Cordel na escola
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ProjetoOficina de Cordel “Harmonização através da poesia”
Público Alvo: Professores da rede pública
Tema: Literatura de Cordel
Justificativa: O cordel foi muito importante na formação da cultura brasileira.
Está presente na música, no teatro, no cinema e na literatura. Toda a obra de
Ariano Suassuna (quem melhor faz literatura atualmente no Brasil) tem como
base o cordel. Ele é de fácil entendimento e de fácil memorização, justamente
pelo fato de ter poucos personagens e enredo simples e direto, com linguagem
fácil. As rimas, a metrificação e o ritmo também contribuem no sentido de
prender a atenção do leitor do ouvinte. Já foi chamado de “cartilha do
sertanejo”, num tempo em que quase não havia escolas no Nordeste. Muita
gente se alfabetizou lendo as sílabas desses poemas, ou para ler esses
livrinhos. Foi chamado também de “jornal do sertanejo”, num tempo em que o
jornal só circulava nas grandes cidades. Por fim, o cordel virou nome e tema
de novela global e será enrede da escola de samba Salgueiro em 2012, no Rio
de Janeiro. Por tudo isso nós propomos essa Oficina de Cordel, primeiramente
para professores da rede pública. Não pretendemos tornar ninguém poeta,
mas fazer bons leitores e multiplicadores, preparados para falar do tema para
o aluno com segurança.
Nesse primeiro momento com professores mostraremos como o cordel chegou
ao Brasil, como ele se aperfeiçoou, quem foram os precursores, quais o
principais temas, os principais nomes de ontem e de hoje, a evolução editorial,
sua importância como facilitador no processo de letramento e o importante
momento pelo qual está passando, sendo indicado no vestibular, estudado em
tudo quanto é escola e tema de monografias, dissertações e teses aqui no
Brasil e lá fora. Na sequência falaremos de suas principais regras: Métrica,
Rima e Oração. Para concluir escolheremos um tema e construiremos,
coletivamente, um texto, dentro da estrutura que o cordel exige. E tudo isso
intercalando declamações de poemas autorais.
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O projeto não para aqui. Após a oficina o professor, agora com muito mais
informações, terá mais facilidade para levar adiante esse projeto de leitura e
escrita dentro da sala aula.
Ao retornar aos estudos, jovens e adultos o fazem pela vontade de aprender
ler e escrever, também para aumentar suas possibilidades profissionais ou
para se sentirem inseridos na sociedade e valorizados. É importante que a
escola e o professor estejam preparados para receber esses alunos. É
fundamental levar em conta aquilo que o aluno já conhece e socializar isso,
trabalhando atividades tanto com crianças e adolescentes quanto com alunos
da EJA.
Percebemos que, em muitos casos, os alunos da educação da EJA conhecem
a cultura nordestina. Quando de lá vieram trouxeram sua cultura, seus sonhos
e suas paixões. De acordo com este fato, consideramos interessante
reaproximá-los do Cordel, a fim de que possam conhecer cada vez mais a
estrutura que tem este tipo de texto, e a cultura nordestina como um todo, para
a promoção da valorização da cultura e o trabalho com as diferenças regionais
que permeia nossa realidade. Acreditamos que este trabalho pode ocorrer de
forma prazerosa se forem valorizados o contexto e a faixa etária dos alunos. O
cordel traz uma linguagem poética e trata de temáticas do cotidiano. Ele
permite uma liberdade de expressão por meio de seus versos, o que valoriza a
capacidade de leitura e escrita, deixando que o aluno se sinta à vontade para
criar versos de acordo com aquilo que conhece. A apropriação do
conhecimento acontecerá de maneira fácil e enriquecedora.
Objetivos:
Desenvolver o gosto pela leitura e as capacidades de leitor e escritor;
Perceber a diferença entre a língua falada e a escrita;
Produzir textos na estrutura de poemas, criando rimas e obedecendo a
estrutura do Cordel;
Discutir e conhecer a cultura de outras regiões do Brasil.
Procedimentos:
1ª etapa: Fazer uma roda de leitura com os alunos para apresentar o Cordel.
Trazer para os alunos diversos cordéis, deixar disponíveis para que eles
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possam ler individualmente ou em grupos. Caracterizar a sala com um cenário
típico do nordeste, também colocar um varal e pendurar folhetos de cordel
(para ilustrar, como ainda é comum no nordeste).
2ª etapa: Conversar com os alunos a respeito das características e estruturas
do cordel, quanto às estrofes, como são classificadas (sextilha, setilha, oitava,
etc.), das rimas e dos temas.
3ª etapa: Ser facilitador no processo de construção de escrita. O professor
poderá coordenar a turma na construção coletiva de uma estrofe atentando
para as características do cordel e também a produção de uma capa típica
deste tipo de livreto: a xilogravura.
4ª etapa: Em uma roda de conversa levantar uma discussão sobre o possível
preconceito que pode ocorrer contra determinados seguimentos da cultura
popular brasileira, do nordeste e de demais localidades. Deixar que os alunos
coloquem suas opiniões, sempre respeitando as do outro. O objetivo é fazer
com que os alunos identifiquem quais os fatores que causam esses tipos de
reações entre as pessoas.
Materiais Necessários:
Folhetos de Cordel;
Cartolina;
Lápis;
Canetinha;
Papéis coloridos;
Varal;
Prendedores.
Investimento:
A combinar.
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