Cientistas dialogam com a escola básica

35
"Cientistas dialogam com a escola básica: ações práticas e reflexões para a divulgação científica” Graciella Watanabe

description

Como os cientistas dialogam com a sociedade? Um exemplo a partir do evento Materclasses Hands On Physics Particles no Brasil.

Transcript of Cientistas dialogam com a escola básica

Page 1: Cientistas dialogam com a escola básica

"Cientistas dialogam com a escola básica: ações práticas e reflexões

para a divulgação científica”

Graciella Watanabe

Page 2: Cientistas dialogam com a escola básica

Apresentação

• Discutir o sentido da comunicação científica;

• Apresentar o evento Masterclass Hands On Physics Particles – CERN – IFUSP;

• Apresentar as concepções dos cientistas sobre o papel do evento;

• Apresentar um novo sentido para a divulgação científica – capital cultural [científico].

Page 3: Cientistas dialogam com a escola básica

Apresentação

• A comunicação científica é um conceito repaginado na contemporaneidade e que passou a englobar diferentes formas de diálogo entre cientistas, público leigo e

aprendizes.

Page 4: Cientistas dialogam com a escola básica

Modelo da estrutura

Page 5: Cientistas dialogam com a escola básica

Modelo reflexivo

Page 6: Cientistas dialogam com a escola básica

Modelo contemporâneo da comunicação científica

BURNS, O'CONNOR & STOCKLMAYER (2003)

Page 7: Cientistas dialogam com a escola básica

Modelo contemporâneo da comunicação científica

• A comunicação científica, por sua vez, se pautaria na analogia AEIOU (BURNS, O'CONNOR,

STOCKLMAYER, 2003) cujo objetivo é abranger todos os instrumentos necessários para pautar a consciência, a compreensão, adquirir literacia e

compreender os aspectos que envolvem a cultura da ciência.

• Awareness of Science; Enjoyment or other affective responses to science; Interest in science: the forming, reforming or confirming of science-related Opinions (or attitudes); and Understanding of science (BURNS, et.al. 2008, p.190)

Page 8: Cientistas dialogam com a escola básica

E a escola básica?

• Os processos de escolarização podem utilizar-se dos meios da comunicação científica

(museus científicos, revistas, feiras de ciências, exposições) para promover o engajamento em

temáticas associadas ou não ao currículo escolar.

Page 9: Cientistas dialogam com a escola básica

Escolas básicas e laboratórios científicos

• No Brasil e no exterior, existe uma nova forma de construir esse debate com as escolas

básicas.

• Produção da ciência

Page 10: Cientistas dialogam com a escola básica

Escolas básicas e laboratórios científicos

• Essas novas formas de abordar os processos de comunicação científica priorizam aspectos formativos associados a educação científica.

Page 11: Cientistas dialogam com a escola básica

Relação cientistas e pesquisadores em ensino

• Desse processo dois aspectos se tornaram relevantes :

1. a colaboração entre cientistas e pesquisadores em ensino

• Uta Bilow (Universidade Technische Universität Dresden)

• Pesquisadores em ensino das instituições USP, UFABC e IFT-Unesp que trabalham com colaboração com físicos de partículas.

Page 12: Cientistas dialogam com a escola básica

Concepções de produção da ciência

• Desse processo dois aspectos se tornaram relevantes :

2. A perspectiva de mudança das concepções de produção da ciência

• Masterclass Hands On Physics Particles

Page 13: Cientistas dialogam com a escola básica

Masterclasses Hands On Physics Particles

Gráfico 1: Evolução dos participantes no Masterclass

(HATZIFOTIADOU, 2013)

Page 14: Cientistas dialogam com a escola básica

Masterclasses Hands On Physics Particles

Data Hora Evento Local

18/03 9hs Abertura do Masterclasses 2014 Auditório Adma Jafet

9hs20 Palestra “Introdução à Física Nuclear e de Partículas” Auditório Adma Jafet

10hs Intervalo

10hs20 Palestra “Os aceleradores de partículas” Auditório Adma Jafet

11hs Visita ao acelerador de partículas Pelletron Laboratório Pelletron

12hs30 Almoço

14hs Palestra “O Laboratório CERN e o LHC” Sala 210 - Ala Central

14hs40 Intervalo

15hs Palestra "O Experimento ALICE do LHC-CERN" Sala 210 - Ala Central

15hs30 Atividade do Masterclasses em grupos Sala 210 - Ala Central

18hs Encerramento do primeiro dia

Data Hora Evento Local

19/03 09hs Discussão sobre os resultados da atividade Sala 210 - Ala Central

10hs Organização dos dados coletados e preparação da

apresentação Sala 210 - Ala Central

11hs Almoço

12hs Videoconferência com CERN Auditório Adma Jafet

14hs Mesa de encerramento: análise sobre o masterclasses Auditório Adma Jafet

Page 15: Cientistas dialogam com a escola básica

Palestras – História da Ciência

Page 16: Cientistas dialogam com a escola básica

Palestras – Física de partículas

Page 17: Cientistas dialogam com a escola básica

Visita ao Pelletron

Page 18: Cientistas dialogam com a escola básica

Exercício

Page 19: Cientistas dialogam com a escola básica

Exercício

Gráfico com dados compilados de um grupo para partículas Lambda e Kao

Page 20: Cientistas dialogam com a escola básica

Exercício

Page 21: Cientistas dialogam com a escola básica

Exercício

Page 22: Cientistas dialogam com a escola básica

Videoconferência

Page 23: Cientistas dialogam com a escola básica

Concepções dos cientistas

Toda essa ideia que é mostrar que existe ciência acho, acho que mais até, mais importante antes do conteúdo específico do Masterclass que é mostrar a

estrutura fundamental da matéria e tudo o mais, tentar ensinar e ter isso no contexto do ensino médio é mostrar pros alunos do ensino médio que é

possível ser cientistas. Que existem cientistas no país, que existe cientistas atuantes e que cientista não é uma peça de ficção, você ser física que ...

principalmente, com a visibilidade que teve os grandes aceleradores, parece essas coisas de ficção científica mesmo, de heróis de filmes e que tal, são coisas que a gente só vê, os alunos só veem em filmes. Não sabem que

podem, que tem gente no Brasil que faz isso. Que é perfeitamente possível.

Page 24: Cientistas dialogam com a escola básica

Concepções dos cientistas

[...] a diferença do Masterclass é este Hands On, essa, essa [hmmmm] essa atividade que os alunos fazem analisando os dados reais ou seja, de onde vem essa coisa que existe no elétron, se você não vê não cheira, não olha, como é que a gente vai acreditar por fé, por que a gente acredita que se o professor fala é verdade? Não, então a gente mostra para os alunos como se chegou,

então, é uma maneira de apresentar essa estrutura previsível aos olhar, mostrar, de início como é feito, fazê-los participar

Page 25: Cientistas dialogam com a escola básica

Concepções dos cientistas

“Não só o conhecimento teórico da matéria mas o conhecimento também de como se processa no nível experimental mesmo esses de descoberta”

“Uma atividade extensionista nesse sentido, você traz as escolas para dentro da universidade e tente levar esse conhecimento que está recluso dentro da

universidade para as escolas da região para as escolas do ensino médio, tentar fazer com que haja esse fluxo de conhecimento para fora dos muros da

escola”

Page 26: Cientistas dialogam com a escola básica

Concepções dos cientistas

Os professores do ensino médio não são cientistas, eles não trabalham sejam no Masterclass ou em qualquer outra área da ciência. É papel dos cientistas dessas áreas entrar em contato para que haja essa conexão entre a realidade

que é mostrada na sala de aula e a realidade dos laboratórios. São os pesquisadores que tem que tomar essa iniciativa de procurar os professores,

então é fundamental uma divisão realmente de tarefa.

Page 27: Cientistas dialogam com a escola básica

Um novo sentido para a divulgação científica?

Page 28: Cientistas dialogam com a escola básica

Um novo sentido para a divulgação científica?

• Referência ao "3º homem". • Segundo Jacobi & Schiele (1988) reconhecia que

o saber científico tinha um caminho de difusão que trilhava das classes superiores para as classes mais baixas. O embrião dessa dissociação estava caracterizado pelo conhecimento científico (das

classes altas) e o conhecimento comum (das classes baixas).

• Havia uma leitura sociológica do conhecimento científico onde essa dissociação bachelardiana ganharia um status de diferenciação de classes.

Page 29: Cientistas dialogam com a escola básica

Um novo sentido para a divulgação científica?

• Para Jacobi e Schiele (1988) essas dissociações faziam parte das marcas das relações sociais

de apropriação dos saberes. Para os divulgadores o sentido de seu trabalho era ser o elo entre esses dois mundos e romper com os problemas que cerceavam o paradigma do

3º homem, o divulgador.

Page 30: Cientistas dialogam com a escola básica

Um novo sentido para a divulgação científica?

• Assim como a sociedade criou sujeitos que não possui interesse em fazer uma ginástica intelectual para

entender sobre ciência e que estão preocupados nos prazeres mais imediatos; e no consumo dos objetos em

detrimento do saber de sua produção, o 3º homem seria o representante da difícil tarefa de levar cultura científica nesse ambiente embebido de "alienação cultural". Seria um artesão do diálogo entre criador

(cientistas) e o consumidor (público), ou seja, o remediador do mal da cultura. Esse 3º homem seria,

portanto, o divulgador técnico e social que repousa no postulado do ofício do "tradutor da ciência" (JACOBI &

SCHIELE, 1988).

Page 31: Cientistas dialogam com a escola básica

Um novo sentido para a divulgação científica?

• Na análise desses autores essa concepção naufraga, pois o contato com a cultura

(definida como legítima) não corresponde a uma interiorização, mas a uma disposição de

classe (BOURDIEU & DARBEL, 1969 apud JACOBI & SCHIELE, 1988). A tradução da ciência se mostra uma impossibilidade

fundada nas estruturas sociais e na desigualdade de distribuição do capital

cultural.

Page 32: Cientistas dialogam com a escola básica

Considerações finais

• A divulgação científica como forma de apresentar a ciência não dá mais conta das

demandas dos alunos;

• Escola precisa de parcerias e ações complementares provindas da comunicação

científica;

• É preciso respeitar as desigualdades sociais do novo público;

Page 33: Cientistas dialogam com a escola básica

Considerações finais

• Os cientistas e os pesquisadores em ensino estão buscando superar esses problemas com

trabalhos de cooperação;

• O conhecimento é a estrutura da comunicação científica e não objetivo;

• O objetivo é a aquisição do capital cultural (estado incorporado e institucionalizado).

Page 34: Cientistas dialogam com a escola básica

Masterclass 2013

Page 35: Cientistas dialogam com a escola básica

Obrigado!

[email protected]

Site: http://www.physicsmasterclasses.org/

http://griper.if.usp.br/masterclasses2014