Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

download Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

of 20

Transcript of Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    1/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 324

    OS MTODOS DE CUSTEIO UTILIZADOS NAS MAIORESINDSTRIAS DE SANTA CATARINA

    Jucimar Coronetti1, Ilse Maria Beuren2, Marco Aurlio Batista de Sousa3

    Artigo recebido 12/05/2011. Aprovado em 20/04/2012.

    RESUMO

    O artigo tem por objetivo verificar quais os mtodos de custeio que esto sendo utilizados pelas maioresindstrias de diferentes ramos de atividades do Estado de Santa Catarina, bem como procurar sistematizarabordagens de sua aplicao. A pesquisa realizada caracteriza-se como sendo exploratria do tipo levantamentoousurvey. Os dados foram coletados atravs de questionrio enviado por e-mailaos responsveis pelo setor decustos das empresas. A amostra selecionada corresponde a 35 empresas, de uma populao de 250 empresas, queso as que responderam o questionrio. Nesse intuito, a primeira parte do artigo destina-se reviso da literatura,que serviu de subsdio para o desenvolvimento do estudo e a metodologia da pesquisa aplicada. A segundavoltou-se especificamente para a realizao e o desenvolvimento do estudo, onde se evidencia a localizaodessas empresas no Estado, o setor em que elas atuam, os mtodos utilizados em cada uma delas. Os resultadosda pesquisa mostram que a maioria das empresas pesquisadas utiliza o mtodo de custeio por absoro, to

    somente ou em conjunto com outros mtodos de custeio.

    Palavras-chave: Mtodos de custeio. Indstrias. Santa Catarina

    1 Bacharel em Cincias Contbeis pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

    2 Doutora em Controladoria e Contabilidade. Professora e Coordenadora do Programa de Ps-Graduao emCincias Contbeis da Universidade Regional de Blumenau (FURB)[email protected]

    3 Doutor em Engenharia e Gesto do Conhecimento. Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,Cmpus de Trs Lagoas (UFMS/CPTL). [email protected]

    Esta obra est licenciada sob uma Licena Creative Commons Attribution 3.0.

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    2/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 325

    THE COSTING METHODS USED BY THE LARGESTINDUSTRIES IN SANTA CATARINA

    ABSTRACT

    The article has the goal of verifying which costing methods are being used by the largest industries in differentactivity fields in the state of Santa Catarina, as well as trying to systematize approaches to their implementation.The research is characterized as exploratory (survey). The data were collected through questioners sent by emailto the people responsible for the company costing sector. The sample selected corresponds to 35 companies outof a total of 250, which are the ones that answered the questioner. Having that in mind, the first part of the article

    deals with the literature review which served as subsidy to the study development and the methodology of theapplied research. The second part focused specifically on the carry out and the development of the study, on thelocalization of these companies in the state, on the sector in which they operate and on the methods used in eachone of them. The research results show that the majority of the researched companies (industries) use theabsorption costing method, solely or along with other costing methods.

    Keywords: Costing methods. Industries. Santa Catarina

    The content of GESTO.Org is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 license.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    3/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 326

    1. INTRODUO

    Uma srie de acontecimentos, como a globalizao econmica, os avanos

    tecnolgicos, a tecnologia da informao, entre outros, fizeram com que, nos ltimos anos, as

    empresas dos mais diversos setores reformulassem suas atividades gerenciais e operacionais.

    Alm disso, procuram manter um processo contnuo de aprimoramento de tais atividades para

    poder suportar as diversas alteraes impostas pelo mercado e pela concorrncia acirrada

    entre empresas.

    A necessidade da reformulao dessas atividades nas empresas ocorreu atravs de

    imposies do mercado, sejam decorrentes da competio estratgica no mbito mundial,

    nacional ou regional. O mundo empresarial foi forado a estudar minuciosamente suaspolticas de mercado, as necessidades e desejos dos consumidores, para que seu produto possa

    ser considerado de qualidade e competitivo.

    A estratgia competitiva, de acordo com Porter (1999, p. 52), significa escolher de

    forma deliberada um conjunto diferente de atividades para proporcionar um mix nico de

    valores. Por conseguinte, as empresas tiveram que passar a planejar e controlar seus custos

    de maneira mais eficiente. Diante disso, as empresas necessitaram de investimentos em

    tecnologia, tendo como primordial finalidade a minimizao de seus custos e o melhoraproveitamento de todos os seus recursos disponveis, quer seja material, financeiro e/ou

    capital humano.

    As empresas industriais tambm esto inseridas nesse contexto e precisaram mudar seus

    paradigmas. Anteriormente tinha-se reduo de custos por meio da economia de escala

    (produo em grande quantidade). No atual cenrio busca-se tal intento via customizao,

    que, de acordo com Silva Filho (2001, p. 2), significa transformar a informao entrante

    numa informao que seja adequada s necessidades de um indivduo num determinadoinstante.

    Neste sentido, buscam um modelo ideal de gerenciamento de suas atividades,

    desenvolvendo ou adaptando sistemas que mais se relacionam com suas necessidades, como

    os de custos. Estes tm como principal contribuio o fornecimento de informaes teis aos

    gestores, tornando-se um importante instrumento no processo de gesto empresarial, seja na

    etapa de planejamento ou na execuo e controle do que foi estabelecido naquela etapa.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    4/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 327

    Consequentemente, com a implantao e utilizao desses sistemas, os gestores tero as

    informaes necessrias para que seu produto possa ser comercializado por um valor que

    satisfaa a organizao e que seja aceitvel pelo mercado. Portanto, os sistemas de custos,

    com seus diferentes mtodos de custeio, passaram a ser de fundamental importncia no

    suporte ao processo de gesto das empresas, fornecendo aos gestores informaes confiveis

    para o controle e auxlio na tomada de decises.

    Neste sentido, o artigo tem como objetivo verificar quais os mtodos de custeio esto

    sendo utilizados pelas maiores indstrias de diferentes ramos de atividades de Santa Catarina,

    bem como sistematizar abordagens de sua aplicao.

    2. A CONTABILIDADE DE CUSTOS, OS SISTEMAS DE CUSTOS E OS MTODOSDE CUSTEIO

    A Contabilidade de Custos teve sua importncia reconhecida a partir da Revoluo

    Industrial no sculo XVIII, passando a ser um importante instrumento de auxlio aos gestores.

    Contemporaneamente, tem sua importncia destacada na gesto empresarial, no somente

    como instrumento de mensurao de custos na fabricao de bens ou servios, mas pela

    gerao de informaes para dar suporte tomada de decises relevantes ao processodecisrio de empresas dos mais diversos setores econmicos.

    Assim o sistema de custos, que est sob a responsabilidade da Contabilidade de Custos,

    tem como finalidade coletar e relatar dados de diferentes fontes, tornando-as teis gesto,

    bem como indicar como os recursos de uma organizao so consumidos por seus objetos de

    custeio. Zanella (1993, p. 9) destaca que um dos instrumentos que o administrador pode

    utilizar para revitalizar a estrutura interna de controle da empresa, assegurando o domnio de

    todos os fatores que interferem nas operaes.Quando se apresenta adequado s necessidades da empresa, o sistema de custos

    determina quais dados sero processados, sumarizados e relatados sob a forma de informaes

    e relatrios para a gesto, de modo a atender suas necessidades na tomada de decises. Morais

    et. al. (1986) afirmam que o sistema visa principalmente subsidiar o seu usurio com

    informaes que contribuam para o exerccio das funes de controle e planejamento.

    Portanto, o sistema procura disponibilizar aos seus usurios o maior nmero possvel de

    informaes, auxiliando-os na gesto de seus negcios.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    5/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 328

    Este sistema formado por diversos componentes, dentre eles os mtodos de custeio,

    que consistem no processo aplicado por uma empresa para alocar custos aos produtos por ela

    fabricados. Santos (1999, p. 66) diz que o mtodo de custeio o critrio utilizado, por uma

    unidade, para apropriar custos dos fatores de produo s entidades de objeto de acumulao

    de custos, definidos pelo mtodo de acumulao de custos.

    Na sua escolha deve-se ressaltar a classificao dos custos, pois desta forma pode-se

    identificar o mtodo que melhor se adapta a uma determinada situao, consideradas as

    peculiaridades das empresas, independentemente do seu porte e atividade. Assim, antes de

    adentrar na abordagem dos diferentes mtodos de custeio utilizados pelos sistemas de custos,

    faz-se necessrio um breve comentrio a respeito da classificao dos custos em relao

    unidade produzida e ao volume de produo.Quanto unidade produzida, os custos so classificados em diretos e indiretos. Os

    custos diretos so facilmente identificados no produto, como afirma Cardoso Neto (1985, p.

    4), ao destacar que estes custos so aqueles facilmente identificados nos produtos. No

    necessitam de critrios de rateio. No que se refere aos custos indiretos, Becker e Jacobsen

    (1984, p. 4) citam que este tipo de custos no se relacionam diretamente com nenhum setor

    especificamente, devendo, portanto, ser rateados (distribudos) pelos processos, ordens ou

    produtos.Por outro lado, quanto ao volume de produo, os custos podem ser classificados em

    fixos e variveis. Os fixos, conforme Hornegren, Foster e Datar (2000, p. 21), so aqueles

    que no se alteram em montante apesar das alteraes num direcionador de custos. J os

    custos variveis variam conforme o volume de produo. Esse custo, segundo Oliveira e

    Perez Jr (2009), depende do montante a ser produzido.

    Diante do exposto, dentre os diferentes mtodos de custeio abordados pela literatura da

    Contabilidade de Custos, que podem ser empregados, pelas empresas dos mais diversossetores, para o custeamento dos seus custos, contempla-se neste artigo o custeio pleno ou

    integral, o custeio por absoro, o custeio direto ou varivel, o custeio-padro, o sistema de

    custeamento das unidades de esforo de produo - UEPs e o custeio baseado em atividades

    ABC.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    6/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 329

    2.1. Custeio pleno ou integral

    Em relao ao mtodo de custeio pleno ou integral, este foi desenvolvido na Alemanha

    no incio do sculo XX, pelo instituto alemo de pesquisa aziendais (Reichskuratorium fur

    Wirtschaftlichtkeit). No Brasil este mtodo mais conhecido pela sigla RKW, onde so

    alocados todos os custos e despesas fixas e vaiveis e custos diretos e indiretos aos produtos

    fabricados (MARTINS, 2008).

    Segundo Santos (1999, p. 66), este mtodo caracteriza-se pela apropriao de todos os

    custos e despesas aos produtos fabricados. Esses custos e despesas so custos diretos e

    indiretos, fixos e variveis, de comercializao, de distribuio, de administrao em geral.

    Para Vartanian e Nascimento (1999, p. 34) o mtodo de custeio pleno aquele em que

    todos os custos e despesas de uma entidade so levados aos objetos de custeio, normalmente

    unidades de produtos e/ou ordens de servio.

    O mtodo de custeio pleno ou integral pode ser utilizado para fins de controle e tomada

    de decises, cuja importncia est fundamentada no que concerne ao controle e planejamento

    do total dos custos e despesas da empresa em um determinado perodo. O controle dos gastos

    totais de fabricao, vendas e administrao facilita minimizar os gastos totais de uma

    empresa em um determinado perodo, bem como a maximizao do lucro.O RWK considera as despesas operacionais como gastos relativos produo, fazendo

    com que os estoques dos produtos em elaborao e acabados das empresas sejam

    superavaliados. Por outro lado, o resultado das mesmas ficar subavaliado, visto que parte das

    despesas do perodo que foram ativadas, na proporo do volume dos estoques. Obviamente,

    esse o fato principal pelo qual a legislao brasileira no aceita este mtodo de custeio para

    fins tributrios.

    2.2. Custeio por absoro

    Este um dos mais tradicionais mtodos de custeio adotados na Contabilidade de

    Custos. Por esse fato conhecido, no Brasil, como mtodo tradicional de custeio. A respeito

    deste mtodo, Martins (2000, p. 41) descreve que este consiste na apropriao de todos os

    custos de produo aos bens elaborados, e s os de produo; todos os gastos relativos ao

    esforo de fabricao so distribudos para todos os produtos feitos.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    7/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 330

    O custeio por absoro aloca, a cada fase da produo, os custos aos produtos. Assim,

    cada produto recebe sua parcela de custos at o momento em que todos os custos de produo

    sejam absorvidos, seja pelos produtos vendidos ou pelos que foram estocados. Portanto, as

    despesas no so apropriadas aos produtos fabricados, so diretamente lanadas no resultado

    do perodo e que incorreram.

    Viceconti e Neves (2000, p. 33) comentam que o esquema bsico do custeio por

    absoro, consiste na separao de custos e despesas, apropriao dos custos diretos e

    indiretos produo realizada no perodo, apurao do custo da produo acabada, do custo

    dos produtos vendidos, apurao do resultado. A identificao e a separao dos custos e

    despesas importante, pois somente os custos sero considerados na apropriao aos

    produtos, independente de sua classificao.Separar os custos e as despesas de vital importncia neste mtodo de custeio, pois as

    despesas so lanadas diretamente ao resultado, enquanto que, em se tratando dos custos,

    somente os custos referentes aos produtos vendidos podem ter o mesmo tratamento, isto , ser

    lanados no resultado do perodo.

    2.3. Custeio direto ou varivel

    O custeio direto, tambm denominado de varivel, de acordo com Martins (2000, p.

    214), surgiu, devido aos problemas vistos com relao dificuldade trazida pela apropriao

    dos custos fixos aos produtos e em funo da grande utilidade do conhecimento do Custo

    Varivel e da Margem de Contribuio.

    Neste mtodo alocam-se aos produtos somente os custos que variam proporcionalmente

    ao volume de produo, para fins de avaliar os inventrios. Para determinar o custo dos

    produtos vendidos apropria-se, alm dos custos variveis referentes s unidades vendidas, asdespesas variveis que incorreram para realizar a venda.

    Pires (1988, p. 43) afirma que o custeio direto o processo segundo o qual apenas os

    custos variveis de materiais, mo-de-obra e custos gerais de fabricao, usados na produo

    do produto ou no desempenho de um servio ou atividade, so atribudos a estes, enquanto

    que os custos fixos so considerados custos do perodo.

    No mtodo de custeio direto ou varivel os produtos so avaliados de forma mais

    objetiva, impedindo as arbitrariedades na alocao dos custos fixos. No entanto, os produtos

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    8/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 331

    so subavaliados, vez que no recebem parcela dos custos fixos incorridos no perodo, ou

    seja, apenas lhe so imputados custos variveis.

    Sua importncia verificada no suporte ao processo de tomada de decises, por parte

    dos seus usurios, principalmente no que se refere anlise da margem de contribuio. Esta

    apurada mediante o confronto das receitas com os custos e despesas variveis, permitindo

    anlises de custos, volumes e preos.

    2.4. Custeio padro

    O custeio padro no entendimento de Matz, Curry e Frank (1987, p. 532), o custo

    cientificamente predeterminado para a produo de uma nica unidade, ou um nmero deunidades do produto durante um perodo especfico no futuro imediato. Custo padro o

    custo planejado de um produto, segundo condies de operao correntes e/ou previstas.

    Baseia-se nas condies normais ou ideais de eficincia e volume, especialmente com respeito

    aos custos indiretos de produo.

    Este mtodo de custeio precisa ser implantado em conjunto com outro sistema, que

    fornece os custos reais. Assim sendo, concomitantemente, pode-se se fazer uma comparao

    entre o custo-padro, previamente estabelecido e os custos efetivamente incorridos.A finalidade principal do custo padro fornecer aos gestores, atravs do controle dos

    custos de produo, as variaes dos custos reais com os predeterminados, ele representa

    segundo Martins e Rocha (2010) uma meta a ser atingida pela organizao. Desse modo,

    saber qual o produto ou linha de produtos que est com o custo de fabricao acima ou

    abaixo do previsto, inclusive as variaes fsicas.

    O custeio padro s ter importncia para uma empresa se for utilizado em conjunto

    com outro sistema, vez que coteja os custos predeterminados com os custos incorridos numdeterminado perodo. Esta comparao tem por finalidade evidenciar eventuais variaes e

    sinalizar aes corretivas necessrias.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    9/20

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    10/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 333

    atividades aos objetos de custeio atravs de direcionadores de atividades (GARRISON,

    NORREN e BREWER, 2007).

    relevante salientar que este sistema mais indicado para suporte tomada de

    decises, portanto no substitui o sistema tradicional para fins de avaliao de estoques. um

    sistema de custeio que busca, atravs da identificao dos custos das atividades, e seu

    relacionamento com os objetos de custeio, informaes detalhadas para a tomada de decises.

    3. METODOLOGIA DA PESQUISA

    O delineamento da pesquisa adotado na pesquisa caracterizou-se como sendo do tipo

    exploratrio. Segundo Tripodi, Fellin e Meyer (1981, p.64), os estudos exploratrios tm aprincipal finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idias a fim de

    fornecer hipteses pesquisveis para estudos posteriores. Proporcionar uma viso geral a

    respeito de um determinado fato, buscar mais informaes sobre o assunto (GIL, 2009).

    Tendo como base os preceitos relacionados ao estudo exploratrio adotou-se como

    mtodo de pesquisa o tipo survey. Pinsonneault e Kramer (apud FREITAS et al., 2000, p.

    105) mencionam que a pesquisa survey pode ser descrita como a obteno de dados ou

    informaes sobre caractersticas, aes ou opinies de determinado grupo de pessoas,

    indicado como representante de uma populao-alvo, por meio de um instrumento de

    pesquisa, normalmente questionrio.

    A populao do estudo consistiu nas 250 maiores indstrias de Santa Catarina de

    diferentes ramos de atividades. Como critrio para a seleo destas indstrias foi adotado o

    nmero de funcionrios, cuja listagem foi disponibilizada pela Federao das Indstrias do

    Estado de Santa Catarina (FIESC). Desta populao, 35 empresas industriais se dispuseram a

    responder ao instrumento de pesquisa, constituindo assim a um tipo de amostra por

    acessibilidade.

    Para coletar os dados e informaes pertinentes essas indstrias utilizou-se de um

    questionrio um elenco de questes que so apreciadas e submetidas a certo nmero de

    pessoas com o intuito de obter respostas para a coleta de informaes (FACHIN, 2002, p.

    147). Este instrumento de pesquisa foi elaborado com questes abertas e fechadas, com

    predominncia da segunda e enviado via e-mail (eletronic mail) aos responsveis pelo setor

    de custos das empresas que compuseram a participar e contribuir com a pesquisa.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    11/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 334

    Diante das peculiaridades desta pesquisa, a sua perspectiva de anlise caracteriza-se

    como sendo de corte transversal. Conforme Richardson (1989, p. 93), em um estudo de corte

    transversal, os dados so coletados em um ponto no tempo, com base em uma amostra

    selecionada para descrever uma populao nesse determinado momento.

    No que se refere anlise dos dados, tendo em vista os objetivos definidos, considerou-

    se como mais adequada a abordagem predominantemente quantitativa. Trujillo Ferrari (1982,

    p. 242) afirma que a anlise quantitativa o procedimento que consiste em aplicar os

    princpios, tcnicas, e mtodos das cincias matemticas dentro das cincias factuais.

    Explica que isto implica em dar idias mais concretas, atravs dos processos estatsticos sob a

    forma de modelos ou quadros operacionais. Mas mesmo assim, tambm foi utilizado da

    abordagem qualitativa com o intuito de descrever a complexidade de determinado problema eexplicar os dados e informaes coletados e expostos nos quadros demonstrativos dos

    resultados obtidos com a pesquisa.

    4. DESCRIO E ANLISE DOS DADOS

    A descrio e anlise dos dados, coletados nas maiores empresas industriais

    catarinenses, que compem a amostra do estudo, foram divididas em seis partes,considerando-se os focos de interesse na investigao realizada por meio de levantamento.

    Assim, a nfase da descrio e anlise consubstancia-se nos seguintes aspectos:

    localizao das 35 empresas pesquisadas, por regies do Estado; ramo de atividade das

    empresas pesquisadas; os mtodos de custeio utilizados pelas empresas e os mtodos de

    custeio utilizados versus atividades das empresas pesquisadas; a tecnologia da informao

    utilizada pelas empresas; e, por fim, tm-se os motivos da escolha dos mtodos de custeio

    utilizados.

    4.1. Localizao das empresas por regio do Estado

    Para a realizao desta pesquisa considerou-se a diviso de Santa Catarina em sete

    regies distintas: grande Florianpolis, Norte, Sul, Meio-Oeste, Oeste, Planalto Serrano e

    Vale do Itaja. As 35 empresas pesquisadas esto localizadas no Estado, conforme mostra a

    Tabela 1.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    12/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 335

    Localizao Quantidade de empresas %

    Grande Florianpolis 3 8,57%

    Norte 9 25,71%

    Sul 2 5,71%

    Meio-Oeste 2 5,71%Oeste 9 25,71%

    Planalto Serrano 1 2,86%

    Vale do Itaja 9 25,71%

    Total 35 100,00%

    Tabela 1: Localizao das empresas por regio do Estado

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Na regio da grande Florianpolis foram pesquisadas 3 indstrias, nas regies do Oeste,

    Vale do Itaja e no Norte do Estado 9 empresas em cada regio, no Planalto Serrano 1empresa, no Sul do Estado e no Meio-oeste 2 empresas, totalizando as 35 empresas.

    Como se observa, todas as regies do Estado foram pesquisadas, sendo que a

    representatividade de cada empresa pesquisada est em funo do nmero de empresas

    instaladas nestas regies. importante apontar onde estas empresas esto localizadas, para

    depois verificar o mtodo de custeio que utilizam e a tecnologia empregada para coloc-los

    em funcionamento, a fim de identificar as semelhanas e diferenas no desenvolvimento

    entre regies.

    4.2. Ramo de atividade das empresas pesquisadas

    As empresas pesquisadas foram dividas em 8 ramos de atividades distintas, so eles:

    telecomunicaes, pr-moldados, moveleiro/madeireiro, plsticos, alimentcio, metalrgico,

    txtil e agrcola, conforme evidencia a Tabela 2.

    Ramo de atividade Quantidades de empresas %

    Telecomunicao 1 2,86%Pr-moldados 1 2,86%

    Moveleiro/Madeireiro 7 20,00%

    Plsticos 2 5,71%

    Alimentcios 4 11,43%

    Metalrgico 6 17,14%

    Txtil 10 28,57%

    Agrcola 4 11,43%

    Total 35 100,00%

    Tabela 2: Ramo de atividades das empresas pesquisadas

    Fonte: Elaborado pelos autores

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    13/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 336

    O setor txtil foi o que teve maior representatividade, com 10 empresas. Em segundo

    lugar aparece o setor moveleiro/madeireiras, com 7 empresas. Na seqncia, com 6 empresas

    consta o setor metalrgico. As atividades agrcola e alimentcia compreenderam 4 empresas

    em cada um destes setores. O setor de plstico com 2 empresas e os setores de

    telecomunicaes e pr-moldados com uma empresa cada um deles.

    A identificao dos setores em que as empresas atuam permite a comparabilidade da

    utilizao dos mtodos de custeio, aos motivos que levaram elas a utilizarem um ou outro

    mtodo e a tecnologia adotada para operacionaliz-los.

    4.3. Mtodos de custeio utilizados pelas empresas

    No que concerne aos mtodos de custeio utilizados nas empresas pesquisadas, verificou

    que os mais utilizados por elas so os representados na Figura 1.

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Os mtodos de custeio indicados superam o nmero de empresas pesquisadas. Tal deve-

    se ao fato das mesmas utilizarem mais que um mtodo de custeio.

    Nota-se que o custeio por absoro o mtodo mais utilizado pelas empresas, sendo

    utilizado por 24 empresas. Em seguida tem-se o mtodo de custeio direto ou varivel,

    utilizado por 13 empresas. Na sequncia aparece o custeio padro, utilizado por 8 empresas, 6

    empresas indicaram usar o das UEPs, 4 empresas usam o custeio baseado em atividades e

    apenas 1 das empresas trabalha com custeio pleno ou RKW.

    Figura 1: Mtodos de custeio utilizados

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    14/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 337

    Vale destacar que o nico mtodo de custeio que atende as exigncias fiscais o

    absoro. Desse modo, possvel que haja uma combinao de mtodos para atender as

    necessidades fiscais e administrativas. Assim os mtodos de custeio podem ser utilizados nas

    empresas individualmente ou combinados com outros mtodos.

    Na Figura 2 destaca-se esta combinao dos mtodos de custeio que as empresas

    pesquisadas utilizam.

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Observa-se que a combinao do mtodo direto com o UEP usado somente por 1

    empresa pesquisada; 3 reportam-se ao custeio direto e o custeio padro; 1 utiliza o custeio por

    absoro o ABC e a UEP. Identifica-se que 2 empresas utilizam o custeio por absoro e a

    UEP. O mtodo absoro combinado com o ABC e a UEP teve a adeso de 1 empresa; 2

    usam o custeio por absoro e o ABC; 2 utilizam o custeio por absoro e o direto; 2

    trabalham com o custeio por absoro o custeio direto e o custeio padro e uma nica empresa

    utiliza a combinao entre o custeio por absoro a UEP.Dentre as empresas que fazem uso de apenas um mtodo de custeio, tem-se que: 2

    utilizam o mtodo padro; 1 a UEP; 3 o direto; 12 o custeio por absoro e apenas 1 o custeio

    pleno (RKW).

    Assim sendo, observa-se que a maioria das empresas pesquisadas utiliza o custeio por

    absoro. Pressupe-se que tal decorre do fato de atender a legislao fiscal. No entanto,

    ressalta-se que este utilizado individualmente ou combinando com o mtodo que mais

    atende as necessidades gerenciais destas empresas. Nota-se que 12 empresas utilizam somente

    Figura 2: Combinao dos mtodos de custeio utilizados

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    15/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 338

    o custeio por absoro e 12 empresas industriais reportam-se ao custeio por absoro

    combinado com outro mtodo que satisfaa as necessidades quanto informaes gerenciais.

    4.4. Mtodos de custeio utilizados versusatividades das empresas pesquisadas

    Conforme destacado anteriormente, as empresas pesquisadas enquadram-se em 8 tipos

    distintos de atividades. No obstante, estas empresas utilizam divergentes mtodos de custeio,

    sendo estes mtodos utilizados individualmente ou em conjunto com aquele que mais satisfaz

    as necessidades dos gestores.

    Assim, procurou-se fazer uma relao entre os mtodos de custeio utilizados com as

    atividades das empresas pesquisadas. O resultado deste relacionamento est evidenciado naTabela 3.

    Tabela 3: Mtodos de custeio utilizadosversus atividades das empresas pesquisadas

    Fonte: Elaborado pelos autores

    Mtodos de custeioutilizados

    Atividade das empresas pesquisadas

    A

    grcola

    Txtil

    Metalrgica

    Al

    imenticio

    Plstico

    Moveleira/Madeireira

    Pr-Moldados

    Telecomunicaes

    TOTAL

    Nmero de Empresas que utilizam os mtodos de custeio

    RKW - - - - - 1 - - 1

    Absoro 1 5 2 1 - 2 - 1 12

    Direto 2 1 - - - - - 3

    UEP - - - - - 1 - - 1

    Padro - 1 - - - 1 - - 2

    Absoro/UEP/Padro - 1 - - - - - 1

    Absoro/Dir./Padro 1 - 1 - - - - 2Absoro/ABC/UEP - - - 1 - - - 1

    Absoro/Dir./ABC - - 1 - - - - 1

    Absoro/ABC - - 1 - - 1 - 2

    Absoro/UEP - - - 1 - 1 - - 2

    Absoro/Direto - 1 1 1 - - - - 3

    Direto/Padro - 1 - - 1 1 - - 3

    Direto/UEP - - - - 1 - - - 1

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    16/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 339

    Das 12 empresas que possuem somente o custeio por absoro, 5 so do setor txtil, 2

    do setor metalrgico, 2 so do setor moveleiro/madeireiro, 1 tem atividade agrcola, 1

    alimentcia e 1 de telecomunicao. As empresas que utilizam o custeio por absoro com

    outros mtodos de custeio possuem atividades das mais diversificadas.

    Nota-se que das empresas, que utilizam somente o custeio direto, 2 delas, so do setor

    agrcolas e 1 do setor txtil. No obstante, 1 das empresas utiliza somente o custeio pleno e

    outra somente o mtodo das unidades de esforo de produo ambas ligadas s atividades

    moveleira/madeireira. Das 2 empresas que usam somente o custeio padro, uma do setor

    txtil e a outra tem suas atividades direcionadas ao setor moveleiro/madeireiro.

    4.5. A tecnologia de informao utilizada pelas empresas

    Tambm se procurou saber nas empresas que tecnologia de informao,

    especificamente o software, que as mesmas utilizam como suporte operacionalizao dos

    mtodos de custeio utilizados.

    Na Tabela 4 evidencia-se a tecnologia de informao utilizada pelas empresas

    pesquisadas, como importante componente de suporte ao sistema de custos.

    Tecnologia de informao utilizada nas empresaspesquisadas

    Nmero de Empresasque utilizam Frequncia

    Planilhas eletrnicas 15 42,85%Banco de Dados 12 34,28%Software Personalizado 9 25,71%ERP 5 14,28%MICROSIGA 4 11,42%DATASUL 2 5,71%MAGNUS 2 5,71%SAP 2 5,71%

    BAAN 1 2,85%Total de respondentes 35 148,52%

    * A soma da freqncia superior a 100% pelo fato das empresas utilizarem mais que uma TI.

    Tabela 4: Tecnologia de informao utilizada como suporte aos sistemas de custos

    Fonte: Elaborado pelos autores

    As empresas participantes desta pesquisa usam diversos tipos de softwares. Sendo que

    15 delas trabalham com planilhas eletrnicas, 12 utilizam banco de dados, 9 tem softwares

    personalizados e as demais contam comsoftwaresimplantados por empresas especializadas.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    17/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 340

    O que tambm ficou ntido o nmero diversificado de tecnologias de informao que

    as empresas utilizam, podendo estar simultaneamente funcionando com outras tecnologias ou

    no.

    4.6. Motivos da escolha dos mtodos de custeio utilizados

    No que se refere aos motivos que levaram as empresas a implantar os atuais mtodos de

    custeio, foi solicitado aos respondentes que atribussem nota 4 (quatro) para o motivo

    muitssimo importante e 0 (zero) para o motivo de nenhuma importncia, intercalando os

    demais motivos. Evidenciam-se na Tabela 5 os motivos com seus respectivos graus de

    importncia.

    Motivo da escolha do(s)mtodos de custeio

    Totalde resp.

    Muitssimoimportante

    Muitoimportante

    Importante Poucoimportante

    Nenhumaimportncia

    Resp. % Resp. % Resp. % Resp. % Resp. %

    Melhor apurao dos custosdos produtos

    35 26 74,29 3 8,57 3 8,57 - - 3 8,57

    Fornece mais eficientementeinformaes para a tomada dedeciso

    35 25 71,44 5 14,28 3 8,57 - - 2 5,71

    Financeiramente maiscompatvel com a realidade daempresa

    35 10 28,57 10 28,57 9 25,71 2 5,72 4 11,43

    Se ajusta mais com atecnologia de informao daempresa

    35 9 25,71 11 31,43 7 20,00 2 5,72 6 17,14

    Atende melhor as exigncias dalegislao contbil e fiscal

    35 11 31,42 10 28,57 2 5,72 2 5,72 10 28,57

    Fornece melhorias de processoe eliminao de desperdcios

    35 10 28,57 13 37,14 4 11,43 4 11,43 4 11,43

    Para uma melhor formao doPreo de Venda

    2 2 100,0 - - - - - - - -

    Para melhores informaes deAnlise de Rentabilidade

    1 1 100,0 - - - - - - - -

    Melhores informaes paraPlanejamento Operacional

    1 1 100,0 - - - - - - - -

    Tabela 5: Grau de importncia dos motivos da escolha dos mtodos de custeio utilizados

    Fonte: Elaborado pelos autores

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    18/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 341

    Das empresas pesquisadas, o motivo Melhor apurao dos custos dos produtosobteve

    como grau de importncia mais apontado muitssimo importante, com 74,29% das

    empresas entrevistadas. O motivoFornece mais eficientemente informaes para a tomada de

    decisoobteve o grau muitssimo importante, com 71,44% das empresas pesquisadas.

    Os motivos Financeiramente mais compatvel com a realidade da empresa, Se ajusta

    mais com tecnologia de informao da empresa e Fornece melhorias de processo e

    eliminao de desperdcios, obtiveram um grau de importncia bastante distribudo, variando

    de muitssimo importante a importante.

    O motivo Atendem melhor as exigncias da legislao contbil e fiscalobteve o grau

    nenhuma importncia, com 28,57% dos entrevistados.

    Os entrevistados apontaram outros motivos, dos quais se destacam: Para uma melhorformao do preo de vendas, Para melhores informaes de Anlise de Rentabilidade e

    Melhores informaes para Planejamento Operacional, todos com grau muito importante.

    Adicionalmente, destacam-se, com grau muitssimo importante, dois fatores: a

    Melhor apurao dos custos dos produtos, com 74,29%; e Fornece mais eficientemente

    informaes para a tomada de deciso com 71,44%. Por outro lado, o motivo que foi

    assinalado com sendo de nenhuma importncia Atendem melhor as exigncias da

    legislao contbil e fiscal,por 28,57% dos entrevistados.Desta forma, nota-se que o atendimento legislao contbil fiscal no est sendo

    considerado como motivo de destaque em relao aos mtodos de custeio utilizados nas

    indstrias de Santa Catarina.

    5. CONCLUSES

    Os custos de produo devem ser planejados e controlados eficientemente. Assim, osmtodos de custeio, como componentes de um sistema de custos, possuem importncia

    crucial para empresas das mais diversas atividades. Sua relevncia mais ntida nas empresas

    industriais, devido complexidade dos fatores de produo.

    Deste modo, pela pesquisa realizada, verificou-se que das maiores indstrias de Estado

    de Santa Catarina pesquisadas, a maioria utiliza o mtodo de custeio por absoro, to

    somente ou em conjunto com outros mtodos de custeio.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    19/20

    Os mtodos de custeio utilizados nas maiores indstrias de Santa Catarina

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 342

    A tecnologia de informao utilizada pelas empresas para operacionalizao dos

    mtodos de custeio, nas empresas pesquisadas, consiste de diferentes softwares, com nfase

    nas planilhas eletrnicas, nos bancos de dados esoftwarepersonalizado.

    Quanto motivao para a escolha dos mtodos de custeio adotados nas empresas, ficou

    evidenciado que a maioria dos respondentes levou em considerao dois aspectos cruciais

    melhor apurao dos custos dos produtos e fornece mais eficientemente informaes para

    a tomada de deciso.

    Assim este estudo procurou contribuir, atravs de uma pesquisa emprica, sobre os

    mtodos de custeio utilizados nas empresas, particularmente nas empresas industriais

    catarinenses. Alm disso, procurou abordar outros aspectos a eles relacionados, com nfase na

    tecnologia de suporte e os motivos da escolha dos mtodos implantados nas empresas.

    REFERNCIAS

    ALLORA, F.; ALLORA, V. UP: unidade de medida da produo para custos e controlesgerenciais das fabricaes. 1 ed. So Paulo: Pioneira, 1995.

    BECKER, N; JACOBSEN, L. E. Contabilidade de custos. 2. ed. So Paulo: McGraw-Hilldo Brasil, 1992. 2 v.

    BORNIA, A. C. Mensurao das perdas dos processos produtivos: uma abordagemmetodolgica de controle interno. 1995, 125f. Tese (Doutorado em Engenharia da Produo).Programa de Ps-graduao em engenharia de produo. Universidade Federal de SantaCatarina 1995.

    BORNIA, A. C. Anlise gerencial de custos:aplicao em empresas modernas. 2. ed. SoPaulo: Atlas, 2009.

    CARDOSO NETO, F. Contabilidade de custos: sistemas, tcnicas de aplicao e gesto. 3.ed. So Paulo: Atlas, 1985. 1 v.

    FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. So Paulo: Saraiva, 2002.

    FREITAS, H.; OLIVEIRA, M.; ZANELA. A. C.; MOSCAROLA, J. O mtodo de pesquisasurvey.Revista de administrao.So Paulo, v. 37, n. 3, p. 105-112, jul./ago 2000.

    GARRISON, R. H.; NORREN, E. W.; BREWER, P. Contabilidade gerencial. 11. ed. Riode Janeiro: LTC, 2007.

    GIL, A. C. Mtodos e tcnicas de pesquisa social. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2009.

  • 8/13/2019 Coronetti Beuren Sousa 2012 Os-Metodos-De-custeio-utilizad 8463

    20/20

    Coronetti, J; Beuren, I. M; Sousa, M. A.B

    GESTO.OrgVol. 10, No.02, p.324343, maio/ago. 2012 343

    HORNEGREN, C. T.; FOSTER G.; DATAR, S. Contabilidade de custos. 9. ed. Rio deJaneiro: LTC 2000.

    MARTINS, E. Contabilidade de custos.7. ed. So Paulo: Atlas, 2000.

    MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

    MARTINS, E.; ROCHA, W. Mtodos de custeio comparados. So Paulo: Atlas, 2010.

    MATZ, A.; CURRY; O. J.; FRANK, G. W. Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas,1987.

    MORAIS, J. C. et. al. Sistema de informao. Revista Brasileira de Contabilidade. Rio deJaneiro, v. 27, n. 59, p. 9-12, out/dez, 1986.

    NAKAGAWA, M. ABC:Custeio Baseado em Atividades. So Paulo: Atlas, 1994.

    OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JR. J. H. Contabilidade de custos para no contadores. 4. ed.So Paulo: Atlas, 2009.

    PIRES, L. G. B. Sistema de custeamento: o custeio direto. Revista Brasileira deContabilidade. Braslia: Ano III, n. 64, p. 43-64, jan./mar, 1988.

    PORTER, M. E. Competio = On competition: estratgias competitivas essenciais. Rio deJaneiro: Campus, 1999.

    RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: mtodos e tcnicas. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1999.

    SANTOS, R. V. Modelagem de sistemas de custos. Revista do Conselho Regional deContabilidade de So Paulo. So Paulo: Ano IV, n. 7, p. 62-74, abr. 1999.

    SILVA, M. Z. Mensurao dos custos de procedimentos mdicos em organizaeshospitalares: sistematizao de um mtodo de custeio hbrido luz do ABC e da UEP. 2006,159f. Dissertao (Mestrado em Contabilidade), Universidade Federal de Santa Catarina,2006.

    SILVA FILHO, A. M. S. A era da informao. Revista Espao Acadmico. Maring: Ano 1,n. 01, p. 01-10, julh.,2001.

    TRUJILLO FERRARI, A. Metodologia da pesquisa cientifica. So Paulo: McGraw-Hill doBrasil, 1982.

    VARTANIAN, G. H.; NASCIMENTO, D. T. O mtodo de custeio pleno: uma abordagemconceitual. Revista do Conselho Regional de Contabilidade de So Paulo . So Paulo: AnoIV, n. 9, p. 34-41, set., 1999.

    VICECONTI, P. E.V.; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo.So Paulo: Frase Editora, 2000.

    ZANELLA, L. C. Administrao de custos em hotelaria.Caxias do Sul: EDUGS, 1993.