Cristo Nossa Justiça - A.G.D

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| Arthur G. Daniells CRISTO NOSSA JUSTIÇA

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  • | Arthur G. Daniells

    CRISTO NOSSA JUSTIA

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    PREFCIO

    Numa reunio dos membros do Conselho Consultivo da Associao

    Ministerial, realizado em Des Moines, Iowa, em 22 de outubro de 1924, foi -

    "Votado, que o Pastor Daniells fosse encarregado de organizar uma

    compilao dos escritos da Sra. E. G. White sobre o tema da Justificao pela

    F."

    Com a colaborao de meus associados no escritrio da Associao

    Ministerial, assumi a tarefa designada.

    Em harmonia com o propsito bsico de fornecer uma "compilao dos

    escritos da Sra. E. G. White sobre o tema", foi realizada exaustiva pesquisa

    em todos os escritos do Esprito de Profecia, como nos tm sido confiados

    como um povo, em volumes encadernados e tambm em artigos impressos

    que constam de arquivos de nossos pendicos denominacionais, cobrindo um

    perodo de vinte e cinco anos, de 1887 a 1912. To vasto foi o campo de

    estudo, que se nos abriu to maravilhosas e iluminadoras as gemas ocultas da

    verdade, que fiquei impressionado e reverente ante a solene obrigao que se

    me apresentava de recuperar essas gemas de sua obscuridade e coloc-las num

    facho de brilho e beleza, onde adquirissem legtimo reconhecimento e

    aceitao na gloriosa terminao da obra confiada igreja remanescente.

    Buscando conselho e direo de meus colegas, remeti sees antecipadas do

    manuscrito para cuidadosa leitura e sugestes. A resposta de companheiros de

    Obra por todo o campo norte-americano tem sido de natureza muito

    encorajadora e apreciativa, e a urgncia em completar a tarefa foi realada.

    Uma sugesto feita por alguns companheiros de ministrio levou preparao

    de um captulo sobre o tema da justificao pela f, do ponto de vista bblico,

    como introduo compilao dos escritos do Esprito de Profecia. Isto,

    cremos, emprestar autoridade escriturstica e permanncia ao tema que de

    vital importncia para o povo de Deus neste tempo.

    A Palavra de Deus descreve claramente o caminho da justia pela f; os

    escritos do Esprito de Profecia ampliam e elucidam grandemente o assunto.

    Em nossa cegueira e dureza de corao temos vagueado bem longe da rota, e

    por muitos anos temos falhado em nos apropriar desta sublime verdade. Mas

    durante todo o tempo, nosso grande Lder vem chamando Seu povo a alinhar-

    se em torno deste grande fundamento do evangelho - receber pela f a justia

    imputada de Cristo pelos pecados passados, e a justia comunicada de Cristo

    para revelar a natureza divina na carne humana.

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    A fim de tornar esta compilao do maior valor, pareceu necessrio fazer mais

    do que simplesmente reunir uma longa srie de declaraes variadas e sem

    relao umas com as outras. Arranjo e combinao apropriados se fizeram

    necessrios, e a ordem cronolgica foi importante; tambm as circunstncias e

    questes a respeito das quais se fizeram declaraes apropriadas deveriam ser

    corretamente compreendidas. A menos que se levem em conta essas

    consideraes, a compilao poder se demonstrar confusa e cansativa.

    Um estudo cuidadoso e coordenado dos escritos do Esprito de Profecia, com

    respeito ao tema da justificao pela f, tem conduzido firme convico de

    que a instruo dada apresenta dois aspectos: basicamente, o grande e

    maravilhoso fato de que pela f no Filho de Deus, os pecadores podem receber

    a justia de Deus; e, em segundo lugar, o propsito e providncia de Deus em

    enviar a mensagem especfica de justia pela f a Seu povo reunido na

    Assemblia da Associao Geral na cidade de Minneapolis, Minnesota, no

    ano de 1888. Este ltimo aspecto no pode ser desconsiderado pelos

    adventistas do stimo dia sem que se perca de vista uma lio importantssima

    que o Senhor intentou ensinar-nos. E esta convico que tornou necessrio

    incluir na compilao a instruo dada concernente s experincias e

    acontecimentos ligados Assemblia de Minneapolis e a ela subsequentes.

    A maior parte dos membros da igreja hoje surgiu desde que essas experincias

    nos advieram. No esto familiarizados com elas; mas carecem da mensagem;

    tambm das lies que aquelas experincias tinham o propsito de ensinar.

    Da, a necessidade de reproduzir, pelo menos, uma poro da instruo ento

    dada, acompanhando-a com uma breve explicao do que teve lugar.

    Aqueles que tm plena confiana no dom do Esprito de Profecia para a igreja

    remanescente, atribuiro grande valor compilao de declaraes fornecidas.

    Somente poucas tm sido reproduzidas desde que primeiro apareceram nas

    colunas da Review and Herald. A maioria delas saiu de circulao com a

    edio da Review em que apareceram. Em nenhum outro documento foram

    todas reunidas em forma sistemtica e cronolgica como aqui oferecido. Que

    estas mensagens realizem sua obra intencionada na vida de todos quantos

    lerem estas pginas. Maravilhosa a bno que o Cu est esperando

    conceder!

    A.G.D.

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    CAP 1 - CRISTO NOSSA JUSTIA

    Cristo nossa justia a sublime mensagem apresentada nas Escrituras

    Sagradas. Conquanto sejam variadas as formas e frases em que esta

    mensagem desdobrada e apresentada, sempre, visto de qualquer perspectiva,

    o tema central dominante - Cristo, nossa justia.

    O relato da Criao revela a maravilhosa sabedoria e poder de Cristo, por

    quem todas as coisas foram criadas. Col. 1:14-16.0 pecado do primeiro Ado,

    com todas as suas terrveis consequncias, relatado a fim de que Cristo, o

    ltimo Ado, possa ser proclamado como Redentor e Restaurador. Rom. 5:12-

    21. A morte com todos os seus terrores -nos apresentada, para que Cristo

    possa ser exaltado e glorificado como Aquele que concede vida. I Cor. 15:22.

    Os desapontamentos, sofrimentos, e tragdias desta vida so relembrados,

    para que Cristo possa ser buscado como o grande Confortador e Libertador.

    Joo 16:33. Nossa natureza pecaminosa, corrupta, apresentada em cores

    lgubres para que se apele a Cristo por limpeza, e para que Ele nos seja em

    realidade "o Senhor justia nossa.

    Assim se d por todo o Volume Sagrado - cada fase da verdade desdobrada

    aponta de algum modo a Cristo como nossa justia.

    Mas a justia, como assunto de vital importncia bem distinto e bem definido,

    ocupa amplo espao na Palavra de Deus. Sua fonte, sua natureza, a

    possibilidade de ser obtida pelos pecadores, e as condies sob as quais pode

    ser concedida, so apresentadas em grande clareza nesse livro de texto

    original e de autoridade sobre justificao.

    Com respeito fonte, lemos: "A Ti, Senhor, pertence a justia." Dan. 9:7.

    "Justo o Senhor em todos os Seus caminhos." Sal. 145:17. "A Tua justia

    como as montanhas de Deus." Sal. 36:6. "A Tua justia justia eterna." Sal.

    119:142. "Porque o Senhor justo, Ele ama a justia." Sal. 11:7. "NEle no h

    injustia." Sal. 92:15.

    Quanto natureza da justia, as Escrituras so mais explcitas. apresentada

    como o prprio inverso do pecado, associando-se com santidade ou retido.

    "Tomai-vos sobriedade, como justo, e no pequeis." I Cor. 15:34. "No

    sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que

    se corrompe segundo as concupiscncias do engano, e vos renoveis no esprito

    do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus,

    em justia e retido procedentes da verdade." Efs. 4:22-24. "O fruto da luz

    consiste em toda a bondade, e justia, e verdade." Efs. 5:9. "Segue a justia, a

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    piedade, a f, o amor, a constncia, a mansido." I Tim. 6:11. "Toda injustia

    pecado." I Joo 5:17.

    Talvez a mais bela e inspiradora declarao sobre a justia em toda a Palavra

    de Deus seja a seguinte, que diz respeito a Cristo: "Amaste a justia e odiaste

    a iniquidade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com o leo de alegria como

    a nenhum dos Teus companheiros." Heb. 1:9. Isto coloca a justia como

    anttese, o oposto direto, da iniquidade, ou pecado.

    Desse modo a Palavra declara que Deus a fonte de justia e que esse um de

    Seus santos e divinos atributos.

    A questo suprema concernente justia de Deus, assunto do mais profundo

    interesse e consequncia para ns, nossa relaao pessoal com essa justia. E

    a justia em qualquer medida inata natureza humana? Se o for, como pode

    ser cultivada e desenvolvida? Se no, h algum meio de obt-la? Em caso

    afirmativo, por que meio, e quando?

    Para a mente no instruda e no iluminada pela Palavra de Deus este um

    grande, obscuro e sufocante problema. Na tentativa de resolv-lo o homem

    tem, certamente, "buscado muitas invenes". Mas incerteza e confuso a

    respeito de nossa relao para com a justia de Deus so desnecessrias, pois a

    verdadeira situao est claramente declarada nas Escrituras da verdade.

    As Escrituras declaram que "todos pecaram e carecem da glria de Deus"

    (Rom 3:23); que cada um de ns "carnal", vendido escravido do pecado"

    (Rom. 7:14); que "no h justo, nem sequer um" (Rom. 3:10); que em nossa

    carne "nao habita bem nenhum" (Rom. 7:18); e finalmente, que somos "cheios

    de toda injustia" (Rom. 1:29). Isso responde claramente indagao se a

    justia inerente natureza humana em qualquer grau. No . Pelo contrrio,

    a natureza humana repleta de injustia.

    Mas nessa mesma Palavra encontramos a boa e feliz notcia de que Deus

    proveu um meio pelo qual podemos ser limpos de nossa injustia, e ser

    revestidos e cobertos com Sua perfeita justia. Descobrimos que essa proviso

    foi feita e revelada a Ado to logo ele caiu de sua elevada e santa condio.

    Essa proviso misericordiosa tem sido entendida por homens e mulheres

    desde o prprio comeo do feroz e desigual conflito com o pecado, os quais

    dela se tm valido. Aprendemos isto dos seguintes testemunhos registrados

    nas Escrituras:

    1. Em um de Seus sermes, Cristo Se refere ao segundo filho de Ado, e fala

    dele como o "justo Abel". Mat. 23:35. E Paulo declara que Abel "obteve

    testemunho de ser justo". Heb. 11:4.

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    2. "Disse o Senhor a No: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque

    reconheo que tens sido justo diante de Mim no meio desta gerao." Gn.

    7:1. Novamente: "No era homem justo e ntegro entre os seus

    contemporneos; No andava com Deus." Gn. 6:9.

    3. "Abrao creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justia." Rom. 4:3.

    4. "E livrou o justo L, afligido pelo procedimento libertino daqueles

    insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre

    eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras inquas

    daqueles)." II Pedro 2:7, 8.

    5. De Zacarias e Isabel, que viveram pouco antes do nascimento de Cristo,

    dito: "Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em

    todos os preceitos e mandamentos do Senhor." Luc. 1:6.

    6. O apstolo Paulo declara que os gentios aos quais havia pregado o

    evangelho "buscavam a justiflcao" e "vieram a alcsn-la". Rom. 9:30;

    6:17-22.

    visto assim que desde a promessa feita a Ado, at o final da era apostlica,

    houve homens e mulheres por todo esse tempo que lanaram mo da justia

    de Deus e tiveram a evidncia de que sua vida era agradvel a Ele.

    Sob Que Condies?

    Como foi isso obtido? Sob que condies foi operada esta maravilhosa

    transao? Deveu-se a que os tempos e condies em que esses homens e

    mulheres viveram eram favorveis justia? Ou deveu-se s qualidades

    especiais e superiores inerentes queles que atingiram os elevados patamares

    da santidade?

    Todos os registros das pocas e dos indivduos apontam a uma resposta

    negativa. Eram pessoas com natureza semelhante nossa, e o ambiente que os

    circundava "atormentava" sua alma justa a cada dia. II Pedro 2:7, 8.

    Obtiveram a valiosa bno da justia da maneira, a nica maneira, que tem

    sido possvel conseguir desde que Ado pecou.

    A forma de tornar-se justo recebe grande destaque no Novo Testamento. A

    mais clara e completa exposio encontrada na epstola de Paulo aos

    Romanos. Bem no incio de sua argumentao o apstolo declara: "No me

    envergonho do evangelho, porque o poder de Deus para a salvao de todo

    aquele que cr. ... Visto que a justia de Deus se revela no evangelho, de f

    em f, como est escrito: O justo viver por f." Rom. 1:16, 17.

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    o evangelho que revela aos homens a perfeita justia de Deus. O evangelho

    tambm revela a maneira por que essa justia pode ser obtida por homens

    pecadores, ou seja, pela f. Isso apresentado em maior extenso na

    declarao seguinte: "Ningum ser justificado [tido por justo] diante dEle por

    obras da lei, em razo de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.

    Mas agora, sem lei [obras da lei], se manifestou a justia de Deus

    testemunhada [aprovada, aceita] pela lei e pelos profetas; justia de Deus

    mediante a f em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crem." Rom.

    3:20-22.

    Na primeira parte desta declarao, o apstolo revela a parte que a lei

    desempenha no problema da justificao. "Pela lei vem o pleno conhecimento

    do pecado." Conhecimento do pecado; no libertao do pecado. A lei aponta

    ao pecado. Ao faz-lo declara que o mundo inteiro se apresenta culpado diante

    de Deus. Romanos 3. Mas a lei no pode livrar do pecado. Nenhum esforo do

    pecador para obedecer lei pode cancelar sua culpa ou transmitir-lhe a justia

    de Deus.

    Essa justia, declara Paulo, "mediante a f em Jesus Cristo ... a quem Deus

    props, no Seu sangue, como propiciao [sacrifcio expiatrio], mediante a

    f, para manifestar a Sua justia, por ter Deus, na Sua tolerncia, deixado

    impunes os pecados anteriormente cometidos." Rom. 3:22-25.

    E por meio da f no sangue de Cristo que todos os pecados do crente so

    cancelados e a justia de Deus posta no lugar deles para crdito do crente.

    Oh, que maravilhosa transao! Que manifestao de amor e graa divinos.

    Eis aqui um homem nascido em pecado. Como Paulo diz, ele est "cheio de

    toda injustia". Sua herana de maliguidade a pior que se possa imaginar.

    Seu meio ambiente est nos mais baixos nveis conhecidos dos inquos. De

    algum modo, o amor de Deus resplandecendo da cruz do Calvrio alcana o

    corao desse homem. Ele se entrega, se arrepende e confessa, e pela f

    reclama a Cristo como Seu Salvador. No instante em que isso se passa ele

    aceito como filho de Deus. Seus pecados so todos perdoados, sua culpa

    cancelada, ele considerado justo e se apresenta aprovado, justificado,

    perante a lei divina. E essa maravilhosa e milagrosa mudana pode ocorrer

    num breve momento. Isto justficao pela f.

    Tendo feito estas declaraes vigorosas e objetivas quanto ao modo de se

    tornar justo, o apstolo ilustra ento a verdade declarada com um caso

    concreto. Ele toma a experiencia de Abrao como exemplo. "Que, pois,

    diremos ter alcanado Abrao, nosso pai segundo a carne?" Rom. 4:1.

    Adiantando a resposta, ele acrescenta: Abrao havia encontrado justia. Mas

    como, por que mtodo? Paulo nos diz: "Se Abrao foi justificado [considerado

    justo] por obras, tem de que se gloriar, porm no diante de Deus." Rom. 4:2.

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    Tornado justo por obras uma sugesto, uma proposta - se tal coisa pudesse

    se dar. E esta a maneira pela qual se obtm justificao?

    "Pois, que diz a Escritura? Abrao creu em Deus, e isso lhe foi imputado para

    justia." Rom. 4:3.

    Esta declarao estabelece para sempre o meio pelo qual Abrao obteve a

    justia de Deus. No foi por obras; foi pela f.

    O Mtodo de Abrao, o nico Vlido

    Tendo estabelecido a questo de como Abrao se assegurou da justia de

    Deus, Paulo prossegue, demonstrando ser esse o nico mtodo pelo qual

    qualquer outra pessoa pode obter justificao.

    "Mas ao que no trabalha, porm cr nAquele que justifica ao mpio, a sua f

    lhe atribuida como justia." Rom. 4:5.

    Que bondade! Que grande compaixo! O Senhor, que "justo em todos os

    Seus caminhos", oferece Sua prpria justia perfeita para todo e qualquer

    pobre, fraco, impotente e desesperanado pecador que creia no que Ele diz.

    Leiamos de novo: "Ao que no trabalha, porm cr nAquele... sua f lhe

    atribuida como justia."

    To importante, to fundamental este meio de obter justificao que o

    apstolo continua por todo esse captulo repetindo e ressaltando e tornando a

    todos evidente o que tornara to claro em poucas palavras. Eis algumas de

    suas declaraes:

    "E assim tambm que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem

    Deus atribui justia, independentemente de obras." Rom. 4:6.

    "Visto que dizemos: A f foi imputada a Abrao para justia." Rom. 4:9.

    "Estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que

    prometera. Pelo que isso lhe foi tambm imputado para justia. E no somente

    por causa dele est isso escrito que lhe foi levado em conta, mas tambm por

    nossa causa, posto que a ns igualmente nos ser imputado, a saber, a ns que

    cremos nAquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, o qual

    foi entregue por causa das nossas transgresses, e ressuscitou por causa da

    nossa justificao." Rom. 4:21-25.

    Esta afirmao clara e positiva revela a toda alma perdida, por todo o tempo, o

    nico meio de escape do pecado e culpa e condenao rumo justificao e

    libertao da morte e condenao. Com ela concordam todas as outras

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    declaraes das Escrituras concernentes a este grande problema de tornar-se

    justo.

    As trs palavras "justificao pela f" expressam a mais maravilhosa transao

    neste mundo material que o intelecto humano pode alcanar. Elas expressam o

    mais elevado dom que Deus, em Sua infinita plenitude, poderia conceder

    humanidade. O grande fato comunicado por esta frase de trs palavras tem

    sido estudado, exposto e tem sido fonte de regozijo para milhes durante eras

    passadas. E ainda tema do mais sublime interesse e da mais elevada

    importncia para a familia humana.

    Passando em revista estas declaraes, descobrimos:

    Que a lei de Deus requer justia de todos quantos esto sob sua jurisdio.

    Mas por causa da transgresso todos se tornaram impossibilitados de oferecer

    a justia que a lei exige. Que deve, ento, fazer o pecador? Sua transgresso

    da justa lei de Deus tornou-o injusto. Isto o traz sob a condenao dessa lei.

    Sendo condenado, a penalidade de sua transgresso deve ser paga. A

    penalidade morte. Ele tem um dbito que requer sua vida. Est sob uma

    condenao que jamais poder remover. Enfrenta uma penalidade de que

    jamais poder escapar. Que pode fazer? Haveria alguma escapatria de sua

    negra e desesperanada situao? Sim, h.

    "Mas agora, sem lei, se manifestou a justia de Deus testemunhada [aprovada

    e aceita] pela lei e pelos profetas; justia de Deus mediante a f em Jesus

    Cristo, para todos [e sobre todos] os que crem." Rom. 3:21, 22.

    Isto revela o meio de preencher os requisitos da lei, e declara enfaticamente

    que a nica maneira faz-lo "pela f". Para a mente natural, no iluminada,

    esta soluo do negro problema um mistrio. A lei requer obedincia; exige

    atos justos nas atividades da vida. Como podem tais exigncias ser atendidas

    pela f, em vez de s-lo pelas obras? A resposta dada em palavras claras:

    "Sendo justificados gratuitamente, por Sua graa, mediante a redeno que h

    em Cristo Jesus; a quem Deus props, no Seu sangue, como propiciao [um

    sacrificio expiatrio], mediante a f, para manifestar a Sua justia, por ter

    Deus, na Sua tolerncia, deixado impunes os pecados anteriormente

    cometidos." Rom. 3:24, 25.

    Que extraordinria soluo para o terrvel problema do pecado! Somente

    nosso Pai infinito, onisciente e compassivo poderia e estaria disposto a prover

    tal soluo. Somente escritos inspirados poderiam revel-la. E esta maneira de

    tornar um pecador em santo encontrada somente no imaculado evangelho de

    Cristo.

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    "Pela f ele [o pecador, que ofendeu to gravemente a Deus] pode levar a

    Deus os mritos de Cristo, e o Senhor coloca a obedincia de Seu Filho a

    crdito do pecador. A justia de Cristo aceita em lugar da falha do homem."

    - Review' and Herald, 4 de novembro de 1890.

    Cristo veio a este mundo como nosso. Redentor. Ele Se tornou nosso

    substituto. Tomou nosso lugar no conflito com Satans e o pecado. Foi

    tentado em todos os pontos, como ns, mas nunca pecou. Ele amava a justia

    e odiava a iniquidade. Sua vida de perfeita obedincia atendeu aos mais

    elevados requisitos da lei. E o maravilhoso disso que Deus aceita a justia de

    Cristo em lugar de nossas falhas, nossa injustia!

    Nessa divina transao, "Deus recebe, perdoa, justifica, ... e o ama [o pecador]

    como ama a Seu Filho." - Ibid. No admira que Paulo proclamasse por todo o

    mundo que foi o amor de Cristo que o motivou em seus rduos labores, e ele

    considerou um grande privilgio e alegria sofrer a perda de todas as coisas

    para que pudesse ganhar a Cristo e permanecer revestido de Sua justia, a qual

    imputada ao pecador mediante a f.

    Assim explicado exatamente como a f toma o lugar das obras e contada

    por justia. Esta maravilhosa verdade deveria ser perfeitamente clara a todo

    crente; e deve tornar-se experincia pessoal. Deveria capacitar-nos a deixar

    nossas prprias obras, esforos e lutas e avanar para uma f viva, confiante e

    serena nos mritos, obedincia e justia de Cristo. Isto podemos apresentar a

    Deus em lugar de nossas falhas. Devemos alegremente aceitar o perdo e

    justificao concedidos, e experimentar agora a paz e alegria que to

    maravilhosa transao capaz de trazer a nossos coraes.

    "Justificados, pois, mediante a f, temos paz com Deus, por meio de nosso

    Senhor Jesus Cristo." Rom. 5:1.

    Muitos Perderam o Caminho

    Quo estranho e triste que esta simples e bela avenida para a justia parea

    to difcil para o corao natural, carnal, encontrar e aceitar. Foi uma grande

    tristeza para Paulo que Israel, seu povo segundo a carne, perdesse o caminho

    de forma to fatal. Ele disse: "Israel que buscava lei de justia no chegou a

    atingir essa lei. Por qu? Porque no decorreu da f, e, sim, como que das

    obras." Rom. 9:31, 32.

    Por outro lado, "os gentios", que no buscavam a justificao vieram alcan-

    la, todavia a que decorre da f." Rom. 9:30.

    Agora o apstolo revela o verdadeiro segredo do fracasso de Israel:'

    'Porquanto, desconhecendo a justia de Deus, e procurando estabelecer a sua

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    prpria, no se sujeitaram que vem de Deus. Porque o fim da lei Cristo

    [aquele a quem a lei aponta] para justia de todo aquele que cr."

    Finalmente, o apstolo encerra sua exposio deste tema sublime com as

    palavras asseguradoras: "Porm, que se diz? A palavra esta perto de ti, na tua

    boca e no teu corao; isto , a palavra da f que pregamos. Se com a tua boca

    confessares a Jesus como Senhor, e em teu corao creres que Deus O

    ressuscitou dentre os mortos, seras salvo. Porque com o corao se cr para

    justia, e com a boca se confessa a respeito da salvao." Rom. 10:8-10.

    "Justificao pela f" no uma teoria. As pessoas podem sustentar uma

    teoria a respeito, e ao mesmo tempo ser "ignorantes da justia de Deus e

    continuar tentando estabelecer sua prpria justia.'' ''Justificao pela f''

    uma transao, uma experincia. o submeter-se "justia de Deus". uma

    mudana de postura diante de Deus e Sua lei. uma regenerao, um novo

    nascimento. Sem esta mudana, no pode haver esperana para o pecador,

    pois ele permanecer sob a condenao da santa e imutavel lei de Deus; sua

    terrvel penalidade ainda pairar sobre sua cabea.

    Quo essencial parece, ento, que cheguemos a conhecer, por clara e positiva

    experincia, que esta grande e vital transao chamada "justificaao pela f"

    operou em nosso corao e vida pelo poder de Deus. Somente ento podemos

    na verdade proferir a orao do Senhor, dizendo: "Pai nosso, que estas no

    Cu, santificado seja o Teu nome."

    "Este nome santificado pelos anjos no Cu, pelos habitantes dos mundos no

    cados. Quando orais: 'Santificado seja o Teu nome', pedis que seja santificado

    neste mundo, santificado em vs. Deus vos reconheceu como Seu filho,

    perante homens e anjos, orai para que no desonreis 'o bom nome que sobre

    vs foi invocado'. S. Tiago 2:7. Deus vos envia ao mundo como

    representantes Seus. Em cada ato da vida deveis tornar manifesto o nome de

    Deus. Esta petio um convite para que possuais o carter dEle. No Lhe

    podeis santificar o nome, nem podeis representa-Lo perante o mundo, a menos

    que na vida e no carter representeis a prpria vida e carter de Deus. Isto s

    podereis fazer mediante a aceitao da graa e justia de Cristo." - O Maior

    Discurso de Cristo, pag. 107.

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    CAP.2 - UMA MENSAGEM DE

    SUPREMA IMPORTNCIA

    Em 1888 veio Igreja Adventista do Stimo Dia uma mensagem de

    despertamento bem definida. Na ocasio foi chamada de "a mensagem de

    Justificao pela F". Tanto a mensagem quanto a maneira em que chegou

    causaram profunda e duradoura impresso na mente de ministros e povo, e o

    passar do tempo no tem apagado da memria essa impresso. At o presente,

    muitos daqueles que ouviram a mensagem quando ela veio esto

    profundamente interessados nela e preocupados a seu respeito. Por todos esses

    longos anos tm eles mantido firme convico, e alimentado acariciada

    esperana de que algum dia esta mensagem receba preeminncia entre ns, e

    que realize a obra de purificao e regeneraao na igreja, sendo, como creem,

    o propsito para o qual o Senhor a enviou.

    Entre as influncias que tm levado a esta convico esta o testemunho

    divino, endossando a proclamao da mensagem de Justificao Pela F, tal

    como foi apresentada ao tempo da Assemblia da Associao Geral realizada

    na cidade de Mimneapolis, Minn., no ano de 1888. Desde o princpio, o

    Esprito de Profecia colocou o selo da aprovao sobre a mensagem e sua

    apresentao naquela ocasio. Em linguagem das mais claras e positivas foi-

    nos dito que o Senhor estava conduzindo e impelindo homens para proclamar

    esta mensagem definida de Justificao Pela F. Sobre aquela memorvel

    Assemblia, e os homens que deram a mensagem especfica, declarado:

    "Em Sua grande misericrdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu

    povo. ... Esta mensagem devia pr de maneira mais preeminente diante do

    mundo o Salvador crucificado, o sacrifcio pelos pecados de todo o mundo.

    Apresentava a justificao pela f no Fiador; convidava o povo para receber a

    justia de Cristo, que se manifesta na obedincia a todos os mandamentos de

    Deus. Muitos perderam Jesus de vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua

    divina pessoa, em Seus mritos e em Seu imutvel amor pela famlia humana.

    Todo o poder foi entregue em Suas mos, para que Ele pudesse dar ricos dons

    aos homens, transmitindo o inestimvel dom de Sua justia ao impotente ser

    humano. Esta a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. E a

    terceira mensagem anglica que deve ser proclamada com alto clamor e

    regada com o derramamento de Seu Esprito Santo em grande medida." -

    Testemunbos Para Ministros, pgs. 91 e 92.

    Cada sentena nessa declarao abrangente digna do mais cuidadoso estudo.

    Analisemo-la brevemente:

  • 13

    1. Preciosa Mensagem. "Em Sua grande misericrdia, enviou o Senhor

    preciosa mensagem a Seu povo."

    2. O Objetivo. "Esta mensagem devia pr de maneira mais preeminente diante

    do mundo o Salvador crucificado, o sacrifcio pelos pecados de todo o

    mundo."

    3. O Escopo.

    a. "Apresentava ajustificao pela f no Fiador."

    b. "Convidava o povo para receber a justia de Cristo, que se manifesta na

    obedincia a todos os mandamentos de Deus."

    4. A Necessidade.

    a. "Muitos perderam Jesus de vista."

    b. "Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus mritos e em

    Seu imutvel amor pela famlia humana."

    5. Os Recursos.

    a. "Todo o poder foi entregue em Suas mos".

    b. "Para que Ele pudesse dispensar ricos dons aos homens".

    c. "Transmitindo o inestimvel dom de Sua justia ao impotente ser humano."

    6. A Extenso. "Esta a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo.

    7.O Que Realmente . "E a terceira mensagem anglica que deve ser

    proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Esprito

    Santo em grande medida."

    difcil conceber como podia dar-se qualquer mal-entendido ou incerteza

    quanto ao endosso celeste desta mensagem. Ela declarava claramente que o

    Senhor enviou a mensagem, e que dirigiu a mente dos homens que estavam

    to profundamente envolvidos por ela e que a proclamaram com tanto fervor.

    Deve-se ter em mente a esta altura que o rumo tomado pelos mensageiros em

    anos subsequentes nada tem a ver com a positiva declarao, muitas vezes

    repetida, de que foram dirigidos pelo Senhor para declararem esta verdade

    fundamental do evangelho a Seu povo nesse tempo particular.

  • 14

    No apenas estava no propsito de Deus apresentar esta mensagem de

    Justificao Pela F perante sua igreja; ela deveria ser levada ao mundo. E

    finalmente, declarado ser a "terceira mensagem anglica que deve ser

    proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Esprito

    em grande medida." evidente que a aplicao desta mensagem no se

    limitava poca da Assemblia de Minneapolis, mas sua aplicao se estende

    ao encerramento do tempo; e consequentemente da maior significao para a

    igreja na atualidade do que podia ter sido em 1888. Quanto mais nos

    aproximamos do grande dia de Deus, mais imperativa ser a necessidade da

    obra de purificao de alma que esta mensagem foi designada a cumprir.

    Certamente temos toda razo para um estudo renovado e pleno, e proclamao

    desta mensagem.

    As mensagens e providncias de Deus so sempre ricas de significado. So

    sempre necessrias para o cumprimento da obra particular com a qual se

    relacionam. Ele as ordena para o cumprimento de Seus propsitos. No

    podem ser postas de lado. No podem falhar. Mais cedo ou mais tarde sero

    compreendidas, aceitas, recebendo seu lugar apropriado. Portanto, de se

    esperar que mensagem de Justificao Pela F, que veio to definidamente

    igreja em 1888, seja atribuida posio dominante no perodo de encerramento

    do grande movimento ao qual estamos ligados.

    CAP. 3 - MENSAGENS

    PREPARATRIAS

    O relato bblico do tratamento de Deus a Seu povo pleno de instrues das

    mais teis para a igreja remanescente. Revela que ao longo dos sculos Ele

    tem tido somente um propsito eterno e imutvel, e no tem permitido que

    nada desfaa esse propsito. Em todas as crises e acontecimentos ocorridos,

    Ele tem estado no controle. Tem previsto os perigos que rondam pelo caminho

    e enviado advertncias a Seu povo para guard-lo e proteg-lo. Quando esse

    povo tem necessitado de mensagens para despertar, inspirar-se e regenerar-se,

    Ele tem suscitado mensageiros para apresentar as mensagens. O grande

    movimento do Exodo do Egito a Cana, a histria de Samuel e Israel, de Davi

    e o reino que ele foi escolhido para estabelecer, e as trgicas experincias de

    Jeremias no reino de Jud, e sua derrocada e cativeiro - todas so ilustraes

    disso.

    Nos registros dessas grandes crises descobrimos que as mensagens de Deus ao

    povo foram de duplo carter. Prirneiro, apontavam os enganos a que Seu povo

    estava sendo levado, e advertia-o quanto aos srios resultados que adviriam a

    menos que a Ele retornassem; segundo, revelavam com toda clareza

  • 15

    exatamente o que se fazia necessario para ajud los, e davam garantia de que

    Ele no s supriria todas as suas necessidades, mas tambm os inspiraria e os

    capacitaria a lanar mo da ajuda oferecida se apenas assim o decidissem de

    todo corao. Nada estava faltando do lado do Senhor para fazer face a todo

    engano e perigo pelo qual Satanas buscava arruinar as pessoas e a causa.

    Os acontecimentos e experincias relacionados com a vinda da mensagem de

    Justificao pela F, em 1888, apresentam semlhana marcante com as

    experincias que vieram ao povo de Deus em tempos antigos. E bom dedicar a

    mais atenta considerao s mensagens do Esprito de Profecia pouco antes da

    Assemblia de Minneapolis de 1888.

    As Mensagens de 1887

    Os testemunhos do Esprito de Profecia, que foram recebidos durante o ano de

    1887, advertiam do perigo. Indicavam repetidamente um mal especifico, um

    engano em que a igreja estava caindo. Esse engano foi apontado como o erro

    fatal de resvalar para o formalismo; a substituio de formas, cerimnias,

    doutrinas, maquinarios e atividades por essa experincia de corao que vem

    somente mediante comunho com Cristo Jesus, nosso Senhor. Ao longo de

    todo o ano, este perigo especfico foi destacado perante ministros e povos por

    mensagens que apareciam na Review and Herald. A fim de que a seriedade da

    situao nesse tempo possa ser reconhecida e as advertncias melhor

    compreendidas, citamos uns poucos paragrafos indicando a data de

    publicao:

    1. " possvel ser um crente formal, parcial, e ainda assim ser achado em falta,

    e perder a vida eterna. possvel praticar alguns preceitos bblicos, e ser

    considerado como um cristo, e contudo perecer por falta de qualificaes

    essenciais que constituem o carter cristo." - Review and Herald, 11 de

    janeiro de 1887.

    2. Duas semanas depois, outra mensagem declara:

    "A observncia de formas exteriores nunca atender grande necessidade da

    alma humana. Uma mera profisso de Cristo no suficiente para preparar

    algum para defrontar a prova do juzo- Review and Herald, 25 de janeiro de

    1887.

    3. Trs semanas aps, isto foi declarado com clareza:

    "H demasiada formalidade na igreja. Almas esto perecendo por luz e

    conhecimento. Devemos estar to ligados Fonte de luz que possamos ser

    canais de luz para o mundo. ... Aqueles que professam ser guiados pela

    Palavra de Deus podem estar familiarizados com as evidncias de sua f, e

  • 16

    ainda assemelhar-se pretensiosa figueira, que ostentava sua folhagem

    perante o mundo, mas quando investigada pelo Mestre demonstrou-se

    destituda de frutos." Review and Herald, 15 de fevereiro de 1887.

    Com mais duas semanas veio outra de igual importncia:

    "O Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, declarou positivamente que por se

    multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriar. Mat. 24:12. Fala de uma

    classe de pessoas que caram de elevado estado de espiritualidade. Que

    declaraes dessa natureza nos impressionem com solene, penetrante poder o

    corao.... Conserva-se uma rotina formal de servios religiosos; mas onde

    esta o amor de Jesus? A espiritualidade vai perecendo. ... No satisfaremos os

    desgnios do Esprito de Deus? No nos deteremos mais na piedade prtica, e

    incomparavelmente menos em arranjos mecnicos" - Escrito em 1 de maro

    de 1887; aparece em Testemunhos Seletos, vol. 2, pgs. 210 e 211.

    Vez aps vez, por todo o ano, mensagens continuavam a aparecer dizendo-nos

    que o formalismo estava invadindo a igreja; que estvamos confiando

    demasiado em formas, cerimnias, teorias, arranjos mecnicos e num

    constante fluxo de atividades. Logicamente essas mensagens eram

    verdadeiras, e deviam causar profunda impresso. Mas o formalismo por

    demais enganoso e destrutivo. E a rocha oculta, de que no se suspeita, sobre

    que, ao longo dos sculos, a igreja tantas vezes tem quase naufragado. Paulo

    nos adverte de que a "forma de piedade" sem o poder de Deus ser um dos

    ltimos perigos dos ltimos dias, e admoesta a que nos desviemos para longe

    desse enganoso e enfeitiante elemento. Vez aps vez, e mediante variados

    canais, Deus envia advertncias a Sua igreja para escapar do perigo de

    formalismo.

    Foi precisamente contra este perigoso engano que o Esprito de Profecia fez

    repetidas advertncias em 1887; e foi para salvar-nos de seus resultados

    plenos que a mensagem de Justificao Pela F nos foi enviada.

    Este movimento de Deus. Est destinado a triunfar gloriosamente. Sua

    organizao tem o endosso do Cu. Seus departamentos so as rodas dentro

    das rodas, todas unidas harmoniosamente; mas so incompletas e parciais sem

    o Esprito dentro das rodas comunicando poder e resultados rpidos. Essas

    rodas se compem de homens e mulheres. Deus batiza homens e mulheres,

    no movimentos; e quando os homens recebem o poder do Esprito em sua

    vida, ento o belo maquinrio avana em rpida movimentao para cumprir

    sua tarefa designada. Isto deve ser reconhecido coletivamente. Quo

    imperativa, pois, nossa necessidade da proviso de Deus!

    Mas no ocorreram somente advertncias contra a invaso de teorias, formas,

    atividades, e o mecanismo organizacional. Com essas advertncias veio uma

  • 17

    mensagem direta, poderosa e positiva, dizendo exatamente o que deveria ser

    feito para livrar-nos da situao para a qual estvamos resvalando. A

    mensagem integral no pode ser reproduzida aqui devido a sua extenso.

    Contudo, alguns excertos transmitiro algo de sua relevncia e da esperana

    para a igreja que ela implicava caso a instruo fosse atendida.

    A Maior e Mais Urgente Necessidade

    "A maior e mais urgente de todas as nossas necessidades um reavivamento

    da verdadeira piedade entre ns. Busc-lo deve ser nosso primeiro trabalho.

    Deve haver zeloso esforo para obter a bno do Senhor, no porque Deus

    no esteja disposto a conceder-nos Sua bno, mas porque estamos

    despreparados para receb4a.... H pessoas na igreja que no so convertidas,

    e que no se uniro em ardente e contnua orao. Devemos entrar

    individualmente no trabalho. Precisamos orar mais, e falar menos. A

    iniqidade aumenta, e o povo deve ser ensinado a no satisfazer-se com uma

    forma de santidade sem o esprito e o poder.

    "Temos muito mais a temer de dentro do que de fora. Os obstculos ao poder

    e ao sucesso so bem maiores da prpria igreja do que do mundo....

    "No h nada que Satans tema tanto como que o povo de Deus limpe o

    caminho mediante a remoo de todo impedimento, de modo que o Senhor

    possa derramar o Seu Esprito sobre uma igreja enlanguescida e uma

    impenitente congregao. Se Satans conseguisse o que ele quer, nunca mais

    haveria outro despertamento, grande ou pequeno, at ao fim do tempo. Mas

    no ignoramos os seus ardis. possvel resistir-lhe ao poder. Quando o

    caminho estiver preparado para o Espinto de Deus, a bno vir. Tampouco

    possivel a Satans impedir que uma chuva de bnos caia sobre o povo de

    Deus, como lhe seria cerrar as janelas do cu para que no chovesse sobre a

    Terra. Os homens impios e os demnios no podem impedir a obra de Deus,

    ou excluir Sua presena das assemblias de Seu povo, se eles quiserem, de

    corao submisso e contrito, confessar e remover os prprios pecados,

    reclamando com f as Suas promessas. Cada tentao, cada influncia oposta,

    seja aberta ou secreta, pode ser resistida com xito, 'no por fora, nem por

    violncia, mas pelo Meu Esprito, diz o Senhor dos exrcitos'.

    "Qual nossa condio nesse tempo tremendo e solene? Oh, que grande

    orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor a

    vestimentas, frivolidade e diverses, que desejo por supremacia! Todos esses

    pecados anuviaram a mente, de modo que as coisas eternas no podem ser

    discernidas." - Review and Herald, 22 de maro de 1887.

    Que mensagem solene, e, contudo, quo plena de terno e ajudador conselho!

    Que esperana mantida perante a igreja se esta apenas lhe der ouvidos! Que

  • 18

    triste que esta grande mensagem tenha sido perdida de vista, passada aos

    arquivos anuais da Review para permanecer sepultada por tanto tempo! No

    seria o tempo para trazer novamente ateno da igreja esta mensagem com

    clareza e graa, tal como Esdras apresentou o olvidado livro da lei de Moiss

    e leu a instruo que continha para Israel?

    O Remdio a Ser Aplicado

    Ao findar o ano, veio uma mensagem, assinalando clara e positivamente o

    nico remdio para os males to zelosa e repetidamente expostos perante ns

    por todo o ano. Esse remdio, -nos dito, traduz-se em unio com Cristo

    Jesus, o Senhor.

    "H uma vasta diferena entre uma pretensa unio e uma ligao real com

    Cristo pela f. Uma profisso de religio coloca homens na igreja, mas isto

    no prova que eles tenham uma ligao vital com a Videira viva.... Quando

    esta intimidade de ligao de comunho formada, nossos pecados so postos

    sobre Cristo, Sua justia -nos imputada. Ele foi feito pecado por ns, para

    que pudssemos ser feitos justia de Deus nEle.

    "O poder do mal identifica-se tanto com a natureza humana, que homem

    algum pode vencer exceto pela unio com Cristo. Mediante esta unio

    recebemos poder moral e espiritual. Se temos o Esprito de Cristo,

    produziremos os frutos da justia.

    "Uma unio com Cristo pela f viva e duradoura; toda outra unio perecer.

    Cristo primeiro nos escolheu, pagando um preo infinito por nossa redeno; e

    o verdadeiro crente escolhe a Cristo como o primeiro e ltimo, e melhor em

    todas as coisas. Mas esta unio nos custa algo. uma relao de completa

    dependncia, a que se submete um ser orgulhoso. Todos quantos formam esta

    unio devem sentir sua necessidade do sangue expiador de Cristo. Devem ter

    uma mudana de corao. Devem submeter sua prpria vontade de Deus.

    Haver uma luta com obstculos internos e externos. Deve haver uma penosa

    obra de desligamento, bem como uma de ligamento. Orgulho, egosmo,

    vaidade, mundanismo, o pecado em todas as suas formas - deve ser vencido,

    se quisermos entrar em unio com Cristo. A razo por que tantos acham a vida

    crist to deploravelmente difcil, por que so to inconstantes, to volveis,

    que tentam unir-se a Cristo sem primeiro desligar-se desses idolos

    acariciados." - Review and Herald, 13 de dezembro de 1887.

    Esta mensagem conduz-nos ao prprio corao do evangelho - unio com

    Cristo. Homem algum pode vencer o pecado a no ser por esta unio. Pela

    unio com Cristo, nossos pecados so lanados sobre Ele, e Sua justia nos

    imputada. Isso realidade, no forma ou cerimnia. No ligao com a

    igreja como membro, nem assentimento intelectual de teorias e dogmas. A

  • 19

    unio com Cristo uma realidade satisfatria em tudo quanto diz respeito

    vida crist. Nisso jaz nossa segurana. Essa foi nossa grande necessidade em

    1887, e para conduzir-nos a essa experincia o Senhor enviou a mensagem de

    Justificao Pela F.

    As Mensagens de 1888

    Ao avanarmos para 1888, as positivas mensagens restauradouras que

    comearam em 1887 continuaram, crescendo em clareza e fora, como se

    observar. O verdadeiro caminho claramente estabelecido - o nico caminho

    que propicia genuna sinceridade, realidade e vitria. Esse caminho verdadeiro

    se d mediante comunho com nosso ressurreto Senhor. Notem-se as

    seguintes sonoras palavras:

    O nico Caminho Verdadeiro

    "Sem a presena de Jesus no corao, o servio religioso somente

    formalismo frio e morto. O ardente desejo de comunho com Deus logo cessa

    quando o Esprito de Deus se entristece conosco; mas quando Cristo em ns

    a esperana da glria, somos constantemente levados a pensar e agir com

    referncia glria de Deus." - Review and Herald, 17 de abril de 1888.

    "Devemos estudar a vida de nosso Redentor, pois Ele o nico exemplo

    perfeito para os homens. Devemos contemplar o infinito sacrifcio do

    Calvrio, e considerar a tremenda malignidade do pecado e a justia da lei.

    Saireis de um concentrado estudo do tema da redeno fortalecidos e

    enobrecidos. Vossa compreenso do carter de Deus ser aprofundada; e com

    o inteiro plano de salvao claramente definido em vossa mente, estareis

    melhor habilitados para cumprir vossa divina comisso. Com um senso de

    plena convico podereis ento testificar aos homens do imutvel carter da

    lei manifesto pela morte de Cristo sobre a cruz, da maligna natureza do

    pecado, e da justia de Deus ao justificar o crente em Jesus sob a condio de

    sua futura obedincia aos estatutos do governo de Deus no Cu e na Terra." -

    Review and Herald, 24 de abril de 1888.

    Nosso Redentor, Seu sacrificio expiatrio por ns, a natureza maligna do

    pecado, a justia de Cristo a ser recebida pela f - nasria contemplao e

    plena aceitao dessas verdades vitais do evangelho se achar perdo,

    justificao, paz, alegria e vitria.

    Uma Mensagem Impressionante

    Seguindo-se indicao do nico e verdadeiro caminho, ocorre uma

    mensagem impressionante que deve ter sido designada pelo Senhor para

  • 20

    conduzir Seu povo a sentir seu perigo e correr depressa para o caminho

    seguro:

    "A solene indagao deveria intrigar cada membro de nossas igrejas. Como

    nos apresentamos perante Deus, como professos seguidores de Jesus Cristo?

    Est nossa luz respiendendo para o mundo em raios claros e constantes?

    Temos ns, como um povo, nos dedicado solenemente a Deus, preservado

    nossa unio com a Fonte de toda luz? No so os sintomas de decadncia e

    declnio penosamente visveis em meio s igrejas crists de hoje? A morte

    espiritual tem vindo sobre o povo que devia estar manifestando vida e zelo,

    pureza e consagrao, pela mais ardorosa dedicao causa da verdade. Os

    fatos concernentes real condio do professo povo de Deus falam mais alto

    do que sua profisso, e tornam evidente que algum poder cortou o cabo que o

    mantinha ancorado na Rocha Eterna, e que est indo deriva para o mar, sem

    mapa nem bssola." - Review and Herald, 24 de julho de 1888.

    Algum poder, declarado, cortou o cabo que ancorava a igreja Rocha

    Eterna, e seus membros esto se deslocando para o mar, sem mapa nem

    bssola. Que situao poderia ser mais alarmente do que esta? Que razo mais

    convincente poderia ser dada para mostrar a necessidade de volver-nos de

    todo o corao ao Unico que capaz de nos sustentar com firmeza?

    De Volta ao Seguro Ancoradouro

    A seguir veio uma mensagem dizendo apenas o que era necessrio a fim de

    reparar o cabo que o inimigo havia cortado, e assim levar-nos de volta ao

    ancoradouro seguro. Leiam com ateno:

    "No suficiente estar familiarizados com os argumentos da verdade somente.

    Deveis encontrar as pessoas mediante a vida que est em Jesus. Vossa obra se

    far plenamente bem-sucedida se Jesus estiver habitando em vs, pois Ele

    disse: 'Sem Mim nada podeis fazer'. Jesus permanece batendo porta de

    vossos coraes sem cessar e, mesmo assim, muitos dizem continuamente:

    'No posso ach-Lo.' Por que no? Ele diz: 'Eis que estou porta e bato.' Por

    que no abris a porta e dizeis: 'Entra, querido Senhor'? Sinto-me to contente

    por estas simples instrues quanto maneira de encontrar Jesus! No fosse

    por elas, no saberia como encontrar Aquele cuja presena tanto almejo. Abri

    a porta agora, e esvaziai o templo da alma dos vendedores e compradores, e

    convidai o Senhor a entrar. Dizei-Lhe: 'Amar-Te-ei com toda a alma. Operarei

    as obras de justia. Obedecerei lei de Deus.' Ento sentireis a serena

    presena de Jesus."- Review and Herald, 28 de agosto de 1888.

  • 21

    O Climax da Mensagem Preparatria

    Umas poucas semanas antes da Assemblia da Associao Ceral a reunir-se

    em Minneapolis, o Senhor enviou a mensagem seguinte como impressionante

    climax a toda a instruo que estivera vindo sobre esse grande tema ms aps

    ms por quase dois anos:

    "Qual a obra do ministro do evangelho? manejar bem a palavra da

    verdade; no inventar um novo evangelho, mas manejar corretamente o

    evangelho que j lhe foi confiado. No podem apoiar-se em velhos sermes

    para se apresentarem a suas congregaes; pois esses velhos discursos podem

    no ser apropriados para atender ocasio ou aos anseios do povo. H

    assuntos que so lamentavelmente negligenciados, mas sobre os quais se

    deveria demorar bastante. A nfase de nossa mensagem devia ser a misso e

    vida de Jesus Cristo. Que haja ponderao sobre a humilhao, negao

    prpria, mansido e humildade de Cristo, para que coraes orgulhosos e

    egostas possam ver a diferena entre si e o Modelo, e possam humilhar-se.

    Mostrai aos vossos ouvintes Jesus em Sua condescendncia para salvar o

    homem caido. Mostrai-lhes que Aquele que foi seu fiador teve que assumir a

    natureza humana, e conduzi-la atravs das trevas e da temerosa maldio de

    Seu Pai, por causa da transgresso da Sua lei; pois o Salvador foi achado na

    forma de homem.

    "Descrevei, se a linguagem humana o permitir, a humilhao do Filho de

    Deus, e julgai terdes alcanado o climax, quando O virdes trocando o trono de

    luz e glria, que compartilhava com o Pai, pela humanidade. Ele desceu do

    Cu Terra; e enquanto esteve na Terra portou a maldio de Deus como

    fiador da raa cada. Ele no estava obrigado a fazer isso. Preferiu suportar a

    ira de Deus, em que o homem havia incorrido pela desobedincia lei divina.

    Preferiu suportar a cruel zombaria, o desprezo, o suplcio, e a crucifixo.

    'Reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se

    obediente at morte, e morte de cruz.' Cristo no era insensvel ignomnia

    e desgraa. Ele sentia tudo amargamente. Sentiu-o multo mais profumda e

    agudamente do que podemos sofrer, sendo Sua natureza mais exaltada, e pura,

    e santa do que a da raa pecadora pela qual Ele sofreu. Ele era a Majestade do

    Cu; Ele era igual ao Pai. Ele era o comandante das hostes de anjos, contudo

    morreu pelo homem a morte que era, acima de todas as outras, revestida de

    ignominia e reproche. Oh, que os exaltados coraes dos homens pudessem

    reconhecer isso! Oh, que pudessem penetrar o significado da redeno, e

    buscar aprender da mansido e humildade de Jesus." - Review and Herald, 11

    de setembro de 1888. Esta instruo dirigida especialmente aos ministros -

    os mestres em Israel:

    1. Eles deviam manejar bem a palavra da verdade.

  • 22

    2. No deviam criar um novo evangelho, mas apresentar corretamente o

    evangelho j confiado a eles.

    3. No deviam continuar a pregar seus "velhos sermes" ao povo, pois esses

    "velhos discursos" podem no ser apropriados para atender s necessidades do

    povo.

    4. Deviam demorar-se especialmente nas questes que hajam sido

    lamentavelmente negligenciadas.

    5. A nfase de sua mensagem devia ser a misso e vida de Jesus Cristo.

    O pargrafo final oferece um esboo abrangente desse tema sublime - a

    misso e vida de Cristo.

    Em Retrospecto

    A estas alturas parecer que todas essas mensagens claras, objetivas e solenes

    tenham deixado profunda impresso na mente de todos os ministros. Pareceria

    que estivessem plenamente preparados para ouvir e abeberar-se da inspiradora

    e oportuna mensagem de reavivamento, reforma e recuperao que foi

    apresentada com tal clareza e sincero zelo pela mensageira suscitada pelo

    Senhor para apresentar a mensagem. A apropriao da perfeita justia de

    Cristo por coraes enganados e pecaminosos foi o remdio que o Senhor

    enviou. Era exatamente o de que se precisava. Quem pode prever o que

    adviria igreja e causa de Deus se essa mensagem de Justificao Pela F

    tivesse sido recebida plena e dedicadamente por todos naquele tempo? E

    quem pode avaliar a perda que tem sido acarretada pelo fracasso de muitos em

    receber essa mensagem? Somente a Eternidade revelar toda a verdade

    concernente a esta questo.

    CAP.4 - A MENSAGEM APRESENTADA

    NA ASSENBLIA DE MINNEAPOLIS

    A mensagem de Justificao Pela F veio clara e integralmente luz na

    Assemblia da Associao Geral realizada em Minneapolis, Minn., em

    novembro de 1888. Foi transformada no grande tema de estudo na parte

    devocional da Assemblia. Pareceria que a apresentao do assunto fora

    antecipada, e que houvera um acordo de que mereceria discusso completa na

    Assemblia. Seja como for, foi o que teve lugar.

  • 23

    A mensagem no foi recebida de igual maneira por todos quantos assistiram

    Assemblia; na verdade, houve srias diferenas de opinio a respeito dela

    entre os lderes. Esta diviso de opinio pode ser classificada como segue:

    C1ase 1: Aqueles que viam nela grande luz, e alegremente a acataram; que

    acreditavam ser ela parte essencialssima do evangelho e julgavam que a ela

    se devia dar grande nfase em todos os esforos para salvar o perdido. A essa

    classe, a mensagem parecia ser o segredo real de uma vida vitoriosa no

    conflito com o pecado, e a grande verdade de sermos feitos justos pela f no

    Filho de Deus era a necessidade mais urgente da igreja remanescente no

    preparo para a trasladao por ocasio do segundo advento.

    Classe 2: - Houve alguns, contudo, que ficaram hesitantes quanto ao "novo

    ensino , como o denominaram. Pareciam incapazes de assimil-lo. No

    podiam chegar a uma concluso. Como resultado, sua mente foi deixada num

    estado de perplexidade e confuso. Eles no aceitaram nem rejeitaram a

    mensagem por aquela poca.

    Classe 3: - Mas houve outros que se opuseram decididamente apresentao

    da mensagem. Alegavam que a verdade da justificao pela f j havia sido

    reconhecida pelo nosso povo desde o prprio incio, e isto era teoricamente

    verdade. Por essa razo no viam motivo para que se desse to grande nfase

    sobre o assunto, como estava sendo feito por seus advogados. Ademais,

    temiam que a nfase dedicada ao tema da justificao pela f lanasse uma

    sombra sobre doutrinas que tinham recebido tanto destaque desde o comeo

    de nossa histria denominacional; e uma vez que consideravam a pregao

    dessas doutrinas distintivas como o segredo do poder e crescimento de nosso

    movimento, temiam que se tais doutrinas fossem superadas por qualquer

    doutrina ou mensagem, nossa causa perderia seu carter distinto e sua fora.

    Devido a tais temores, julgavam-se no dever de salvaguardarem tanto a causa

    quanto o povo por decidida oposio.

    Essa diferena em pontos de vista entre os lderes levou a srios resultados.

    Criou controvrsia, e um desafortunado grau de alienao, mas com o passar

    dos anos tem-se desenvolvido firmemente o desejo e esperana - sim, a crena

    - de que algum dia a mensagem de Justificao Pela F brilhe em todo o seu

    valor, glria e poder inerentes, e receba pleno reconhecimento. E durante esse

    mesmo tempo a desconfiana e a oposio tm desaparecido. Multos agora

    abrigam a intensa convico de que a mensagem de Justificao Pela F devia

    ser estudada, ensinada, e realada na mais ampla extenso que sua

    importancia requer.

    Nenhum relatrio completo da apresentao e discusso da mensagem de

    Justificao Pela F na Assemblia de Minneapolis foi publicado. Relatrios

    verbais foram apresentados por aqueles que a assistiram. Mas mediante

  • 24

    escritos subsequentes do Esprito de Profecia, foram supridas informaes

    concernentes aos acontecimentos ligados apresentao da mensagem e seu

    recebimento, e tambm sua rejeio, e bem necessrio tornar-nos

    familiarizados com essas informaes inspiradas a fim de compreender

    melhor nossa situao presente. Seria bem mais agradvel eliminar algumas

    das deliberaes contidas no Esprito de Profecia com respeito atitude de

    alguns lderes para com a mensagem e os mensageiros. Mas isto no pode ser

    feito sem que se d apenas uma apresentao parcial da situao que se

    desenvolveu na Asemblia, deixando assim o assunto quase como um

    ministrio.

    A Fonte de Que Procedeu a Mensagem

    Tornou- se necessrio que se desse garantia positiva de que a mensagem de

    Justificao Pela F, que veio naquela ocasio, derivava de divina orientao

    devido confuso criada pela oposio que se levantou contra ela. As

    declaraes que se seguem deviam remover toda base para dvida com

    respeito fonte da mensagem apresentada na Assemblia de Minneapolis:

    "A presente mensagem - Justificao Pela F - mensagem vinda de Deus;

    tem as credenciais divinas, pois seu fruto para santidade." - Review and

    Herald, 3 de setembro de 1889.

    "Mensagens trazendo credenciais divinas tm sido enviadas ao povo de Deus;

    a glria, a majestade, a justia de Cristo, cheia de bondade e verdade, foram

    apresentadas; a plenitude da Divindade em Jesus Cristo foi exposta entre ns

    com beleza e amabilidade, para atrair todos cujo corao no est fechado

    pelo preconceito. Sabemos que Deus tem operado entre ns. Temos visto

    almas afastadas do pecado para a justia; temos visto a f renascida nos

    coraes dos contritos." -Review and Herald, 27 de maio de 1890.

    Sua Variada Acolhida

    Como declarado anteriormente, alguns que assistiram Assemblia de

    Minneapolis receberam a mensagem de Justificao Pela F com grande

    satisfao. Era-lhes uma mensagem de vida. Dava-lhes uma nova apreciao

    de Cristo, uma nova viso de Seu grande sacrifcio na cruz. Trazia-lhes ao

    corao paz, gozo e esperana. Era o supremo elemento necessrio para

    preparar um povo para encontrar a Deus.

    Esses indivduos retornaram a suas igrejas com uma nova uno para pregar o

    evangelho de salvao do pecado para ajudar seus irmos a aceitarem pela f a

    justia de Cristo, tal como se revela no evangelho. A prpria irm White

    tomou parte bastante ativa e dedicada nessa obra, e relatou atravs da Review

    algumas de suas experincias. Por exemplo:

  • 25

    "Agradecemos ao Senhor, de todo o corao, termos preciosa luz para

    apresentar ao povo, e regozijamo-nos por ter, para este tempo, uma mensagem

    que a verdade presente. As novas de que Cristo nossa justia tm trazido

    alvio para multas, multas almas, e Deus diz ao Seu povo: "Avante!" A

    mensagem igreja de Laodicia aplicvel nossa condio. Quo

    claramente pintada a situao dos que julgam ter toda a verdade, que se

    orgutham no conhecimento da Palavra de Deus, ao passo que seu poder

    santificador no foi sentido em sua vida. Falta em seu corao o fervor de

    amor que torna o povo de Deus a luz do mundo...

    "Em todas as reunies, desde a Assemblia Ceral, almas tm ansiosamente

    aceito a preciosa mensagem da justia de Cristo. Damos graas a Deus por

    existirem almas que reconhecem estar em necessidade de algo que no

    possuem: o ouro da f e amor, as vestes brancas da justia de Cristo, o colrio

    do discernimento espiritual. Se possuirdes estes dons preciosos, o templo da

    alma humana no ser qual uma capela profanada. Irmos e irms, concito-

    vos, em nome de Jesus Cristo de Nazar, a trabalhar onde Deus trabalha.

    Agora o dia de graciosa oportunidade e privilgio." - Review and Herald, 23

    de julho de 1889.

    Oito meses depois apareceu esta mensagem de sua pena:

    "Tenho viajado de lugar para lugar, assistindo a reunies onde a mensagem da

    justia de Cristo foi pregada. Considerei um privilgio colocar-me ao lado de

    meus irmos e oferecer meu testemunho com a mensagem para a poca; e vi

    que o poder de Deus acompanhava a mensagem onde quer que fosse

    proferida." - Review and Herald, 18 de maro de 1890.

    De uma reuriao em South Lancaster ela declarou:

    "Nunca vi uma obra de reavivamento ir em frente com tanto vigor, e

    permanecer ao mesmo tempo isenta de indevida agitao, No houve

    incitamento ou convite. O povo no foi chamado frente, mas havia um

    solene reconhecimento de que Cristo no veio para chamar os justos, mas os

    pecadores ao arrependimento. Os honestos de corao estavam prontos a

    confessar seus pecados, e produzir frutos para Deus por arrependimento e

    restaurao segundo isso estivesse ao alcance deles. Parecamos respirar a

    prpria atmosfera do Cu. Anjos estavam verdadeiramente pairando ao redor.

    Na sexta-feira noite o culto comeou s cinco, e no se encerrou at as

    nove.... Houve muitos que testemunharam que ao lhes serem oferecidas as

    perscrutadoras verdades, convenceram-se de que eram transgressores luz da

    lei. Haviam estado confiando em sua prpria justia. Agora a viam como

    trapos imundos, em comparao com a justia de Cristo que a nica

    aceitvel a Deus. Conquanto no tivessem sido abertos violadores, viam-se

    depravados e degradados de corao. Haviam colocado outros deuses no lugar

  • 26

    de seu Pai celestial. Haviam lutado para fugir do pecado, mas confiaram em

    sua prpria fora. Devemos ir a Jesus tal qual estamos, confessando nossos

    pecados, e lanar nossas desajudadas almas sobre o compassivo Redentor.

    Isso subjuga o orgulho do corao e uma crucifixo do eu." - Review and

    Herald, 5 de maro de 1889.

    Que poderoso reavivamento da verdadeira santidade, que restaurao da vida

    espiritual, que purificao do pecado, que batismo do Esprito, e que

    manifestao do poder divino para a concluso da obra em nossa vida e no

    mundo poderia ter vindo ao povo de Deus se todos os nossos ministros

    tivessem sado daquela Assemblia como fez essa fiel e obediente serva do

    Senhor!

    A Oposio

    Quo triste, quo profundamente lamentvel que a mensagem da justia em

    Cristo devesse, por ocasio de sua vinda, ter encontrado oposio da parte de

    homens zelosos e bem-intencionados na causa de Deus! A mensagem nunca

    foi recebida, nem proclamada, nem obteve livre curso como deveria a fim de

    transmitir igreja as imensurveis bnos que estavam nela envolvidas. A

    gravidade de terem exercido tal influncia indicada mediante reprovaes

    que foram dadas. Estas palavras de reprovao e admoestao deviam receber

    mais completa considerao neste tempo:

    "Deus tem suscitado homens e mulheres para atenderem necessidade deste

    tempo, os quais 'clamaro e no se calaro' e que levantaro a voz 'como uma

    trombeta e mostraro a Meu povo sua transgresso, e casa de Jac os seus

    pecados'. A obra deles no somente proclamar a lei, mas pregar a verdade

    para este tempo - o Senhor Justia nossa...

    "Mas h aqueles que no vem necessidade de uma obra especial neste tempo.

    Enquanto Deus est operando para despertar o povo, eles buscam desviar a

    mensagen de advertncia, reprovao e apelo. A influncia deles tende a

    acalmar os temores das pessoas, e impedi-las de despertar para a solenidade

    deste tempo. Os que isto fazem, esto dando trombeta um sonido incerto.

    Deviam despertar para a situao, mas tornaram-se enredados pelo inimigo." -

    Review and Herald, 13 de agosto de 1889.

    Observem a sria advertncia que se segue:

    "Encontrareis aqueles que diro: 'Estais muito excitados com esta questo.

    Estais com demasiado fervor. No deveis buscar alcanar a justia de Cristo

    fazendo tanto barulho a respeito disso. Deveis pregar a lei.' Como um povo

    temos pregado a lei at estarmos to secos como as colinas de Gilboa, que no

    recebiam chuva nem orvalho. Devemos pregar a Cristo na lei, e haver seiva e

  • 27

    nutrimento na pregao, que ser como alimento para o faminto rebanho de

    Deus. No devemos confiar em nossos prprios mritos em absoluto, mas nos

    mritos de Jesus de Nazar." - Review and Herald, 11 de maro de 1890.

    Obsevem tambm a sria implicao das seguintes declaraes:

    "Alguns de nossos irmos no esto recebendo a mensagem de Deus sobre

    este assunto. Parecem estar ansiosos de que nenhum de nossos ministros

    abandone sua velha maneira de pregar as boas antigas doutrinas. Perguntamos,

    no tempo de que nova luz advenha sobre o povo de Deus, para despert-lo

    para maior fervor e zelo? As promessas extraordinariamente grandiosas e

    preciosas que nos so dadas nas Sagradas Escrituras foram perdidas de vista

    em grande extenso, tal como o inimigo de toda justia intencionou fazer. Ele

    tem lanado sua prpria sombra entre ns e Deus para que no vejamos o

    verdadeiro carter de Deus." - Review and Herald, 1? de abril de 1890.

    "Deus tem enviado a Seu povo testemunho da verdade e justia, e este

    chamado a erguer a Jesus, exaltar Sua justia. Aqueles a quem Deus tem

    enviado com uma mensagem so apenas homens, mas qual o carter da

    mensagem que levam? Ousareis desviar-vos das advertncias ou

    desconsider-las porque Deus no vos consultou quanto ao que preferis? Deus

    chama a homens que falem, clamem e no se detenham. Ele suscitou Seus

    mensageiros para realizarem Sua obra para este tempo. Alguns se tm

    desviado da mensagem da justia de Cristo para criticar homens." - Review

    and Herald, 27 de dezembro de 1890.

    "O Senhor enviou uma mensagem para despertar Seu povo ao

    arrependimento, e realizar suas primeiras obras; mas como Sua mensagem

    tem sido recebida? Enquanto alguns lhe tm dado ouvidos, outros tm votado

    ao desprezo a mensagem e o mensageiro. Com a espiritualidade amortecida,

    sem a humildade e a simplicidade de uma criana, uma profisso de f

    mecnica e formal tomou o lugar do amor e da devoo. Esta lamentvel

    condio das coisas deve continuar? Deve a lmpada do amor de Deus se

    extinguir em trevas?" - Review and Herald, Extra, 23 de dezembro de 1890.

    Para que no percamos o vigor dessas mensagens penetrantes, recapitulemos

    os pontos salientes:

    1. Deus suscitou homens para atenderem necessidade daquele tempo.

    2. Alguns buscaram pr de lado a mensagem e impedir um despertamento

    entre o povo.

    3. Tais pessoas foram enredadas pelo inimigo, dando trombeta um sonido

    incerto.

  • 28

    4. Esses homens declaravam que a lei devia ser pregada - no a justia de

    Cristo.

    5. A exortao pregar a Cristo na lei.

    6. Alguns temiam um desvio da maneira anterior de pregar as boas antigas

    doutrinas.

    7. Deus suscitou homens para anunciarem a mensagem de Justificao Pela

    F.

    8. 0 desafio: "Ousareis desviar-vos das advertncias ou desconsider-las?"

    9. 0 duplo resultado da rejeio da mensagem:

    a. Amortecimento da espiritualidade.

    b. Influxo de uma profisso de f mecnica, formal.

    10. A pergunta culminante: "Esta lamentvel condio deve continuar?

    Verdadeiramente um solene sumrio!

    Os Resultados da Diviso de Opinio

    A diviso e conflito suscitados entre os lderes, devido oposio

    mensagem de justia de Cristo, produziu reao bastante desfavorvel. As

    pessoas, em geral dentre os membros da igreja, ficaram confusas e sem saber

    o que fazer. A respeito dessa reao, lemos:

    "Se nossos irmos fossem todos cooperadores de Deus, no duvidariam de

    que a mensagem que Ele nos mandou durante estes dois ltimos anos no

    seno vinda do Cu. Nossos jovens olham nossos irmos mais idosos, e ao

    verem que eles no aceitam a mensagem, antes a tratam como se fosse de

    pouca importncia, isto influencia aqueles que so ignorantes das Escrituras a

    rejeitarem a luz. Esses homens que recusam receber a verdade, interpem-se

    entre o povo e a luz. Mas no h desculpas para quem quer que seja rejeitar a

    luz, pois esta foi claramente revelada. No h necessidade de que ningum

    fique em ignorncia. ... Em vez de colocar vosso peso contra o carro da

    verdade que est sendo puxado por uma estrada ascendente, devereis operar

    com toda energia que podeis reunir para impeli-lo para a frente." - Review and

    Herald, 18 de maro de 1890.

    "Por quase dois anos, temos instado o povo a apresentar-se e aceitar a luz e a

    verdade concernentes justia de Cristo, e muitos no sabem se vm e lanam

    mo desta preciosa mensagem ou no. Esto presos por suas prprias idias.

  • 29

    No permitem a entrada do Salvador." Review and Herald, 11 de maro de

    1890.

    "Alguns se tm desviado da mensagem da justia de Cristo para criticar

    homens. ... A mensagem do terceiro anjo no ser compreendida, a luz que

    iluminar a Terra com sua glria ser chamada falsa luz, por aqueles que

    recusam caminhar em sua glria crescente. A obra que poderia ser cumprida

    ser deixada por fazer pelos rejeitadores da verdade, devido a sua descrena.

    Apelamos a vs que vos opondes luz da verdade a ficar fora do caminho do

    povo de Deus. Que a luz enviada pelo Cu resplandea sobre eles em raios

    claros e contnuos." -Review and Herald, 27 de maio de 1890.

    "H tristeza no Cu quanto cegueira espiritual de muitos de nossos irmos....

    O Senhor suscitou mensageiros e dotou-os com Seu Esprito, e tem declarado:

    'Clama a plenos pulmes, no te detenhas, ergue a voz como a trombeta, e

    anuncia ao Meu povo sua transgresso, e casa de Jac os seus pecados,' Que

    ningum corra o risco de se interpor entre o povo e a mensagem do Cu. A

    mensagem de Deus vir ao povo; e se no houver vozes entre os homens para

    d-la, as prprias pedras clamaro. Apelo a todo ministro a que busque o

    Senhor, ponha de lado a vaidade, ponha de lado a disputa por supremacia, e

    humilhe o corao perante Deus. E a frieza de corao, a descrena daqueles

    que deveriam ter f o que mantm as igrejas em debilidade." - Review and

    Herad, 26 de Julho de 1892.

    A solene implicao dessas palavras endossadas pelo Cu no deve ser

    passada por alto. Observem bem estas clarssimas asseres:

    1. A mensagem de 1888-90 partiu do Cu.

    2. Sua rejeio por alguns dos mais experientes irmos levou os jovens

    incerteza e confuso.

    3. Aqueles que rejeitaram a mensagem, inter-punham-se entre o povo e a luz.

    4. No h desculpas; a luz tem sido claramente revelada.

    5. A razo por que os homens demoram em lanar mo dessa preciosa verdade

    estarem presos por suas prprias idias.

    6. A atitude de alguns tem sido desviar-se da mensagem para criticar os

    mensageiros.

    7. Aqueles que recusam caminhar por esta luz crescente sero incapazes de

    compreender a terceira mensagem anglica.

  • 30

    8. Aqueles que recusam caminhar por esta luz celestial, que deve iluminar a

    terra com sua glria, cham-la-o de "falsa luz".

    9. Como resultado de sua descrena, importante obra ser deixada sem fazer.

    10. 0 apelo solene queles que se opem luz que fiquem "fora do caminho

    do povo de Deus".

    11. Tal cegueira espiritual causa "tristeza no Cu".

    12. A positiva certeza de que Deus "suscitou mensageiros e dotou-os com Seu

    Esprito".

    13. Se no houvesse vozes humanas aladas para dar a mensagem, as prprias

    pedras teriam clamado.

    14. 0 apelo a cada ministro a humilhar o corao perante Deus a fim de que o

    vigor espiritual possa ser transmitido igreja.

    Certamente qualquer comentrio sobre estas solenes advertncias seria

    suprfulo.

    Princpios Fundamentais Envolvidos

    Por trs da oposio est revelada a astuciosa ao da mente geradora do mal,

    o inimigo de toda justia. O prprio fato de sua determinao para neutralizar

    a mensagem e seus inevitveis efeitos evidncia de seu grande valor e

    importncia; e quo terrveis devem ser os resultados de qualquer vitria dele

    derrotando-a! Com respeito aos astuciosos estratagemas de Satnas, temos

    clara advertncia:

    "O inimigo de Deus e do homem no deseja que esta verdade (justificao

    pela f] deva ser claramente apresentada; pois ele sabe que se o povo receb-

    la integralmente, seu poder ser quebrantado. Se ele puder controlar a mente

    de modo que dvida e descrena e escurido faam parte da experincia

    daqueles que reivindicam ser filhos de Deus, ele poder venc-los com

    tentao." - Review and Herald, 3 de setembro de 1889.

    "Nossa presente posio interessante e perigosa. O perigo de rejeitar a luz do

    Cu deveria tornar-nos vigilantes em orao para que nenhum de ns tenha

    um corao maligno de descrena. Quando o cordeiro de Deus foi crucificado

    no Calvrio, soou o dobre funerrio para Satans; e se o inimigo da verdade e

    da justia puder eliminar da mente o pensamento de que necessrio depender

    da justia de Cristo para a salvao, ele o far. Se Satans puder ter xito em

    levar o homem a atribuir valor a suas prprias obras de mrito e justia, ele

  • 31

    sabe que poder derrot-lo por suas tentaes, e torn-lo sua vtima e presa.

    Exaltai a Jesus perante o povo. Marcai os umbrais das portas com o sangue do

    Cordeiro do Calvrio e sereis salvos. -Review and Herald, 3 de setembro de

    1889.

    Uma vez mais sumariemos essas declaraes, devido a sua importncia de

    grande alcance:

    1. Sat quem no est disposto a que a verdade de Justificao Pela F seja

    apresentada.

    2. A razo que, se esta verdade for plenamente recebida pelo povo, seu

    poder ser desfeito.

    3. Se Satans puder lanar sobre o povo dvida e incredulidade, ser capaz de

    venc-lo mediante a tentao.

    4. empenho de Satans eliminar da mente o fato de ser necessrio depender

    da justia de Cristo para salvao.

    5. Satans sabe que se puder levar os homens a dependerem de suas prprias

    obras para justia, sero suas vtimas.

    6. Portanto o apelo soado: Exaltai o Salvador crucificado, e depositai vossa

    confiana em Seu sangue.

    Que desafio orao aqui apresentado! Como devemos buscar a Deus em

    humildade para valer-nos do colrio celestial! Somente pela plena aceitao e

    apropriao destas gloriosas provises pode um povo ser preparado para

    apresentar-se sem ruga ou mancha perante um Deus santo quando de Sua

    vinda. Somente assim Seus mandamentos podem ser verdadeiramente

    observados, e somente por este divino poder pode a igreja concluir sua grande

    comissao.

    CAP. 5 - A MENSAGEM DE 1888 ASSINALA

    UMA NOVA ERA NA PROCLAMAO DA

    TERCEIRA MENSAGEM ANGLICA

    Cuidadoso estudo da instruo dada pelo Esprito de Profecia leva profunda

    convico de que a vinda da mensagem de Justificao Pela F, na

    Assemblia de Minneapolis, foi um sinal da providncia de Deus - uma

    providncia destinada a dar incio a uma nova era na concluso de Sua obra. A

  • 32

    declarao seguinte, escrita apenas quatro anos aps a Assemblia de

    Minneapolis em 1888, empresta respaldo para esta concluso:

    "O tempo de prova est exatamente diante de ns, pois o alto clamor do

    terceiro anjo j comeou na revelao da justia de Cristo, o Redentor que

    perdoa os pecados. Este o principio da luz do anjo cuja glria h de encher a

    Terra." - Review and Herald, 22 de novembro de 1892.

    Quase de carter alarmante so as declaraes do pargrafo anterior. Tm

    imensa importncia para o trabalho que os adventistas do stimo dia esto

    levando a efeito, e so portanto do maior interesse para todos que esto

    ligados obra de proclamao da mensagem do terceiro anjo.

    Reconsideremos o pargrafo de um ponto de vista analtico:

    1.0 tempo de prova esta bem prximo de ns.

    2.0 alto clamor do terceiro anjo j comeou.

    3. Teve incio na revelao da justia de Cristo (a mensagem de 1888).

    4. Isto assinala o inicio da luz do anjo cuja glria encher toda a terra.

    Os acontecimentos mencionados neste pargrafo so os mesmos trazidos

    tona em Apocalipse 18:1, 2: "Depois destas coisas vi descer do Cu outro

    anjo, que tinha grande autoridade, e a Terra se iluminou com a sua glria.

    Ento exclamou com potente voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilnia, e se

    tornou morada de demnios, covil de toda espcie de esprito imundo e

    esconderijo de todo gnero de ave imunda e detestavel."

    A explicao desta passagem, dada pelo Esprito de Profecia, devia ser

    cuidadosamente observada:

    "Vi, anjos, no Cu, indo apressadamente de um lado para outro descendo

    Terra, e ascendendo de novo ao Cu, preparando-se para a realizao de

    algum acontecimento importante. Vi ento outro poderoso anjo comissionado

    para descer Terra, a fim de unir sua voz com o terceiro anjo, e dar poder e

    fora sua mensagem. Grande poder e glria foram comunicados ao anjo, e,

    descendo ele, a Terra foi iluminada com sua glria. A luz que acompanhava

    este anjo penetrou por toda parte, ao clamar ele poderosamente, com grande

    voz. A obra desse anjo vem, no tempo devido, unir-se ltima grande obra da

    mensagem do terceiro anjo, ao tomar esta o volume de um alto clamor. E o

    povo de Deus assim se prepara para estar em p na hora da tentao que em

    breve devem enfrentar. Vi uma grande luz repousando sobre eles, e uniram-se

    destemidamente para proclamar a mensagem do terceiro anjo." - Primeiros

    Escritos, pag. 277.

  • 33

    O panorama de eventos apresentados no pargrafo anterior to extenso e to

    cheio de significado que pode ser de auxlio observar cada acontecimento em

    separado:

    1. Um poderoso anjo desce do Cu Terra.

    2. A obra desse anjo :

    a. Unir sua voz do terceiro anjo.

    b. Dar poder e fora mensagem do terceiro anjo.

    3. Grande poder e glria foram comunicados a este anjo:

    a. A Terra foi iluminada por sua glria.

    b. A luz penetrava por toda parte.

    4. A obra desse anjo poderoso surge no tempo certo para unir-se grande obra

    da mensagem do terceiro anjo.

    5. Como resultado da vinda desse poderoso anjo, a mensagem ganha

    propores de um alto clamor.

    6. 0 poder que acompanha este anjo poderoso prepara o povo de Deus para

    permanecer em p na hora da prova.

    7. Esta preparao reconhecida pelo Cu na concesso de "uma grande luz"

    que repousa sobre o povo de Deus.

    8. A culminao de todos esses eventos um povo unido, proclamando

    destemidamente a mensagem do terceiro anjo.

    Inseparavelmente ligado a este programa de grandes eventos est a ocorrncia

    da "chuva serdia" sobre a igreja remanescente. Note-se o pargrafo seguinte:

    "Nesse tempo, enquanto a obra de salvao est se encerrando, tribulaes

    viro sobre a Terra, e as naes ficaro iradas, embora contidas para no

    impedir a obra do terceiro anjo. Nesse tempo a 'chuva serodia', ou o refrigrio

    pela presena do Senhor, vir, para dar o poder grande voz do terceiro anjo e

    preparar os santos para estarem de p no perodo em que as sete ltimas

    pragas sero derramadas." - Primeiros Escritos, pgs. 85, 86.

    Isto situa a manifestao da chuva serdia com o alto clamor, a revelao da

    justia de Cristo, e o inundar da terra com a luz da mensagem do Terceiro

    anjo.

  • 34

    Este um programa de eventos verdadeiramente emocionantes. Foi esboado

    pelo Esprito de Profecia no prprio incio do movimento. E ento para

    despertar-nos e impressionar-nos com esse grave significado, uma mensagem

    por demais solene e impressionante com respeito aos mesmos acontecimentos

    nos foi dada, seguindo-se memorvel Assemblia de 1888. As seguintes e

    vitais declaraes extradas dessa mensagem dar nfase ao assunto em

    considerao:

    1. Um Perodo de tempo Agitado. "Os dias em que vivemos so agitados e

    cheios de perigo. Os sinais da vinda do fim dos tempos se acumulam ao nosso

    redor, e acontecimentos sobreviro e sero de carater mui terrvel, mais do

    que quaisquer que o mundo j testemunhou."

    2. Comea o Alto Clamor. "O tempo de prova j est bem prximo de ns,

    pois o alto clamor do terceiro anjo j comeou na revelao da justia de

    Cristo, o Redentor perdoador do pecado. Este o prncipio da luz daquele

    anjo cuja glria inundar a Terra inteira."

    3. A Pregao Esencial para permanecer de p no tempo de angstia. "Se

    quereis permanecer em p durante o tempo de angustia , deveis conhecer a

    Cristo e apropriar-vos do dom de sua justia, que Ele imputa ao pecador

    arrependido."

    4. A Mensagem a ser pregada. "Uma obra deve ser realizada na Terra

    semelhante aquela que teve lugar quando do derramamento do Esprito Santo

    nos dias dos primeiros discpulos quando pregavam a Jesus e Este crucificado.

    Muitos se converteram num dia pois a mensagem avanar com poder."

    "O tempo que atrai o corao do pecador Cristo, e Este crucificado. Na cruz

    do Calvrio Jesus Se apresenta revelado ao mundo em amor sem paralelo.

    Apresentai-O assim s multides famintas e a luz de Seu amor atrair homens

    das trevas para a luz, da transgreo para a obedincia e verdadeira santidade.

    Contemplar a Jesus sobre a cruz do Calvrio desperta a conscincia para o

    carter odioso do pecado como nada mais poder fazer."

    "Cristo no tem sido apresentado em ligao com uma lei, como um fiel e

    misericordioso sumo sacerdote, que em todos os pontos foi como ns tentado,

    mas sem pecado. Ele no tem sido levantado perante o pecador como o divino

    sacrifcio. Sua obra como sacrifcio, substituto e segurana, tem sido apenas

    fria e casualmente tratada; mas disso que o pecador precisa ter cincia. E

    Cristo em Sua plenitude como um Salvador perdoador, que o pecador precisa

    contemplar; pois o amor sem paralelo de Cristo, mediante a agncia do Espri

    to Santo, trar convico e converso ao coraao endurecido."

  • 35

    5. 0 Poder Que Transmite Eficicia Pregao. "A obra do Esprito Santo

    imensuravelmente grande. E dessa fonte que poder e eficcia vm ao obreiro

    de Deus. E o Esprito Santo o confortador, como a presena pessoal de

    Cristo para a alma."

    "Quando a Terra for iluminada com a glria de Deus,veremos uma obra

    semelhante quela que foi operada quando os discpulos, cheios do Esprito

    Santo, proclamaram o poder de um Salvador ressurreto."

    "A revelao de Cristo pelo Esprito Santo trouxe-lhes [aos discpulos] um

    senso poderoso de Seu poder e majestade, e eles estenderam as mos a Ele

    pela f, dizendo: 'Eu creio.' Assim foi no tempo da chuva tempor, mas a

    chuva serdia ser mais abundante. O Salvador dos homens ser glorificado, e

    a Terra iluminada com o brilhante resplendor dos raios de Sua justia." - As

    cinco citaes anteriores so da Review and Herald, de 22 a 29 de novembro

    de 1892; artigo intitulado "Os Perigos e Privilgios dos ltimos Dias". (Ver

    apndice, pgina 142).

    Ser visto que todos esses eventos esto intimamente associados para ocorrer

    no mesmo tempo. Colocados em sua ordem natural, apresentam-se como

    segue:

    1. A revelao e apropriao pela f da justia de Cristo.

    2. A concesso da chuva serdia.

    3. A concesso de grande poder aos benefeciados.

    4. 0 crescimento da mensagem do terceiro anjo que se torna um "alto clamor".

    5. A iluminao da Terra com o "brilhante resplendor dos raios de Sua

    justia."

    evidente que o nicio, ou abertura, de todos esses acontecimentos se d ao

    mesmo tempo. O aparecimento de um deles o sinal para o aparecimento de

    todos.

    E observem agora a positiva declarao:

    "O alto clamor do terceiro anjo j comeou na revelao da Justia de Cristo,

    o Redentor que perdoa o pecado. Este o comeo da luz daquele anjo cuja

    glria encher toda a Terra." - Review and Herald, 22 de novembro de 1892.

    Isto foi declarado em 1892.0 que assinalou a nova revelao da justia de

    Cristo e o comeo do alto clamor? Como a prpria declarao indica, foi a

  • 36

    revelao da justia de Cristo" como estabelecida na Assemblia de

    Minneapolis.

    Agora essas importantes manifestaes so ordenadas por Deus para o

    encerramento de Sua obra na Terra. Quando eles comearam, assinalaram o

    ponto inicial para essa obra de encerramento. Esse tempo e essa hora foram

    alcanados em 1888.

    Esta uma tremenda concluso, mas que outra concluso se pode alcanar

    com todas as declaraes perante ns? Por que se consideraria incrvel tal

    concluso? Cremos que a declarao correta. Temos buscado o seu

    cumprimento. Nossa espera pelo cumprimento tem sido ansiosa e longa. O

    cumprimento ser testemunhado por algum. Por que no o veremos e nele

    estaremos?

    No deveramos buscar mais sria e zelosamente conhecer o que possa estar

    impedindo o cumprimento em todo seu poder? E por que no deveramos orar

    por um ardente desejo de cooperar plenamente com o Senhor para apressar

    Sua obra at seu encerramento?

    CAP. 6 - A MENSAGEM DO TERCEIRO ANJO EM

    VERDADE

    Uma sria indagao surgiu na mente de alguns que ouviram a mensagem de

    Justificao Pela F, apresentada na Assemblia de Mmneapolis, sobre a

    relao dessa mensagem com a do terceiro anjo. Em sua perplexidade, alguns

    escreveram Sra. E. G. White solicitando-lhe uma manifestao de seu

    pensamento a respeito.

    No que concerne e esta inquirio e sua resposta, temos sua declarao

    publicada que a seguinte:

    "Vrias pessoas me escreveram perguntando se a mensagem de justificao

    pela f a mensagem do terceiro anjo, e respondi-lhes: ' verdadeiramente a

    mensagem do terceiro anjo.' "- Review and Herald, 1 de abril de 1890.

    H mais nesta declarao do que uma breve, clara e positiva resposta a uma

    pergunta. Ela tem sentido profundo e vital. Soa como uma sria vertncia, e

    faz um apelo inteligente e ardente a todo o que cr na mensagem do terceiro

    anjo. Dediquemos cuidadoso estudo declarao.

    Justificao pela f, afirma-se, "a mensagem do terceiro anjo em verdade".

    As palavras "em verdade" significam, de fato, na realidade, com toda certeza.

  • 37

    Isso significa que a mensagem de justificao pela f e a mensagem do

    terceiro anjo so idnticas em propsito, escopo e resultados.

    Justificao pela f o modo divino de salvar pecadores; Sua maneira de

    convencer os pecadores de sua culpa, sua condenao, e condio

    inteiramente perdida e desesperanada. E tambm a forma divina de cancelar

    a culpa, livrando os hom