Condutividade hidráulica e resistência à penetraçao do ... · dade dos poros e não o volume de...

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de manejo Hydraulic conductivity and penetration resistance as influenced by different soil management systems MORETI, D. 1 ; ALVES, M. C. 2 ; PEROZINI, A. C. 3 ; PAZ GONZÁLEZ, A. 4 and SILVA, E.C. 5 Cadernos Lab. Xeolóxico de Laxe Coruña. 2006. Vol. 31, pp. 29 - 42 ISSN: 0213 - 4497 Abstract Soil management measures that increase the efficiency of organic matter cycling and maintain favorable soil structure are needed for improving soil quality. On the other hand, soil structu- re degradation due to inadequate soil management systems is widespread. Among the indica- tors of soil physical quality, saturated hydraulic conductivity and penetration resistance are thought to be sensitive to soil management system. The aim of this work was to study the influence of soil tillage system and organic fertilization on selected soil physical properties after the first year of treatment. The field work was conducted in Selviria, MS, Brazil on an Oxisol. The experimental design was randomized complete blocks with split-plots, with 12 treatments and 4 repetitions. Tillage treatments included conventional ploughing (CT) and direct drilling (DD). Fertilizer treatments were: 1) manure, 2) manure plus mineral, 3) tradi- tional mineral 4) plant residues of Crotalaria juncea, 5) plant residues of Pennisetum ameri- canum and 6) control plot. The plots were cropped to bean in winter and to cotton in summer, and both cultures were irrigated. After one year no significant differences between treatments in mechanical resistance and porosity were found. However, saturated hydraulic conductivity and infiltration were higher in the conventional tillage treatment at the 0.00-0.10 m depth. Moreover, an improvement in soil physical condition by organic fertilizers was shown. Key words: No-tillage, conventional tillage, cover crops, organic manure, hydraulic conduc- tivity, penetration resistance. (1) ESALQ/USP, Av Pádua Dias, 11, cx P. 9, CEP 13.418-900 Piracicaba-SP, Brasil. do solo influenciada por diferentes sistemas Condutividade hidráulica e resistência à penetraçao

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de manejo

Hydraulic conductivity and penetration resistance asinfluenced by different soil management systems

MORETI, D.1; ALVES, M. C.2; PEROZINI, A. C.3; PAZ GONZÁLEZ, A.4 and SILVA, E.C.5

Cadernos Lab. Xeolóxico de LaxeCoruña. 2006. Vol. 31, pp. 29 - 42

ISSN: 0213 - 4497

Abstract

Soil management measures that increase the efficiency of organic matter cycling and maintainfavorable soil structure are needed for improving soil quality. On the other hand, soil structu-re degradation due to inadequate soil management systems is widespread. Among the indica-tors of soil physical quality, saturated hydraulic conductivity and penetration resistance arethought to be sensitive to soil management system. The aim of this work was to study theinfluence of soil tillage system and organic fertilization on selected soil physical propertiesafter the first year of treatment. The field work was conducted in Selviria, MS, Brazil on anOxisol. The experimental design was randomized complete blocks with split-plots, with 12treatments and 4 repetitions. Tillage treatments included conventional ploughing (CT) anddirect drilling (DD). Fertilizer treatments were: 1) manure, 2) manure plus mineral, 3) tradi-tional mineral 4) plant residues of Crotalaria juncea, 5) plant residues of Pennisetum ameri-canum and 6) control plot. The plots were cropped to bean in winter and to cotton in summer,and both cultures were irrigated. After one year no significant differences between treatmentsin mechanical resistance and porosity were found. However, saturated hydraulic conductivityand infiltration were higher in the conventional tillage treatment at the 0.00-0.10 m depth.Moreover, an improvement in soil physical condition by organic fertilizers was shown.

Key words: No-tillage, conventional tillage, cover crops, organic manure, hydraulic conduc-tivity, penetration resistance.

(1) ESALQ/USP, Av Pádua Dias, 11, cx P. 9, CEP 13.418-900 Piracicaba-SP, Brasil.

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do solo influenciada por diferentes sistemas Condutividade hidráulica e resistência à penetraçao

Cadernos Lab. Xeolóxico de LaxeCoruña. 2006. Vol. 31, pp. 29 - 42

(2) FEIS-UNESP. 15.385-000 - Ilha Solteira - SP, Brasil. E-mail: [email protected].(3) FEIS-UNESP. 15.385-000 - Ilha Solteira - SP, Brasil E-mail: [email protected].(4) Facultad de Ciencias. A Zapateira, s/n. 15071 A Coruña, España. (5) CENA/USP. Av. Centenário, 303-Piracicaba-SP, Brasil. E-mail:[email protected].

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1. INTRODUÇÃO

Nos países desenvolvidos é onde mais cres-ce a consciência sobre as distorções ambientaisdos atuais sistemas de produção e de conserva-ção de alimentos. É crescente a preocupaçãocom a preservação dos recursos naturais usadosna produção agrícola, requerendo novos méto-dos na exploração agropecuária que venhamreduzir os impactos ambientais adversos. Nestecontexto se enquadra a "agricultura sustentá-vel" (DAROLT, 1998), principalmente nasáreas de cerrado, atualmente de grande impor-tância na produção de grãos.

As alterações que ocorrem na estrutura dosolo em função do manejo utilizado durante oprocesso produtivo podem ser verificadaspelas altas densidades, dificultando a penetra-ção das raízes no solo (KIEHL, 1979; RAPERe REEVES, 1998) e afetando também a poro-sidade total, distribuição e diâmetros de poros,porosidade de aeração, capacidade de armaze-namento de água, disponibilidade paras asplantas, consistência e máxima compactibili-dade do solo (KLEIN et al., 1995).

Para o bom desenvolvimento das culturaso solo deve apresentar ótima condição física,ou seja, estar bem estruturado, com boa distri-buição de poros que otimize a disponibilidadede água e trocas gasosas, permitindo um bomdesenvolvimento do sistema radicular (semimpedimentos) e temperaturas adequadas. Aqualidade do solo tem como indicadores bási-cos as suas características químicas, biológi-cas e físicas (textura, temperatura, densidadedo solo, água do solo e sua retenção), sendoque a densidade do solo é variável para umsolo de acordo com a sua estruturação, permi-tindo avaliar outras propriedades como a dre-nagem, porosidade, condutividade hidráulica,a permeabilidade à água e ao ar e a capacida-de máxima de retenção de água (DORAN andPARKIN, 1994).

Dentre os vários parâmetros físicos dosolo, a resistência mecânica à penetração podeser empregada para avaliar o efeito dos siste-mas de preparo do solo utilizado. A resistência

mecânica é um termo utilizado para descrevera resistência física que o solo oferece, comomovimento de uma raiz em crescimento ouuma ferramenta de cultivo. Essa resistênciageralmente aumenta com a compactação ecom a redução da umidade dos solos, sendoindesejável em certos limites para o cresci-mento das plantas, o que pode ocasionar umaredução no desenvolvimento do sistema radi-cular (BENGLHOUGH and MULLINS,1990).

Segundo ANDREOLA et al. (2000) parasolos compactados recomenda-se a aplicaçãode matéria orgânica nas suas diferentes formas(adubos verdes, esterco de animais, composta-gem, tortas ou resíduos diversos), que além dereduzir a compactação e a densidade do solohá um aumento da macroporosidade, porosi-dade total e com isso facilita-se a movimenta-ção de ar e água, infiltração de água no solo edrenagem em solos argilosos, e melhora apenetração do sistema radicular (OLIVEIRAFILHO et al., 1987).

Alguns relatos em literaturas estrangeirasinformam casos de maiores valores desteparâmetro sob condição de saturação emsemeadura direta, principalmente devido àcontinuidade e rigidez dos poros, apesar des-tes apresentarem menor volume neste siste-ma (KLEIN, 1998). Trabalhos realizados porPERROUX and WHITE (1988) citado porKLEIN (1998), estudando as propriedadeshidráulicas do solo em sistemas de semeadu-ra direta e convencional concluíram que umdos parâmetros mais importantes que condi-cionam a condutividade hidráulica é a quali-dade dos poros e não o volume de macropo-ros, pois em solos preparados, normalmentese tem maior volume de macroporos, noentanto a condutividade hidráulica do solosaturado é menor do que em solos sob seme-adura direta.

Portanto, o presente trabalho teve comoobjetivo estudar a influência de diferentes siste-mas de manejos no movimento de água e naresistência à penetração de um LatossoloVermelho de cerrado, na região de Selvíria-MS.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Fazenda deEnsino e Pesquisa, da Faculdade deEngenharia de Ilha Solteira-UNESP, localiza-da no município de Selvíria-MS. As coordena-das geográficas do local em estudo são: 510

22' de longitude oeste de Greenwich e 200 22'de latitude sul com altitude de 336 m. Asmédias anuais de precipitação, temperatura eumidade relativa do ar são de 1.370 mm, 23,5oC e 70 %, respectivamente. De acordo comKöppen, o tipo climático é Aw, caracterizadocomo tropical úmido, com estação chuvosa noverão e seca no inverno. O solo do local é dotipo Latossolo Vermelho epi-eutrófico álico,

área útil constituída pela parte central, despre-zando-se 0,5 m em ambas as extremidades nosentido do comprimento das linhas e umalinha em cada lateral.

Para ambas semeaduras (direta e conven-cional), as avaliações da resistência mecânicaà penetração e da condutividade hidráulicaforam realizadas após as seguintes fases: aná-lise física e química do solo; cultivo da cultu-ra de feijão; cultivo das plantas de cobertura eaplicação do adubo orgânico; cultivo da cultu-ra do algodão/feijão, análise física e químicado solo seguido da avaliação da resistênciamecânica à penetração e a condutividadehidráulica. No sistema convencional, o prepa-ro da área foi realizado com três gradagens,sendo uma aradora e duas niveladoras. Nasemeadura direta foi aplicado herbicida gli-phosato para a dessecação das plantas invaso-ras, antes da implantação das culturas e nas

Tabela 1. Propriedades químicas do solo da área estudada no início da instalação do experimento

textura argilosa (DEMATTÊ, 1980) e de acor-do com a nova nomenclatura do SistemaBrasileiro de Classificação (EMBRAPA,1999) o solo é um LATOSSOLO VERMEL-HO Distrófico argiloso, A moderado (LVd). Avegetação original encontrada na região é dotipo cerrado, a qual foi desmatada em 1977. Osolo foi cultivado no sistema convencional(grade pesada e leve), com milho e feijão até1990. Após, passou a ser cultivado no sistemade semeadura direta, com milho até 1998 e,após na forma de sucessão de culturas commilho e feijão até 2000. Na Tabela 1 encon-tram-se as propriedades químicas do solo daárea experimental, antes da implantação dotrabalho.

O delineamento experimental utilizado foiem blocos casualizados, no esquema de parce-la subdividida, com 4 blocos. As parcelasprincipais foram constituídas por 2 tratamen-tos, referentes aos sistemas de semeadura dosolo: semeaduras direta e convencional. Nassubparcelas foram instalados 6 tratamentos:esterco de galinha, esterco de galinha com fimetade da adubação mineral recomendada;adubação mineral recomendada, crotalária(Crotalária juncea), milheto (Pennisetumamericanum) e testemunha. A dose de estercode galinha aplicada foi de 14,0 t ha-1 e a adu-bação química baseou-se na análise químicado solo seguindo-se a recomendação para acultura do algodão (280 kg.ha-1 da fórmula 08-28-16).

Cada subparcela continha dimensões de7,0 m por 6,0 m e estavam espaçadas uma dasoutras por uma distância de 7,0 m, sendo a

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plantas de cobertura. As plantas de coberturacrotalária e milheto foram semeadas em08.10.01 e o esterco de galinha foi aplicado nodia seguinte. Aos 50 dias após a semeaduradas plantas de cobertura (28.11.01), foi reali-zado o seu manejo (coleta de massa verde paraquantificação de massa seca, incorporação eaplicação de dessecante - gliphosato para ossistemas de semeaduras convencional e direta,respectivamente) e posteriormente, houve asemeadura do algodão/feijão (Gossypium hir-sutum L/Phaseolus vulgaris L).

As plantas de cobertura (Tabela 2) e oadubo orgânico foram incorporados ao solo,no tratamento com semeadura convencional e,na semeadura direta, aplicou-se dessecantenas plantas de cobertura e sob a vegetação deplantas daninhas nos tratamentos sem plantasde cobertura. O adubo orgânico foi aplicado alanço deixando-se na superfície.

Tabela 2. Produção média de matéria seca das plantas de cobertura.

Foram realizadas também as análises daprodução da matéria seca das plantas decobertura implantadas. A matéria seca dasplantas de cobertura foi avaliada coletando-seamostras em 2,0 m2, de dois pontos da área útilde cada subparcela. A massa da matéria seca(estufa a 60-70 oC até atingir o peso até massaconstante) foi realizada na época do manejodas plantas de cobertura, na fase inicial daemissão do florescimento e, os dados repre-sentados em kg ha-1.

As amostras de solo para as análises físicasforam coletadas nas profundidades de 0-0,10 e0,10-0,20 m, em 05.03.01, antes da implanta-ção dos tratamentos e, após a colheita do algo-dão em 03.05.02. Utilizou-se o método do anelvolumétrico para caracterizar a densidade dosolo e o da mesa de tensão para analisar a poro-sidade do solo (EMBRAPA, 1997).

A condutividade hidráulica foi determina-da utilizando-se o permeâmetro de Guelph,modificado por VIEIRA (1996), que opera deacordo com o princípio da garrafa de Marriottede carga hidráulica constante e, serve para amedição da permeabilidade do solo até 0,75 mde profundidade. No caso foram realizados osestudos nas profundidades de 0,10 e 0,20 m ecom duas lâminas de água, 0,03 e 0,06 m.Foram realizadas 3 leituras subseqüentes apósa estabilização das mesmas, fazendo-se amédias das três últimas leituras. Logo a condu-tividade obtida foi à condutividade hidráulicada saturação de campo (Kfs), segundo REY-

√√↵

����

⎯+

√↵

���

⎯−

=2

22

2

xaC

xHx

mxC

xHxQ

Kfs

ππ

φπ

;

B

a

HAC √

���

⎯= ; 211 xQjQjm −=φ

( )( ) ( )[ ]1221

21221

1222

21 22

2

xCHxCHxaHHxxHxHx

xCxCaxHj

=+−

+=

π;

( )[ ]( )[ ]22

222

2122

112

2

2

xCxCaxH

xCxCaxHxjj

+

+=

NOLDS and ELRICK (1985), que modifica-das por VIEIRA et al. (1988) propuseram osmodelos matemáticos abaixo:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+

⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛−

=2

22

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xaC

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mxC

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φπ

( )( ) ( )[ ]1221

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2

xCHxCHxaHHxxHxHx

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=+−

+=

π

B

aH

AC ⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛= 2211 xQjQjm −=φ; ; e

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Onde:Kfs= condutividade hidráulica do solo

saturadoH= carga hidráulica (mm)A= raio do orifício (cm)φm= potencial matricialC= fator que considera a geometria das

medições, de acordo com a textura

A e B: coeficiente de acordo com a textu-ra do solo

A resistência do solo à penetração foi rea-lizada com o penetrógrafo antes (20.04.2001)e após a colheita do algodão (05.09.2002) atéa profundidade de 0,45 m, e determinada aumidade gravimétrica do solo em cada parce-la no momento da avaliação da resistência dosolo à penetração.

Os dados foram submetidos às análises devariância e teste de Tukey, para comparaçõesde média no nível de 5 % de significânciausando o programa computacional SANEST(ZONTA et al., 1984).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observando-se os valores dos quadradosmédios e as respectivas significâncias destespara macroporosidade, microporosidade, poro-sidade total e densidade do solo (Tabela 3),verificou-se que não houve diferenças signifi-cativas. Estes resultados diferem de outros tra-balhos realizados (ALVES, 2001; ALMEIDA,2001) que mostraram diferenças significativasna densidade do solo quando utilizados diver-sos adubos verdes, após oito e três anos de pes-quisa, respectivamente. Isto mostra que, hánecessidade de médio e longo prazo para quehaja determinadas diferenças significativas naspropriedades físicas do solo em estudo.

Segundo RIBON (2000), os sistemas de mane-jo utilizados podem causar alterações nascaracterísticas físicas do solo, tais como: redu-ção da densidade e aumento da macroporosi-dade do solo. O presente estudo foi, realizadono período de 12 meses, e as propriedades físi-cas estudadas não foram boas indicadoras paradetectar alterações significativas no solo,corroborando com trabalhos de CASSOL andANGHINONI (1995) onde também não houvediferença significativa na densidade do soloapós 4 anos de cultivos sob semeaduras diretae convencional. Já ARF et al. (1999) verifica-ram que os adubos verdes não interferiram nascaracterísticas físicas de macro, microporosi-dade do solo, porosidade total e densidade dosolo e BERTOL et al. (2000) verificaram que omanejo do solo não influenciou sobre essascaracterísticas físicas. Este comportamentodiscorda dos resultados verificados por CORÁet al. (1995), pois os autores afirmaram que,plantas de cobertura podem melhorar as pro-priedades físicas e químicas do solo em médioprazo além de diminuir o processo erosivo.

Apesar dos tratamentos utilizados no refe-rido trabalho não terem interferido significati-vamente na macroporosidade, microporosida-de, porosidade total e densidade do solo, naTabela 4 verificou-se que a macroporosidade,microporosidade, porosidade total e densidadedo solo nos dois sistemas de semeadura após autilização dos adubos (orgânico, mineral eplantas de cobertura) foram modificadas. Nosistema de semeadura convencional, a macro-porosidade aumentou 44 %; a microporosida-de 3 %; porosidade total 11 % e, a densidadedo solo diminuiu 8 %. Já na semeadura diretaos aumentos foram de 11; 6 e 7 %, para macro,micro e porosidade total, respectivamente, eredução de 3 % para a densidade do solo.

O valor médio da macroporosidade dosolo apresentou-se inadequado para o desen-volvimento do sistema radicular, pois BAVERet al. (1972) mencionam que o valor mínimode macroporosidade para não prejudicar o sis-tema radicular e a aeração do solo é de 0,10 m3

m-3 e KIEHL (1979) menciona que um solo

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Textura do solo A B1 - Arenoso 0.59822327899 0.6474675712 – Argiloso ou franco

estruturado 0.5939456566 0.63650112323 – Sem estrutura 0.5697527087 0.6237229652

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ideal deve apresentar 1/3 de macroporosidadedos 50 % ocupados pelos espaços vazios, ouseja, 0,17 m3 m-3. Dessa forma, verificou-se

que inicialmente o solo apresentava macropo-rosidade inferior ao ideal, 0,09 m3 m-3 emambos os sistemas de semeadura.

Tabela 3. Quadrados médios e coeficiente de variação para macroporosidade, microporosidade, porosidadetotal e densidade do solo em função dos tratamentos e camadas de solo.

ns: não significativo no teste F.

A macroporosidade do solo (Tabela 4) foialterada no sistema de semeadura convencio-nal quando comparada com a direta, devidoao efeito do revolvimento do solo que provo-ca aumento na porosidade total e redução dadensidade do solo devido ao incremento dovolume de macroporos (MARCIANO, 1999 eALMEIDA, 2001).

A porosidade total (Tabela 4) foi alteradanos dois sistemas de semeadura devido àmodificação na macroporosidade e tambémna microporosidade. Segundo ALVES (2001),a porosidade total aumenta em função doaumento da macroporosidade.

Os valores de densidade do solo foramalterados (Tabela 4), nos dois sistemas desemeaduras. Isto ocorreu devido ao efeito da

gradagem, pois, segundo KIEHL (1979), aaração seguida da gradagem com teor ótimode umidade, contribui para a formação deagregados e, conseqüentemente, diminui adensidade do solo. Outro fator que pode tercontribuído para a alteração da densidade dosolo nos dois sistemas é a presença de matériaorgânica na camada superficial do solo, poisANDREOLA et al. (2000) e KIEHL (1979),afirmam que a matéria orgânica nas suas dife-rentes formas pode provocar um aumento damacroporosidade reduzindo a densidade dosolo. Os valores médios da densidade do soloestão acima do ideal, que para os solos argilo-sos é de 1,00-1,25 kg dm-3 (KIEHL, 1979),mostrando que o solo estudado apresenta-secompactado.

Tabela 4. Valores médios de macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade do solo em fun-ção dos sistemas de semeadura, na camada de 0,00-0,20 m, antes da implantação dos tratamentos e após um ano.

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Na Tabela 5 observa-se que há correlaçãoentre macroporosidade, microporosidade,porosidade total e densidade do solo, ou seja, oaumento da macroporosidade leva a reduçãoda microporosidade e densidade do solo e oaumento da porosidade total. Resultados con-cordantes com os obtidos por MARCIANO(1999), RIBON (2000), ALMEIDA (2001) eALVES (2001). De acordo com o último autor,a microporosidade e a porosidade total se alte-ram à medida que a macroporosidade se modi-fica. KLEIN e LIBARDI (2000) afirmaramque a porosidade de aeração e a resistência àpenetração são propriedades que mais variamcom a densidade, sendo esta alterada, pelo teorde matéria orgânica (ANDREOLA et al., 2000e MARCIANO, 1999) e manejo do solo(KIEHL, 1979) corroborando com os resulta-dos obtidos.

Para a resistência à penetração, não houvediferença significativa entre os tratamentosestudados. Na Figura 1 observam-se às curvasde resistência à penetração para os dois siste-mas de semeaduras (direta e convencional),antes e após a implantação das plantas decobertura, adubações orgânicas e minerais.

De acordo com a Figura 1 para o sistemade semeadura direta verificou-se que o com-

portamento em ordem decrescente da resis-tência do solo à penetração, para os tratamen-tos foi: esterco de galinha + 1/2 adubaçãomineral; milheto; adubação mineral e teste-munha. Para o esterco de galinha e crotaláriaos valores foram semelhantes, até a profundi-dade de 0,20 m. Para o sistema de semeaduraconvencional houve o mesmo comportamen-to para os tratamentos com esterco de galin-ha; esterco de galinha + 1/2 da adubaçãomineral, milheto, adubação mineral e teste-munha. Para as camadas mais profundas,houve redução da resistência à penetraçãopara todos os tratamentos, nos dois sistemasde semeaduras. De maneira geral os maioresvalores de resistência foram verificados parao sistema de semeadura direta. Este fato podeter ocorrido em função de que no sistema desemeadura direta, o solo apresentava-se com-pactado, o que pode ser verificado pelas altasdensidades do solo e baixa quantidade demacroporos. De acordo com KLEIN eLIBARDI (2000) a porosidade de aeração e aresistência à penetração são propriedades quemais variam com a densidade do solo, sendoalterada pelo teor de matéria orgânica emanejo do solo, corroborando com os resulta-dos obtidos.

Tabela 5. Coeficientes de correlação e significância entre macroporosidade, microporosidade, porosidadetotal e densidade do solo.

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Figura 1. Resistência à penetração antes da implantação dos tratamentos nos sistemas de semeaduras direta(a) e convencional (b) e após a implantação.

a) b)

No sistema de semeadura direta com arotação de plantas recuperadoras do solo (gra-míneas e leguminosas) melhoram-se as pro-priedades físicas do solo, quando o sistema seencontra estabilizado (VIEIRA, 1985; SILVAand MIELNICZUK, 1998; HERNANI andSALTON, 1998). Este fato pode não ter oco-rrido, nesta pesquisa, em virtude de que antesda implantação do experimento não se cultiva-vam plantas recuperadoras do solo. Porém,pode-se verificar que com apenas um ano, ocultivo de plantas recuperadoras do solo, nosistema de semeadura direta, mostrou-se pro-missor quanto à alteração da resistência àpenetração, assim como com a densidade dosolo.

Os maiores valores encontrados para aresistência à penetração no sistema de semea-dura direta corroboram com os valores obtidospor SOUZA and ALVES (2003) para as pro-fundidades estudadas de 0,00-0,10, 0,10-0,20e de 0,20-0,40 m, em que no sistema de seme-adura direta houve maior resistência à pene-tração do que no convencional. Os valores

encontrados neste trabalho foram maiores queo considerado crítico (2 MPa) por TORME-NA (1998). Mas, este está relacionado com acompactação do solo e também ao teor deágua do solo no momento do estudo (0,19 kgkg-1 ou 0,27 m3 m-3 e 0,25 m3 m-3, para ossistemas de semeadura direta e convencional,respectivamente).

Verificou-se para a condutividade hidráu-lica (Tabela 6) que houve diferença significa-tiva no nível de 5 %, para a profundidade de0,00-0,10 m, somente para os sistemas desemeadura. Observou-se que a condutividadehidráulica do solo para o sistema de semeadu-ra convencional foi maior que na direta, dife-rindo dos resultados obtidos por SOUZA andALVES (2003), em um Latossolo Vermelhode Cerrado. Os autores citados verificaramque os valores de condutividade hidráulicanos sistemas de semeadura direta e cultivomínimo foram maiores do que no convencio-nal, em virtude da continuidade de poros, faci-litando a movimentação tridimensional daágua no solo.

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De acordo com VIEIRA and MUZILLI(1984) o revolvimento do solo aumenta a pro-porção de macroporos em relação ao sistemadireto, mas a sua continuidade seria interrom-pida proporcionando redução no movimentoda água no solo (WU et al., 1992). Porém,outros trabalhos resultaram em maior conduti-vidade hidráulica saturada sob preparo con-vencional (CORREA, 1985; PELEGRINI etal., 1990), corroborando com os resultadosobtidos neste trabalho.

Na Tabela 6 pode-se também verificaraltos valores de coeficiente de variação para acondutividade hidráulica do solo saturado,corroborando com WARRICK and NIELSEN

(1980); SARVASI (1994) e SOUZA andALVES (2003). Para SARVASI (1994) osaltos valores dos coeficientes de variação paraa condutividade hidráulica do solo saturado sedeve a alta variabilidade espacial do solo.

Considerando que a infiltração de águareflete as condições físicas do solo, como aestrutura, porosidade e ausência de camadascompactadas (SOUZA e ALVES, 2003), veri-ficou-se que no solo estudado houve modifi-cações em função dos sistemas de semeadurado solo (convencional e direta). Os valoresencontrados neste trabalho deferiram dos deARZENO (1990) e de SOUZA and ALVES(2003).

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Tabela 6. Valores médios da condutividade hidráulica saturada e taxa de infiltração em função dos tratamen-tos e profundidades estudadas.

Médias seguidas de letras iguais minúsculas na coluna não diferem entre si estatisticamente no nível de 5 % de probabilidade pelo teste de Tukey.

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4. CONCLUSÕES

- A condutividade hidráulica foi influen-ciada pelo sistema de semeadura do solo,sendo maior no sistema convencional, porémnão foi influenciada pelas adubações orgânicae mineral.

- A resistência à penetração, macroporosida-de, microporosidade e densidade do solo, nãoforam influenciadas pelos sistemas de semeadu-ra e nem pelas adubações orgânica e mineral.

- Após um ano de implantados os sistemasde semeadura e adubações orgânica e mineraldo solo, os resultados foram promissores quan-to à melhoria das propriedades físicas do solo.

Recibido: 6 / 6 / 2006Aceptado: 12 / 10 / 2006

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