Correntes d´Escritas Conto Infantil Ilustrado
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Parafuso, Amizade, O Melhor Presente de Natal
No tempo em que os gatos ladravam vivia o extraterrestre
Zico na casa ultra-moderna Palácio, bem perto do rio Douro, no
Porto. A casa tinha cinco assoalhadas com acesso de elevador e
cada peça possuia vários objectos vindos de outro planeta. O seu
vizinho Kevin era um dos seus poucos amigos. Ele era de facto
especial e diferente dos outros porque era mágico e isso permitia-
lhe não sentir nunhuma estranheza com o extraterrestre.
Zico andava num profundo desalento pois o seu eterno
companheiro Parafuso (cão robot) tinha desaparecido à dias. Para
espairecer um pouco, fugir da tristeza e da melancolia que o clima
do início do mês de Dezembro trazia, Zico foi passear na zona
ribeirinha e lá encontrou o Kevin.
- Ainda bem que te encontro por cá, Kevin! Não ando lá
muito bem...
- Então, o que se passa?
- Olha, desapareceu o meu querido Parafuso!
- Como é que foi isso? Quis saber o Kevin.
- Estavamos os dois a brincar no jardim quando passou um
carro e ao buzinar, o Parafuso assustou-se e fugiu rumo à Floresta
Negra. E agora, o que faço sem ele? Ele aconchegava-me na
cama, era o meu despertador, a minha companhia nas
brincadeiras, nas refeições, ajudava-me nas limpezas e era um
bom orientador porque acendia a luz da sua cauda sempre que
estava escuro. De tanto abanar de um lado para o outro parcia um
pirilampo!
- Oh Zico, não desanimes, vamos encontrá-lo! Eu vou
contigo para a Floresta Negra. Amanhã bem cedinho partimos
para lá.
- Ok, combinado, Obrigado amigo.
Na manhã seguinte, como combinado, lá foram eles para a
aventura. Ao chegar à Ribeira depararam-se admiravelmente com
um forte contraste entre o frio e o vento gelado de Inverno
cinzento e a beleza, a luz, o calor das primeiras decorações de
Natal. As originais imagens escolhidas para este Natal davam um
toque de muita alegia a esta zona ribeirinha!
Dirigiram-se para o cais e apanharam um barco rabelo. Foi
uma viagem espetacular! O rio estava agitado, com muitos barcos,
parecia estarem numa canoa a disputar o primeiro lugar de uma
competição de barcos por isso, num abrir e fechar de olhos,
chegaram ao cais da Floresta Negra. Desembarcaram e num ápice
desapareceram no meio da floresta.
Pelo caminho, ouviram um ruído e logo embateram contra
um anão. Partilharam entre si os seus acontecimentos: a fuga do
anão à bruxa Babiruxa e à serpente Zanaga e por outro lado o
desaparecimento do Parafuso. Os três continuaram caminho até
embater numa velhinha visto que à medida que iam avançando
para o interior da floresta mais escuro esta se tornava. Pediram-
lhe ajuda e ela aceitou de bom grado.
Enquanto continuavam a busca e conversavam, uma nova
esperança se fez sentir com a revelação da velhinha.
- Ontem com os meus óculos de visão nocturna vi um cão
robot de cauda fluorescente a ser raptado pela bruxa e pela
serpente.
- Só podia ser o meu Parafuso, só ele brilha assim!
O Kevin quis experimentar os óculos. Mal os colocou,
rapidamente detectou as pegadas. Seguiram-nas fazendo um
longo percurso até chegarem a uma gruta, bem no fundo da
floresta.
Destemidos, entraram e logo viram a bruxa a checotear o
Parafuso enquanto a Zanaga via tranquilamente televisão.
Furiosamente, Zico de imediato se atirou para cima da bruxa, o
Kevin para cima da serpente e o anão com a velhinha a libertar o
Parafuso. A luta foi difícil pois a bruxa lançava feitiços e a
serpente veneno.
- Parafuso, vai ter com o anão, precisamos da espada sagrada,
só ela nos pode salvar!
O Parafuso, num salto chegou ao anão, Kevin com os seus
dotes mágicos fez aparecer a espada sagrada nas costas do anão
porque só ele a poderia ter, este retirou-a dizendo as palavras
mágicas: “ Abracadabra, trintirintão, espada sagrada salva-nos
então!” e entregou-a ao cão. O Parafuso num salto mortal deu
uma pirueta atingindo com a espada a bruxa Babiruxa e a serpente
Zanaga. Assim, numa nuvem de pó dourada, os dois
desapareceram.
- Vitória!!! Vitória, vitória!!! Gritaram todos.
O olhar do Zico e do Parafuso cruzaram-se e numa emoção
profunda choraram... Formando um círculo de amor e amizade,
abraçaram-se todos.
Na Floresta a passagem do tempo era célere. Já era Natal;
esta natureza que vivia numa constante escuridão passou a ficar
revestida pela brancura da neve e os flocos que caíam davam-lhe
o brilho do diamante. Ouvia-se ao longe o som dos sinos que
tocavam melodias natalícias.
Kevin, Zico e Parafuso ficaram deslumbrados com a
descoberta do Natal, fecharam os olhos e num toque de magia
aquela gruta transformou-se na bela casa do Pai Natal. Havia
luzes de todas as cores, bolas cintilantes, estrelas...músicas e as
melhores iguarias. Também estavam espalhados por toda a casa
presentes de todos os feitios. Curiosamente ninguém quis abrir
presentes.
- Este dia foi sem dúvida o nosso maior e melhor presente de
sempre! Disseram todos em coro.
Aquela noite de Natal ficou eternamente especial e
inesquecível na memória de cada um e a Amizade uniu-se para
sempre.!
Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!
Extraterrestres mágicos com Parafuso