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CONTEMPORÂNEA: COLEÇÃO DULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ

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CONTEMPORÂNEA:

COLEÇÃO DULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Shirlene Vila Arruda - Bibliotecária)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Contemporânea: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz / Instituto Arte na Escola ; autoria de Silvia Sell Duarte Pillotto ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2010.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 145)

Foco: CT-B-15/2010 Conexões TransdisciplinaresContém: 1 DVD ; Biografias; Glossário ; BibliografiaISBN 978-85-7762-050-0

1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte contemporânea - Brasil 3. Coleção de arte I. Pillotto, Silvia Sell Duarte II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

CONTEMPORÂNEA: COLEÇÃO DULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Silvia Sell Duarte Pillotto

Revisão de textos: Nelson Luis Barbosa

Padronização bibliográfica: Shirlene Vila Arruda

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Cesar Millan de Brito

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLAOrganização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVDCONTEMPORÂNEA: COLEÇÃO DULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ

Ficha técnicaGênero: Documentário.

Palavras-chave: Gravura; escultura; desenho; objeto; pintura; coleção; museu; arte contemporânea; bienais; cultura brasileira; ruptura de suporte; mercado de arte.

Foco: Conexões Transdisciplinares

Tema: A arte contemporânea brasileira revelada a partir de coleções particulares.

Personalidades abordadas: Adriana Varejão, Carmela Gross, Ferreira Gullar, José Resende, Miguel Rio Branco, Regina Sil-veira, Tunga, Waltercio Caldas, entre outros.

Indicação: A partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

Nº da categoria: CT-B-15

Direção: Zelito Viana.

Realização/Produção: Mapa Filmes, Rio de Janeiro.

Ano de produção: 2003.

Duração: 22’

Coleção/Série: Arte para todos.

SinopseO documentário apresenta colecionadores, críticos de arte, psicanalistas e artistas abordando a arte contemporânea. Fer-reira Gullar fala de duas vertentes na produção atual: a pintura e a escultura, linguagens tradicionais; e a arte que abandona o suporte, inicialmente conhecida como arte conceitual, mas que possui várias ramificações. Nesse contexto, o coleciona-dor tem um papel importante no mercado de arte, e a coleção Figueiredo Ferraz estabelece um perfil expressivo de questões pertinentes à contemporaneidade.

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Trama inventivaPonto de contato, conexão, enlaçado em Os olhos da Arte com um outro território provocando novas zonas de contágio e reflexão. Abertura para atravessar e ultrapassar saberes: olhar transdisciplinar. A arte se põe a dialogar, a fazer contato, a contaminar temáticas, fatos e conteúdos. Nessa intersecção, arte e outros saberes se alimentam mutuamente, ora se com-plementando, ora se tensionando, ora acrescentando, uns aos outros, novas significações. A arte, ao abordar e abraçar, com imagens visionárias, questões tão diversas como a ecologia, a política, a ciência, a tecnologia, a geometria, a mídia, o incons-ciente coletivo, a sexualidade, as relações sociais, a ética, entre tantas outras, permite que na cartografia proposta se desloque o documentário para o território das Conexões Transdisciplinares. Que sejam estas então: livres, inúmeras e arriscadas.

O passeio da câmeraO documentário traz comentários dos poetas e teóricos Ferreira Gullar e Affonso Romano de Sant’Anna; dos artistas Waltercio Caldas, Tunga, José Resende, Miguel Rio Branco; dos psicanalistas Luiz Alberto Py e Chain Samuel Katz; além do professor de História da arte, Paulo Sérgio Duarte; do crítico de arte, Paulo Venâncio Filho; da presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Milú Villela; do cineasta Mário Carneiro e do empresário/colecionador, João Carlos de Figueiredo Ferraz.

Articulam-se depoimentos, imagens de obras de arte contempo-rânea e coleções ao som da música de Egberto Gismonti, Arnaldo Antunes, Raul Seixas, Ana Carolina, Adriana Calcanhoto, entre outros, acompanhando o ritmo das cores, formas e espaços das obras apresentadas.

O documentário apresenta algumas questões, problematizando a arte do nosso tempo, apontando diferentes modos de leitura e diferentes pontos de vista sobre a arte contemporânea.

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Os olhos da Arte Eu não gosto do bom gosto

Eu não gosto do bom senso

Eu não gosto dos bons modos

Não gosto.

[...]

Eu aguento até os modernos

E seus segundos cadernos

Eu aguento até os caretas

E suas verdades perfeitas

[...]

Eu aguento até os estetas

Eu não julgo competência

Eu não ligo pra etiqueta

[...]

(Adriana Calcanhoto, Senhas)

Arte contemporânea. Como se faz essa linguagem? Quais for-mas ela pode ter? Com quais materiais a arte contemporânea se apresenta a nós? O artista contemporâneo precisa do museu ou o museu precisa do artista? Qual a qualidade da experiência estética que as obras contemporâneas produzem no espectador? Causam estranhamento em quem as vê? Por quê?

O documentário oferece uma reflexão sobre essas questões dando voz a artistas, críticos de arte, colecionadores e, espe-cialmente, mostrando imagens de obras que vão tecendo uma narrativa visual no percurso do documentário. Nessa narrativa, podemos ver, por ordem de entrada no documentário, obras dos artistas: Frida Baranek, Iberê Camargo, Jorge Guinle, Ma-riannita Luzzati, Eduardo Sued, Tunga, Cildo Meireles, Antonio Dias, Nuno Ramos, Artur Lescher, Amilcar de Castro, Rodrigo Andrade, Iole de Freitas, Adriana Varejão, Sérgio Romagnolo, José Damasceno, Edgard de Souza, Daniel Senise, Waltercio Caldas, Miguel Rio Branco, Leonilson, Carlos Fajardo, Dudi Maia Rosa, Marcos Coelho Benjamim, Elizabeth Jobim, Regina Silveira, Dora Longo Bahia, Paulo Monteiro, Maria Carmen Perlingeiro, Marcia Pastore, Jeanete Musatti, Ivens Machado, José Roberto Aguilar, Alfredo Jaar, José

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Adriana Varejão – Azulejaria de rodapé sobre pratos, 2000óleo sobre tela e pratos de porcelana, 262 x 186 cm

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Resende, Laura Vinci, Ana Maria Tavares, Iran do Espírito Santo, Carmela Gross, Fábio Miguez, Vik Muniz, Karin Lam-brecht, Paulo Monteiro, Geraldo de Barros, Antoni Muntadas e Hildebrando de Castro.

Listar o nome desses artistas nos provoca a perguntar em que suas obras se diferenciam de obras de outros tempos?

Podemos dizer que as obras contemporâneas apresentam novos modos de produção, diferente do modo tradicional de fazer arte. Isso pode ser identificado, por exemplo, quando nos colocamos a olhar e pensar sobre a própria dimensão material da arte contemporânea.

Sob esse ponto de vista, podemos reolhar algumas obras mos-tradas no documentário, como a pintura de Nuno Ramos que se faz relevo pelo gesto do artista, que vai acumulando no suporte diversas matérias – vaselina, parafina, tecido, espelho, plástico, metal, resina, tinta – numa ação de excesso matérico de materiais instáveis. O mesmo excesso que Iberê Camargo, tal qual um pedreiro, faz da matéria tinta a óleo, uma massa; uma matéria pastosa e farta que é modelada com espátula e pincel na tela.

Carlos Fajardo, por sua vez, tem a destreza de trabalhar com o contraste entre materiais, por exemplo, entre o peso de uma costaneira (sobra) de mármore branco e a leveza de um tule azul a cobrir-lhe o peso.

Tunga, em sua obra True rouge, constrói quinze cruzetas duplas de madeira suspensas por cabos. De tais cruzetas, ao modo daquelas de títeres, são suspensas miríades de redes. Como células, cada rede contém um repertório preciso de elementos para tal preparados: garrafas, cálices e funis de vidro soprado desenhados em três formatos cada e que se encaixam em uma linha comum. Esponjas do mar em dimensões diversas, panos de feltro, escovas de garrafa, contas de vidro, assim como bolas de bilhar e esferas de vidro. A disposição desses elementos em cada rede é ocasional e aleatória, pois dadas as dimensões dessas, os materiais tendem a compactar-se buscando uma forma mínima.

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Vik Muniz nos surpreende quando convoca nosso olhar para as ilusões que cria com suas fotografias. São as fotografias, geralmente apresentadas ao público como séries, que registram as imagens de aparência realista produzidas com materiais inu-sitados como macarrão, fios de arame, pó, chocolate, açúcar etc. Costuma dar às séries um nome com referência ao material utilizado: Imagens de Arame, de Terra, de Chocolate, Crianças de açúcar como se vê na coleção João Carlos de Figueiredo Ferraz, mostradas rapidamente no documentário.

Em Karin Lambrecht, o sangue surge como elemento ma-térico na sua construção poética pictórica. A escolha da matéria viva: o calor do sangue, o corpo e seus resíduos, as vísceras são coletadas durante o abate de ovelha. O sangue derramado tinge peças de tecido e de papel que a artista recolhe ao final.

Na arte contemporânea, portanto, em relação a materialidade, o fazer artístico de cada artista toma novos rumos em direção oposta aos materiais considerados tradicionais. Por meio de obras da coleção de Bernardo Paz como a de João Carlos de Figueiredo Ferraz, que fazem a narrativa visual do documentá-rio, podemos ver uma visualidade que arranca de materiais inusitados o máximo de expressividade.

Ainda que as escolhas matéricas desses artistas citados e outros presentes no documentário e que não foram mencionados neste texto remetam quase que imediatamente a um sentimento de estranhamento, dramaticidade ou asco, é forte e justificável o uso dos gestos, de materiais precários, e outros elementos e objetos retirados da natureza em suas poéticas.

Assim é que o visível/invisível da obra de arte contemporânea gera complexidade, estranhamento, e demanda um olhar que pede o silenciar para observar.

O passeio dos olhos do professor Sugerimos que você anote em diário de bordo as suas impres-sões durante a projeção do documentário, pois essas poderão

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sinalizar suas ações pedagógicas e o pensar sobre alguns as-pectos importantes. Como contribuição nesse processo, segue uma pauta do olhar:

Quais questões sobre a arte contemporânea abordadas no documentário, provocam em você inquietações? Por quê?

Como você percebe o ponto de vista dos artistas e críticos com relação à arte contemporânea e suas rupturas com padrões estéticos anteriores?

No documentário, como você percebe o papel do crítico de arte no contexto contemporâneo?

Você conhece quais obras e artistas que compõem a narrativa visual do documentário?

Para você, o público tem dificuldade de leitura da arte con-temporânea? Por quê?

No contexto da sala de aula, como você tem abordado a arte contemporânea?

Como você pretende fazer a exibição do documentário? O que pode provocar estranhamento em seus alunos?

Sugerimos que você, após essas reflexões, retome as suas anotações. Elas ajudam você a selecionar o foco do seu trabalho pedagógico?

Percursos com desafios estéticos

O passeio dos olhos dos alunos Algumas possibilidades:

Antes da exibição do documentário, peça aos alunos que busquem em casa, na escola e na comunidade, objetos que achem interessantes e possam despertar reflexões. Os alunos poderão construir um texto, apontando suas escolhas, justificando-as. Em sala de aula, com os alunos organizados em grupos de três a cinco, eles podem analisar

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a materialidade dos objetos: o material de que é feito, a cor, a forma, a textura, o tamanho, o peso. Depois da análise proponha que os objetos sejam agrupados em categorias: papéis, metais, vidro etc. Em seguida, proponha algumas questões sobre materialidade, tais como: esses objetos podem ser materiais para a construção de obra de arte? Os materiais de que são feitos os objetos são materiais para fazer artístico? Quais provocações esses materiais despertam? Depois, exibindo o documentário, o que chama a atenção dos alunos?

Para aquecer o olhar sobre o documentário, proponha aos alunos, em grupo, uma pesquisa no bairro ou na cidade sobre colecionadores. Os alunos conhecem alguém que coleciona algo? O quê? Onde? Organize as visitas nesses locais, a fim de que os alunos possam entrevistar e registrar os colecionadores. A socialização do resultado da pesquisa pode ser no grande grupo, por meio dos materiais coletados: fotografias, filmagens, entrevista e outros. Na apresentação, o que os alunos percebem sobre a relação entre coleciona-dor e coleção? Depois, faça a exibição do documentário a partir do momento em que se dá a fala do psicanalista Chain Samuel Katz. Em seguida, proponha uma conversa movida por questões como: qual o papel da coleção/colecionador de arte contemporânea?

Em Os olhos da Arte, a epígrafe é um fragmento da letra da música Senhas, de Adriana Calcanhoto, que faz parte da trilha musical do documentário. Antes da exibição do documentário apresente aos alunos esse fragmento da letra ou, se possível, reproduza a música, caso você te-nha a gravação. Quais interpretações os alunos fazem da letra? Para eles, a música poderia ser trilha musical de um filme sobre qual tema? Em seguida, exiba o documentário. Em qual contexto os alunos percebem que foi inserida a música Senhas no documentário?

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Desvelando a poética pessoalO convite é para que seus alunos sejam produtores de uma série de trabalhos, pesquisando e construindo suas poéticas ao longo do percurso, focalizando, especialmente, a materialidade, lembrando da potencialidade e singularidade de cada matéria, além da sua dimensão simbólica.

Como parte desse processo, caberá ao aluno escolher a lingua-gem com que vai trabalhar (pintura, escultura, instalação...) e, a partir disso, explorar ao máximo todas as possibilidades existen-tes nessa escolha, que pode ampliar-se no decorrer do trabalho. Para essa produção, você pode sugerir trabalhos com:

materiais perecíveis, orgânicos;

sucata;

materiais não convencionais;

junções inusitadas.

O acompanhamento dos processos individuais de criação pode possibilitar o incremento com outras referências, a ajuda para resolução de procedimentos técnicos etc. A apreciação dos trabalhos, focalizando a poética de cada aluno, revelará também o modo singular com que trabalharam a materialidade.

Ampliando o olhar Os artistas Iberê Camargo, Tunga, Cildo Meireles, Antonio Dias,

Nuno Ramos, Artur Lescher, Amilcar de Castro, Adriana Vare-jão, Daniel Senise, Leonilson, Carlos Fajardo, Marcos Coelho Benjamim, Regina Silveira, Jeanete Musatti, Carmela Gross, Vik Muniz, Karin Lambrecht e Geraldo de Barros possuem documentários que fazem parte da DVDteca Arte na Escola. Um modo de ampliação do olhar é organizar a exibição desses documentários ou sobre quais desses artistas, a partir do que viram no documentário, os alunos gostariam de saber mais?

O documentário apresenta os diferentes modos de leitura das obras contemporâneas, a leitura do crítico de arte, do

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sociologia da arte

espaços sociais do saber

artesmeios

visuaistradicionais

meiosnovos

Zarpando

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte

Linguagens Artísticas

meiostradicionais

artesvisuais

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

14 – Contemporânea: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz

Palavras-chave: Gravura; escultura; desenho; objeto; pintura; coleção; museu; arte contemporânea; bienais; cultura brasileira; ruptura de suporte; mercado de arte.

Foco: Conexões Transdisciplinares.

Conexões Transdisciplinares:arte e ciências humanas: história, economia, cotidiano, psicologia

Materialidadepoética da materialidade: conflito de materiais, matéria,

materialidade/imaterialidade, pesquisa de materiais, poética do efêmeronatureza da matéria: matérias tradicionais, materiais não convencionaissuporte: bidimensionais e tridimensionais, grandes formatos, pesquisa de

outros meios e suportes, ruptura do suporteprocedimentos: experimentação, acúmulo, procedimentos técnicos

inventivos, subversão de usos

Linguagens artísticasMeios tradicionais: gravura, escultura, desenho, pinturaMeios novos: objeto, instalação, fotografia, contaminação de linguagens

Saberes Estéticos e Culturais: história da arte – arte contemporânea, arte conceitualestética e filosofia da arte: experiência, gosto, belo, arte como idéiasociologia da arte – sistema da arte, mercado de arte

Patrimônio Cultural:Bens simbólicos: museu, cultura brasileira, acervo, coleçãoEducação patrimonial: acesso, difusão, responsabilidade social

Mediação Culturalagentes: colecionador, crítico de arte, artista, mecenas, curadorformação de público: educação estética, experiência estética e estésica,

multiplicidade de leituras, relação público e obra, apreciaçãoespaços sociais do saber: Museu de Arte Moderna - MAM/SP, Instituto

Inhotim- Brumadinho/MG, Bienais

;

arte e ciênciasda natureza

natureza, biologia

objeto, instalação,fotografia, contaminação de linguagens

PatrimônioCultural

educação patrimonial

sistema simbólico

ser simbólico, linguagem, código de signos de cada época/cultura

arte contemporânea, arte conceitual

heranças culturais, cultura brasileira; estética o cotidianoc

Materialidadeferramentas

instrumentos musicais, computador

procedimentos

procedimentos técnicosinventivos, subversão de usos, transgredir a matéria, experimentação

suportes

ruptura de suporte, grandes formatos, pesquisa de outros meios e suportes, grandes formatos

meiosnovos

formação de público

agentes

MediaçãoCultural

CONTEMPORÂNEA: COLEÇÃODULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ

Materialidadepoética da materialidade:

natureza da matéria:

suporte:

procedimentos:

conflito de materiais, matéria, materialidade/imaterialidade, pesquisa de materiais, poética do efêmero

matérias tradicionais, materiais não convencionais

bidimensionais e tridimensionais, grandes formatos, pesquisa de outros meios e suportes, ruptura do suporte

experimentação, acúmulo, procedimentos técnicos inventivos, subversão de usos

suportes

procedimentos

bidimensionais e tridimensionais, grandes formatos, pesquisa de outros meios e suportes, ruptura do suporte

experimentação, acúmulo,procedimentos técnicos inventivos, subversão de usos

natureza da matéria

matérias tradicionais, materiais não convencionais

conflito de materiais, matéria, materialidade/imaterialidade, pesquisa de materiais, poética do efêmero

poéticas da materialidade

Mediação Culturalagentes:

formação de público:

espaços sociais do saber:

colecionador, crítico de arte, artista, mecenas, curador

educação estética, experiência estética e estésica, multiplicidade de leituras, relação público e obra, apreciação

Museu de Arte Moderna - MAM/SP, Instituto Inhotim- Brumadinho/MG, Bienais

colecionador, crítico de arte, artista, mecenas, curador

educação estética, experiência estética e estésica, multiplicidade de leituras, relação público e obra, apreciação

Museu de Arte Moderna - MAM/SP, Instituto Inhotim- Brumadinho/MG, Bienais

bens simbólicos

Patrimônio Cultural:Bens simbólicos: museu, cultura brasileira,

acervo, coleçãoEducação patrimonial: acesso, difusão,

responsabilidade social

museu, cultura brasileira, acervo, coleção

acesso, difusão, responsabilidade social

Linguagens artísticasMeios tradicionais: gravura, escultura, desenho,

pinturaMeios novos: objeto, instalação, fotografia,

contaminação de linguagens

gravura, escultura, desenho, pintura

Conexões Transdisciplinares:arte e ciências humanas: história, economia, cotidiano, psicologia

história, economia, cotidiano, psicologia

Saberes Estéticos e Culturais: história da arte – estética e filosofia da arte: sociologia da arte –

arte contemporânea, arte conceitualexperiência, gosto, belo, arte como idéia

sistema da arte, mercado de arte

estética e filosofia da Arte

experiência, gosto,belo, arte como idéia

sistema da arte, mercado de arte

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psicólogo, do historiador e da diretora de um museu. Pro-ponha aos alunos que escolham uma obra contemporânea para fazer uma pesquisa com pessoas próximas. A ideia é apresentar a obra e pedir para as pessoas falarem sobre ela. Do resultado da pesquisa, o que os alunos descobrem sobre leitura de obra contemporânea por parte do público?

O documentário mostra a coleção de Bernardo Paz, obras dos artistas Tunga, Cildo Meireles, José Damasceno, Edgard de Souza e Waltercio Caldas. O acervo de Bernardo Paz, de aproximadamente 500 obras de mais de 100 artistas, está hospedado no Instituto Cultural Inhotim, um complexo museológico original, criado em 2005, constituído por uma sequência não linear de pavilhões em meio a um parque am-biental. Para saber mais, programe uma visita dos alunos ao site oficial <http://www.inhotim.org.br> que oferece imagens e textos ilustrativos sobre algumas das obras.

O artista Waltercio Caldas diz no documentário: “O artista contemporâneo é um artista que corre um risco, corre o risco sabendo que esse risco é o fundamental. A procura de um desconhecido, uma possibilidade nova. Isso é o que organiza a poética de um artista contemporâneo”. Como os alunos interpretam essa afirmação? Proponha um debate sobre essa frase, discutindo sobre: De qual risco o artista está falando? O que é a procura de um desconhecido, uma possibilidade nova para o artista? O que é poética de um artista?

Conhecendo pela pesquisa No documentário, podemos ver pinturas de grandes formatos

e a transformação da pintura, ela mesma, num corpo maté-rico por meio da sobreposição de camadas e mais camadas de tinta, como na obra de Jorge Guinle e Iberê Camargo; a figuração livre em Daniel Senise, Sergio Romagnolo e Leonilson. O que os alunos podem descobrir sobre esses artistas e sobre a pintura na arte contemporânea?

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No documentário, o colecionador João Carlos de Fi-gueiredo Ferraz afirma: “Eu não quero ter nada pra mim, quero tentar juntar as coisas que eu acho importante para preservar e para tentar um dia deixar público para as pessoas verem”. Quais outros colecionadores de arte os alunos podem descobrir? No acervo da DVDteca Arte na Escola, eles podem fazer essa investigação, pesquisando os documentários: Barroco: coleção Angela Gutierrez; Modernismo: coleção Gilberto Chateaubriand; Século XIX: coleção Sérgio Fadel; e Popular: coleção Jacques Van de Beuque.

O documentário apresenta músicas que articulam o ritmo das imagens de obras de arte e comentários dos profissio-nais. Essa relação ora é feita pelo som e ritmo, ora pelas letras/temas da música. A seleção musical é do próprio diretor do documentário, Zelito Viana, que escolheu: Vapor barato, de Jards Macalé e Wally Salomão, interpretada pela banda Vulgue Tostoi; Porrada, dos Titãs; Metamorfose ambulante, de Raul Seixas; Tô saindo, com Ana Carolina; Sonífera iIha e Senhas com Adriana Calcanhoto; Meninas diferentes, O monstro e Quem cala consente, de Arrigo Barnabé. A proposta é que os alunos em grupo pesqui-sem e encontrem a letra e a música dessas canções para análise e construção de significados. Depois, focalizar a escuta dessas músicas no documentário, percebendo em qual contexto elas foram utilizadas. O que os alunos descobrem sobre isso?

A pesquisa é sobre materiais. Materiais que podem vir para a sala de aula: espelhos, latas, papéis, pedrinhas, cacos de louça, fórmicas, laminados... A proposta é de construir outras materialidades por meio de modificações da matéria no pró-prio objeto, que podem ser por gestos de atritos, lixamentos, escovamentos, trituramentos, esfregamentos... Ou seja, uma transformação dos materiais. Depois, essas novas matérias serão agrupadas, independentemente da forma primeira de

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quando os objetos vieram para a escola. Muitas conversas podem ser feitas sobre a matéria conseguida nos materiais e, posteriormente, pode-se sugerir aos alunos que realizem uma proposta de associações de objetos, isto é, a criação de outras formas inventadas.

Amarrações de sentidos: portfólio O portfólio permite que o professor amarre os conceitos/conteúdos desenvolvidos, possibilitando aos alunos que se apropriem de experiências e processos vivenciados durante o percurso de seu aprendizado. O que foi mais significativo para eles, certamente os afetou.

A ideia para esse estudo a partir do documentário é um portfólio coletivo. Para cada uma das ações desenvolvidas, os alunos po-derão optar por um modo de registro: fotografia, filmagem, texto escrito ou gravado, imagens etc. Na apresentação é possível observar de que forma os alunos socializam o portfólio, articu-lando os processos decisórios, a argumentação, a capacidade de síntese e a organização, elementos que também fazem parte dos processos de construção dos artistas, questão que poderá ser destacada pelo professor ao final das apresentações.

Valorizando a processualidade Os processos avaliativos fazem parte dos processos de aprendi-zagem e devem ser valorizados tanto pelos professores, quanto pelos alunos. Alguns questionamentos podem ajudar: O que pode ser destacado como mais significativo nesse processo vivido, e por quê? No que se refere ao portfólio, como foi a experiência de desenvolvê-lo coletivamente? Numa nova experiência de construção de portfólio, o que vocês fariam diferente? Por quê? E para o professor, como foi seu processo de registro? Quais foram as dificuldades? O que esse projeto trouxe de diferente para o seu fazer pedagógico? Quais ideias foram germinadas para um outro projeto?

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CONTEMPORÂNEA: COLEÇÃO DULCE E JOÃO CARLOS DE FIGUEIREDO FERRAZ

Personalidades abordadasAdriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) – Seu primeiro contato com a arte foi por meio de reproduções de pinturas em fascículos vendidos em bancas de jornais e se estendeu em sua formação no ateliê livre do Parque Laje no Rio de Janeiro em 1983/84. Logo participa de exposições com grande repercussão. Seu trabalho mescla pintura, escultura e instalação. Utilizando-se de cortes, suturas, relevos e espessuras, a artista parece dissecar a história brasileira, especialmente o período colonial brasileiro, tornando o passado presente como que em carne viva, ou tornando visível a memória da pele dos azulejos, por exemplo.

José Ribamar Ferreira Gullar (São Luís/MA, 1930) – Poeta, ensaísta e críti-co de arte. Em 1950, muda-se para o Rio de Janeiro, trabalha como locutor de rádio, editor de revistas literárias e desenvolve sua cultura poética com leituras sistemáticas de poetas brasileiros e estrangeiros. Autodidata no aprendizado do francês, é em visitas à Biblioteca Pública de sua cidade, à maneira de Rimbaud, que passa a compreender a poesia moderna e dá os primeiros passos no estudo da arte. No Rio de janeiro, colabora em jornais e revistas como poeta e especialmente como crítico de arte, sendo com esses os seus primeiros contatos intelectuais. A partir de seu livro A luta corporal, passa a fazer parte do movimento concretista com o qual rompe para, em 1959, teorizar e liderar o movimento neoconcretista. Em 1961, considerando o novo movimento esgotado, dedica-se à cultura popular, fazendo parte do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), do qual é presidente até o golpe militar de 1964. Mas, a partir de 1962, seus textos já refletem a preocupação em denunciar e combater a opressão e as injustiças sociais. Hoje, Ferreira Gullar divide seu tempo entre poemas, análises e reflexões sobre artes plásticas e como consultor e redator da Rede Globo de Televisão, realizando textos e adaptações para minisséries e especiais.

Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos (São Paulo/SP, 1960) – Escultor, pintor, desenhista, gravador e ilustrador. Começa com a pintura, influenciado pelo neoexpressionismo. Em 1982, forma-se em Filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP); um ano depois, com Paulo Monteiro, Rodrigo Andrade, Carlito Car-valhosa e Fábio Miguez, forma o grupo Casa 7, que atua até 1985. Poemas, letras de música, matérias de jornais e trechos de livros incorporam sua produção plástica, apresentada em importantes exposições nacionais e internacionais. Tem também uma produção literária: Cujo (1993), com fragmentos de poema; Balada (1995), um livro-obra com 900 páginas em branco perfuradas por uma bala; O pão do corvo (2002). Quando começa a dominar demais um mesmo material, parte para outro, descobrindo as potencialidades da natureza de cada material.

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Regina Silveira (Porto Alegre/RS, 1939) – Pintora, gravadora, desenhista, artista multimídia, curadora, professora e estudiosa da linguagem da arte. O conceito é o germe da criação dessa artista. É ele que move sua procura por determinada matéria ou técnica. O desenho se torna a linguagem para visualizar ideias como um pensamento visual que intermedeia diálogos com outros suportes e alimenta a concretude do conceito que faz nascer as obras. Sua história artística é pródiga na subversão dos códigos de representação, na perversão da aparência, na crítica política e na distorção da perspectiva, esta última tema de diversas séries de trabalhos.

Tunga (Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, Palmares/PE, 1952) – Sua carreira artística inicia-se nos anos 1970, quando se gradua em Arquitetura e Urbanismo e realiza, em 1974, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), sua primeira exposição individual. Tunga não é de cânones. Pertence à geração de artistas brasileiros seguidores de Hélio Oiticica e Lygia Clark, para quem a obra é uma experiência que envolve a per-cepção sensorial do corpo do outro no ambiente. Sua trajetória de produção artística, a partir de 1989, evidencia seu processo de pesquisa e o trânsito entre diferentes linguagens. Seu trabalho é pensado de uma forma orquestral, não funciona como um organismo fechado, mas constitui um conjunto de trabalhos em contágio mútuo. Nesse conjunto, cada trabalho termina relendo e influenciando outro, como se entre eles existisse um ímã.

Vik Muniz (Vicente José de Oliveira Muniz, São Paulo/SP, 1961) – Cursou Publicidade, mas seu interesse inicial na área das artes o dirige para o teatro. Em 1983, muda-se para Nova York. Desiste da carreira em publicidade e torna-se escultor. Quando vê as reproduções em preto e branco das es-culturas, percebe que a fotografia carrega o código da tridimensionalidade dos objetos, mesmo sem volume, assim como informa sobre o material. Isso gera novas ideias para gerar as ilusões que cria por meio da fotografia. Geralmente apresentadas como séries, as fotografias registram as imagens de aparência realista produzidas com materiais inusitados como macarrão, fios de arame, pó, chocolate, açúcar etc. Com eles, compõe desenhos, pinturas ou esculturas que, após serem fotografadas, são destruídas. As edições limitadas dessas fotografias são expostas como produto final.

Waltercio Caldas (Rio de Janeiro/RJ, 1946) – Escultor, desenhista, artista gráfico, gravador, cenógrafo, figurinista. Sua obra caminha na contramão do mundo espetacular e barulhento em que vivemos. Aliando uma fina inteligência formal e jogos provocativos e por vezes bem-humorados para o olhar, Waltercio Caldas gera interrogações sutis para cada espectador, ensinando-nos a ver para além do que o hábito nos ensina. Ainda nos anos 1960, o artista estuda no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) com Ivan Serpa. Nos anos 1970, coedita a revista Malasartes e leciona Artes e Percepção Visual no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Começa

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a expor em 1973. Autor de livros como Manual da ciência popular (1982), O livro Velázquez (1996), entre outros, e dirige o vídeo Um Rio, na ocasião da exposição Anotações 1969/1996, no Paço Imperial.

GlossárioColeção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz – O acervo centra-se forte-mente na produção brasileira contemporânea de período que engloba a década de 1980 até os anos 2000 (também figuram alguns estrangeiros). Há obras de todos os gêneros – pintura, escultura, vídeo, fotografia e instalação, tudo escolhido de forma pessoal pelo empresário. Estão representados no acervo muitos dos artistas que tiveram e têm ainda forte atuação no cenário brasileiro, como Adriana Varejão, Miguel Rio Branco, Cildo Meireles, Ernesto Neto, Arthur Luiz Piza, Eduardo Sued, José Resende e Carmela Gross. Em 2001 foi realizada nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro a exposição O espírito da nossa época: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, com curadoria de Stella Teixeira de Barros – vez ou outra algumas peças foram exibidas em Ribeirão Preto também e o empresário sempre empresta trabalhos para outras exposições. Fonte: MOLINA, Camila. Um novo museu para Ribeirão Preto. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 16 mar. 2006. Disponível em: <http://www.revistamuseu.com.br/noticias/not.asp?id=8375&MES=/3/2006&max_por=10&max_ing=5>. Acesso em: jan. 2010.

Colecionador de arte – É aquele indivíduo que se dedica a adquirir, manter e reunir uma coleção, geralmente de caráter particular, obras humanas tidas como manifestações tangíveis e artísticas. Fonte: WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_moderna>. Acesso em: jan. 2010.

Materialidade – “A matéria é a preocupação [...] com o suporte material, ao passo que a materialidade abrange o potencial expressivo e a carga in-formacional destes suportes, englobando também a extramaterialidade dos meios de informação.”Fonte: LAURENTIZ, Paulo. A holarquia do pensamento artístico. Campinas: Ed. da Unicamp, 1991. p. 102.

BibliografiaARCHER, Michael. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

BASBAUM, Ricardo (Org.). Arte contemporânea brasileira: texturas, dic-ções, ficções, estratégias. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001.

CANTON, Katia. Novíssima arte brasileira: um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras, 2001.

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DE FUSCO, Renato. História da arte contemporânea. Lisboa: Pre-sença, 1988.

FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002. (Folha explica).

GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Arte brasileira no século XX. São Paulo: ABCA: Imprensa Oficial do Estado, 2007.

NAZARIO, Luiz; FRANÇA, Patrícia (Org.). Concepções contemporâneas da arte. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.

STRICKLAND, Carol; BOSWELL, John. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

Webgrafia os sites a seguir foram acessados em dez. 2009.

ARTE contemporânea. Disponível em: <http://www.canalcontemporaneo.art.br/_v3/site/index.php>.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de artes visuais. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/enciclopedia>.

NUNO Ramos. Disponível em: <http://www.fortesvilaca.com.br/artista/nuno-ramos>.

REGINA Silveira. Disponível em: <http://reginasilveira.uol.com.br>.

REVISTA Concinnitas Virtual. Disponível em: <http://www.concinnitas.uerj.br>.

VIK Muniz. Disponível em: <http://www.vikmuniz.net/www/index.html>.

WALTERCIO Caldas. Disponível em: <http://www.walterciocaldas.com.br>.

FilmografiaADRIANA Varejão: metáforas da memória. Dir. Amilcar Monteiro Claro. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2001. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

AMILCAR de Castro. Dir. João Vargas Penna. Belo Horizonte: Produtores de Arte: Crystal Vídeo Filmgraph, 1991. 1 DVD (13 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

ANTONIO Dias: arte ilustrada. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2001. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

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ARTE e matéria. Dir. Maria Ester Rabello. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2000. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

CARLOS Fajardo: para todos os sentidos. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2002. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

CILDO Meireles: gramática do objeto. Dir. Luiz Felipe Sá. São Paulo: Insti-tuto Itaú Cultural, 2000. 1 DVD (15 min.). (Encontros). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

DANIEL Senise: a construção da ausência. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2002. 1 DVD (52 min.). (Documentário). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

GERALDO de Barros: sobras em obras. Dir. Michel Favre, Fabiana de Barros e Cláudio Kahns. S.l.: Tradam Productions; São Paulo: Tatu Filmes, 1999. 1 DVD (77 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

IBERÊ Camargo: matéria da memória. Dir. Marta Biavaschi. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2003. 1 DVD (21 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

ILUSÕES fotográficas de Vik Muniz. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede Sesc-Senac de Televisão, 2002. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

JEANETE Musatti. Dir. Paulo César Soares. S.l.: Sete Lux Vídeo, 2002. 1 DVD (12 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

KARIN Lambrecht: de corpo e alma. Dir. Zezo Cintra. São Paulo: Rede Sesc-Senac de Televisão, 2002. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

LEONILSON: tantas verdades. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2003. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

MARCOS Coelho Benjamim: o fazedor de coisas. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2002. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

NUNO Ramos: arte sem limites. Dir. Maria Ester Rabello. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2000. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

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REGINA Silveira: linguagens visuais. Dir. Cacá Vicalvi. São Paulo: Rede Sesc-Senac de Televisão, 2001. 1 DVD (23 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

TUNGA. Dir. Malu de Martino. Rio de Janeiro: Joel Edelstein Arte Con-temporânea, 1997. 1 DVD (7 min.). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

UMA instalação de Carmela Gross. Dir. Sara Yakhni. São Paulo: Rede Sesc-Senac de Televisão, 2001. 1 DVD (20 min.). (O mundo da arte). Acompanha material educativo para professor-propositor. DVDteca Arte na Escola.

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