Corpo crítico: as dinâmicas outras do Parque Augusta

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Corpo crítico as dinâmicas outras do Parque Augusta

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TGI - I IAU-USP [Julho de 2016]

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Corpo críticoas dinâmicas outras do Parque Augusta

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MEMBROS CAP

Prof. Dr. David Moreno Sperling

Prof. Dr. Joubert Jose Lancha

Profa. Dra. Lucia Zanin Shimbo

Profa. Dra. Luciana Bongiovanni M. Schenk

COORDENADOR DO GRUPO TEMÁTICO

Prof. Dr. Miguel Antonio Buzzar

Instituto de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo

São Carlos - SP

Julho, 2016

Trabalho de Graduação Integrado - I

Lívia Camargo Marinelli

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Dentre tantas inquietações no universo arquitetônico-urbano contemporâneo a serem questionadas ou evidenciadas, busca-se por aquela capaz de contagiar, de evidenciar para os curiosos e fascinados aquilo que é banal para os demais.

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“(...) De imediato nos vêm à mente o fato de que ambos, arquitetura e dança, lidam com o corpo, ou para ser mais preciso, lidam com o corpo em movimento no espaço. ” (CABRAL FILHO, J. S. 2007)

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Índice

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36 50 521608

Entrada

Percurso

Saída

Extensão

Embasamento

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Entrada

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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O ato de se movimentar no espaço pode parecer, para muitos, recorrente e ordinário. Entretanto, para outros, possui

enorme potência crítica, sobretudo através da conscientização e experimentação corporal – um dos veios da dança

contemporânea.

Nessa esfera, mas em discussão mais próxima à arquitetura e ao urbanismo, pode-se citar teóricos que colocam a questão

do deslocamento de pessoas no espaço como crucial, a exemplo de Gordon Cullen (visão serial), de Bernard Tschumi

(defesa de que corpos em movimento criam espaços), dos Situacionistas (teoria da deriva) e de Jan Gehl (“Cidade para

pessoas”).

De forma mais específica, explora-se aqui o quanto o espaço e o movimento do corpo estão em uma relação mútua: “(...)

vemos hoje arquiteturas onde o corpo não só desvela o espaço, mas na verdade altera as qualidades do próprio espaço

quando nele se movimenta. ” (CABRAL FILHO, J. S. 2007). Além disso, explora-se também a investigação da relação com o

outro, trazida tanto pela arquitetura – interação entre habitantes – como pela dança contemporânea – técnicas de contato

e improvisação.

“Neste sentido, o ambiente urbano desenvolve corpos que desviam, requebram, realizam trocas, defendemvalores e criam espaços únicos.” (ALLEMAND; ROCHA, 2014)

É, portanto, através das diferentes relações interpessoais estabelecidas e das diferentes espacialidades decorrentes dos

movimentos corporais no espaço, sobretudo o público, que distintas urbanidades se revelam.

Q U E S T Ã O

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

Por urbanidade, entende-se sua raiz universal e sua pluralidade de definições, mas coloca-se aqui a discussão de Vinicius M.

Netto em “A urbanidade como devir do urbano”:

“Busco uma conceituação capaz de mostrar a experiência humana como constituída de um tecidoaderente, colado ao ato, impregnando-o; uma visão da vida urbana como atravessada de espaço etempo.(...) (i) a cidade como um modo de estruturar a experiência de cada um tanto temporalmente quantoespacialmente, um framing comum da nossa experiência do mundo; (ii) uma estrutura que converge práticasde temporalidades distintas, um caleidoscópio que projeta atos passados no presente, em canais demovimento e lugares de atividades e memórias que conectam atos na atualidade do agora; (iii) a cidadecomo coexistência de diferentes “modos temporais e espaciais de ser” e como possibilidade de encontro ereconhecimento do outro, um framing da experiência da alteridade. Em outras palavras, a vida urbanaenvolve uma ambiguidade fundamental: ela ampara diferentes experiências individuais e as relaciona emmodos de experiência em comum, sob a forma do convívio.” (NETTO. In: AGUIAR; NETTO (org.). 2012, p. 37 e38)

Pode-se dizer, portanto, que a convergência do tempo, do espaço (arquitetônico-urbano), dos corpos em movimento, e

das relações por eles estabelecidas resulta em diferentes espacialidades, em diferentes dinâmicas, em diferentes

urbanidades.

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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Nesse sentido, tomar consciência do próprio corpo, do próprio corpo em movimento, pode trazer a compreensão do

espaço com o qual se relaciona. Mais que isso, pode trazer, corporalmente, críticas a situações e configurações já

estabelecidas, sejam elas sociais, políticas, históricas ou formais – dentre outros aspectos.

Por meio do presente trabalho [Corpo crítico: as dinâmicas outras do Parque Augusta], busca-se um espaço público capaz

de provocar essa consciência corpo-espacial através de distintos movimentos corporais que se articulam em um só

comentário.

ENCOLHER

COMPRIMIRFICAR

ABAIXAR

PARAR

SENTAR

DEITAR

ALINHAR

ENTRAR

APOIAR

EQUILIBRAR

CAIR

LEVANTAR

MANTER

ALTERARESTICAR

TORCERRODAR

PASSAR

VOAR

SAIR PULAR

LIBERAR

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

• WILLIAM FORSYTHE

Coreógrafo norte-americano com trabalhos no ramo das artes performativas, traz com o conceito “objetos coreográficos”

transdisciplinaridade e formas de experienciar o espaço que interessam ao presente trabalho.

“Temos pois o “objeto coreográfico” como: Gerador de mudanças nos vários domínios do indivíduo(comportamental e emocional); objeto com dimensão inconsciente; sistema complexo e volátil; sustenta-seem regras e condições; sustenta-se no envolvimento; regra de substituição de significados; processo demudança individual; mutável; com um propósito (múltiplas funções); sustentado num contexto; objeto comdimensão consciente; uma equação e sustentado em referências.” (MEDEIROS; TEIXEIRA. 2014)

R E F E R Ê N C I A S

OBJETO COREOGRÁFICO

CORPO-ESPAÇO

EXPERIÊNCIA CORPORAL

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

• MUSEU JUDAICO DE BERLIM, DANIEL LIBESKIND

Implantado em Berlim, Alemanha, no contexto histórico-cultural do holocausto, traz a sensação provocada no usuário a

partir da configuração espacial e material do edifício como fator-chave do museu, como colocado por Gomes (2007). Além

da esfera sensorial, da relação usuário-edifício, mostra-se relevante ao presente trabalho a estruturação do edifício em eixos

temáticos, a articulação dos espaços por corredores estreitos, e a configuração de sua entrada.

“No interior do museu, Libeskind lança mão de corredores estreitos como forma de articulação dos espaços.Acredita-se que sua intenção seja transmitir a sensação de repressão e opressão sofrida pelos judeus durantea ocupação nazista na Alemanha. O visitante caminha num espaço estreito, entre paredes cegas, quefazem com que se sinta, no âmbito da poesia, insignificante frente à força contida nas paredes e semliberdade de seguir outro caminho, sem saber o que o espera logo depois.” (GOMES, 2007)

EIXOS TEMÁTICOS

ARTICULAÇÃO DE ESPAÇOS

ENTRADA POR EDIFÍCIO ADJACENTEEXPERIÊNCIA SENSORIAL

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Percurso

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C O N T E X T O

Com a intenção de, com efeito e coerência, colocar como questão as relações do corpo com o espaço contemporâneo,

enquadra-se o seguinte projeto na metrópole de São Paulo - SP, mais especificamente no já denominado Parque Augusta,

na existência de públicos distintos e de vida urbana com ritmos diversos, na rota da vida cultural paulistana e – por que não –

brasileira.

“Espacialmente, nossas posições e movimentos não são inteiramente livres, irrestritos, mas modelados por umaestrutura material que nos antecede e nos cerca. Nossa experiência é construída por sentidos que capturaminformação sensorial do ambiente (veja Merleau-Ponty, 1962), um ambiente largamente moldado sob forma decidades. Cidades passam a ser formas de mediação da nossa experiência física, material do mundo. (...)Aespacialidade urbana tem, portanto, relação intrínseca aos ritmos variados da prática – uma forma de presençana produção das temporalidades diversas das ações das pessoas e suas experiências do tempo. Conjuntamenteconstituem urbanidade. (NETTO. In: AGUIAR; NETTO (org.). 2012, p. 38 e 39)

BRASIL CONSOLAÇÃO RUA AUGUSTASÃO PAULO - SP PARQUE AUGUSTA

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

R U A A U G U S T A

Localizada na metrópole de São Paulo, a Rua Augusta aparece em seus primeiros registros, datados de 1875, como um

estreito caminho de terra que ligava a Chácara do Capão ao morro do Caaguaçu, local de implantação da futura

Avenida Paulista em 1891com o intuito de atrair a elite paulistana, de forma a evidenciar o desenraizamento cultural da elite

cafeeira tradicional e a possibilidade de ascensão social dentro da sociedade. Aparece, com isso, em toda a região –

inclui-se aqui a Rua Augusta –, a figura do comerciante próspero e do pequeno industrial, os quais passam a construir

casarões para mostrar seu triunfo. Colégios para atender essa elite que se estabelece na região também são inaugurados.

Nesse sentido, a Rua Augusta passa a se estabelecer como conexão entre o centro velho e o novo ponto da cidade,

acolhendo linhas de bonde a partir do início do século XX. No ano de 1914, a rua se expande devido à mudança do

tradicional clube de elite [Club Athletico Paulistano] para a Rua Estados Unidos.

Além disso, com a possibilidade do rápido enriquecimento e acompanhando a explosão demográfica da capital paulista, a

miséria absoluta alcança grande parte da população em um cenário de contraste e desigualdade que passa a provocar

certo desinteresse da elite residente pela região.

A M B I E N T E

R U R A L C O L É G I OC L U B E D E

E L I T EC A S A R Ã O B O N D E M I S É R I A

1 9 0 01 8 7 5 1 9 1 4

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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C O M É R C I O A U T O M Ó V E L P R O S T Í B U L OD A N C E T E R I A C R I M I N A L I D A D EA G I T A Ç Ã O

C U L T U R A L

1 9 7 01 9 5 0 h o j e

É a partir da década de 1950, sobretudo em decorrência do desinteresse dos moradores pela rua e do estabelecimento de

edifícios com mais de um pavimento e de uso misto, que o caráter comercial, que hoje é uma de suas fortes características,

começa a se instaurar na Rua Augusta – comércio de luxo, cinemas, restaurantes, livrarias, danceterias – passando a se

destacar como polo cultural e social de São Paulo. É nesse momento também que a rua passa a ser tomada por ônibus e

carros particulares.

Sobretudo na década de 1960, era na Augusta que os jovens experimentavam o ambiente urbano, associando a Rua com

liberdade, pertencimento, irreverência e provocação, um pouco sob influência de um fenômeno que já acontecia nos

Estados Unidos e na Europa: o desenvolvimento de uma cultura juvenil, saindo do espaço do lar para a “invasão” das ruas.

Entretanto, com o congestionamento de carros e pessoas e com o aumento da criminalidade, as camadas mais abastadas

afastaram-se, levando a Rua Augusta, a partir do início da década de 1970 até o fim do século XX, a uma considerável

desvalorização imobiliária. Diversas construções existentes deram lugar a prostíbulos, cujos maiores frequentadores resumiam-

se em executivos que iam à cidade a trabalho.

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

Até hoje a rua possui a prostituição como símbolo, mesmo esta predominando até início dos anos 2000. Segundo Pissardo

(2013), tal reputação levou ao surgimento de casas noturnas com ambientação que remetia a um conceito de prostituição

idealizado, o que foi suficiente para, a partir de 2005, transformar a Rua Augusta em palcos da juventude – em suas diversas

tribos –, em um cenário de intensa agitação cultural.

Vale ressaltar que tal cenário tem provocado a valorização dos imóveis da região, resultando em novos prédios e na

demolição de antigas construções; fato que se torna evidente na atual disputa pelo terreno do Parque Augusta, aqui

focado como local de intervenção projetual.

1916

PISSARDO (2013) 1970

PISSARDO (2013)

2011

PISSARDO (2013)

2016

ARQUIVO PESSOAL

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2013PISSARDO (2013)

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

P A R Q U E A U G U S T A

O terreno do atualmente denominado Parque Augusta tem em seu percurso usos distintos e de diversas escalas:

No ano de 1902, é construída a residência da família Uchôa, palacete projetado por Victor Dubugras. Já em 1906, o

conjunto é vendido para as religiosas de Nossa Senhora das Cônegas de Santo Agostinho e em 1907 o Colégio Des Oiseaux,

voltado para as moças da elite paulistana e mantido pelas religiosas, é inaugurado. O tradicional colégio encerra suas

atividades em 1969, mas sua demolição acontece no ano de 1974.

Em 1977, a empresa Teijin do Brasil compra o terreno, que passa a sediar shows de rock e MPB [Projeto SP] nos anos 80, além

de servir de base para um circo. Em 1995, o terreno é locado pela Teijin para a Metropark e passa a abrigar um

estacionamento. No ano de 1996 o terreno é vendido ao empresário e ex-banqueiro Armando Conde.

No ano de 2002, o Plano Diretor prevê a implantação do Parque Augusta no local e em 2004 o terreno é tombado pelo

Conpresp, órgão municipal de proteção ao patrimônio. Em 2006, um plano de construção de um hipermercado no local é

rejeitado pelo Conpresp e o Projeto de Lei para a criação do Parque Augusta é apresentado na Câmara.

Já em 2008, o prefeito Gilberto Kassab declara utilidade pública do terreno e o Conpresp autoriza construção de três prédios

no local. Em 2010, há a primeira grande manifestação a favor do Parque Augusta e em 2011 sua criação é autorizada pela

Câmara, sendo que em 2012 a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente apoia o Parque Augusta por meio de

parceria público-privada.

Em 2013 o decreto de utilidade pública do terreno caduca e o movimento pelo Parque Augusta faz assembleia pública.

Ainda em 2013 o prefeito Fernando Haddad assina a lei que cria o Parque Augusta. Entretanto, em 2014, as construtoras

Setin e Cyrela, então proprietárias do terreno, fazem ajustes ao projeto de torres a serem erguidas no local. Desde 2013 o

Parque está fechado e com acesso restrito.

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Atualmente a disputa pelo terreno ainda existe, mas em audiência realizada em 16 de junho de 2016, segundo relato na

página de rede social “Aliados do Parque Augusta”, as construtoras aceitaram a desapropriação, mas não concordaram

com o valor, e ficaram de avaliar outra proposta feita pela juíza: o pagamento da indenização através da troca do

potencial construtivo para outro local. Uma nova audiência será realizada em agosto de 2016.

R E S I D Ê N C I A

C O L É G I O

S H O W

C I R C O M U R O

E S T A C I O N A M E N T O

1 9 0 2

1 9 0 7 - 1 9 6 9

1 9 8 0

2 0 1 3 - h o j e

1 9 9 5

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1940GEOSAMPA

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2016GOOGLE EARTH

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

COLÉGIO DES OISEAUX - 1966

ACERVO ESTADÃO

ESTACIONAMENTO - 1977

ACERVO ESTADÃO

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2015“ALIADOS DO PARQUE AUGUSTA”

2016ARQUIVO PESSOAL

2016ARQUIVO PESSOAL

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2016“ALIADOS DO PARQUE AUGUSTA”

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Segundo laudo de caracterização ambiental realizado por Bianca Rocha em 2015, o terreno possui algumas construções

remanescentes do Colégio Des Oiseaux – edificações tombadas pelo CONPRESP – e indivíduos arbóreos também tombados

pelo CONPRESP, sendo a Mata Atlântica o bioma original da localidade.

Na área de bosque existem mais de 690 indivíduos arbóreos adultos, de 65 espécies (27 famílias botânicas), sendo que

existem indivíduos arbóreos com idade superior a 100 anos. O estrato herbáceo é bastante diversificado e a altura dos

indivíduos que compõe o dossel está entre 8 e 12 metros, aproximadamente. Vale a ressalva de que não foram levantadas

as espécies herbáceas e arbustivas e as espécies em extinção presentes no terreno são: Araucaria angustifólia (araucária);

Caesalpinia echinata (pau Brasil), Euterpe edulis (palmito juçara), e Swietenia macrophylla (mogno brasileiro).

Quanto às árvores isoladas, localizadas ao longo dos muros e na região anteriormente utilizada como estacionamento, há

espécies nativas, de ocorrência na Mata Atlântica, a exemplo da Sibipiruna.

Q U E S T Ã O A M B I E N T A L

2011

“ALIADOS P. AUGUSTA”

2011

“ALIADOS P. AUGUSTA”

2015

ROCHA (2015)

SIBIPIRUNA - 2015

ROCHA (2015)

2015

“ALIADOS P. AUGUSTA”

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

I N S E R Ç Ã O U R B A N A

Ao intencionar a exploração das relações do corpo com o espaço contemporâneo, mais especificamente com o espaço

contemporâneo da metrópole de São Paulo-SP, na rota da vida cultural paulistana, realizou-se um levantamento do

transporte público existente na região de interesse – Parque Augusta – atrelado a equipamentos culturais de relevância no

cenário cultural da região, da metrópole e do próprio país.

As linhas em laranja são as linhas de ônibus que passam por pontos próximos ao Parque, as demais linhas representam as

linhas de metrô e trem existentes e os pontos em laranja localizam alguns equipamentos culturais relevantes. O Parque

Augusta é demarcado pelo ponto em vermelho, como um potencial lugar público de encontros e manifestações culturais,

para além de sua notória importância ambiental para a região em que se encontra.

“A compreensão do parque urbano como equipamento importante para o equilíbrio ambiental e

social em áreas urbanas é consensual. A destinação deste tipo de espaço público é fundamental

ao convívio, lazer e a práticas culturais, de educação e de esportes. De ampla importância

também é sua função ambiental, ao proporcionar conforto térmico, conservação e conhecimento

da biodiversidade, controle da poluição sonora e do ar, sendo essencial à manutenção da

qualidade de vida urbana.” (ROCHA, Bianca Rolim de Arruda. 2015)

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

I N T E N Ç Õ E S P R O J E T U A I S

• Estabelecimento de relação com o contexto (história, entorno, sociabilidades, público) do Parque Augusta;

• Parque urbano público e aberto para usos múltiplos, mas, sobretudo, voltado para a relação corpo-espaço em dimensão

crítica à situação histórica e atual do terreno em que se insere.

• Absorção das distintas dinâmicas de apropriação do espaço, tanto durante o dia como durante a noite, sendo essencial

a ativação do uso noturno do parque, mesmo na área de mata.

• Equipamento cultural voltado para uma dimensão crítica e para a experiência corporal, estando articulado física, visual e

conceitualmente a outros dispositivos propostos no parque.

“Tal noção pode ser relacionada a um segundo conceito de Habermas (1989) – o de“esfera

pública” – e a ideia do espaço urbano como sua materialização. Cidades são largamente

constituídas de espaços que representam, em princípio, o oposto do controle social: são

estruturadas em torno do espaço público e da presença coletiva. ” (NETTO. In: AGUIAR; NETTO

(org.). 2012, p. 55)

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

Devido à impossibilidade de entrada no terreno, foi realizada a sobreposição de uma fotografia aérea de 1940, na qual

aparecem caminhos e edificações da época, em uma imagem retirada do Google Earth a fim de, sobretudo, traçar a

localização da construção e dos caminhos remanescentes na área de bosque do terreno. Após isso, o desenho resultante foi

associado à base em formato dwg da área.

Foram destacados os terrenos – estacionamentos e auto posto desativado – e construções de caráter histórico para possíveis

incorporações no projeto. Posteriormente, traçou-se linhas de fluxos diretos e hipotéticos entre esses “objetos” levantados e

as duas construções remanescentes no terreno e incorporadas ao projeto. A partir disso, organizou-se dois diagramas dos

possíveis movimentos corporais a serem explorados em dimensão crítica, tanto no plano do parque quanto no equipamento

proposto e na articulação entre um e outro.

D E S E N V O L V I M E N T O P R O J E T U A L

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1940 2016 sobreposição possibilidades possibilidades e

remanescências

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DIAGRAMA TEMÁTICO - planta

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DIAGRAMA TEMÁTICO - corte

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Saída

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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Projeto estruturado como comentário crítico à situação atual e histórica do terreno do Parque Augusta, sobretudo em

relação às regras já impostas no e ao espaço.

A abrangência da intervenção resume-se no plano do Parque – com poucas operações físicas, mas que o qualificam como

parque aberto ao público das distintas tribos que por ali passam – e no projeto de um equipamento cultural concentrado no

subsolo e voltado a alguns veios da arte contemporânea – nele busca-se, através de configurações espaciais diversas,

evidenciar o movimento do corpo de forma a promover composições, de certa forma, críticas em relação ao Parque

Augusta e suas distintas dinâmicas.

P R O J E T O

DIAGRAMA PROGRAMÁTICO

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

DIAGRAMA PROJETUAL

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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A dimensão crítica maior concentra-se no equipamento, evidenciando o “corpo regrado”, que sofre restrições, de forma a

remeter à história do lugar, seja em relação ao Colégio Des Oiseaux, seja em relação à proibição do acesso à área durante anos.

No plano do Parque, busca-se potencializar o “corpo livre”, remetendo tanto à abertura de um parque urbano para a população

quanto à situação e à história do entorno, sobretudo da Rua Augusta e da Praça Roosevelt, de suas diversas tribos, das

danceterias que, de certa forma, liberam os indivíduos para que se expressem da forma que quiserem através de seus corpos,

corpos em movimentos livres e desregrados.

Pode-se dizer, portanto, que a questão trabalhada pelo projeto unifica os dois planos, e os próprios sub-temas propostos – ações

que remetem ao corpo regrado e ao corpo livre – localizam-se, mesmo que em contraponto, tanto no plano do equipamentoquanto no plano do parque. Quanto à configuração espacial proposta ao equipamento e ao parque, evidencia-se a sua

correspondência às remanescências históricas presentes no terreno, sobretudo aos caminhos consolidados no bosque, também

fortemente consolidado, como visto na sobreposição exposta anteriormente.

O nível do Parque estrutura-se em bosque, percursos existentes e propostos, duas construções remanescentes do Colégio Des

Oiseaux, ambas próximas à Rua Caio Prado, canteiros amplos com menor densidade arbórea em relação ao bosque, piso seco

requalificado com momentos de estar e três configurações de piso interativo – alterar, passar e liberar – de forma a evidenciar o

movimento corporal que ali se pratica livremente e, consequentemente, complementar a crítica proposta pelo projeto. Vale a

ressalva de que são previstos mobiliários e iluminação apropriados e condizentes ao projeto, tanto nos momentos de percurso

quanto nos de estar e bosque.

Em relação ao equipamento, este concentra-se no subsolo, mas suas entradas se configuram no nível do parque, mas adjacentes

a ele, nos dois terrenos e na construção histórica incorporados ao projeto – a exceção à essa adjacência está no mirante

proposto, localizado na região central do parque. Os espaços estruturam-se em temas que se explicitam nos movimentos corporais

impostos ao usuário em salas distribuídas e articuladas por corredores de transição temática. Afirma-se, portanto, que as distintas

experiências corporais propostas, de certa forma, comentam as dinâmicas do polêmico terreno do Parque Augusta.

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

1

2

3

4

6

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7

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7

8

91010

1112

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IMPLANTAÇÃO - PARQUE SUBSOLO – EQUIPAMENTO

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

LEGENDA – IMPLANTAÇÃO E SUBSOLO

CO

RTE

AA

CO

RTE

BB

LEGENDA – CORTES

TERRENO EM CORTE

EQUIPAMENTO EM CORTE

EQUIPAMENTO EM PROJEÇÃO

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA INCORPORADA

RUA AUGUSTA

RUA MARQUÊS DE PARANAGUÁ

RUA CAIO PRADO

41

7

17 11

10

12 22 9

10

11 20 13 19 14 8

1

3 2 6

13 6

ARBORIZAÇÃO EXISTENTE E PROPOSTA

PISO PERMEÁVEL E GRAMADO

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA INCORPORADA

MIRANTE

PISO INTERATIVO DE LED

TERRENO INCORPORADO

SALAS E CONEXÕES - EQUIPAMENTO PROPOSTO

TRANSIÇÕES

PISO SECO - ESTAR

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

1

2

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6

1 2 3

4 5 6

1 – BOSQUE

2 – CANTEIRO

3 – PISO DE LED INTERATIVO | LIBERAR

4 – PISO DE LED INTERATIVO | ALTERAR

5 – PISO DE LED INTERATIVO | PASSAR

6 – PISO SECO | ESTAR

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

43

7

7

8 9

8

97 – ALINHAR

8 – GIRAR

9 – DEITAR

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

10 – MIRANTE

11 – COMPRIMIR10

10

11

11

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LÍVIA CAMARGO MARINELLI TGI - I

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12 - SENTAR

13 – PARAR

14 – EQUILIBRAR

15 – MANTER 13

1415

13 14 1512

12

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CORPO CRÍTICO AS DINÂMICAS OUTRAS DO PARQUE AUGUSTA

16 – TRANSIÇÃO ALINHAR-MANTER

17 – TRANSIÇÃO MANTER-COMPRIMIR

18 – TRANSIÇÃO MANTER-EQUILIBRAR

19 – TRANSIÇÃO EQUILIBRAR-PARAR

20 – TRANSIÇÃO PARAR-COMPRIMIR

21 – TRANSIÇÃO E APOIO

22 – TRANSIÇÃO DEITAR-SENTAR

16

16

17

1918

20

21 22

17 18 19 20 21 22

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“(...) Tendemos a não encontrar urbanidades em espacialidades rarefeitas, quase urbanas, anti-

urbanas ou em labirintos (imposição de máxima desorientação e dificuldade de navegabilidade,

mobilidade e interatividade). Como aspectos da urbanidade, a experiência do Outro e a

comunicação tendem a não emergir com intensidade em espaços dispersos; tendem a se diluir em

espaços diluídos. A inclusão explícita do espaço como forma de integração social é proposta aqui

como modo de evitar o esvaziamento do seu papel na geração da urbanidade. Espaços que

permitam a emergência da prática e do encontro, capazes de cortar através das diferenças sociais

e gerar copresenças dos diferentes são os espaços da urbanidade.” (NETTO. In: AGUIAR; NETTO

(org.). 2012, p. 51)

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Extensão

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Como pretensão para a próxima etapa do projeto, coloca-se o detalhamento das distintas experiências corporais que se

pretende provocar, de forma a detalhar a edificação proposta, além do desenvolvimento do plano do parque, sobretudo

na configuração de estares, percursos e proposição de usos para as edificações remanescentes do colégio.

Ressalva-se o potencial fortalecimento das relações estabelecidas entre parque, equipamento e contexto através do

detalhamento projetual acima proposto.

INTENÇÕES DETALHAMENTO

DESENVOLVIMENTO

QUESTÃOLEVANTAMENTO

ANÁLISE

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Embasamento

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T E X T O

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I M A G E N S

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