história. Meu corpo todo

tremia e aquelas ideias cortavam pela minha cabeça, como se fossem gaviões me

perseguindo.

– Ciro... você me diz uma coisa? – de novo, o hálito fresco perto do meu rosto.

– Fala...

– Por que você me convidou para sair? – os dedos dela mexendo na minha

camisa.

Por quê? Ah, eu podia dizer que por nada. Porque ela conversava legal. Porque

eu tinha poucos amigos. Porque nunca tinha saído com uma garota. Porque precisava,

desejava e ansiava por uma namorada. Ou por nada disso: que foi só um convite. Ela

era apenas uma colega de escola, e só isso. (...) Na hora eu pensei todo esse milhão de

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coisas, mas só pensei. Porque na minha boca estava era outra resposta, e essa sim,

veio sem pensar:

– Porque eu gosto de você.

E o beijo veio fácil, limpo, gostoso.

(In: KUPSTAS, Marcia. Eu te gosto, você me gosta. São Paulo: Scipione, 1993)

a. Quais os personagens dessa narrativa?

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b. Quem está contando essa história? Como esse tipo de narrador é classificado? _______________________________________________________________________

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c. Identifique o espaço em que se passa a história?

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d. Quantas vezes os dois personagens estiveram nesse local juntos? _______________________________________________________________________

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2. Agora, é a sua vez! Imagine como seria o segundo encontro desse jovem casal e

escreva um pequeno conto a respeito. Pense onde eles se encontrariam, se novos

personagens surgiriam, o que poderia acontecer etc. Use sua criatividade e mãos à

obra!

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[1] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma

proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, p. 192-

195, 2000.

[2] KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de

produção textual. São Paulo: Contexto, p. 102-125, 2009.

[3] MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.

Parábola Ed., 2009.

Referências

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COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda

Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

Ivete Silva de Oliveira Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Heloisa Macedo Coelho Ivone da Silva Rebello

Rosa Maria Ferreira Correa

Equipe de Elaboração