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  • CLVIS MARZOLAFUNDAMENTOS DE CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL

    Tratamento Medicamentoso e Cirrgico das Comunicaes Buco Sinusais.

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    CLVIS MARZOLA

    TRATAMENTOMEDICAMENTOSO E

    CIRRGICO DASCOMUNICAESBUCO SINUSAIS

    Passamos grande parte de nossas vidas fazendo

    Jogos conscientes ou inconscientes para chamar

    A ateno sobre ns mesmos. O problema que muitas

    Vezes perdemos mais do que ganhamos.

    (ANNA SHARP)

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    TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ECIRRGICO DAS COMUNICAES

    BUCO SINUSAIS *

    INTRODUO

    Durante muito tempo as comunicaes buco sinusais

    foram julgadas como leses incurveis e, o tratamento estava

    entregue, geralmente, aos cuidados dos protesistas,

    farmacuticos ou ainda aos mdicos (MARZOLA; FERREIRA,1975 e 81 e MARZOLA, 2002) (Figs. XVII. 1 e XVII. 2).

    Na revista da literatura sobre o assunto, nota-se pelos

    fatos narrados que o tratamento era totalmente emprico e, at

    mesmo ridculo, ou seno pode-se constatar que o rei mais ilustre

    da histria da Frana, o Rei Luiz XIV, conforme narrao de um

    memorista do sculo XVII, pode dar uma idia sobre a

    sintomatologia apresentada pelos pacientes. em janeiro de

    1685, o rei sofria de uma ostete do maxilar esquerdo, aps a

    extrao de um dente, abrindo-se uma fstula na boca, que no

    cicatrizava, permitindo passagem de lquidos da boca para o

    nariz, sendo enfim de um mau odor pavoroso devido

    supurao.________________________________________________

    * AUTOR: Prof. Dr. Clvis Marzola

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    Isto aconteceu com um dos reis mais famosos da

    Histria da Frana (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 eMARZOLA, 2002).

    Figs. XVII. 1 e XVII. 2 Imagem radiogrfica P-A para verificao dascondies do seio maxilar, podendo-se notar a presena de lquido no

    interior do seio maxilar direito, antes do incio do tratamento (1).

    Imagem radiogrfica mostrando a presena de corpo estranho no seio

    maxilar provocando a sinusite maxilar crnica de origem

    odontognica.

    DUJARDIN, do Colgio e da Academia Real deCirurgia da Academia Imperial, assinalou em seu trabalho

    publicado em 1774 que: Celsus adverte a impraticabilidade de

    qualquer tratamento para essas comunicaes, pois so

    incurveis. Ainda, esse mesmo autor, cita que nos tempos de

    Celsus e Hipcrates, o tratamento consistia em levar ferro ao

    rubro e tocar no orifcio, provando desta maneira um amontoado

    de carne (tecido de granulao), fechando assim a comunicao.

    (GRIGNON, 1948).

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    ARETEE afirmava que tambm eram muito grandesessas comunicaes, sendo que os pacientes poderiam morrer

    por inanio (GRIGNON, 1948).Com o correr dos tempos, esses tratamentos foram

    evoluindo, at chegarem ao nitrato de prata e cido crmico, que

    surtiam algum resultado. Entretanto, obturadores os mais

    diversos eram ainda utilizados por vrias pessoas, que possuam

    essa sndrome. Assim, RICHARD cita o caso de uma pacienteque mandou seu farmacutico confeccionar cones de borracha

    para colocar na fenda, sendo esses mesmos cones trocados

    todas as semanas (GRIGNON, 1948).Estas comunicaes representam uma sndrome

    antomo-clnica, caracterizada de um lado, por uma perda de

    substncia da maxila, ao mesmo tempo ssea e mucosa,

    colocando em comunicao o meio bucal com o seio maxilar e,

    de outro, pelas complicaes funcionais variveis segundo as

    dimenses da comunicao (GRIGNON, 1948).MAUREL (1959), faz algumas restries com respeito

    ao termo fstula, sugerindo tambm o uso de comunicao, pois a

    denominao fstula deve ser reservada aos casos onde a

    infeco do seio que determina a presena da comunicao.

    Por analogia com a terminologia usada em cirurgia bucal e geral,

    denomina-se fstula comunicao de luz estreita e de trajeto

    mais ou menos longo. Da, utilizar-se o termo comunicao para

    o estudo dessas alteraes (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 eMARZOLA, 2002).

    As comunicaes buco sinusais podem produzir-se

    por diversas causas, as quais so muito mais importantes seus

    conhecimentos, para aplicar-se corretamente o tratamento. Sua

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    etiologia poder ser por leses traumticas, relquias operatrias,

    afeces inflamatrias da maxila, afeces especficas, leses

    congnitas ou ainda, por origem dental (GIETZ, 1946;GONZALES, 1958; RIES CENTENO, 1964; LEE, 1967 eMARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002).

    Pode-se notar que independentemente da etiologia, a

    comunicao buco sinusal poder ocupar ou situar-se em trs

    posies: no arco alveolar sendo uma comunicao alveolar, no

    vestbulo sendo denominada de pr-alveolar e, na abbada

    palatina sendo uma comunicao retro-alveolar (MARZOLA;FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002).

    Para constatao dessas comunicaes, o exame

    clnico importantssimo, devendo-se observar os seguintes

    aspectos (GRIGNON, 1948 e MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81e MARZOLA, 2002):

    1. perturbaes funcionais, que so as mais comuns a

    quase todas as comunicaes, variando somente na sua

    intensidade e, na dependncia da localizao e dimenso da

    perda de substncia.

    2. pela anamnese pode-se verificar:

    2.1 alimentao, com refluxo de lquidos ou slidos

    pelo nariz.

    2.2 fonao, pelo nasalamento da voz.

    2.3 respirao, pelo incmodo respiratrio mais ou

    menos importante, com a sensao de falta de ar e perturbaes

    ligadas infeco com dores, alm de tosse freqente.

    2.4 odor ftido, provocado pela necrose dos tecidos

    adjacentes.

    2.5 lngua amarelada.

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    2.6 dor.

    Nas perdas de substncias totais, todas estas

    perturbaes atingem o mximo (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e81 e MARZOLA, 2002).

    Nas comunicaes pr-alveolares, a mucosa labial na

    posio de repouso obtura o orifcio, sendo os sinais funcionais

    por sua vez, pouco pronunciados. Nas perdas retro-alveolares ao

    contrrio, estas alteraes sero muito mais intensas. Nas

    perdas alveolares, so em geral menos incmodas que nas retro-

    alveolares e, mais acentuadas que as pr-alveolares.

    3. exame visual: qualquer que seja a localizao e a

    forma da perda de substncia, deve-se insistir sobre a

    necessidade de avaliar-se minuciosamente a qualidade dos

    tecidos que formam o contorno. Este o ponto capital do exame,

    devendo-se analisar detidamente (MARZOLA; FERREIRA, 1975e 81 e MARZOLA, 2002):

    3.1 o orifcio: sua localizao, dimenso, alm do

    dimetro, muito relevante para um diagnstico preciso. Se no

    for evidente, quando muito pequeno, pode-se localiz-lo com a

    ajuda do sinal de assopro, que consiste no seguinte: pina-se o

    nariz do paciente mandando-o soprar fortemente, sendo que a

    passagem do ar atravs do orifcio provocar um pequeno rudo

    caracterstico, formando-se uma bolha de saliva ou de sangue, ou

    ainda de pus, que tornar o fenmeno perfeitamente visvel. Esta

    a denominada manobra de Valsava (MARZOLA; FERREIRA,1975 e 81 e MARZOLA, 2002).

    3.2 cateterismo: praticado com a ajuda de uma fina

    sonda de prata, que mostrar o trajeto da comunicao, seu

    dimetro e, a qualidade dos tecidos ao longo de seu caminho.

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    3.3 osso e mucosa: o contorno da perda de

    substncia ser examinado com grande cuidado, devendo-se

    observar a qualidade dos tecidos, infeco, etc... Se necessrio,

    para melhor precisar a comunicao, pode-se radiografar com

    uma sonda.

    3.4 dentes vizinhos.

    3.5 exame do vestbulo e do palato.

    3.6 estado do seio maxilar: se estiver ou no

    contaminado, preconizando-se o tratamento a toda leso

    inflamatria a este nvel, pois a cirurgia somente poder ser

    levada a efeito depois de uma limpeza total dessa cavidade.

    Pelo exame radiogrfico poder-se- verificar se o seio

    maxilar est infectado ou no, pois num seio normal, suas

    paredes so claras e precisas. As paredes podem variar de

    espessura em diferentes tipos de indivduos e, em diferentes

    zonas do mesmo seio maxilar. Sua radiolucides varia em

    proporo com seu contedo de ar e a espessura de suas

    paredes. Um seio maxilar grande, com paredes delgadas

    aparecer, portanto, mais radiolcido que um pequeno com

    paredes grossas. Outro aspecto que um seio de um lado no

    necessariamente do mesmo tamanho que o do lado oposto e, sua

    radioluscncia comparativa variar em concordncia.

    Conhecimento pormenorizado dos aspectos

    radiogrficos de um seio normal e suas muitas variaes,

    combinadas com observaes clnicas exatas, necessrio para

    a interpretao dos sinais da enfermidade, devendo-se sempre

    comparar ambos os seios, ou ainda o maxilar com o frontal ou o

    esfenoidal (HUTCHINSON, 1954 e MARZOLA; FERREIRA, 1975e 81 e MARZOLA, 2002).

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    Quando o seio maxilar apresenta-se com uma

    infeco aguda, tem um aspecto de vidro opaco, devido

    inflamao da mucosa e, quando crnico a mucosa poder

    tornar-se to densa como parece ser to opaca, sendo que o

    contorno interno da parede do seio poder ser mal definido.

    As comunicaes buco sinusais foram encontradas

    mais freqentemente no grupo etrio 16-30 anos de idade (LEE,1967; KILLEY, 1971 e MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 eMARZOLA, 2002).

    LEE (1967) notou 30 casos de comunicaes em 42%dessa faixa etria enquanto KILLEY (1971), em 362 casosobservou 135 neste mesmo grupo etrio.

    Em 50 casos de comunicaes buco sinusais, os

    dentes mais freqentemente envolvidos com a mesma foram os

    primeiros molares com 80%, os segundos molares com 12% e os

    terceiros molares com 8,0% (LEE, 1967). Observou ainda esse

    mesmo autor que em 19 casos em que houve deslocamento de

    raiz para o interior do seio maxilar, que tambm o dente mais

    freqentemente envolvido fora o primeiro molar em 95% dos

    casos, seguido dos segundos e terceiros molares (MARZOLA;FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002).

    Este trabalho consta de um protocolo para um

    tratamento medicamentoso e cirrgico de 10 casos de

    comunicaes buco sinusais, onde procurou-se dar toda a

    importncia ao controle da infeco do seio maxilar. Esta

    pesquisa levada a efeito na dcada de 70, possibilitou o

    tratamento at os dias de hoje de mais de uma centena de casos,

    tanto aqui em Bauru, como em diversas localidades do Brasil,

    para onde nossos especialistas aqui formados e residentes,

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    levam seus conhecimentos (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 eMARZOLA, 2002).

    O fechamento da comunicao um processo

    importante, contudo, dever ser executado somente aps a cura

    completa do seio maxilar.

    A grande importncia deste trabalho atribuda

    associao da teraputica medicamentosa e cirrgica aqui

    realizada com muito bom resultado, possibilitando assim sua

    apresentao naquela poca, bem como sua atualizao para os

    dias de hoje e o importante, mais uma vez deve-se destacar da

    grande importncia do estudo da anatomia do seio maxilar, com

    todas suas formas e caractersticas, que vm dificultar mais ainda

    esse tratamento (Fig. XVII. 1) (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e81 e MARZOLA, 2002).

    METODOLOGIA E PROTOCOLO1. TERAPUTICA MEDICAMENTOSA

    o tratamento inicial a ser realizado em qualquer

    comunicao buco sinusal que apresente venha a apresentar

    uma infeco do seio maxilar. Sem a cura completa dessa

    estrutura anatmica, no se deve obliterar a comunicao.

    Somente realizar o fechamento da comunicao aps a cura total

    do seio maxilar. Para o caso da presena de corpo estranho

    dentro do seio maxilar, como dente, raiz, instrumento cirrgico ou

    endodntico, ou mesmo material de moldagem, o tratamento

    dever ser radical, com a abertura completa do seio maxilar

    (MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002).

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    Muitas pesquisas j foram levadas a efeito nesse

    sentido, procurando mostrar que imprescindvel o tratamento do

    seio maxilar, atravs de irrigaes com o uso de penicilina mais

    descongestionante nasal e sinusal e, ainda outros (GYDE;JANJOUR, 1968; KORTEKANGAS, 1968; LUNDBERG;GULLERS; MALMBORG, 1968; AXELS-GREBELIUS;CHIDEKEL; JENSEN, 1970; JENSEN; SARNE, 1971;MARZOLA; FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002),podendo-se verificar o bom resultado obtido atravs dessas

    manobras teraputicas.

    O protocolo utilizado na presente pesquisa foi o

    seguinte:

    O tratamento completo consiste num protocolo de 1

    ms ou de 45 dias, dependendo da cura completa ou no,

    prorrogando-se por mais 15 dias.

    1. Radiografias P-A de seio maxilar para a verificao

    de suas condies.

    2. Primeira semana de tratamento:

    2.1 Irrigaes dirias, de segunda-feira sexta-feira,

    do seio maxilar com uma soluo de Lauril Dietilenoglicol ter

    sulfonado de sdio *.

    2.2 Irrigaes dirias, de segunda-feira sexta-feira,

    do seio maxilar com uma soluo de acetilcistena + glicinato de

    tianfenicol **. Em virtude da sada do mercado do medicamento

    Fluimucil, usa-se no momento o Claritin-D, Allegra-D ou oZyrtec-D.

    2.3 Ao mesmo tempo o paciente recebia a seguinte

    medicao associada: medicao descongestionante do aparelho

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    respiratrio: 3 comprimidos dirios de Ornatrol Spansule ***,

    doxiciclina **** selecionado atravs do antibiograma, alm de

    medicao descongestionante da mucosa sinusal *****, com duas

    inalaes dirias, alm de medicao descongestionante nasal

    ******, com 3 a 4 instilaes dirias ou quantas forem

    necessrias. Em virtude da sada do mercado do medicamento

    Ornatrol Spansule, usa-se no momento o Descongex Plus, oNaldecon ou o Fluviral, nova frmula sem a Fenilpropinolona.

    3. Segunda semana de tratamento:

    3.1 Irrigaes em dias alternados, segunda-feira,

    quarta e sexta-feira, do seio maxilar com uma soluo de Lauril

    Dietilenoglicol ter sulfonado de sdio *.

    3.2 Irrigaes em dias alternados, de segunda-feira,

    quarta e sexta-feira, do seio maxilar com uma soluo de

    acetilcistena + glicinato de tianfenicol **.

    3.3 Ao mesmo tempo o paciente recebia a seguinte

    medicao associada: medicao descongestionante do aparelho

    respiratrio: 3 comprimidos dirios de Ornatrol Spansule ***,

    descansava do antibitico a doxiciclina ****, alm de medicao

    descongestionante da mucosa sinusal *****, com duas inalaes

    dirias, alm de medicao descongestionante nasal ******, com

    3 a 4 instilaes dirias ou quantas forem necessrias.

    4. Terceira semana de tratamento:

    4.1 Irrigaes em apenas dois dias da semana, a

    segunda-feira e a sexta-feira, do seio maxilar com uma soluo

    de Lauril Dietilenoglicol ter sulfonado de sdio *.

    4.2 Irrigaes em apenas dois dias da semana, a

    segunda-feira e a sexta-feira, do seio maxilar com uma soluo

    de acetilcistena + glicinato de tianfenicol **.

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    4.3 Ao mesmo tempo o paciente recebia a seguinte

    medicao associada: medicao descongestionante do aparelho

    respiratrio: 3 comprimidos dirios de Ornatrol Spansule ***,

    doxiciclina **** retornava ao antibitico selecionado, alm de

    medicao descongestionante da mucosa sinusal *****, com duas

    inalaes dirias, alm de medicao descongestionante nasal

    ******, com 3 a 4 instilaes dirias ou quantas forem

    necessrias.

    5. Quarta semana de tratamento, ou 1 ms de

    tratamento:

    5.1 Irrigao em apenas um dia da semana, a sexta-

    feira, do seio maxilar com uma soluo de Lauril Dietilenoglicol

    ter sulfonado de sdio *.

    5.2 Irrigao em apenas um dia da semana, a sexta-

    feira, do seio maxilar com uma soluo de acetilcistena +

    glicinato de tianfenicol **.

    5.3 Ao mesmo tempo o paciente recebia a seguinte

    medicao associada: medicao descongestionante do aparelho

    respiratrio: 3 comprimidos dirios de Ornatrol Spansule ***,

    doxiciclina **** descansava novamente do antibitico selecionado,

    alm de medicao descongestionante da mucosa sinusal *****,

    com duas inalaes dirias, alm de medicao

    descongestionante nasal ******, com 3 a 4 instilaes dirias ou

    quantas forem necessrias.

    Aps esse ms de tratamento, era realizada nova

    tomada radiogrfica P-A de seio maxilar para verificar a eficincia

    ou no do tratamento. Caso o seio maxilar estivesse

    completamente limpo, era agendada a cirurgia imediatamente

    para a obliterao da comunicao. Caso o seio maxilar ainda

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    estivesse com problemas, o tratamento das 2 primeiras semana

    era novamente realizado, para uma cura completa do seio maxilar

    e seu fechamento completo.

    O Lauril Dietilenoglicol ter Sulfonato de Sdio *, um

    agente tensoativo que modifica as foras superficiais de um

    lquido em relao com outros meios-gases, lquidos e slidos,

    favorecendo a disperso desses meios nos lquidos. Assim,

    auxilia remoo de substncias pois apresenta poder

    emulsificante e espumante sobre as secrees mucosas e

    vistosas, garantindo sua fluidificao, da o seu emprego nas

    irrigaes do seio maxilar infectado. Sua ao nas primeiras

    irrigaes do seio, importantssima para uma limpeza completa

    do mesmo.

    A acetilcistena + glicinato de tianfenicol **, indicada

    no tratamento tpico de numerosas condies clnicas

    caracterizadas pela presena de secrees muciformes ou

    mucopurulentas, em particular das vias areas e anexas. E,

    principalmente nessas infeces sinusais, pois nesse

    medicamento, combinam-se utilmente a ao fluidificante da

    acetilcistena **, sobre as secrees mucosas e mucopurulentas

    e, a ao antibiolgica do glitisol**. Da sua ao eficaz nas

    infeces sinusais, agindo sobre a infeco e sobre a mucosa

    sinusal.

    O tratamento concomitante tambm necessrio para

    o descongestionamento da mucosa sinusal ***, da infeco ****

    alm, do descongestionamento da mucosa nasal e sinusal

    atravs inalaes ***** e, do descongestionamento da mucosa

    nasal ******.

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    Em todos os casos da pesquisa analisados (10), que

    foi realizada na dcada de 70, em que havia uma infeco

    sinusal, provocada por uma comunicao buco sinusal,

    conseqente a uma extrao dental, sem penetrao de corpos

    estranhos no seio maxilar, houve uma regresso completa do

    quadro clnico inicial aps o primeiro ms.

    Atualmente, todos pacientes portadores desse tipo de

    comunicao com sinusite maxilar crnica de origem

    odontognica, so tratados atravs desse protocolo.

    Os pacientes foram ainda orientados para permanecer

    em tratamento por mais um ms, para a cura total da infeco

    sinusal.

    Pode-se observar perfeitamente pelas radiografias

    apresentadas antes do tratamento (Fig. XVII. 3), quando umpaciente nos procurou pela primeira vez e, aps

    aproximadamente um ms e meio (Fig. XVII. 4), quando da curacompleta.

    __________________________________________

    * Tergentol da Steg.** Fluimucil Biotic da Zambon.*** Ornatrol Spansule da Smith Kline e French Ltda.**** Vibramicina da Pfizer.***** Yatropan inhalante da Recofarma.****** Neo-Sinefrina da Winthrop.

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    Figs. XVII. 3 e XVII. 4 Imagem radiogrfica P-A para verificao dascondies do seio maxilar, podendo-se notar o fechamento completo

    do seio maxilar direito, antes do incio do tratamento (3) e, aps o

    tratamento medicamentoso, estando o paciente pronto para o

    fechamento cirrgico da comunicao (4).

    Em trs casos (3), foi efetuada apenas irrigaes do

    seio maxilar com o Lauril Dietilenoglicol ter sulfonato de sdio *

    e, com Acetilcistena + glicinato de tianfenicol **, mais o uso do

    descongestionante nasal, para ser verificado o real valor dessas

    irrigaes.

    O resultado foi bastante satisfatrio, como pode ser

    notado pelas radiografias apresentadas antes do tratamento ser

    iniciado (Figs. XVII. 3 e XVII. 4), em que havia infeco sinusal e,aps um ms aproximadamente de irrigaes de acordo com o

    protocolo da pesquisa e, aps trs meses de tratamento em outro

    caso (Figs. XVII. 5 e XVII. 6)).Pode-se notar por essas imagens radiogrficas

    tomadas aps o tratamento, a regresso total da infeco,

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    estando em condies de ser realizada a obliterao cirrgica das

    comunicaes, que devem ser realizadas com tcnica adequada,

    para ser evitada qualquer possibilidade de uma recidiva.

    Figs. XVII. 5 e XVII. 6 Imagem radiogrfica P-A para verificao dascondies do seio maxilar, podendo-se notar o fechamento completo

    do seio maxilar direito com a presena ainda, de lquido no seu

    interior (5) e, aps o tratamento medicamentoso, estando o paciente

    pronto para o fechamento cirrgico da comunicao (6).

    Quando j existe uma infeco do seio maxilar

    causada por penetrao de corpo estranho (exemplo a pasta

    zincoenlica), o tratamento s pode ser o cirrgico, com a

    abertura do seio maxilar para a retirada da pea (Figs. XVII. 7 eXVII. 8).

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    Figs. XVII. 7 e XVII. 8 Quando j existe uma infeco do seio maxilarcausada por penetrao de corpo estranho (pasta zincoenlica),

    notando-se pela imagem radiogrfica a presena (7), devendo o

    tratamento ser o cirrgico, com a abertura do seio maxilar para a

    retirada da pea (8).

    2. TERAPUTICA CIRRGICA

    O fechamento das comunicaes do seio maxilar com

    a cavidade bucal, particularmente com o primeiro molar, foi

    reconhecido h mais de 200 anos pelo cirurgio ingls WILLIAMCOWPER (1707), que preconizava a drenagem do seio maxilarno tratamento da sinusite maxilar crnica. A drenagem consistia

    na extrao do primeiro molar, provocando-se a comunicao,

    que mais tarde era obliterada. Era a denominada Operao deCOWPER, que se tornou rotina para o tratamento das sinusitesmaxilares, por aproximadamente 200 anos.

    Para a obturao das comunicaes, so indicados

    dois tipos de retalhos, com finalidade plstica:

    1. Retalhos marginais, obtidos das bordas da

    comunicao, sendo suturados com fios absorvveis. Estes

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    18

    retalhos, com finalidade plstica, no so quase nunca suficientes

    para o fechamento de uma perfurao, cedendo ao menor

    esforo. Devem, portanto, serem cobertos por um retalho

    plstico, tomado das partes vizinhas da comunicao.

    2. Retalhos pediculados, confeccionados a partir dos

    tecidos adjacentes comunicao, como ao palato, a mucosa

    gengival vestibular, ou ainda a mucosa da bochecha. So

    traados de tal maneira que se respeitem os vasos, evitando sua

    seco, para prevenir uma possvel necrose.

    Estes tipos de retalhos devero seguir todas as

    normas para que estas intervenes obtenham o xito esperado.

    Alguns casos sero apresentados, nos quais foi

    conseguido um xito completo com a utilizao desses tipos de

    retalhos. A literatura a esse respeito muito rica, podendo ser

    encontradas as mais variadas tcnicas preconizadas por

    diferentes autores (GIETZ, 1946; BENNETT; MOORE, 1954;KING; WILSON, 1954; REHERMANN, 1955; SCHUCHARDT,1955; COWPER, 1957; FICKLING, 1957; CONVERSE, 1959;KRUGER, 1959; STEINER, 1960; MOOSE, 1962; BOSLEY,1963; PARRISH, 1964; RIES CENTENO, 1964; DEWEY, 1965;FREDRICS et al. 1965; ARCHER, 1966; DAWKINS, 1967;KILLEY; KAY, 1967; LEE, 1967; ATTERBURY; VAZIRANI,1968; MALONEY; DOKU, 1968; ANDERSON, 1969; GOLDMAN,STRATIGOS; ARTHUR, 1969; LECHIEN, 1970; LEE, 1970;MARZOLA, 1970; KILLEY, 1971; WAITE, 1971; MARZOLA;FERREIRA, 1975 e 81 e MARZOLA, 2002), todos elesmostrando as vantagens e desvantagens de uma ou outra

    tcnica, assim como colocando suas experincias sobre as

    mesmas, alm de confront-las.

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    19

    RIES CENTENO (1964), descreve outras tcnicas,muitas das quais so comumente colocas em prtica at os dias

    de hoje, como as de ZANGE, WASSMUND, MAUREL,AXHAUSEN, PICHLER, LINDEMANN, LAUTENSCHLAEGER,KRIEMER, alm daquelas de PICHLER e TRAUNER.

    Os casos aqui apresentados foram todos obliterados

    aps o perfeito reparo do seio maxilar.

    No primeiro caso, estabeleceu-se uma comunicao

    buco sinusal alveolar, conseqente extrao de um primeiro

    molar. A mucosa sinusal desceu completamente para a cavidade

    bucal e, o tratamento medicamentoso foi realizado durante um

    ms e meio, podendo-se verificar a cura completa do seio maxilar

    (Figs. XVII. 9 a 22).A teraputica cirrgica consistiu no seguinte:

    1. Aps anestesia da regio, faz-se uma inciso no

    sentido antero-posterior sobre a borda alveolar, cortando a

    perfurao ao meio. Esta inciso chega at prximo aos dentes

    vizinhos, conservando parte da fibromucosa, onde ficar aderido

    o retalho plstico.

    2. Realiza-se conjuntamente o retalho marginal,

    circunscrevendo-se a comunicao com uma inciso circular,

    mais ou menos a 3mm da comunicao.

    3. Estes retalhos so descolados com o auxlio de um

    destaca-peristeo, aproximados ao meio da comunicao e

    suturados invertidamente, com fio absorvvel (cat-gut cromado 3-

    0), com 3 pontos, ficando dessa maneira, a mucosa bucal virada

    para o seio maxilar e, apenas tecido cruento voltado para a

    cavidade bucal.

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    20

    4. Este retalho apenas, como j foi afirmado, no

    suficiente para o fechamento da comunicao, pois no suporta

    as presses sinusais e, mesmo da cavidade bucal. Para uma

    obliterao correta, deve-se realizar um outro retalho pediculado,

    confeccionado s custas dos tecidos vizinhos comunicao.

    realizada uma inciso tipo Newman pelo vestbulo e, outra na

    abbada palatina, acompanhando a direo dos vasos, para uma

    liberao total desse retalho.

    5. Esses dois retalhos so totalmente descolados,

    liberados e, suturados por sobre a comunicao com fio Dexon 3-

    0.

    6. Aproveitando os dentes vizinhos pode-se

    confeccionar uma muralha de cimento cirrgico sobre esse

    retalho girado por sobre a comunicao, para melhor proteger as

    primeiras fases do processo de reparo nessa regio.

    Pode-se notar aps seis meses da realizao da

    cirurgia, a perfeita cicatrizao da regio, sem qualquer sinal de

    recidiva da comunicao.

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    21

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    22

    Figs. XVII. 9 a XVII. 22 Seqncia cirrgica do fechamento de umacomunicao buco sinusal j perfeitamente tratada pelo protocolo

    oficial, notando-se desde as imagens radiogrficas pr-cirrgicas (9),

    a imagem radiogrfica aps 3 meses de tratamento (10) e, todos os

    passos para a obliterao. Vistas do caso clnico (11) e, da ltima

    irrigao do seio maxilar (12). Aspectos da confeco do retalho

    marginal (13) e, do incio da sutura desse retalho invertidamente,

    ficando a parte cruenta para fora (14). O fechamento completo do

    retalho marginal (15) e, a inciso tipo Newmann por vestibular (16).

    Outra inciso no palato para liberar melhor esse tipo de retalho (17),

    com o descolamento completo do retalho vestibular (18), tudo isso

    para ser realizado o retalho pediculado para a obliterao completa

    da comunicao. A aproximao do retalho vestibular (19) para a

    sutura final da comunicao (20). A colocao do cimento cirrgico

    para melhor proteo dos retalhos (21). Um aspecto final da cirurgia

    aps 6 meses de seguimento (22).

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    23

    Nota-se em outra seqncia quando da eliminao de

    um cisto, a obliterao da comunicao aps o tratamento

    medicamentoso local (Figs. XVII. 23 a XVII. 25).

    Figs. XVII. 23 a XVII. 25 Seqncia cirrgica do fechamento de umacomunicao buco sinusal quando da eliminao de um cisto. A

    obliterao da comunicao foi realizada aps o tratamento

    medicamentoso local. Observa-se um aspecto clnico do caso (23)

    e, aps o fechamento do retalho marginal com a divulso dos

    tecidos vizinhos para possibilitar melhor aproximao para o retalho

    pediculado (24). A sutura final com a aproximao correta do retalho

    e a obliterao completa da comunicao (25).

    Este tipo de cirurgia tambm poder ser executado

    em pacientes desdentados, notando-se o local exato da

    comunicao e, realizando-se as seguintes manobras (Figs. XVII.26 a XVII. 30):

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    24

    1. Retalho marginal s custas dos tecidos

    imediatamente ao redor da comunicao e, suturado

    invertidamente por sobre a comunicao com fio cat-gut 3-0.

    2. Inciso tipo Newman na poro do rebordo

    vestibular, sendo esse retalho completamente descolado e

    tracionado por sobre a comunicao, sendo suturado com fio

    Dexon 3-0.

    Pode-se notar aps dois meses a cicatrizao local,

    com o completo fechamento da comunicao alveolar, provocada

    pela extrao de uma raiz residual.

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    25

    Figs. XVII. 26 a XVII. 30 Seqncia cirrgica do fechamento de umacomunicao buco sinusal num paciente que havia sofrido extraes

    traumatizantes na regio do primeiro molar, vindo a perder a tbua

    ssea vestibular, provocando assim a comunicao. Um aspecto

    clnico do caso (26) e, aps a confeco do retalho marginal e a

    sutura do mesmo (27). A liberao dos tecidos envolta da

    comunicao para possibilitar melhor aproximao dos retalhos pela

    sua divulso , notando-se o fechamento completo do retalho

    marginal (28). Vista geral da sutura final com a obliterao completa

    da comunicao, sempre depois de um perfeito tratamento do seio

    maxilar atravs da terapia medicamentosa pelo protocolo original

    (29). Aps 3 meses de seguimento (30).

    Esta tcnica cirrgica , tambm, preconizada para as

    comunicaes pr-alveolares, advinda da extrao de um

    primeiro molar, com perda da tbua ssea vestibular e

    comunicao bastante traumatizante (Figs. XVII 31 e XVII. 32):1. Aps o tratamento do seio maxilar, anestesia, faz-

    se inicialmente uma inciso circular em torno da comunicao,

    sendo esse retalho descolado e invertido por sobre a

    comunicao, sendo suturado com fio cat-gut 3-0. Assim, a

    mucosa bucal ser invertida para o seio maxilar.

    2. A inciso realizada anteriormente possibilita

    confeco de um retalho, que aps seu deslocamento, poder ser

    corretamente suturado com fio Dexon 3-0.

    Deve-se ter sempre em conta e, lembrar-se que esses

    retalhos diferenciam-se dos habituais realizados em cirurgia geral

    ou bucal, pois carecem de suporte sseo e, em conseqncia

    disso, esto submetidos ao das presses bucais (lngua e

    alimentos) que tendem a desloc-los para o seio maxilar, bem

    como a presso sinusal (ato de assoar o nariz ou espirrar), que

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    26

    provocam seu deslocamento para a boca. Da a necessidade, de

    suturar minuciosamente, de manter os cuidados e advertncias

    ps-operatrias muito escrupulosos e, de levar uma prtese de

    conteno durante os primeiros meses.

    Figs. XVII. 31 e XVII. 32 Aspectos clnico (31) de uma comunicao bucosinusal num paciente que havia sofrido extrao de um primeiro

    molar provocando a comunicao buco sinusal. Aspecto final da

    sutura do retalho pediculado depois do fechamento com o retalho

    marginal, no sem antes haver sido realizado um perfeito tratamento

    medicamentoso do seio maxilar seguindo-se o protocolo original

    (32).

    CONCLUSES

    Pelos resultados obtidos nos 10 casos realizados e

    em mais de uma centena efetuados durante esses ltimos 25

    anos, pode-se concluir que:

    1. A teraputica medicamentosa utilizada, mostrou-se

    eficiente nos casos tratados, podendo ser aplicada como um meio

    bastante satisfatrio, para o tratamento da sinusite maxilar

    crnica.

    2. As irrigaes do seio maxilar mais o

    descongestionamento nasal, mostraram ser eficientes, quando

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    Tratamento Medicamentoso e Cirrgico das Comunicaes Buco Sinusais.

    27

    utilizados independentemente de medicao coadjuvante,

    principalmente nos trs casos tratados da pesquisa e em muitos

    outros durante todos esses anos.

    3. H necessidade da cura total do seio maxilar, antes

    da realizao da teraputica cirrgica da comunicao buco

    sinusal.

    4. A associao da teraputica medicamentosa e

    cirrgica imprescindvel, para a resoluo total de uma sinusite

    maxilar crnica com comunicao buco sinusal.

    o0o

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    28

    CAPTULO XVII

    TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ECIRRGICO DAS COMUNICAES

    BUCO SINUSAIS

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