Colégio Estadual Almirante Barroso Síntese – Vai Passar (Chico Buarque de Hollanda e Francis...

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Colégio Estadual Almirante Barroso Síntese – Vai Passar ( Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime)

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Colégio Estadual Almirante Barroso Síntese – Vai Passar ( Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime). Autora : Rafaela Tude. Colégio Estadual Almirante Barroso Síntese – Vai Passar (Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime). * Trabalho apresentado a matéria Redação - PowerPoint PPT Presentation

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Colégio Estadual Almirante Barroso

Síntese – Vai Passar( Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime)

Colégio Estadual Almirante Barroso

Síntese – Vai Passar(Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime)

AutoraAutora:Rafaela Tude * Trabalho apresentado a matéria Redação

Sob a orientação da professora Mirela Conceição;

Salvador, 15 de Julho de 2010.

Vai passar nessa avenida um samba popularCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiarAo lembrar que aqui passaram sambas imortaisQue aqui sangraram pelos nossos pésQue aqui sambaram nossos ancestraisNum tempo página infeliz da nossa história,passagem desbotada na memóriaDas nossas novas geraçõesDormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz

Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,o carnaval, o carnavalVai passar, palmas pra ala dos barões famintosO bloco dos napoleões retintose os pigmeus do boulevardMeu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantarA evolução da liberdade até o dia clarearAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral vai passarAi que vida boa, ô lerê,ai que vida boa, ô laráO estandarte do sanatório geral... vai passar.

Vai passaVai passarr

“Vai passar, nessa avenida um

samba popular

O Samba popular foi e O Samba popular foi e ainda é o ritmo das ainda é o ritmo das

expressões e opiniões expressões e opiniões dos negros e pobres, dos negros e pobres, enfim, daqueles que enfim, daqueles que sempre sacrificaram- sempre sacrificaram- se para sobreviver a se para sobreviver a

margem da sociedade.margem da sociedade.

Cada paralelepípedo da velha cidade

Esta noite vai se arrepiar ao

lembrar

Que aqui passaram sambas imortais

As lembranças dos nossos lutadores,

aqueles que sofreram para tentar acabar com

a hierarquia racial e tornar o negro uma pessoa mais digna.As lembranças da

nossa ancestralidade, que muitas vezes nem

sabemos a história, nem sequer a luta.As lembranças do nosso passado, o

pedido de reparação pelos danos sofridos desde a escravidão.

Que aqui sangraram pelos nossos pés

Os negros que não se conformaram com a condição de

escravos saíram a luta para pedir Liberdade, Paz e Igualdade para todos,principalmente para

nós. Temos como exemplo o nosso direito de ir e vir, já que

no período pós e escravista era inadmissível que os negros

circulassem pelas ruas, a não ser que fosse lucrativo aos

senhores .

Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo, página infeliz da nossa história,

Passagem desbotada na memória

Das nossas novas gerações

As páginas infelizes da nossa história, começaram com o nosso “seqüestro”, fomos

roubados das nossas vidas e famílias para sermos

escravos, e hoje somos obrigados a não lembra- las, para que a sua volta não nos

tire da alienação.

A moçada que chega agora, por pura ignorância fecha os olhos e ouvidos,

fazendo reinar o preconceito, racismo e a

intolerância.

Dormia a nossa Pátria mãe tão distraída

Sem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações

O país fechava os olhos O país fechava os olhos para tentar não ver o que para tentar não ver o que acontecia ou até mesmo acontecia ou até mesmo

fazia pouco caso da fazia pouco caso da péssimas condições em péssimas condições em

quem se viviam nas quem se viviam nas senzalas, as tenebrosas senzalas, as tenebrosas

transações eram o tráfico e transações eram o tráfico e comércio de escravos, como comércio de escravos, como

se fossem animaisse fossem animais..

Seus filhos erravam cegos pelo continente

Levavam pedras feito penitentes

O trabalho braçal era o tipo de serviço reservado para o negro e por isso

um negro que conseguisse se colocar

acima do outro, considerava- se superior

e não enxerga as semelhanças com seus

irmãos, ser negro naquele período já era castigo, imagina poder subir um degrauzinho e pensar em olhar para os

que ficaram para trás.

Erguendo estranhas Erguendo estranhas catedrais catedrais

Os negros escravizados foram

os principais construtores da nossa cidade.

E um dia afinal tinham direito a uma alegria fugaz

Uma ofegante epidemia que se chamava Carnaval

Ô Carnaval ô Carnaval vai passar

O povo sofredor tinha uma única alegria, que era esperada com ansiedade- o Carnaval- .

Vai Passar: Começava o desfile do carnaval, o uso de máscara e fantasias, a saída

em procissão.

Palmas pras alas dos barões

famintos

O bloco dos Napoleões

retintos

E os pigmeus do boulevard

Nossas crianças moradoras das ruas, Nossas crianças moradoras das ruas, largadas pelas suas mãeslargadas pelas suas mães

nossos pigmeus do boulevard, nossos pigmeus do boulevard, que hoje transformam-se cada que hoje transformam-se cada

vez mais rápidos em aviõezinhos, vez mais rápidos em aviõezinhos, depois traficantes, e, depois traficantes, e,

rapidamente, em presuntos chacinadosrapidamente, em presuntos chacinados por outros barões e napoleões da sua própria cor, por outros barões e napoleões da sua própria cor,

com origem semelhante e com origem semelhante e também faminta, em uma guerra insana.também faminta, em uma guerra insana.

Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma

cidade

A cantar a evolução da Liberdade até o

dia clarear

A caminhada do negro até a “libertação”.

Ai que vida boa, ô lê lê Ai que vida boa, ô lá lá

O estandarte do Sanatório Geral vai

passar (bis)”

O Sanatório Geral estava lotado, nunca esteve tão cheio, e sua insanidade se

espalhava em uma velocidade crescente. No sistema educacional, por

exemplo, onde pela Constituição os negros e leprosos eram proibidos de estudar. Nos cuidados com a saúde, em outro exemplo, fomos jogados ao

léu e ainda incriminados das causas de epidemias.

Vai Passar: Como diz o ditado popular

alegria de pobre dura pouco, chegou ao fim o carnaval, tudo volta

ao normal.

Fim