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CINTIAAPARECIDAMENEQUETII A CRIATIVIDADE NA PRE...
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CINTIA APARECIDA MENEQUETII
A CRIATIVIDADE NA PRE-ESCOLA
Pesquisa realizada para a conclusao do
curso de P6s-Gradua98o: Alfabetiza980 e
Pre-Escola, do ana de 1999 sobre
orienta9ao da Professora Doutora Maria
Lucia Batezat Duarte.
CURITIBA2000
SUMARIO
lNTRODU<;:AO ....
). DESVENDANDO A CRIATIVIDADE ..
1.1 CRlA TIVIDADE ..
1.2 ALGUMAS DEFINI<;:OES DE CRIA TIVIDADE ...
1.2.1 NO DICIONARIO ..
1.2.2 NA PSICOLOGIA ..
1.2.3 NOS LIVROS ..
1.2.4 PARA ALGUMAS PROFESSORAS ..
. 01
. 04
....... 04
.. 06
. 07
.. 08
.. 09
. 12
2. MATERIAlS UTILIZADOS PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE ..
2.1 INVENT ANDO UM PROGRAMA DE ENTRE VISTAS ...
2.2 CONSTRUlNDO COM SUCATAS ...
2.3 0 PEQUENO CONSTRUTOR ..
2.4 JARDLM ZOOLOGICO ..
. ..... 17
.. 17
.. 19
, 21
2.5 COMlDA DELICIOSA ....
2.6 CONSTRUJNDO MEIOS DE TRANSPORTE ..
. D
.. 25
........... 26
2.7 A FESTA DE ANIVERSARIO 27
2.8 HlSTORIAS INFANTlS.. . 29
2.9 A NOSSA ESCOLA 31
2.10 0 GRUPO DAS PIP AS 32
2.1 1 ALF ABETO DOS PINGOS 34
2.12 BRlNCANDO REFLETE-SE 0 UNIVERSO INF ANTlL 38
3. A CRiATIVIDADE NA VISAO DE VYGOTSKY E ALENCAR 41
3.1 L. S. VYGOTSKY .41
3.2 EUNICE SORIANO DE ALENCAR 45
CONCLUSAO .. . 52
REFERENCIAS BffiLlOGRA.FICAS 55
liSe a atividade dos homens se reduzisse a repetir ° passado, ° homem seria um ser
voltado exclusivamente para 0 ontem e incapaz de adaptar-se a um amanhii
diferente. E precisamente a atividade criadora que faz dele um ser projetado para
° futuro, um ser que contribui e que modifica ° presente."
Vygotsky, 1982
INTRODU<;AO
Ao abordarmos tao vasto assunto como criatividade, queremos
primeiramente, mostrar que existem varias atitudes a serem tornados na area de
Educa980, principalmenle em rela9iio a Educa9iio Infantil. Concordo com a autora
Mitjans quando ela diz que, "As potencialidades criativas do sujeito VaG S8
conformando e desenvolvendo desde os primordios da vida, em virtude de urn
complexo conjunto de influencias e das interac;6es que estabelece com elas."
(MITIJANS, 1997, p.142)
Compoem a presente pesquisa urn visao resumida de como ocorre a
criatividade nos hemisferios cerebrais. Em qual dos lados cancentra-S8 a criatividade
e 0 que exatamente OCQrr8 neSS8S hemisferios. Precisamos desenvolver 0 lado
criativD, pois todos 0 temas mas poucos sao as que usam.
Consideramos importante conhecer 0 conceito e as definic;6es de
criatividade segundo alguns autores, estudiosos e professores. Destacamos ainda
nesse primeiro capitulo, as entrevistas feitas com as professoras das Pre-Escolas
"Crian<;a Sabida" e "Crescer e Saber", estas definem criatividade (relacionando leoria
e pratica) e a maneira como trabalham essa questao em sala de aula. Esperamos
que cada um chegue a sua propria defini9ao, mesmo que seja temporaria, pois os
sentidos da definiy6es transformam-se muilo atraves dos tempos.
Foi realizado uma pesquisa de campo nas pre-escolas ja citadas
acima, no periodo de junho de 1.999 a junho de 2.000. Apresentamos no segundo
capitulo atraves das observac;oes, dos relat6rios e das fotos os rnateriais utilizados
para despertar ou seja, desenvolver a criatividade nos alunos. Veremos a variedade
de materiais, as diferentes reac;oes e atitudes dos alunos ao manusearern os
mesmos. Ainda nesse segundo capitulo, falaremos um pouco sobre a atitude de
brincar e do brinquedo; verificando por que e importante brincar, equal e a func;ao
do brinquedo na vida da crianya.
Em sua teoria Vygotsky, ressalta como fundamental para 0
desenvolvimento da crianya em idade pre-escolar, 0 jogo, 0 brinquedo e como estes
tornam-se meios para desenvolver a imaginac;ao e por conseqOencia a criatividade.
Para a autora Eunice Alencar, 0 importante e criar condic;oes para 0
desenvolvimento e manifestayao do pensamento criativo em sala de aula. Toma-se
necessario criar urn ambiente com condic;oes materiais e motivador, onde todos
estejam estimulados, professores e alunos. Veremos no 3° e ultimo capitulo 0 que
mais os autores Vygotsky e Alencar nos dizem, a respeito de criatividade.
Vamos refletir um pouco? Pense:
"Em todo homem existe um impelo criador. 0 impeto de criar nasce
da inconclusao do homem. A educayao e mais autentica quanta mais desenvolve
esse impeta antal6gica de eriar. A educa<;iiadeve ser desinibidara e niia restritiva. E
necessaria darmas apartunidade para que as educandas sejam eles mesmos.
Casa contra rio, domesticamos, 0 que significa a negac;ao da
educac;ao.
Um educador que restringe os educandos a um plano pessoal
impede-os de eriar. Muito$ acham que 0 aluno deve repetir 0 que 0 professor diz na
cia sse. Isto significa tamar 0 sujeito como instrumento,
o desenvolvimento de uma consciencia critica que permita aD
homem transformar a realidade S8 faz cada vez mais urgente. A medida que os
homens, dentro de sua sociedade, vaa respondendo aos desafios do mundo, vao
temporalizando os espa90s geagraficos e viio fazendo hist6ria pela sua pr6pria
atividade criadora,'"
Ao termino desta pesquisa, queremos concluir a importancia de S8
verificar os materia is de interesse do aluno para desenvolver a criatividade e S8 os
procedimentos usados pelos professores sao adequados ou nao para desenvolver a
mesma. Vamos chegar juntos as res pastas destas quest6es e quem sabe, podemos
contribuir para a melhoria do aprendizado escolar.
I FREIRE, Paulo. 1983. Texlo em xerox reccbido no Curso de Pas Graduayao em Educacrilo Infantil daFaculdadc Tuiuli do P..lrami.
1. DESVENDANDO A CRIATIVIDADE
1.1 CRIATIVIDADE
Segundo Falcao (1.989), 0 nosso cerebra divide-se em dais
hemisferios cada qual com fun90es diferentes mas fundamentals.
o lade esquerdo responsabiliza-se pel a razac, pelo logica, alam da
fala (matematica, ciencias exatas, sequencial).
o lado direito par sua vez, €I a lado dos sentimentos, emoc;oes,
sentidos. Onde concentra-S9 a criatividade.
Portanto S8 urna pessoa disp6e de seus dois hemisferios em perfeita
harmonia e sabe trabalhar com os dais, pode-s9 dizer que €I urna pessoa
equilibrada. Ja a pessoa que trabalha seu lado esquerdo €I alguem racional e de
pensamentos realista, pouco S9 arrisca para modificar as normas existentes ou
padroes impastos pel a sociedade.
A pessea que tern seu lado direito bern desenvolvido e alguem
intuitivD, confuso e arriscavel, sempre procura quebrar padr6es.
Ja para Katz (1.978), as pessoas altamente criativas, ao fazerem
referencia a seus atos, discriminam dais aspectos; em um deles, a problema que
esta sendo trabalhado e percebido, de repente, sob um novo angulo, ocorrendo uma
reestrutura9ao de velhas ideias e alcan98ndo-se uma nova sintese. 0 segundo
aspecto diz respeito a elaboragao, confirma9ao da ideia original.
Estes dois aspectos implicam processos de pensamento bem
diferentes, e segundo alguns autores como Blakeslee (1.980) e Torrance e Mourad
(1.981) ocorreriam em loeais distintos do cerebro. 0 primeiro teria lugar no
hemisferio cerebral direito, 0 qual seria mais eficiente no processo de perceber
problemas familiares sob um novo angulo e rearranjar as ideias; 0 segundo
dependeria do hemisferio cerebral esquerdo, 0 qual teria sua especialidade nos
processos de pensamento utilizados para confirmar, elaborar e comunicar.
o que se tem proposto e que cada hemisferio cerebral teria sua
especialidade: 0 esquerdo seria mais eficiente nos processos de pensamento
descritos como verbais, 16gicos e analfticos, enquanto 0 hernisferio cerebral direito
seria especializado em padr6es de pensamento que enfatizam percep9ao, sintese e
o rearranjo geral de ideias (Katz,1.978). A atividade do hemisferio cerebral direito
seria especial mente relevante para a criatividade musical e artfstica, facilitando 0 uso
de metaforas, intui9ao e outros processos geralmente associ ados a criatividade.
Sermos racionais e importante em determinados momentos mas,
fazer as coisas como sempre foram feitas e esperar urn resultado diferente nao e 0
caminho, assim precisamos desenvolver 0 lado criativo, pois todos 0 temos mas
poucos 0 usam.
CompetEmciae resolver velhos problemas a partir de ideias simples
e objetivas. Ter visao aprofundada, fazer algo diferente, pensar grande, esperar pelo
inesperado, agir imediatamente e nao ter medo de transi96es, provocar mudan9CIs e
nao temer 0 resultado.
1.2 ALGUMAS DEFINICOES DE CRIATIVIDADE
E necessaria destacar desde 0 inicio 0 que entendemos par
criatividade, vista que existem muitos conceitos.
Antes de analisarmos as definityOes, e conveniente analisarmos a
conceito.
Segundo Mirshawka (1.992), todo 0 ate criativo envolve tres elementos:
• A pessoa criadora;
• 0 processo criativo;
• Objeto criado.
A pessoa criativa e aquela que:
• Move-s8 80 lango do tempo. Islo significa que e uma pessoa que
pensa sobre, par exemplo: 0 que acontecera com 0 seu trabalho,
com as suas roupas, com seus costumes daqui a dais anos!!
• Move-s8 atraves do espaCD. E uma pessoa que pode estar
mental mente na casa do avo, no sitio ..
• Sente as cores. Ela va a vermelho, a azul, a violeta e caloca lodas
essas cores juntas e combina-as da forma mais estranha.
• Materializa objetos. Con segue, par exemplo, rnentalizar urn
brinquedo da sua infancia e em seguida, representar cancretarnente
a mesma.
• Sente sensacoes.
sua face, e isto faz com que os museulos fiquem tensos. Pode,
tambem, chorar sem estar triste.
• Experimenta eoisas. Con segue arrepiar-se supondo que esta
tomando um copo inteiro de suco de limao puro.
• Eseuta sons. Pode imaginar sons e ouve todo tipo de som, desde 0
latido de um cao ate 0 barulho de um trovao.
• Sente emocoes. Oesde as que quase todas possuem, como um
rubor, os pelos arrepiados etc., ate a reconstitui9iio de um
sofrimento pela perda de um parente alguns anos atnis.
• Faz 0 proibido. Oesobedece as vezes ao chefe, "contorna" a
vontade dos pais, engana 0 professor..
• Faz nascer uma ideia. E a pessoa que nao tem medo de parecer
ridiculo por uma ideia.
Considerando 0 proprio processo de cria9iio, juntando partes de
forma nao sistematica para obter um sentido unieo para cada pessoa, espero que
cada um chegue a sua pr6pria definiC;ao, temporaria, pois as sentidos das definic;oes
transformam-se muito atraves dos tempos.
1.2.1 NO DICIONARIO
Para Aurelio Buarque de Hollanda Ferreira (1.986), em seu classico
dicionario, a criatividade e definida como segue'
Criatividade. S.f. 1. Qualidade de criativo. 2. Capacidade criadora;
Engenho, inventividade.
Criar (Iat., creare) V.t.d.
1. Dar existencia a; tirar do nada;
2. Dar origem a; gerar, formar;
3. Dar principio 'a; produzir, inventar, imaginar, suscitar;
4. Estabelecer, fundar, instituir;
5. Alimentar, sustentar;
6. Instruir, educar;
7. Promover a procriac;ao de;
8. Entregar-se iI cultura de;
9. Adquirir, cobrar;
10. Vir a Ter;
11. Originar, causar;
12. Deixar-se possuir; cobrar;
13. Adquirir, granjear;
14. Tomar, fazer instituir;
15. Encher-se de pus (uma ferida);
16. Nascer, originar-se;
17. Formar-se, crescer, desenvolver-se, educar-se?
1.2.2 NA PSICOLOGIA
Em um dos mais completos dicionarios de psicologia escritos pel a
autora Pieron(1.978), criatividade e definida da seguinte forma: Criador (fr. Creatif;
ingl. Creative), aquele que apresenta tendencia acentuada a criac;ao imaginativa,
2 Aurelio Buarque de Holnnda Ferreira. Novo dicioIUlrio da lingua portuguesa, IU. Ed. Nova Fronleira, 1986.
que e dotado de poder criador, de "creatividade", como e 0 caso, segundo Tramer,
da crian9a pequena.3
1.2.3 NOS LlVROS
o autor Galvao selecionou algumas definir;:oes de criatividade segundo
estudiosos conhecidos, vejamos:
aCriatividadee uma forma de loucura."
Platao
"A criatividade nasce de um impulso do Id visando a solucionar urn
conflito. 0 individuo criativo sabe afrouxar 0 ego, fazendo com que os impulsos
cheguem aos umbrais da consciemcia."
Freud
a Inspirar;:aodivina."
Socrates
~ 0 processo de produ980, pelo qual uma pessoa produz um maior
numero de ideias, pontos de vista, hip6teses, solur;:oes,opinioes originais e eficazes
do que as demais pessoas, num espar;:omais curto de tempo."
Osborn
"Alemda experiencia, criatividade e auto-realizar;:ao."
Rogers
3 Henri Pieron, Dicionario de Psicologia, Pono Alegre, Editora 01000, 1978.
10
"Poucas pessoas pensam mais de uma ou duas vezes par ana. Eu
eriei uma reputaC;80 internacional como pensador, par pensar uma au duas vezes
par semana. "
Bernard Shaw
"Processo natural que obedece a leis imprevisiveis."
Kant
"Criatividade e fruto de conhecimento, imaginay80 e avaliac;ao."
Sidney Parnes
"E a descoberta e a expressao de algo que e tanto uma novidade
para a criador quanta uma realizagao para si mesma."
George F. Kneller
"0 processo todo e uma linha consistente de pensamento. Nac e
uma adiC;8o de operac;oes dispares, agregadas. Nenhum passe e arbitrario, de
funC;Elo conhecida. Pelo contrario, cada urn deles e dado com viseD de toda a
situac;ao ."
Max Wertheimer
"A mais bela caisa que podemos experimentar e 0 misterioso. Esta ea fonte de toda a arta e ciencia verdadeira. Aquele para quem esta emo9ao eestranha, e que nao pode mais parar para admirar e extasiar-se, e como se
estivesse morto; sua mente e seus olhos estao fechados.
A mera formula9Eio de problema e muito mais importante que a
solU9aO, que padera ser simplesmente uma questao de habilidade matematica au
experimental. Levantar novas questoes, novas possibilidades, ou considerar
II
problemas antigos sob urn novo angulo, requer imagina980 criativa e marcam
avanc;os reais na ciemcia."
Albert Einstein
"0 que acontece na infancia do artista em potencial (nunca
compreendi a termo 'pessoa criadora', pais todo mundo e criador) e como aquila que
aconteee na astra que eontsm a perola. Urn graD de areia estranho invade a casca
da astra 8, urna vez la, irrita a ocupante ate a obsesseo, incomoda dolorosamente a
ostra, ate que ela produza urna j6ia. 0 talento e tambem 0 genic sao como esse
graD de areia movendo-se no espfrito criador; urn atormentador valioso."
Truman Capote
" Criar e, basicamente, formar. E poder dar urna forma a algo novo.
Em qualquer que seja 0 campo de atividade, trata-se, nesse novo, de novas
coerencias que S8 estabelecem na mente humana."
Fayga Ostrower
"A criatividade S8 baseia na conex8o de sistemas de referemcias
(bissocia,ao ), da fusao (criatividade cientifica), da justaposi9iio (arte), da colisao
(humor)."
Koestler
"0 homem cria para estabelecer uma relaryao com 0 mundo exterior, II
Schachtel
"Atividade mental organizada, visando obter soluc;:oes originais para
satisfaC;:8o de necessidades e desejos. n
Maslow
12
"A vida e criativa porque S8 organiza e regula a si mesma e porque
esta continua mente originando novidades."
Sinnott
"Produ(:ijo abundante e original de conteudo associativo. Atitude
ludica e permissiva perante a tarela."
Getzeis e Jackson
''"foda unanimidade e burra"
Nelson Rodrigues
1.2.4 PARAALGUMAS PROFESSORAS
Durante 0 ana de 1999, foi realizada uma entrevista com
prolessoras das Escolas "Crian9'l Sabida" no bairro do Cristo Rei e "'Crescer e
Saber" no Jardim Botanico; prolessoras regentes do Jardim I ao Jardim III, ao total
foram 10 as entrevistadas, apenas qualro delas com ens ina superior e uma com
pos-Gradua(:ijo.
Segundo as entrevistas, as professoras definiram criatividade assim:
''E tudo que surge de forma espontanea, natural, apenas usanda a
imagina<;ao. "
Thalita Avanci
"Criatividade e loda oportunidade de situa<;oes inovadoras, ende 0
saber pode S8 conerelizar."
Valeria Moreira Lurck
"E a capacidade que 0 indivfduQ tern de produzir, inventar e criar.
Criatividade envolve imaginac;ao e exige que se deixe de lado 0 pensamento
prosaico."
CHptSilvana Mendes Schuln
''E a arte de imaginar, pensar, criar e inavar!"
Dayana Juski
liE criar eoisas novas, inventar, descobrir a que nao existe, e fazer 0
que ninguem fez antes.. E pensar sobre algum assunto, atividade ou objeto de
maneira jamais vista, usar a imaginag8o, encontrar solU90es, etc."
Beatriz Conci Cas sins
"E pansar diferente da maiaria das pessoas sobre urn mesmo
problema."
Ana Carolina Souza Pinto
"Criatividade e a facilidade que alguns individuos tern de inovar,
visando atingir determinado abjetivo."
Hilca Josefa dos Reis
"Criatividade para mim e poder expor suas idaias, criar alga,
descobrir algo e perceber a descoberta realizada."
Renata A. Mendes
"E obter a 6bvio de maneira diferente"
Simone Silva
"Criatividade e a fantasia ordenada"
Gleida Souza Melio
Atraves destas definigoes de criatividade, podemos perceber que
as nassas educadoras, nao estao distantes dos conceitos dos estudiosos; na
verdade elas comprovam as teorias dos mesmos.
14
Questione; Binda as educadoras destas institui<;6es a respeito da
forma com a qual estas trabalham em sala de aula a questeo da criatividade. As
respostas que mais chama ram a atenyao foram as seguintes:
"Nao imponho atividades, fa,o rela,oes entre os conteudos, procuro
variar os exercicios, fa,o 0 aluno mostrar seu conhecimento de diferentes formas de
expresseo, naD tendo urna postura tradicional. U
Thalita Avanci
"Questiono as alunos, acredito que fazendo perguntas, levando-os arefiexao, estou estimulando, alem do senso critica, 0 pensamento e invenc;oes. Ser
critico e naD S8 utilizar de modelos prontos, mas sim, ouvir (e selecionar!) as idei8s
dos alunos e coleca-Ios em pratic8."
Beatriz Conci Cassins
"Trabalho a criatividade como elemento de auto-expressao, nao
perdendo de vista as necessidades e interesses das crian<;as, sempre avidas para
explorar, experimentar e aprender. Par isso, 0 professor nao deve trazer model os
acabados, impedindo que a criant;a crie e expresse seus sentimentos e sua
imaginaty80 criadora e de transformar 0 que Ihe e proposto."
Silvana Mendes Schuinadt
"Cada vez que uma crian9a apresenta ideias, ou faz um desenho,
uma montagem que surpreenda, procuro valorizar cada momento dessas
descobertas! "
Dayana Juski
"Procuro criar em sala de aula um ambiente motivador, propicio
atividades livres e algumas dirigidas que tenham que trabalhar a criatividade,
15
algumas vezes criando situ8goes novas, Qutras vezes resolvendo uma situac;:ao ja
existente, s6 que de forma diferente. Preocupo-me tambern, em incentivar aqueles
alunos que tern medo de criar, de desenvolver 0 seu proprio trabalho, estes tern
medo de que as Qutros nao gostem ou nao achem interessante a sua criag8.o; este
e meu objetivo principal quando trabalho com a criatividade, apesar de estar
constantemente trabalhando com ela."
Ana Carolina
As respostas das professoras mostram que realmente esta havendo
uma certa preocupa~o em desenvolver, au seja, aprimorar, deixar aflorar a
criatividade de seus alunos, tornando esta uma priori dade na formaC;:8opedag6gica
dos mesmas, isso nos deixa muito contente. Segundo a autora Novaes (1.972),
"Uma Educayao criativa deve favorecer a mobiliza<;ao do potencial criativo em todas
as disciplinas e assuntos, dando valor ao pensamento produtivo, uma vez que a
criatividade estara presente em varias situa<;6es e diversidade de assuntos. n
(NOVAES, 1972, p. 69)
Para Nerici (1981), ao trabalharmos com 0 metodo criativo, devemos
ter como objetivo principal, 0 de desenvolver a criatividade do educando,
convidando-o nao a provar solu<;6es ja experimentadas, mas a sugerir soluc;:6es
ineditas; precisando ainda, dar uma certa liberdade de a9ao, de tempo livre e
encorajamento para pensar de maneira diferente dos outros ever as coisas uas
avessasn, sem muita preocupa<;ao de estar de acordo com 0 estabelecido. Ele diz
ainda "E preciso estimular a imagina9ao do educando, e nao aprisiona-Ia aos
pontos da disciplina e ao ja estabelecido..." (NERICI, 1.981, p. 267).
Aproveitando a visita as escolas, entrevistei tambem as diretoras das
mesmas, Debora Vilar da Pre-Escola "Crian,a Sabida" e Selma Carvalho da Pre-
16
Escola "Crescer e Saber", perguntei a elas qual a metodologia usada em suas
escolas para trabalhar a criatividade.
A metodologia das duas escolas oj a mesma, Construtivismo S6cio-
Interacionista; responderam que esta metodologia permite que as crianryas estejam
sempre construindo, criando .. evitando assim atividades prontas, que vem tolher a
criatividade dos alunos. Quando falam em atividades, nao estao S8 referindo
somente as graficas; referem-se as brincadeiras, as atividades artisticas, que muitas
vezes estao sendo esquecidas pelas escolas e sao tao importantes quanta as
atividades graficas, pois as crianry8s trabalham ao maximo sua criatividade.
Para a Diretora Debora Vilar os alunos tern liberdade para
pensar adotando urna postura ali va, crftica; deixando aquela postura tradicional do
aluno passivD, nao atuante; ela acredita que desta forma a aluno estara
desenvolvendo a cada dia, seja em sala de aula ou fora, sua criatividade.
Ja a Diretora Selma Carvalho, destaca em sua entrevista que °professor tern 0 papel de facilitador criativo, este, devera proporcionar urn arnbiente
motivador para 0 desenvolvimento da criatividade.
2. MATERIAlS UTILIZADOS PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE.
Durante a periada de Junha de 1999 ate Junha de 2000 fai registrada
atraves de fotografias e relat6rios as materiais utilizados pelos alunos das Pre-
Escolas "CrianryaSabida" e "Crescer e Saber." A prirneira pre-escola citada possuia
em 1999 e em 2000 a quantidade de 4 alunas. A segunda pre-escala tambem nas
dais anos possuia 13 alunos.
A seguir, veremos algumas fotDs e abaixo 0 desenvolvirnento das
atividades:
2.1 INVENTANDO UM ESTUDIO DE TV
18
Esta atividade loi realizada na Pre-Escola "Crianc;a Sabida" no dia
25/06/99, com a turma do Jardim III, material utilizado: bringuedos de encaixe-
cilfndricos grossos.
PROCEDIMENTO: Ap6s a termino das atividades de rotina, loi
deixado um tempo livre para que as crianc;asescolhessem um tipo de brinquedo e
juntas brincassem livremente.
Ao trazerem a brinquedo para a sala de aula, comegamos a
observaC;8o de forma discreta, sem interferencia par parte das professoras.
A medida em que as alunos iam montando 0 microfone e a filmadora
aleatoriamente, conversavam muito entre sles, comentavam sobre varios assuntos,
estes programas de televisao. Entao juntos, decidiram construir a camera filmadora
e a microlone do Rodollo (Dupla do SBT, Rodollo e ET); ressalto que 0 microlone
do Rodollo e enorme, lora do normal. Estes comec;aram a circular pela sala,
filmando e entrevistando, inclusive as professoras, nao contentes em ficar 56 na
sala de aula, pediram a professora em tom de suplica para irem entrevistar e filmar
as professoras e as ami gas de Qutras salas. A professora concordou e estes
pularam de alegria, imediatamente sairam da sala entrevistando todos que
passavam nos corredores e entrando inclusive em salas de aulas interagindo com as
Qutras turmas. Nao paravam de rir, para eles estava real mente acontecendo a
fHmagem (usavam muito a imaginaC;ao). Foi um fim de tarde emocionante para todos
da escola.
19
2.2 CONSTRUINDO COM SUCATAS
Esta atividade loi realizada pelos alunos do Jardim III da Pre-Escola
"Crescer e Saber" no dia 18/08/99, material utilizado: sucatas.
PROCEDIMENTO: Na aula de Estudos Sociais os alunos Icram ao
patio aberto, sentaram-se ao chao em circulo e conversaram sabre 0 tema Moradia.
20
Conversaram sobre; ande moram (bairro, cidade, pals ... ), com quem morarn, como ea casa ande moram( identificando as varios tipos de moradias), as dependencias de
suas casas (quais sao e para que servem) finalizaram com uma discussao sobre
uma questao social visivel nos dias de hoje; Sera que todos tern uma moradia e esta
e adequada as suas necessidades? Ap6s estas explicag6es a professora perguntou
aos alunos 0 que eles gostariam de concretizar, ou seja, construir em tamanho
menor, surgiu ai a proposta de mantar uma maquete. Uma das alunas disse que
gostou quando cada aluno falou da sua casa, quantas pegas tinham ... , todos
concordaram com ela e decidiram montar a maquete de uma casa, ou seja, de seus
comodos, houve uma pequena reuniao para decidirem quantos comodos teria essa
casa e quais seriam, ficou assim: 4 comodos; 1 quarto, 1 sala, 1 cozinha e 1
banheira, cada aluno ficou respons8vel por uma parte, tinham que confeccionar os
m6veis utilizados em cada comodo, usando sucatas ( restos de papeis, caixas,
copinhos de iogurte ... ), eles tinham a liberdade de agao e de escolha, nao houve
interferencia por parte das prafessoras, foi deixado fluir a criatividade e a imaginac;ao
naquele momento.
A conclusao da maquete s6 ocorreu no dia seguinte e a felicidade
dos alunos estava visivel em seus rastos, queriam brincar com a sua criayao, entao
a prafessora praporcionou este momento, onda eles ainda usando a sua imaginac;ao
construfram bonecos de sucatas e brincaram por muito tempo em sua maquete,
brincavam de casinha. As crianc;as dramatizavam 0 que acontecia na realidade em
seus lares, mostravam inclusive, fazendo caretas as atitudes de seus pais, as brigas,
o carinho com os filhos, etc. Por alguns dias brincaram com sua maquete, havia uma
bonita uniao entre eles ao brincarem; quando foi para sortear a maquete, todos
queriam, houve ate briga, entao a prafessora resolveu dividir a maquete e dar uma
4'l-S\OAO<~$' 21 cE:.
~ BI.BttOTECA ~
parte para cada aluno, assim nao haveria mais brigas. Todos Icram contentes'·'-",":;;".'''·''
suas partes para casa.
2.3 0 PEQUENO CONSTRUTOR
22
Esta atividade foi realizada na Pre-Escola "Crian~a Sabida", pelos
alunos do Jardim III no dia 02/09/99, material utilizado: bringuedos de montar
"Pequeno Engenheiro".
PROCEDIMENTO:A professora neste dia propos aos alunos um
momenta livre, onde cada um podia escolher a brinquedo que quisesse, alguns
peferiram livros de hist6rias e folhas em branco para desenhar; a aluno Eduardo de
6 anos foi 0 unico a escolher urn brinqueda de mantar Upequeno engenheiro" preferiu
ainda, brincar sozinho em urn canto da sala, enquanto os outros foram para 0 jardim
de inverno (espago 80 ar livre) 80 lado da sala.
Eduardo ficou urn tempao conversando sozinho usanda a sua
imaginagc3o, montava e desmontava, nunca estava born, entao resolvi me aproximar
e perguntar 0 que estava acontecendo, este me respondeu: "Nao consigo distribuir
as minhas casas quero montar uma cidade bern grande". Ele continuou montancto,
chegou a usar todas as pSg8S, observou par urn tempo e nao gostou, desmanchou e
construiu uma pequena cidade, entao dirigiu-se a mim e disse: "Esta cidade e igual a
cidade da minha av6, pequena onde todos se conhecem e 0 centro da cidade e em
uma rua, 18 tem bancos, mercados, lojas, lanchonetes e farmacia, tudo perto uma
coisa da outra, e divertido ir para 113." Perguntei ao Eduardo qual era 0 nome da
Cidade e ele disse: "Se nao me engano e Morretes, tern um rio que as pessoas
nadam e brincam de b6ias" Por um tempo, Eduardo ficou brincando com sua
imaginay8o, criou um rio, a ponte, os seus dedos viraram pessoas pulando e
entrando nas casas. Ele ficou uns 30 minutos concentrado naquela brincadeira,
nada nem 0 barulho das outras crianyas tiraram sua atenc;ao.
2.4 JARDIM ZOOLOGICO
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24
Esta atividade fai realizada pel os alunos do Jardim II e III da Pre-
Escola "Crianc;a Sabida" no dia 21/10/99, material utilizado: brinquedos de encaixe
"Lego Gigante".
PROCEDIMENTO: Mais um dia em que as professoras deixaram um
momento livre para brincar e escolher com 0 que brincar, como estavam as duas
turmas 0 Jardim 11e a Jardim III juntas nesse dia, uma parte da turma brincou na
sal a e Qutros no jardim de inverno ao lado da mesma. Alguns alunos escolherem
para brincar retalhos de papeis coloridos (as que sobraram da atividade que
estavam fazendo), outros pegaram a maquina de fotografar e a de calcular (sem
funcionamento), Qutros ainda, pegaram brinquedos de encaix8. Os alunos Juliana do
Jardim II e a Eduardo do Jardim III preferiram brincar no jardim de inverno e levaram
o "Lego Gigante" Antes de come9arem a mantar conversaram sobre diferentes
assuntos, em seguida, decidiram 0 que iriam montar, como a atividade anterior a
brincadeira era sobre os animais, eles resolveram montar um zoologico. Um dos
animais que esta sendo mostrado na foto sendo construido pela aluna Juliana e a
girafa, no momenta da foto ela estava encaixando a cabeya da mesma so que em
posigao errada, seu amigo a questionou: "Ju, voce nao acha que 0 pescogo da girafa
esta errado? " E a Juliana respondeu mais que depressa: "Nao, esta certo. Era virou
o pescogo para pegar uma folha em uma arvore, faz de conta m§". E os dois deram
risadas e continuaram a brincadeira, montaram um leao, um carrinho com alimentos
para os bichos do zoologico e assim foram brincando por um bom tempo, montavam
e desmontavam os bichos, andavam com estes por todo 0 jardim de invemo.
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2.5 UMA COMIDA DELICIOSA
Esta atividade foi realizada na Pre-Escola "Crian9a Sabida" pelos
alunos do Jardim I e II no dia 11/11199, material utilizado: brinquedos de encaixe e
caixas de madeira.
PROCEDIMENTO: Antes de iniciar as aulas as turmas ficam juntas,
as professoras deixaram nesse dia as alunos pegarem brinquedos. As alunas
fotoqrafadas foram a Juliana do Jardim II e a Shara do Jardim I, elas destacaram-se
entre as outras. Juliana desmontava 0 brinquedo que era pequeno e distribuia entre
as caixinhas de madeira de varios tamanhos e ia dizendo para a sua amiguinha
Shara: "Estou preparando uma comida deliciosa, fique olhando para voce aprender,
jil, ja voce me ajuda a arrumar a mesa para almoc;armos. voce tera que comer tude,
naD adianta fazer manha, ta born?" Shara concordou pois era a filhinha, por sua vez,
Juliana era a mae e assim brincaram par muito tempo, almoc;aram, jantaram,
receberam visitas, usaram bonecas e Qutros amigos fcram chegando e se
envoi venda na brincadeira familiar, criada par essas duas alunas. 0 interessante eque ocorriam situa90es do cotidiano familiar.
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2.6 CONSTRUINDO MEIOS DE TRANSPORTES
Esta atividade foi realizada pelo Jardim I da Pre-Escola "Crian,a
Sabida" no dia 24/02/00. material utilizado: varios brinquedos de encaixe.
PROCEDIMENTO: A professora da turma propos a mesma. que
construissem com as brinquedos de encaixe meies de transportes, ela determinou
um tempo para que a turma trabalhasse na constru,ao dos mesmos (30 minutos).
em seguida, haveria uma exposi980 desses meiDs e a explica9ao desse assunto (a
professora utilizou-se dos brinquedos para iniciar 0 conteudo uMeios de Transporte",
ela queria verificar 0 conhecimento ja adquirido sabre esse assunto).
Ao terminarem de montar, fol colocado em exposi9ao as meies e
transportes confeccionados. A professora foi perguntando e anotando na frente do
aluno 0 nome do seu meio de transporte, fcram criados varios carras, onibus,
caminh6es, trem (0 que esta na foto em cima da mesa) e apenas urn aviao. A
professora da turma ap6s ter nomeado os meios de transportes. perguntou aos
alunos: "Qual dos meios de transportes que esta em exposi,80 e diferente?" Todos
responderam: "E 0 aviao", assim a professora iniciou as explicac;6es sobre esse
assunto, ao termino desta, ela sugeriu que eles construissem outros meios de
transportes ainda nao representados, entao surgiram: navios, barcos, foguetes,
helicopteros e ate cavalos, 0 ambiente em sala de aula era de entusiasmo e alegria,
2.7 A FESTA DE ANIVERSARIO
Esta atividade foi realizada na Pre-Eseola "Creseer e Saber" pelos
alunos do Jardim III no dia 10103/00, material utilizado: sueatas.
PROCEDIMENTO: A professora solieitou aos pais no dia anterior
sucatas para a realizac;ao de atividades no decorrer do semestre, Nesse dia os
materiais comec;aram a ser organizados, os alunos junto com a professora,
ordenaram as sucatas de acordo com suas caracteristicas, A medida em que iam
ordenando surgiam brineadeiras com esses objetos, entao houve urn pedido geral:
~Professora deixa a gente brincar com as sucatas? Oepois nos arrumamos", A
professora pensou urn poueo e eoneordou, tamanha foi a felieidade da turma; os
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meninos pegaram algumas sucatas e em urn canto da sala criavam robbs, carros,
armas poderosas, viravam vendedores entre outras coisas. As meninas comec;aram
a organizar uma testa de aniversiuio usanda garrafas, canudinhos, copinhos de
iogurte e Qutros, brincaram muito usanda a sua imaginaC8o, cad a uma tinha uma
fun9aOna brincadeira, uma era a mae, a oulra a lia, a oulra a filha aniversarianle,
uma irma e as Dutras viravam parentes, cada uma tinha que levar urn presente
(sucata) especial para a aniversariante (retalhos de tecidos viravam roupas e
acessorios para enfeitar a festa, potes de margarina viravam porta j6ias .. ).
Brincaram por 1 hora sem parar, real mente estavam envolvidos ne5sa atividade.
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2.8 HISTORIAS INFANTIS
Esta atividade foi realizada na Pre-Escola "Crescer e Saber" pelos
alunos do Jardim III no dia 04/05/00, material usado: sucatas e objetos escolares.
PROCEDIMENTO: Os alunos ao final da aula, suqeriram para a
professora que esta contasse uma historia usanda sucatas e materiais escolares,
entao aproveitando 0 interesse dos mesmos a professora propos 0 contrario, que
eles contassem essa hist6ria usando os materiais que quisessem. Imediatamente
eles concordaram; a professora abriu seu armaria e disse: "Escolham as materiais
que voces querem por no centro da sala, para dai pegarem 0 que iran usar para
eontar a historia". Foram escolhidos: eaderno, pineel, requa, penal, cola, fita crepe,
durex , cola em bastao, qrampeador, caixas, potes, qliter e outros. Os alunos
sugeriram ainda, que colocassem uma mesa para apoiar as objetos e que todos
formassem urn semi circulo para assistir e ouvir a hist6ria.
Na foto a eima, a aluna Gabriela de 5 anos conta a historia que tem
o sequinte titulo: Objetos legais. Ela eria uma historia que envolve a familia, no
30
momenta da foto a familia estava passeando de carro, voltando da escola (0 carro
era a caixa, a mae era 0 tubo verde, a filha 0 grampeador). Os colegas que eram
espectadores envolviam-se tambem na hist6ria, sugerindo fun90es para os objetos
(0 que cada objeto poderia serlo A professora antes da aluna iniciar a hist6ria
estabeleceu uma regrinha que a mesma deveria ter, toda hist6ria tem que ter
come90, meio e fim. Ela concordou e tentou passar por todas essa etapas.
Na loto abaixo, esta 0 aluno Thalles de 6 anos, ja allabetizado,
contando a hist6ria intitulada como Uma linda mulher a hist6ria se resume da
seguinte forma; um menino que gosta de pintar conhece uma linda mulher e se
apaixona, para se aproximar dela resolve fazer a pintura de seu rosto, e assim, com
o passar do tempo e com a amizade que surgiu, eles fica ram juntos; a cena que esta
na foto mostra 0 rolo de fita crepe, que e 0 menino pintando em seu caderno 0
retrato da linda mulher, que e 0 vidrinho de gliter. Os alunos estavam tao envolvidos
que queriam logo saber se eles iam ficar juntos e se iam dar um beijinho na boca
("como os namorados fazem" fala de urn dos alunos), outros amigos, sugeriram que
o menino arrurnasse outra namorada, nao ficassem com a linda mulher, que nern era
tao linda, urn outro chegou a comentar sobre trai980 (nao sabia 0 que significava).
Nesse dia foi posslvel ouvir ever somente dois alunos, mas todos queriam contar e
houve a promessa de continuar nas pr6ximas aulas.
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2.90 GRUPO DAS PIPAS
Esta atividade foi realizada na Pre-Escola ·Crescer e Saber" pelos
alunos do Jardim III no dia 05/05/00, material utilizado: papeis sulfite colorido
canetinha tesoura cola e barbante.
PROCEDIMENTO: 0 aluno Thalles terminou a atividade proposta
em sal a de aula, pediu para a professora urn papel pais queria confeccionar uma
pipa. A professora permitiu e este pegou no armario os materiais que iria usar para
confecciona-Ia. Os alunos que iam terminando a atividade anterior, au seja, as
32
meninos pediam tambem papeis para fazerem pipas. Ja as meninas queriam
desenhar e carimbar nas falhas. Os meninos fcram terminando a atividade e se
envolvendo com a Dutra que as amigos estavam fazendo. Na sequ€mcia da
brincadeira as meninos criaram 0 grupo das pipas, eles conversavam, trocavam
ideias, davam names para as pipas, nao esqueciam as detalhes que elas deveriam
ter, fio para soltar, a rabo da pipa... 0 aluno Thalles foi quem iniciou a confec,ao das
pipas, ele disse: "Eu sou a rei de voces, sou 0 rei da pipa" e comec;:oua fazer uma
coraa de papel, pais ele era a rei. Todos come,aram a correr pela sala e pelo
corredor tentando fazer com que as pipas subissern, sempre seguindo 0 seu rei. A
diversao durou urn born tempo.
OBS: 0 aluno Thalles enquanto confeccionava a pipa, ia contando
aos amigos que seu pai brincava muito de pipa quando era mais jovem.
2.10 A NOSSA ESCOLA
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Esta atividade foi realizada na Pn;-Escola "Crian~a Sabida " pelos
alunos do Jardim III no dia 20105/00, material utilizado: objetos sem uso (telefone
calculadora maquina fotoarafica agenda eletr6nical.
PROCEDIMENTO: A professora regente propos aos alunos uma
atividade livre onde eles poderiam escolher os brinquedos; estes foram correndo
pegar as objetos que nao funcionam mais. Os objetos fcram trazidos pela professora
da sala e deixados em uma caixa na mesma; na maior parte do tempo, sempre que
estao livres pegam esses objetos para brincar, chegam a brigar pelo telefone e pela
maquina fotografica, a agenda e a calculadora ficam para aqueles que terminam a
atividade par ultimo, regra estabelecida par eles.
Nas fotos as alunos criaram, au seja, imitaram situa~6es ocorridas
na escala. A aluna Juliana 6 anos nomeou-se diretora, a Matheus 5 anos foi
nomeado secreta ria, atendia as telefonemas, a aluna Barbara 6 anos cuidava das
mensalidades, calculava e recebia as dinheiros, a aluna Nathalia de 5 anos era
respons8vel pela agenda da diretora, dizia a ela os seus compromissos. A aluna
Juliana sentava-se na mesa da professora pois era a chefe, de vez em quando saia
do seu posto para verificar 0 trabalho de seus funcionarios. Como esta ficava com a
maquina fotografica ela era responsavel em tirar fotos para as lembrancinhas do dia
das maes, do dia dos pais (qualquer data especial), tirava ate para 0 seu album
como dizia, fotos de seus funcionarios. Par urn tempo brincaram sem nenhum
problema, mas de repente corneyaram os conflitos, os outros alunos queriam
tambem ser diretor e mexer na maquina fotagrafica, a professora teve que interferir e
nomear uma nova diretora, para que nao houvessem mais brigas.
)4
2.11 ALFABETO DOS PINGOS
Esta atividade foi realizada na Pre-Escola "Crian,a Sabida" pelos
alunos do Jardim III, participa,ao das crian,as do Maternal e Jardim I no dia
22/06/00, material utilizado: fantoches.
PROCEDIMENTO: A professora regente propoem que toda Ter,a-
feira seja feita a hora do conto, as alunos montam em sala de aula urn audit6rio para
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assistir a peyas teatrais de fantoches criados pela professora e na malaria das vezes
pelos alunos, essa e ahara predileta dos mesmas, escolhem as fantoches,
manuseiam e inventam hist6rias, algumas vezes em duplas outras sozinhos. Neste
dia a professora pediu que urn aluno preparasse urn teatro para apresentar ao
Maternal II e Jardim I , todos se propuseram, mas a escolha seria leita atrav8s de
sorteio, a vencedora fai a aluna Juliana, esta preferiu encenar 0 teatro sozinha mas
urna de suas amigas poderia ajuda-Ia alcangando os fantoches. Juliana perguntou a
professora S8 podia cantar a hist6ria de urn livra e esta concordou, 18 fai Juliana
pegar 0 livro intitulado Allabetos dos Pingos, (esta aluna ja esta allabetizada).
Os alunos que nao estavam participando colaboraram arrumando as
alrnofadas no local onde seria a teatro e arrumando a palco para os fantoches.
Depois de tudo organizado, .todos em seus postos, as turmas foram chamadas e 0
teatro comec;:ou. Juliana antes de comeC;ar apareceu para os amigos explicando a
origem dos personagens, quem os desenhou e quem escreveu a hist6ria (ela havia
ouvido a historia contada pela professora do periodo da manha), explicou ainda,
que como nao tem fantoches parecidos com os personagens ela mostraria 0
desenho de cada um no verso do livro e que a historia ia ser contada por animais,
ela sugeriu que eles usassem a imaginac;:ao; ela foi lendo e interagindo com as
crianyas que ali estavam, perguntava se estavam entendendo, fazia com que eles
participassem e os que estavam assistindo queriam mesmo participar, tocavam ate
nos fantoches. Foi um momenta magico, de descontrac;:ao, interac;:ao e alegria entre
todos.
36
Ao realizarmos as observal):oes e 0$ relatorios nas escolas acima
citadas, verificamos que as materiais utilizados fcram aqueles do cotidiano escolar e
familiar, como: jogos pedag6gicos de encaixe (de varias formas e tamanhos),
fantoches, massinhas de modelar, materiais escolares (pap;,is, barbante, cola,
regua ...), 5ucatas, brinquedos trazidos de casa (banecas, carrinhos de bebe,
bercinhos, carrinhos, caminh6es, bonecos super her6is...) e objetos sem utilidades
(telefone, calculadora, maquina fotografica, agenda eletronica ...).
o que observamos e relatamos, vern confirmar 0 que diz a autor
Henry (1953) sobre a importancia de materiais estimulantes, "que sejam
suficientemente amplos para permitir larga explora«;ao e as necessarios erros, que
despertem curiosidade e estimulem investiga,ao, que sejam adequados a uma fase
determinada de maturidade, que apresentem varias possibilidades e op,6es."
(HENRY, Journal of the National Art. Education Association, maio de 1953, p.3)
Destacamos tambem! que nessas escolas ha 0 respeito it
individualidade do aluno e a liberdade de escolha, e dosado a forma como trabalha-
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S8 a criatividade nas mesmas, algumas vezes as atividades criadoras sao livres,
Qutras sao direcionadas e geralmente estas estao ligadas as disciplinas.
Outro fato importante que foi observado e 0 valor afetivo que os
alunos dao aos materials com as quais trabalham. as objetos construidos par eles
sao tratados com muita afei9ao, fato que foi observado com frequencia no cotidiano
das aulas: por um certo periodo, antes de transforma-Io num objeto, os alunas
brincam com urn determinado material, tendo com ele urna relac;ao de afeta. Mas 0
processo naD termina ai, as alunos querem continuar brincando par urn born tempo e
ate leva-los para casa.
Percebemos que estas duas conceituadas instituic;oes estao
preocupadas com 0 desenvolvimento da criatividade, e S8 essa preocupac;ao for
constante, elas estarao contribuindo para que as alunos tenham opinioes proprias,
saibam argumentar, naD aceitem as coisas com facilidade, questionem, obtendo
assim, a autonomia para resolver qualquer situa~o, com liberdade e
independ€mcia.
2.12 BRINCANDO REFLETE-SE 0 UNIVERSO INFANTIL
Segundo Weiss (1.989), quando os materiais sao colocados nas
maos das crianr;as, pode-se observar que, ao escolher urn au outra, cada crianr;a
tende a refletir seu temperamento, seu universo. Mesmo sem direcionar prapostas,
verifica-se muitas vezes que as meninos (clara, isso naa e uma regra) hoje, preferem
brinquedos direcionados a mecanica ( de carras), eletronica, informatica. As
meninas, par sua vez, exploram as miudezas, os minimos detalhes dos abjetas;
censtroem, par exemple, casas de banecas, preparam festas de aniversarios cam
lodos os detalhes.
38
Entretanto, isso naD e norma, reflete apenas urna viseD cultural, fruta
de urna educ8c;ao que, atrav8S do universe dos brinquedos, separa as mundos
feminino e masculine.
De acordo com a concepcao te6rica de Piaget, a criany8 vale-s8 do
brinquedo para adaptar-se ao mundo cotidiano e sociat que nao compreende; dessa
forma ela pade reintegrar fatos, passando a representa-Ios em situ8yoes diferentes
e, assim, satisfazer seus desejos, equilibrando-se afetiva e cognitivamente.
uAs atividades das crianC;8s sao essencialmente ludicas (e naD
competitivas) e tern como fungao primordial a descoberta do mundo que as rodeia: a
crianl'" se desenvolve brincando." (WEtSS, 1.989, p. 20)
De acordo com Rabioglio (1.995) "Atualmente , 0 papel fundamental
do brincar na infancia pareee nao deixar duvidas. A crian~ brinea para interpretar e
assimilar 0 mundo, as objetos, a cultura, as rela96es e as afetos entre as pessoas."
( RABIOGLlO, 1.995, p.138)
o brinquedo, segundo Vygotsky (1.986), e 0 mundo ilus6rio e
imaginario onde as desejos nao-realizaveis podem ser realizados. E no brinquedo
que a crianc;a aprende a agir numa esfera cognitiva em vez de uma esfera visual
externa, dependendo das motiva96es e tendencias internas e nao dos incentivos
fornecidos pel os objetos extern os. Numa situac;ao imaginaria, a crianc;a dirige seu
comportarnento nao s6 pela percepc;ao imediata dos objetos au pel a situac;ao que a
afeta de imediato, mas tambem pelo significado desta situa<;iio. Esta seria a primeira
manifestac;ao de emancipac;ao da crianc;a em relac;ao as restric;oes situacionais. 0
brinquedo, para a autor, e urn estagio entre as restric;6es puramente situacionais da
primeira infancia e a pensamento adulto que, par sua vez, pode ser totalmente
desvinculado de situa90es reais.
39
Para adquirir esse controle, a crian,:(8 aprende a simbolizar e depois
usar signos convertendo essas fun96es mais simples em func;6es culturais mediada
par signos.
Germes da imagina~ao criativa, comenta Vygotsky (1.993),
manifestam-se nas brincadeiras dos animais. Assim, manifestam-se ainda mais na
vida infanti!. A brincadeira, 0 jogo, nao sao urna simples recordac;ao de impress6es
vivid as, mas urna reelaboragEio criativa del as, urn processo atraves do qual a criang8
combina entre 5i as dados da experiencia no senti do de construir urna nova
realidade, correspondente as suas curiosidades e necessidades.
No inicio do brinquedo, a percep~o infantil e dominada pelo objeto
real, que determina seu comportamento; de acordo com Vygotsky (1.984), a crian~a
muito pequena nao consegue separar 0 campo do significado do campo perceptual.
Posteriormente, 0 significado passa a predominar, em fung80 do brinquedo. Oesta
forma, as aeces no brinquedo fiearn subordinadas ao significado que a crianya
atribui aos objetos.
E atraves do brinquedo que a imaginaC;ao, enquanto processo
psicol6gicc especificamente humano, origina-s9, sendo que este processo, em sua
genese, relaciona-se com a capacidade da crianc;a lidar com 0 mundo, atribuindo-Ihe
significados, alem daqueles social mente estabelecidos; neste senti do, conclui-se
que e atraves do brinquedo que 0 homem emancipa-se dos limites do real.
Outra ideia importante, nesta vertente teorica, e a de que 0
desenvolvimento da atividade ludica segue a trajetoria do jogo de papeis para 0 jogo
de regras, e que ambos sao importantes para 0 desenvolvimento humano. A criantya,
na brincadeira, experiencia papeis (re)construindo sua realidade, vivenciando
sentimentos, comportamentos e fazendo representa~6es do mundo exterior. Assim,
o brinquedo constitui-se numa situagao social em que aspectos como a imitagao de
condutas sociais, novas exploragaes e relacionamentos interpessoais presentificam-
se. Como bern afirma Andrade (1.996), "as crian9"s brincam porque vivem em urn
mundo onde estas e outras relayoes estao presentes. Brincando elas exploram as
diferenles represenla90es que lem do mundo" ( ANDRADE, 1.996, p.90).
3. A CRIATIVIDADE NA VlsAo DE VYGOTSKY E ALENCAR
3.1 L. S VYGOTSKY
Para Vygotsky, e na atividade de jogo, fundamental segundo ele
para 0 desenvolvimento da crianc;aem idade pre-escolar, que a crianya desenvolve
o seu conhecimento do mundo adulto e e tambem nela que surgem as primeiros
sinats de uma capacidade especificamente humana: a capacidade de imaginar.
Vygotsky ja dizia que a "a atividade criadora da imagina9iio
encontra-se em relayao direta com a riqueza e com a variedade da experiencia
acumulada pelo homem. "(VYGOTSKY, 1.982, p.17). Nesta citavao, ele apresenta a
ideia de que 0 desenvolvimento do conhecimento do mundo e 0 incentivQ aimaginayao nao sao objetivos incompativeis, mas 8im complementares.
A imaginac;ao da crianQa S8 alimenta de sua experiencia anterior.
Aquilo que ela ve, ouve e sente S8 constitui na materia-prima de sua imagina~o, e
as elementos do ambiente que mais a impressionaram podem S8 converter nos
temas de seus jogos e outras atividades de expressao (desenhos, conversas etc.)
Portanto, quanto maior a experiencia de cada crianc;a, mais rica podera ser a sua
atividade imaginativa e maior 0 seu conhecimento.
42
Para Vygotsky, e inevitavel a ·conclusao pedag6gica sobre a
necessidade de ampliar a 8xperiencia da crianC;8 S8 queremos proporcionar-Ihe
bases suficientemente s6lidas para sua atividade criativa. Quanta mais veja, DUg8 e
experimenta, tanto mais consideravel e produtiva sera, as Qutras condig6es
permanecendo iguais, a atividade de sua imagina9iio"(VYGOTSKY, 1.982, p.18).
A capacidade de imaginar e a que permite ao homem libertar-se da
"prisao da percepg8o" e chegar ao pensamento abstrato. Brincando, a crianya cria
situa<;6esficticias, transformando com suas a90es 0 significado dos objetos ( que
podem ser brinquedos, bonecas ou simples cabos de vassoura), de acordo com as
necessidades do jogo.
Vygotsky diz ainda que, no jogo simb61icoinfantil, "0 mais importante
e a utiliza9iio de alguns objetos como brinquedos e a possibilidade de executar, com
eles, urn ge5to representativD. Essa e a chave para toda a fun~o simb6lica dos
brinquedos das crian<;as"(VYGOTSKY,1.991, p. 122).
Vamos falar agora a respeito da evolu9ao do jogo simb61ico e de
seus temas. Ao fazermos isto, podemos tar em mente a estreita relac;ao que existe
entre a evoluc;ao do jogo, do desenho e de outras formas de expressao grafica e
plastica.
Inicialmente, a atividade da crianc;a se parece mais com uma
simples rememorac;ao de gestos comuns praticados pelos adultos (como "pentear os
cabelos" de outra crianc;a com urn pedac;o de madeira, ou "dar comida" para uma
boneca).
Elkonin, que aprofundou certas ideias de Vygotsky sobre 0 jogo
infantil, cita 0 exemplo de uma menina de 2 anos e 11 meses, que coloca sua
boneca em uma caixa vazia, "da-Ihe um banho, toma-a nos brac;os e diz: Katia
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tomou banho, agora voce vai dormir, entao deita-a na caminha" 0 comentario que
Elkonin faz sobre ests jogo nos pareee importante, pais exemplifiea e esclarece a
evolu~o inicial do jogo simb6lico: "Aqui, ao ato de dar banho seguiu-se 0 de deitar
com a mesma continuidade com que estas 8c;oes S8 realizam na vida. A logica das
agoes ludicas cornega a refletir a 16gicada vida das pessoas"(ELKONIN, 1.980, p.
161}.
Mas as crianc;as nao S8 limitam a recordar mecanicamente suas
observac;6es anteriores no jogo: elas, ao jagar, reorganizam suas experiencias
criativamente, como diz Vygotsky, "combinando-as entre si e edificando com elas
novas realidades, rnais de acordo com seus desejos e necessidades" (VYGOTSKY,
1.982, p. 12). 0 verdadeiro jogo sempre possui, para a crianga, urn componente
criativo, inesperado.
Com a evolugao do jogo, a crianc;a vai ficando cada vez mais apta a
assumir papeis de forma coerente, tornando-se capaz de respeitar as regras
impostas par ele. Ao mesmo tempo, a imitagao pode se tornar cada vez mais criativa
e a cooperagao e 0 dialogo entre os personagens podem se desenvolver.
Nos professoras podemos incentivar 0 jogo infantil como meio de
expressao e como estrategia para compreensao do mundo, e tambem podemos
considera-Ia seriamente como uma fonte privilegiada de desenvolvimento das
criangas.
Para Vygotsky, "entre as questoes mais importantes da psicologia
infantil e da pedagogia figura a da capacidade criadora nas criangas, a do fomento
desta capacidade e a sua importancia para 0 desenvolvimento global e para a
maturidade da crianga. Desde os primeiros anos de sua infancia encontramos
44
processos de cria9ao, que se refletem sobretudo em seus jogos"(VYGOTSKY,
1.982, p. 11,12).
o principal objetivo ao trabalhar 0 jogo para Vygotsky, e 0 de
desenvolver a criatividade e a imaginar;ao. Afinal ele proprio diz, Ua imagina980,
como base de toda atividade criadora, se manifesta igualmente em todos os
aspectos da vida cultural, possibilitando a criaC;8o artistica, cientifica e
tecnica"(VYGOTSKY, 1.982, p.1 0).
E preciso respeitar as diferentes possibilidades de jogar de cada
crianC;8.As crianc;asmais novas dificilmente conseguem desenvolver jogos que VaG
alam da imitayao de ge5t05 cotidianos. Elas depend em muito dos objetos para
brincar (dar a importancia da presenC;8 de objetos como banecas, carrinhos, cabos
de vaSSQura, roupas vel has, caix8s, panos, etc.) que possam motivar 0 jogo.
Com as crianr;as maiores e que as sugest6es para dramatizar
situa96es sociais mais complexas e temas literarios podem comec;ar a ~darmais
certa"
Lembrar que 0 jogo sempre e mais que simples reprodu9ao, que
nele a crianc;:arearganiza sua experiencia, crianda situa¢es ficticias mais pr6ximas
de seus desejas e necessidades. 0 imprevisivel e a inesperado tambem fazem parte
do jogo, e a ~cria~o e acompanhante normal e permanente do desenvolvimento
infantil"(VYGOTSKY, 1.982, p. 46).
Vygotsky, juntamente com Elkonin e Leontiev, questiona 0 jogo
analisado dentro de uma perspectiva biol6gica determinada, considerando-o como
um elemento construido s6cio-historicamente pelo individuo e que se modifica em
func;8.odo meio cultural e da epoca em que 0 sujeito esta inserido.
45
Esta concepgao reconhece a papel do jog a para a formagao do
sujeito, atribuindo-Ihe um espago importante no desenvolvimento das estruturas
psicol6gicas. De acordo com Vygotsky, "9 no brinquedo que a crian~a aprende a agir
numa esfera cognitiva (...)" (VYGOTSKY, 1.984, p.p.109,110).
Nos referenciais te6ricos sabre a assunto, desenvolvidos
principal mente par Vygotsky, Elkonin e Leontiev, destaca-se que a jogo nao e uma
ativldade inata, sendo, portanto, resultado de relagoes sociais e de condic;6es
concretas de vida; a partir del as, a crianga emerge como sujeito ludico, sendo que a
media~ao tem papel fundamental neste processo.
Vygotsky enfatiza 0 fator social no jogo, demonstrando que, no jogo
de papeis, a crianya cria uma situagao imaginaria, incorporando elementos do
contexto cultural adquiridos par meio da interag80 e comunicag80. 0 jogo constitui-
se, para a autor, no elemento que ira impulsionar a desenvolvimento dentro da zona
de desenvolvimento proximal. E, ao promover uma situag80 imaginaria, a crianya
desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais.
Atraves do jog a de papeis, a crianga lida com experiencias que
ainda nao consegue realizar de imediato no mundo real; vivencia comportamentos e
papeis num espago imaginario em que a satisfag80 de seus desejos pode ocorrer.
3.2. EUNICE SORIANO DE ALENCAR
Para Alencar (1.995), devemos fazer uso do nosso potencial criador
mais do que nunca no momenta em que vivemos, pais as solug6es que antes
tinhamos para diferentes problemas hoje sao inadequados, como por exemplo: a
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violencia, a situac;ao econ6mica e Qutros, torna-S8 necessaria que sejam propostas
solU96es rna is adequadas a tim de superarmos as dificuldades ora enfrentadas.
As mudanC;8s rapidas e muitas vezes imprevisiveis em todos as
setores constituem, pois, urn dos fatDs mais significativos da sociedade mode rna.
Consequentemente, 0 conhecimento adquirido no passado torna-se, muitas vezes,
insuficiente ou mesmo inadequada para a soluc;ao dos problemas enfrentados no
presente. E a necessidade de preparar 0 aluno para lidar com problemas, que
somes hoje ate mesmo incapazes de antecipar, urna das principais raz6es para
justificar a necessidade de S8 criarem melhores condic;6es para 0 desenvolvimento e
manifestaC;80 do pensamento criativo em sala de aula.
Par outro lado, Alencar nos mostra a importancia de se cultivar a
imaginagao e a atividade criadora na escola, atraves de um ensino orientado para a
solugao de problemas novos e para a preparagao do aluno para a produgao do
conhecimento; tendo este assunto sido ressaltado em publicagoes de diferentes
paises.
Segundo Alencar (1.995) na Uniiio Sovietica, a necessidade de se
favorecer 0 desenvolvimento de habilidades criativas do aluno tem side salientada
em artigos de diferentes especialistas, os quais chamam a atenc;ao para a obrigac;ao
e dever de todos os professores de estarem atentos a cada criancya, de favorecer 0
desenvolvimento de sua personalidade, de seu potencial, de seus talentos e,
especial mente, de cultivar a imaginagao e a atividade criativa de lodas elas na
escola.
Fatos semelhantes ocorrem nos Estados Unidos, onde a criatividade
tem sido tema de muitos debates e pesquisas. Nesse pais, observa-se um consenso
sabre a necessidade de urn espago maior para a desenvolvimento da criatividade na
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eseDla e de S8 preparar 0 aluno para 0 mundo de amanha, com as seus problemas
que hoje somas incapazes de antecipar.
A importancia de S8 criar urn espa<;o maior para a fantasia e para 0
jogo imaginario tern side tambem apontada como fundamental para 0
desenvolvimento psicol6gico da crianga. Este aspecto e significativamente
trabalhado, par exemplo, no Japao, en de ha urn interesse em manter viva a fantasia
da crianc;a, atraves de jog as, can~es, leituras, participa<;Elo e elabora<;8o de pe<;8s
teatrais. Neste pars, as artes sao consideradas de crucial import2lncia sobretudo
durante os anos da pre-escola e sao praticadas intensivamente. A partir dos tres
anos, quando entra para 0 Jardim da Infancia, a crianc;a S8 envolve e S8 entrega a
inumeras atividades artisticas, e esta fator tern sido apontado como um dos
responsaveis pela inexistencia de problemas de aprendizagem e pela quase total
inexistencia de analfabetos no Japao.
Ja no Brasil, 0 que observa-se, e que muitos desconhecem que 0
potencial presente no ser humano e imenso, que tem sido utilizado de forma muito
limitada, permanecendo muitas capacidades inibidas e bloqueadas por falta de
estimulo, de encorajamento e de um ambiente favoravel a seu desenvolvimento. Isto
natural mente ocorre de forma mais significativa entre sujeitos do sexo feminino e das
camadas de baixa renda.
Ha um consenso entre os educadores de que 0 desenvolvimento do
potencial criativo do aluno deva estar presente num contexto social sendo esta uma
das metas educacionais mais importantes e que maior enfase deve ter por parte do
sistema educacional, porem os nossos professores nao tem condigoes mais
adequadas para a expressao da criatividade. Segundo Alencar (1.995), observa-se
a existencia de uma serie de ideias erradas a seu respeito, como, por exemplo, a
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ideia de que a criatividade e urna caracteristica inata, nao podendo, portanto, ser
ensinada au aprendida. 0 aluno mais criativo nao e reconhecido na escola, nem
tampouco tern recebido urna atengao maior par parte dos seus professores. Dado a
programa extenso da eseela brasileira, aliado ao curto perfedo de tempo que 0 aluno
permanece na mesma, tende-s8 a desenvolver e a favorecer apenas 0
desenvolvimento de urn numero muito reduzido de habilidades intelectuais. Tais
habilidades sao, no entante, insuficientes para preparar e transformar 0 aluno,
especial mente 0 aluno bem-dotado intelectualmente, em urn futuro produtor de
conhecimentos, que e 0 que mais necessitamos para nos libertar progressivamente
da tecnologia . Observa-se que muito pouco tern side feito, tambem, no senti do de
favorecer 0 desenvolvimento do pensamento critico. Poucas oportunidades tern 0
aluno para investigar problemas reais e de interesse concreto. Nao se desenvolve no
aluno um maior numero de habilidades para explorar urn problema novo que a
conduza a sua compreensao e soluyao.
Torrence (1.974) salienta que as erian~as tendem a desenvolver
aquelas caracteristicas que as seus professores e pais encorajam.
"Um ambiente onde a pessoa se sente ameayada, questionada,
criticada nao e, pOis, um ambiente propfcio a express80 da criatividade, tornando
difieil a sua realiza~ao eomo pessoa criativa"(ALENCAR, 1.995, p. 94). Alenear
observou entre muitas crianyas uma atitude critica em relayao a si mesmas. Muitas
crianyas tendem a criticar 0 pr6prio trabalho, considerando-o feio ou malfeito. Alguns
professores criticam e/ou ignoram as ideias originais au pontos de vistas
divergentes de seus alunos. "Da escola de primeiro grau a universidade tende-se a
exigir do aluno, especial mente, a reproduy8o do conhecimento, sendo-Ihe
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propiciadas poucas oportunidades para fazer usa de suas habilidades criativas."
(ALENCAR, 1.995, p. 94)
"Para que a criatividade possa ser cultivada no ensine e necessaria,
pois, que nos cursos de formaC;8odo professor haja urna preocupag8o naD s6 com
conhecimentos especificos de sua area e de pedagogia mas tambem com a
criatividade e como promove-Ia em sala de aula." (EUNICE, 1.995, p.9S)
Alencar nos diz que 0 espar;;:o reservado para a fantasia, para a
imaginagao, para 0 jog a de ideias e muito reduzido, mesma no Jardim de Infancia,
onde deveria ser sobremaneira cultivado. Sabemos, par exemplo, que,
especial mente entre dais e seis anos, 0 jogo imaginativD ocorre com grande
freqOencia: a criang8 imita as mais velho, transforma objetos (faz, par exemplo, de
urna caix8, urn castelo), sla tern amigos imaginarios, sla elabera historias
fantasticas, dramatiza com grande facilidade. Progressivamente, porem, a medida
que desenvolve a razeD e 0 racioclnio, sua imaginag8.o vai declinando. A familia
muito contribui para iS50, na medlda em que questiona, critica e mesma pune as
manifestagoes de fantasia e imaginag8.oda criang8. Na escola, isto pode ocorrer de
uma forma mais intensa, e 0 declinio da imaginagao, da curiosidade e do
pensamento original sao aspectos constatados e comentados pelos professores.
Foi observado ainda por Eunice (1.974), que apesar de 0 professor
tsr uma influencia multo grande sabre 0 aluno, especial mente aquele que ledona
para as primeiras series, muitos naG tern nOC;80 do grau de sua influencia. Muitos
professores desconhecem, par exemplo, que, dependendo de suas atitudes, do seu
comportamento em classe, de suas expectativas em relag80 aos alunos, sle poderc3
tanto favorecer a aprendizagem, a entusiasmo pela busca de novas conhecimentos,
contribuindo de forma significativa para 0 desenvolvimento social, cognitiv~ e afetivo
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do aluno como, pelo contrario, criar barreiras para este desenvolvimento,
concorrendo ainda para tarnar a aprendizagem urn processo aversivo e dol oro so.
Segundo Eunice, "Casa haja interesse em encorajar a criatividade
do aluno, e necessario que S8 erie urn clima em sala de aula propicia ao seu
desenvolvimento"(EUNICE, 1.995, p.111). Uma de suas caracteristicas
fundamentais e a receptividade a novas ideias e pode ser implementado atraves dos
seguintes procedimentos:
Dar chances ao aluno para levantar qU8st6es, elaborar e
testar hip6teses, discordar, propor interpretac;6es alternativas, avaliar
criticamente fatos, conceitos, principios, ideias.
Dar tempo para 0 aluno para pensar e desenvolver as suas ideias
criativas;
Criar urn ambiente de respeito e aceitayao mutuos, on de os alunos
compartilhem, desenvolvam-se e aprendam uns com os outros;
Estimular no aluno a habilidade de imaginar conseqOencias para
acontecimentos que ja ocorreram no passado ou que poderao
ocorrer no futuro;
Encorajar os alunos a refletir sobre 0 que eles gostariam de
conhecer melhor;
Desenvolver nos alunos a habilidade de pensar em termos de
possibilidades, de fazer julgamentos, de sugerir modificay6es e
aperfeiyoamento para suas pr6prias ideias proposiy6es;
Diante de urn problema, deve permitir que os alunos sigam as
diversas etapas do processo criativo, explorando e analisando seus
diferentes aspectos;
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o sentimento de amea98 e temar tao freqGente em nossas escolas,
deve dar lugar a urn desejo de arriscar, de experimentar e de
manipular:
Deve-se valorizar 0 trabalho do aluno, as suas contribuiC;OeS e as
suas idaias;
Usar dos recursos mais adequados eli manifestac;ao da criatividade,
condizentes com 0 que 8sM ensinando no momento.
Acreditamos que, se houver urn empenho par parte do professor em
desenvolver uma atmosfera com algumas das caracteristicas especificas
anteriormente, muito da apatia, que e tao frequente em nossas escolas,
possivelmente deixara de existir.
CONCLusAo
Ao termino desta pesquisa, concluimos que, e importante
para a aprendizado do aluno a desenvolvimento da criatividade, principal mente em
idade pre-escolar. Deve-s8 continuar desenvolvendo-a em Qutros ciclos mas sua
iniciayao naD pode deixar de acontecer na EducaC;80 Infanti!.
Oevemos nos preocupar em aprimorar a criatividade que 0 nosso
atuno ja passui, despertando nele 0 interesse em criar , fazendo com que ests tenha
uma visao aprofundada das coisas, fa9a algo diferente, pense grande, espere pelo
inesperado e naD tenha mede de transi90es, de provocar mudanC;8s e naD tema 0
resultado. Vygotsky ja dizia "(...). Oesde os primeiros anos de sua infiincia
encontramos processos de cria,ao, ..."(VYGOTSKY, 1.982, p.p. 11,12)
As escolas estao S8 mostrando preocupadas em desenvolver a
criatividade durante as aulas. Ja perceberam que esta e 0 caminho para a aquisiyao
do conhecimento, de forma motivadora sem imposiyao, nao tolhendo a imaginac;ao
que 0 aluno possui. As professoras preocupam-se em criar atividades dinamicas,
com variedades de materiais proporcionando e estimulando 0 ato criador.
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Ao descobrimos as materiais que alunos a nivel de Educa~ao
Infantil gostam de utilizar em suas brincadeiras e atividades, verificamos que estes
sao do cotidiano escolar e familiar, despertam a curiosidade e estimulam a
investigag8o. Sao materiais simples que as motivam a criar. Muitas vezes naG ha 0
compromisso em obter um objeto, mas 0 lato de usar a imagina980 ja contribui para
a atividade criadora, que S8 manifesta em todos as aspectos culturais, como afirma
Vygotsky. Ele nos diz ainda que a imagina980 da crian~ se alimenta de sua
experiencia anterior. Por tanto, quanta maior for a experiE'mciade cada criang8, mais
rica pod era ser sua atividade imaginativa e maior sera 0 seu conhecimento e par
conseqO€mcia 0 desenvolvimento do seu lado criativD.
o processo que as professoras utilizam para desenvolver a
criatividade em sala de aula, depende da condi980 e da liberdade para trabalhar
que a eseela Ihe proporciona. Partindo deste principia, 0 professor tern que estar
disposto a trabalha dentro de uma proposta criadora. 0 professor e importante no
desenvolvimento da criatividade, pois ele concebe, organiza e desenvalve a
processo docente.
Para desenvolvermos a criatividade nas escolas e importante
criarmos uma ambiente motivador, ou seja, propicio a criagao, onde haja respeito a
individualidade de cada aluno e a sua liberdade de escolha. Os professores poderao
acrescentar ou nao novas procedimentos para trabalhar a criatividade de acordo
com as nessecidades de seus alunos. 0 professor deve em algum momento ser
criativo.
De acordo com alguns autores a crianga se desenvolve brincando e
quanta mais variedades de materiais/brinquedos, tiver a sua disposiyao, mais facil
sera para ela interpretar e assimilar 0 mundo, os objetos , a cultura, as rela9iies e os
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fatos entre as pessoas. Concordo com eles e confirmo a partir das experiencias
realizadas que a crian<;8 80 brincar e jogar esta nao 56 recordando impress6es
vividas, mas tambem reelaborando essas impress6es de forma criativa. A criang8
combina suas experiencias e constroe uma nova realidade, correspondente as suas
curiosidades e necessidades. Vygotsky (1993) nos diz ainda, que a criayiio existe
nao apenas como origem dos acontecimentos hist6ricos, mas como urn processo no
qual a ser humano imagina, combina, modifica e cria algo novo.
Finalizamos dizendo que esta pesquisa nos foi de grande valia.
Tentamos mostrar a melhor forma de melhorar a aprendizado dos nossos alunos,
evitando mais tarde problemas de aprendizagem. Mostramos ainda que 80
desenvolvermos a criatividade em nossos alunos, come<;ando na Educa9fio Infantil,
estaremos contribuindo para as seus futuros. Estes serao alunos criticos, de
opini6es, saberao espressar-se e relacionar-se com autras pessoas, resalveraa
problemas ou outras situa~oes de forma diferente, serao CRIATIVOS. Hoje em dia
para se conseguir urn born emprego au sair-se bern na escola e preciso ser
diferente, usar a imaginac;ao, brincar com as situac;6es, fantasiar solu~es, s6 assim,
serao vistas e percebidos nesse mundo gigantesco que e a Brasil, precisamos usar
urgentemente a nossa CRIATIVIDADE.
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