“Crescemos sempre em quantidade e qualidade” - APM · A enfermeira Andreia Vaccari encerrou a...

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“Crescemos sempre em quantidade e qualidade” “O Congresso Paulista de Neurologia, que está em sua décima primeira edição, cresce a cada ano, com recorde de público. Isso é graças ao trabalho da Associação Paulista de Neurolo- gia (Apan) e da Associação Paulista de Medicina (APM).” Foi com essas palavras que Fernando Cendes, presidente do XI Congresso Paulista de Neurologia, abriu o evento. Logo após, Cendes agradeceu por todo o trabalho em conjunto para organizar a grade científica, a organização logís- tica e divulgação, que fizeram com que mais de duas mil pessoas estivessem presentes. O presidente da APM, Florisval Meinão, tam- bém fez questão de agradecer às pessoas que fizeram com que o evento acontecesse. “A cada ano este Congresso melhora, isso é muito signi- ficativo para nós. Temos que agradecer também à cidade do Guarujá, sempre muito acolhedora – um ponto importante desse evento que tem trajetória tão vitoriosa.” Meinão também aproveitou o espaço para registrar um contraste entre o momento do País e o evento. “Essa corrupção de milhões e milhões que escoam pelos ralos nos indigna muito. Quem está aqui, quer se atualizar com o principal objetivo de oferecer atendimento de qualidade à população. Enquanto isso, tra- balhamos em condições absolutamente insa- Edição 1 | 24 de maio de 2017 Neurologia em pauta tisfatórias. E temos financiamento da saúde pública hoje em um patamar muito baixo, en- quanto assistimos ao espetáculo da corrupção deslavada. Essa indignação é da APM e creio que de todos os médicos”, afirmou. O presidente da APM lamentou o fato de, ape- sar da Medicina brasileira se equiparar em qua- lidade à prática nos principais países do mundo, nem sempre o médico daqui pode dispensar cui- dados que o paciente precisa, por conta da estru- tura de hospitais, bastante deficiente, com filas enormes para procedimentos e exames. “Diante desse cenário, a sociedade civil precisa se organi- zar. A APM participa, com outras entidades, em inúmeras instâncias, inclusive com demais pro- fissionais da Saúde. Precisamos responder a essa situação. É uma tarefa de todos nós que vivemos nesta nação maravilhosa.” Valter Suman, prefeito do Guarujá, partici- pou da abertura. Ele, que é gastroenterologis- ta, também entrou na questão dos problemas sociais do Brasil. “Acredito que os anos entre 2017 e 2020 formam um dos quadriênios mais difíceis para qualquer gestor – seja da área pú- blica ou da privada. Vivemos um período de crises econômica, institucional e moral. Nós, médicos, precisamos esclarecer nossos pacien- tes para engrandecer a consciência de cidada- nia, ambiental e de saúde”, apontou. Ele seguiu: “estou no Guarujá – a pérola do Atlântico – há 32 anos. Atuei também como médico de família e clínico geral. Quis o des- tino que, ao longo de minha jornada profis- sional, eu estivesse à frente da gestão pública hoje. É uma honra muito grande receber este evento, receber a APM e a Apan. Temos traba- lhado muito em nossa cidade para que ela seja celeiro de grandes eventos como esse”. O presidente da Apan, Rubens Gagliardi, afirmou ser uma forte emoção abrir mais uma edição do Congresso. Para ele, o grande núme- ro de presentes mostra a grandeza da Neuro- logia e a união que os especialistas têm, além da vontade de buscar conhecimento. “Exemplo disso é que crescemos sempre em quantidade e qualidade. Também faço questão de agrade- cer a todos os professores que aceitaram nos- sos convites para participar.” “Temos uma parceria muito forte e saudá- vel com a Associação Paulista de Medicina. In- clusive, a Apan é o Departamento Científico de Neurologia da APM. Também temos uma rela- ção forte com a Associação Brasileira de Neuro- logia, entidade que tive a honra de presidir no mandato passado. Fazemos absoluta questão destas parcerias para crescer cada vez mais. Unidos somos mais e mais fortes. Na Apan, além do Congresso, visamos sempre a defesa profissional e a educação continuada dos neu- rologistas”, completou Gagliardi. Completaram a mesa de abertura do XI Con- gresso Paulista de Medicina os membros da co- missão organizadora do Congresso, Acary Bulle Oliveira, Marcel Simis e Ronaldo Abraham. Durante a abertura, o presidente da Apan, Rubens Gagliardi, falou sobre o sucesso do evento realizado há mais de 20 anos

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“Crescemos sempre em quantidade e qualidade”

“O Congresso Paulista de Neurologia, que está em sua décima primeira edição, cresce a cada ano, com recorde de público. Isso é graças ao trabalho da Associação Paulista de Neurolo-gia (Apan) e da Associação Paulista de Medicina (APM).” Foi com essas palavras que Fernando Cendes, presidente do XI Congresso Paulista de Neurologia, abriu o evento. Logo após, Cendes agradeceu por todo o trabalho em conjunto para organizar a grade científica, a organização logís-tica e divulgação, que fizeram com que mais de duas mil pessoas estivessem presentes.

O presidente da APM, Florisval Meinão, tam-bém fez questão de agradecer às pessoas que fizeram com que o evento acontecesse. “A cada ano este Congresso melhora, isso é muito signi-ficativo para nós. Temos que agradecer também à cidade do Guarujá, sempre muito acolhedora – um ponto importante desse evento que tem trajetória tão vitoriosa.”

Meinão também aproveitou o espaço para registrar um contraste entre o momento do País e o evento. “Essa corrupção de milhões e milhões que escoam pelos ralos nos indigna muito. Quem está aqui, quer se atualizar com o principal objetivo de oferecer atendimento de qualidade à população. Enquanto isso, tra-balhamos em condições absolutamente insa-

Edição 1 |

24 de maio de 2017

Neurologiaem pauta

tisfatórias. E temos financiamento da saúde pública hoje em um patamar muito baixo, en-quanto assistimos ao espetáculo da corrupção deslavada. Essa indignação é da APM e creio que de todos os médicos”, afirmou.

O presidente da APM lamentou o fato de, ape-sar da Medicina brasileira se equiparar em qua-lidade à prática nos principais países do mundo, nem sempre o médico daqui pode dispensar cui-dados que o paciente precisa, por conta da estru-tura de hospitais, bastante deficiente, com filas enormes para procedimentos e exames. “Diante desse cenário, a sociedade civil precisa se organi-zar. A APM participa, com outras entidades, em inúmeras instâncias, inclusive com demais pro-fissionais da Saúde. Precisamos responder a essa situação. É uma tarefa de todos nós que vivemos nesta nação maravilhosa.”

Valter Suman, prefeito do Guarujá, partici-pou da abertura. Ele, que é gastroenterologis-ta, também entrou na questão dos problemas sociais do Brasil. “Acredito que os anos entre 2017 e 2020 formam um dos quadriênios mais difíceis para qualquer gestor – seja da área pú-blica ou da privada. Vivemos um período de crises econômica, institucional e moral. Nós, médicos, precisamos esclarecer nossos pacien-tes para engrandecer a consciência de cidada-nia, ambiental e de saúde”, apontou.

Ele seguiu: “estou no Guarujá – a pérola do Atlântico – há 32 anos. Atuei também como médico de família e clínico geral. Quis o des-

tino que, ao longo de minha jornada profis-sional, eu estivesse à frente da gestão pública hoje. É uma honra muito grande receber este evento, receber a APM e a Apan. Temos traba-lhado muito em nossa cidade para que ela seja celeiro de grandes eventos como esse”.

O presidente da Apan, Rubens Gagliardi, afirmou ser uma forte emoção abrir mais uma edição do Congresso. Para ele, o grande núme-ro de presentes mostra a grandeza da Neuro-logia e a união que os especialistas têm, além da vontade de buscar conhecimento. “Exemplo disso é que crescemos sempre em quantidade e qualidade. Também faço questão de agrade-cer a todos os professores que aceitaram nos-sos convites para participar.”

“Temos uma parceria muito forte e saudá-vel com a Associação Paulista de Medicina. In-clusive, a Apan é o Departamento Científico de Neurologia da APM. Também temos uma rela-ção forte com a Associação Brasileira de Neuro-logia, entidade que tive a honra de presidir no mandato passado. Fazemos absoluta questão destas parcerias para crescer cada vez mais. Unidos somos mais e mais fortes. Na Apan, além do Congresso, visamos sempre a defesa profissional e a educação continuada dos neu-rologistas”, completou Gagliardi.

Completaram a mesa de abertura do XI Con-gresso Paulista de Medicina os membros da co-missão organizadora do Congresso, Acary Bulle Oliveira, Marcel Simis e Ronaldo Abraham.

Durante a abertura, o presidente da Apan, Rubens Gagliardi, falou sobre o sucesso do evento realizado há mais de 20 anos

A sala dedicada ao tema abriu os trabalhos do

dia com o presidente da primeira mesa, Eduardo

Mutarelli, falando sobre anamnese em Neurolo-

gia. O especialista, mais tarde, abordou também

a avaliação da fonação e da disartria. Seguiu-se a ele Péricles de

Andrade Maranhão Filho, que ministrou, primeiro, sobre inspeção

e durante a tarde sobre os nervos craniais III, IV e VI e os sinais e

síndromes da Semiologia.

Tarso Adoni falou sobre os achados semiológicos em Neuroimu-

nologia, apresentando casos reais a partir de relatos de pacientes.

Ao apresentar os exemplos, o especialista interagia com o público

para construírem juntos o possível diagnóstico dos casos. O intuito

foi conversar sobre os usos da Semiologia para fazer diagnósticos em

imagens neurológicas normais.

O espaço também contou com a intervenção de Eli Faria Evaristo,

para falar de semiologia neurovascular, e Orlando Barsottini, que

versou sobre a avaliação da ataxia e de diagnósticos diferenciais.

Houve, por fim, espaço para debates e discussões sobre os temas

apresentados entre palestrantes e congressistas.

Marcondes França Junior, que falou sobre as

novas perspectivas em doenças neuromuscula-

res, foi o presidente das mesas sobre o assunto,

enquanto Carlos Roberto Martins Jr. as secretariou. Orlando Barsottini tam-

bém participou desta discussão, tratando agora sobre os erros inatos do

metabolismo e a apresentação no adulto.

O especialista apresentou diversos cases de alterações genéticas e suas

posteriores complicações, como a Doença de Fabry, a Doença de Krabbe,

a sialidosis e as gangliosidoses. Quem participou da palestra recebeu dicas

clínicas valiosas, sempre com o intuito de fazer com que os presentes pas-

sassem a considerar novos tipos de perspectivas a partir dos sintomas e do

quadro relatado pelos pacientes.

Ingrid Faber de Vasconcelos apresentou dados e particularidades de

diversos tipos de paraplegias estáticas hereditárias e falou sobre como re-

conhecer e tratar esses problemas. Ainda a respeito do tema, Iscia Lopes

Cendes apresentou conceitos básicos de genética para os neurologistas.

Fernando Kok falou sobre os painéis e a exoma no diagnóstico em neu-

rogenética. Já Wilson Marques Junior versou sobre os avanços na genética

das neuropatias.

Antes da abertura para discussão, José Luiz Pedroso, falando sobre o

diagnóstico das ataxias genéticas, e Charles Marques Lourenço, sobre a atu-

alização em leucodistrofias, encerraram a programação científica.

As mesas deste assunto abordaram dois grandes

troncos. Primeiro, o desafio dos níveis pressóricos em

terapia intensiva neurológica e, depois, as complica-

ções sistêmicas em terapia intensiva neurológica. A primeira parte foi

presidida por Gisele Sampaio, enquanto a segunda foi comandada por

Rodrigo Bezerra. Abriu a discussão Airton Leonardo Manoel, falando so-

bre os níveis pressóricos em hemorragia subaracnoide.

Os temas seguintes foram acidente vascular cerebral isquêmico,

por Octávio Marques Pontes Neto, hematoma intraparenquimatoso,

por Raul Valiente, e a farmacologia e disponibilidade dos fármacos

anti-hipertensivos em terapia intensiva neurológica, pela farma-

cêutica Andrea Pereira.

Flávio Geraldo Rezende fez uma explanação sobre a sepse no pa-

ciente neurocrítico, apresentando implicações diagnósticas e terapêu-

ticas. O especialista apresentou o uso do conceito de Quick Sepsis-Re-

lated Organ Failure Assessment (qSOFA). Luis Otávio Caboclo, versando

sobre especro ictal e interictal, seguiu com a programação.

Na sequência, Mariana Dalaqua falou sobre a encefalopatia pos-

terior reversível – que, como explicou, nem sempre é posterior nem

reversível. Por isso, a importância de entender as variações de sua

apresentação clássica, que não restringe, não realça e geralmente não

sangra. “Há certas encefalopatias que comprometem o tronco ence-

fálico ou cerebelo, por exemplo”, explicou a especialista. Ela também

faltou sobre mielinólise osmótica, explicando que a associação mais

recorrente (à variação rápida do sódio) nem sempre é a correta. Por-

tanto, exige também cuidado.

A enfermeira Andreia Vaccari encerrou a mesa apresentando al-

guns dos desafios dos profissionais de Enfermagem nesses casos.

SEMIOLOGIA

NEUROINTENSIVISMO

GENÉTICA

Marcel Simis, integrante da Comissão Organi-

zadora do Congresso, secretariou a primeira mesa

e presidiu a segunda, além de ministrar palestra

sobre o passado, o presente e as perspectivas futuras da neuromodula-

ção não invasiva. Tiago Freitas foi o presidente da primeira mesa.

Enquanto Osvaldo Vilela Filho tratou das indicações estabeleci-

das e novas fronteiras da Neurocirurgia psiquiátrica, Manoel Jacob-

sen Teixeira deu duas aulas, a respeito das indicações e resultados

da neuromodulação invasiva para o tratamento da dor e da neuro-

modulação não invasiva para o tratamento da dor.

Ela Plow, do departamento de Engenharia Biomédica da Cle-

veland Clinic, fez uma participação especial no evento, via Skype,

abordando a neuromodulação não invasiva para tratamento do

AVC – por exemplo com a estimulação magnética transcraniana e a

estimulação transcraniana de corrente contínua, que exploram ma-

neiras de aproveitar a plasticidade dentro de substratos implicados

para promover a recuperação em AVC, como relata em sua declara-

ção de pesquisa, e ainda disse já ter vindo várias vezes ao Brasil e

colecionado grandes experiências.

Erich Talamoni Fonoff, por sua vez, tratou das indicações e dos

resultados na cirurgia para doença de Parkinson.

O sexto e último assunto do dia teve as duas

mesas presididas por Suzana Malheiros e secre-

tariadas por Adrialdo José Santos, que também

ministrou palestra sobre o uso de corticoesteroides e anticoagulação no

tratamento sintomático dos tumores do sistema nervoso.

Helder Tedeschi falou a respeito dos mitos e verdades da neurocirurgia

nos tumores em áreas eloquentes; Luis Otavio Caboclo sobre a epilepsia e o

tratamento sintomático dos tumores do sistema nervoso; e Luciano Neder

Serafini tratou dos aspectos práticos da nova classificação da Organização

Mundial da Saúde dos tumores do sistema nervoso.

O debate sobre a radiogenômica ser uma realidade no diagnóstico

por imagem dos tumores do sistema nervoso ficou a cargo de Antonio

Carlos Maia. Guilherme Fleury Perini palestrou sobre o que os neu-

rologistas devem saber a respeito do diagnóstico e tratamento dos

linfomas do sistema nervoso.

A atualização em diagnóstico e tratamento de síndromes neuro-cutâ-

neas foi abordada sob dois aspectos, da neurofribomatose, por Fernanda

Teresa de Lima, e da esclerose múltipla, por Nasja Saba da Silva.

No primeiro dia do Congresso, a seção de-

dicada ao tema da Dor teve nove palestras no

total, com mesas presididas por José Speciali,

que também falou sobre toxina botulínica A na dor neuropática. Jaime

Olavo Marquez abordou dois assuntos: aspectos antropológicos da dor

crônica e dor na zika, dengue e chicungunha.

Daniel Ciampi de Andrade, que secretariou a primeira mesa,

ministrou aula a respeito do conceito de dor neuropática e dor

disfuncional. Já Fabíola Éckeli, que secretariou o segundo debate,

abordou o tratamento da dor miofacial.

Rogerio Adas Ayres palestrou a respeito dos circuitos neuronais

encefálicos envolvidos na modulação das dores crônicas. O tema

dores nas neuropatias periféricas foi o tema da aula de Wilson Mar-

ques Junior e as causas e orientação diagnóstica das lombalgias, de

Roberto Satler Cetlin.

Em sua exposição sobre dor da cicatriz, Karen dos Santos Ferreira

falou sobre possíveis causas, como diagnosticar e tratar, os dois me-

canismos para a formação de cicatrizes – procedimentos cirúrgicos e

eventos traumáticos, além dos fatores de cronificação em pós-operató-

rio – e apresentou alguns estudos sobre o assunto.

Apesar de não haver consenso sobre o tratamento, pesquisas indi-

cam o uso de algumas drogas e de procedimentos como neurotomia,

neuromodulação, ablação por radiofrequência, neurólise por álcool,

fenol ou glicerol e infiltração local de anestésicos e/ou corticoides

como procedimentos para o tratamento da dor da cicatriz.

DOR

NEURO-ONCOLOGIA

NEUROMODULAÇÃO

PATROCINADORES

MASTERPREMIUM

XI Congresso Paulista de Neurologia

Fernando Cendes - PresidenteEsper Abrão Cavalheiro – Presidente de Honra

Comissão Organizadora: Acary Souza Bulle de Oliveira, Marcel Simis, Ronaldo Abraham e Rubens José Gagliardi.Associação Paulista de Neurologia: Presidente: Rubens José Gagliardi. 1º Secretário: Acary Souza Bulle de Oliveira. 2º Secretário: Marcel Simis. Coordenador Científico: Luís dos Ramos MachadoAssociação Paulista de Medicina: Presidente: Florisval Meinão. Diretor Científico: Paulo Andrade Lotufo. Diretor de Comunicação: Ivan de Melo Araújo. Diretora de Eventos: Mara Rocha Gândara.

O informativo Neurologia em Pauta é uma publicação interna do XI Congresso Paulista de Neurologia (1.500 exemplares), com periodicidade diária. Coordenadora: Giovanna Rodrigues (Mtb. 52.311/SP). Repórter: Guilherme Almeida (Mtb. 81.152/SP). Fotos: Marina Bustos e Osmar Bustos. Projeto Gráfico e Diagramação: Giselle de Aguiar Pires

GOLDPROGRAMA

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Esper Abrão Cavalheiro é professor titular do departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina da Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp). Durante a cerimônia de abertura do evento, o também ex-presidente do CNPq recebeu uma homenagem de Rubens Gagliardi pela dedicação de toda a vida à Neurologia. Depois, o especialista foi convidado a ministrar a palestra magna “A Convergência do Conhecimento”.

Ele, que também foi presidente de honra do XI Congresso Paulista de Neurologia, iniciou sua explanação agradecendo o convite, sobretudo pela oportunidade de falar a um público mais jovem. “Primeiro, recebi o convite para ser palestrante. Descobri há alguns dias que seria presidente de honra e quem fica honrado, claro, sou eu. Eu, que fiz minha carreira toda em São Paulo, fico muito feliz de estar no congresso paulista.”

Cavalheiro seguiu contando de sua experiência em Brasília, ao lon-go da década de 1990, quando foi convidado para participar do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia. Por lá, teve contato com as políticas nacionais de nanotecnologia e biotecnologia. “Aprendi muito nesse período, apesar de ser a minha ciência”, avaliou.

A partir desse conhecimento, o homenageado falou sobre a conver-gência tecnológica para a qual nos encaminhamos. O conceito dessa convergência é o estudo interdisciplinar das interações entre sistemas vivos e artificiais para o desenho de novos dispositivos que permitam ex-pandir ou melhorar as capacidades cognitivas e comunicativas, a saúde e a capacidade física das pessoas, produzindo maior bem-estar social.

Palestra magna e homenagem a Esper Abrão Cavalheiro

PALESTRA MAGNA

E a neurociência é uma das ciências presentes nesta convergência. “Alguns avanços mais significativos da área, durante a década anterior (conhecida como a década do cérebro), foram a clonagem dos genes subjacentes aos principais distúrbios neurológicos, a identificação dos mecanismos subjacentes à plasticidade neural e o desenvolvimento de novas técnicas de imagem funcional, entre outros”, relatou.

Já a década atual, explicou o especialista, é a da mente. Os profis-sionais de neurociência hoje debruçam-se para entender, tratar, pro-teger, enriquecer e modelar a mente. “Essa convergência tecnológica nos pede um trabalho em conjunto com demais disciplinas para rea-lizar um avanço. Deixando de lado algumas convicções para aprender com outras áreas. Falar para uma plateia tão grande e jovem sobre isso é um meio para que eu incentive essa convergência”, finalizou.

O presidente de honra do Congresso ressaltou que os profissionais de neurociência hoje debruçam-se para entender, tratar, proteger, enriquecer e modelar a mente