Coimbra, Maio de 2010 de da de nº 2009108628 - fe.uc.pt · Giddens (2009), a pobreza absoluta...
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Coimbra, Maio de 2010
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Bruna Sofia Sousa Pinto Virginio, nº 2009108628
Faculdade de economia Universidade de Coimbra
Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de fontes de informação sociológica para o ano 2009/2010, leccionada pelo Dr. Paulo Peixoto.
Título do trabalho: Pobreza…uma questão social
Nome aluna: Bruna Sofia Sousa Pinto Virginio
Numero estudante: 2009108628
Licenciatura: 1º ano sociologia
Imagens da capa disponíveis:
http://www.google.pt/images?q=sem+abrigo&hl=pt‐
PT&gbv=2&tbs=isch:1&sa=N&start=40&ndsp=20;
http://www.google.pt/images?hl=pt‐
PT&gbv=2&tbs=isch:1&q=pobreza+em+portugal&revid=1382526693&ei=
H8T_S‐jiAZTEOJ7JiJgO&sa=X&oi=revisions_inline&resnum=0&ct=broad‐
revision&cd=1
Anexos
A) Texto de apoio à realização da ficha de leitura B) Pagina Web avaliada C) Ficha modela para a avaliação de um site da internet
A. Índice
Página 1) Introdução 1
2) Desenvolvimento 2
2.1) Estado da arte 2
2.1.1) Definição de pobreza e exclusão social 2
2.1.2) Indicadores de pobreza 6
2.1.3) Grupo (s) de risco 9
2.1.4) Consequências da pobreza 12
2.1.5) Medidas de combate 13
2.2) Descrição pormenorizada da pesquisa 15
3) Ficha de leitura 18
4) Avaliação da página da internet 21
5) Conclusão 23
6) Referencias Bibliográficas 24
7) Anexos 27
Anexo A – texto apoio ficha de leitura
Anexo B – página Web avaliada
Anexo C – ficha modelo avaliação sitio internet
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Coimbra, Maio de 2010 [POBREZA… UMA QUESTÃO SOCIAL]
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1) Introdução
Pobreza? Bem, ouço esta palavra todos os dias. É difícil não pensar na pobreza
que cerca o mundo inteiro. Por onde quer que andemos temos certamente
conhecimento de alguém que a tenta vencer a cada dia que passa. Nem todos a
entendem da mesma maneira. Quem passa por ela sabe melhor do que ninguém o que
ela é e como é enfrentada todos os dia. Será que a pobreza está a aumentar a cada
ano que passa? Quais são os indicadores que provam que alguém se encontra ou que
pode estar a entrar na pobreza? Quais os grupos de risco mais favoráveis à mesma e
porquê? Que medidas podem ajudar a combater ou minimizar a mesma?
São questões pertinentes mas que têm muito a dizer. É difícil encontra uma
definição especifica e geral do que é a pobreza. Muitos tentam defini‐la à sua maneira
e as opiniões não diferem muito.
Escolhi este tema “pobreza…uma questão social” porque penso que a pobreza
é mesmo um assunto que diz respeito a toda a sociedade e que é do interesse da área
da sociologia. Debrucei‐me sobre o tema para tentar perceber melhor este fenómeno
que muitas pessoas carregam ao longo de uma vida. Para poder chegar a uma
conclusão do que é realmente a pobreza e que factores estão ligados a ela dividi o meu
trabalho da seguinte maneira: em primeiro apresento o estado das artes onde irei
definir a pobreza segundo alguns autores, quais os indicadores e os grupos de maior
risco e por fim as consequência que derivam da pobreza e a forma como a mesma
pode ser combatida.
Após considerar a análise destes conteúdos pertinentes e fundamentais,
passarei para uma segunda parte do trabalho onde irei descrever todo o processo de
pesquisa; a realização de uma ficha de leitura utilizando como base o capítulo “O
conceito de exclusão social e a sua relação com o da pobreza” do livro Um olhar sobre
a pobreza: vulnerabilidade e exclusão social no Portugal contemporâneo de Alfredo
Bruto da costa et al. (2008). Por fim procedo à avaliação da página da internet do
jornal público, que fala sobre a pobreza em Portugal afirmando que uma das medidas
de combate é aumentar os salário e diversificar fontes de rendimento.
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2) Desenvolvimento 2.1) Estado das artes 2.1.1) Definição de pobreza e exclusão social
Portugal, ao longo destes anos todos tem verificado um grande aumento da
pobreza. O conceito de pobreza alterou‐se nos últimos tempos. Os muito pobres, bom,
esses já eram muito pobres e não conseguem ficar mais pobres. No entanto aqueles
que eram pobres ficaram agora eles também muito pobres e os que se consideravam
razoavelmente bem entraram na pobreza.
Definir por palavras o que significa a pobreza é complicado. Os sociólogos e os
investigadores têm abordado o conceito de “pobre” de duas formas: por um lado
segundo uma pobreza absoluta, por outro, uma pobreza relativa. Segundo Anthony
Giddens (2009), a pobreza absoluta acontece quando o indivíduo não tem
necessidades básicas importantes, ou seja, pobreza absoluta liga‐se à ideia de
subsistência. Estar em situação de pobreza é o indivíduo carecer de requisitos
fundamentais para a existência humana, tal como ter dinheiro, comida, dormida,
roupa, entre outras coisas. Qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo, está
sobre um padrão universal assim que esteja identificado como pobre, padrão esse que
está universalmente aplicado e que diz respeito à subsistência humana. No entanto,
nem todas as pessoas aceitam ser consideradas como pobres e serem inseridas nesse
padrão. Daqui, nasce o conceito de pobreza relativa, que relaciona a pobreza com o
padrão da vida diária de uma certa sociedade. Contudo, alguns defensores afirmam
que é errado dizer que as necessidades humanas são idênticas em todo o lado:
Na maioria dos países industrializados a existência de água corrente, de casas de banho com autoclismo e o consumo regular de frutas e vegetais são vistas como necessidades básicas para uma vida saudável. Porém, em muitas sociedades em vias de desenvolvimento tais itens não estão difundidos no seio da população e não faria sentido medir a pobreza de acordo com a sua presença ou ausência. (Anthony Giddens, 2009: 313)
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Portanto, há de facto algumas dificuldades na formulação dos dois conceitos.
Uma das formas de se medir a pobreza e a determinação de uma “linha”, ou seja, uma
possível linha baseada no preço de todos os bens que são essenciais à sobrevivência
humana de certa sociedade. No entanto, é necessário proceder a certos cuidados
aquando desse processo. Não é aconselhável a utilização de apenas um critério de
avaliação da pobreza, pois não toma em consideração todas as variações das
necessidades humanas.
O conceito de pobreza tem outras perspectivas segundo outros autores. “ (…) É
entendida como uma situação de privação resultante da falta de recursos” (Bruto da
Costa: 2008). O mesmo autor diz ainda:
Quando se pensa em pobreza, pensa‐se em miséria ou nos sem‐abrigo. O pobre, na definição adoptada no estudo, é alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa. Miséria é uma parte disso (Bruto da Costa et al., apud Marujo 2008)
Portanto, aqui a privação está ligada à carência que resulta de uma falta de
recursos ou então derivada de outras causas pertinentes como é o caso de
toxicodependência, doença psíquica, alcoolismo, etc. Para ajudar a pessoa a
ultrapassar essa falta de recurso é preciso torná‐la auto‐suficiente, que segundo o
mesmo autor significa que:
A pessoa em causa deixa de estar dependente de formas extraordinárias de ajuda e passa a ter como meio de vida um rendimento proveniente de uma das fontes consideradas como normais e correntes na sociedade em que vive.
Em Portugal esses meios normais e correntes são os rendimentos que provêm
dos salários, as rendas ou lucros, bem como rendimento proveniente de reformas,
pensões ou rendimentos de inserção.
Outra possível definição dada por Bruto da Costa et al. (2008: 22) é associar a
pobreza a “ (…) necessidades materiais”. Escolhe‐se as necessidades materiais que
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importa ter em consideração, sendo que a pobreza corresponderá à situação em que
as necessidades ficam por satisfazer.
Definir a pobreza é complicado. “Manifesta‐se ao nível de certas condições
materiais de existência, caracterizadas por um baixo rendimento, condições de
habitação precárias e também a forma de vivenciar o quotidiano das pessoas e a
percepção que tem da realidade” (Faísca et al., 1993: 7).
Uma vez que se torna difícil encontra uma definição geral da pobreza, alguns
investigadores da Grã‐Bretanha debruçam‐se sobre outros indicadores estatísticos,
como é o caso de previsões e abandono, para medir os níveis de pobreza. Estes
estudos diziam que quem vivia na pobreza eram as pessoas cujos rendimentos se
encontravam abaixo dos rendimentos mínimos. Segundo o estudo “pessoas cujo
rendimento se situava entre os 100 e os 140% do mesmo eram definidas como vivendo
no limiar da pobreza” (Giddens, 2009: 314).
O conceito de pobreza está associado ao conceito de exclusão social. Até
meados dos anos 80, os dois conceitos eram relacionados para abordar as pessoas e os
grupos mais desfavorecidos da sociedade. Falar de exclusão social e falar de “exclusão”
e de “social”. Deste modo a «exclusão social» significa «exclusão da sociedade» (Costa
et al., 2008: 64)
A esfera social enquanto domínio fundamental da inclusão social remete‐nos
para a importância de constituir redes de sociabilidade – família, vizinhos, amigos,
trabalho. No entanto, a concretização de muitos destes relacionamentos baseia‐se na
composição do próprio agregado familiar; existência ou não de instituições; existência
de redes de sociabilidade e o funcionamento das mesmas, ou seja, contactos,
convivência, entreajuda, entre outros.
A gente tem uma estrada que tem de cumprir. Quando se é uma pessoa realista, socialistas sérios, nós sabemos que nunca vamos manjar1 do céu; vamos passar por diversas dificuldades. E infelizmente no nosso país hoje quem trabalha em cima do socialismo é condenado (…) A revolta que sempre tive e o meu sofrimento que sempre passei é ser uma pessoa discriminada, uma pessoa que luta. Que adianta ter uma democracia que
1 Manjar palavra utilizada no Brasil para definir a palavra “comer” utilizada em Portugal.
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você fala e a gente morrendo de fome. Não adianta nada! (Entrevista a Miguel Santos apud Santos, 2008: 73)
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2.1.2) Indicadores de pobreza
A pobreza é um fenómeno multidimensional, ou seja, não suporta apenas a
análise de um indicador mas sim de vários. Sendo assim, a medição da pobreza é feita
segundo vários indicadores que captem as vertentes principais deste fenómeno
através de múltiplas abordagens.
A pobreza e a exclusão social constituem um dos maiores desafios ao longo
destes anos e dos próximos, na medida em que colidem com o exercício dos direitos
fundamentais dos seres humanos. Os objectivos do desenvolvimento do milénio
definidos pela ONU em 2000 reflectem este desafio e definem como meta a redução
da pobreza extrema, para metade, até 2015. São oito (8) os objectivos definidos para
acabar com a pobreza. Segundo a Campanha do Milénio das Nações Unidas, o primeiro
objectivo passa por reduzir a pobreza e a fome para metade. No mundo, cerca de 1.2
milhões de pessoas vivem com menos de um euro por dia, não tem casa condigna e
são excluídas pela sociedade. O segundo é alcançar o ensino primário para todos. A
educação é fundamental para combater a pobreza e todos têm o direito de usufruir
dela. O terceiro é promover a igualdade de género. As mulheres são muitas vezes
impedidas pela sociedade de mostrar os seus potenciais. O objectivo e combater as
desigualdades existentes entre os dois sexos. O quarto e o quinto é reduzir em dois
terços a mortalidade infantil e a mortalidade materna. A alegria de ser mãe é muitas
vezes acompanhada pelo risco de saúde tanto para a mãe como para a criança. O sexto
passa pelo combate à sida (HIV) e outras doenças graves. Por vezes, a falta de cuidados
e de rendimentos leva ao descuido das pessoas em se manterem saudáveis e
protegidas. O sétimo é promover uma sustentabilidade ambiental. O objectivo é
conservar os recursos essenciais à vida como a água, produtos agrícolas, etc. Por fim, o
último objectivo, é fazer uma parceria global para que estes objectivos sejam
cumpridos.
2010 Foi eleito o ano europeu da luta contra a pobreza e a exclusão social, uma
vez que se começam a sentir alguns efeitos da concretização dos objectivos anteriores.
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Os dados estatísticos da pobreza não revelam todas as dimensões existentes, mas
permitem ver os resultados do longo caminho de luta contra este fenómeno.
Um dos indicadores, e aquele que considero ser o mais importante de todos, é a
distribuição dos rendimentos. A atribuição do salário ou das pensões não está
distribuído equitativamente. Segundo a REAPN (2009), a desigualdade entre esta
matéria é evidente no nosso país. Refere que segundo os dados do INE rendimento e
condições de vida em Portugal, a população com maiores rendimentos recebe 6.1
vezes os que tem menos rendimentos, sendo que os mesmos (mais ricos) 10% obtêm
10 vezes mais dos 10% dos mais pobres. A redução ligeira do risco da taxa de pobreza
até 2007 (2.2 %) foi acompanhada pela diminuição das desigualdades.
Fonte do INE no inquérito das despesas familiares 2005/2006, na distribuição
dos rendimentos líquidos por nuts II, mostra que o Alentejo e o Norte são as duas
regiões com menores rendimentos. O norte apresenta um rendimento líquido anual de
19 906 euros por agregado. O Alentejo apresenta 18 276 euros. Em comparação com a
região de Lisboa que chega aos 22 804 euros anuais. Portanto, em Portugal, ao nível do
rendimento monetário, o trabalhador por contra própria é que possuir a maior fatia do
rendimento total (49%), sendo que a seguir vêm as pensões (18%).
Se analisarmos a distribuição dos rendimentos por grupos verificamos que nos
agregados sem crianças, uma pessoa sozinha não idosa tem de rendimentos anual
14.156 euros, no caso de ser idoso 9.356 euros. Quando se trata de duas pessoas
idosas apresentam um rendimento de 15.365 euros, se não forem idosas 22.988 euros.
A mesma análise com crianças e jovens, um adulto com uma criança são 18.888 euros,
com duas ou mais são 18.487 euros. Portanto, são as pessoas que têm o agregado
familiar mais numeroso que apresentam rendimentos menores.
Outro indicador importante é o emprego/desemprego. Segundo a REAPN
(2009) os dados divulgados pela Eurostat o desemprego aumentou desde 2008 devido
à crise económica que se faz sentir. As estatísticas do INE, no segundo semestre de
2009 mostram que a taxa de desemprego foi de 9.1%. quando nos referimos ao
desemprego nas mulheres, a actual taxa sobe para os 9.5%, e nos homens reduz para
8.7%. analisando por grupos etários, são os jovens (15‐24) que apresentam a maior
taxa de desemprego, cerca de 18.7%. para o grupo que vai dos 45‐64 a taxa reduz para
7.7% e para os mais de 65 anos 0.3%. Ao nível da escolaridade, aqueles que têm o 3º
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ciclo do ensino básico apresentam 10.7% taxa de desemprego; os que têm o 2º ciclo
do mesmo ensino a taxa é de 10.2% e o ensino pós secundário 9.7%. A população com
o ensino superior apresenta a menor taxa, 5.9%. torna‐se importante referir o impacto
que têm as transferências sociais – subsídio de desemprego, IRC, apoios habitacionais,
etc. – têm na redução da pobreza. Se fossem reduzidos todos estes apoios, a taxa de
pobreza não era de 16% mas sim de 25%. Para erradicar a pobreza é necessário ajudar
nas despesas dos agregados familiares mais desfavorecidos.
Todas as famílias gostam de viver no conforto do lar. Existem certos
equipamentos que podiam ser dispensados dados os custos que a manutenção dos
mesmos acarreta. Uma habitação necessita de ter sempre infra‐estruturas básicas. É o
caso da electricidade, da água e do gás. 99.7% Dos agregados familiares tem acesso à
electricidade e 98.7% a água canalizada. No entanto, apenas 22.3% tem gás canalizado.
Existem famílias onde as infra‐estruturas básicas são limitadas. É o caso da região do
Alentejo onde 6.1% das famílias ainda não possuem instalações sanitárias, sendo que
2.2% sem esgoto e 1.5% de água canalizada. A Madeira é a região onde se verificam
maiores percentagens de agregados familiares sem sistema de esgoto ‐ 4.4%. Os
equipamentos domésticos cujos acessos se encontram menos generalizados em
Portugal é a máquina de lavar e secar roupa onde apenas 2,8% das famílias possuem
estes bens, a máquina de lavar loiça 34.7 % das famílias tem. A posse de microondas
ronda os 70.2% e o aspirador 79.9%. Por sua vez o fogão entra em 99.8% nas casas das
famílias portuguesas. Não deixa de ser relevante que 0.2% das famílias não tem acesso
a este bem de preparação da alimentação. O mesmo acontece com o frigorífico, onde
1% da população não tem acesso a ele. Quanto aos bens de comunicação e de
conforto, são os aparelhos televisivos (98.9%), o rádio (90.4%) e os telemóveis (81.4)
que apresentam a maior fatia de presenças em casas das famílias portuguesas. O
mesmo acontece com o acesso ao computador, onde 43.9% das famílias tem acesso.
Concluindo as famílias portuguesas gostam de estar em casa com o maior
conforto possível, nem que para isso seja necessário adquirir bens, que muitas das
vezes podiam ser dispensados dados os custos que trazem (REAPN, 2009).
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2.1.3) Grupos de Risco
É impossível apresentar um perfil de quem são os mais pobres. A face da
pobreza é diversa e encontra‐se em constante mutação (Giddens, 2009). A crise
económica veio agravar ainda mais a situação económica da sociedade portuguesa.
São muitos os que correm sérios risco de maior pobreza. Existem quatro grupos que se
destacam pelo elevado risco de pobreza, definidos pela REAPN (2009: 1): as pessoas
em idade activa, com menos de 65 anos de idade, que vivem sozinhas ou com uma
criança a cargo (por norma mulheres); os idosos que vivem sozinhos ou então com
uma criança a cargo; pessoas activas que estão a viver sozinhos; e por fim as famílias
com três ou mais crianças a cargo, onde nenhum dos pais trabalha, ou só um dos dois
estão empregados. Portanto, são os idosos, as crianças e as mulheres quem correm
maior risco de pobreza.
Segunda a Democracia aberta online (2009) e a RAPN (2009), a taxa de risco de
pobreza nas crianças tem registado uma descida, no entanto, essas taxas continuam a
carecer de alguma preocupação. As crianças que correm um maior risco são aqueles
que estão inseridas em famílias monoparentais ou em famílias com dois adultos que
têm a cargo mais de três crianças. A REAPN (2009) afirma ainda que segundo os dados
da Eurostat “os principais factores que contribuem para os níveis da pobreza da
população infantil são: a situação de emprego dos pais e a eficácia da intervenção
governamental através de suporte financeiro e fornecimento de serviços tais como os
de suporte à infância”. A semelhança da população infantil, também a população
idosa apresenta uma taxa de risco de pobreza elevada. São os que vivem isolados que
correm maiores riscos.
“Constata‐se, ainda, que é entre os idosos que o risco de pobreza é mais elevado e entre os idosos isolados que este assume maior dimensão. Em 2001, o risco global de pobreza após transferências sociais, era de 20%, entre os Idosos de 30%, e entre os Idosos Isolados de 46%.” (governo de Portugal: 2010: 5)
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REAPN (2009) acrescenta ainda que os factores apontados pela Eurostat são “(…)
adequabilidade do sistema de pensões e a estrutura etária de género da população
idosa, uma vez que as mulheres idosas e as pessoas muito idosas continuam a
enfrentar múltiplos riscos que os tornam mais vulneráveis”. Em Portugal existe um (1)
milhão de idosos com pensões inferiores a 300 euros, sendo que destes 30% estão em
risco de pobreza (Governo de Portugal, 2010: 5 ).
Outros dos grupos de risco são os trabalhadores activos, nomeadamente as
mulheres. A pobreza é vivida de diferente maneira entre os homens e as mulheres. As
mulheres são mais atingidas pela pobreza, e nelas o grau é superior ao dos homens.
Para elas as trajectórias da pobreza são longas uma vez que se encontram ligados aos
encargos com a família e o espaço doméstico. Segundo Elza Pais (2009):
“Quando chega ao momento de beneficiar das suas pensões de reforma, confrontam‐se com montantes claramente insuficientes, porque múltiplos factores contribuíram para a desvalorização dos seus descontos (…) desigualdades salariais na faixa dos ordenados mínimos, das diferenças de integração no mercado de trabalho (…) de uma maior presença das mulheres nos contratos precários e nas interrupções nos seus percursos de trabalho em virtude de maior cuidado prestado à família”.
A mesma autora Elza Pais (2009) acrescenta ainda que existem alguns grupos
dentro das mulheres que são muito mais vulneráveis:
“As jovens, as idosas, as reformadas, as portadoras de deficiência, as mulheres há mais tempo sem emprego e economicamente inactivas, as habitantes das zonas rurais, as que integram famílias monoparentais, as mulheres que abandonaram a escola cedo demais ou as que não têm formação profissional”
Porém também as vítimas de violência doméstica e as imigrantes correm risco de
entrar na pobreza. Estas, ou porque saírem de casa ou por estarem no pais ilegalmente,
sujeitam‐se aos trabalhos precários onde os salário são baixo e não tem cobertura
social. Resumindo a autora afirma:
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“Que as mulheres não só consagram mais tempo que os homens a actividades não remuneradas, mas têm também mais dificuldades de acesso e progressão no mercado de trabalho. Quando precisam de recurso ao crédito, confrontam‐se com maiores restrições do que os homens”.
Para concluir este capítulo vou‐me referir à situação dos jovens no que toca aos
riscos de pobreza. De facto, os jovens que têm maior risco de incidir na pobreza são os
que abandonaram o ensino escolar antes da escolaridade obrigatória, e também
aqueles que não completaram o ensino secundário. As taxas do abandono escolar são
elevadas e o governo tenta combater esta realidade, com a criação de turmas especiais
para alunos que envergaram pelos caminhos da delinquência. Portanto, “se
considerarmos as taxas de insucesso escolar e o abandono antes de completar o
ensino obrigatório, percebemos as dificuldades que os jovens encontram na procura
de emprego”( Almeida et al., 1992).
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2.1.4) Consequências
“É difícil compreender a pobreza mundial no capitalismo globalizado, que sabe
produzir, mas não sabe distribuir a riqueza” (Júnior. s.d). A desigualdade económica é
uma característica persistente em todos os sistemas sociais, incluindo as democracias
liberais, abertas a compromissos de igualdade como parte integral da cidadania.
Contudo, a igualdade tem‐se revelado como algo difícil de ser obtido. Num sistema de
mercado livre surgem inevitavelmente desigualdade (Giddens, 2009).
A maior consequência da pobreza é as pessoas que são economicamente mais
desfavorecidas, serem excluídas da sociedade. Ser pobre não quer dizer estar excluído.
A pobreza representa uma forma de exclusão social, com efeito, “ existem formas de
exclusão social que não implicam pobreza” (Costa et al., 2008: 63). Por exemplo, os
idosos são excluídos da sociedade, não por serem pobres, mas por estarem isolados.
Esta forma de exclusão é causada pela organização da sociedade e pelos estilos de vida
corrente.
A natureza da pobreza e da exclusão social pode ser observada na habitação,
no crime e nos sem abrigos. Estas são outras das grandes consequências provocadas
pela pobreza. Enquanto as pessoas das sociedades industrializadas vivem em
habitações confortáveis e espaçosas, outras residem em casa sobrepovoadas,
inadequadamente esquecíveis e deterioradas (Giddens, 2009).
O mesmo acontece com os sem ‐ abrigo. Não tendo casa para ficar a viver,
refugiam‐se nas ruas da cidade. Alguns, por vontade própria escolhem andar a vaguear
pelas ruas, mas outros são empurrados para o abismo, tornando‐se esquecidos e
vivendo na miséria e na privação.
Por fim, ser «pobre» pode levar ao crime. Segundo Elliot Currie (apud Giddens
2009: 333) “existem várias ligações importantes entre o crescimento do crime”. As
mais evidentes são as mudanças provenientes do mercado de trabalho; elevadas
despesas com os gastos de vida, que levam ao aumento de dividas, ou seja, perda de
meios de subsistência; tensão no seio familiar provocada pela ansiedade, nervosismo,
entre outras coisas e finalmente aspectos ligados a vida económica, social e cultural
que excluem certas pessoas, que sentindo‐se revoltadas com a sociedade envergam
pelos caminhos da delinquência
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2.1.5) Medidas de combate
Tal como afirmei anteriormente, a sociedade portuguesa é hoje uma sociedade
com grandes assimetrias e elevados níveis de pobreza económica e exclusão social.
Segundo Carlos Rodrigues (s.d.) diversas medidas de combate à pobreza e exclusão
social têm sido implementadas nos últimos anos no nosso país. O mesmo autor
acrescenta que “ visam não só o colmatar do défice dos recursos das populações em
situação de maior precariedade como visando o reconhecimento e a efectivação dos
direitos sociais da população”.
Segundo José Silva (2008), Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, na
audição pública da CNJP, “As políticas sociais têm um papel muito importante na
erradicação da pobreza ou, pelo menos, na diminuição da sua gravidade”. De acordo
com o AECPES2 (2010a) a forma de combater a pobreza e a exclusão social é através da
promoção da igualdade entra homens e mulheres; valorização da escola; promover os
direitos da criança; ser voluntário; não discriminar os imigrantes; defender o
envelhecimento activo; respeitar as pessoas com deficiência e por fim defender o
direito de um trabalho digno. Estes são os oito pontos nos quais a Europa deve incidir
para combater a pobreza e a exclusão.
Em Portugal existem várias associações que dão apoio aos mais carenciados.
Estas instituições oferecem‐se para ajudar todos aqueles que se encontram em
situações precárias. Alguns exemplos referidos pelo AECPES (2010b) são: banco
alimentar contra a fome; comissão para a cidadania e igualdade de género; comissão
para a igualdade no trabalho e no emprego; conselho nacional de juventude; conselho
nacional de protecção de jovens e crianças em risco; instituto da segurança social;
instituto português da juventude; rede europeia anti‐ pobreza, entre outros. Segundo
Edmundo Martinho (2010c) coordenador nacional do AECPES, afirma que:
“Portugal tem que ser capazes de assegurar que as nossas crianças
cresçam e se desenvolvam em ambientes familiares livres de privação e exclusão; garantir aos nossos idosos condições de vidas dignas; disponibilizar o acesso a serviços sociais de qualidade a todos os cidadãos e famílias, em especial os mais vulneráveis; demonstrar que a pobreza e a
2 AECPES – sigla que significa Ano Europeu do Combate à pobreza e à exclusão Social.
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exclusão não são compatíveis com um país livre e democrático nos afirmarmos colectivamente como um povo solidário”.
Portugal e a Europa têm pela frente um longo caminho a percorrer, e têm que
trabalhar em conjunto com estas instituições a fim de acabar com a pobreza e
com as exclusões social. “Pobreza é ficar indiferente…juntos por uma sociedade
para todos” (Silva, 2008).
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2.2) Discrição pormenorizada da pesquisa
Escolhido o tema “ Pobreza…uma questão social” pensei em como é que iria
organizar a estrutura do meu trabalho. Desse modo, comecei por realizar numa folha
do Word os tópicos que eu iria tratar. Uma vez definidos os pontos onde o meu
trabalho iria incidir, comecei a minha pesquisa por duas fases: a primeira foi procurar
os livros que eu poderia ter acesso e que servissem para o trabalho, a segunda foi a
consulta de páginas da internet, seleccionando apenas a que eu achava pertinente.
Abrindo a página da universidade e seleccionando nos serviços online «biblioteca»,
dirigi‐me à pesquisa por «catálogos» «catálogo geral» e comecei uma pesquisa
simples. Seleccionei a opção «qualquer campo» escrevendo “ Pobreza”, para começar
a procura na FEUC. Foram encontrados 190 resultados. No entanto, dos 12 primeiros,
seleccionei a opção 9 “Manual para a integração da dimensão da igualdade de género
nas políticas de inclusão social e protecção social / DG Emprego, Assuntos Sociais e
Igualdade de Oportunidades da Comissão Europeia”, em suporte digital. Li por alto o
conteúdo e não me pareceu muito relevante. Deste modo, fiz a pesquisa de outra
maneira. Pesquisei por autor. Aquando foram publicados os temas para escolher, e
após me ter decidido qual deles iria tratar, vou para a internet pesquisar livros
existentes e da lá descobri alguns daqueles que me interessavam. Na pesquisa simples
seleccionei a opção «por autor» pesquisando para a biblioteca do CES e escrevi Bruto
da Costa. Não foram apresentados resultados. Fiz a pesquisa de outra maneira.
Seleccionando na pesquisa simples a opção «assunto» pesquisei «exclusão social».
Foram encontrados 29 resultados na biblioteca geral. A mesma pesquisa para a
biblioteca da FEUC encontrou 32 resultados. No entanto não optei por nenhum. Eis
que faço outra tentativa. Em «pesquisa simples» selecciono a opção «qualquer
campo» para a biblioteca do CES. É encontrado o livro que pretendia, Alfredo Bruto da
Costa “Um olhar sobre a pobreza: vulnerabilidade e exclusão social no Portugal
contemporâneo”.
Uma vez que pela internet os livros não eram muito do meu interesse optei por
ir a biblioteca do CES, e pedir ajuda à bibliotecária de livros relacionados com o meu
tema. Pedi ajuda sobre livros existentes e após uma pesquisa em vários sites sobre o
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tema e em conversa com os colegas, encontrei os restantes livros. No total utilizei
cinco manuais: Bruto da Costa “Um olhar sobre a pobreza: vulnerabilidade e exclusão
social no Portugal contemporâneo” (disponível na biblioteca do CES); Anthony Giddens
“sociologia” (livro comprei na feira do livro em Coimbra); Miguel Luís Faísca et al. “Para
o estuda das representações sociais da pobreza em meio urbano” (disponível na
biblioteca geral); João Ferreira Almeida et al. “exclusão social: factores e tipos de
pobreza em Portugal” (disponível biblioteca da FEUC) e Boaventura de Sousa Santos
“As vozes do mundo” (Disponível na biblioteca da FEUC).
Quanto à minha pesquisa online, baseie‐me apenas em dois motores de busca:
o Google e Youtube. No entanto, apenas o Google me forneceu todas as páginas nas
quais retirei a informação necessária. O Youtube serviu apenas para a visualização de
alguns vídeos relacionados com a temática que estudei. Deste modo, pesquisei de
forma simples as seguintes palavras: «Pobreza» e foram encontrados 15.600
resultados. Nos primeiros resultados escolhi apenas dois: REAPN – rede europeia anti‐
pobreza e exclusão social e 2010 – ano europeu do combate à pobreza e à exclusão
social. Estas duas ligações ficaram registadas nos favoritos numa pasta que criei com o
nome “trabalho de fontes”. Continuei a minha pesquisa por vários dias e ia encontrado
outras páginas, umas mais interessantes e pertinentes do que outras. Pesquisei de
outras formas. Na pesquisa simples do Google coloquei «pobreza em Portugal». Foram
encontrados 1.900.000 resultados. Destes, apenas um me chamou à atenção: Pobreza
em Portugal não pára de crescer – JN. Guardei a informação não acabei por não a
utilizar no trabalho. Decidi pesquisar por etapas. Primeira para os indicadores.
Sabendo dos objectivos definidos pelo milénio procurei no Google em pesquisa
simples «objectivos do milénio». Era a primeira opção. Interessou‐me e era o que
pretendia, guardei a página nos favoritos. Depois sabendo que 2010 era o ano europeu
da luta conta a pobreza e a exclusão social, através do mesmo processo de pesquisa,
encontrei o site oficial e guardei‐a na mesma página que o anterior. Do mesmo modo
cheguei a REAPN. Foi pesquisando e para os grupos de risco e para as consequências e
medidas de combate foi ao portal do governo. Procurando informação para o
tema”medidas de combate”, pesquisei no Google «medidas de combate a pobreza».
Foram encontrados 1.960.000 resultados. Interessou‐me um “reflexão pais solidário”.
Queria num entanto, encontrar informação sobre os grupos de maior risco, mais
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propriamente se entre os homens e as mulheres, qual deles era mais vulnerável. Foi ai
que pesquisei com as palavras «mais pobres: homens ou mulheres». Encontrei
1.400.000 resultados. O primeiro chamou‐me à atenção mas não me satisfazia.
Pesquisei então «igualdade de pobreza» e obti menos resultados. 791.000. Encontrei
uma página “portal para a igualdade – género e pobreza”. Observei o conteúdo e
interessou‐me. Achei que a informação era pertinente.
A pesquisa principal estava realizada. No entanto foi procurando com outras
palavras e em ligações que fazia de outras páginas e chegava a outras informação que
não dispersavam muito daquilo que tinha arrecadado até ao momento. No entanto, a
pesquisa fez sempre parte no decorrer do trabalho, uma vez que havia uma ou outra
ideia num certo momento e precisava de saber se havia informação disponível.
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3) Ficha de leitura
Título da publicação: Um olhar sobre a pobreza: vulnerabilidade e exclusão
social no Portugal contemporâneo
Autor: Alfredo Bruto da costa et al.
Local onde se encontra: biblioteca da câmara municipal de peso da régua e
Biblioteca do CES
Data da publicação: Junho 2008
Edição: 1º
Local de edição: Lisboa
Editora: Gradiva
Título do capítulo: O conceito de exclusão social e sua relação com a pobreza
Cota: (A) 316.34 (469) – Biblioteca Peso da Régua
Assunto: relação entre conceito de «pobreza» e «exclusão social».
Número de páginas: 59 – 89
Palavras‐chave: exclusão social; inclusão; pobreza; sistemas sociais; domínios sociais Data de leitura: 22 de Maio
Observações: não há observação a registar.
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Notas sobre o autor: Alfredo Bruto da Costa
Bruto da Costa tem uma larga experiência de estudo e investigação no domínio
da pobreza, tema do seu doutoramento na Universidade de Bath (Reino Unido.
Leccionou em diversos cursos de licenciatura e mestrado. Isabel Baptista, antropóloga,
Pedro Perista e Paula Carrilho, sociólogos, desenvolvem o seu trabalho de investigação
no CESIC – centro de estudos para a intervenção social – entidade promotora deste
estudo, com uma vasta experiencia nestes estudos de pobreza e exclusão social.
Resumo
“Conceito de exclusão social e a sua relação com o da pobreza” é o segundo
capítulo da obra que escolhi. O autor analisa a complementaridade existente entre os
conceitos de «exclusão social» e «pobreza». Analisa a sociedade como um conjunto de
sistemas sociais e já no final do capítulo levanta algumas questões relativas à
operacionalização do conceito de “exclusão social”.
Estrutura
Em primeiro lugar o autor apresenta as razões pelas quais o conceito Exclusão
social e pobreza se relacionam. Até 1980 os dois conceitos eram utilizados em paralelo
para abordar problemas que diziam respeito a pessoas ou grupos desfavorecidos na
sociedade. Logo em seguida, fala da origem de cada um deles. O conceito «exclusão»
apareceu pela primeira vez em França em 1960, ao passo que o conceito «pobreza»
teve a sua origem no Reino Unido.
Posteriormente, o autor faz uma análise em relação as perspectivas de cada um
deles. A pobreza tem uma respectiva mais distributiva, ou seja, de “cima para baixo”,
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ao passo que a exclusão social aborda os laços existentes nas redes sociais – “Dentro
para fora”. Os dois conceitos foram alvo de organização de várias conferências e
seminários. São destacados três: em 1960 (seminário) em França; 1989 (debate) em
Itália organizada pela comissão europeia e em 2001 (seminário) que pretendia ser uma
reflexão à escala Europeia.
O autor afirma que é necessário associar os dois conceitos, embora sejam
distintos. Por essa razão, mais à frente são dadas as definições dos dois. Deste modo,
“pobreza” é aqui definida como uma situação de privação por falta de recursos e
“exclusão social” significa exclusão da sociedade, pois tem que incluir todas as esferas
sociais em que a pessoa vive (família, amigos, vizinhos, etc.).
Num outro momento é referenciado a sociedade como sendo um conjunto de
sistemas sociais. A inclusão do indivíduo depende do seu posicionamento quanto a
vários domínios: económico, instituições, território e referências de identidade.
Por fim o autor levanta algumas questões. Quais os sistemas sociais básicos?
Serão os cinco domínios que foram agrupados nos sistemas sociais satisfatórios? É
conveniente que os laços entre as pessoas e os sistemas sociais sejam graduais? Em
relação à segunda questão levantada, segundo o texto, os cinco domínios dos sistemas
sociais são: o domínio social; o domínio económico; domínio institucional; o domínio
espacial e o domínio simbólico.
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4) Avaliação de uma página da internet
Para a avaliação da página da internet ‐ no âmbito da cadeira de fontes de
informação sociológica, leccionada pelo professor Dr. Paulo Peixoto ‐ optei por avaliar
a página do Jornal Público, disponível em http://www.publico.pt/Sociedade/pobreza‐
em‐portugal‐e‐preciso‐subir‐os‐salarios‐e‐diversificar‐fontes‐de‐rendimento_1329698.
O título da página “Pobreza em Portugal: É preciso subir os salários e diversificar fontes
de rendimento” é o que resume uma entrevista dada ao jornalista Nuno Ferreira
Santos do jornal público, pelo coordenador do estudo «Um olhar sobre a pobreza»,
Alfredo Bruto da Costa. A informação contida na página é uma informação simples,
dado que é uma página que tem como propósito informar um público basto, ou seja,
qualquer pessoa pode consultar a página do jornal, disponível online. São identificados
tanto o autor da página, António Marujo, como a instituição, Jornal Publico como já
tinha referido. Ao longo da entrevista percebe‐se que o jornalista sabe aquilo que
pergunta. Está bem informado acerca do tema que propôs falar ao entrevistado.
Utiliza palavras de fácil entendimento e as perguntas e respostas são simples e claras.
A página é alegre e com cores. Tem várias hiperligações que permitem fazer a ligação a
outras páginas do jornal, nomeadamente para notícias relacionadas com mundo, a
economia, a politica, o desporto, tecnologia, ciência, educação, etc. A página que estou
a avaliar encontra‐se na hiperligação da sociedade. O site apresenta também alguma
publicidade, neste caso à “Unicef” e a página “vive bem”. A meio da página tem
ligações para algumas funcionalidades e no lado direito (da pessoa que observa a
página) estão ligações para as últimas notícias, as mais lidas bem como as mais
comentadas. A propósito dos comentários, também o assunto da página em questão
(entrevista) apresenta no final da mesma, comentários de pessoas que a lerem online
e que fazem uma pequena reflexão sobre alguns pontos desenvolvidos na entrevista.
Quanto à informação disponível é clara e objectiva, e confirma‐se com outras
informações a que já tive acesso. No caso da notícia em questão, esta pode ser
confirmada no livro que utilizei neste trabalho: “um olhar sobre a pobreza:
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vulnerabilidade e exclusão social” de Alfredo Bruto da costa. O grafismo da página é
atractivo e a leitura do texto é legível sem necessidade de esforços visuais. As imagens
apresentadas e que dizem respeito à notícia tem a ver com o tema, uma vez que é uma
fotografia do Alfredo Bruto da Costa, nos estúdios onde foi realizada a entrevista.
Resumindo o sitio é importante para o meu trabalho e relaciona‐se com ele.
Avalio positivamente esta página por apresentar um conteúdo que contribui para o
meu trabalho e por ter funcionalidades atractivas e bem organizadas. Considero que é
uma página muito boa a avalio‐a como tal.
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5) Conclusão
Definir a pobreza e encontrar causas atribuídas a ela é uma tarefa complicada.
São muitos os indicadores para perceber o que é estar em pobreza e como é que esta
tem evoluído ao longo destes anos todos. A pobreza não é apenas uma realidade de
Portugal e dos países pobres. Está presente em todo o lado quer em países mais
desenvolvidos, quer em países menos desenvolvidos. As desigualdades entre os
Homens aumentaram em resultado das políticas implementadas pelos governos. Os
pobres são um grupo diversificado e que estão em desvantagem na vida em relação a
alguns. São necessárias medidas mais eficazes para a eliminar por completo. Mas para
que isso seja possível, não se pode exigir apenas que se fixem medidas sociais. São
igualmente importantes a execução de medidas económicas. Atendendo à redução
mínima da taxa de pobreza em Portugal, parece evidente que as instituições
responsáveis pelo seu combate ainda não chegaram as verdadeiras causas da pobreza.
Há que chegar ao momento de uma longa e séria reflexão sobre o assunto que
assola as sociedades do mundo inteiro.
A realização deste trabalho foi longa e exigiu uma vasta pesquisa. Senti
diversas dificuldades na realização do mesmo, mais precisamente no processo de
pesquisa e da selecção das fontes que tinha adquirido. Este trabalho só trás vantagens
pois permite que cada um de nós melhore as capacidades de selecção e de síntese de
qualquer tema proposto para trabalho. Penso que em geral o meu trabalho foca os
pontos fundamentais e necessários para se compreender a pobreza e a sua evolução. É
um tema muito complexo e com vários perspectivas que podem ser analisadas, de
várias maneiras. No entanto, considero que foi útil fazê‐lo utilizando todos os meios e
técnicas aprendidos ao longo do semestre quer tenham sido mais ou menos
importantes na construção deste trabalho.
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6) Referências bibliográficas
Livros Almeida, João Ferreira de et al. (1992), Exclusão social: factores e tipos de
pobreza em Portugal. Oeiras: Celta Editora.
Costa, Alfredo Bruto et al. (2008), Um olhar sobre a pobreza: vulnerabilidade e
exclusão social no Portugal Contemporâneo. Lisboa: Gradiva
Faísca, Luís Miguel de et al. (1993), Para um estudo das representações sociais da
pobreza em meio urbano. Lisboa: LNEC
Giddens, Anthony (2009), Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Santos, Boaventura de Sousa (2008), As vozes do mundo. Porto: Edições
Afrontamento, Vol 6
Internet
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combater a pobreza”. Página consultada a 13 de Abril de 2010, disponível em:
http://www.2010combateapobreza.pt/conteudo.asp?tit=26
AECPES – Ano europeu combate à pobreza e à exclusão social (2010b),
“Conceitos e indicadores de pobreza”. Página consultada a 13 de Abril de 2010,
disponível em:
http://www.2010combateapobreza.pt/conteudo.asp?tit=16
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Martinho, Edmundo (2010c), “mensagem do coordenador nacional do AECPES
Portugal”. Página consultada a 13 de Abril de 2010, disponível em:
http://www.2010combateapobreza.pt/conteudo.asp?tit=1
Júnior, Paulo Galvão (s.d), “ Um Ensaio Crítico Sobre a Pobreza: de Malthus a
Sachs”. São Paulo. Página consultada a 24 de Abril de 2010, disponível em:
http://www.scribd.com/doc/18774055/Um‐Ensaio‐Crtico‐Sobre‐a‐Pobreza‐de‐
Malthus‐a‐Sachs
Marujo, António (2008), “Pobreza em Portugal: "É preciso subir os salários e
diversificar fontes de rendimento”. Público 23 de Maio. Página consultada a 5 de
Maio de 2010, disponível em:
http://www.publico.pt/Sociedade/pobreza‐em‐portugal‐e‐preciso‐subir‐os‐
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consultada a 3 de Maio de 20010, disponível em:
http://www.igualdade.gov.pt/index.php/pt/publicacoes/35‐genero‐e‐pobreza
REAPN‐ rede europeia anti‐pobreza nacional (2009) “Indicadores sobre a
pobreza: Portugal e União Europeia”. Página consultada a 27 de Abril de 2010,
disponível em:
http://www.reapn.org/documentos_visualizar.php?ID=42
Rodrigues, Carlos Farinha (s.d), “Combater a pobreza – ser solidário”. Página
consultada a 17 de Maio de 2010, disponível em:
http://www.paissolidario.org/index.php?article=5&visual=2&local=reflexao
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Silva, José (2008) “Politicas de combate à pobreza e a exclusão social”.
Intervenção do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social na audição pública
da Comissão Nacional Justiça e Paz, em Lisboa. Governo de Portugal. Página
consultada a 17 de Maio de 2010, disponível em:
http://www.portugal.gov.pt/pt/GC17/Governo/Ministerios/MTSS/Intervencoes/P
ages/20081108_MTSS_Int_Combate_Pobreza.aspx
Democracia Aberta (2009), “Risco de Pobreza mantêm‐se em 18%”. Fórum de
discussão. Página consultada a 17 de Maio de 2010, disponível em:
http://www.democraciaberta.com/democracia_forum/ver_topico.php?t=342
Governo de Portugal (2010),”complemento solidário para idosos”. Página
consultada a 17 de Maio de 2010, disponível em:
http://www.portugal.gov.pt/pt/Documentos/Governo/MTSS/Complemento_Soli
dario_Idosos_Apres.pdf
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7) Anexos
Anexo A)
Fotocópias do capítulo utilizado para ficha de leitura: “O conceito de exclusão social e sua relação com a pobreza”
Anexo B)
Página internet avaliada: publico
Anexo C)
Ficha modelo para avaliação do site da internet