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DRE – Demonstração do Resultado do Exercício Contabilidade UNIDADE 05 76 DRE – Demonstração do Resultado do Exercício Unidade 5 Hebert Sá

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Sumário

Introdução......................................................................................................... 78

Objetivos .......................................................................................................... 79

Estrutura da Unidade........................................................................................ 79

Unidade 5: DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

Tópico 1: Grupos que Formam o Relatório e suas Funções para o Processo

de Gestão Financeira........................................................................ 80

Tópico 2: Formação da Receita Bruta Operacional, suas Deduções e Receita

Líquida.............................................................................................. 82

2.1 Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Destinado aos

Acionistas e sua Formação.............................................................. 83

2.2 Receita Extra Operacional....................................................... 83

Tópico 3: Resultado de Despesas e Receitas Financeiras na DRE.................. 84

Tópico 4: Resultado Contábil (Fiscal) e Financeiro........................................... 85

4.1 Formas de Tributação do Lucro............................................... 85

Resumo.............................................................................................................. 87

Conteúdo de Fixação....................................................................................... 88

Referências Bibliográficas............................................................................... 89

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Prezado (a) aluno (a) ,

A elaboração da DRE objetiva demonstrar de que forma foi alcançado o resultado da empresa naquele exercício (Lucro ou Prejuízo), detalhando a composição das receitas e das despesas e de que forma afetaram o Patrimônio Líquido da empresa. A geração de resultado positivo é um objetivo das empresas, inclusive daquelas sem fins lucrativos. Uma empresa que nunca gera lucros dificilmente terá sua continuidade mantida no longo prazo.

Nesta unidade, estudaremos a aplicabilidade desse relatório como importante ferramenta na Gestão Empresarial, pois indica a eficiência ou ineficiência global do empreendimento e permite a análise dos resultados e o retorno resultante dos investimentos realizados. A partir da DRE podemos decidir o melhor para a empresa em seus dias futuros, tanto em relação ao volume de vendas a ser alcançados quanto em relação aos custos e despesas associados ao negócio da instituição. Tais relatórios devem conter elevados graus de transparência e confiabilidade dos negócios para atender as autoridades tributárias, acionistas e usuários internos ou externos, abastecendo-os de informações que justifiquem as mutações no patrimônio, portanto, não é recomendável a prática de omitir informações, pois pode não ser um bom caminho para empresas que precisam captar novos recursos. A publicação dos relatórios contábeis na mídia é uma exigência da nossa legislação, que tem como finalidade dar total transparência dos atos praticados pelos gestores.

Lembre-se: recuperar a credibilidade e o valor de suas ações no mercado pode levar muito tempo e isso retardará o tão almejado crescimento da empresa.

Bons estudos!

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Estrutura da Unidade

Objetivos

Ao completar esta unidade você estará apto a:

1. Compreender como as empresas chegam ao seu resultado final.

2. Compreender de que forma esse relatório pode ser útil na gestão empresarial.

3. Empregar a utilização dessa ferramenta na determinação de metas e objetivos.

4. Compreender as distinções sobre Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Líquido.

5. Conhecer as formas de tributação do Lucro.

Para melhor compreensão das questões que envolvem o entendimento da DRE, esta unidade está dividida em:

1. Grupos que Formam o Relatório e suas Funções para o Processo de Gestão Financeira;

2. Formação da Receita Bruta Operacional, suas Deduções e Receita Líquida;

2.1 Lucro Bruto, Operacional e Lucro Destinado aos Acionistas e sua Formação;

2.2 Receita Extra Operacional;

3. Resultado de Despesas e Receitas Financeiras na DRE;

4. Resultado Contábil (Fiscal) e Financeiro

4.1 Formas de Tributação do Lucro.

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1. Grupos que Formam o Relatório e suas Funções para o Processo de Gestão Financeira

A Demonstração do Resultado do Exercício, comumente conhecida por DRE, não está inserida na relação dos relatórios exigidos pela legislação, entretanto, a Lei nº 6.404/76, em seu Artigo 187, tratou especificamente desse relatório, estabelecendo critérios na sua estrutura e elaboração.

Trata-se de um modelo de demonstração ligado diretamente ao regime de ocorrência dos fatos geradores das Receitas e Despesas de determinado exercício, facilitando, inicialmente, a identificação da receita operacional bruta, lucro bruto e os demais itens nela contidos.

Um dos fatores relevantes desse relatório é distinguir os fatos ligados diretamente ao objeto social – chamado operacional, daqueles que ocorrem de forma incomum na atividade diária da empresa – não operacionais.

Dada à peculiaridade em sua estrutura, por ser de forma dedutiva, somente a DRE permite identificar e analisar os valores finais correspondentes ao Lucro Líquido ou Prejuízo apurado no Exercício, essencial às autoridades tributárias e também aos seus acionistas.

É necessário identificar todos os tipos relevantes de eventos econômicos que produzem resultados e classificá-los de acordo com sua natureza, para que seja possível prover as gestões de instrumentos de análise e planejamento de ações futuras.

A partir do conhecimento das receitas e despesas, podemos estruturar a Demonstração dos Resultados, que tem como objetivo principal apresentar, de forma vertical e resumida, o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período.

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DRE Receita Despesas

Abaixo, temos um modelo de DRE, onde estão identificadas as fontes geradoras do resultado de uma empresa.

1. Receita Bruta Operacional (Operações Ligadas ao Objeto Social da Empresa).

•Receita das Vendas;

•Receita de Prestação de Serviços.

3. Receita Líquida Operacional na Venda e Prestação de Serviços (1-2).

5. Lucro Bruto Operacional (3-4).

6. (- / +) Despesas/Receitas Operacionais (Contribuem Para Manutenção da Atividade da Empresa).

• (-) Despesas Com Vendas (Comissões, Salários de Vendedores etc.);

• (-) Despesas Administrativas (Salários, Encargos Sociais, Aluguel de Imóvel etc.);

• (-) Outras Despesas (Não Enquadradas como as de Vendas Administrativas e Financeiras);

• (+) Receitas Operacionais (Receitas que não estão Ligadas à Atividade e são eventuais, como Vendas de Sucatas).

2. Deduções e Abatimentos (Operações Ligadas ao Objeto Social da Empresa).

• (-) Abatimento Sobre Vendas;

• (-) Descontos Incondicionais Concedidos;

• (-) Vendas Canceladas ou Devoluções de Vendas;

• (-) ISS (Imposto Municipal Incidente Sobre as Vendas);

• (-) COFINS Sobre Faturamento (Imposto Federal Incidente Sobre as Vendas);

• (-) ICMS Sobre Faturamento (Imposto Estadual Incidente Sobre as Vendas);

• (-) PIS Sobre Faturamento ( Imposto Federal Incidente Sobre as Vendas).

4. Custo de Vendas e dos Serviços Prestados.

• (-) C.M.V. - Custos das Mercadorias Vendidas (Empresas Comerciais);

• (-) C.P.V. - Custos de Produtos Vendidos (Empresas Industriais);

• (-) C.S.P. - Custos dos Serviços Prestados (Empresas Prestadoras de Serviços).

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7. Lucro Líquido Operacional.

8. (- / +) Despesas/Receitas Não Operacionais (Não Ligadas à Atividade da Empresa).

• (-) Despesas Não Operacionais (Perdas na Venda de Veículos {Imobilizado});

• (+) Receitas Não Operacionais (Ganhos na Venda de Veículo {Imobilizado});

• (+) Receitas Financeiras (Juros Recebidos e Rendimentos de Aplicações e Outras Receitas Financeiras);

• (-) Despesas Financeiras (Juros Pagos e Outras Financeiras).

9. Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social.

• (-) Imposto de Renda (Imposto Federal Incidente Sobre o Lucro);

• (-) Contribuição Social (Imposto Federal Incidente Sobre o Lucro).

10. Lucro Após o Imposto de Renda e a Contribuição Social.

• (-) Participação de Empregados (Normalmente Previsto em Acordo Coletivo);

• (-) Participação de Debêntures;

• (-) Participação de Administradores (Percentual Previsto em Estatuto ou Contrato Social);

• (-) Contribuições Para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados.

11. Lucro Líquido do Exercício.

A partir do entendimento e análise da DRE, e utilizando-se informações de períodos anteriores, podemos obter informação comparativas sobre o histórico que influenciará em decisões futuras, como: volume de vendas, como foi, como queremos que seja, qual o volume de vendas desejado, como fazer para melhorar, e assim por diante, com todos os demais itens.

2. Formação da Receita Bruta Operacional, suas Deduções e Receita Líquida

A formação da Receita Bruta Operacional é resultante da atividade principal da empresa, ou seja, é constituída das receitas com venda de mercadorias e/ou prestação de serviços (vide item 1 no modelo acima), que corresponde a tudo que a empresa faturou no ano. Em seguida, aplica-se as deduções relacionadas a abatimentos, descontos concedidos e a tributação que a empresa está sujeita (vide item 2 no modelo acima) e chegamos, então, ao que chamamos de Receita Líquida Operacional.

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Receitas da

Atividade Principal

LucroBruto

Receita Líquida

Operacional

Receita Líquida

Operacional

CustosOperacionais

Abatimentos,Tributos

2.1 Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Destinado aos Acionistas e sua Formação

O Resultado Operacional Bruto, ou Lucro Bruto, é obtido a partir da Receita Líquida Operacional, deduzindo-se os custos diretamente ligados à atividade principal da empresa, ou seja, os custos com aquisição de mercadorias (para empresas comerciais), matérias- primas (para empresas industriais) e materiais (para empresas prestadoras de serviços), conforme demonstra o item 5, acima.

Importante comentar sobre o Lucro destinado aos acionistas, que tem seu valor estabelecido de acordo com o estatuto da empresa e é atribuído após a provisão dos impostos a serem pagos em função do lucro auferido, conforme demonstrado no item 10 do modelo.

2.2 Receita Extra Operacional

Além das Receitas Operacionais, as empresas também podem ter outras fontes de receitas que não estão ligadas a sua atividade principal: são as chamadas Receitas Não Operacionais, advindas de outros negócios realizados, como: ganhos na venda de bens do seu imobilizado. O mesmo acontecendo com as despesas que também podem ser Não Operacionais.

Veja o esquema representativo da formação do lucro bruto:

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3. Resultado de Despesas e Receitas Financeiras na DRE

Receitas e Despesas financeiras também fazem parte do Não Operacional da empresa, exceto no caso de Instituições Financeiras. As atividades não relacionadas à especialidade da empresa (atividade-fim) devem ser segregadas dos resultados operacionais, pois têm uma gestão alheia às operações principais.

Muitas empresas começam seus negócios pegando dinheiro emprestado para iniciar suas atividades, por isso, a receita operacional deve ser suficiente para gerar lucro e pagar eventuais despesas com juros de empréstimos.

Se a empresa não tem dívidas com empréstimos ou financiamentos, parabéns! Mas, se a empresa contraiu dívidas, garanta que os pagamentos serão feitos em dia para evitar mais despesas financeiras.

As dívidas são obrigações que a empresa tem para com seus credores (quem concedeu crédito à empresa) e como toda obrigação, elas devem ser pagas. Atrasar compromissos financeiros pode fazer com que sua empresa gaste um dinheiro que poderia ser investido no crescimento.

Por outro lado, as Receitas Financeiras somam-se ao resultado, mas nem de longe podemos dizer que compensam as despesas financeiras. Como já foi dito, essas receitas não fazem parte da atividade-fim da empresa, logo, a empresa não conta com essa receita.

Uma empresa tem receita de juros quando um de seus clientes lhe paga em atraso. Esses juros podem representar uma compensação pelo pagamento em atraso. Entretanto, seria melhor para a empresa ter recebido em dia, pois o não recebimento na data pode sensibilizar o seu fluxo de caixa e fazer com que a empresa atrase seus compromissos e, consequentemente, adquirir novas despesas financeiras.

Veja esse grupo no item 8 do modelo de DRE, apresentado acima.

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4. Resultado Contábil (Fiscal) e Financeiro O lucro é um importante instrumento não só de sobrevivência das empresas, mas também de medição do sucesso que tiveram em atender as necessidades de bens e serviços junto à sociedade. Os resultados demonstrados no balanço econômico podem parecer brilhantes e promissores e, contudo, os verdadeiros objetivos da empresa, talvez, não tenham sido atingidos. Sua origem pode estar numa excelente gestão, no recebimento de uma dívida antiga ou na venda de um ativo. Não importa, pois, de qualquer forma, o dinheiro que entrará no caixa é o que permitirá que a empresa continue crescendo e se fortalecendo. O lucro nada mais é do que o resultado positivo deduzido das vendas e dos custos e despesas.

Ainda sobre o Lucro Líquido, podemos interpretá-lo de duas formas, sendo:

Resultado Contábil (Lucro ou Prejuízo Contábil), demonstrado na linha 11 do modelo acima, que leva em consideração todos os eventos ocorridos durante o exercício.

Resultado Financeiro (que não aparece na DRE) é objeto apenas de análise. Leva em consideração somente os eventos financeiros, ou seja, exclui-se informalmente da DRE os eventos onde não houve desembolso de numerário.

4.1 Formas de Tributação do Lucro

Este resultado está demonstrado na linha 9 do modelo acima. Ele representa o Lucro ou Prejuízo no período sobre o qual será tributado. Em se tratando de Resultado Lucrativo, a empresa está sujeita à tributação sobre esse lucro e, ainda, à forma de distribuição de lucros de acordo com seu estatuto social para depois, então, se determinar o tão esperado Lucro Líquido, que é a linha final da demonstração do resultado que mostra o efeito de ganho ou perda em um dado período de tempo.

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A forma de tributação do lucro está ligada à opção feita pela empresa, que pode ser: pelo Lucro Real ou pelo Lucro Presumido, que representam importante papel no resultado da empresa. Esse assunto está ligado à contabilidade, mas devido a sua complexidade e um extenso conteúdo, não será tratado nesta oportunidade.

Objetivando a ampliação de seus conhecimentos acerca dos assuntos abordados, sugiro que acesse a página a que se encontra na seção de Conteúdo de Fixação, na página 88.

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Como vimos nesta unidade, a DRE é uma ferramenta de apoio à decisão administrativa, pois a partir dos resultados apresentados, os gestores podem verificar os pontos positivos e negativos de suas ações, o que de bom ou ruim aconteceu nos resultados apresentados e, a partir daí, traçar suas metas e objetivos para os exercícios seguintes, corrigindo as distorções e até mesmo melhorando a performance, que deve ser o foco de sua gestão.

A DRE é uma demonstração apresentada juntamente com o Balanço Patrimonial, mas que pode ser emitida parcialmente por períodos menores, tipo mensal e bimestral, para fins de acompanhamento do realizado em relação às metas, permitindo mudanças nos rumos, caso se verifique alguma distorção ou algo que possa vir a comprometer os resultados.

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Objetivando a ampliação de seus conhecimentos acerca dos assuntos abordados, sugiro que acesse os seguintes sites:

www.sebrae.com.br, www.cvm.org.br e deliberação CVM nº 29 de 05 de fevereiro de 1986.

Outras sugestões de vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=ipUuFCrmUXk

http://www.youtube.com/watch?v=ApNr_lExPhA

http://www.youtube.com/watch?v=-L58gAARmGY

http://www.youtube.com/watch?v=XBaZ2SCLa58

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FARIA, Ana Cristina de; IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. Para o Nível de Graduação. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade Geral e 1.000 Questões. 26ª ed. ver. Niterói, RJ: Impetus, 2010.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 26ª ed. ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009.

SZUSTER, Natan et al. Contabilidade Geral. Introdução à Contabilidade Societária. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.