Contemporaneu - arquitetura contemporânea #01

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Lançada em junho de 2010, a revista Contemporaneu - arquitetura contemporânea é a primeira revista brasileira dedicada à arquitetura contemporânea nacional e mundial.

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edito

rial

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A arquitetura contemporânea é um campo de incertezas e com-plexidade. Facilita dividir o termo em dois: arquitetura vem da fusão de arché e tékton, palavras gregas que significam “primeiro, princi-pal” e “construção”, respectivamente. Contemporânea vem do la-tim contemporaneu, que é “do mesmo tempo, da mesma época em que vivemos”. Em suma, é isso o que você vai encontrar nas próxi-mas páginas, nas próximas edições, por muito tempo: arquitetura da época em que vivemos dentro de um projeto editorial elaborado para a informação, o entendimento, a interpretação, o enriquecimento de repertório, o questionamento e a apreciação, tudo em visualização digital. Cabe ressaltar o valor aqui atribuído ao fotógrafo de arquitetu-ra – proporcional à sua importância, segundo o nosso entendimento. Merecedor de uma seção especial, este profissional é imprescindível na divulgação da produção arquitetônica e na fertilização do ima-ginário que pretendemos promover. E por falar nisso, além de agen-da, dicas de livros, depoimento, trabalhos de estudantes e projeto para concurso, apresentamos a seguir, obras de arquitetura de todo o mundo. Isto é, a magnitude dinamarquesa, a permeabilidade grega, as ondas canadenses, a reciprocidade japonesa, a interceptação ge-lada gaúcha, o requinte paulista, o genius loci australiano, a abertura norte-americana, a expressividade da pegada alemã, a lição islan-desa, o tapete croata e a ginga eslovena. Talvez você veja de outra forma. “Incertezas e complexidade”, é só virar a página.Seja bem-vindo!

Equipe Contemporaneu

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Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff

Fotógrafos desta edição: Art Gray, Carsten Kring, David Franck, Domagoj Blazevic,

Eduardo Aigner, Gwenael Nicolas , Mats Wibe Lund, Paulo Risi, Peter Soerensen, Sigurgeir Sigurjónsson, Tomaz Gregoric, Ulrik Jantzen,

Vegar Moen, Willem Rethmeier.Agradecimento: Affonso Risi, Alberto S. Por-tugal, Allard Terwel, Andrej Gregoric, Anna

Tetas, Art Gray, Beate Bernhoft, Breno Viana de Mendonça, Carsten Kring, Cathy Cunliffe,

Daria Pahhota, David Franck, Domagoj Blazevic, Eduardo Aigner, Gabriel Giambas-

tiani, Giorgos Mitroulias, Gwenael Nicolas, Iva Baljkas, Jae Rodriguez, Julian Weyer, Márcio

Mettig Rocha, Mark Cashman, Mats Wibe Lund, Paulo Risi, Peter Soerensen, Reiko

Miyamoto, Richard Mosley, Roberto Bottura, Sigurgeir Sigurjónsson, Steve Christer, Tomaz Gregoric, Ulrik Jantzen, Vegar Moen, Wilko

Hoffmann, Willem Rethmeier.

Ano 01Edição #01

Capa: The Holy RoadArquiteto: BIG - Bjarke Ingels Group

Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]

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nte

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Hanno Rauterberg conversa com os mais célebres arquitetos da atualidade sobre suas aspirações, as influências em sua arquitetura e se seus projetos podem mudar o mundo. Informativo, acessível e ricamente ilustrado, essa fascinante coleção de en-trevistas oferece uma oportunidade para comparar, contrastar e conhecer os brilhantes arquitetos que estão moldando o mundo em que vivemos.Com mais de 50 fotos e entrevistas, o livro apre-senta os maiores nomes da arquitetura contem-porânea, entre eles: Peter Zumthor, Rem Koolhaas, Norman Foster.

Entrevistas com Arquitetos

Hanno RauterbergViana & Mosley

O que na realidade fazem, o que esperam conseguir e como isso é convincente?

O Processo de Projeto e a Sustentabilidade

na produção da ArquiteturaMarcio Porto

Editora C4

Fruto do mestrado do arquiteto Marcio Porto, esta publicação traz uma conceituação atual e abrangente de arquitetura sustentável, através de cases que relatam a importância de substituir sistemas construtivos e materiais de acabamento não recicláveis ou causadores de grande impacto ambiental. O livro aborda o tema através dos seguintes tópicos: O que é sustentabilidade?, O que é construção sustentável?, Técnicas e Materiais Disponíveis, Como se certifica um edifício, A ar-quitetura brasileira como referência para o mundo, Interiores Corporativos, Planejamento Urbano, A resposta internacional e estudos de casos.

Nos últimos anos, arquitetos do mundo todo estão descobrindo a China como o local perfeito para desenvolver as suas arquitetura. Em contraste com as restrições e limitações de das cidades européias e americanas, Xangai, com a suas aparentes possibilidades ilimitadas, repre-senta uma oportunidade nova e ousada para a arquitetura e urbanismo. A cidade, que abriga a Expo 2010 Shanghai neste ano, está imersa em uma profunda transformação física. Shanghai Transforming examina essa transformação, concentrando-se em uma grande diversidade de aspectos, incluindo história, recursos naturais e artificiais, economia, sociedade e percepção do público. Gráficos e dados, juntamente com fotografias, e mapas, fornecem ao leitor uma rica fonte para entender e apreciar este processo complexo.

Shangai TransformingIker Gil

Actar

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O Processo de Projeto e a Sustentabilidade

na produção da ArquiteturaMarcio Porto

Editora C4

Fruto do mestrado do arquiteto Marcio Porto, esta publicação traz uma conceituação atual e abrangente de arquitetura sustentável, através de cases que relatam a importância de substituir sistemas construtivos e materiais de acabamento não recicláveis ou causadores de grande impacto ambiental. O livro aborda o tema através dos seguintes tópicos: O que é sustentabilidade?, O que é construção sustentável?, Técnicas e Materiais Disponíveis, Como se certifica um edifício, A ar-quitetura brasileira como referência para o mundo, Interiores Corporativos, Planejamento Urbano, A resposta internacional e estudos de casos.

Mobiliario urbano – Nuevos conceptos

Jacobo KrauelLINKS BOOKS

Neste novo volume da série “Mobiliario urbano – Nuevos conceptos” são apresen-tados mais de cem exemplos de bancos, iluminação pública, balizas, lixeiras, fontes e abrigos, entre outros elementos do mobil-iário urbano contemporâneo. Eles são acom-panhados por descrições detalhadas de seus componentes, materiais e dimensões, bem como desenhos e diagramas que mostram desde a concepção inicial do produto até seu acabamento.

Nos últimos anos, arquitetos do mundo todo estão descobrindo a China como o local perfeito para desenvolver as suas arquitetura. Em contraste com as restrições e limitações de das cidades européias e americanas, Xangai, com a suas aparentes possibilidades ilimitadas, repre-senta uma oportunidade nova e ousada para a arquitetura e urbanismo. A cidade, que abriga a Expo 2010 Shanghai neste ano, está imersa em uma profunda transformação física. Shanghai Transforming examina essa transformação, concentrando-se em uma grande diversidade de aspectos, incluindo história, recursos naturais e artificiais, economia, sociedade e percepção do público. Gráficos e dados, juntamente com fotografias, e mapas, fornecem ao leitor uma rica fonte para entender e apreciar este processo complexo.

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Brasil

Architectour - Seminário Internacional de Arquitetura para a Cul-tura e o Turismo15, 16 e 17/09/2010Gramado – Rio Grande do Sul

Mundo

12a Bienal de Arquitetura de Veneza29/08/2010 a 21/11/2010Veneza – Itália

4a Trienal de Arquitetura de Oslo22/09/2010 a 01/10/2010Oslo – Noruega

Congresso Internacional de Arquitetura Latinoamericana06, 07 e 08/10/2010Rosário – Argentina

Bienal Iberoamericana de Arquitectura y Urbanismo11 a 17/10/2010 Medellín - Colômbia

Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal

Interieur 201015 a 24/10/2010Kortrijk - Bélgica

agenda

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Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para [email protected]

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Estudantes

World Architecture Festival - Student CompetitionInscrições até 31/07/2010

Archiprix International 2011Inscrições até 01/08/2010

Prêmio “SOLUÇÕES PARA CIDADES”Inscrições até 13/08/2010

Arquitetos

Concurso Latinoamericano de Ideas para la Biblioteca Central del Bicentenario de la Municipalidad de RosarioInscrições até 08/07/2010

Concurso Habitação para TodosInscrições até 16/07/2010

Making Space 2010Inscrições até 08/08/2010

Arquitetos e Estudantes

Solar Park South - Online CompetitionInscrições até 10/07/2010

FORMCitiesInscrições até 15/08/2010

concursos

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The MountainProjeto: BIG + JDS. Fachada do estacio-namento em alumínio perfurado para ventila-ção natural. A imagem do Monte Everest foi criada pela diferença de diâmetros dos furos.

BIG - Bjarke Ingels Group

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Jens Lindhe

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Bjarke Ingels é hoje um dos grandes expoentes da arquitetura contem-porânea mundial. Nascido em 1974, em Copenhague, estudou arquite-tura na Dinamarca e em Barcelona e trabalhou no OMA — Office for Me- tropolitan Architecture, em Roterdã (Holanda). Em 2001 retornou à Dinamarca para fundar, ao lado de Julien De Smedt, o PLOT. Cinco anos depois funda o BIG — Bjarke Ingels Group, cuja equipe conta atual-mente com 90 pessoas, na maioria arquitetos, designers, pensadores e construtores.O dinamarquês define o trabalho do

BIG

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jark

e In

gels

Gro

up

The MountainO partido adotado permite que a maior parte dos 80 aparta-mentos tenham terraço e vis ta para o sul.

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BIG como “alquimia programática”, pela freqüência com que o grupo intercala ingredientes convencionais nos campos da arquitetura e do ur-banismo, como habitação, trabalho, lazer, comércio, ócio, estacionamen-tos, para propor e viabilizar soluções ao mesmo tempo pragmáticas e utópicas.Fã de Philip Johnson, Nietzsche, Björk e do roteirista Charlie Kaufman (do filme Adaptação), Bjarke Ingels, apenas 35 anos, exibe seu perfil multifacetado: além de comandar um dos escritórios mais influentes da atualidade, exibe talento como palestrante, aparece como perso-nagem que descreve os projetos (seja em vídeo, seja em forma de quadrinhos) e é professor-visitante nas universidades norte-americanas Rice, Harvard e Columbia.

Ulrik Jantzen

BIG - Bjarke Ingels Group

BIG - Bjarke Ingels Group

Acima: vista dos terraços. No meio: os terraços são

separados por portas vai-e-vem e possuem

sistema de irrigação para a vegetação do jardim.

Abaixo: Estacionamento e elevador diagonal que dá

acesso aos 11 pavimentos do edifício.

BIG - Bjarke Ingels Group

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Com garagem e bici-cletário, o pavimento térreo conta ainda com 3 apartamentos, 4 lojas comerciais e 9 circulações verticais, todas com acesso pelo exterior do edifício.

O partido adotado permite que, em alguns pavimentos, os moradores possam estacionar em frente às suas casas.Em algumas partes do estacionamento a altura do pé-direito chega a 16 metros, garantindo boa venti-lação e iluminação.

Planta Baixa PrimeiroPavimento

Planta Baixa 4o Pavimento

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Fachada Sudoeste

Corte Longitudinal

Corte Transversal

BIG - Bjarke Ingels Group

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“Uma arquitetura mais inclusiva do que exclusiva. Uma arquitetura livre da monogamia conceitual do compromisso com um único interesse ou idéia. Uma arquitetura em que você não tenha que escolher en-tre público ou privado, amplo ou compacto, urbano ou suburbano, ateu ou muçulmano, apartamentos modestos ou campos de futebol” [...] “Uma arquitetura que permita que você diga sim a todos os aspectos da vida humana, não importa quão contraditórios são! Uma forma arquitetônica de bigamia, na qual você não precisa escolher um sobre o outro: que você comece a ter os dois”(em YES IS MORE)

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Holy RoadProjeto: BIGO terreno, na área central de Atenas, possui três frentes e uma praça localizada nos fundos, o que gerou o partido da circulação interna formando a malha residencial.

O arquiteto afirma que queria ser autor de histórias em quadrinhos, um sonho que de certa forma é rea-lizado na apresentação das obras do escritório. Em todas elas há um ar-chicomic, fartamente ilustrado com esquemas, fotos e modelos, que explica e conceitua os edifícios de forma simples, didática e bem hu-morada. O principal archicomic do grupo, entretanto, é o livro chama-do “YES IS MORE — an archicomic on architectural evolution”, um ca-tálogo-manifesto-pop que expressa o processo criativo do BIG em 35 de suas obras, percorridas desde a prancheta até a construção con-cluída.

BIG - Bjarke Ingels Group

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um lado uma postura vanguar dista utópica e ingênua; do outro, a mono-tonia das “caixas pragmaticamente previsíveis” repetidas à exaustão pelos grupos corporativos estabeleci-dos. Sua proposta é a de se encon-trar a sobreposição entre as duas visões. De fato, é perceptível na obra do BIG pouca ou nenhuma ênfase para soluções universais e (ou) de-bate ideológico e muito espaço para intervenções específicas em formas arrojadas. Sua produção, de grande aceitação popular, obriga a crítica a falar sobre forma, até hoje subjugada pela “teoria”, pela “verdade” por trás. Aqui, o edifício é a teoria e a verdade nada mais é que a “evolução”, fruto da experiência, do desafio e da in-completude.

O edifício remete a um imenso bloco de

mármore com racha-duras que formam os

espaços públicos. Para criar sombras

e chegar na área mínima exigida, a parte

superior dos blocos foi extendida, fazendo com que os caminhos

ficassem com 4 metros de largura na base e 1

metro no topo.

Essa abordagem anti-clássica e infor-mal, carregada de liberdade, de ex-pressão e de criação é pronunciada também em sua arquitetura. Segun-do Ingels, o campo da arquitetura dinamarquesa -e mundial- foi domi-nado por duas visões opostas: de

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BIG - Bjarke Ingels Group

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Archicomic e a infor-malidade: a explicação bem humorada do con-texto do projeto é feita

pelo próprio Ingels, que aparece ao lado do repórter cazaque

Borat, personagem de um sucesso do cinema.

Astana National LibraryLocal: CazaquistãoProjeto: BIGA forma é inspirada na Fita de Möbius, um espaço topológico caracterizado pela torção da superfície, que passa a ter um só lado. As fachadas se movimentam de dentro para fora e vice-versa, significando a mescla entre local e universal, tradição e futuro.

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BIG - Bjarke Ingels Group

A concepção dos projetos e linhas adotadas é sempre bem justificada, tanto devido à criatividade do parti-do embrionário quanto pelo resulta-do formal e funcional. Pode-se dizer que o BIG e a sua obra miram em dois alvos, nem sempre conflitantes, nem sempre juntos: a aprovação popular e da crítica. E com frequên-cia os acerta, conseguindo fascinar o público dito leigo e se sustentando em uma análise objetiva, como con-ferir identidade ao contexto, permitir o conforto ambiental, proporcionar espaços qualificados de múltiplas vivências, questionar certos padrões

de uso, experimentar novas formas etc. Mas quando erra os alvos, se erra, quem aparece são as maquetes eletrônicas repletas de identidade, os archicomics, as fotografias pri-morosas, o discurso sustentável, a tecnologia de ponta, os diagramas criativos e os, já consagrados, vídeos com animações — como é o caso do que apresenta o projeto 8 House. Separar o edifício construído do pro-cesso de antes, durante e depois é, aqui, um erro. A questão não é só “o que se mostra”, mas também “como se mostra”.

Estrutura Interna Estrutura Externa Forma Final

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O parque ao redor do edifício representa a di-versidade da paisagem

nacional e é disposto no terreno através

de um padrão radial, obtido pela rotação da paisagem linear

que cruza as cidades de Almaty e Astana, respectivamente, a

antiga e a nova capital cazaque.

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BIG - Bjarke Ingels Group

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Ellsinore Psychiatric ClinicProjeto: BIG + JDSCom dois pavimentos, a clínica psiquiátrica possui partes enter-radas, permitindo que haja maior contato com a área verde do seu entorno e a vista do edifício principal do hos-pital seja preservada.

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Se a apresentação, a divulgação midiática e os processos criativos dia-gramáticos, tão bem explorados pelo BIG, aparentam valor semelhante ao do edifício, isso é resultado da sua formação. O uso de tais ferramentas, por assim dizer, é herança da própria escola contemporânea de arquitetura, da qual, por razões óbvias e tam-bém geográficas, podemos pinçar o MVRDV e, primeiramente, Rem Kool-haas. Responsáveis pela substituição do antigo binômio forma-função por conceito-programa, impulsionando esta nova concepção de contempo-raneidade arquitetônica. E é a partir dessa superação, ou em meio a ela, que entra o BIG, com seus espaços multifuncionais, buscando testar soluções espaciais e formais, mais e mais impressionantes, prezando pela individualidade e pelo conforto, pelo apuro técnico sem concessões e com entusiasmo. Sem ser paradigmático, sem a pretensão de domesticar o usuário ou o espectador e rejeitando eventuais discursos pré-concebidos. Entre o caráter autoral e empresarial, o BIG escolheu os dois. Sua pretensão mais parece ser a materialização e a apreciação da criatividade à luz do seu lema “sim é mais”.Texto: GVImagens: cortesia de Bjarke Ingels Group

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Trechos destacados: YES IS MORE, Taschen, 2009

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BIG - Bjarke Ingels Group

“Mies van der Rohe - Less is more. Robert Venturi - Less is a bore. Philip Johnson - I’m a whore. Rem Koolhaas - More and more, more is more. Barack Obama - Yes, we can. BIG - Yes is more.”

Pavimento Térreo

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Um olhar sobre o modernismo brasileiro

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Um olhar sobre o modernismo brasileiroTexto e fotos por Julian Weyer

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Julian Weyer é um arquiteto e fotó-grafo alemão, formado em 1994 pela Faculdade de Arquitetura de Århus, em Århus, Dinamarca. Em 1995 começou a trabalhar no escritório dinamarquês C. F. Møller Architects, do qual é sócio desde 2007.Veja as fotos de sua viagem pelo Brasil.

O inconfundível skyline de Brasília, especialmente o do Congresso Nacional, é provavelmente uma das primeiras imagens modernistas que eu, quando criança, teria associado com o termo “arquitetura” - muito antes de me tornar um arquiteto.

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O inconfundível skyline de Brasília, especialmente o do Congresso Na-cional, é provavelmente uma das primeiras imagens modernistas que eu, quando criança, teria associado com o termo “arquitetura” - muito antes de me tornar um arquiteto.Mais tarde, na escola de arquite-tura, o trabalho de Oscar Niemeyer tornou-se objeto de uma curiosidade mais profissional - uma curiosidade alimentada pelo fato de que sua obra era considerada quase ‘politicamente

incorreta’, em grande parte não apenas por se afirmar modernista, mas pela franca monumentalidade. Acrescente a isso o fato de eu me defrontar, em uma loja de livros an-tigos, com uma publicação elegante e de otimismo reluzente, datada de 1950 e com o título “Brazil Builds”. Isso obviamente provocou-me um desejo intenso de ir ao Brasil e à Bra-sília para ver estes edifícios em seu habitat natural. E o que eu esperava encontrar?

Um olhar sobre o modernismo brasileiro

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Página anterior: Congresso Nacional (Oscar Niemeyer). Esquerda: Escada helicoi-dal no interior do Palácio Itamaraty (Milton Ramos e Joaquim Cardoso). Direita: Catedral de Brasília (Oscar Niemeyer).

Página seguinte:Esquerda: jardim superior

do Palácio Itamaraty (Oscar Niemeyer). Direita: Casa

das Canoas (Oscar Niemeyer).

Aparentemente, a essência de cada edifício pode ser capturada por um de seus desenhos de linhas belas e singelas - um pequeno rabisco.

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A partir do meu conhecimento prévio, seria a experiência consequencial do desenho, avassalador e arrojado - a frieza chocante da mesma fachada por centenas de metros: empilhando as mesmas curvas em camadas in-contáveis ou simplesmente virando- as de cabeça para baixo até comple-tar a composição. Mas seria mesmo isso?A sutileza de Niemeyer em comuni-car conceitos só contribui para essa ideia. Aparentemente, a essência de cada edifício pode ser capturada por um de seus desenhos de linhas be-

las e singelas - um pequeno rabisco. Porque é assim que a maioria dos arquitetos reconhecerão a arquite-tura de Niemeyer. É natural perceber esta como a principal qualidade de sua obra: o desdobramento sublime de formas simples, quase infantis, e gestos enquanto símbolos maiores do que a própria vida, ou, em outras palavras: mais escultura do que construção.Felizmente, foi surpreendente e gratificante visitar os próprios edi-fícios, pois só assim se percebe o que lá acontece. As diferenças entre

Um olhar sobre o modernismo brasileiro

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eles se tornam claras, a despeito da semelhança tipológica, por exemplo, dos vários ministérios de Brasília. Os interiores seguem surpreendendo, com seus diferentes espaços, textu-ras, efeitos de iluminação, obras de arte e espaços verdes, contrastando vigorosamente com o rígido exterior. É difícil não notar o brilho destes edifícios. Mas o poder iconográfico da obra, já visto inúmeras vezes nas im-agens “clássicas”, simplesmente ocul-tou sua verdadeira diversidade espa-cial e a inusitada integração artística através das recorrentes colaborações de artistas como Marianne Peretti e Athos Bulcão.É evidente que a arquitetura brasilei-ra é muito mais do que o trabalho de Niemeyer, e mais do que alguns outros exemplos também incluídos

aqui, como obras valorosas de Vilano-va Artigas, Mendes da Rocha e Reidy, que mantêm as mesmas qualidades. E ao redor de tudo, até o ponto em que se aparenta quase onipresente nas cidades brasileiras, está a pais-agem de Burle Marx, figurando-se totalmente integrada com todas as peças de arquitetura nas quais toca.O melhor de tudo é que a magia prometida por aquelas tão sedutoras imagens não evaporou com a ex-periência real. Ainda hoje sinto um prazer culpável por ter adentrado por este cinematográfico universo para-lelo, onde escadas, rampas, varandas e terraços flutuam e fluem de forma dramática, livres de qualquer inibição no que diz respeito à gravidade, à saúde e à segurança. Ou à sujeição ao bom-senso!

Ainda hoje sinto um prazer culpável por ter adentrado por este cinematográfico uni-verso paralelo

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exterior

Suburban PeekabooArea OfficeHalandri, GréciaFotos: Cathy Cunlife

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O acesso ao edifício de uso misto na municipalidade de Halandri, a 12 Km de Atenas, era feita por um portão no muro que separava a área pública da privada. Com 9 degraus que vencem o desnível de 1,5 metros entre a calçada e o piso do pavimento térreo, a entra-da para os escritórios localizados no térreo e os apartamentos a partir do primeiro pavimento era utilizada por moradores, pessoas que trabalham nos escritórios e seus clientes.Para redefinir as áreas do edifício e criar acessos distintos aos apartamen-tos e aos escritórios, a proposta fora criar uma passarela sobre o jardim que leva diretamente da calçada ao bloco de circulação vertical da área de apartamentos, localizada no primeiro pavimento. Para os escritórios, o acesso é feito pela antiga circulação única, que agora é exclusiva para o pavimento térreo.

Suburban Peekaboo

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exterior

A separação dos usos do edifício e também do seu exterior é feita por um muro em formato de L com tábuas de Iroko dispostas em dife-rentes ângulos, permitindo a separa-ção de forma permeável, mas sem perder a privacidade.

Acima Esquerda: vista do muro pela calçada. Direita: separação do

acesso aos apartamen-to dos escritórios.

Ao lado: planta baixa da intervenção no ter-reno e localização dos

acessos.

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Vista da Rua

Vista do acesso aos apartamentos

Vista do acesso aos escritórios

Suburban Peekaboo

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urbanoInaugurado em meados de 2009, o Simcoe Wavedeck, virou um ponto turístico pela sua forma artisticamente inusitada e pela diversidade de usos nos seus espaços, entre os quais o re-laxamento, a contemplação, a brinca-deira e o passeio. Pode-se dizer que este deck ondulado está intimamente ligado com a candi-datura de Toronto aos Jogos Olímpicos de 2008. A possibilidade de sediar o maior evento esportivo mundial atraiu volumosos investimentos e a mobilizou diversos setores da sociedade. Como de praxe, a cidade fazia planos audacio-sos de revitalização urbana. Era 2001 e Pequim acabou levando os Jogos, dei-xando Toronto em segundo lugar. Mas os objetivos iniciais não ficaram em segundo plano. Toda aquela energia e os recursos obtidos impulsionaram esforços conjuntos de diferentes ins-tâncias do poder público canadense [governo federal, Província de Ontário e Prefeitura de Toronto] que criaram, no mesmo ano, a Waterfront Toronto, uma corporação destinada à transfor-mação de mais de 8.000 km2 de ter-renos abandonados em áreas de lazer, cultura, comércio e residências.Em 2006, a corporação lançou concurso para revitalizar 3,5 quilômetros de bor-das d’água da área central: cinco equi-pes foram convidadas com a finalidade D

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Passeio da Queens Quay Boulevard antes da construção do Sim-coe Wavedeck.

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Simcoe WaveDeck

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de reconectar o centro comercial à anti-ga área portuária da cidade, separados por via férrea e de carros.Composta por diversos aterros que envolviam funções portuárias, a área, a exemplo do que ocorre em muitas outras grandes cidades do mundo, ficou subutilizada com o declínio do transporte aquaviário de cargas e pelo conseqüente desinteresse industrial.O projeto foi direcionado a partir de duas necessidades principais: o alargamento

Com a forma de onda, a diferença entre o ponto mais alto e o

mais baixo é de 1,4 m.

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urbanoD

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gaçã

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Projeto vencedor do West 8 e DTAH para a revitalização de 3,5 km de bordas d’água

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Simcoe WaveDeck

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urbanoda calçada da Queens Quay Boulevard - principalmente nos trechos em que o lago Ontário ficava muito próximo à rua - e a conexão entre os aterros exis-tentes utilizando materiais e formas que dessem noção de conjunto ao projeto e que levasse em consideração as in-tervenções anteriormente promovidas pela Waterfront Toronto.O projeto vencedor, do escritório ho-landês West8 em parceria com o ca-nadense DTAH, propôs transformar a árida Queens Quay Boulevard em um arborizado passeio público de 18 met-ros de largura. Para isso, reduziria de 4 para 2 faixas de tráfego automotivo,

substituiria o canteiro central de con-creto por um gramado -mantendo as linhas de VLT que passam por ali- e ligaria os aterros através de decks e pontes sobre o lago.Obviamente inspirado pelas ondas, o Simcoe Wavedeck é parte integrante do projeto. Tem 650 m2 de área e, ao lado dos três decks já finalizados, é o mais destacado. Localizado próximo à famosa CN Tower, foi construído em apenas oito meses com 3.670 tábuas de ipê para o piso e lâminas coladas de cedro amarelo para dar a forma curva aos degraus. (O processo de montagem pode ser acompanhado aqui).

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Simcoe WaveDeck

Texto: GVImagens: cortesia de West 8 e Waterfront Toronto

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projetos

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73 m2

Comandado pelo designer francês Gwenael Nicolas, o versátil estúdio japonês Curiosity segue a tradição oriental de buscar uma associação estreita com o meio natural e revela muita sensibilidade no projeto C-2 [Curiosity Two], construído em 2006. Por fora e por dentro percebe-se que uma questão relevante é recriar a paisagem diminuindo o limite físico entre a construção e seus arredores.Pousada sobre um terreno em de-clive em uma área florestal, a C-2 é uma relíquia contemporânea escon-dida nas florestas da província de Yamanashi, oeste de Tóquio.

C-2CuriosityYamanashi, JapãoFotos: Gwenael Nicolas

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73 m2

O contexto de comunhão entre homem e meio-ambiente é notado desde o caminho de seixos brancos que leva à construção. O caminho é cruzado por um deck, que logo vira passarela. Uma parede se solta do corpo da edificação e origina o espaço onde a passarela se posiciona e conduz ao interior. Não sem antes revelar, ao fundo do corredor, a varanda e sua respectiva paisagem.Não se empreende negação ou con-trole sobre a natureza: o terreno tem poucos vestígios de nivelamento e a veemente angulação do telhado é ditada pelo poder das fortes nevascas que atingem a região. É alheio, porém,

a mimetismo. Os materiais e as for-mas empregados nas fachadas deste monobloco evidenciam a intenção de modificar o espaço, conferir nova iden-tidade. Soma-se a este propósito o uso do preto-e-branco. A pequena casa, por dentro, é ampla. No pavimento de entrada, a inclinação do teto e paredes é aparente. Além da varanda, faz-se presente a sala, que incorpora uma cozinha rebaixada em três degraus. E é dali que parte a es-cada descendente pela qual é feito o acesso aos quartos e banheiro. O pé direito da sala é alto, são 6 metros en-tre o piso e o cume luminoso.

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C-2

Com 6 metros de pé direito, o encontro

entre teto e parede é feito com vidro, per-mitindo a entrada de

iluminação natural.

A vista da floresta pode ser observada dos

quartos, banheiro e área social.

Página anterior: entrada da residência feita por caminho em seixos brancos e deck de madeira.Abaixo: corredor de acesso à residência e à varanda.

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O jogo entre luz natural e artificial se destaca de forma bastante interes-sante, não se vê luminárias. Enquan-to a luz de fora entra e se modifica gradualmente conforme o dia, a luz interna omite suas fontes. A vista da floresta também penetra facilmente o interior da casa, potencializada pelas portas e janelas piso-teto. Os elementos naturais, luz e paisagem,

são sutilmente arrebatados e incor-porados como elementos físicos que concedem vitalidade à obra. A C-2 resguarda o homem da nature-za -e suas intempéries- mas também a conduz para seu interior. Instala-se sobre o seu solo, mas preserva seu relevo acidentado. Enfim, uma inter-mediação recíproca.

73 m2

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C-2

Término da construção: 2006Área: 73 m2

Área do terreno: 469 m2

Orçamento: U$ 200.000,00

Projeto arquitetônico: Gwenael Nicolas, NiitsugumiEstrutura: Niitsugumi Design de Interiores: Gwenael Nicolas

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Segundo Pavimento

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Refúgio São ChicoStudio ParaleloSão Francisco de Paula,BrasilFotos: Eduardo Aigner

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82 m2

Construído para ser um refúgio de fi-nais de semana, o Refúgio São Chico repousa sobre um terreno de 1610 m² em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul. O município, com alti-tude de 945 m do nível do mar, possui temperatura média anual de 14,4oC e ocorrência anual de neve. Faz-se es-sencial o isolamento térmico. Outro detalhe importante que nor-teou a concepção do projeto é a umidade decorrente do bioma local, a mata atlântica.Elevada do solo por blocos de concre-to estrutural, a construção fica modu-lada protegida da umidade do solo e não há necessidade de movimenta-ção de terra. Os perfis metálicos para a estrutura da residência aliados com um sanduíche de placas de gesso acartonado, lã de rocha, painéis de OSB e membrana permeável fazem o isolamento térmico, acústico e da umidade.A casa tem dois blocos intercepta-dos. O bloco principal, revestido com telha ondulada metálica, abriga as duas suítes em lados opostos e se distingue da área social, contida no bloco, que se destaca do perímetro do principal -revestido com madeira- e revela o interior das salas de estar, jantar e cozinha através da grande janela em fita.

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82 m2

Planta Baixa

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Refúgio São Chico

Projeto: 2006Construção: 2007Área: 82 m2

Arquitetos: Studio Paralelo – Arq. Luciano AndradesCálculo fundações e laje: Multiprojetos – Eng. Norberto e Eng. Camila BedinCálculo Steel Frame: Formac Brasil – Arq. Mônica MontanéInstalações sanitárias: JC Hidro - Eng. Julio Cesar TroleisInstalações elétricas: Eficientysul - Eng. Marcelo AlvesExecução fundações e laje: PP Con-struções e ReformasExecução: Sull Frame Engenharia – Eng.Luciano Zardo

Outro aspecto interessante do refúgio é o deck de madeira que quase en-costa nas árvores e tem as funções de acesso aos blocos, hall de distri-buição para os cômodos e varanda para contemplação da peculiar paisa-gem gélida do sul do Brasil.

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82 m2

Fachada Leste

Fachada Norte

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Refúgio São Chico

Corte Transversal

Corte Longitudinal

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Casa em São Paulo

Casa em São Paulo

Sem traços de exibicionismo formal e pautada pela diligência, clareza e precisão, características conhe-cidas da obra do arquiteto Affonso Risi, esta casa representa uma ar-quitetura que não privilegia uma só variável, sendo consequência do exercício da articulação justa dos mais diversos componentes gera-dores. Fazendo parecer, tamanha singeleza, espontânea.Localizada na cidade de São Paulo, fica em um terreno em aclive, ex-

tenso longitudinalmente [50 m de extensão] e com pouca largura [9,5 metros, em média]. A opção de en-costar a implantação em uma das laterais libera a passagem para o acesso ao amplo jardim nos fundos do lote.É uma composição clara: dois blo-cos, de cores distintas, separados e interligados por uma escada em meio a um vão central. O bloco fron-tal, branco, é constituído de: abrigo de carros e dependências de ser-

Affonso RisiSão Paulo, BrasilFotos: Paulo Risi

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281 m2

viços no térreo e espaços de uso co-mum [estar com lareira, jantar, co-zinha, varanda] no andar superior. O bloco vermelho tem um estúdio no térreo e toda a parte íntima no piso acima, como suíte, demais quartos, sala íntima e escritório. Entre os dois, o vão com a escada aberta, sem revestimento e em balanço. É o elemento central do projeto, se estende até o solário na cobertura e é refletida pelo espelho d’água com carpas no térreo.

Já no piso superior, a escada chega a uma galeria por onde são acessadas as funções íntimas e a sala, em la-dos opostos. Há a evidente intenção de se promover espaços internos contínuos, a exemplo da integra-ção entre cozinha-sala e escritório-sala íntima. O fato de não haver aberturas na cozinha, devido à sua posição no limite lateral do lote, é compensado de forma engenhosa, tanto pela fluidez dos ambientes [grandes janelas na sala de jantar

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281 m2

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Casa em São Paulo

e estar, inclusive para o vão da cir-culação vertical] quanto por abertu-ras zenitais. A área de serviços, na mesma face da edificação, também recebe tratamento especial: abre-se para uma espécie de pátio interno, descoberto, e com parede curva de tijolos de vidro fronteiriça da área íntima, que se beneficia com mais luz e sensação de amplitude.O zelo com o projeto, examinado a fundo, avigora o resultado. Isso é percebido em toda a complexidade do desenho: na cobertura do so-lário, na paginação dos forros, no paisagismo, na lareira e na esbeltez da escada. Somente as carpas pa-recem escapar ao rigor do processo projetual, com vasto detalhamento.

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281 m2

Implantação

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Casa em São Paulo

Planta Baixa Segundo Pavimento

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281 m2

Corte CC

Corte DD

Corte FF Corte GG Corte HH

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Casa em São Paulo

Construção: 2005 - 2008Área: 281 m2

Arquiteto: Affonso RisiArquitetos Colaboradores: Willian T. S. Miyagui e Frederico E.SabellaEstagiário: Lucas Bittar FAUMackEstrutura: HGA - Eng. José Luiz Botta de AssisLuminotecnia: Espaço Luz - Arq. Rosane HaronPaisagismo: Julia Risi e Marina ToscanoObra: Eng. Lineu Botta de AssisMestre de Obras: José Antônio da Silva

Fachada Nordeste

Fachada Sudoeste

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300 m2

A “House for Art Collectors”, do es-critório australiano MCK — Marsh Cashman Koolloos Architects, é uma residência para um casal apaixonado por arte e livros. As exigências para esta residência na área urbana de Sydney eram simples: um lugar para morar e traba-lhar, para expor sua coleção de arte, para armazenar sua biblioteca, um espaço vazio central e uma linguagem moderna.O partido arquitetônico partiu da consideração às dimensões do ter-reno, à inclinação e ao fato das duas faces menores do lote encontrarem o espaço público. As dimensões im-puseram um projeto linear. O terreno

desce 3,5 metros de uma extremi-dade à outra do terreno, o que pos-sibilitou a entrada de carros de um lado e a de pedestres no outro, em patamares distintos.A casa é disposta em três níveis. O andar inferior é destinado à gara-gem e a um grande depósito. No pavimento intermediário estão áreas comuns, a entrada, o estar, os dois estúdios e o pátio interno com pisci-na. Acima estão a suíte e o quarto de hóspedes. Os estúdios ficam nas extremidades opostas: um é externo à casa principal e o outro, próximo à entrada, abrigado pela parede de livros.

House for Art CollectorsMCK Architects

Subúrbio de Sydney, AustráliaFotos: Willem Rethmeier

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300 m2

A impossibilidade, devido ao sítio, de orientar para o norte os espaços de maior utilização, é compensada com algumas estratégias ambi-entais: iluminação zenital sobre o centro da edificação principal, ilu-minando os dois níveis; grandes aberturas nas fachadas leste e oeste, que permitem ventilação cruzada e, por fim, persianas mo-torizadas que controlam a entrada direta de sol de manhã e à tarde. A casa tem piso aquecido para as áreas de estar e banheiro principal. Não há ar condicionado.A arquitetura é resultado da análise e articulação do programa com o sítio tendo como referência a re-interpretação de uma “terraced house*”, devido aos dispositivos legais e às características de ocu-pação da quadra em que se encon-tra, nos quais é permitido –e quase um imperativo- não haver recuos laterais.Reinterpretar a tipologia “terraced house”, na conjuntura em questão, significa deixá-la mais aberta, fluida e dinâmica espacialmente. Incluindo-se a isso o uso de cores neutras e diversidade de materiais, tratando o interior como um per-curso sensorial, para os moradores e visitantes.

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300 m2

Fachada Frontal do Terreno Fachada Posterior do TerrenoFachada Posterior do Bloco

Projeto: 1998Construção: 2001Área: 300 m2

Arquitetos: Rowena Marsh; Mark Cashman; Steve Koolloos; Kent Elliott; Francis Falzon Construtor: Berg Bros P/LEstrutura: Birzulis & Associates Engenheiro Hidráulico: John Amey & Associates Paisagismo: Barbara Schaffer Design e Liz Callaghan Design

Página Anterior: o bloco que se destaca interna e externamente abriga o banheiro da suíte e o closet.

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House for Art Collectors

O desnível de 3,5 m permitiu que a gara-gem ficasse no nível

da rua dos fundos, criando entradas

independentes para automóveis e pedes-

tres na residência.

Cada pavimento da residência tem uma função: o primeiro abriga a garagem e depósito, o segundo a área social e os es-túdios de trabalho e o terceiro, área íntima.

Planta Baixa Terceiro Pavimento

Planta Baixa Segundo Pavimento

Corte Longitudinal

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É bastante curioso saber que a “House for Art Collectors” está sobre uma área que já abrigou, no pas-sado, uma galeria de arte. É como se o genius loci tivesse preestabelecido um programa e atraído os atuais mo-radores para materializar novamente suas vontades. E o MCK surgisse apenas para reafirmar essa vocação artística essencial.

*Terraced house: tipologia em fita de residências

contíguas, alinhadas e idên-ticas, introduzida como vilas

operárias e com grande expressão no período

vitoriano. Procurada hoje em dia em várias partes

do mundo, inclusive nas ci-dades grandes da Austrália,

por estar perto das áreas centrais e a preços mais

acessíveis]

House for Art Collectors

A ausência de janelas por não haver recuos laterais fez com que os arquitetos criassem grandes abertu-ras no teto para entrada de iluminação natural.

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Openhouse

A residência fica em uma proprie-dade de acentuada inclinação de Los Angeles, EUA. O terreno desafiador, na região de Hollywood Hills, levou os arquitetos do Xten à busca de uma solução com linguagem atual, de integração à paisagem, adequa-ção climática e que potencializasse a vista panorâmica da cidade. Os grandes e deslizantes painéis de vi-dro serviram bem a estes propósitos.

OpenhouseXTEN Architecture

Los Angeles, EUAFotos: Art Gray Photography

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418 m2

Há dois pavimentos principais nos quais são distribuídos os ambientes. Quase não há compartimentação in-terna: estar, jantar, cozinha, lareira, escada e terraço habitam um mesmo espaço contínuo, no pavimento infe-rior. Exceções, só mesmo o lavabo e uma suíte. No andar de cima, há outra suíte, maior e com closet, ter-raço e jardim diretamente ligados ao banheiro da suíte, aproveitando-se do desnível do terreno, graças a um muro de contenção externo. A lareira de peças de granito empilhadas é um elemento visual central que estrutura verticalmente a edificação, a partir do piso da sala até o andar superior.

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418 m2

A fachada que segue os contornos da encosta -sudoeste- é regida por uma só tira, representada pela es-pessa laje entre pavimentos e pela de cobertura. Dobra-se verticalmente na lateral da edificação e oculta-se transversalmente de forma ponti-aguda, no momento em que separa a suíte do grande terraço superior. Mas, a despeito dessa caracter-ística, quem protagoniza não só na fachada, mas no conjunto geral, são os painéis de vidro. Ao todo são 44 painéis de esquadrias pretas que deslizam sobre trilhos e abrem ou fecham a casa para o exterior. São o invólucro elementar da casa e, a depender de onde estão dispostos, ocultam-se completamente de di-versas maneiras: em cantos, entre paredes duplas, em cômodos ocultos ou simplesmente deslizam para além do perímetro do edifício. Acompan-hados por beirais que os protegem da entrada direta dos raios solares principalmente no verão, os painéis -fechados ou abertos- revigoram a já vigorosa vista cinematográfica, com os edifícios mais altos concentrados no skyline. Cabe aqui citar que a casa é palco do filme Spread, de 2009, es-trelado pelos atores Ashton Kutcher, Anne Heche e Margarita Levieva.

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Openhouse

A continuidade do piso de cascalhos de quartzo, que se espalha de den-tro para fora, e a ligação direta com jardins denotam uma sensível preocu-pação na integração com o contexto. Tanto quanto a fluidez dos espaços internos e as inúmeras possibilidades de aberturas em lados opostos, que de forma eficiente, capturam os ventos predominantes para ventilar e resfriar a casa através de ventilação cruzada. Um vestíbulo no ponto mais baixo da casa pode ser aberto em conjunto

com painéis de vidro no segundo an-dar para criar ventilação vertical, como uma chaminé térmica para distribuir ar fresco e expulsar o ar quente. O paisa-gismo do entorno é composto de es-pécies nativas com uso de xeriscaping [ou xerogardening], uma tecnologia utilizada usualmente por paisagistas no oeste dos Estados Unidos para reduzir a quantidade de água e facilitar a ma-nutenção. Há também o uso de grama artificial no piso do jardim que abriga uma sala de refeições ao ar livre.

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418 m2

Corte Longitudinal

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Openhouse

Construção: 2007Área: 418 m2

Arquitetos: Monika Haefelfinger & Austin Kelly, AIA, LEED APConstrutor: Peddicord ConstructionPrêmios: 2007 AIA/LA Design Award, 2007 Miami+Beach, Bienal Architecture Award, 2009 Chicago Atheneaum/ European, Centre for Art & Architecture AwardCorte Transversal

Planta Baixa Segundo Pavimento

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contemporaneu #01 | 97

dupli.casa

A geometria da construção é basea-da na pegada deixada no terreno pela antiga construção, uma casa de 1984 que sofreu inúmeras amplia-ções e modificações. A dupli.casa, do premiado J. Mayer H. Architects, é concebida pela duplicação e rotação do contorno da edificação anterior, ecoando o que seria um registro ar-queológico. Fica em Marbach [próxi-ma a Stuttgart], ao sul da Alemanha e tem uma bela vista para o centro antigo da cidade.É como se uma massa flexível -como um chiclete mastigado- fosse, simul-taneamente, puxada para cima e torcida, na tentativa de se dividir em duas, mas não o fazendo por com-pleto. A ação produz um pavimento intermediário, cujas paredes oblíquas seriam como fibras que mantem as partes unidas. Este mesmo pavimen-to apresenta, portanto, maior propor-ção de vazios [incrementada ainda por um átrio central com iluminação zenital] em relação a cheios do que os outros pavimentos, mais encorpa-dos. As aberturas ali estão mais para varanda e menos para janelas.O desejo de forma se traduz na configuração espacial sofisticada da casa, livre de arestas e detalhes, lisa, promovendo um aprimorado es-corrimento da epiderme da fachada

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569 m2

pelo chão externo, que ladeia a cons-trução. E neste mesmo piso transbor-dado rumo ao gramado vê-se uma continuidade das aberturas do térreo [espelhada também nas janelas do último pavimento], como um capa-cho pintado ou, ainda, uma curiosa sombra desses vazios, também es-parramadas.Algumas características conferem à obra um design peculiar e exclusivo: ausência de quinas, formato irregu-lar dos cômodos, forte comunicação emotiva, minuciosa atenção à distri-

buição e configuração dos ambientes e desníveis, diferentes vistas de cada abertura e liberdade de expressão individual que conduz à unidade plástica contorcida, surpreendente, de valor escultórico. Tem um aspecto futurístico, mas não é futurista; está mais para uma espécie de expres-sionismo -a ser considerado mais como um estado de espírito que um movimento- contemporâneo, apro-ximando-se de certas obras de Hans Scharoun, Eric Mendelsohn, Eero Saarinen, Gaudí.

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A casa de silhueta sinuosa apresenta diversas conexões antitéticas. É no-vidade sobre um “sítio arqueológico oitentista”; é o novo que avista a cidade velha; é a casa com duas piscinas na pequena cidade de menos de 15 mil habitantes; é o preto e o branco, que por si só formam uma antítese; é o monocromatismo em contraste com o verde ao lado e o azul acima. Dos tempos atuais -nos quais imperam indefinição, maior complexidade, constante movimen-tação e desprendimento formal sem precedentes- é síntese, ao passo que cumpre a tríade vitruviana de boa ar-quitetura: solidez técnica [firmitas], utilidade social proveitosa [utilitas] e beleza estética [ venustas].

Projeto: 2005 - 2007Construção: 2008Área: 569 m2

Arquitetos: Juergen Mayer H., Georg Schmidthals, Thorsten Blatter, Simon Takasaki, Andre Santer, Sebastian FinckhEstrutura: Dieter Kubasch, Ditzingen und IB Rainer Klein, Sachsenheim Engenharia de Serviço: IB Hans Wagner, Filderstadt Conforto Ambiental: IB Dr. Schaecke und Bayer, Waiblingen-Hegnach

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569 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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dupli.casa

Planta Baixa Segundo Pavimento

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569 m2

Planta Baixa Terceiro Pavimento

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dupli.casa

Corte Longitudinal

Implantação

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960 m2

O diálogo entre antigo e novo é o tema da ampliação da Laugalaekjar-skóli, uma escola pública de ensino secundário em Reykjavík, capital da Islândia. O projeto é do Studio Granda, fruto da parceira de 23 anos entre a islandesa Margrét Hardadót-tir e o britânico Steve Christer, cuja obra habitualmente utiliza-se dos princípios e elementos de um re-gionalismo crítico escandinavo, com materiais tradicionais e respeito à identidade local.

O objetivo programático é ligar os dois blocos idênticos, de três andares, construídos na década de 1960 [e re-formados entre 2002 e 2004], através de uma estrutura que possa abrigar novas funções escolares. Para di-minuir o impacto visual da nova edifi-cação, a ligação entre os blocos anti-gos é feita pelo térreo e a área livre, antes da ocupação, é transferida para a cobertura, mais baixa do que os prédios existentes, onde há circula-ção aberta e telhado verde.

Ampliação da Escola Secundária Laugalaekjar

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Studio GrandaReykjavík, Islândia

Fotos: Sigurgeir Sigurjónsson e Mats Wibe Lund

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Ampliação da Escola Secundária Laugalaekjar

Ampliação da Escola Secundária Laugalaekjar

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Planta Baixa Primeiro Pavimento

1 - Auditório2 - Biblioteca3 - Corredor4 - Administração5 - Bloco Existente

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960 m2

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Planta Baixa Segundo Pavimento

1 - Auditório2 - Acesso aos Blocos Existentes3 - Bloco Existente

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Projeto: 2001 - 2003Construção: 2003 - 2004Área: 960 m2

Cliente: Cidade de Reykjavík Arquiteto: Studio Granda Estrutura: VSO Engenharia de Serviço: VGK Engenheiro Eletricista: VJÍ Contratante: FramkvaemdConsultor de acústica: Ólafur Hjalmarsson

Ampliação da Escola Secundária Laugalaekjar

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960 m2Si

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Uma série de clarabóias e aberturas iluminam e expandem as áreas inter-nas e propiciam o reconhecimento das atividades nas circulações supe-riores e do exterior. Com alguns re-cortes no volume, o zinco predomi-nando nas fachadas e a preservação das entradas originais, o novo bloco é sensível ao espírito do entorno e promove uma integração discreta, atual e bem sucedida com a paisa-gem construída.

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Ampliação da Escola Secundária Laugalaekjar

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Jardim de Infância Medo Brundonjiric + arhitekti d.o.o.Zagreb, CroáciaFotos: Domagoj Blazevic

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2300 m2

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Jardim de Infância Medo Brundo

Este jardim de infância no subúrbio da capital croata foi inicialmente concebido como um edifício-esteira [Ou mat building, conceito introdu-zido nos anos 70 por Alison Smith-son, que propõe uma trama hori-zontal de elementos interligados dentro de uma ordem geométrica legível. É usado também o termo edifício-tapete] situado em um ter-reno com pequena área edificável e intensamente sombreado por um edifício vizinho de nove andares, ao

sul. A esteira, marcada por um jogo de cheios e vazios, é empurrada e dobrada em direção ao sol, trans-formando os jardins em terraços e o corredor em escada.As fachadas são contínuas e fecha-das, exceto no lado oeste, quando há recortes e transparências, pro-movendo interação do interior com a rua, um importante local de passa-gem da vizinhança. É uma homena-gem dos arquitetos ao artista norte-americano Dan Graham, da obra

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2300 m2

“An Alteration of the Suburban House“, de 1978, na qual reflete sobre a casa suburbana enquanto palco da representação pública da vida doméstica convencional, o sonho da classe média americana.Descrito como um projeto compac-to, introvertido, autodinamizador e com os limites claramente defini-dos, oferece uma variedade de espaços ao ar livre - pátios cober-tos para o inverno, terraços e um jardim no terraço superior. Os vazi-os são parte inerente do projeto. Há também um grande parque na parte de trás do prédio.O interior é caracterizado pela transparência intensiva e pela com-pleta interligação entre os locais das crianças e dos funcionários, jus-tificando-se pelo caráter didático. A criança vê uma mulher escrevendo em um computador, um funcionário contando o dinheiro, outros costu-rando roupas ou cozinhando. Ela também convive com a entrada de novos produtos, o controle do aquecimento e a reparação do mo-biliário. Essa interação com o tra-balho dos profissionais ao seu re-dor simula uma situação cotidiana na cidade: a criança tem ali uma introdução à vida real.

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Jardim de Infância Medo Brundo

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2300 m2

Projeto: 2005Construção: 2006 - 2008Área: 2300 m2

Cliente: Cidade de Zagreb Arquitetos: Hrvoje Njiric, Davor Busnja Estrutura: G&F - Eugen Gajsak Engenharia de Serviço: SM Inzenjering, HIT Projekt, ELAG Contratante: Jelacic d.o.o.

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Jardim de Infância Medo Brundo

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Terceiro Pavimento

Terraço

Primeiro Pavimento

Segundo Pavimento

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Jardim de Infância Medo Brundo

Corte Longitudinal

Cortes Transversais

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OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti Maribor, Eslovênia

Fotos: Tomaz Gregoric

Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

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3400 m2

Escolhida como Capital Europeia da Cultura para o ano de 2012 [ao lado da portuguesa Guimarães], Maribor é a segunda maior cidade eslovena e conta com um considerável leque de opções turísticas: conhecer a mais antiga videira do mundo, pas-sear de jangada pelo rio Drava e visitar seu rico patrimônio histórico e arquitetônico, no qual figuram um castelo do século 15 e uma catedral “românico-gótica”. Mas o que ainda não consta dos guias turísticos é a produção arquitetônica recente da cidade, a exemplo do Stadion Ljudski Vrt, que mesmo não se tratando de uma moradia, é a casa da equipe de maior êxito do futebol esloveno, o NK Maribor.Localizado no centro da cidade, de aproximadamente 150 mil habitan-tes, o estádio era até o ano de 2006 apenas um campo poliesportivo com apenas uma arquibancada lateral protegida por uma imponente abó-boda de concreto dos anos 60. Em 1998 foi realizado um concurso para sua ampliação, do qual saíram vito-riosos os escritórios OFIS Arhitekti e Multiplan Arhitekti. O programa instituía a transformação do cam-po em um estádio de futebol para 12.500 espectadores, com novas arquibancadas cobertas, camarotes,

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Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

instalações para a imprensa e áreas de uso público. O início das obras começou apenas oito anos depois do resultado do concurso e, em 2008, o estádio foi concluído sob a super-visão do OFIS.O projeto é orientado pela criação de um grande platô, acima do nível da rua, que abraça o campo pelas laterais desprovidas inicialmente de arquibancada. Este platô abriga vestiários, salas de ginástica, piscina,

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3400 m2

funções administrativas, escritórios e lojas, além de embasar visualmente a nova arquibancada -incluindo sani-tários e serviços de alimentação- e organizar o fluxo de entrada e saída dos torcedores.O novo anel de arquibancadas, inte-gralmente coberto por acrílico fosco sobre estrutura metálica, é ondu-lado, sendo que seus pontos mais altos e mais baixos foram definidos pelos arquitetos de acordo com a adequada visualização do campo pelo usuário. Essa preocupação tam-

bém é expressa pelo fato das “on-das” serem mais altas quanto mais próximas do centro do campo, onde são ofertadas as melhores vistas para o gramado. Prioriza-se, assim, a maioria do público. O corredor na extremidade externa do anel de ar-quibancadas [atrás dos assentos] é em parte dividido por uma pele de vidro, separando camarotes e setor de imprensa da torcida.Se futebol e arquitetura se relacio-nam muito bem com arte, a cidade enfim dispõe de um estádio à altura

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Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

de uma capital cultural. A extensão do Ljudski Vrt é colocada de for-ma oportuna e harmônica ao pré- -existente, mesmo distinguindo-se na proporção, nos materiais, no pa-drão das cores dos assentos e até mesmo na opção em não se fundi-rem fisicamente num só corpo. O resultado é uma bem organizada re-união de funções sendo receptivo ao público e uma linguagem bastante própria dos tempos atuais. Isso tudo em uma forma inusitada que en-riquece esse tipo de edificação, cujo programa é tradicionalmente com-plexo e rigoroso, em razão da es-pecificidade primordial de ser palco de um jogo de futebol, com todas as suas implicações.

Concurso: 1998Construção: 2006 - 2008Área: 3400 m2

Arquitetos Competição: Rok Oman, Spela Videcnik, Ales Znidarsic, Katja Zlajpah, Bernard Podboj.Arquitetos Fase Preliminar: Rok Oman, Spela Videcnik, Ales Znidarsic, Neza Oman.Arquitetos Construção: Rok Oman, Spela Videcnik, Andrej Gregoric, Nicole Khor, Martina Lipicer, Aitor Casero, Javi Carrera.

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3400 m2

Implantação

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Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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3400 m2

Planta Baixa Segundo Pavimento

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Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

Planta Baixa Terceiro Pavimento

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3400 m2

Fachada Norte

Fachada Oeste

Corte Longitudinal

Corte Transversal

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Ampliação do Estádio Ljudski Vrt

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projetos de estudantes

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projetos de estudantes

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projetos de estudantes

Nome: Alberto S. Portugalemail: [email protected]: www.betoportugal.comCidade: Curitiba - PR

Disciplina: Ateliê de Projeto I, Representação Digital I e Represen-tação GráficaPeríodo: 2o (1o ano)Instituição de ensino: Universi-dade Positivo

Pavilhão Copa 2014

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Alberto S. Portugal

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projetos de estudantes

Vista Frontal

WC Masc

WC Fem WC PNE

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Vista Posterior

Acesso

Informações

Alberto S. Portugal

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projetos de estudantes

Nome: Breno Viana de Mendonçaemail: [email protected]: PortfólioCidade: São Paulo - SP

Disciplina: Projeto de arquitetura e interioresPeríodo: 6o (3o ano)Instituição de ensino: Unicentro Belas Artes de São Paulo

Agência de Publicidade

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Breno Viana de Mendonça

Vista R. Estados Unidos

Vista Av. 9 de Julho

Corte BB

Corte AA

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projetos de estudantes

Av. 9 de Julho

Rua

Esta

dos

Uni

dos

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Av. 9 de Julho

Rua

Esta

dos

Uni

dos

Planta Baixa Segundo Pavimento

Breno Viana de Mendonça

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projeto de concurso

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projeto de concurso

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concurso

Biblioteca Nacional da República Tcheca

O concurso internacional para a o novo prédio da Biblioteca Nacional da República Tcheca tinha como objetivo escolher o projeto que apre-sentasse a melhor proposta no que diz respeito a aspectos urbanos, arquitetônicos, técnicos e operacio-nais da biblioteca.A proposta do escritório dinamar-quês ADEPT Architects foi a de criar um edifício que ocupasse as bordas

do terreno. Para não perder a ligação existente entre a estação de metrô e o parque, as paredes localizadas a noroeste e a sudeste seriam levan-tadas para permitir a circulação e conectar a rua com o átrio central.As partes mais altas da biblioteca seriam espaços públicos para ob-servação panorâmica da cidade, en-quanto o restante seria destinado a estudo, acervo, exibições e eventos.

ADEPT ArchitectsPraga, República Tcheca

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Biblioteca Nacional da República Tcheca

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