Contato 15 12 2014

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MAÇÃS VERMELHAS E BRILHANTES Delícias da estação Sapatos de Natal Tempo de amar Aqueles pastores asquerosos Candidatos improváveis MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.

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MAÇÃS VERMELHAS E BRILHANTES. Delícias da estação. Sapatos de Natal. Tempo de amar. Aqueles pastores asquerosos. Candidatos improváveis.

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MAÇÃS VERMELHAS E BRILHANTESDelícias da estação

Sapatos de NatalTempo de amar

Aqueles pastores asquerososCandidatos improváveis

MUDE SUA V I DA . MUDE O MUNDO .

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Volume 15, Número 12

C O N TATO P E S S OA Len tal h e s de natal

No Centro de Joinville, galhos secos, folhas de palmeiras-imperiais, chumaços de barba-de-velho, cipós e algumas tábuas se compunham para dar forma à cena típica da época. Os animais e os humanos talhados em tocos e ornados com mato imprimiam uma simplicidade extraordinária e

profunda àquela expressão artística da Natividade. Ali, elementos da flora da Mata Atlântica, restos dos jardins das praças da cidade e caixotes descartados geravam uma beleza improvável que contrastava com os enfeites luminosos extravagantes — tantas vezes ocos de significado — vistos nos outros locais públicos naquele dezembro.

Os transeuntes se demoravam diante daquela releitura do famoso Estábulo de Belém, tiravam fotos e se admiravam com a técnica do artista. Era perceptível como a contemplação de alguns amadurecia em reflexão e meditação. Alguns pareciam se aparceirarem dos pastores feitos de madeira tosca ali postos, em reverência Àquele que, há mais de dois milênios, tomou corpo frágil passageiro para manifestar em arte viva o espírito poderoso e eterno do amor.

Pais e mães chamavam a atenção das crianças embevecidas para as pombas feitas de gravetos e folhas, e outros detalhes simples que adicionavam deli-cadeza ao cenário cujo silêncio eloquente resgatava no coração dos que ali paravam o sentido do primeiro Natal.

Luís Contreras, que assinou a instalação, contou-me que sua arte estava a serviço dAquele que em sua vida fizera uma obra transformadora e que o Natal era a época perfeita para celebrar Seu amor e proclamar Sua mensagem.

A serenidade nos olhos e no rosto do artista remetia à que se percebia no presépio que montara e me fez pensar que a chegada do Filho de Deus à Terra, ocorrida há tanto tempo em uma aldeia insignificante no interior da Palestina ainda era comemorada em todo o mundo, perpetuada, não pela tradição das festas, mas pelos efeitos de Sua presença na vida dos homens de boa vontade.

A equipe da Contato deseja a você e aos seus um Natal feliz e cheio de significado!

Mário Sant’AnaEditor

© 2014 Aurora Production AG.

www.auroraproduction.com

Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.

Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana

A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências

às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia

Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição

Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.

Editor Mário Sant'AnadEsign Gentian Suçidiagramação Angela HernandezProdução Samuel Keating

Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos.

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O Natal de 1984 foi o terceiro que nossa família passou longe da Europa. A remota vila no Leste da Índia para onde nos mudáramos e onde trabalhávamos como voluntários tornara-se nosso segundo lar. Tivemos algumas dificuldades iniciais para nos ajustarmos ao clima e à cultura tão diferentes para nós, mas logo estávamos encantados pela gente maravilhosa com quem convivíamos e passamos a desfrutar das novas paisagens, sons, sabores e fragrâncias. Gostava em especial de fazer compras no mercado local, onde durante todo o ano era possível encontrar uma seleção fabulosa de frutas suculentas: mangas, bananas, mamões, jacas, limas e várias outras.

Foi numa ida ao mercado que vimos lindas maçãs à venda a um

Maçãs vermelhas e brilhantes

preço exorbitante. Eram tão caras, explicaram-nos, por terem vindo do extremo norte do país.

As lembranças da infância vieram apressadas à tona e, claro, o Natal é uma época em que as memórias têm força e efeitos maiores. Minha filha mais velha que estava comigo naquele dia leu em voz alta meus pensamentos: “Seria tão bom ter maçãs para o Natal!”

Foi assim que nasceu a ideia de fazer uma surpresa natalina para nossa famí-lia. Meu marido e eu passamos horas à noite embrulhando pequenas caixas de papelão recheadas com biscoitos, nozes... e uma grande maçã vermelha!

Na manhã de Natal, as crianças abriram os pacotes e pularam de alegria quando viram as maçãs! Acho que nós, pais, nos divertimos o mesmo tanto por vê-las vibrar e, como também

ganháramos uma caixa de Natal, saboreamos nossas preciosas maçãs.

Já faz alguns anos que voltamos para a Europa e não nos têm faltado maçãs, mas todos ainda desfrutamos da lembrança especial daquele Natal “pobre” em que tivemos a sensação “rica” da gratidão por uma simples maçã.

Que possamos encontrar sempre um motivo para agradecer, não apenas no Natal, mas em tudo que celebrar-mos e em cada acontecimento, o ano inteiro.

Anna Perlini é cofundadora da organização humanitária Per un Mondo Migliore (http://www.perunmondomigliore.org/), ativa na região da antiga Iugoslávia desde 1995. ■

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Sempre gostei no Natal de ouvir e cantar os lindos coros natalinos escritos séculos atrás. Gosto tanto, que os ouço em qualquer época do ano. Muitas dessas canções são verdadeiras obras primas. Recentemente, quando procurava na internet a letra de algumas das minhas favoritas, a beleza de sua poesia e o poder de seu propósito me impressionaram como nunca antes.

1. Escrita em francês por Placide

Cappeau (1808–1877), musicada em

1847 por Adolphe Adam.

CANÇÕES DE NATAL

Chamou minha atenção como, em meio à rima e repetição caraterísticas dessas canções, está uma mensagem poderosa e sutil. Falam verdades profundas sobre Jesus, Sua encarnação, missão, propósito e poder, assim como de Seu amor e sacrifício pela humani-dade. Não só falam do Salvador e da salvação, mas também remetem às mais importantes verdades.

Há séculos, esses cânticos contam a história dAquele que deixou o céu para trazer salvação para todos. Lembram-nos hoje, como sempre o fizeram, da importância de celebrarmos o nasci-mento de Jesus, o Filho de Deus, que

viveu entre nós e entregou a vida, para que pudéssemos viver para sempre. Incrustrada nas lindas canções sobre Seu nascimento está a mensagem sobre o que Deus fez para trazer a salvação à humanidade.

A originalmente solene canção “Hark! The Herald Angels Sing” (em português, Cristo nasceu em Belém), composta em 1739 por Charles Wesley, foi transformada por William Cummings em um lindo e alegre cântico que tem como base melódica uma peça de Felix Mendelssohn. A mensagem de reconciliação com Deus, a paz trazida pelo Príncipe

Peter Amsterdam, adaptação

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da Paz e a celebração de Jesus como Rei torna a canção profundamente significativa.

Ouçam! Os anjos mensageiros cantam: “Glória ao recém--nascido Rei!”

Paz na Terra e suave graça Deus e os pecadores se reconciliam

Alegres todas as nações se levantam, unidas ao triunfo dos céus

Com angélico exército proclamam “Cristo nasceu em Belém.”

Ouça! Os anjos mensageiros cantam: “Glória ao recém-nascido Rei!”

“Oh Noite Santa” é meu favorito dentre os cânticos de Natal. Na ver-dade, é a canção de que mais gosto.1 Letra e música têm grande poder, deixam clara a mensagem de esperança disponível a todos que creem em Jesus e lembram os efeitos que Ele tem nas vidas dos que passam a conhecê-lO. Incluo aqui alguns de seus versos [N.T.: Tradução livre]:

Muito esperou o mundo, degra-dando em pecado e erro,

Até que Ele surgiu e a alma resgatou seu valor. …

Em verdade nos ensinou a amarmos

uns aos outros;Sua lei é o amor e Seu evangelho é

paz.Correntes romperá, pois o escravo é

nosso irmão;E em Seu nome, toda opressão

cessará.

A estrofe seguinte, raramente cantada, oferece uma descrição emocionante sobre o conforto em tempos de dificuldade.

O Rei dos reis deitado em humilde manjedoura,

Nasceu para estar conosco em todas as provações.

Conhece nossas carências e nossas fraquezas não lhe estão ocultas.

Eis vosso Rei! Curve-se diante dELe!Eis vosso Rei! Curve-se diante dELe!

Jesus está sempre ao nosso dispor, pronto para nos ajudar. Na jornada de nossas vidas, em cada teste e provação, podemos contar com Ele. Como diz a música, nasceu para estar conosco. Conhece nossas fraquezas e nossas fragilidades. Sabe tudo a nosso respeito — as coisas bonitas, as feias e as outras — e nos ama mesmo assim. Quer ser parte de

nossas vidas, não apenas nas horas de dificuldades em que rogamos Sua ajuda, mas também nos momentos de alegria e felicidade, quando cele-bramos nossas realizações e quando desfrutamos a companhia da família e dos amigos.

No Natal, somos lembrados do nascimento de Jesus e é um momento maravilhoso do ano para pensarmos nEle e em tudo que faz por nós, que vai muito além da época de Natal. Ele é uma parte integrante de nossas vidas e quer ser incluído em tudo, se Lhe permitirmos.

Ao entoarmos nossos cânticos de Natal, devemos refletir no que significam, no que Jesus fez, na profundidade do Seu amor por nós. E que esses pensamentos e esse amor nos acompanhem o ano inteiro. Ame-O, ame Suas criações e esteja grato por tudo que Ele fez.

Desejo a você um maravilhoso Natal em Cristo.

Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■

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Recentemente, li sobre a história do Natal e as origens de várias tradições natalinas, inclusive as que provavelmente têm raízes nas festas e rituais pagãos. O que me chamou a atenção é que uma das verdades mais fundamentais sobre Jesus é como Ele nos aceita tal como somos.

Jesus diz que jamais rejeitará ninguém que vier a Ele.1 Seu círculo de amigos não é um clube exclusivo com um regulamento rígido. Na verdade, mais do que nos aceitar, muitas vezes Se adapta a nós para atender às nossas necessidades.

É interessante ver como Jesus fez isso durante Seu ministério na Terra. Ao conversar com Nicodemos — um letrado, distinto membro do clero e teólogo reconhecido — Jesus falou de forma a aguçar seu interesse e provocou seu intelecto.2 Na companhia das crianças, tomava-as nos braços e falava com elas com muita ternura.3 Ao interagir com os coletores de impostos e pecadores, visitava-os em suas casas, comia, bebia e ria com eles.4 Por duas vezes, depois de ensinar multidões, alimentou as pessoas quando

ELE VEIO A NÓS

viu que tinham fome.5 Estivesse com uma multidão ou conversando com uma pessoa, Jesus fazia o que fosse necessário para alcançar cada indivíduo e lhe mostrar que Ele a amava.

Assim foi Ele a vida inteira. Assumiu um corpo humano, desceu e se misturou conosco. Sua vida era comum em muitos aspectos, teve fome e ficou cansado. Provavelmente se sentiu desanimado de vez em quando. Em Sua experiência humana, sentiu o que sentimos e passou a entender quais coisas são importantes para nós.

Ele pode pegar coisas que você conhece e ama e que são importantes para você, como as tradições do Natal e lhes dar um significado maior.

Este ano, enquanto você desfruta das celebrações nata-linas, abre os presentes, canta seus corinhos e come toda aquela comida gostosa, permita-se lembrar por essas coisas do profundo amor de Jesus por você. Independentemente da origem dos costumes, eles podem remeter ao grande dom que Jesus deu a cada um de nós ao vir à Terra, viver e morrer por nós.

Marie Story é ilustradora freelance e designer. É membro da Família Internacional nos EUA. ■

1. Ver João 6:37.

2. Ver João 3:1–21.

3. Ver Marcos 10:13–16.

4. Ver Mateus 9:10.

5. Ver Mateus 14:13–21; Marcos 6:30–44;

Lucas 9:10–17; João 6:1–15.

Marie Story

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A estatueta de um anjo segurando pela mão um menino fora colocada fora de vista numa prateleira no fundo de uma loja de antiguidades. Estava amarelada e empoeirada, perdida no meio de potes, peças de cerâmica e adornos. Mexendo na prateleira, um senhor a encontrou e teve uma súbita inspiração: tirar a peça do esquecimento, restaurá-la e lhe dar um lugar de honra entre suas decorações de Natal.

Na sua oficina no porão de casa, o homem revestiu as personagens com uma tinta branca brilhante, pintou as asas do anjo e o cabelo do menininho com um dourado cinti-lante. Cada pincelada fazia maravilhas e, pouco a pouco, a velha estatueta encardida deu lugar a outra totalmente nova, transformada numa peça de radiante beleza.

Enquanto pintava, o homem pensou: Não é isso o que acontece às pessoas no Natal? Chegam ao fim do ano sujas por causa das dificuldades que enfrentaram, mas o Natal inspira cada um a revestir sua natureza com amor, alegria e paz.

É a arte de restaurar o anjo! A tarefa permanente do ser humano é jamais se afundar no pó e na sujeira, mas, heroicamente, levantar-se sempre que cair.

Restaure o anjo! Você não precisa perder seus ideais,

REPINTANDO O ANjo

sonhos e propósitos. Pode sempre resgatá-los com a glória de uma esperança renovada.

Essa história me faz lembrar de que a vida adquire um brilho especial no Natal. Começa com uma maravilhosa criancinha que trouxe ao mundo uma mensagem de amor e esperança. Para os que estão em família, continua com a felicidade de celebrar ao lado daqueles que lhes são caros. Para alguém que está sozinho ou longe dos seus, esse senti-mento se completa quando reconhecemos o que Jesus fez por nós e Lhe agradecemos pelas bênçãos que nos concedeu.

O Natal é especial porque desfrutamos não apenas o que Deus fez pelo mundo inteiro, mas também por nós pessoal-mente. Ele nos “repintou” com novas qualidades que não poderíamos adquirir por nós mesmos. Colocou em nós Seu amor e nos deu a paz que os anjos prometeram. Também perdoou todos os nossos pecados, falhas e agora nos aceita como filhos — irmãos e irmãs de Jesus. Temos a alegria que conhecê-lO traz. Somos transformados pelo Natal.

Texto Adaptado da história contada por Wilfred Peterson, no livro-presente The Wonder of Christmas, disponível em www.auroraproduction.com. ■

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SAPATOS DE NATAL Steve Hearts Califórnia — e o rádio estava

sintonizado em uma estação que tocava os mais famosos cânticos de Natal o dia inteiro. O repertório era principalmente de canções mais leves como “Jingle Bell Rock”,“Santa Claus Is Coming to Town,” etc. De repente, o estilo mudou drasticamente e uma canção capturou minha atenção. Deixei de lado o que estava fazendo e me concentrei na música, que, soube depois, era intitulada “The Christmas Shoes” (Sapatos de Natal).

Conta a história de um homem em uma elegante loja de departamen-tos na Véspera de Natal, tentando terminar suas compras de última hora. À sua frente, um garoto cuja aparência deixava claro que aquele não era o ambiente que costumava frequentar, segurava um par de sapa-tos. Quando chegou sua vez de pagar pela mercadoria, o menino explicou que queria comprar os calçados para sua mãe que estava doente, com pouco tempo de vida, e ele queria que ela estivesse bonita, caso fosse encontrar Jesus naquela noite. Em seguida, colocou seus trocados sobre o balcão, mas a pessoa no caixa balançou a cabeça e disse que não bastavam. Com olhar de súplica, o menino se virou para o homem,

A época de Natal é sem dúvida, a parte do ano que mais gosto e origem das melhores memórias que guardo. Eu tinha seis anos e nevava muito naquele dezembro quando minha família voltou para os EUA depois de anos nas Filipinas, onde realizou uma obra missionária. Foi quando conheci meus avós e vi neve pela primeira vez. Aos 15 anos, passei a noite de Natal tocando percussão em uma banda de Washington D.C. que tinha vindo para o México para uma série de concertos beneficentes. Foi muito maneiro.

Mas das recordações natalinas as que mais se destacam remetem ao que vivenciei em 2002 e 2003. Esses dois Natais estão interligados por uma simples canção e seu impacto em minha vida.

O Natal de 2002 foi especial-mente prazeroso. Minha mãe fora declarada livre de câncer meses antes e estava se sentindo muito mais forte, depois de muito tempo de problemas com a saúde. Certo dia, em dezembro, ela estava assando algo para um encontro programado para o dia seguinte — quase posso sentir o aroma que possuiu nosso pequeno apartamento do Sul da

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que pagou a diferença e jamais pôde esquecer o olhar do garoto quando lhe agradeceu e foi embora.

Escutei a canção enquanto lágrimas escorriam em meu rosto. Vi quão afortunado eu era por ainda ter minha mãe e fiquei imaginando a dor daquele rapaz prestes a perder a dele. A canção ficou na minha cabeça naquele fim de ano, mas com o tempo caiu no esquecimento.

No ano seguinte, a doença voltou agressiva e minha mãe passou o Natal em uma clínica, cuja equipe nos disse que lhes restava apenas mantê-la con-fortável até o fim. Um dia, eu estava na cidade fazendo algumas coisas com meu irmão e escutávamos o rádio no carro. De repente, a mesma canção que tanto me impressionara no ano anterior, “The Christmas Shoes”, tocou. E dessa vez se encaixou perfeitamente à minha situação!

Sensibilizados, meu irmão e eu imediatamente compramos um lindo par de sapatos para minha mãe, que lhe coube perfeitamente e a deixou muito feliz. Ela se foi, fisicamente, poucas semanas depois.

Hoje, essa linda canção me ajuda a olhar além do corre-corre da época de Natal, todas as suas atividades, planos, preparativos para festividades,

reuniões familiares e tudo mais. Quando a agitação contínua ameaça minha sanidade mental, ouço no coração o sussurro de minha mãe: Lembre-se da canção “Christmas Shoes”.

Isso dissipa o estresse, as inquie-tações e passo a contar minhas bênçãos. Penso em meus familiares e amigos que ainda estão vivos, com saúde e dou graças a Deus por tam-bém estar com vida e saudável. Faço uma oração pelos muitos que estão passando por momentos difíceis no Natal — gente como o menino da canção ou como minha família, em 2003. Peço a Jesus para me dar a oportunidade de ajudar alguém assim e ser um conforto em sua vida. E com frequência sou atendido.

Isso põe fim à ansiedade que sinto cada vez que tenho de me apresentar como cantor e não me acho suficien-temente preparado, à irritação que me sobrevém quando detalhes impor-tantes não recebem a devida atenção e coisas assim. Dessa maneira, passo a valorizar o fato de que estou vivo e posso celebrar outro Natal.

Steve Hearts é cego de nascença e Membro da Família Internacional. ■

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“Havia naquela mesma região pastores que viviam nos campos, e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.” — Lucas 2:8

Na infância, uma das imagens de Jesus que eu mais gostava era a que O retrata como o Bom Pastor, levando nos ombros um cordeiro. Imaginava que os pastores que cuidavam dos rebanhos nos campos na noite em que Jesus nasceu seriam membros respeitáveis da sociedade, considerados gente honesta, confiável e, portanto, testemunhas íntegras cujas palavras teriam crédito e seriam aceitas. Do contrário, por que os anjos lhes confiariam a importante mensagem de que o Filho de Deus havia nascido?

O fato é que não era bem assim. Segundo alguns historiadores, na Palestina do primeiro século, a classe dos pastores era vista como a mais baixa

AQUELES PASTORES ASQUEROSOSMaria Fontaine

de todas. A palavra que os fariseus usa-vam para designá-los foi, em algumas passagens, traduzida para “pecadores” — termo pejorativo que significava vil e impuro para a prática de rituais religiosos. Passavam a vida manuseando animais, muitas vezes dormindo ao relento cercado por estrume e expostos a doenças. Não eram considerados dignos de oferecer um sacrifício a Deus.

Na limitada perspectiva do homem, Deus estava enviando um bando de marginalizados para formar o comitê de boas-vindas ao Seu filho e espalhar as boas novas da salvação a todos que quis-serem escutar. Pelos padrões de hoje, seria como se um coral de anjos surgisse para um grupo de catadores em um lixão. Contudo, Deus avalia o coração. Para ele, não importa a ocupação da pessoa ou como ela se veste.

Lemos na Bíblia que os pastores cor-reram para ver o bebê e, portanto, não tiveram tempo para tomar banho ou colocar uma roupa mais caprichada — algo que provavelmente sequer tinham.

Correram como estavam, direto do morro para a presença do Salvador.1 Dá para imaginá-los emocionados contando sua experiência para Maria e José, que os receberam com amor e aceitação.

Por que Deus escolheu os pas-tores? Por que motivo ofereceu esse privilégio inestimável a gente tão indigna aos olhos dos homens? Talvez por saber que aqueles desprezados creriam com fé pura e simples. Deus podia contar que eles correriam com todo entusiasmo para ver Seu filho recém-nascido.

Os pastores não apenas foram hon-rados por Deus, mas também tiveram o privilégio de serem os primeiros a espalhar a notícia. Ao contarem para os outros sobre o nascimento do Salvador,2 tornaram-se os primeiros missionários cristãos.

Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã de fé. ■

1. Ver Lucas 2:15–16.

2. Ver Lucas 2:17–18.

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Era manhã de Natal e, ao lado de minha esposa, desfrutava o fim de um mês para lá de agitado. Da varanda do hotel em que estávamos, avistava-se um lago de águas límpidas que, com as montanhas de cumes brancos de neve à sua volta, formava uma paisagem idílica. Contudo, o que acontecia em um nível acima foi o que capturou meu interesse.

Bandos de estorninhos voavam, giravam e manobravam em perfeito sincronismo. Dividiam-se em peque-nos grupos e, depois, se reuniam. Subiam, desciam e rodopiavam como um único corpo. As revoadas cons-tantemente mudavam de forma, e os bandos se tocavam temporariamente e se distanciavam, em nova formação

Curtis Peter van Gorder

e direções opostas. O espetáculo durou mais de trinta minutos.

Segundo alguns ornitólogos, o fascinante balé aéreo acontece porque os pássaros buscam correntes ascendentes no inverno. Podem planar assim por horas. Louise Crandal, ex-campeã mundial de parapente, voa acompanhada de sua águia-das-estepes treinada, para assim obter os melhores resultados. Ela dá os seguintes conselhos aos praticantes de voo livre:

“Siga os pássaros. São os mestres do céu e devemos copiá-los. É simples assim. Aprendi que eles não voam em círculos perfeitos. Cada volta é diferente e estão constan-temente se ajustando para buscar as térmicas mais fortes, para o que chegam a se deslocar lateralmente até 200 metros. Sempre que tiver a chance de voar com um pássaro, siga-o de tão perto quanto puder. Os pássaros planadores permanecem nessas correntes por tanto tempo

quanto possível, mesmo quando há um piloto de parapente chato atrás deles. Há sempre algo que podemos aprender com eles.”1

Voltando ao Natal e ao magnífico espetáculo de acrobacias aéreas… Os pássaros pareciam dan-çar no ar em louvor ao Criador e me fizeram pensar no coral angélico que proclamou o nascimento de Cristo: “Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade!’”2 Jesus prometeu: “Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim.”3 Vamos unir nossas vozes às dos anjos em louvores neste Natal, ganhar asas e as alturas!4

Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico (http://elixirmime.com/) em Mumbai, Índia, e membro da Família Internacional. ■

1. Artigo “How to Thermal: Zen and the

Art of Circles Part 2: Vertical Motion,”

publicado na revista Cross Country,

13/03/2006.

2. Lucas 2:13–14

3. João 12:32

4. Ver Salmo 55:6.

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No ano passado, no Natal, algo mágico me ocorreu. Eu andava incomodado com todo o comercialismo que ataca nossa cidade meses antes da festa. Por conta dos anúncios chamativos e o sentimento de que, nas circunstâncias em que me encontrava, não tinha muito para oferecer a Jesus, perdi o entusiasmo. Faltava-me vontade de decorar a árvore e não queria lidar com a culpa nem com o estresse que viriam dos esforços de última hora para “dar sentido às coisas”.

Este ano, a situação é totalmente diferente. Na verdade, comecei os preparativos natalinos em julho! O que mudou?

No meio do ano, as crianças e eu planejamos dar 1001 presentes para Jesus pelo Seu aniversário e, depois da festa, continuamos a enviar mais alguns

1.001 PRESENTES PARA JESUS

todos os dias. Uma parede da cozinha está coberta com listas, gráficos e vários adesivos que indicam os presentes! Um dos gráficos é para boas ações em favor dos demais; em outro, registramos os versículos bíblicos memorizados; e há um que indica a produção de áudios simples com histórias bíblicas, os quais postamos para as outras crianças. Marcamos também as cartas que escrevemos para alegrar os corações de amigos, os tempos que passamos com Jesus e várias outras coisas que são nossos presentes de Natal para Ele.

Este ano, a época de Natal come-çou com meses de antecedência e a sensação é maravilhosa. Não há pressa, pressão, culpa ou motivação errada. Estamos alcançando nossas metas e usando nosso tempo para fazer Jesus e os outros felizes. Estamos avançando

em direção ao que nos propusemos e, assim que atingirmos nossos objetivos, colocaremos cada lista em um pacote para presente o qual depositaremos ao pé da árvore. São presentes do coração — cada um representa nosso tempo, amor, esforço e sabemos que O deixará feliz.

Já sabemos qual será o 1001º presente: uma simples vela de aniver-sário, a qual acenderemos cada dia, quando orarmos pelos outros ao redor do mundo, para que conheçam o amor de Jesus. Essas orações também são dádivas que podemos oferecer Àquele que nos deu tudo de Si.

Chalsey Dooley é escritora de literatura inspiracional para crianças e educadores. Mora na Austrália. ■

Chalsey Dooley

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Adoro meu aniversário e tudo que acontece por causa dele, em especial os mui-tos telefonemas, mensagens de texto, e-mails, congratulações no Facebook e cartões de felicitações que recebo de familiares e amigos. Naquele dia, sou o centro das atenções: saboreio meus pratos prediletos, vou aos lugares de minha preferência, faço o que tenho vontade. De um modo geral, as coisas acontecem como mais gosto. Adoro os mimos de aniversariante.

Sei de alguém que, infelizmente, é cada vez mais esquecido no aniversário. No mundo hoje, grande parte do Natal se reduziu a trabalho, compras e um evento para reunir os parentes. Sem dúvida, o nível de comemoração que toma o ar é elevado —muitas decora-ções, trocas de presentes, festas e muita agitação —, mas o espírito original do Natal foi grandemente substituído pelas “festas de fim de ano”.

Certa vez, li sobre uma criança que acompanhava sua avó a um shopping

A E S S Ê N C I A D O N A T A LDê um presente para Jesus neste Natal. Abra o coração para Ele e diga: “Obrigado, Jesus, por vir a este mundo para me salvar. Bem-vindo à minha vida. Por favor, fique comigo agora e para sempre.”

no Natal e ficou fascinada com as decorações, com os brinquedos e os muitos papais-noéis distribuídos no lugar. Depois de um tempo olhando tudo aquilo, voltou-se para a avó e perguntou com ingenuidade: “Onde está o Bebê Jesus?”

A pergunta da menina acertou a essência do problema. Em meio a todo o brilho e glamour dos natais modernos, é possível esquecer a razão da época? Quantos lembram que o Natal é o aniversário de Jesus e param para pensar no que Ele gostaria que fizéssemos para comemorá-lo?

Tenho certeza de que Ele reconhece o tempo e o esforço dedicados às decorações, à compra de presentes para os que amamos e tudo mais. Contudo, imagino que ficaria muito feliz se déssemos a Ele um presente de Natal!

Procurando ideias para presentear Jesus pelo dia do Seu nascimento? Considere estas opções:

Diga-Lhe quanto você O ama. É impossível exagerar na dose.

O que será que o aniversariante gostaria?

Expresse seu amor à sua família e amigos. Nunca se sabe quem mais precisa ouvir que é amado ou amada.

Ajude os pobres. Estenda a mão em Seu nome e divida com os que mais precisam o verdadeiro espírito de Natal.

Faça as pazes com aqueles de quem você tem mágoas.

Este ano, façamos algo pelo aniversariante!

Sukanya Kumar-Sinha mora em Gurgaon, na Índia e é leitora da Contato. É Gestora Sênior de Programas em uma missão diplomática em Nova Delhi. ■

Sukanya Kumar-Sinha

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Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nEle crer não morra, mas tenha a vida eterna. — João 3:16 NTLH

A história do Natal lembra mais uma vez que não foi o homem que teve a ideia de o Filho de Deus nascer em um estábulo. É a primeira lição ensinada pelo nascimento de Jesus: o Senhor nem sempre será encontrado onde imaginamos que deva estar. — James F. Colaianni (nascido em 1922)

Foi criado de uma mulher da qual fora criador. Carregado pelas mãos que Ele próprio formara. Quando não podia falar, chorou em uma manjedoura a Palavra, sem a qual toda eloquência humana é muda. — Santo Agostinho (354–430)

O BEBÊ QUE MUDOU O MUNDO

Procuramos a glória da vida de Jesus durante Sua fase adulta, quando realizou grandes milagres, revelando Seu divino poder. Foi quando proferiu palavras magníficas que tocaram e influenciaram positivamente o mundo. Também nesse estágio, andou por toda parte fazendo o bem, mostrando o amor de Deus no Seu dia a dia, e por fim na cruz. No entanto, em nenhuma etapa da vida de Jesus Cristo existe maior glória do que no Seu nascimento. Nada demonstrou mais amor ao mundo do que Ele haver Se rebaixado para nascer entre nós. Podemos dizer que a essência do Evangelho foi a cruz, mas o primeiro ato de redenção foi a Encarnação, quando o Filho de Deus deixou as qualidades divinas e ingressou na vida humana com todas as sua fragilidades, indefeso como uma criança. O nascimento de Jesus, com todo o Seu amor e graça é tão maravilhoso quanto a Sua morte na cruz. — J. R. Miller (1840–1912)1

Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em Seu Filho. — 1 João 5:11 NVI

À deriva nos mares da vida?Espera pela estrela brilhante Desperta com os anjosA beleza de nova luzVigia com os pastoresCaminha pela noiteSussurra ao pé da manjedouraQue a tudo há de corrigir. — Abi May

Lembremo-nos que a essência do Natal é o que damos de um coração aberto que pensa primeiro nos outros. O nascimento de Jesus permanece como o mais importante evento em toda a história, pois assim foi derramado sobre um mundo doente o remédio do amor que vem trans-formando corações de todos os tipos há quase dois mil anos. — George Matthew Adams (1878–1962) ■1. Bethlehem to Olivet (Hodder and

Stoughton, 1905)

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Dezembro é um mês de extras. De um modo geral, há trabalho extra de preparação em casa, visitantes extras e despesas extras. A maioria das pessoas tem um tempo extra longe dos estudos ou dos empre-gos. Muitas igrejas veem um número extra de pessoas em seus bancos. As instituições filantrópicas recebem doações extras e até voluntários extras. É comum inclusive comermos e bebermos em quantidades extras este mês e, como resultado, acumularmos uns quilinhos extras também.

Mas há também um extra maior, é claro: o extraordinário dom de Deus. Podemos imaginá-lo, dois mil anos atrás, olhando para as pessoas na Terra e pensando: Parece que não aprendem. Dei-lhes orientações e instruções, mas veja

DEZEMBRO: O MÊS EXTRAORDINÁRIO

que bagunça tudo ficou! Olhe todo aquele egoísmo e infelicidade! Preciso fazer algo extra por eles ... Vou lhes enviar Meu Filho. Ele lhes mostrará Meu amor em ação e irá até o fim por eles.

Então, na mais comum das cir-cunstâncias, um bebê muito incomum nasceu. O amor de Deus se manifestou e o potencial para nosso relacionamento com Ele ganhou novas dimensões.

Nosso Salvador é extraordinário: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.”1 Veio para nos trazer paz com Deus e entre nós.2 “Pois foi do agrado do Pai … que, havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dEle reconci-liasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.”3

O apóstolo João diz que quando os seguidores de Jesus se encontraram às ocultas, desanimados e confusos por Jesus haver sido crucificado. Jesus, milagrosamente ressuscitado apareceu entre eles e lhes disse: “Paz seja convosco!”4 Essa mesma paz nos é prometida, se Lhe permitirmos entrar em nossos corações.

Dezembro pode ser um mês extraor-dinariamente ocupado, mas é também quando celebramos o aniversário de Jesus. Não deixe esse tempo passar sem alguns momentos especiais à presença dAquele que torna tudo extraordinário.

“Agradeçamos a Deus o presente que nos dá, um presente que palavras não podem descrever.”5

Abi May é escritora freelance e educadora na Grã-Bretanha. ■

1. Colossenses 1:15

2. Ver Lucas 2:14.

3. Colossenses 1:19–20

4. Ver João 20:26.

5. 2 Coríntios 9:15

MOMENTOS DE QUIETUDE Abi May

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1. Ver Hebreus 13:5.

SEU PRESENTE DE NATAL Tenho um presente especial para você, diferente de tudo que já recebeu de qualquer outra

pessoa. Não está à venda em nenhuma loja porque não é comercializável. É algo que dou gratuitamente. Não fica velho, não quebra, não acaba e nunca vai ficar pequeno demais. Ninguém pode tirá-lo de você e durará para sempre. Você pode levá-lo onde quer que vá e desfrutá-lo a qualquer momento, em qualquer lugar. Nunca muda, mas, ao mesmo tempo, não deixa de surpreendê-lo. Você pode compartilhá-lo quanto quiser com os outros, que nunca acabará, pelo contrário, sempre haverá mais.

Meu presente para você é a promessa da Minha presença.1 Quero estar mais perto de você e ser mais querido por você do que qualquer amigo terreno. Tenho muito para lhe dar, mais do que o suficiente para preencher todos os seus dias agora e por toda a eternidade.

Meu amor é verdadeiro, infalível e incondicional, o tipo de amor que você sempre quis e pelo qual esperou a vida inteira. Meu amor é o mais rico que existe e a felicidade que produz não tem igual neste mundo. Não é a alegria efêmera que se encontra por aí, mas a felicidade que permanece e se manifesta de várias maneiras: alegria, consolo, contentamento, paz, estabilidade, segurança, positividade, deleite... E sempre estarei aqui, pertinho do seu coração, para desfrutar com você os momentos alegres e ajudá-lo nas dificuldades.

Com amor, Jesus