Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ......

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Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio para Frotas Urbanas: caso de estudo Lisboa e Funchal Paulo Dinis Batista Silva Melo Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientadora: Doutora Carla Alexandra Monteiro da Silva Júri Presidente: Professor Mário Manuel Gonçalves da Costa Orientador: Doutora Carla Alexandra Monteiro da Silva Vogal: Doutor Gonçalo Nuno Antunes Gonçalves Outubro 2014

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Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a

Hidrogénio para Frotas Urbanas: caso de estudo Lisboa e

Funchal

Paulo Dinis Batista Silva Melo

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientadora: Doutora Carla Alexandra Monteiro da Silva

Júri

Presidente: Professor Mário Manuel Gonçalves da Costa

Orientador: Doutora Carla Alexandra Monteiro da Silva

Vogal: Doutor Gonçalo Nuno Antunes Gonçalves

Outubro 2014

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Agradecimentos

As minhas primeiras palavras de agradecimento vão para os meus pais que sempre acreditaram em

mim e que me deram apoio incondicional.

Gostaria de agradecer também á Dr.ª Carla Silva pela oportunidade de realizar esta dissertação e em

especial ao João Ribau pela ajuda e total disponibilidade e aconselhamento.

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Resumo

Esta dissertação teve como objectivo optimizar a estratégia de gestão de energia de um autocarro

híbrido a pilha de hidrogénio (FC-HEV) para um ciclo de condução oficial e quatro ciclos de condução

reais localizados nas cidades de Lisboa, Porto e Funchal, com e sem passageiros.

Para tal, utilizou-se um algoritmo genético (AG) a funcionar em conjunto com um software de simulação

de veículos, ADVISOR, para optimizar parâmetros de estratégia de gestão de energia, como o nível de

carga das baterias (SOC), a potência pedida á pilha de hidrogénio e a taxa de resposta da pilha de

hidrogénio no que diz respeito á potência requerida. O objectivo de optimização foi o de minimizar o

consumo de hidrogénio.

Utilizou-se, também para efectuar a optimização, uma ferramenta do ADVISOR para efeitos de

comparação entre ferramentas de optimização.

Simulou-se um autocarro convencional com motor de combustão interna Diesel (ICE) semelhante ao

autocarro (FC-HEV) excepto no grupo motopropulsor para efeitos de comparação.

Verificou-se que houve, em geral, uma redução do consumo de energia do autocarro híbrido a

hidrogénio em relação ao autocarro Diesel.

Para além das vantagens inerentes ao veículo híbrido relativamente ao convencional, foi possível

optimizar os parâmetros da estratégia de gestão de energia em alguns ciclos de condução, reduzindo

ainda mais o consumo de combustível.

Palavras-chave: Autocarro Híbrido, Pilha de Hidrogénio, Estratégia de Gestão de Energia,

Algoritmo Genético, Consumo de combustível.

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Abstract

The aim of this study was to optimize the parameters of the energy management strategy of a hydrogen

powered fuel cell hybrid bus with an official driving cycle and four real driving cycles in the cities of

Lisbon, Porto and Funchal with and without passengers.

To this end, a genetic algorithm was used operating in conjunction with a vehicle simulation software,

ADVISOR, to optimize the parameters of the energy management strategy like the charge level of the

batteries, the power required from the fuel cell and the rate of power delivered of the fuel cell. The

optimization objective regarded to minimize the hydrogen consumption.

An optimization tool from Advisor was also addressed for comparison purposes.

A conventional internal combustion Diesel engine, similar to the hybrid bus except on the powertrain,

was simulated for comparison purposes. It was found that there was in general a reduction of the energy

consumption of the hybrid bus relatively the conventional Diesel bus.

Moreover, after the optimization of the energy management parameters of the hybrid bus further

improvments could be achieved regarding the fuel consumption in some driving cycles.

Keywords: Hybrid bus, Fuel cell, Energy Management Strategy, Genetic Algorithm, Fuel

consumption.

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Índice

Agradecimentos .................................................................................................................................i

Resumo............................................................................................................................................ iii

Abstract .............................................................................................................................................v

Índice de Figuras ..............................................................................................................................x

Índice de Tabelas ........................................................................................................................... xv

Índice de Equações ...................................................................................................................... xvii

Simbologia e Abreviaturas ............................................................................................................. xix

1 Introdução ..................................................................................................................................... 1

1.1 Enquadramento ..................................................................................................................... 2

1.2 Objectivos .............................................................................................................................. 5

1.3 Organização da dissertação .................................................................................................. 5

2 Estado da arte .............................................................................................................................. 6

2.1 Veículos híbridos ................................................................................................................... 6

2.1.1 Gestão de energia dos HEV’s e PHEV’s ...................................................................... 10

2.1.2 Componentes utilizados em veículos híbridos ............................................................. 11

2.1.3 Veículos híbridos com pilha de hidrogénio ................................................................... 14

2.1.4 Estudos existentes de autocarros com propulsão a pilha de hidrogénio ..................... 17

2.2 Software de simulação de veículos ..................................................................................... 18

2.3 Optimização da EGE de HEV’s ........................................................................................... 20

3 Metodologia ................................................................................................................................ 21

3.1 Ciclos de condução ............................................................................................................. 22

3.1.1 Ciclo sintético ................................................................................................................ 23

3.1.2 Ciclos reais ................................................................................................................... 23

3.2 Veículo de referência – Autocarro Diesel ICEV .................................................................. 34

3.3 Veículo de referência-Autocarro FC-HEV ........................................................................... 35

3.3.1 Mercedes CitaroFuelCELL - Hybrid .............................................................................. 35

3.3.2 Estratégia de gestão de energia a optimizar ................................................................ 37

3.4 Sofware de simulação de veículos rodoviários - ADVISOR ................................................ 39

3.5 Algoritmo de Optimização - Algoritmo Genético ................................................................. 43

3.6 Consumo de Hidrogénio corrigido ....................................................................................... 46

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4. Resultados ................................................................................................................................. 48

4.1 Simulação dos autocarros de referência ............................................................................. 49

4.1.1 Simulação sem passageiros ......................................................................................... 49

4.1.2 Simulação com passageiros ......................................................................................... 53

4.2 Optimização ......................................................................................................................... 57

4.2.1 Ferramenta de optimização do ADVISOR. .................................................................. 57

4.2.2 Optimização com o algoritmo genético. ....................................................................... 58

5 Discussão ................................................................................................................................... 59

5.1 Influência dos ciclos de condução e passageiros nas simulações dos veículos de referência.

........................................................................................................................................................... 60

5.2 Optimização da EGE do FC-HEV de referência ................................................................. 62

6 Conclusões e direcções futuras ................................................................................................. 66

6.1 Conclusões .............................................................................................................................. 67

6.2 Direcções futuras ..................................................................................................................... 68

7 Referencias Bibliográficas .......................................................................................................... 69

Anexo A - Características de diferentes pilhas de H2.................................................................... 72

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Índice de Figuras

Figura 1:Consumo final de energia por sector em Portugal. ........................................................... 2

Figura 2:Consumo de energia final em 2011 por tipo de transporte em Portugal. ......................... 3

Figura 3:Configuração em série de um HEV ................................................................................... 8

Figura 4:Configuração em paralelo de um HEV .............................................................................. 8

Figura 5: Configuração em Série/Paralelo de um HEV. .................................................................. 9

Figura 6:Estado de Carga de uma Bateria (PHEV e HEV) ........................................................... 10

Figura 7:Evolução de algumas características de uma bateria de Lítio. Esquerda: corrente e

eficiência de carga/descarga. Direita: SOC, Resistência e temperatura .............................................. 13

Figura 8:Diagrama de Ragone para diferentes tecnologias alvo de armazenamento de energia em

veículos. Densidade de energia e densidade de potência máxima, e o tempo de transferência de

energia em carga ou descarga .............................................................................................................. 13

Figura 9: Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores

apresentados podem sofrer alterações com o decorrer do tempo, e também podem depender das

aplicações e construção ........................................................................................................................ 14

Figura 10: Configuração de um FC-HEV. ...................................................................................... 15

Figura 11:Esquema de uma célula de H2 ...................................................................................... 16

Figura 12:Reacções de várias pilhas de H2 .................................................................................. 17

Figura 13:Ilustração da inclinação da estrada entre pontos medidos por GPS ............................ 22

Figura 15:Mapa do percurso STCP_303 ....................................................................................... 24

Figura 16: Velocidade em função do tempo STCP_303. .............................................................. 24

Figura 17: Velocidade em função do peso total dos passageiros STCP_303.. ............................ 24

Figura 18: Declive em função do tempo STCP_303.. ................................................................... 25

Figura 19: Carga em função do tempo STCP_303. ...................................................................... 25

Figura 20: Mapa do percurso Carris 728. ...................................................................................... 26

Figura 21: Velocidade em função do tempo Carris 728. ............................................................... 26

Figura 22: Velocidade em função da carga Carris 728.. ............................................................... 26

Figura 23: Declive em função da distância percorrida Carris 728. ............................................... 27

Figura 24: Carga em função do tempo Carris 728 ........................................................................ 27

Figura 25: Mapa do percurso Linha HF-24 ................................................................................... 28

Figura 26: Velocidade em função do tempo Linha HF-24. ............................................................ 28

Figura 27: Declive em função da distância Linha HF-24.. ............................................................. 28

Figura 28: Velocidade em função da carga Linha HF-24.. ............................................................ 29

Figura 29: Carga em função do tempo HF-24.. ............................................................................. 29

Figura 30: Mapa do percurso Linha HF-21.................................................................................... 30

Figura 31: Velocidade em função do tempo Linha HF-21. ............................................................ 30

Figura 32: Velocidade em função da carga Linha HF-21. ............................................................. 30

Figura 33: Declive em função da distância Linha HF-21. .............................................................. 31

Figura 34: Carga em função do tempo Linha HF-21. .................................................................... 31

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Figura 35: Número de paragens (esquerda) e tempo ao ralenti (direita) por quilómetro. ............. 32

Figura 36: Velocidade média (esquerda) e acelerações máximas e médias (direita) de cada ciclo.

............................................................................................................................................................... 33

Figura 37: Inclinações máximas e médias de cada ciclo.. ............................................................ 33

Figura 38: Mercedes Citaro ICEV.. ................................................................................................ 34

Figura 39: Mercedes Citaro FuelCELL –Hybrid.. .......................................................................... 35

Figura 40: Intervalo de eficiência óptima das baterias.. ................................................................ 37

Figura 41:Intervalo de eficiência óptima de uma pilha de H2 ........................................................ 38

Figura 42: Imagem do layout do ADVISOR. Primeira janela: Escolha dos componentes do veículo,

e inserção dos dados e valores nominais para cada componente. ...................................................... 39

Figura 43:Segunda janela do layout do ADVISOR: Escolha do ciclo de condução a utilizar na

simulação, condições iniciais do veículo e optimização dos parâmetros dos componentes e estratégia

de gestão de energia ............................................................................................................................. 40

Figura 44:Resultados de uma simulação ...................................................................................... 41

Figura 45:Diagrama de blocos do Simulink/MATLAB que rege a simulação do ADVISOR. ........ 42

Figura 46:Exemplo do layout do campo de optimização paramétrica do ADVISOR. ................... 42

Figura 47: Condições de temperatura ambientais dos componentes dos veículos simulados. ... 43

Figura 48: Exemplo da criação de soluções descendentes (crossover) no AG............................ 45

Figura 49:Exemplo da mutação (de um gene apenas, “mutated bit”) de soluções descendentes no

AG. ......................................................................................................................................................... 45

Figura 50: Esquema do AG. .......................................................................................................... 46

Figura 51:Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo

ETC sem passageiros. .......................................................................................................................... 50

Figura 52: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo

STCP_303 sem passageiros. ................................................................................................................ 50

Figura 53: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo

Carris_728 sem passageiros. ................................................................................................................ 51

Figura 54: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo

HF_21 sem passageiros. ....................................................................................................................... 51

Figura 55: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo

HF_24 sem passageiros. ....................................................................................................................... 52

Figura 56: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso

adicional dos passageiros do ciclo ETC com passageiros. .................................................................. 54

Figura 57: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso

adicional dos passageiros do do ciclo STCP_303 com passageiros. ................................................... 54

Figura 58: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso

adicional dos passageiros do ciclo Carris_728 com passageiros. ........................................................ 55

Figura 59: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso

adicional dos passageiros do ciclo HF_21 com passageiros. ............................................................... 56

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Figura 60: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso

adicional dos passageiros do ciclo HF_24 com passageiros. ............................................................... 56

Figura 61: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) nos ciclos de

condução sem passageiros.. ................................................................................................................. 60

Figura 62: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) nos ciclos de

condução com passageiros. .................................................................................................................. 60

Figura 63: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) e dos autocarros

optimizados (FC-HEV ADVISOR e FC-HEV AG), nos ciclos de condução sem passageiros.. ........... 62

Figura 64: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) e dos autocarros

optimizados (FC-HEV ADVISOR e FC-HEV AG), nos ciclos de condução com passageiros. ............ 62

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Índice de Tabelas

Tabela 1:Estudos sobre autocarros movidos a H2. ....................................................................... 17

Tabela 2: Características dos diferentes ciclos de condução utilizados neste estudo. ................ 32

Tabela 3:Características principais do Mercedes Citaro ICEV . ................................................... 34

Tabela 4: Características principais do Mercedes CitaroFuelCELL-Hybrid. ................................. 36

Tabela 5: Limites das variáveis de decisão que definem os genes do AG.. ................................. 44

Tabela 6: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR sem passageiros para o autocarro

convencional.. ........................................................................................................................................ 49

Tabela 7: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR sem passageiros, limites do SOC obtido

das simulações e consumo corrigido, para o autocarro hibrido de referencia FC-HEV. ...................... 52

Tabela 8: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR com passageiros. ............................ 52

Tabela 9: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR com passageiros, limites do SOC obtido

das simulações e consumo corrigido. ................................................................................................... 56

Tabela 10: Resultado das optimizações paramétricas obtidas no ADVISOR sem passageiros. . 57

Tabela 11:Resultado das optimizações paramétricas obtidas no ADVISOR com passageiros. .. 58

Tabela 12:Parâmetros do EGE finais (melhores soluções/indivíduos alcançados) resultantes da

optimização com um AG que resultam em menor consumo de H2, sem passageiros. ....................... 58

Tabela 13:Parâmetros do EGE finais (melhores soluções/indivíduos alcançados) resultantes da

optimização com um AG que resultam em menor consumo de H2, com passageiros. ....................... 58

Tabela 14: Comparação do consumo de energia (MJ/km) para os ciclos de condução com e sem

passageiros. .......................................................................................................................................... 61

Tabela 15: Cromossoma final dos veículos óptimos, sem passageiros ....................................... 63

Tabela 16: Cromossoma final dos veículos óptimos, com passageiros. ...................................... 63

Tabela 17: Características das diferentes pilhas de H2. ............................................................... 72

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Índice de Equações

Equação 1: Cálculo da diferença entre o SOC inicial e o SOC final. ............................................ 47

Equação 2:Cálculo da correcção do consumo de H2. ................................................................... 47

Equação 3:Cálculo do consumo de H2 corrigido. .......................................................................... 47

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Simbologia e Abreviaturas

AC- Na literatura inglesa Alternate Current, corrente alternada, associado ao tipo de motor

eléctrico: motor eléctrico de indução de corrente alternada.

AG- Algoritmo Genético.

Cap- Capacidade das baterias.

CD- Charge-Depleting.

CS- Charge Sustaining.

CSfall pwr rate - Taxa máxima da redução da mudança da potência requerida do sistema de pilha de

hidrogénio.

CSrise pwr rate - Taxa máxima do aumento da mudança da potência requerida do sistema de pilha

de hidrogénio.

CSmin pwr - Potência mínima óptima requerida da pilha de hidrogénio pelas baterias.

CSmax pwr - Potência máxima óptima solicitada da pilha de hidrogénio pelas baterias.

ESS- Energy Storage System, sistema de armazenamento de energia eléctrica (e.g. baterias).

EGE- Estratégia de Gestão de Energia.

EV- ElectricVehicle, veículo eléctrico, cuja motorização de tracção é um motor eléctrico.

FC- FuelCell,célula de combustível.

FC-HEV- Fuel CellHibridVehicle, veículo híbrido com pilha de hidrogénio.

FC-HEV GA- Veiculo híbrido com pilha de hidrogénio optimizado com um algoritmo genético.

FC-HEV ADVISOR- Veiculo híbrido com pilha de hidrogénio optimizado com o ADVISOR.

FCV- Fuel CellVehicle, veículo equipado com célula de combustível como fornecedor de energia.

GPS- Global PositioningSystem, sistema de posicionamento global, navegação por satélite.

H2- Hidrogénio.

HEV- HybridElectricVehicle, veículo eléctrico híbrido, tracção de motor eléctrico e com dois

sistemas de fornecimento de energia distintos.

ICEV- InternalCombustionEngineVehicle, veículo de motor de combustão interna.

Li- Lítio.

NEDC – New EuropeanDrivingCycle, ciclo de condução europeu (ciclo combinado) em

dinamómetro para veículos ligeiros.

Ni-Cd- Níquel-Cádmio, associado ao tipo de materiais activos da bateria.

Ni-Mh- Níquel-Hidreto metálico, associado ao tipo de materiais activos da bateria.

Pb- Chumbo.

PEM- Proton Exchange Membrane ou Polymer Electrolyte Membrane, tipo de célula de

combustível, célula de membrana eletrolíticapolimérica.

PEV- Plug-In Electric Vehicle, veículo eléctrico com opção de Plug-In, ou seja, carregamento

directo das baterias a partir da rede eléctrica.

PHEV- Plug-In Hybrid Electric Vehicle, veículo eléctrico híbrido com opção de Plug-In,

carregamento directo das baterias a partir da rede eléctrica.

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PHEV-FC- Veículo eléctrico híbrido com opção de Plug-In, em que o sistema de fornecimento de

energia é uma pilha de combustível, para além das baterias.

SOC- State of Charge, estado de carga da bateria.

SOChi - Nível superior do estado de carga desejado para o sistema de baterias.

SOClo - Nível inferior do estado de carga desejado para o sistema de baterias.

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1 Introdução

Este capítulo pretende dar a conhecer ao leitor o enquadramento, motivação, objectivos e a estrutura

desta dissertação.

Este primeiro capítulo procura servir de porta de entrada para o trabalho efectuado, dando uma visão

geral sobre os temas e objectivos subjacentes.

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1.1 Enquadramento

Actualmente, os combustíveis fósseis são os principais responsáveis pelas alterações climáticas

gerando também outros impactos negativos no ambiente.

Vários estudos indicam que a procura mundial por energia primária aumentará 36% entre 2008 e 2035,

ou 1,2% ao ano em média, em que os combustíveis fósseis continuam a fonte de energia dominante

na matriz energética [1]. Na UE-27 o consumo total de energia chegou a 1113 MToe em 2009, onde o

sector dos transportes contribui com aproximadamente 33%. O transporte rodoviário representa cerca

de 80% da procura de energia do sector dos transportes [2].

O sector dos transportes foi dos sectores que mais cresceu nas últimas décadas e é actualmente o que

apresenta um maior consumo de energia final em Portugal, cerca de 40% (conforme apresentado na

Figura 1), sendo os pequenos decréscimos observados devidos à influência da situação financeira do

país e da implementação de várias políticas energéticas [1].

Figura 1:Consumo final de energia por sector em Portugal [1].

Se o consumo de energia do sector for desagregado por tipo de transporte (ver Figura 2) observa-se

que a quota da componente “rodoviária” no total do consumo de energia no conjunto do sector do

transporte é esmagadora em Portugal, com um valor superior a 80% [1].

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Figura 2:Consumo de energia final em 2011 por tipo de transporte em Portugal [1].

A fim de reduzir a dependência de combustíveis fósseis no transporte rodoviário e, consequentemente

reduzir as emissões poluentes, o estudo de tecnologias para veículos alternativos, tornando-os mais

eficientes, é extremamente importante. Algumas das tecnologias alternativas emergentes de veículos

rodoviários são os veículos híbridos eléctricos (HEV), veículos híbridos eléctricos plug-in (PHEV),

veículos exclusivamente eléctricos (EV) e veículos a pilha de hidrogénio (FCV, nomeadamente híbridos

FC-HEV, e híbridos plug-in FC-PHEV).

Estas tecnologias alternativas exploram a electrificação do veículo. Esta estratégia pode permitir a

melhoria da qualidade do ar urbano (sem emissões locais ou reduzidas), a diversificação das fontes de

energia primária (a electricidade pode ser gerada a partir de uma ampla gama de fontes, não

necessariamente de origem fóssil), e permite o uso de tecnologias que podem melhorar a eficiência

energética.

Um problema inerente aos EV’s é a reduzida autonomia das baterias. Para resolver esta situação,

surgem os HEV’s que aumentam a sua autonomia pela utilização de energia fornecida por um motor

de combustão, ou através de células de hidrogénio.

Alguns tipos de HEV podem ter a possibilidade de receber energia eléctrica a partir de fontes externas,

caracterizando-se como tendo a componente de plug-in (PHEV).

Alguns estudos foram desenvolvidos para testar os consumos e as emissões deste tipo de veículos

alternativos, demonstrando as suas vantagens em termos de eficiência e impacto ambiental [3,4,5,6,7].

Nestes estudos, para além da análise da tecnologia implementada no veículo, também foi avaliado o

impacto a nível de ciclo de vida do veículo e energia utilizada, tendo como objectivo identificar as mais-

valias da utilização de tecnologias alternativas no sector dos transportes rodoviários.

A implementação de novas tecnologias para veículos rodoviários como HEV’s e PHEV’s não dependem

apenas na aceitação do público, mas também da logística envolvida na distribuição de energia. As

infra-estruturas para a distribuição de gasolina e Diesel estão já bem definidas, mas a logística

envolvida na distribuição de electricidade, necessária para os PHEV’s e EV’s (que necessitam tomadas

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de electricidade para carregar as baterias) ou combustíveis alternativos como o hidrogénio (H2) ainda

se encontram em desenvolvimento [5,6].

Uma maneira de impulsionar a entrada destes veículos alternativos no sector dos transportes é

desenvolver projectos de implementação, como uma frota de táxis ou de veículos de distribuição de

correio, com rotas de circulação bem definidas e com infra-estruturas de manutenção e abastecimento

mais bem definidas do que a de um veículo pessoal [5].

Autocarros EV, FC-HEV e FC-PHEV têm a vantagem de tirar proveito de operarem em ciclos bem

definidos e constantes assim como desfrutarem de uma infra-estrutura própria e fixa para

abastecimento de combustível e de manutenção, o que facilita o horário de trabalho e abastecimento

do autocarro. Os autocarros também permitem mais espaço para o sistema de propulsão e de

armazenamento de combustível [7]. Além disso, os autocarros são altamente visíveis pela comunidade

e podem gerar feedback e criar interesse para os métodos "mais verdes" de transporte.

Existem duas abordagens principais para a melhoria da eficiência de um veículo: uma abordagem

hardware, que inclui a implementação de novos componentes e do seu dimensionamento adequado, o

desenvolvimento de materiais novos e mais leves, e a modificação da configuração do veículo, incluindo

a hibridação do grupo motopropulsor; e uma abordagem de software, que inclui a implementação de

uma estratégia de gestão de energia melhorada (EGE) e outros métodos de controlo [5,8,9].

Numa configuração híbrida, o dimensionamento dos componentes e estratégia de gestão de energia

afecta significativamente o desempenho do veículo, custo e economia de combustível. A capacidade

de integrar a optimização do sistema de controlo de gestão de energia com o dimensionamento dos

principais componentes do grupo motopropulsor híbrido apresenta uma área significativa de

investigação, uma vez que a optimização no projecto do veículo pode melhorar significativamente a

eficiência dos veículos e custo [9]. Quando os fabricantes de veículos híbridos constroem os seus

veículos, são feitos pequenos esforços para optimizar o dimensionamento dos componentes e eles são

geralmente sobredimensionados para o propósito real do usuário e requisitos.

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5

1.2 Objectivos

O objectivo desta dissertação consiste em demonstrar as vantagens da utilização de autocarros

híbridos a H2 (FC-HEV) em relação aos autocarros convencionais de combustão interna (ICEV) e

optimizar os parâmetros da EGE de um autocarro FC-HEV de referência com o objectivo de minimizar

o consumo energético do veículo. Os parâmetros da EGE a optimizar controlam o fluxo de energia

entre o sistema de baterias e a pilha de H2, de acordo com o ciclo de condução efectuado pelo veículo

de modo a obter uma operação mais eficiente.

1.3 Organização da dissertação

Esta dissertação encontra-se dividida essencialmente em 7 capítulos e anexos.

O primeiro e presente capítulo refere-se á introdução, onde se contextualiza o tema, apresentam-se a

introdução, objectivos, e a organização da dissertação.

No capítulo 2, o estado da arte, está descrita a revisão bibliográfica realizada sobre os conceitos

subjacentes ao tema da dissertação.

O capítulo 3 aborda toda a metodologia aplicada para alcançar os respectivos objectivos definidos para

esta dissertação. São descritos os ciclos de condução, veículos e software de simulação e de

optimização utilizados, justificando as opções tomadas.

Em função da metodologia aplicada no capítulo anterior, a apresentação dos resultados obtidos neste

estudo é efectuada no capítulo 4.

No capítulo 5 está presente a discussão dos resultados apresentados no capítulo 4.

No capítulo 6 encontram apresentadas as conclusões do presente estudo assim como algumas

sugestões para que este trabalho seja aperfeiçoado no futuro.

O capítulo 7 apresenta as referências bibliográficas utilizadas para este estudo.

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6

2 Estado da arte

Neste capítulo é realizada uma revisão teórica, onde são descritos os aspectos mais relevantes dos

veículos híbridos. Estão também presentes alguns estudos realizados em autocarros, optimização em

veículos alternativos, ciclos e medições feitas para esta dissertação.

Este capítulo tem o objectivo de fornecer ao leitor um conhecimento prévio que envolve o tema desta

dissertação, permitindo um melhor entendimento da mesma.

2.1 Veículos híbridos

Um veículo híbrido eléctrico (HEV) utiliza mais do que uma fonte de energia para fornecer energia ao

sistema de tracção. O mais comum é a utilização de um conversor de combustível (motor de combustão

ou pilha de H2) e um sistema de armazenamento de energia eléctrica como baterias.

O aparecimento dos HEV’s surgiu com a necessidade de fornecer a potência, alcance e segurança

equivalente a um ICEV, com um consumo energético mais reduzido e redução de emissões poluentes

nocivas [10].

As vantagens dos HEV’s estão assentes em:

Eficiência superior do motor eléctrico em comparação com um motor de combustão interna para

tracção. Adicionalmente, os motores eléctricos são mais simples, e possuem menos partes móveis o

que implica menores custos de manutenção;

Melhores características de binário. Os motores eléctricos conseguem fornecer binários elevados a

baixa velocidade, no entanto apresentam menor binário em velocidades altas;

Possibilidade de ajustar o funcionamento do ICE para zonas óptimas ou de melhor eficiência, usando

a bateria para controlar melhor o fluxo de energia entre componentes. Possibilidade de reduzir o

tamanho do ICE, uma vez que a potência pode ser partilhada com o sistema eléctrico, tornando possível

reduzir o peso do veículo;

É possível desligar o ICE, reduzindo assim o consumo de combustível e emissões.

As desvantagens estão assentes em:

Aumento da massa do veículo devido a adição de componentes;

Aumento do custo devido a componentes e á complexidade da estratégia de gestão de energia;

Fiabilidade geral do sistema pode ser menor devido ao aumento da complexidade;

Se não optimizado para o ciclo de condução adequado, os benefícios podem não ser plenamente

explorados;

Aumento do grupo motopropulsor e complexidade electrónica.

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7

A propulsão dos HEV’s pode ser composta por um ou dois tipos de sistemas. Normalmente são

utilizados motores eléctricos ou conversores de combustível, como motores de combustão interna

(alimentados por gasolina, Diesel e bio-combustíveis), ou pilhas de H2.

A energia eléctrica pode ser proveniente de sistemas de armazenamento de energia eléctrica como

baterias electroquímicas ou ultra-condensadores.

A energia eléctrica pode ser gerada por um gerador/alternador accionado por um motor de combustão

interna (ICE) ou por um volante de inércia. No caso de se tratar de um veículo plug-in a energia eléctrica

pode ser fornecida da rede eléctrica, exterior ao veículo. As pilhas de H2 também geram energia

eléctrica para carregar as baterias ou ultra-condensadores. A energia eléctrica pode ser também gerada

através do sistema de travagem regenerativa que permite converter a energia cinética gerada durante

a desaceleração do veículo em energia eléctrica, aumentando a eficiência do veículo e reduzindo o

desgaste dos discos dos travões, através do campo electromagnético gerado [10].

Os HEV’s podem ser veículos ligeiros ou pesados como por exemplo autocarros destinados a

transporte público. Um exemplo de um veículo híbrido ligeiro é o Toyota Prius [11] que usa para tracção

um motor de combustão interna e um motor eléctrico. Um exemplo de um autocarro híbrido é o

Mercedes Citaro FuelCell-hybrid [12] que usa motores eléctricos para mover as rodas motrizes,

alimentados por baterias, que por sua vez são carregadas por pilhas de H2.

Existem diferentes arquitecturas de sistemas híbridos para atender diferentes aplicações, elas são

classificadas como em série, em paralelo e em série/paralelo.

Configuração em Série

Esta configuração é relativamente simples havendo apenas uma relação eléctrica entre os

componentes. As rodas motrizes do veículo são acionadas por um ou vários motores eléctricos.

A energia electrica necessária para alimentar o motor pode ser originada pela combinação de duas ou

mais fontes de energia independentes. O ICE (ou outro conversor de combustível), não tem nenhuma

conexão mecânica com as rodas, a sua finalidade é apenas para gerar energia eléctrica (com o uso de

um grupo gerador) para ser utilizada directamente pelo motor eléctrico ou para ser armazenada nas

baterias. Em alguns casos, quando são necessárias grandes quantidades de energia, o motor eléctrico

é alimentado com energia eléctrica partir das baterias e do conversor de combustivel.

Alguns exemplos de veículos híbridos de configuração em série são o Chevrolet Volt e o Opel Ampera

[13,14].

Veículos híbridos com configuração em série têm geralmente conversores de combustíveis menores e

as baterias maiores, que os tornam mais caros. Esta configuração faz com que os veículos híbridos de

configuração em série sejam mais eficientes em condução urbana, usando maioritariamente energia

fornecida pelas baterias, ficando o conversor de combustivel encarregue de carregar as baterias por

forma a manter aproximadamente constante o seu nível de carga (SOC) [15].

A Figura 3 demonstra a configuração em série.

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8

Figura 3:Configuração em série de um HEV [10].

Configuração em Paralelo

Nesta configuração, tanto o motor eléctrico como o motor de combustão interna têm ligação às rodas

motrizes através de um sistema de transmissão.

O arranque de alguns HEV’s de configuração em paralelo pode ser feito em combinação entre os dois

motores de modo a obter uma eficiência melhorada e ao mesmo tempo reduzir de forma significativa a

emissão de poluentes.Este tipo de configuração permite uma maior eficiência em circuitos que exigem

velocidades elevadas e constantes, uma vez que esta operação coincide com a gama de

funcionamento mais eficiente do ICE (dependendo do seu dimensionamento). No entanto, a EGE e os

elementos de transmissão são mais complexos do que numa configuração em serie ou de um veículo

convencional, contribuindo negativamente para o peso e custo do veículo [10].

Nessa categoria de veículos estão os veículos HondaCivicHybrid e Insight [16].

A Figura 4 demonstra a configuração em paralelo.

Figura 4:Configuração em paralelo de um HEV. [10]

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9

Configuração Série/Paralelo

Esta configuração une as vantagens das duas configurações em série e paralelo. Permite uma boa

eficiência em toda a gama de velocidades, enquanto os híbridos de configuração em série são mais

eficientes a baixas velocidades e em configuração em paralelo são mais eficientes a velocidades altas

[10]. Nesta configuração, o veículo pode operar como um HEV de configuração em paralelo, sempre

que uma operação deste tipo de veículo exija, como por exemplo, uma manobra de ultrapassagem que

necessite da adição de energia proveniente do ICE e do motor eléctrico. Pode também operar como

um HEV de configuração em série como, por exemplo, quando o veículo opera por períodos muito

longos a velocidades muito baixas, pode também, por períodos curtos, funcionar como um veículo

eléctrico puro [10].

A sua composição é semelhante a um HEV em série, porém a conexão mecânica das rodas está ligada

aos dois grupos propulsores. Nesta configuração existe ligação eléctrica e mecânica entre os

componentes para promover a tracção do veículo, fazendo com que a complexidade dos sistemas de

transmissão e de EGE seja superior ao das outras configurações.

Os carros híbridos produzidos pela Toyota (como o Toyota Prius) e pela Lexus são de configuração

Série/Paralelo [11,17].

A Figura 5 demonstra a configuração em Série/Paralelo.

Figura 5:Configuração em Série/Paralelo de um HEV. [10]

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10

Veículos Híbridos Plug-In

Os PHEV’s são uma variante dos veículos híbridos que permitem carregar as baterias directamente

através da rede eléctrica pública através de uma tomada [10].

Os benefícios dos PHEV’s estão assentes no facto de estes veiculos terem a possibilidade de funcionar

como um EV. No entanto a operação do veículo em modo totalmente eléctrico tem uma autonomia

limitada, que após expirada leva a que o veículo funcione como um HEV.

2.1.1 Gestão de energia dos HEV’s e PHEV’s

O fluxo de energia electrica nos HEV’s é controlada usando o que se chama de uma estratégia de

gestão de energia (EGE), este sistema de controlo define o modo como o ICE (ou pilha de H2) deve

fornecer energia para carregar os sistemas de armazenamento de energia eléctrica, como baterias e

ultra-condensadores, de modo a para manter o seu SOC o mais constante quanto possível de acordo

com os requesitos dos percursos usados.

A Figura 6 mostra o princípio de gestão de energia das baterias dos HEV’s e PHEV’s.

Figura 6:Estado de Carga de uma Bateria (PHEV e HEV) [4].

A zona de Charge Depleting é característica dos PHEV’s porque permite operar o veículo

exclusivamente com energia eléctrica armazenada em baterias (semelhante a um EV), descarregando

as baterias à medida que é requerida a energia até um nível de carga óptimo, cuja resistência de

carregamento e descarregamento é mínima. Nessa fase o conversor de combustível do veículo será

accionado de modo a evitar o descarregamento da bateria (Figura 6).

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11

A zona de Charge Sustaining é característica dos HEV’s, combina o funcionamento do conversor de

combustível (ICE ou pilha de H2), de maneira a que o veículo opere da forma mais eficiente possível.

Isto implica tentar manter um nível de SOC definido durante a operação do veículo. O nível de SOC irá

variar mas a média destas variações será mantida constante [4].

Podem também existir estratégias mistas, ou seja, no modo eléctrico, Charge Depleting, existe a

possibilidade do ICE ou pilha de hidrogénio fornecer energia em eventos extremos e que requerem

muita energia [5]. Durante o modo de Charge Sustaining as possibilidades de controlar os fluxos de

energia entre componentes são infinitas [8]. Neste estudo a estratégia adotada é a “thermostat”, a

estratégia padrão do ADVISOR para veículos híbridos com pilha de H2, onde o conversor de

combustível é ligado quando o estado de carga da bateria atinge um ponto limite inferior, e desliga-se

quando o estado de carga da bateria atinge o ponto limite superior [18]. A taxa de potência fornecida

da pilha de H2 também é dependente do estado de carga da bateria. Os veículos equipados com ICE

podem também ter esta estratégia.

Se o percurso da viagem é conhecido antecipadamente, uma estratégia de gestão de energia

correcta pode ser ajustada de tal forma que o consumo de combustível e custos de viagem podem ser

minimizados.

2.1.2 Componentes utilizados em veículos híbridos

Motor de Combustão Interna

Os HEV’s mais comuns possuem motores de combustão interna semelhantes aos que têm os

automóveis tradicionais. Porém, o motor de combustão interna de um HEV é dimensionado de acordo

com o sistema híbrido (pode ser maior ou menor que num veículo convencional de potência

semelhante) e utiliza novas tecnologias para aumentar sua eficiência. Em consequência, esses

veículos também a possibilidade de reduzir a emissão de poluentes.

Os tipos de motores a combustão interna utilizados em HEV’s podem ser do tipo ciclo Otto (utilizando

gasolina ou etanol), ciclos do tipo Atkinson (uma variante do ciclo Otto) e ciclos Diesel (utilizando Diesel

ou biodiesel) [19].

Os motores com ciclo Otto são os convencionais motores a quatro tempos (admissão, compressão,

expansão e escape) com ignição de uma mistura ar/combustível através de um arco eléctrico.

O Toyota Prius HSD e Honda Civic IMA utilizam ICE com ciclo Otto [11,16].

O ciclo Atkinson é uma variante do ciclo Otto, em que a diferença principal está no tempo de

compressão. No ciclo Atkinson, o fecho da válvula de admissão é atrasado de modo a que parte da

mistura ar/combustível volte a entrar no colector de admissão, o que reduz as perdas de energia de

bombagem. Este atraso da válvula de admissão significa que o volume de mistura ar/combustível será

menor. No tempo de expansão, a pressão dos produtos de combustão é menor do que seria a de um

motor com ciclo Otto convencional o que se reflete em um melhor aproveitamento de energia e logo

numa maior eficiência.

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12

Alguns veículos híbridos como o Ford Escape e o Toyota Prius, utilizam motores de combustão interna

com o ciclo Atkinson em vez do convencional ciclo Otto [20].

Os motores com ciclo Diesel são motores a quatro tempos que utilizam a temperatura do ar comprimido

durante o tempo de compressão para provocar a explosão do combustivel. A PSA Peugeot Citroën

desenvolveu a tecnologia híbrida Diesel – HYbrid4 [21].

Motor/Gerador Eléctrico

O motor eléctrico pode ser usado como propulsor principal, ou então como um gerador de energia

eléctrica para sistemas de armazenamento como as baterias ou ultra-condensadores (funcionando

assim como gerador).

Os motores eléctricos de indução de corrente alternada (AC) têm uma elevada eficiência e custos de

manutenção reduzidos.

Os motores eléctricos de corrente contínua (DC) conseguem ser menos eficientes e com maiores

custos de manutenção do que os motores eléctricos de indução AC, no entanto, têm um custo inicial

mais baixo e são mais adequados para HEV’s compactos que atinjam velocidades baixas porque

tornam o sistema de propulsão mais simples, dado que a utilização deste tipo de motor elimina a

necessidade de utilizar um inversor de corrente [10].

Os HEV’s podem usar o motor eléctrico como gerador aproveitando a energia cinética gerada na

desaceleração do veículo para a converter em energia eléctrica (travagem regenerativa).

Baterias

Uma bateria é um equipamento que converte directamente energia química em energia eléctrica de

corrente contínua.

A maioria dos sistemas de armazenamento de energia para configurações híbridas utiliza baterias

electroquímicas devido á sua elevada capacidade de armazenamento.

Os tipos de baterias recarregáveis mais utilizadas são baseadas em eléctrodos de de Lítio (Li) e hidreto

metálico de níquel (Ni-MH).

Estas tecnologias são preferidas à tecnologia tradicional de baterias chumbo - ácido (PbA) e Níquel -

Cádmio (Ni-Cd), porque têm elevadas densidades de energia, elevadas densidades de potência, maior

potência de saída em baixo estado de carga e capacidade de executar vários ciclos de carga e descarga

sem afectar o seu desempenho.

As suas dimensões e peso são factores importantes a ter em consideração, visto que as baterias

costumam representar uma percentagem importante do peso e volume totais do veículo.

Em estudos realizados recentemente, demonstrou-se que para veículos médios ou pequenos, os

sistemas de lítio são mais adequados para veículos de hibridação moderada, enquanto os sistemas Ni-

MH apresentam desempenho geral melhor em veículos de hibridação média-alta [22].

O desempenho das baterias está dependente das condições a que estas estão sujeitas. Ao aumentar

a voltagem da operação, o tempo de descarga da bateria tende a diminuir. Ao aumentar a corrente de

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13

descarga das baterias a longevidade das baterias é afectada de forma negativa devido ao efeito de

“memória” aumentando também das perdas energéticas e reduzindo a sua capacidade [10].

A variação da actividade química devido á variação de temperatura tem influência na longevidade e

características de tensão das baterias.

Com baixas temperaturas a resistência interna é maior o que implica menor capacidade de

armazenamento. Com temperaturas mais altas verifica-se o efeito contrário. Existe no entanto uma

zona de temperatura óptima para cada bateria. A Figura 7 demonstra o efeito da corrente e da

temperatura numa bateria de lítio.

Figura 7:Evolução de algumas características de uma bateria de Lítio. Esquerda: corrente e eficiência de carga/descarga. Direita: SOC, Resistência e temperatura [4].

As baterias dos EV’s requerem uma maior densidade de energia (capacidade de armazenamento de

energia), maior densidade de potência (capacidade de providenciar energia em menor tempo), aceitar

e fornecer intensidades de correntes elevadas provenientes da travagem regenerativa ou necessária

para aceleração, elevada longevidade, baixa manutenção, segurança e custo reduzido.

As Figuras 8 e 9 apresentam alguns valores comparativos entre algumas tecnologias de

armazenamento de energia eléctrica.

Figura 8:Diagrama de Ragone para diferentes tecnologias alvo de armazenamento de energia em veículos. Densidade de energia e densidade de potência máxima, e o tempo de transferência de energia em carga ou

descarga [4].

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14

Figura 9: Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores apresentados podem sofrer alterações com o decorrer do tempo, e também podem depender das aplicações e construção [4].

Ultra-Condensadores

Embora desempenhando papéis semelhantes, as baterias e ultra-condensadores diferem bastante

entre si.Uma vez que não há reacções químicas nos condensadores, eles podem ser carregados em

muito pouco tempo (o fluxo de energia é muito maior). Quando descarregados, os condensadores

podem fornecer correntes eléctricas elevadas e consequentemente elevadas potências também. O

número deciclos de carga e descarga é quase infinito quando comparado com as baterias.

No entanto, o ultra-condensador é um equipamento com elevada densidade de potência mas pouca

densidade de energia.

Este dispositivo não tem capacidade de armazenar energia que lhe permita ser a fonte primária de

energia de um veículo, no entanto, a sua capacidade de fornecer e receber energia em tempos

inferiores a um segundo (o que diminui drasticamente as perdas de energia) é uma tecnologia óptima

para funcionar nos regimes mais dinâmicos de um veículo eléctrico.

Na regeneração de energia este factor ainda é mais importante, como na regeneração de energia existe

um espaço de tempo muito curto para o recarregamento da bateria, uma tecnologia que consiga

“absorver” essa energia num curto espaço de tempo traz grandes vantagens, uma vez que menor

energia será perdida [22,23].

2.1.3 Veículos híbridos com pilha de hidrogénio

Os veículos híbridos com pilha de hidrogénio (FC-HEV) são veículos que utilizam configuração em série

e que utilizam tecnologia de pilhas de hidrogénio para carregar o sistema de armazenamento de energia

(como as baterias ou ultra-condensadores). Também podem utilizar as pilhas de hidrogénio para

alimentar directamente o motor eléctrico para tracção.

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15

Figura 10: Configuração de um FC-HEV [10].

Hidrogénio

O Hidrogénio é o elemento mais simples e abundante no Universo, é um elemento diatómico, formado

naturalmente em pares de átomos e é por isto que este é muitas vezes referido como“H2” [24].

O Hidrogénio é o elemento mais leve da tabela periódica mas tem mais energia por unidade de massa

de todos os combustíveis, o seu poder calorífico é de 0,120 MJ/g (25ºC e 1 atm) sendo três vezes maior

do que o da gasolina.

Pilha de Hidrogénio

Uma pilha de hidrogénio, é composta por um conjunto de dispositivos electroquímicos chamados de

células que combinam hidrogénio e oxigénio para produzir electricidade, com água e calor como

produto das reacções. Na sua forma mais simples, uma única célula é constituída por dois eléctrodos,

um ânodo e um cátodo, com um electrólito entre eles.

No ânodo, o hidrogénio reage com um catalisador, criando um protão e um electrão. O protão em

seguida, passa através do electrólito, enquanto o electrão desloca através de um circuito externo,

dando-se a criação de uma corrente. No cátodo, o oxigénio reage com o protão e com o electrão. Uma

única célula pode gerar cerca de 0,7 V, apenas o suficiente para alimentar uma única lâmpada. Quando

as células são ligadas em série o output é maior, o que resulta em pilhas de hidrogénio que podem

gerar vários megawatts [24].

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16

Figura 11:Esquema de uma célula de H2 [24].

Há muitos tipos diferentes de pilhas de hidrogénio, cada uma com suas próprias características

operacionais específicas. Os tipos de pilha de hidrogénio mais comuns são: célula de combustível

alcalina (AFC), membrana de troca de protões (PEM), células de combustível directa de metanol

(DMFC), célula de combustível de carbonato fundido (MCFC), célula de combustível de ácido fosfórico

(PAFC) e de células de combustível de óxido sólido (SOFC) [24]. Cada tipo tem a sua química única,

tais como diferentes temperaturas de operação, catalisadores e electrólitos.

As características de funcionamento de cada uma ajuda a definir a sua aplicação. A Tabela 17 do Anexo

1 descreve mais em detalhe as diferenças entre as diferentes pilhas de H2.

Como as pilhas de H2 dependem de um processo electroquímico e não de combustão, as emissões

são significativamente menores, podendo ser consideradas nulas no que toca a emissões poluentes.

Este tipo de equipamento tem uma operação silenciosa, é durável e altamente eficiente quando

comparado com motores de combustão interna.

A Figura 12 exemplifica as reacções das diferentes pilhas.

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17

Figura 12:Reacções de várias pilhas de H2 [24].

2.1.4 Estudos existentes de autocarros com propulsão a pilha de hidrogénio

O presente estudo analisa a aplicação de pilhas de hidrogénio em autocarros, a Tabela 1 apresenta

alguns estudos já efectuados sobre a aplicação e fiabilidade de autocarros a hidrogénio:

Tabela 1:Estudos sobre autocarros movidos a H2.

Tipo Modelo Ciclo de condução Objectivo do estudo Referência

FC-PHEV

Proterra FCBE-35

Cidade de Burbank, California

Avaliação do desempenho tecnológico para verificar a fiabilidade de compra.

[25]

FC- PHEV

ElDoradoNational RE-29E

Honolulu’s Hickam Air Force Base

Avaliação da implementação de dois FC-PHEV.

[26]

FC- EV Mercedes-Benz Citaro FC

City Hall (Stadshuset) in central Stockholm “Vattenlinjen”

Implementação e avaliação de uma infra-estrutura de abastecimento de H2 e de FC- EV.

[27]

FC- EV Xcellsis Zebus

Chicago Vancouver

• Compreensão de desempenho do veículo, falhas e custos operacionais; • Entender melhor a infra-estrutura necessária para o esta tecnologia; • Preparar o mercado para a entrada de veículos de células de H2; • Educar o público sobre segurança e fiabilidade do FC-EV.

[28]

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18

2.2 Software de simulação de veículos

Vários produtos de software de simulação de veículos rodoviários estão disponíveis de forma gratuita

ou paga na indústria e universidades.

Alguns dos mais importantes e modernos são:

ECOGEST

O ECOGEST é um modelo de simulação de veículos rodoviários ICEV que prevê consumo de

combustível e emissões de poluentes [29,30,31].

Este modelo escrito em linguagem Visual Basic foi desenvolvido em uma tese de doutoramento no IST

(Instituto Superior Técnico), este software oferece a possibilidade de analisar os ciclos de condução

reais, levando em consideração a topografia e as características dos veículos, como peso e

transmissão.

ADVISOR

O ADVISOR é um modelo originalmente desenvolvido pela NREL (National Renewable Energy

Laboratory). Esta ferramenta pode utilizada para avaliar e quantificar o impacto de veículos de

tecnologias avançadas como ICEV, EV, FCEV e HEV, nomeadamente, consumo de combustível,

desempenho e emissões.

Está escrito no ambiente MATLAB / Simulink e até recentemente era distribuído gratuitamente através

da Internet, na sua versão de 2002 (agora comercializado pela AVL em sua versão 2004) [18].

AVL CRUISE

Este software comercial desenvolvido pela empresa AVL, é usado para análise de

sistemas avançados de veículos, a sua evolução começou em 1998 e que já está em sua 14ª versão

em 2010. Esta ferramenta é considerada como um dos softwares mais poderosos, robustos e adaptável

existentes na indústria para análise de sistemas propulsores, com características de simulação e

optimização avançados.

Ele é escrito em linguagem C, com conexão com Matlab / Simulink [32].

RAPTOR

O Rapid Automotive Performance Simulator (RAPTOR) é um software desenvolvido em parceria por

Southwest Research Institute (SwRI) e Daimler Chrysler para uso de empresas fabricantes de

automóveis, carrinhas e autocarros.

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19

Este software está codificado em Matlab / Simulink e pode simular o desempenho do veículo e

economia de combustível, incluindo veículos ligeiros ( 2WD e 4WD ), veículos médios e veículos

pesados [33] .

DYMOLA / MODELICA

O DYMOLA / MODELICA é um software usado na indústria automóvel desde o ano 2000, baseado em

equações equações diferenciais, algébricas e discretas para modelar convenientemente os sistemas

mecânicos, electrónicos, hidráulicos, térmicos, de controlo e de energia eléctrica [34].

PSAT

PSAT (Powertrain Systems Analysis Toolkit) foi desenvolvido através da Parceria para uma Nova

Geração de Veículos e mantido pelo Argonne National Laboratory.

Este software está escrito em Matlab / Simulink e é uma poderosa ferramenta de modelação que

permite aos utilizadores avaliar realisticamente não só o consumo de combustível, mas também o

desempenho de veiculos.

Neste software, os requisitos de energia para os componentes são calculados através de requesitos

introduzidos pelo condutor. O PSAT é usado pela Hyundai, Chrysler, Ford, GM e Toyota [35].

AUTONOMIE

O Center for Transportation Research staff [36] em Argonne National Laboratory desenvolveu uma

ferramenta de modelação, o AUTONOMIE, que permite a simulação de motorizações de veículos,

subsistemas e sistemas de modo a poderem ser projectados a partir do zero. O método tradicional de

projecto de automóveis passa por construir e testar hardware, o que é um processo mais caro e, muitas

vezes, demorado.

Os fabricantes de veículos estão a apostar cada vez mais no projecto virtual, utilizando métodos de

modelação e simulação para reduzir custos e tempo de chegada dos veiculos ao mercado.

Esta ferramenta é reconhecida como provavelmente uma das ferramentas mais sofisticadas e

actualizadas nesta área.

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20

2.3 Optimização da EGE de HEV’s

Técnicas de optimização da EGE de HEV’s podem ser classificadas de acordo com a dependência do

conhecimento de informação obtida instantaneamente ou previamente, mais concretamente métodos

de optimização em tempo real e global.

O método de optimização global da EGE requer informação prévia acerca de todo o ciclo de condução

onde irá circular o veículo, este método tem a desvantagem de não poder ser implementado em

situações reais e de requer algum esforço computacional.

Os métodos de optimização em tempo real têm a vantagem em relação ao método anterior de poder

ser implementado em situações reais mas tem a desvantagem de não obter resultados tão bons. Este

método requer informação instantanea acerca de binário, SOC, mapas de eficiência, para gerir mais

eficientemente a EGE.

Métodos baseados em regras ou heurísticos são eficazes em tempo real, a sua vantagem principal

consiste na sua facilidade de implementação. Sistemas de GPS podem ser utilizados de modo a

fornecer informação acerca de distância, tráfego, para complementar estes métodos.

Há metodologias que utilizam um algoritmo de optimização global DIRECT (DIvided RECTangles) para

optimizar os parâmetros da EGE de modo a minimizar o consumo de combustivel [37].

Métodos de optimização de EGE preditivos, podem ser utilizados, como um algoritmo com a abordagem

de fuzzylogic para optimizar a EGE de um FC-HEV [38].

Existem investigações que referem algoritmos de optimização que controlam o fluxo de energia através

do grupo motopropulsor utilizando informações como o estado do veículo, histórico de condução,

coordenadas GPS e poderia, eventualmente, utilizar os serviços de Internet de disponíveis, tais como

os dados de tráfego, avisos de construção e boletins meteorológicos, para alterar a EGE em tempo real

permitindo que o veículo tenha uma melhoria global do consumo de energia [39].

Existem estudos que utilizam um método de optimização em tempo real em que o objectivo foi o de

optimizar a estratégia de gestão de energia de um FC-HEV, através da geração e armazenamento de

energia eléctrica nos momentos mais apropriados dado um ciclo de condução [40].

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21

3 Metodologia

Neste capítulo descreve-se a metodologia utilizada para a elaboração e obtenção de resultados neste

estudo.

Este capítulo descreve ao leitor os diferentes veículos visados neste estudo, os ciclos de condução

utilizados nas simulações, o software de simulação de veículos rodoviários utilizado, e os algoritmos

de optimização.

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22

3.1 Ciclos de condução

Para a realização deste estudo foi utilizado um ciclo sintético ETC (European Transient Cycle) e quatro

ciclos de condução reais, o STCP_303 que é uma rota de autocarro localizada na zona metropolitana

da cidade do Porto, o Carris_728 que é uma rota de autocarro em Lisboa que faz a ligação Cais do

Sodré-Moscavide, e as Carreiras 24 e 21 do Horários do Funchal na Ilha da Madeira, os ciclos reais

são com ida e volta.

Para cada ciclo real, foi medida, a cada segundo, a quantidade de passageiros presentes em autocarros

que circulam nestes circuitos urbanos. Para transformar a quantidade em peso, multiplicou-se o número

de passageiros por um peso médio de 70 kg por pessoa e adicionou-se a presença do condutor.

Os dados que caracterizam os ciclos reais foram obtidos através de um sensor de velocidade e um

sistema GPS equipado com um altímetro barométrico que permitiu registar os valores da velocidade,

distância, e altitude. O declive da estrada foi obtido considerando a distância percorrida pelo veículo e

a altura atingida (ver Figura 13).

O software de simulação de veículos ADVISOR, disponibiliza uma base de dados com ciclos sintéticos

utilizados em testes oficiais de veículos por entidades reguladoras, como é o caso dos ciclos

americanos HWFET (ciclo de auto-estrada - Highway Fuel Economy Driving Schedule ) e UDDS (ciclo

urbano – Urban Dynamometer Driving Schedule), do japonês JAP1015 (ciclo combinado Japonês), e

do ciclo europeu NEDC (ciclo Europeu – New European Driving Cycle) [41].

Os ciclos de condução reais também podem ser inseridos nesta base de dados para efeitos de

simulação.

Os dados que caracterizam os ciclos reais que foram utilizados neste estudo são definidos por matrizes

de tempo-velocidade, distância-declive e distância-carga.

Figura 13:Ilustração da inclinação da estrada entre pontos medidos por GPS [4].

Page 45: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

23

3.1.1 Ciclo sintético

ETC (European Transient Cycle)

O ciclo ETC é um ciclo de condução sintético baseado em medições reais de percursos de estrada

utilizadas por veículos pesados. Este ciclo é constituído por uma parte urbana, rural e de auto-estrada.

Cada parte tem a duração de 600s e a duração total do ciclo é 1800s. A primeira parte representa a

condução urbana com uma velocidade máxima de 50 km/h, com algumas paragens. A segunda parte

representa condução rural que começa com um segmento de aceleração íngreme, com uma velocidade

média de cerca de 72 km/h. A terceira parte representa auto-estrada, sendo a velocidade média de

cerca de 88 km/h [41]. Sendo este um ciclo oficial, não há dados referentes á influência da presença de

passageiros, para acrescentar o efeito dos passageiros neste ciclo, foi feita uma média do número de

passageiros registados em uma medição real e multiplicou-se 70 kg por passageiro.

Figura 14:Ciclo ETC [41].

3.1.2 Ciclos reais

STCP_303

Este ciclo de condução é baseado numa rota de autocarro real “STCP 303 - Circular Praça Da

Liberdade-Constituição” pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, SA. [42]. Esta medição foi

feita no âmbito do projecto “Clean Urban Transport for Europe” em 2001.

A Figura 15 mostra o percurso do ciclo de condução, as Figuras 16 a 19 mostram as características

deste ciclo em termos de velocidade, declive e carga.

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24

Figura 15:Mapa do percurso STCP_303 [42].

Figura 16: Velocidade em função do tempo STCP_303.

Figura 17 :Velocidade em função do peso total dos passageiros STCP_303.

0

10

20

30

40

50

60

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

100

0

110

0

120

0

130

0

140

0

150

0

160

0

170

0

180

0

190

0

200

0

210

0

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Tempo (s)

STCP 303

0

10

20

30

40

50

60

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

100

0

110

0

120

0

130

0

140

0

150

0

160

0

170

0

180

0

190

0

200

0

210

0

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Carga (kg)

STCP 303

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25

Figura 18: Declive em função do tempo STCP_303.

Figura 19: Carga em função do tempo STCP_303.

Carris 728

Este ciclo de condução foi medido através de uma rota real para autocarros em Lisboa, nomeadamente,

da carreira 728-Cais do Sodré-Moscavide da Carris. Este ciclo é o mais longo (22,9 km), tem o maior

número de paragens e tem zonas onde o declive da estrada é acentuado.

A Figura 20 mostra o percurso do ciclo de condução, as Figuras 21 a 24 mostram as características

deste ciclo em termos de velocidade, declive e carga.

-0,2

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

100

0

110

0

120

0

130

0

140

0

150

0

160

0

170

0

180

0

190

0

200

0

210

0

De

cliv

e (

de

cim

al)

Tempo (s)

STCP 303

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0

200

400

600

800

100

0

120

0

140

0

160

0

180

0

200

0

220

0

240

0

Carg

a (

kg

)

Tempo (s)

STCP 303

Page 48: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

26

Figura 20:Mapa do percurso Carris 728 [43].

Figura 21: Velocidade em função do tempo Carris 728.

Figura 22: Velocidade em função da carga Carris 728.

0

10

20

30

40

50

60

70

01

70

340

510

680

850

102

01

19

01

36

01

53

01

70

01

87

02

04

02

21

02

38

02

55

02

72

02

89

03

06

03

23

03

40

03

57

03

74

03

91

04

08

04

25

04

42

04

59

04

76

04

93

05

10

0

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Tempo (s)

Carris 728

0

10

20

30

40

50

60

70

133

01

33

02

87

02

87

03

78

04

06

04

83

03

78

03

43

03

43

03

01

03

22

03

57

02

38

02

31

02

03

02

94

01

82

01

19

05

60

140

01

68

01

68

01

89

02

17

02

52

02

52

02

87

02

80

02

59

02

66

0

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Carga (kg)

Carris 728

Page 49: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

27

Figura 23: Declive em função da distância percorrida Carris 728.

Figura 24: Carga em função do tempo Carris 728.

Linha HF-24

Este ciclo de condução foi obtido através de uma rota real de autocarros da empresa Horários do

Funchal, nomeadamente, da carreira 24. Cada viagem de ida tem a duração 25 minutos, e o percurso

de ida é igual ao da volta.

A Figura 25 mostra o percurso do ciclo de condução, as Figuras 26 a 29 mostram as características

deste ciclo em termos de velocidade, declive e carga.

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0

170

5

254

4

380

6

434

8

536

8

587

8

706

2

761

2

820

7

903

4

101

08

106

56

115

83

124

05

135

18

140

77

149

39

161

03

169

81

175

09

181

52

191

64

De

cliv

e (

de

cim

al)

Distância (m)

Carris 728

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0

243

486

731

974

121

6

146

1

170

5

194

7

219

2

243

5

267

7

292

2

316

6

340

8

365

3

389

6

413

8

438

3

462

7

486

9

511

4

Carg

a (

kg

)

Tempo (s)

Carris 728

Page 50: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

28

Figura 25:Mapa do percurso Linha HF-24 [44].

Figura 26: Velocidade em função do tempo Linha HF-24.

Figura 27: Declive em função da distância Linha HF-24.

0

10

20

30

40

50

60

70

09

51

90

285

380

475

570

665

760

855

950

104

51

14

01

23

51

33

01

42

51

52

01

61

51

71

01

80

51

90

01

99

52

09

02

18

52

28

02

37

52

47

02

56

52

66

02

75

52

85

0

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Tempo (s)

Linha HF-24

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0

108

4

236

2

292

5

380

8

455

9

516

7

562

9

643

4

701

7

782

4

909

4

100

24

120

78

128

21

144

13

157

50

177

99

187

23

195

89

199

61

204

18

207

77

220

00

Decliv

e (

de

cim

al)

Distância (m)

Linha HF-24

Page 51: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

29

Figura 28: Velocidade em função da carga Linha HF-24.

Figura 29: Carga em função do tempo HF-24.

Linha HF-21

Este ciclo de condução foi obtido através da medição de uma rota real de autocarros da empresa

Horários do Funchal, nomeadamente, da carreira 21. Cada viagem de ida tem a duração 18 minutos, e

o percurso de ida é igual ao da volta. Este ciclo tem a particularidade de ter a inclinação média a subir

mais elevada, aceleração média elevada e número de paragens elevado.

A Figura 30 mostra o percurso do ciclo de condução, as Figuras 31 a 34 mostram as características

deste ciclo em termos de velocidade, declive e carga.

0

10

20

30

40

50

60

70

427

04

27

04

41

04

62

04

69

03

64

03

08

02

94

02

59

02

24

01

61

01

47

01

33

01

26

01

12

07

07

02

10

560

630

700

840

840

770

105

01

12

01

12

01

12

01

12

07

70

560

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Carga (kg)

Linha HF-24

0

1000

2000

3000

4000

5000

0

151

304

455

608

761

912

106

5

121

6

136

9

152

1

167

4

182

7

197

8

213

1

228

2

243

5

258

8

273

8

289

1

Carg

a (

kg

)

Tempo (s)

Linha HF-24

Page 52: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

30

Figura 30:Mapa do percurso Linha HF-21 [44].

Figura 31: Velocidade em função do tempo Linha HF-21.

Figura 32: Velocidade em função da carga Linha HF-21.

0

10

20

30

40

50

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500 2750 3000

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Tempo (s)

Linha HF-21

05

101520253035404550

336

03

36

03

78

03

85

03

71

03

29

03

36

03

08

03

08

02

87

02

66

02

45

01

19

07

07

02

80

420

700

119

01

61

01

68

01

68

01

54

01

47

01

54

01

47

01

40

01

40

01

19

04

20

70

Ve

locid

ad

e (

km

/h)

Carga (kg)

Linha HF-21

Page 53: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

31

Figura 33: Declive em função da distância Linha HF-21.

Figura 34: Carga em função do tempo Linha HF-21.

A Tabela 2 resume as características e compara os diferentes ciclos de condução considerados para

este estudo.

-0,2

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0

488

716

112

4

159

8

241

9

285

1

358

2

397

8

452

7

594

4

649

4

700

6

742

1

796

2

859

6

891

3

962

4

101

15

104

40

117

20

123

10

129

75

133

20

De

cliv

e (

de

cim

al)

Distância (m)

Linha HF-21

0500

1000150020002500300035004000

0

151

304

455

608

761

912

106

5

121

6

136

9

152

1

167

4

182

7

197

8

213

1

228

2

243

5

258

8

273

8

289

1

304

3

Carg

a (

kg

)

Tempo (s)

Linha HF-21

Page 54: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

32

Tabela 2:Características dos diferentes ciclos de condução utilizados neste estudo.

ETC STCP 303 Carris 728 Linha HF-21 Linha HF-24

Tempo (s) 1799 2138 5240 3054 2924

Distancia (km) 29,5 7,67 22,9 13,4 20,1

Velocidade máxima (km/h) 91,1 54 65,5 47 60,5

Velocidade média (km/h) 58,9 12,91 15,82 16,15 24,81

Aceleração máxima (m/s2) 3,83 2,5 1,14 2,47 2,94

Desaceleração máxima (m/s2) -4,02 -2,78 -1,69 -3,03 -4,08

Aceleração média (m/s2) 0,2 0,52 0,37 0,63 0,67

Desaceleração média (m/s2) -0,22 -0,59 -0,45 -0,71 -0,75

Tempo em ralenti (s) 75 621 42 52 47

Nº de paragens 4 29 72 62 45

Inclinação máxima ascendente (%) 0 10,4 13,3 12 5,5

Inclinação média ascendente (%) 0 3,2 2,3 8,8 1,7

Inclinação máxima descendente (%) 0 14,8 11,3 14,8 5,9

Inclinação média descendente (%) 0 3,8 2,1 8,2 1,9

Figura 35: Número de paragens (esquerda) e tempo ao ralenti (direita) por quilómetro.

A Figura 35 realça que o ciclo da Carris 21 é o que possui mais paragens por quilómetro, o que indica

que poderá ter um impacto urbano mais acentuado, em oposição ao ciclo ETC. Embora o ciclo STCP

303 não tenha o maior número de paragens, é o ciclo com maior tempo de ralenti, podendo significar

que as paragens são mais longas do que nos outros ciclos.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

ETC STCP303

Carris728

21 HF 24 HF

(pa

rag

em

/km

)

Paragens

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

ETC STCP303

Carris728

21 HF 24 HF

(s/k

m)

Tempo ralenti

Page 55: Configuração Óptima de um Autocarro Híbrido a Hidrogénio ... · PDF file... Alguns valores de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Os valores ... Mapa do percurso

33

Figura 36: Velocidade média (esquerda) e acelerações máximas e médias (direita) de cada ciclo.

A Figura 36 mostra que o ciclo ETC tem a maior velocidade média, que conjugado com a menor

aceleração média e o número de paragens e tempo de relanti, indica que este ciclo claramente tem

pouca ou nenhuma componente urbana em comparação com os restantes ciclos. Os ciclos com

maiores acelerações médias têm grande relação com os que têm maior número de paragens e tempo

de ralenti, ou seja, os ciclos mais urbanos, com maior número de variações.

Figura 37: Inclinações máximas e médias de cada ciclo.

Observa-se na Figura 37 que o ciclo Linha 21-HF tem o maior declive médio de subida seguido do ciclo

STCP 303, logo estes dois ciclos têm o potencial para ser os mais exigentes em termos de consumo

de energia.

0

10

20

30

40

50

60

70

ETC STCP303

Carris728

21 HF 24 HF

(km

/h)

Velocidade média

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

ETC STCP303

Carris728

21 HF 24 HF

(m/s

2)

Aceleração

Aceleração média(m/s^2)

Aceleração máxima(m/s^2)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

ETC STCP 303 Carris 728 21 HF 24 HF

Inclinação

Inclinação a subir máxima (%) Inclinação a subir média(%)

Inclinação a descer máxima(%) Inclinação a descer média(%)

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34

3.2 Veículo de referência – Autocarro Diesel ICEV

Um autocarro convencional com motor de combustão interna a Diesel foi escolhido como veículo de

referência para ser comparado, em termos de consumo energético, com o FC-HEV de referência e com

os FC-HEV’s optimizados.

Este autocarro de referência é baseado num autocarro ICEV real, o Mercedes Citaro.

Figura 38:Mercedes Citaro ICEV [12].

A Tabela 3 descreve os componentes que compõem o Mercedes Citaro ICEV.

Tabela 3:Características principais do Mercedes Citaro ICEV [12].

Veículo de Referência - Mercedes Citaro ICEV

Marca Mercedes Benz

Modelo Citaro

Comprimento 12,1 m

Largura 2,55 m

Altura 3,12 m

Distância entre eixos, eixo dianteiro-eixo motriz 5,9 m

Tamanho pneus 275/70 R 22,5

Max. Peso 19 ton

Tara 10,77 ton

Capacidade 106 passageiros

Motor Mercedes-Benz OM 906 hLA

Cilindrada 6370 cm3, 6 cilindros em linha

Potência 210 kW ás 2200 rpm

Norma EURO Euro v

Binário 1120 N.m às 1200 rpm

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35

3.3 Veículo de referência-Autocarro FC-HEV

3.3.1 Mercedes CitaroFuelCELL - Hybrid

O Mercedes Citaro FuelCELL-Hybrid foi escolhido como o segundo veículo de referência. Este veículo

será simulado num software de simulação de veículos rodoviários com os ciclos descritos no ponto 3.1.

A simulação dará consumos energéticos que serão comparados aos consumos energéticos do ICEV

de referência. Este FC-HEV de referência também será alvo de optimização.

Este FC-HEV utiliza um conjunto de células de H2 para gerar electricidade com a única função de

carregar as baterias que são a única fonte directa de electricidade para alimentar os motores eléctricos

de tracção.

Figura 39:Mercedes Citaro FuelCELL –Hybrid. [12]

O primeiro Mercedes-Benz Citaro FuelCELL-Hybrid apareceu pela primeira vez em Hamburg, na

Alemanha, fazendo parte do projecto CHIC Project (Clean Hydrogen in European Cities) [45,46,47].

Este projecto financiado pela União Europeia permitiu a introdução de 26 FC-HEV’s em 5 cidades

Europeias, no seguimento de dois projectos com sucesso originados pela União Europeia: CUTE (2003)

e HyFLEET:CUTE (2009) [45,46,47].

Este autocarro tem uma configuração híbrida em série, e consegue atingir uma velocidade máxima de

80 km/h [45,46,47].

A Tabela 4 descreve, mais detalhadamente os componentes desde FC-HEV.

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Tabela 4:Características principais do Mercedes CitaroFuelCELL-Hybrid [12].

Mercedes Citaro FuelCELL-Hybrid

Marca Mercedes-Benz

Modelo Citaro FuelCELL-Hybrid

Dimensões

Comprimento 12 m

Altura 3,40 m

Largura 2,55 m

Distância entre eixos 5,845 m

Raio de viragem 21 m

Tamanho dos pneus 275/70 R 22,5

Peso

Peso máximo 18 ton

Peso líquido 13,2 ton

Capacidade de Passageiros

Número de lugares sentados 26

Capacidade para passageiros em pé 50

Capacidade total de passageiros 76

Armazenamento de Hidrogénio

Número de cilindros de armazenamento de H2 7 Cilindros

Capacidade total (peso) 35 kg de H2 a 350 bar

Capacidade total (volume) 1435 Litros

Sistema de pilhas de H2

Tipo de pilha de H2 PEM

Potência do sistema de pilha de H2 120 kW (cont.)/140 kW (pico)

Voltagem gerada pelo sistema 250-450 V DC

Autonomia 250 km

Eficiencia do sistema 58-51%

Consumo de H2 10-14 kg/100 km

Sistema de baterias

Tipo de Baterias Iões de lítio

Potência Nominal 120 kW

Potencia total máxima das baterias 180 kW

Capacidade total das baterias 26,9 kWh

Sistema de arrefecimento Água

Peso total 330 kg

Sistema de tracção

Tipo de motor Eléctrico AC x2

Potência nominal 80kW cada, 160 kW no total

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37

3.3.2 Estratégia de gestão de energia a optimizar

De modo a reduzir o consumo energético do FC-HEV de referência sem alterar os seus componentes,

uma abordagem de optimização da EGE será adoptada para este estudo.

Os parâmetros da EGE a optimizar são os limites de funcionamento da bateria (SOClo e SOChi ) e

limites de funcionamento da pilha de H2 (CSmin pwr, CSmax pwr, CSfall pwr rate e CSrise pwr rate).

Após optimizados, cada um destes parâmetros terá um valor mais adequado para se obter uma

operação mais eficiente em cada um dos ciclos de condução descritos em 3.1.

Sistema de Baterias

As baterias possuem um intervalo óptimo de SOC no qual a resistência de descarregamento e de

carregamento é mínima, tornando o seu funcionamento mais eficiente, o que diminui o consumo de H2

(Figura 40).

Os parâmetros a optimizar para o sistema de baterias do FC-HEV de referência são:

SOChi - Nível superior do estado de carga desejado para o sistema de baterias, este parâmetro é

quantificado em percentagem.

SOClo - Nível inferior do estado de carga desejado para o sistema de baterias, este parâmetro é

quantificado em percentagem.

Após a definição destes valores, o controlador do sistema de distribuição de energia irá manter um

nível SOC igual á média dos níveis SOChi e SOClo ao longo de todo o percurso feito pelo veiculo.

Figura 40 :Intervalo de eficiência óptima das baterias [48].

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38

Sistema de Pilha de Hidrogénio

As pilhas de hidrogénio têm um intervalo em que a percentagem de potência máxima requerida

proporciona uma operação do sistema mais eficiente (Figura 41). Para além disso, o funcionamento da

pilha de H2 na zona de máxima eficiência leva a que existam menos perdas, podendo assim, reduzir a

dimensão e o consequente custo dos permutadores de calor.

Os parâmetros a optimizar para o sistema de pilha de H2 do FC-HEV de referência são:

CSmin pwr - Define a potência mínima óptima requerida da pilha de hidrogénio pelas baterias de modo a

manter o charge sustaning entre os níveis óptimos. Um valor mais elevado deste parâmetro, significa

que a pilha de hidrogénio, quando ligada, poderá operar na região de alta eficiência. No entanto,

também podem fornecer mais energia do que a necessária.

CSmax pwr - Define a potência máxima óptima solicitada da pilha de hidrogénio pelas baterias de modo

a manter o charge sustaning entre os níveis óptimos. Normalmente definida para a maior potência

disponível na pilha. No entanto, pode ser benéfico para definir um valor inferior para evitar baixa

eficiência em níveis de potência de saída extremamente elevados.

Figura 41:Intervalo de eficiência óptima de uma pilha de H2 [48].

As pilhas de hidrogénio possuem uma zona em que as taxas de aumento ou redução da percentagem

de potência pedida ao sistema de pilha de hidrogénio permitem uma operação do sistema mais

eficiente.

CSfall pwr rate - Define a taxa máxima da redução da mudança da potência requerida do sistema de pilha

de hidrogénio pelas baterias de modo a manter o charge sustaning.

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39

CSrise pwr rate -Define a taxa máxima do aumento da mudança da potência requerida do sistema de pilha

de hidrogénio pelas baterias de modo a manter o charge sustaning.

Em geral, quanto maior for o valor da taxa de variação de potência da pilha, as baterias poderão

responder melhor aos requisitos do ciclo.

3.4 Sofware de simulação de veículos rodoviários - ADVISOR

O ADVISOR (ADvanced VehIcle SimulatOR) [4] é um software desenvolvido pelo NREL (National

Renewable Energy Laboratory) [4]. Éste é utilizado para avaliar e quantificar o consumo de combustível,

desempenho e emissões de veículos convencionais e alternativos.

As características de cada componente do veículo a simular (dimensões do veículo, características de

modelação do motor, sistema de armazenamento de energia,etc) estão definidas em ficheiros do tipo

Matlab / Simulink.

Figura 42:Imagem do layout do ADVISOR. Primeira janela: Escolha dos componentes do veículo, e inserção dos dados e valores nominais para cada componente [4].

A Figura 42 demonstra a janela de inserção de dados no que diz respeito às características dos

componentes do veículo escolhido para a simulação.

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40

Figura 43:Segunda janela do layout do ADVISOR: Escolha do ciclo de condução a utilizar na simulação,

condições iniciais do veículo e optimização dos parâmetros dos componentes e estratégia de gestão de energia [4].

A segunda janela do layout do ADVISOR tem como objectivo principal escolher o ciclo de condução a

utilizar nas simulações.

A cada ciclo de condução tem um ficheiro Matlab em que estão definidos o declive da estrada em

função da distância percorrida, carga variável em função do tempo e a velocidade em função do tempo.

Pode-se observar graficamente o percurso escolhido assim como os valores de algumas das suas

propriedades (velocidade máxima e média, tempo de duração, distância, declive, etc.).

Nesta janela, há a possibilidade de alterar as propriedades atmosféricas, e a oportunidade de efectuar

testes de declive e de aceleração. Estes testes são frequentemente utilizados para obter resultados

referentes ao desempenho e capacidades máximas dos veículos. Existe uma ferramenta nesta janela

que permite ao utilizador também optimizar os parâmetros dos componentes de um veículo ou

parâmetros da estratégia de gestão de energia de modo a obedecer a certas condições impostas.

Na terceira janela do layout do ADVISOR são apresentados os resultados das simulações efectuadas.

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41

Figura 44:Resultados de uma simulação [4].

Os resultados englobam valores de consumo de energia, emissões de escape, e os valores dos

resultados dos testes de aceleração e declive. É também possível observar os resultados do

comportamento dos componentes dos veículos em gráfico.

Como ferramenta de análise iterativa, o ADVISOR utiliza os requisitos de velocidade e debinário do

percurso como variáveis de entrada para definir binários, velocidades e potências dos vários

componentes do veículo.

Nenhum componente requererá mais potência do que conseguirá utilizar. Adicionalmente, numa

simulação é incluído um modelo de comportamento humano que procura modelar os comandos de

aceleração e travagem durante o percurso. E os dados originados por este modo na simulação,

circulam no sentido contrário, iniciando-se no controlo e circulando em direcção à roda e percurso.

A simulação em si é resumida num diagrama de blocos (Simulink) que reúne os ficheiros, as equações,

os modelos de cada componente (Figura 45).

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42

Figura 45:Diagrama de blocos do Simulink/MATLAB que rege a simulação do ADVISOR [4].

O ADVISOR possui uma ferramenta que possibilita optimizar alguns parâmetros na estratégia de

gestão de energia, Esta ferramenta permite inserir até um máximo de 3 variáveis a optimizar por

simulação (Figura 46), permitindo também aumentar a precisão dos resultados obtidos através do

número de pontos considerados, Neste estudo foram utilizados 6 pontos para cada simulação.

Figura 46:Exemplo do layout do campo de optimização paramétrica do ADVISOR.

A ferramenta de optimização do ADVISOR apresenta algumas limitações:

Numero limitado de variáveis de optimização;

Não permite optimização com constrangimentos (a nível de estado de carga da bateria);

Pouca flexibilidade na formulação do problema de optimização.

As condições iniciais de simulação usadas no ADVISOR são equivalentes a “arranque a quente”, e

como tal foi considerado que, o grupo motopropulsor dos veículos já se encontra previamente aquecido

(situação de funcionamento). Para o FC-HEV, o nível de bateria inicial (SOC inicial) encontra-se em

40% (ess_init_soc) (Figura 47). As condições iniciais incluem: temperatura do ar ambiente em ºC

(amb_tmp), Cp do ar em J/kg/K (air_cp), temperatura interna do catalisador/conversor em ºC

(ex_cat_mon_init_tmp, ex_cat_int_init_tmp), temperatura do canal de comunicação com o

catalisador/conversor em ºC (ex_cat_pipe_init_tmp, ex_manif_init_tmp), temperatura externa do

catalisador/conversor em ºC (ex_manif_init_tmp), temperatura em ºC do interior e exterior do motor de

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43

combustão ou da pilha de combustível (se aplicável) (fc_i_init_tmp, fc_x_init_tmp), do interior do cilindro

do motor de combustão (fc_c_init_tmp), do capô do veículo (fc_h_init_tmp), temperatura em ºC da

bateria e do motor eléctrico (ess_mod_init_tmp, mc_init_tmp) (Figura 47).

Figura 47: Condições de temperatura ambientais dos componentes dos veículos simulados.

3.5 Algoritmo de Optimização - Algoritmo Genético

O Algoritmo Genético (AG) foi utilizado como método para optimizar os parâmetros referidos no

Capítulo 3.3.2.

Este método imita a evolução biológica natural, em que o princípio aplicado é o da teoria de Darwin da

sobrevivência do mais apto, neste caso é de assegurar a sobrevivência das melhores soluções

preliminares de modo a produzir, sucessivamente, melhores aproximações para a solução final. [49]

Um AG funciona através da criação de uma população de cromossomas (ou indivíduos) que podem

representar soluções possíveis para o objectivo de optimização. [49] A estrutura de cada indivíduo

contém genes que apresentam a informação acerca dos parâmetros a optimizar (Tabela 5).

Cada gene está codificado em dígitos reais, que serão atribuídos como valor ao respectivo parâmetro

da estratégia de gestão de energia. Os parâmetros SOClo, SOChi, CSmin pwr, CSmax pwr, CSfall pwr rate e CSrise

pwr rate definem os 6 genes que compõem cada indivíduo.

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44

Tabela 5: Limites das variáveis de decisão que definem os genes do AG..

Genes Limites dos Genes

SOChi [0,55-1]

SOClo [0,2-0,5]

CSmax pwr [60-120] kW

CSmin pwr [0-60] kW

CSfall pwr rate [(-0,001)-(-30)] kW/s

CSrise pwr rate [0,001-30] kW/s

Um perfil de aptidão (fitness) é atribuído a cada indivíduo da população. Os indivíduos mais aptos a

serem solução para o problema de optimização conseguem obter menores consumos de energia,

respeitando sempre os requesitos de velocidade, aceleração impostos pelo ciclo de condução

percorrido. O software de simulação de veículos ADVISOR (Capitulo 3.4) é utilizado para avaliar as

soluções /indivíduos.

Uma função especial, adv_no_gui, está disponível num ficheiro específico do ADVISOR (MatLab M-

File: adv_no_gui.m). Quando esta função é chamada através da janela de comando do Matlab (ou

automaticamente pelo AG), dá a possibilidade de utilizar o ADVISOR sem utilizar a interface gráfica

destinada a facilitar a utilização por parte dos utilizadores (graphical user interface, GUI).

O AG tem início a partir de uma população de indivíduos gerados aleatoriamente. A cada geração, a

população de indivíduos é renovada parcialmente por descendentes que tenham melhor aptidão que

os indivíduos da população da geração anterior. O generation gap define o número de descendentes

relativos á população anterior, ou á taxa de indivíduos a serem seleccionados para reproduzirem

(crossover).

A taxa de cruzamento (crossover) define a probabilidade de dois indivíduos combinarem os seus genes

[54].

O tipo de crossover utilizado neste AG é por ponto único, onde parte do cromossoma do primeiro

progenitor é copiada e o restante é copiado do segundo progenitor [49].

A cada geração, após ocorrer o crossover entre individuos, originando soluções descendentes,

ocorre o processo de mutação. O objectivo da mutação é o de preservar e introduzir diversidade de

soluções.A mutação deve impedir que a população de indivíduos de se tornem semelhantes de geração

para geração, diminuindo ou impedindo a evolução.

As Figuras 48 e 49 representam um exemplo do crossover e mutação de indivíduos no AG.

Nestes exemplos, o cromossoma representado é composto por 11 genes (que variam entre 0 e 1).

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45

Figura 48:Exemplo da criação de soluções descendentes (crossover) no AG [50].

Figura 49:Exemplo da mutação (de um gene apenas, “mutated bit”) de soluções descendentes no AG [50].

Em cada geração, após a criação das soluções descendentes, segue-se a sua respectiva avaliação,

onde cada indivíduo descendente é simulado no ADVISOR que atribui a cada indivíduo um conjunto

de resultados, como o consumo de combustível e de energia, velocidade máxima, aceleração máxima.

Se o ciclo de condução não for respeitado, um factor de penalidade é adicionado ao indivíduo, baixando

o seu perfil de aptidão.

Nesta altura a população descendente está completa, depois de avaliados os indivíduos descendentes,

estes são reinseridos na população original mantendo os indivíduos mais aptos, substituindo os menos

aptos. Ao longo das gerações haverá a tendência para que a população seja preenchida com soluções

cada vez com melhor aptidão, ou seja com menor consumo de H2, até se obter uma solução satisfatória.

Normalmente, o algoritmo termina quando o número máximo de gerações definido for atingido, ou um

nível de aptidão satisfatório foi alcançado para a população.

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46

Figura 50:Esquema do AG [50].

A optimização utilizando um algoritmo genético permite:

Optimizar todas as variáveis desejadas (criadas pelo ADVISOR, ou em pós-simulação);

Um ajuste de parâmetros do algoritmo de desempenho mais refinado;

Resultados mais precisos;

Grande flexibilidade na formulação do problema de optimização.

No entanto o tempo computacional requerido pelo algoritmo genético é significativamente maior, no

caso de uma população de 30 indivíduos e 100 gerações, o tempo computacional pode ser superior a

48 horas por optimização.

Para este estudo, foi definida uma população de 30 indivíduos e um número máximo de 100 gerações,

de modo a se encontrar um compromisso entre o tempo despendido por optimização e a convergência

dos resultados.

3.6 Consumo de Hidrogénio corrigido

O ADVISOR tem a particularidade de, durante as simulações com FC-HEV’s, utilizar a maior energia

possível disponível nas baterias de forma a reduzir o consumo de H2 da pilha de hidrogénio, o que não

permite manter o nível SOC das baterias ou charge sustaining característico de um FC-HEV, obtendo-

se um valor de consumo de H2 inferior ao que seria de esperar.

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47

Para a simulação e optimização do FC-HEV de referência, considerou-se um consumo de hidrogénio

corrigido. Esta correcção foi considerada sempre que o Dsoc (Equação 1) seja diferente de zero.

A correcção do consumo de H2 (𝐶𝐻2̃) é calculada através da Equação 2 e representa a energia que

seria necessária para que a bateria acabasse com o mesmo nível de SOC, ou Dsoc=0 .No cáclulo de

𝐶𝐻2̃ teve-se em consideração a capacidade das baterias (𝐶𝑎𝑝) e a perda de eficiência de 5% (100% -

efH2-Bat) para o fluxo de energia entre a pilha de H2 e a bateria assim como a própria eficiência da pilha

de H2 (efFC).

𝐷𝑠𝑜𝑐 = 𝑆𝑂𝐶 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝑆𝑂𝐶 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Equação 1: Cálculo da diferença entre o SOC inicial e o SOC final.

𝐶𝐻2̃(𝑔) = (𝐷𝑠𝑜𝑐 × 𝐶𝑎𝑝(𝑘𝑊ℎ) × 3,6) ×1

𝑃𝐶𝐼𝐻2(𝑀𝐽/𝑔) ×

1

𝑒𝑓𝐻2−𝐵𝑎𝑡 . 𝑒𝑓𝐹𝐶

Equação 2:Cálculo da correcção do consumo de H2.

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐻2̃ (𝑔) = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑐çã𝑜 𝑑𝑒 𝐻2 (𝑔) + 𝐶𝐻2(𝑔)

Equação 3:Cálculo do consumo de H2 corrigido.

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48

4. Resultados

Neste Capítulo são apresentados os resultados obtidos para este estudo que incluem a simulação dos

autocarros de referência e do autocarro optimizado nos diferentes ciclos de condução, com e sem a

influência dos passageiros.

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49

4.1 Simulação dos autocarros de referência

Os veículos ICEV e FC-HEV de referência (descritos nos Capítulos 3.2 e 3.3) foram simulados no

ADVISOR para os ciclos de condução considerados no Capítulo 3.1. Estas simulações têm como

objectivo obter o consumo de combustível de ambos os veículos, com e sem passageiros, a fim de se

poder analisar as diferentes tecnologias dos veículos, a influência das condições de condução e

comparar com os FC-HEV’s com a EGE optimizada.

4.1.1 Simulação sem passageiros

A Tabela 6 apresenta os resultados da simulação do autocarro de referência ICEV, para cada ciclo de

condução sem a presença de passageiros, e incluem o consumo de Diesel (g/km) e o consumo de

energia (MJ/km).

Tabela 6 :Resultado das simulações obtidas no ADVISOR sem passageiros para o autocarro convencional.

ICEV - sem passageiros

Resultados / Ciclos de Condução ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Consumo de Diesel (g/km) 250,2 625,7 536,2 698,6 466,7

Consumo de energia (MJ/km) 10,71 26,77 22,95 29,89 19,98

As Figuras 51, 52, 53, 54 e 55 apresentam a evolução do nível de SOC durante a simulação do FC-

HEV de referência no ADVISOR, o perfil de velocidades e o declive dos ciclos de condução utilizados

nesta dissertação sem passageiros. Note-se que nos níveis de SOC, o ADVISOR não consegue manter

o charge sustaining típico de um HEV, devido ao facto de que o ADVISOR tende a consumir mais a

energia armazenada nas baterias para reduzir o consumo de H2 através da pilha de H2. Foi escolhido

um SOC inicial de 0,400 para as simulações como uma estimativa inicial de um SOC que apresenta

uma baixa resistência de descarga e de carregamento para o tipo de baterias utilizado neste FC-HEV

de referência (Ver Figura 7).

O consumo corrigido de H2 (ver Capitulo 3.6), para manter o charge sustaining, está presente na Tabela

7.

Para o ciclo ETC (Figura 51), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,348, foi atingido um SOC

máximo de 0,402 e mínimo de 0,333.

Este ciclo tem a particularidade de ter uma parte de auto-estrada, o que exige uma velocidade elevada

por parte do motor eléctrico e logo uma grande exigência de energia eléctrica, energia esta que vai ser

retirada às baterias e á pilha de H2, o que impede que a pilha de H2 mantenha o SOC desejado.

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50

Figura 51:Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo ETC sem passageiros.

Para o ciclo STCP_303 (Figura 52), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,404, atingindo um

SOC máximo de 0,412 e mínimo de 0,397. Este ciclo é um ciclo que não é exigente em termos de

velocidade ou declive, por isso a pilha de H2 conseguiu manter o SOC desejado.

Figura 52: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo STCP_303 sem passageiros.

Para o ciclo Carris_728 (Figura 53), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,409, atingindo um

SOC máximo de 0,433 e mínimo de 0,351. Este ciclo não é exigente em termos de velocidade mas

existe um pico de declive elevado que baixou o SOC para 0,351 temporariamente, voltando a manter

o SOC desejado.

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51

Figura 53: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo Carris_728 sem passageiros.

Para o ciclo HF_21 (Figura 54), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,411, atingindo um SOC

máximo de 0,411 e mínimo de 0,038. Este ciclo tem a particularidade de ter uma topografia com declive

elevado, o que exige um maior fornecimento de energia elétrica para alimentar o motor eléctrico,

energia esta que vai ser retirada às baterias e á pilha de H2, o que impede que a pilha de H2 mantenha

o SOC desejado, neste caso, a exigência de energia para o motor é tão grande que o SOC das baterias

atingiu o nível 0,0384 no fim do percurso de ida. Como a volta é feita pelo mesmo percurso só que a

descer, a pilha voltou a carregar as baterias até ao SOC final =0,411.

Figura 54: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo HF_21 sem passageiros.

Para o ciclo HF_24 (Figura 55), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,402, atingindo um SOC

máximo de 0,402 e mínimo de 0,320. Este ciclo é um ciclo que não é exigente em termos de velocidade

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52

mas existe uma zona com algum declive maior de subida que fez baixar o SOC para 0,320

momentaneamente.

Figura 55: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade e de declive da estrada do ciclo HF_24 sem passageiros.

A Tabela 7 apresenta os resultados da simulação do FC-HEV de referência para cada ciclo de

condução sem a presença de passageiros, incluindo os níveis de SOC inicial, final, máximo e mínimo

atingido nas simulações, Dsoc, o consumo de H2 corrigido (g/km), consumo de energia corrigido

(MJ/km) (ver Secção 3.6).

Tabela 7: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR sem passageiros, limites do SOC obtido das

simulações e consumo corrigido, para o autocarro hibrido de referencia FC-HEV.

FC-HEV – sem passageiros

Resultados / Ciclos de Condução ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

SOC inicial 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400

SOC final 0,348 0,404 0,409 0,411 0,402

SOC máximo 0,402 0,412 0,433 0,411 0,402

SOC mínimo 0,333 0,397 0,351 0,038 0,320

Dsoc 0,052 -0,004 -0,009 -0,011 -0,002

Consumo de H2 corrigido (g/km) 72,6 146,4 138,5 171,2 127

Consumo de energia corrigido (MJ/km) 8,71 17,57 16,62 20,54 15,24

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53

4.1.2 Simulação com passageiros

A Tabela 8 apresenta os resultados da simulação do autocarro de referência ICEV, para cada ciclo de

condução com a presença de passageiros, e incluem o consumo de Diesel (g/km) e o consumo de

energia (MJ/km).

Tabela 8: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR com passageiros.

ICEV - com passageiros

Resultados / Ciclos de Condução ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Consumo de Diesel (g/km) 285,5 737,2 586,9 822,2 504

Consumo de energia (MJ/km) 12,22 31,55 25,12 35,19 21,57

As Figuras 56, 57, 58, 59 e 60 apresentam a evolução do nível de SOC durante a simulação do FC-

HEV de referência no ADVISOR, o perfil de velocidades, declive e peso adicional devido á presença

de passageiros dos ciclos de condução utilizados nesta dissertação. Note-se que nos níveis de SOC,

o ADVISOR não consegue manter o charge sustaining típico de um HEV, devido ao facto de que o

ADVISOR tende a consumir mais a energia armazenada nas baterias para reduzir o consumo de H2

através da pilha de H2. Foi escolhido um SOC inicial de 0,400 para as simulações como uma estimativa

inicial de um SOC que apresenta uma baixa resistência de descarga e de carregamento para o tipo de

baterias utilizado neste FC-HEV de referência (Ver Figura 7).

O consumo corrigido de H2 (ver Capitulo 3.6), para manter o charge sustaining, está presente na Tabela

9.

Para o ciclo ETC (Figura 56), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,308, atingindo um SOC

máximo de 0,401 e mínimo de 0,293. Adicionando à exigência de velocidade deste ciclo, o efeito do

peso adicional constante dos passageiros levaram a que os níveis SOC baixem.

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54

Figura 56: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso adicional dos passageiros do ciclo ETC com passageiros.

Para o ciclo STCP_303 (Figura 57), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,393, um SOC máximo

de 0,404 e mínimo de 0,386. Para além da influência dos requesitos do ciclo, a influência do peso

adicional dos passageiros fizeram baixar o SOC final.

Figura 57: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso adicional dos passageiros do do ciclo STCP_303 com passageiros.

Para o ciclo Carris_728 (Figura 58), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,407, um SOC máximo

de 0,432 e mínimo de 0,317. Para além dos requisitos e topografia do ciclo de condução, o peso

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55

adicional dos passageiros teve uma grande influência nos níveis de SOC, mais concretamente, num

pico elevado de carga que ultrapassou as 4 toneladas, fazendo o SOC baixar para quase 0,350.

Figura 58: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso adicional dos passageiros do ciclo Carris_728 com passageiros.

Para o ciclo HF_21 (Figura 59), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,381, atingindo um SOC

máximo de 0,400 e mínimo de 0,100. Durante o percurso de subida do autocarro, existiu uma grande

afluência de passageiros o que fez baixar os níveis de SOC.

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56

Figura 59: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso adicional dos passageiros do ciclo HF_21 com passageiros.

Para o ciclo HF_24 (Figura 60), verificou-se que o SOC final atingido foi de 0,388, atigindo um SOC

máximo de 0,400 e mínimo de 0,285. O peso adicional dos passageiros teve uma grande influência nos

níveis de SOC, mais concretamente, vários picos elevados de carga que ultrapassou as 4 toneladas.

Figura 60: Nível de SOC nas simulações e perfil de velocidade, declive da estrada e de peso adicional dos passageiros do ciclo HF_24 com passageiros.

A Tabela 9 apresenta os resultados da simulação do FC-HEV de referência para cada ciclo de

condução com a presença de passageiros, incluindo os níveis de SOC inicial, final, máximo e mínimo

atingido nas simulações, Dsoc, o consumo de H2 corrigido (g/km), consumo de energia corrigido

(MJ/km) (ver Secção 3.6).

Tabela 9: Resultado das simulações obtidas no ADVISOR com passageiros, limites do SOC obtido das

simulações e consumo corrigido.

FC-HEV – com passageiros

Resultados / Ciclos de Condução ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

SOC inicial 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400

SOC final 0,308 0,393 0,407 0,381 0,388

SOC máximo 0,401 0,404 0,432 0,400 0,400

SOC mínimo 0,293 0,386 0,317 0,000 0,285

Dsoc 0,093 0,007 -0,007 0,019 0,012

Consumo de H2 corrigido (g/km) 77,1 159,5 156,6 202,2 140,4

Consumo de energia corrigido (MJ/km) 9,25 19,14 18,79 24,27 16,85

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57

4.2 Optimização

Neste Capítulo estão presentes os resultados da optimização dos parâmetros da EGE relativamente

ao autocarro de referência Mercedes Citaro FuelCELL-Hybrid (Capítulo 3.3.1).

O objecto de optimização foram os parâmetros da EGE referentes aos limites de operação de SOC das

baterias (SOClo e SOChi), limites de operação da pilha de hidrogénio relativamente à potência fornecida

(CSmin pwr e CSmax pwr) e taxa de redução e aumento potência fornecida pela pilha de H2 (CSfall pwr rate e

CSrise pwr rate), (Capítulo 3.3.2).

O objectivo foi de minimizar o consumo de H2 do autocarro enquanto mantendo os requesitos dos ciclos

de condução em termos de velocidade e aceleração.

Foram utilizadas duas ferramentas para obter resultados, a ferramenta de optimização do ADVISOR e

um algoritmo genético desenvolvido para este trabalho.

4.2.1 Ferramenta de optimização do ADVISOR.

Os resultados estão presentes nas Tabelas 10 e 11 com e sem passageiros respetivamente, onde C̃𝐻2

é o consumo de energia corrigido (Capitulo 3.6). O ADVISOR fornece o melhor valor de consumo de

H2 para cada par de parâmetros.

Tabela 10:Resultado das optimizações paramétricas obtidas no ADVISOR sem passageiros.

FC-HEV optimizado sem passageiros

SOClo SOChi CSmin pwr (kW) CSmax pwr (kW) CSfall pwr rate (kW/s) CSrise pwr rate (kW/s)

ETC

Parâmetro 20% 55% 24 60 -6 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 8,71 8,73 6,52

STCP_303

Parâmetro 20% 55% 60 120 -30 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 17,76 17,94 17,68

HF_21

Parâmetro 20% 55% 12 60 -30 18

C̃𝐻2

(MJ/km) 20,28 20,43 21,16

HF_24

Parâmetro 20% 55% 12 60 -12 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 15,71 15,85 -

Carris_728

Parâmetro 20% 55% 12 60 -6 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 17,05 17,16 -

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58

Tabela 11:Resultado das optimizações paramétricas obtidas no ADVISOR com passageiros.

FC-HEV optimizado com passageiros

SOClo SOChi CSmin pwr (kW) CSmax pwr (kW) CSfall pwr rate (kW/s) CSrise pwr rate (kW/s)

ETC

Parâmetro 20% 55% 24 60 -6 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 9,26 9,27 6,93

STCP_303

Parâmetro 20% 55% 60 120 -30 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 19,21 19,49 18,46

HF_21

Parâmetro 55% 20% 60 12 -30 18

C̃𝐻2

(MJ/km) 25,62 25,11 24,69

HF_24

Parâmetro 55% 20% 60 12 -12 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 17,29 17,41 -

Carris_728

Parâmetro 55% 20% 60 12 -6 10

C̃𝐻2

(MJ/km) 19,16 19,28 19,19

4.2.2 Optimização com o algoritmo genético.

As Tabelas 12 e13 apresentam os indivíduos resultantes da optimização com o algoritmo genético

que apresentaram menor consumo de H2, sem e com a influência do peso dos passageiros,

respectivamente. Note-se que o consumo corrigido (Capitulo 3.6), C̃𝐻2, é o resultado a comparar

entre os veículos.

Tabela 12:Parâmetros do EGE finais (melhores soluções/indivíduos alcançados) resultantes da optimização

com um AG que resultam em menor consumo de H2, sem passageiros.

FC-HEV optimizado sem passageiros – indivíduos do cromossoma final

SOChi SOClo SOC CSmax pwr

(kW) CSmin pwr

(kW) CSfall pwr rate

(kW/s) CSrise pwr rate

(kW/s)

C̃𝐻2

(MJ/km)

ETC 1,00 0,20 0,60 81,79 14,54 -30,00 6,57 8,30

STCP_303 1,00 0,20 0,60 64,14 14,38 -30,00 0,63 16,54

HF_21 1,00 0,29 0,65 107,04 14,40 -30,00 6,70 19,85

HF_24 0,93 0,27 0,60 120,00 38,46 -30,00 9,55 16,16

Carris_728 1,00 0,20 0,60 68,34 14,55 -30,00 5,86 17,10

Tabela 13:Parâmetros do EGE finais (melhores soluções/indivíduos alcançados) resultantes da optimização

com um AG que resultam em menor consumo de H2, com passageiros.

FC-HEV optimizado com passageiros – indivíduos do cromossoma final

SOChi SOClo SOC CSmax pwr

(kW) CSmin pwr

(kW) CSfall pwr rate

(kW/s) CSrise pwr rate

(kW/s)

C̃𝐻2

(MJ/km)

ETC 1,00 0,41 0,71 94,83 43,71 -30,00 10,89 9,25

STCP_303 1,00 0,20 0,60 60,07 14,44 -30,00 2,91 19,27

HF_21 1,00 0,47 0,74 95,22 14,47 -30,00 23,98 23,87

HF_24 0,92 0,32 0,62 94,96 54,82 -30,00 7,10 17,37

Carris_728 1,00 0,20 0,60 78,16 15,75 -30,00 13,80 19,29

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59

5 Discussão

Neste Capítulo são discutidos os resultados das simulações e da optimização. Uma análise

comparativa é feita entre os diferentes veículos de referência e optimizados, a influência dos ciclos de

condução e da existência de passageiros.

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60

5.1 Influência dos ciclos de condução e passageiros nas simulações

dos veículos de referência.

As Figuras 61 e 62 apresentam os consumos energéticos dos veículos de referência com e sem

passageiros, respectivamente. Para ambos os veículos, sem e com a influência de passageiros, os

ciclos HF_21, STCP_303 foram os responsáveis por um maior consumo de energia, seguidos dos ciclos

Carris_728, HF_21 e ETC (ver Tabelas 6,7, 8 e 9). A inclinação média de subida é o factor que tem

mais impacto no consumo de energia tendo os ciclos HF_21 STCP_303 as maiores inclinações médias

de subida (ver Figura 37).

Figura 61:Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) nos ciclos de condução sem passageiros.

Figura 62: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) nos ciclos de condução com passageiros.

0

5

10

15

20

25

30

35

ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Con

su

mo

de

en

erg

ia (

MJ/k

m)

Sem Passageiros

ICEV FC-HEV

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Con

su

mo

de

en

erg

ia (

MJ/k

m)

Com Passageiros

ICEV FC-HEV

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61

A Tabela 14 apresenta o consumo adicional de energia gasto pelos veículos de referência devido ao

peso adcional dos passageiros.

Verificou-se que a presença de passageiros aumenta o consumo de energia em ambos os autocarros

de referência (ICEV e FC-HEV) de acordo com aumento percentual indicado na Tabela 14. A influência

do peso adicional dos passageiros aparenta ter menor impacto no FC-HEV do que no ICEV nos ciclos

ETC e STCP, e maior impacto nos ciclos Carris_728 e HF_24.

O número de passageiros nos ciclos Carris_728 e HF_24 é elevado quando comparado com os

restantes ciclos utilizados neste estudo, com picos de carga que chegam quase às 5 toneladas (ver

Figura 24 e Figura 29), que quando associado com o peso adicional do próprio FC-HEV de referência

(que pesa mais 2,43 toneladas do que o ICEV de referência), níveis elevados de aceleração e um

número de paragens elevados (ver Tabela 2) leva a que o FC-HEV de referência gaste mais energia

do que o ICEV para suportar o peso adicional dos passageiros, neste ciclos de condução em particular.

Verifica-se através dos dados da Tabela 14 que o FC-HEV de referência, em geral, apresenta menor

variação média de consumo de energia devido ao peso adicional dos passageiros. Embora as

características de cada ciclo de condução e número de passageiros tenham grande influência no

consumo de cada veículo, verifica-se que o FC-HEV de referência tem a capacidade de, em média,

“absorver” as variações mais influentes no ICEV devido ao peso dos passageiros.

Tabela 14: Comparação do consumo de energia (MJ/km) para os ciclos de condução com e sem

passageiros.

Comparação de Ciclos de Condução e influência de passageiros

Comparação / Ciclos de Condução ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24 Média

ICEV

Aumento percentual de consumo de energia

devido ao peso adicional dos passageiros.

14% 18% 9% 18% 8% 13,4%

FC-HEV

Aumento percentual de consumo de energia

devido ao peso adicional dos passageiros.

6% 9% 13% 18% 11% 11,4%

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62

5.2 Optimização da EGE do FC-HEV de referência

As Figuras 63 e 64 apresentam os consumos de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-

HEV) e dos FC-HEV’s optimizados pelo ADVISOR (FC-HEV ADVISOR) e pelo algoritmo genético (FC-

HEV AG), com e sem passageiros, respectivamente. Nas Figuras 63 e 64 também está representada

a redução percentual de energia do relativamente ao “melhor” veículo para cada ciclo de condução, ou

seja, o veículo que consome menor energia para cada ciclo.

Figura 63:Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) e dos autocarros optimizados (FC-HEV ADVISOR e FC-HEV AG), nos ciclos de condução sem passageiros.

Figura 64: Consumo de energia dos autocarros de referência (ICEV e FC-HEV) e dos autocarros optimizados (FC-HEV ADVISOR e FC-HEV AG), nos ciclos de condução com passageiros.

39%

38%

28%

34%

24%

25%

6%

3%

6% 3%

2%

3%

21%

3% 6%

0

5

10

15

20

25

30

35

ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Con

su

mo

de

en

erg

ia (

MJ/k

m)

Sem Passageiros

ICEV FC-HEV FC-HEV ADVISOR FC-HEV GA

43%

41%

25%

51%

22%

25%

4%

28%

2%

30%

3%

25%

4%

21%

13%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ETC STCP_303 Carris_728 HF_21 HF_24

Con

su

mo

de

en

erg

ia (

MJ/k

m)

Com Passageiros

ICEV FC-HEV FC-HEV ADVISOR FC-HEV GA

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63

As Tabelas 15 e 16 mostram as melhores soluções para cada ciclo de condução utilizado, com e sem

passageiros. Os valores que aparecem são parâmetros optimizados da EGE do FC-HEV de referência,

os parâmetros que têm traço são parâmetros para o qual não se conseguiu obter uma solução melhor

do que o FC-HEV de referência.

Tabela 15: Cromossoma final dos veículos óptimos, sem passageiros.

Tabela 16: Cromossoma final dos veículos óptimos, com passageiros.

Ciclo HF_21

No ciclo HF_21, foi possível obter uma solução melhor para a EGE do FC-HEV de referência com a

utilização do algoritmo genético (FC-HEV AG), esta solução permite uma redução de energia de 34%

e de 51% em relação ao veículo ICEV de referência, 3% e de 28% em relação ao FC-HEV de referência,

e 2% e de 30% em relação á EGE optimizada pelo ADVISOR, sem e com passageiros,

respectivamente.

A optimização com o AG permitiu obter uma melhor solução de SOC=0,65, do que a de SOC=0,4

utilizada na simulação do FC-HEV de referência, o que permite às baterias operar com uma maior

eficiência, este SOC=0,65 é elevado, em particular, devido á exigência elevada de consumo energético

associado a este ciclo de condução.

A utilização do AG também permitiu obter uma melhor solução para os limites máximo e mínimo da

potência requerida á pilha de H2, pode-se observar a partir da Tabela 15 que o intervalo CSmax pwr =

107,04 kW e CSmin pwr = 14,40 kW, é maior porque a energia pedida às baterias neste ciclo é elevada,

este intervalo mostrou ter uma melhor relação entre desempenho e economia de consumo de energia.

A Tabela 15 mostra que as taxas de redução e de aumento de potência pedidas à pilha de H2, CSfall

pwr rate = -30,00 W/s e CSrise pwr rate= 6,7 kW/s, são maiores devido ao número de paragens por km elevado,

aceleração média elevada e declive de subida elevado.

EGE optimizada- sem passageiros

SOChi SOClo SOC CSmax pwr (kW) CSmin pwr (kW) CSfall pwr rate (kW/s) CSrise pwr rate (kW/s)

ETC 1,00 0,20 0,6 81,79 14,54 -6,00 10,00

STCP_303 1,00 0,20 0,6 64,14 14,38 -30,00 0,63

HF_21 1,00 0,29 0,65 107,04 14,40 -30,00 6,70

HF_24 - - - - - - -

Carris_728 - - - - - - -

EGE optimizada- com passageiros

SOChi SOClo SOC CSmax pwr (kW) CSmin pwr (kW) CSfall pwr rate (kW/s) CSrise pwr rate (kW/s)

ETC 1,00 0,41 0,71 94,83 43,71 -6,00 10,00

STCP_303 - - - - -30,00 10,00

HF_21 1,00 0,47 0,74 95,22 14,47 -30,00 23,98

HF_24 - - - - - -

Carris_728 - - - - - -

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64

Com a presença de passageiros, a Tabela 16 mostra que a optimização do FC-HEV de referência com

o AG permitiu obter uma melhor solução de SOC=0,74, o que permite às baterias operar numa zona

eficiente dado o peso adicional dos passageiros.

A utilização do AG também permitiu obter uma melhor solução para os limites máximo e mínimo da

potência requerida á pilha de H2 dado o peso adicional dos passageiros, pode-se observar a partir da

Tabela 16 que o intervalo CSmax pwr = 95,22 kW e CSmin pwr = 14,47 kW, é menor para se poder manter o

SOC=0,74. Este intervalo mostrou ter uma melhor relação entre desempenho e economia de consumo

de energia.

A Tabela 16 mostra que as taxas de redução e de aumento de potência pedidas à pilha de H2, CSfall pwr

rate = -30,00 W/s e CSrise pwr rate= 23,87 kW/s, teve que aumentar para poder suportar o peso adicional

dos passageiros, número de paragens por km elevado, aceleração média elevada e declive de subida

elevado.

Ciclo STCP_303

Verifica-se através da Tabela 15, que a optimização com o AG permitiu obter uma melhor solução de

SOC=0,60, do que a de SOC=0,40 utilizada na simulação do FC-HEV de referência, o que permite às

baterias operar com uma maior eficiência.

A utilização do AG também permitiu obter uma melhor solução para os limites máximo e mínimo da

potência requerida á pilha de H2, pode-se observar a partir da Tabela 15 que o intervalo CSmax pwr =

64,14 kW e CSmin pwr = 14,38 kW, este intervalo mostrou ter uma melhor relação entre desempenho e

economia de consumo de energia.

A Tabela 15 mostra que as taxas de redução e de aumento de potência pedidas à pilha de H2, CSfall pwr

rate = -30,00 W/s e CSrise pwr rate= 0,63 kW/s. Este ciclo não é tão exigente, em comparação com o ciclo

HF_21 sem passageiros, em termos de declive de subida e número de paragens por km, logo a pilha

de H2 consegue manter o SOC=0,60 sem exigir valor elevados de CSmax pwr, CSmin pwr, CSfall pwr rate e

CSrise pwr rate.

No ciclo STCP_303 com passageiros, a ferramenta de optimização do ADVISOR (FC-HEV ADVISOR)

conseguiu obter melhores valores de consumo energético nos parâmetros da EGE: CSfall pwr rate e CSrise

pwr rate.

A Tabela 16 mostra que as taxas de redução e de aumento de potência pedidas à pilha de H2, CSfall pwr

rate = -30,00 kW/s e CSrise pwr rate= 10,00 kW/s, tiveram que aumentar para poder suportar o peso adicional

dos passageiros.

Ciclos Carris_728 e ciclo HF_24

Nos ciclos Carris_728 e ciclo HF_24, nenhum dos dois métodos de optimização estudados conseguiu

otimizar os parâmetros do FC-HEV de referência, com ou sem passageiros, o que pode sugerir três

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65

hipóteses: (a) os parâmetros actuais da EGE do FC-HEV de referência estão mais ajustados para este

tipo de ciclo de condução; (b) os componentes do FC-HEV de referência não tendo sido alterados,

poderão não conseguir melhor compromisso com a EGE para estes ciclos de condução; (c) a

optimização através do ADVISOR e do AG poderão não estar suficientemente ajustados, ou não ter o

número suficiente de iterações/gerações, de modo a atingir uma convergência das gerações desejada.

Ciclo ETC

Para o ciclo ETC sem passageiros, os parâmetros optimizados pelo ADVISOR que permitiram obter

menor consumo de H2 foram o CSfall pwr rate e CSrise pwr rate, referentes à taxa de potência da pilha de H2,

com valores de -6,00 kW/s e 10,00 kW/s respectivamente.

Este ciclo tem a particularidade de ter uma elevada velocidade média e maiores acelerações máximas

e estes valores apresentam uma melhor relação entre desempenho e economia de consumo de

energia.

Neste ciclo sem passageiros, os melhores resultados obtidos para os SOClo, SOChi, CSmax pwr e CSmin

pwr foram obtidos através do AG com valores SOClo =0,20 eSOChi =1 e CSmax pwr = 81,79 kW e CSmin pwr

= 14,54 kW. A Tabela 15 mostra que estes 6 parâmetros juntos formam uma melhor solução para a

EGE do FC-HEV de referência, para este ciclo sem passageiros.

Para o ciclo ETC com passageiros, os parâmetros optimizados pelo ADVISOR que permitiram obter

menor consumo de H2 foram o CSfall pwr rate e CSrise pwr rate, referentes à taxa de potência da pilha de

combustível, com valores de -6,00 kW/s e 10,00 kW/s. Os melhores resultados obtidos para os SOClo,

SOChi, CSmax pwr e CSmin pwr foram obtidos através do AG com valores SOClo =0,41 eSOChi =1 e CSmax

pwr = 94,83 kW e CSmin pwr = 43,71 kW, O intervalo deste parâmetros aumentou de modo a poder suportar

o peso adicional dos passageiros, número de paragens por km elevado, aceleração média elevada e

declive de subida elevado. A Tabela 16 mostra que estes 6 parâmetros juntos formam uma melhor

solução para a EGE do FC-HEV de referência, para este ciclo com passageiros.

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66

6 Conclusões e direcções futuras

Neste capítulo apresentam-se as conclusões relativas à dissertação no seu todo, Abordam-se as

questões mais relevantes e as possíveis tarefas para trabalhos futuros.

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6.1 Conclusões

Conclui-se que, a utilização de FC-HEV´s permite reduzir o consumo de energia em relação a ICEV de

forma significativa, devido á utilização de um grupo motopropulsor mais eficiente.

O efeito do peso adicional de passageiros tem menos impacto em FC-HEV’s do que em ICEV’s.

Não alterando os componentes do FC-HEV de referência, foi possível usar uma abordagem de

software, através da utilização de um algoritmo genético e ADVISOR para optimizar a estratégia de

gestão de energia do veículo, apresentando soluções que permitem reduzir o consumo de energia em

alguns ciclos de condução.

A presença do peso adicional dos passageiros nas simulações/optimizações teve uma influência

considerável nos consumos de energia e nos parâmetros optimizados, pelo que se deve ter em conta

este peso adicional de modo a se ter parâmetros mais ajustados a uma situação real.

A utilização de um algoritmo genético para optimizar os parâmetros de estratégia de gestão de energia

apresenta algumas vantagens em relação ao ADVISOR na medida em que permite optimizar todos os

parâmetros escolhidos referentes a um único consumo de energia, permite definir constrangimentos,

definir um melhor refinamento e permite uma melhor análise dos resultados.

No caso dos ciclos de condução em que não foi possível optimizar a EGE do FC-HEV de referência,

uma possível solução para a redução de consumo de energia deste veículo seria a elaboração de um

estudo para optimizar os seus componentes como motor electrico, número de baterias e pilha de H2,

utilizando um AG.

A utilização de uma abordagem de optimização da EGE mostrou ser uma mais-valia para tornar os FC-

HEV mais eficientes.

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6.2 Direcções futuras

Nesta dissertação não foi tida em conta a escolha óptima para o número da população ou para o

número máximo de gerações que permitem obter os melhores resultados possíveis, um estudo deste

tipo enriqueceria muito os resultados desta tese.

O futuro da optmização da estratégia da gestão de energia passa por a utilização de outros algoritmos

de optimização como fuzzy logic e DIRECT.

Um estudo para optimizar os componentes do FC-HEV, utilizando AG, de forma o reduzir o consumo

de combustível e o custo do veículo melhoraria ainda mais a eficiência do FC-HEV.

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69

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Anexo A - Características de diferentes pilhas de H2

Tabela 17:Características das diferentes pilhas de H2 [24].

Características dos diferentes tipos de células de H2

Tipo de Célula de H2

Proton Exchange Membrane Fuel Cell (PEM), as células PEM operam em

temperaturas relativamente baixas, têm alta densidade de potência, e

podem variar o output de energia rapidamente para atender as mudanças

na demanda de energia, PEM’s são bem adaptadas para a utilização em

automóveis ou empilhadoras.

Eletrólito Membrana de polímero sólido

Catalisador Platina: é o catalisador mais activo para células de baixa temperatura

Temperatura de

operação 175-200⁰F

Eficiência eléctrica 40-60%

Tipo de Célula de H2

Direct Methanol Fuel Cell (DMFC), DMFCs são semelhantes às células PEM,

no entanto, em sistemas de DMFC o próprio catalisador do ânodo origina o

hidrogénio a partir de metanol líquido, eliminando a necessidade de um processo de

reforming, A temperatura de operação baixa faz DMFCs atraente para aplicações

em miniatura, como telemóveis, computadores portáteis e carregadores de baterias.

Eletrólito Membrana de polímero sólido

Catalisador A platina é mais comum

Temperatura de

operação 125-250⁰F

Eficiência eléctrica Até 40%

Tipo de Célula de H2

Alkaline Fuel Cell (AFC), a NASA tem usado AFC’s movidos a hidrogénio em

missões espaciais desde 1960 para fornecer eletricidade e água potável.

Eletrólito Solução de hidróxido de potássio em água

Catalisador Pode usar uma variedade de catalisadores de metais não preciosos

Temperatura de

operação 225-475⁰F

Eficiência eléctrica 60-70%

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Tipo de Célula de H2

Phosphoric Acid Fuel Cell (PAFC), PAFC’s podem operar utilizando

combustíveis de hidrocarbonetos ou biogás, PAFC’s são mais tolerantes de

impurezas do combustível, PAFC’s são frequentemente usados em um modo de co-

geração.

Eletrólito Cerâmico de ácido fosfórico líquido numa matriz de óxido de alumínio e lítio.

Catalisador Catalisador de platina suportado por Carbono.

Temperatura de

operação

350-400⁰F

Eficiência eléctrica 36-42%

Tipo de Célula de H2

Molten Carbonate Fuel Cell (MCFC), As temperaturas de operação elevadas

de MCFCs significam que os combustíveis de hidrocarbonetos podem ser

convertidos em hidrogénio dentro da própria célula através de reforming interno.

MCFCs são ideais para geração energia estacionária e aplicações de co-geração

Eletrólito

Tipicamente consiste em metais alcalinos (Na e K) carbonatos retidos numa

matriz cerâmica de LiHO2

Catalisador

Alta temperatura de operação MCFC permite o uso de menor custo,

catalisadores do grupo não-platina

Temperatura de

operação

1200 ⁰F

Eficiência eléctrica 50-60%