Comunicação, desenvolvimento regional e local e ruralidades

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Comunicação, desenvolvimento regional e local e ruralidades A juventude rural e as novas fronteiras culturais entre o campo e a cidade a partir do debate de classe social Júlia Schnorr Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Comunicação Midiática na UFSM [email protected]

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A juventude rural e as novas fronteiras culturais entre o campo e a cidade a partir do debate de classe social Júlia Schnorr Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Comunicação Midiática na UFSM [email protected]. Comunicação, desenvolvimento regional e local e ruralidades. - PowerPoint PPT Presentation

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Comunicação, desenvolvimento regional e local e ruralidades

A juventude rural e as novas fronteiras culturais

entre o campo e a cidade a partir do debate de classe social

Júlia Schnorr

Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Comunicação Midiática na UFSM

[email protected]

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Produção das áreas das humanas, por muitos anos, referiu-se aos trabalhadores rurais em um tom pejorativo - Iokoi (1990)

O viajante francês Saint-Hilaire no interior do país relatou no século XIX ao passar pelo interior de São Paulo que os trabalhadores rurais eram ''homens embrutecidos pela ignorância''.

Monteiro Lobato construiu seu personagem caipira, o Jeca Tatu, na década de 1940: Jeca era sujo, tinha maus hábitos, era ingênuo e sem estudo.

O mito do campo e do camponês é forte ''e seus traços de identificação: o natural e o simples, o que seria o irremediavelmente perdido ou superado pela cidade, entendida como o lugar do artificial e do complexo'', como afirma Martín-Barbero (2009, p.268) é presente.

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Desuso do conceito de classe social – estudos de recepção

Juventude rural - classes populares

Relações entre o campo e a cidade – novas fronteiras culturais

É impossível falar da sociedade brasileira sem falar da desigualdade social. (IANNI, 2004)

Construção de pensamento comunicacional com referência nos fatores sociais - reflexão de Murdock (2009), Curran (2006), Miliband (1990)

O mundo das ruralidades e as diferenciações nos conceitos rural e urbano que estão relacionadas às novas conjunturas apontadas por Carneiro (2005) sobre as fronteiras culturais entre o campo e a cidade.

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A classe social ainda explica a sociedade?

Virada teórica – 1960/1970. Identidade e consumo – singularidade e diferença - Murdock (2009)

Existem diferenças dentro das classes sociais - Miliband (1990)

Várias mediações: geração, família, gênero – também a classe social.

RECEPÇÃO: classe social interfere na recepção e na conformação da identidade do sujeito.

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Ser jovem e viver no campo: a representação midiática

e os novos conceitos que envolvem o meio rural

Por que pesquisar a juventude rural?

Invisibilidade; Quando se estuda, insere o jovem

como participante da equipe de trabalho.

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Pesquisa exploratória

Santa Maria: 261 027 hab – IBGE/2010

Cidade – setor 3º

UFSM

(30 mil estudantes)

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A maioria dos jovens rurais estuda na cidade - migração cotidiana – mediação da família e da escola.

Nossa amostra: Jovens da comunidade de São Marcos, localizada no Distrito de Arroio Grande e comunidade do assentamento da reforma agrária Carlos Marighela, localizada no bairro Agroindustrial.

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Jovens de 16 a 23 anos, estudantes, sendo a maioria do Ensino Médio, mas havendo um caso em que estuda no Ensino Superior e outros que largaram os estudos.

Problemática da masculinização e permanência no campo.

Jovem Rural e Televisão

Família é um importante núcleo de participação dos

jovens - Carneiro (2005)

A televisão na América Latina ainda tem a a família como função primeira de reconhecimento - (MARTÍN-BARBERO, 2009)

É através da unidade familiar que se assiste à maioria dos programas televisivos – mediação da cotidianidade familiar – amostra exploratória

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Novo rural

Intensificação da comunicação e das trocas culturais; estreitamento das fronteiras culturais; transitoriedade dos jovens; novas necessidades tecnológicas (relacionadas ao poder de consumo); não se pode relacionar os espaços rurais à ausência de serviços e de cidadania, ou de vincular seu espaço ao atraso.

Ilhas de ruralidade: falta de transporte público, postos de saúde e de serviços de telefonia – internet.

Representação midiática – local do pouco? vida no campo é algo saudável, tranquilo e que sua cotidianidade é sem violência (CARNEIRO, 2005), entretanto, há representações que demonstram atraso, pouco desenvolvimento econômico e político, pouca produção simbólica e acesso escolar.

Representações de classes sociais: fazendeiro latifundiário diferente do trabalhador rural de agricultura familiar

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Considerações Finais

A classe social é uma mediação decisiva no modo como o sujeito faz a recepção da mídia. Isso é primordial e interfere na conformação identitária.

Buscamos inserir a juventude rural de classe popular nas novas dinâmicas do rural. Entretanto o ''novo rural'' não abrange de forma homogênea todo o espaço rural brasileiro, e sim faz o percurso contrário: o torna mais diversificado e peculiar. Para o estudo de recepção da juventude rural, é imprescindível a mediação da cotidianidade familiar, assim como é importante, também, o contato com o mundo ''urbano'', adquirido, em especial, na escola, seu novo espaço de sociabilidade.

De que forma a classe social influencia as conformações de identidades dos sujeitos é algo que iremos responder através da etnografia crítica da recepção. Qual valor nossa amostra, que é composta por jovens rurais e da classe popular dá à mídia e de que forma as mediações, como a família e o movimento social, por exemplo, operam são elementos que objetivamos ao final da nossa investigação responder.