Coesão coerência expressões12

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Diz respeito a todos os meios pelos quais, num texto, se processa a ligação entre os seus componentes (palavras, orações, frases e parágrafos), de modo que transmitam corretamente a ideia apresentada. Coesão

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Diz respeito a todos os meios pelos quais, num texto, se processa a ligação entre os seus componentes (palavras, orações, frases e parágrafos), de modo que transmitam corretamente a ideia apresentada.

Coesão

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1. Coesão gramatical Frásica

Interfrásica

Temporoaspectual

Referencial

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Coesão frásica Mecanismos que asseguram uma ligação significativa entre os elementos linguísticos que ocorrem a nível sintagmático e oracional.

d. Presença de complementos exigidos pelos verbos.

a. Ordenação das palavras e das funções sintáticas; b. Concordância em género e/ou número de palavras; c. Regências;

PROCESSOS

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Frase coesa: • ordenação sintática corrente na língua portuguesa; • concordância correta em género e número entre todos os elementos lexicais; •  respeito pela regência do verbo; • presença do complemento exigido pelo verbo principal transitivo indireto.

Ex: A nossa televisão corresponde aos anseios dos jovens.

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Frase não coesa: • núcleo verbal não concorda em número com o sujeito composto da frase.

Ex:*Os meus irmãos e eu fui ao cinema.

Frase não coesa: • não é respeitada a regência de preposição instituída pelo verbo abdicar que exige a preposição de.

Ex:*Naquela situação, decidiu abdicar ao cargo.

Coesão e coerência

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Coesão interfrásica

É assegurada por processos de sequencialização que exprimem vários tipos de interdependência semântica das frases.

d. Pontuação.

a. Coordenação (assindética e sindética); b. Subordinação; c. Conectores e organizadores do discurso;

PROCESSOS

Coesão e coerência

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Ainda Eça de Queirós, na cauda da manifestação, tagarelava com Camilo Castelo Branco, na presença da Nudez Forte da Verdade, quando um frémito percorreu o arvoredo da Estefânia. Não chegou a turbilhão, mas foi suficientemente sensível para que um sujeito que comia um bife na Portugália exclamasse: “Ena, pá!” O busto de Cesário Verde convocava o de Guerra Junqueiro e desafiava-o para um desfile. E de busto em busto se transmitiu que não era justo que as estátuas em corpo inteiro se manifestassem e que os bustos se ficassem. Afinal, se nos bustos havia um corpo incompleto, a verdade é que exibiam “mais concentração do espírito”. A frase foi do busto de um poeta, mas não me parece que tenha sido Junqueiro ou Verde.

CARVALHO, Mário de, “Corpos incompletos”, in Mealibra, n.º 16, série 3, verão 2005

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Coesão temporoaspectual Mecanismo que coordena os enunciados de acordo com uma lógica de ordenação temporal das situações, numa sequencialização que respeita o conhecimento do mundo partilhado pelos falantes.

d. uso de datas e marcas temporais;

a. uso correlativo dos modos e tempos verbais; b. recurso a advérbios e/ou locuções adverbiais;

c. utilização de expressões preposicionais com valor temporal;

PROCESSOS

e. recurso a articuladores indicadores de ordenação.

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Frase coesa: • duas situações distintas cuja ordenação é indicada pelos tempos.

Frase não coesa: • o tempo verbal utilizado não corresponde à marca temporal que abre a frase e que remete para um tempo passado.

Ex: Quando me levou à escola, o meu pai já tinha deixado a minha avó na clínica.

Ex:*Antigamente, os jovens dedicam-se mais à leitura.

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Coesão referencial

Mecanismo que assenta na existência de cadeias de referência ou anafóricas, constituídas por um elemento linguístico – o referente – que é retomado por outro(s) – correferente(s), cujo entendimento só é possível atendendo ao significado do referente.

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a. Anáfora

b. Catáfora

Ao sair da escola, encontrei o Armando e ele disse-me que o seu médico o atendera rapidamente.

Após a consulta e o que nela lhe fora dito, o jovem sossegou.

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c. Elipse

d. Correferência não anafórica

O Armando foi à consulta e [-] sossegou.

O pequeno gato aventurou-se no mundo. A cria ganhou liberdade.

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Coe

são

refe

renc

ial Atribuíram-lhe o Nobel da Literatura. José Saramago é um dos maiores

escritores portugueses. [ ]Escreveu inúmeras obras que deliciaram sempre

os leitores. Ele é um dos exemplos para os novos escritores que tentam dar

os primeiros passos na literatura portuguesa. O autor de Memorial do

Convento é um génio da literatura.

Elipse – embora não esteja descrito o sujeito da frase, sabe-se que é

o referente do texto.

Anáfora – palavra/expressão que retoma o significado do referente

que lhe antecede.

Correferência não anafórica – expressão que identifica o referente sem

ser dependente dele.

Catáfora – o referente ao qual se relaciona

este pronome encontra-se numa

posição subsequente.

Referente – é sobre ele que se fala e em relação ao qual as

cadeias de referência se relacionam.

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e. Deixis

•  Pessoal

•  Temporal

•  Espacial

•  Textual A ideia antes exposta... / como se referiu no capítulo anterior… / como se demonstrou acima… / veremos seguidamente…

Eu estava em minha casa quando ligaste.

Ontem, depois do jantar, vi o Telejornal, como sempre...

Passa-me esse livro que está ao lado da jarra, por favor.

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2. Coesão lexical Mecanismo que se baseia na repetição da mesma palavra ao longo do texto ou na sua substituição por outras que com ela se relacionam em termos de hierarquia, equivalência ou oposição semântica, de modo a constituir uma rede semântica adequada ao tema desenvolvido.

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PROCESSOS

Adoro as lembranças que certos odores me despertam. Os cheiros do mar e da areia, por exemplo, trazem-me imediatamente à memória as férias em família. Ao ver a caixa cheia, desejava no seu íntimo que estivesse já vazia.

b. Sinonímia / antonímia    

a. Repetição A criança é a força do futuro. A criança é a expectativa de renovação e é na criança que assenta a esperança de um mundo melhor.

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d. Holonímia / meronímia Naquela casa tudo a atraía. Os quartos luminosos, as salas coloridas, a cozinha espaçosa e funcional.

c. Hiperonímia / hiponímia Certos ossos do nosso corpo são mais vulneráveis às quedas. O fémur , por exemplo, exige atenções redobradas quando se praticam esforços violentos.

   

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1. Coesão gramatical

Coesão frásica

a)Ordenação das palavras e das funções sintáticas; b) Concordância em género e número; c) Regências; d) Presença de complementos exigidos pelos verbos

Coesão interfrásica

a) Coordenação; b) Subordinação; c) Conectores e organizadores de discurso; d) Pontuação.

Coesão temporo-aspetual

a) Uso correlativo dos tempos e modos verbais; b) Recurso a advérbios e/ou locuções adverbiais; c) Expressões preposicionais com valor temporal; d) Uso de datas e marcas temporais; e) Recurso a articuladores indicadores de ordenação.

Coesão referencial

a)  Anáfora;  

b)  Catáfora;  

c)  Elipse;  

d)  Correferência  não  anafórica;  

e)  Deí;cos.  

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2.  Coesão  Lexical  

Repe1ção  

Subs1tuição  

Equivalência   Sinonímia  

Oposição   Antonímia  

Hierarquia   Hiperonímia  /  Hiponímia  

Inclusão   Holonímia  /  Meronímia  

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Resulta da interação entre os elementos cognitivos apresentados pelas ocorrências textuais, enraizados na intenção comunicativa, e o nosso conhecimento do mundo.

Coerência

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1. Coerência lógico-conceptual

Existe num texto cujo conteúdo está de acordo com o mundo tal como o concebemos, assente em relações de índole diversa (tempo, espaço, causa, fim, meio…), e que, portanto, respeita princípios referentes à natureza lógica e regular dos conceitos. São estes princípios:

a. a regra da não contradição; b. a regra da não tautologia; c. a regra da relevância.

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2. Coerência pragmático-funcional

Nasce da intenção comunicativa. Logo, depende dos atos ilocutórios e do objetivo que se pretende atingir com a linguagem. Para se considerar coerente um determinado texto, há que atender à intenção do locutor e ao fim do enunciado, por sua vez associado aos atos de fala dos outros interlocutores.