Confissões de Minas, de Drummond (Trechos)
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“Simples traços de pena – mas tão densos, tão firmes e tão elegantes que nunca mais se apagarão”, disse Antonio Candido quando surgiu Confissões de Minas, em 1944. Drummond insistiu que seu primeiro livro de prosa devia levar as marcas do tempo. E que tempo! – o do fascismo, do Estado Novo, da Segunda Guerra. Nesta edição, temos um texto restaurado, com resenhas de época, dois ensaios críticos e informações bibliográficas essenciais. Podemos ouvir o poeta, mergu-lhando no passado da poesia romântica, ou na Minas da infân-cia e da colônia; no famoso ensaio sobre as cartas de Mário de Andrade está uma das chaves da sua poesia modernista. Há ainda as lembranças de amigos, mortos e vivos, que marcaram a transferência crucial do poeta de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. E as “Quase histórias”, as anotações pungentes do
“Caderno de notas”, as avaliações de autores afins – e diferentes – como Federico García Lorca ou François Mauriac… Tudo isso na sua prosa comedida e irônica, que ainda hoje nos comove.
john gledson
carlos drum
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ConFIssões de MInas druMMond
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Escrevo estas linhas, 11
Três poetas românticosFagundes Varela, solitário imperfeito, 17
No jardim público de Casimiro, 29
O sorriso de Gonçalves Dias, 37
Na rua, com os homensRecordação de Alberto Campos, 47
Dois poetas mortos de Minas Gerais, 51
Pessimismo de Abgar Renault, 57
O secreto Emílio Moura, 61
Segredo e atualidade de Schmidt, 65
Autobiografia para uma revista, 67
Suas cartas, 71
Estive em casa de Candinho, 87
Poesia e utilidade de Simões dos Reis, 91
Morte de Federico García Lorca, 97
Mauriac e Teresa Desqueyroux, 103
Boadella entre elefantes, 109
O simpático William Berrien, 113
Confissões de MinasVila de Utopia, 119
Viagem de Sabará, 129
Teatro daquele tempo, 141
Quase históriasConversa de velho com criança, 147
Lembro-me de um padre, 153
Leonor, Emília, Marieta, 157
Morreu um chofer, 161
Um escritor nasce e morre, 167
Esboço de uma casa, 175
Caderno de notasPurgação, 181
Poesia do tempo, 182
Velha casa, 182
Literatura infantil , 183
Morte de um gordo, 184
Religião e poesia, 186
Questão de corpo, 186
O livro inútil, 187
Ternura diante do retrato, 188
Linguagem, 190
Bondade, 190
Neblina, 192
Georgina, 192
Pontuação e poesia, 194
Um sinal, 195
A coisa simples, 197
Nu artístico, 197
Moda literária, 198
Prodígio, 199
Enquanto descíamos o rio, 201
A voz pelo telefone, 202
Vinte livros na ilha, 203
Natal usa, 1931, 208
Enterro na rua pobre, 209
Os fotógrafos vegetais, 211
Número 10 mil, 213
A rua assombrada, 214
Canto de Natal no bonde, 215
O cotovelo dói, 218
forTuNa CríTiCa
Antonio Candido, 225
Sérgio Milliet, 233
Lauro Escorel, 235
Mário da Silva Brito, 245
João Adolfo Hansen, 251
Bibliografia, 280
posfáCio 285
notas de edição, 305
índice de nomes, 329
67
Autobiografia para uma revista
Convidado pela Revista Acadêmica a escrever minha autobiogra-fia, relutei a princípio, por me parecer que esse trabalho seria antes de tudo manifestação de impudor. Refleti logo, porém, que, sendo inevitável a biografia, era preferível que eu próprio a fizesse, e não outro. Primeiro, pela autoridade natural que me advém de ter vivido a minha vida. Segundo, porque, pra-ticando aparentemente um ato de vaidade, no fundo castigo o meu orgulho, contando sem ênfase os pobres e miúdos acon-tecimentos que assinalam a minha passagem pelo mundo, e evitando assim qualquer adjetivo ou palavra generosa, com que o redator da revista quisesse, sincero ou não, gratificar-me.
Isto posto, declaro que nasci em Itabira, Minas Gerais, no ano de 1902, filho de pais burgueses que me criaram no te-mor de Deus. Ao sair do grupo escolar, tomei parte na guerra europeia (pesa-me dizê-lo) ao lado dos alemães. Quando o primeiro navio mercante brasileiro foi torpedeado, tive que retificar a minha posição. A esse tempo já conhecia os padres alemães do Verbo Divino (rápida passagem pelo Colégio Ar-naldo, em Belo Horizonte). Dois anos em Friburgo, com os jesuítas. Primeiro aluno da classe, é verdade que mais velho que a maioria dos colegas, comportava-me como um anjo, ti-nha saudades da família, e todos os outros bons sentimentos, mas expulsaram-me por “insubordinação mental”. O bom reitor que me fulminou com essa sentença condenatória morreu, alguns anos depois, num desastre de bonde na rua São Clemente. A saída brusca do colégio teve influência enor-
68
me no desenvolvimento dos meus estudos e de toda a minha vida. Perdi a Fé. Perdi tempo. E sobretudo perdi a confiança na justiça dos que me julgavam. Mas ganhei vida e fiz alguns amigos inesquecíveis. Casado, fui lecionar geografia no inte-rior. Voltei a Belo Horizonte, como redator de jornais oficiais e oficiosos. Mario Casasanta levou-me para a burocracia, de que tenho tirado o meu sustento. De repente, a vida começou a impor-se, a desafiar-me com seus pontos de interrogação, que se desmanchavam para dar lugar a outros. Eu liquidava esses outros, mas apareciam novos. Meu primeiro livro, Al-guma poesia (1930), traduz uma grande inexperiência do sofri-mento e uma deleitação ingênua com o próprio indivíduo. Já em Brejo das almas (1934), alguma coisa se compôs, se organi-zou; o individualismo será mais exacerbado, mas há também uma consciência crescente da sua precariedade e uma desa-provação tácita da conduta (ou falta de conduta) espiritual do autor. Penso ter resolvido as contradições elementares da mi-nha poesia num terceiro volume, Sentimento do mundo (1940). Só as elementares: meu progresso é lentíssimo, componho muito pouco, não me julgo substancialmente e permanen-temente poeta. Entendo que poesia é negócio de grande res-ponsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compro-missos. Infelizmente, exige-se pouco do nosso poeta; menos do que se reclama ao pintor, ao músico, ao romancista… Mas iríamos longe nesta conversa. Entro para a antologia, não sem registrar que sou o autor confesso de certo poema, insigni-ficante em si, mas que a partir de 1928 vem escandalizando
69
meu tempo, e serve até hoje para dividir no Brasil as pessoas em duas categorias mentais:
No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.
225
Notas de crítica literária
Antonio Candido
Para quem observa com certo cuidado a literatura brasileira moderna, um dos seus fenômenos mais interessantes é a po-sição dos romancistas e dos poetas em face da Prosa. Fora da ficção, os romancistas brasileiros geralmente são maus prosadores. Contrariamente a um preconceito muito vulga-rizado, são os poetas que têm entre nós maior capacidade de organizar o seu pensamento e disciplinar sua língua. Não estarei descobrindo uma lei, é claro; mas estou sem dúvida nenhuma afirmando uma verdade de ordem bastante geral. É chocante, com efeito, como os srs. José Lins do Rego e Jorge Amado, por exemplo – dois poderosos criadores de beleza – descem de nível quando se trata de organizar ideias no papel. Há, não resta dúvida, as exceções. O sr. Oswald de Andrade é um mestre do artigo e da polêmica, e talvez seja mesmo me-lhor articulista que romancista.
Os poetas, ao contrário, geralmente manejam a prosa com uma elegância e uma beleza iguais às de seus versos. Augusto Frederico Schmidt, Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes são grandes prosadores. Escrevem com um senso da língua, uma maturidade intelectual ausente nos nossos grandes ficcionistas. Talvez porque, entre nós, a poesia, inte-lectualmente falando, esteja mais depurada, mais trabalhada do que a prosa, esta, porventura mais entregue ainda ao im-pulso da criação do que propriamente submetida ao crivo da inteligência. Quem sabe os romancistas brasileiros preferem
226
cuidar da vida nos seus livros, de preferência ao seu equilíbrio estilístico? Ou quem sabe – explicação meio bruta – são me-nos cultos e amadurecidos que os poetas? Provavelmente há os dois fatores.
O que é fato – e isso para voltarmos ao terreno prudente das simples verificações – é que, fora do romance, poucas ve-zes suportamos a prosa dos nossos romancistas, enquanto a dos poetas, na grande maioria dos casos, nos é fonte inesgotá-vel de prazer intelectual. Não quero outro exemplo que o das Crônicas da província do Brasil,* em que o sr. Manuel Bandeira enfeixou os seus escritos de circunstância, e que é um com-panheiro inseparável de todo homem de bom gosto. Ou este, bem recente, das Confissões de Minas, coleção de artigos, notas, crônicas, cenas, descrições, reflexões, estudos do sr. Carlos Drummond de Andrade, fadado ao mesmo destino.
No entanto, nem um estudo pretensioso, nem um longo ensaio neste livro. Simples traços de pena – mas tão densos, tão firmes e tão elegantes que nunca mais se apagarão. Tra-tando-se do autor do Sentimento do mundo, somos levados a procurar na sua poesia o segredo da sua prosa, e nos conven-cemos de que ambas são devidas à mesma linha interna de severa autocrítica e infinita capacidade de emoção. Emoção algo vasta, que, longe de contrariá-la, é devida em boa parte à autocrítica. Conhecendo-se com uma clareza algo implacá-vel, o homem dessas páginas não procura suprimir-se, como o asceta. Antes, tira do sentimento da própria fragilidade e do conhecimento de que ela é o maior traço de união entre ele e os outros homens, uma visão calidamente humana, uma ternura mal contida por tudo e por todos. Como nas suas poesias, está presente aqui, em todas as linhas, o vasto
* Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937 [2ª. ed., São Paulo: Cosac Naify,
2006].
227
complexo de Itabira, fulcro da sua personalidade literária e humana. O escritor se sente itabirano, e por isso escreve. E é justamente esse sentimento que o torna tão apto e mesmo tão inclinado a falar de si mesmo. O homem derramado, que flui pela vida afora e não para, aterrorizado e trêmulo, ante pedra alguma no meio do seu caminho – o homem derra-mado não sabe e não pode falar de si. Se dá demasiadamente, não tem forças para catar os cacos que andou espalhando por todo canto. Impõe-se demais ao próximo, e por isso não pode, como o poeta de Itabira, ter concentração bastante para se conhecer, isto é, ver-se refletido nos outros. Um dos traços mais explicativos do sr. Carlos Drummond de Andra-de – traço bastante claro nesse livro – é a intensidade com que absorve e assimila a existência do seu semelhante. Quer quando fala dos seus amigos – e este é em grande parte um livro de amizade –, quer quando registra as cenas da rua, quer quando faz reflexões de ordem literária, sentimos sempre a sua vocação fatal para transfundir em si a substância dos de-mais homens. Como o milagre é reversível, consegue trans-fundir neles a sua própria e equilibrar-se, plenamente huma-no, pelo sentimento do mundo.
Ora, se atrás de cada página do sr. Carlos Drummond de Andrade está o calor de uma palpitação humana, nem por outra razão o seu livro nos interessa imediatamente. A primeira coisa que nos prende a ele é a presença do autor. Dentro da medida que se impõe, o sr. Carlos Drummond está, não obstante, se revelando a cada passo. E se revelando conscientemente, pois não é à toa que chamou confissão ao seu livro. Por isso, fala de si a propósito de tudo. Coloca-se no centro da obra como que num desejo enorme de comu-nicar-se mais e mais com o leitor. Explica a sua tristeza, fala da sua infância, narra o seu conceito de solidão. Sente-se meio perdido no meio da aglomeração urbana, dentro dos
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grandes cubos de cimento que soube tão bem cantar. Talvez porque os grandes centros importam na asfixia de tantos homens e são uma pirâmide social tão odiosa. No vértice dessa pirâmide, o poeta escorrega e procura isolar-se; con-centra-se para poder ouvir e falar à base. Daí a sua necessi-dade de solidão. Dentro dele há um homem só, que tem a faculdade de destilar solidão. Destila tão bem que consegue fechar-se num casulo de poesia, a cuja vista os outros ho-mens pressentem um aviso e têm vontade de unir-se mais. Para ele, não é necessário o silêncio dos desertos. Havia, é verdade, o silêncio de Itabira, mas esse perdeu-se. Por isso, o seu filho passará a vida procurando recriá-lo. Não procura o ermo. Varela procurou-o e foi um solitário imperfeito. Ele,
“nesta cidade do Rio, de 2 milhões de habitantes”, é capaz de atingir a perfeita solidão, consistente em isolar-se de tudo aquilo que não for essencial e vital, para o poeta e para os homens; em opor um “não!” violento, em si e fora de si, a tudo que for compromisso e ameaça a essa vontade magní-fica de seleção. Com os seus irmãos, o poeta comunica, em-bora suspirando: “só Deus sabe como me é difícil dirigir a palavra a um desconhecido, de qualquer idade, em qualquer situação”. “Quando encontrarás, Carlos, a chave de outra criatura?” (Nisso vai um certo dengue, uma certa explora-ção dessa famosa gaucherie, cantada em prosa e verso, e na poesia famosa.) A solidão o atrai na medida em que é segre-gação das impurezas da sociedade, mas o horroriza não de menos, fascinando-o:
A solidão é niilista. Penso numa solidão total e secreta, de que a
vida moderna parece guardar a fórmula, pois para senti-la não
é preciso fugir para Goiás ou as cavernas. No formigamento
das grandes cidades, entre os roncos dos motores e o barulho
dos pés e das vozes, o homem pode ser invadido bruscamente
305
Confissões de Minas foi publicado em 1944 pela editora cario-ca Americ=Edit., dirigida por Max Fischer. Segundo a cor-respondência de Drummond com seu editor, depositada no arquivo do poeta na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, os originais foram intermediados por Murilo Mi-randa, diretor da Revista Acadêmica. Precedido por Aspectos da literatura brasileira, de Mário de Andrade, e A vida de Joaquim Nabuco, de Carolina Nabuco, o livro foi o terceiro título da Coleção Joaquim Nabuco, sob a coordenação de Álvaro Lins.
Primeiro livro de prosa de Carlos Drummond de An-drade, nunca mais voltou a ser reeditado separadamente. E, desde 1964, quando passou a integrar as sucessivas edi-ções da Obra completa do autor, sofreu cortes consideráveis ao longo do tempo. O próprio Drummond deslocou dois textos para Contos de aprendiz (1951), mas na edição da Prosa seleta (2002) restavam apenas 15 dos 54 textos da primeira edição de Confissões de Minas. Na Fundação Casa de Rui Bar-bosa, há um datiloscrito, sem data precisa, que atesta a in-tenção do poeta de restaurar o texto original. Tudo indica que o documento é posterior a 1984, período em que dei-xou a José Olympio e passou a integrar o quadro de autores da editora Record, pois compõe-se de 86 folhas em papel timbrado da nova editora, com recortes de xerocópias de todos os textos da edição de 1944 e pequenas correções anotadas à mão pelo próprio Drummond, em sua maioria atualizações ortográficas.
notas de edição
306
Para a elaboração destas notas, foi de grande valia a con-sulta a Antonio Candido de Mello e Souza, Elvia Bezerra, Fer-nando Py, José Mário Pereira, Júlio Castañon Guimarães, Mar-cos A. de Moraes e Isabel Travancas, a quem a Cosac Naify agradece.
Escrevo estas linhasTexto publicado sob o título “O escritor e o tempo” na Folha Carioca, em 24 de julho de 1944, acompanhado desta breve in-trodução:
É discutível a utilidade dos prefácios. Ou o livro realiza os pro-
pósitos de seu autor, e nesse caso dispensa prefácio, ou não os
realiza, e então o próprio livro é dispensável, e o prefácio fica
sendo a chave de uma porta incendiada: para que chave?
Não obstante esta consideração cética, e talvez porque os
prefácios tenham voltado a estar na moda (o que não é prova da
eficiência deles), elaborei um, de proporções modestas, para as
Confissões de Minas. É o que se encontrará a seguir.
três poetas românticos
Os três ensaios, escritos num breve intervalo de tempo, entre agosto e novembro de 1941, realizam um acerto de contas com os poetas ro-mânticos. Embora menos demolidores do que a série de artigos “Mes-tres do passado” (1921), nos quais Mário de Andrade disparava contra os parnasianos, os do poeta mineiro estão mais próximos do discreto resgate dos românticos empreendido por Manuel Bandeira em poemas, ensaios e antologias. Drummond reconsidera os românticos à luz de suas obsessões: o tema da solidão, da melancolia e do humor.
*
329
índice de nomes
Abreu, Casimiro de 18-19, 29-30, 39,
290, 308
Adorno, Theodor W. 259, 274
Aleijadinho [Antonio Francisco
Lisboa] 130, 132, 134-36, 248
Alighieri, Dante 71, 207, 295
Almeida, Aracy de 218, 327
Almeida, Guilherme de 44
Almeida, Martins de 50-51, 262-63
Almeida, Matias Cardoso de 131
Alphonsus, João 56, 309, 311
Alvarenga, Oneyda 314
Alves, Castro 18, 30, 94
Alves, João Bernardo Guimarães
54-56, 292, 311
Alves, Oswaldo 313
Alvim, Francisco 295
Amado, Jorge 225
Amyot, Jacques 206
Andrade, Mário de 62, 72-74, 76-80,
84-85, 88, 90, 199, 259, 264, 266-
67, 275n, 280, 293, 296, 305-06,
310, 313-15, 317, 320
Andrade, Oswald de 62, 75n, 85n,
133, 225, 264, 267, 273, 321
Andrade, Rodrigo Mello Franco de
88, 296
Anjos, Cyro dos 286, 286n, 300,
309
Apollinaire, Guillaume 194-95, 324
Aranha, Graça 76, 78
Arland, Marcel 106
Arrigucci Jr., Davi 299n
Assis, Machado de 18, 82, 190, 207,
274, 279n, 297
Assumar, Conde de [Pedro de
Almeida Portugal] 138
Ataíde, Manuel da Costa 130
Azevedo, Álvares 18, 30
Bach, Johan Sebastian 74, 110
Baker, Josephine 130
Baldus, Herbert 320
Balzac, Honoré de 71, 106
Bandeira, Manoel 131
Bandeira, Manuel 57, 62, 88, 194,
218, 225-26, 241, 256n, 297, 306,
313-15, 320
Barba Azul [pseudônimo de Carlos
Drummond de Andrade] 323
Baudelaire, Charles 71, 206, 233, 235,
241, 278
Beethoven, Ludwig van 200
Benevides, Jacinto de 132
Benjamin, Walter 289
Berkeley, George 256n
Berrien, William 113-16, 293-94, 319
Bezerra, Elvia 306
330
Bilac, Olavo 57
Bischof, Betina 299n
Bonaparte, Napoleão 21, 307
Borba, José Cezar 313
Bosi, Alfredo 299n
Braga, Milton 297n
Braga, Rubem 260, 260n, 313
Branco, Joaquim 311
Brant, Felisberto Caldeira 130
Bretas, Rodrigo 136
Bueno, Alexei 308
Camilo, Vagner 299n
Camões, Luís Vaz de 27, 29, 207
Campos, Alberto 47-50, 262, 262n,
292, 309-10
Campos, Francisco 309
Campos, Milton 50, 56, 262
Capanema, Gustavo 50, 93, 262,
292, 296
Carpeaux, Otto Maria 286, 286n
Carvalho, Ronald de 44, 62, 83
Casasanta, Mário 50, 68, 262
Castel-Branco, d. Rodrigo de 131
Castro, Moacir Werneck de 296n
Cavalheiro, Edgar 27
Celestino, Vicente 142
Cervantes, Miguel de 207
Chaplin, Charles 301
Chesterton, Gilbert K. 154
Chopin, Frédéric 199
Coelho Neto, Henrique M. 207
Constant, Benjamin 207
Correia, Raimundo 55
Costa Filho, Odilo 313
Costa, Lucio 295n, 296, 296n, 297n,
298, 301n
Couto, Osório 312
Couto, Ribeiro 42, 62, 83, 313
Crispim, Antônio [pseudônimo
de Carlos Drummond de
Andrade] 311
Cury, Maria Zilda Ferreira 310
Dalí, Salvador 87, 99-100, 317
Dantas, Vinícius 294
De Chirico, Giorgio 111
De Mille, Cecil B. 217
Deleuze, Gilles 254, 254n, 278n
Dias, Antônio Gonçalves 18, 37-39,
42-43, 291, 308
Dostoiévski, Fiodor 50, 71, 106, 206,
208
Doyle, Arthur Conan 207
Duval, Alfredo 142
Eliot, Thomas Stearns 275
Éluard, Paul 31
Eschwege, barão de 122, 124
Escorel, Lauro 235, 314,
Falla, Manuel de 101
Fargue, Léon-Paul 235
Faria, José Hipólito de Moura 312
Faria, Otávio de 313
Faulkner, William 207
Fernandez, Ramon 107
Ferreira, Délson Gonçalves 310
Fialho, Antonio 82
Fischer, Max 305
France, Anatole 267
Freire, Junqueira 18
Freyre, Gilberto 101, 297, 320
Frota, Lélia Coelho 295n, 314
Furtado, Celso 301n
Fusco, Rosário 310
331
Gama, Basílio da 19
Garbo, Greta 216
Garrós, José Boadella 109-11, 294,
319
Gato, Manuel da Borba 131
Gide, André 50, 126, 206-207
Gledson, John 300, 300n
Goeldi, Osvaldo 295n
Goethe, Johan Wolfgang von
206-07, 233
Goll, Ivan 205
Góngora, Luis de 267
Guanabara, Alcindo 190
Guerra, Emílio Carrera 307
Guignard, Alberto da Veiga 295n,
315
Guimarães, Alphonsus de 311
Guimarães, Bernardo 311
Guimarães, Júlio Castañon 294, 306
Hansen, João Adolfo 251, 280, 299
Hitler, Adolf 12, 252
Hobsbawm, Eric J. 301
Holanda, Sérgio Buarque de 297,
320
Jardim, Luís 113
José Joaquim [pseudônimo
de Carlos Drummond de
Andrade] 325
José Luís [pseudônimo de Carlos
Drummond de Andrade]
324-25
Joyce, James 106, 207
Justino da Praia, 139-40
Kafka, Franz 207
Keyserling, Hermann von 125-26
Khayyam, Omar 118
Kobal, Alfredo 153-56
La Fontaine, Jean de 235
Lacerda, Carlos 313
Larbaud, Valery 44
Lautréamont, conde de [Isidore
Ducasse] 87
Le Corbusier [Charles-Éduard
Jeanneret] 296n, 299
Lênin, Vladimir 172
Lessa, Aureliano 19
Lima, Jorge de 62, 313, 315
Lima, Luiz Costa 276n
Lins, Álvaro 305, 315
Lisboa, Antônio Francisco [ver
Aleijadinho]
Lisle, Leconte 206
Lissovsky, Maurício 296n
Lopes, Ascânio 51, 52-53, 263, 292,
310-11
Lopes, Telê Porto Ancona 310
Lorca, Federico García 97-98,
100-01, 251n, 294, 317, 319
Ludwig, Emil 217
Machado, Aníbal 87, 315
Machado, Antonio 97, 317
Mallarmé, Stéphane 194-95, 235,
251, 253, 256n, 259, 267, 277-78,
279n, 324
Manfio, Diléa Zanotto 314
Martins, Luís 87
Massi, Augusto 289n, 294n
Mauriac, François 103-07,
319
Maurois, André 182
Memória, Arquimedes 296n
332
Mendes, Murilo 87-88, 90, 143, 186,
288, 292, 313, 315
Meneses, Artur de Sá e 131
Mesnard, Pierre 278n
Meyer, Augusto 88, 90, 94
Milhaud, Darius 200
Miranda, Murilo 305
Monbeig, Pierre 320
Mont’Alverne, frei Francisco de 18
Montaigne, Michel de 278
Moraes, Marcos A. de 306, 314
Moraes, Vinícius de 225, 288
Morais, Rubens Borba de 320
Moura, Emílio 50-52, 61-63, 262-63,
292, 309, 312-13
Mozart, Wolfgang Amadeus 87
Mussolini, Benito 11, 132, 143, 251
Nabuco, Carolina 305
Nabuco, Joaquim 267, 305
Nava, Pedro 50, 52, 262-63, 310-11,
315
Navas, Adolfo Montejo 295n
Naves, Rodrigo 295n
Novaes, Adauto 299n
Novais, Guiomar 199
Nunes Viana, Manuel 132, 138
Oliveira Neto, Luiz Camilo de 125
Oliveira, Antônio Camilo de 143
Oliveira, Francisco de 300
Otlet, Paul 94
Paderewski, Ignacy 200
Pascal, Blaise 207
Passos, Gabriel 50, 262
Passos, John dos 289
Pedro ii 37
Pereira, José Mário 306
Picasso, Pablo 88
Pierre, Arnaud 317
Plutarco 206
Poe, Edgar A. 235
Portinari, Candido 87-90, 178, 234,
293, 315-16
Prado Jr., Caio 320
Prado, Yan de Almeida 181
Prévost, Jean 103-04
Púchkin, Aleksandr 181
Py, Fernando 288n, 306, 313, 317
Rabelais, François 207
Ramos, Graciliano 300
Rego, José Lins do 225, 315
Reis, Antônio Simões dos 91-93,
293, 317
Renan, Ernest 217
Renard, Jules 207
Renault, Abgar 50, 57-59, 259,
262,292, 311, 313
Resende, Henrique de 310
Rimbaud, Arthur 235
Roa, Raúl 100
Rocha,Waldemiro [Babaú] 327
Rockefeller, Nelson 320
Roosevelt, Franklin D. 247n,
320
Rosa, Tomás Santa 88, 141, 315
Rousseau, Jean-Jacques 207
Ruiz, Saturnino 97-98
Sá, Franco de 19
Sá, Paulo Sérgio Moraes de 296n
Santiago, Batista 56
Santiago, Silviano 267n, 314
Santos, Felipe dos 131
333
Schmidt, Augusto Frederico 65-66,
101, 225, 293, 313
Shakespeare, William 191, 207
Silva, Chica da 130
Silveira, Souza da 307
Smith, Robert C. 320
Sousa, Otávio Tarquínio 320
Souza, Antonio Candido Mello e
225, 285, 287n, 306
Souza, Cyro de 327
Stendhal [Henry-Marie Beyle] 50,
207, 229
Tati, Miécio 307
Távora, Franklin 27
Teles, Gilberto Mendonça 267n
Thibaudet, Albert 103
Tiradentes [José Joaquim da Silva
Xavier] 30, 130
Tolstói, Liev 207
Travancas, Isabel 306
Turguêniev, Ivan 182
Val, Waldir Ribeiro do 317
Valéry, Paul 89, 207, 241, 279n, 301
Varela, Fagundes 17-28, 36, 239, 273,
290-91, 307
Vargas, Getúlio 309
Veríssimo, José 19
Villaça, Alcides 299n
Villon, François 55
Vossler, Karl 241
Wanderley, Eustórgio 142
Whitman, Walt 44
Willkie, Wendell 247
Wisnik, José Miguel 299n
Créditos de imagens
pp. 304, 318, 326 coleção Augusto Massi.p. 316, Biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.
Agradecimentos
Ana Luisa e Lauro Escorel, Humberto Werneck, Jaime Prado Gouvêa, John Gledson, José Almino de Alencar, Jurandir Persichinni, Thereza Christina de Moura A. Guimarães e Vinícius Dantas.
cosac naifyRua General Jardim, 770, 2º. andar01223-010 São Pau lo sp[55 11] 3218 1444cosacnaify.com.br
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© Cosac Naify, 2011Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummondwww.carlosdrummond.com.br
Coordenação editorial augusto massi e milton ohataCapa elisa von randow e paulo andré chagasComposição gustavo marchetti e gabriela castroPreparação cristina yamazakiRevisão mariana delfini, maria fernanda alvares e ana paula martiniProdução gráfica aline valliTratamento de imagem wagner fernandes
Nesta edição, respeitou-se o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)
Andrade, Carlos Drummond de, [1902-87]Confissões de Minas: Carlos Drummond de AndradeSão Paulo: Cosac Naify, 2011336 pp., 4 ils.
isbn 978-85-7503-783-6
10-11504 cdd-869.93
Índices para catálogo sistemático:1. Crônicas: Literatura brasileira 869.93
“Simples traços de pena – mas tão densos, tão firmes e tão elegantes que nunca mais se apagarão”, disse Antonio Candido quando surgiu Confissões de Minas, em 1944. Drummond insistiu que seu primeiro livro de prosa devia levar as marcas do tempo. E que tempo! – o do fascismo, do Estado Novo, da Segunda Guerra. Nesta edição, temos um texto restaurado, com resenhas de época, dois ensaios críticos e informações bibliográficas essenciais. Podemos ouvir o poeta, mergu-lhando no passado da poesia romântica, ou na Minas da infân-cia e da colônia; no famoso ensaio sobre as cartas de Mário de Andrade está uma das chaves da sua poesia modernista. Há ainda as lembranças de amigos, mortos e vivos, que marcaram a transferência crucial do poeta de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. E as “Quase histórias”, as anotações pungentes do
“Caderno de notas”, as avaliações de autores afins – e diferentes – como Federico García Lorca ou François Mauriac… Tudo isso na sua prosa comedida e irônica, que ainda hoje nos comove.
john gledson
carlos drum
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