Crédito Verde
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Crédito Verde Política de troca de recicláveis por Credito Verde (Green Credit)
Jonathan Silva Pedreira
Jonathan Silva Pedreira
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Crédito Verde
Política de troca de recicláveis por Credito Verde (Green Credit)
Partindo de conceitos oriundos da Logística Reversa, chegou-se a um modelo de um política
social baseada na troca de material reciclável pela população por pagamentos cotados em
"Crédito Verde" (Green Credit), câmbio alternativo configurado nos moldes das Moedas
Sociais. Seus rendimentos serão direcionados para custeio de práticas sustentáveis na
sociedade, como o uso transporte público, consumo de “produtos verdes” e priorização de
estabelecimentos sustentáveis.
Introdução
De todos os desafios que surgiram com a Copa de 2014, um dos mais abrangentes situa-se
na produção do lixo e na sua gestão. Cada habitante das grandes cidades produz em média
1,2kg de lixo por dia. Segundo o Portal da Copa (http://www.portal2014.org.br/) espera-se
que o Brasil tenha um trânsito de cerca de meio milhão de turistas. Ao estimar a produção
de lixo adicional durante esse período, percebe-se que medidas de gestão de resíduos
fazem-se extremamente necessárias para a manutenção dos recursos do país.
A reciclagem no Brasil é uma realidade, figurando como o país que mais recicla latas de
alumínio no mundo, com 98,2% das latas distribuídas no mercado nacional. Tal atividade
além figurar como prática sustentável gera uma renda de R$495 milhões por ano. Boa parte
do lixo produzido atualmente pode ser direcionado para a reciclagem. Muito dos resíduos
que serão gerados durante a copa provém de embalagens de consumo rápido, altamente
recicláveis. Além das latas de alumínios, encontram-se nesse grupo as garrafas PET, de vidro
e do tipo “Longa Vida”, todas essas ainda não aproveitadas no país e com um potencial
enorme de reciclagem. O IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) calcula que a
reciclagem no Brasil tem um potencial de gerar R$1,2 bilhão anuais.
Alguns países desenvolvidos possuem o sistema de reciclagem bem maduro, a exemplo da
Alemanha: o cidadão que separa seu lixo é recompensado com o valor inerente da
embalagem, chegando a se conseguir 25 centavos de euro por latinha de alumínio e 15
centavos pra garrafas de plástico.
Projetos piloto envolvendo sistemas de trocas de recicláveis já foram testados no Brasil.
Iniciativas de empresas de reciclagem, a exemplo da Latasa, liderada por José Roberto
Giosa, em parceira com uma rede de supermercados do Rio mostrou que existe um enorme
potencial para a implantação de sistemas semelhantes.
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Figura 01: Projetos piloto de trocas de recicláveis
O Projeto
Este projeto propõe incorporar à lógica da reciclagem no Brasil um sistema de retribuição à
população pelo reciclável separado e disposto para reciclagem. Propõe-se também a
aplicação de uma série de materiais recicláveis adicionais além da já consolidada lata de
alumínio: embalagens como garrafas de vidro, plástico e do tipo “Longa Vida”.
Incluindo o projeto no rol das práticas que tornarão a Copa de 2014 um evento mais
sustentável e menos danoso ao meio ambiente, cada cidadão e torcedor ao chegar aos
aeroportos das cidades da Copa receberá um cartão magnético temático. De posse dele, o
turista poderá dirigir-se a pontos de troca espalhados pela cidade e trocar seus recicláveis
por um crédito eletrônico, chamado de Crédito Verde (Green Credit).
Para facilitar os procedimentos de troca, serão instaladas as chamadas “Máquinas de Venda
Reversa”, onde o indivíduo insere o reciclável e é creditado com o valor respectivo do
reciclável em seu cartão magnético, a qualquer hora do dia. Pontos de troca serão
distribuídos de forma estratégica, como por exemplo próximo a hotéis, pontos turísticos e
estádios.
Figura 02: Máquina de Venda Reversa em uso
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Elemento Inovador: Crédito Verde
A grande diferença dos sistemas de troca já instalados no exterior para este projeto é a
presença de uma moeda alternativa, o Crédito Verde. Através desse câmbio alternativo,
pode-se direcionar toda a renda gerada com as trocas dos recicláveis para o consumo
sustentável.
Figura 03: Modelo de cartão temático
A mobilidade nas cidades da copa é quesito importantíssimo a ser tratado. Seria
extremamente interessante se o turista usasse o transporte público para ir aos jogos em
troca de certo número de garrafas de vidro ou de plástico. A renda envolvida com o Crédito
Verde também poderá ser direcionada para o consumo de produtos sustentáveis, em
estabelecimentos que cumprem regras de sustentabilidade, como supermercados, bares e
restaurantes.
Figura 04: Logotipo de rede já existente em São Paulo
Principais Benefícios
Além de promover para uma Copa do Mundo mais sustentável, um dos objetivos centrais do
projeto é incorporar o senso de preservação ambiental na cultura do brasileiro. Por meio da
retribuição com o Crédito Verde, objetiva-se inserir a sucata na economia de forma mais
contundente buscando um potencial de renda enorme sendo desperdiçado.
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Através do sistema de trocas, o projeto propõe a ser uma solução simples para problemas de
logística e custo de recolhimento do lixo nas grandes cidades, um dos grandes entraves para
que os sistemas de Coleta Seletiva tenham sucesso atualmente.
Figura 05: Redução dos custos logísticos atuais
Com a política de resíduos sólidos brasileira recentemente aprovada, as empresas tem a
obrigação de retirar de circulação parte de suas embalagens produzidas. Com o sistema do
Crédito Verde, o acesso dessas empresas às suas embalagens é altamente simplificado,
facilitando esse recolhimento durante a Copa.
Figura 06: Política de resíduos nacional
Do ponto de vista de uma política governamental, cada montante investido no sistema do
Crédito Verde configura na economia dos gastos em políticas de limpeza urbana, mobilidade
nas grandes cidades, tratamento de resíduos e conscientização da população acerca dos
problemas ambientais gerados pelo lixo.
Conclusão
Essa ideia busca ser mais do que uma política de gestão de resíduos: propõe-se também a
estimular uma mudança nas práticas empresariais, inserir melhor a sucata como matéria-
prima na Economia, e promover uma cultura da Reciclagem e consumo consciente na
Sociedade Civil.