Ciência, Tecnologia e Sociedade Novembro 2000 Reflexões sobre a UNIVERSIDADE para a Sociedade do...
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Ciência, Tecnologia e SociedadeNovembro 2000
Reflexões sobre a UNIVERSIDADE para a Sociedade do Conhecimento em Portugal:
perspectivas para o desenvolvimento institucional
porManuel Heitor
Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e PolÍticas de Desenvolvimento, IN+
http://in3.dem.ist.utl.pt/
Instituto Superior Técnico
Universidade Técnica de Lisboa
•Analisar e discutir estratégias de desenvolvimento institucional da UNIVERSIDADE portuguesa, no actual contexto socio-económico
OBJECTIVOS
CONTEÚDO
1 AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM PORTUGAL: Desafios
2 O CONTEXTO DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO Conhecimento, Inovação e Desenvolvimento Inclusivo
3 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
4 A CONCLUIR: relacionamento Sociedade / Estado
UNIVERSIDADE: UMA INSTITUIÇÃO SINGULAR
• Das 85 instituições que subsistiram desde 1520 até ao fim do século XX, 70 são universidades.
• Uma instituição orientada para a criação e transmissão de conhecimento.
• Elevado grau de autonomia, não só da universidade em relação ao exterior, mas também de cada académico.
• Estrutura fragmentada em disciplinas científicas.
Os Últimos 30 Anos em Portugal
1 Os Números
Anos 60: 30 mil alunos
4 universidades públicas em Lisboa, Porto e Coimbra
Hoje: 340 mil alunos
14 universidades públicas, mais de 10 privadas
vários institutos politécnicos espalhados pelo país
2 Os Pontos de Viragem da Política para o Ensino Superior Criação de novas universidades públicas em 1973
Lei da Autonomia Universitária em 1988
Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo em 1991
Regra de Financiamento em 1993
Lei de Financiamento de 1996
Outras Instituições de Ensino
• Concorrência crescente
• Maior flexibilidade no ensino• Melhores instalações
Estudantes
• Evolução na carreira• Financiamento para I&D ´e ensino
Docentes
• Maior reconhecimento• Melhor formação
Funcionários
• Financiamento limitado• Legislação
Governo
• Educação mais realista e aplicada
Empregadores
• Reputação assegurada
Ex-Alunos
Enquadramento: OS TIPOS DE PRESSÃO
• Soluções de curto prazo• fundos limitados
“Sponsors”
UNIVERSIDADE
Os Desafios para a UNIVERSIDADE...
• AS LIGAÇÕES À SOCIEDADE:
- aprendizagem ao longo da vida
- processos de aprendizagem informais
• A REFORMA INSTITUCIONAL: - a necessidade de preservar a “integridade institucional” - os papeis estruturais de “ensino” e “investigação”
• O DESAFIO DA EXCELÊNCIA:
- a necessidade de diversidade ?
- a emergência de novas ideias e da multidisciplinariedade
CONTEÚDO
1 AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM PORTUGAL: Desafios
2 O CONTEXTO DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO Conhecimento, Inovação e Desenvolvimento Inclusivo
3 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
4 A CONCLUIR: relacionamento Sociedade / Estado
A DINÂMICA DA ECONOMIA BASEADA NOCONHECIMENTO
Mudança Tecnológica(TIC’s)
Mudança Tecnológica(TIC’s)
Globalização daInovação e dos
mercados
Globalização daInovação e dos
mercados
Intensificação da competição e aceleração do processo de difusão de tecnologia
Intensificação da competição e aceleração do processo de difusão de tecnologia
Redução dos custos de comunicação, promovendo a globalização da produção e dos mercados financeiros
Redução dos custos de comunicação, promovendo a globalização da produção e dos mercados financeiros
NovasTecnologias
TecnologiasExistentes
2000 2010
Educação/ formaçãoadquirida ao longo dos últimos 10 anos
2000 2010
Educação/ formaçãoadquirida há mais de 10 anos
2010: 80% da tecnologia tem menos de 10 anos, enquanto que 80% da força de trabalhoadquiriu as suas qualificações há mais de 10 anos
o gap de competênciaso gap de competências
“THE RESEARCH UNIVERSITY”Os Obstáculos - 1
“The Fragmentation Forces” de Clark (1995)
Massificação do ensino superior
Crescente procura de peritos profissionais com competências específicas
Crescente diferença entre a fronteira do conhecimento (“leading-edge”) e o conhecimento codificado
Crescente dependência da origem do financiamento
Público: recursos limitados e sujeitos a pressões políticas
Privado (empresas): I&D como fonte de desenvolvimento tecnológico a curto prazo
A Tendência: um processo de “convergência institucional”
O Resultado: as universidades hoje em dia, não obstante o seu grande patrimonio histórico, são instituicões relativamente novas...
… com um conjunto complicado de incentivos estruturais e características organizacionais (Rosenberg & Nelson, 1996)
A Ameaça: Integridade Institucional
A Análise: um modelo “standard”, linear tem sido implícito na maior parte dos estudos
Sobre a promoção da UNIVERSIDADE NA SOCIEDADE...
ao nivel institucional...
ao nivel social e económico...
Estrutura da Economia do Conhecimento
Agricultura
Indústria
Serviços
Agricultura
Indústria
Serviços
EraIndustrial
Era doConhecimento I- Recessão
II- Crescimento
Tecnologia substitui emprego
Economia sem empregos
Deficit de procura
Tecnologia cria novasindústrias e novas
oportunidades
Economia de empreendedores
Criação de Valor
CRESCIMENTO
ECONÓMICO
APRENDIZAGEMINVESTIGAÇÃO
Romer (1990) e
Grossman eHelpman (1991)
Arrow (1962)Romer (1986)
“BY-DOING”“BY-DOING”
Lucas (1988)EDUCAÇÃO
AS NOVAS TEORIAS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO
• A capacidade de aprendizagem é o aspecto crítico para o crescimento económico, e está associado
à capacidade de assimilação e de transformação do conchecimento.
• “A aprendizagem tem a ver com a criação de novas competências e o estabelecimento de novas
capacidades e não é apenas com o acesso a informação”, Lundvall (1997).
Conhecimento e Aprendizagem
•WB, 1998: “Knowledge for Development”
Skilled peopleKnowledge institutionsKnowledge networksInformation infrastructures … para o desenvolvimento humano sustentável
•UNESCO, 1998: O Ensino/Aprendizagem para o Sec. XXIAprender a serAprender a conhecerAprender a fazerAprender a viver junto … para a sociedade de aprendizagem
O QUE ENSINAR
COMO ENSINAR
O Conhecimento Inclusivo
CONHECIMENTO
ESTÁTICO
EDUCAÇÃO INICIALPARA A VIDA
AONDE APRENDER
QUANDO APRENDER
APRENDIZAGEM FLEXÍVELAO LONGO DA VIDA
CONHECIMENTO
INCLUSIVO
“Approach” Clássico “Approach” Moderno
A Eficiência do Processo de Aprendizagem
• “Wetware” e “Software” são complementares e a sua
interacção está no centro do processo de aprendizagem
ao nível individual e institucional
• A atitude na Escola:
- A interacção Ensino-Investigação
- A importância dos processos informais
O PROFESSOR COMO EMPREENDEDOR SOCIAL, CRIANDO CAPITAL SOCIAL
Como Estruturar as Bases do Ensino ?
Um novo triangulo de aprendizagem:
Académica
Vocacional Experimental
1. ‘know-what’: Factos (informação)2. ‘know-why’: Princípios e leis3. ‘know-how’: Capacidades4. ‘know-who’: Envolve a capacidade d de estabelecer relações com grupos
Fonte: Lundvall & Johnson (1994)
Um novo conhecimento:
• 1. A relação entre globalização e a procura de raizes locais “glocalização”
• 2. A coesão social, o desenvolvimento inclusivo e a democracia alargada
• 3. A transição entre o crescimento económico desequilibrado e o desenvolvimento humano sustentável
…Qual o papel do Estado, da Educação e das Universidades?
…garantir a diversidade!
Os Processos de Aprendizagem para Y2K+
Principais Questões:
I&D universitária …… na sociedade do conhecimento
CENTROS DE RESULTADOSCENTROS DE RESULTADOS
…compreender as sub-funções da investigação:
- I&D: desenvolvimento
- I&E: ensino
- I&A: aprendizagemA estratégia:
Ser selectivo em I&D e I&E, mas abrangente em I&A
…compreender as sub-funções da investigação:
- I&D: desenvolvimento
- I&E: ensino
- I&A: aprendizagemA estratégia:
Ser selectivo em I&D e I&E, mas abrangente em I&A
I&D universitária e os Estudantes:das Funções, …ao Potencial
atitude reactivaatitude reactiva
aprenderaprender
Adquirir mais conhecimentosAdquirir mais
conhecimentos
apreenderapreender
Participar em actividades que
permitam desenvolver novas capacidades
Participar em actividades que
permitam desenvolver novas capacidades
empreenderempreender
Utilizar potencial criativo e de iniciativa
Utilizar potencial criativo e de iniciativa
Spinoffs de tecnologiaSpinoffs de tecnologia
Competências individuaisCompetências individuais
UNIDADES DE CUSTOUNIDADES DE CUSTO
atitude pro-activaatitude pro-activa
Capacidades (de equipa)Capacidades (de equipa)
CENTROS DE RESULTADOSCENTROS DE RESULTADOS
PROCESSO DE VALORIZAÇÃOPROCESSO DE VALORIZAÇÃO
TIC´s e Aprendizagem Flexível - 2
Qual o tipo do impacto para a universidade?
• da “autonomia institucional” para a “autonomia do Aluno”!…• a educação ao longo da vida...
Exemplo da Implementação no Reino Unido:
•“Learning Accounts”
•“University for Industry”
CONTEÚDO
1 AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM PORTUGAL: Desafios
2 O CONTEXTO DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO Conhecimento, Inovação e Desenvolvimento Inclusivo
3 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
4 A CONCLUIR: relacionamento Sociedade / Estado
MODELOS DE ORGANIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
PORTUGUESASForma de legitimação da AutoridadeConsenso Interno
Nomeação Externa
Grau de Descentralização Orgânica
Universidade Integrada
Universidade Federativa
Sistema de Coordenação das Actividades:
Departamentos Sistema Matricial
PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO
Estabelecer um modelo de organização e gestão para as universidades que possibilite:
• maximizar o benefício social da actividade universitária
• preservar a integridade institucional das universidades
A EVOLUÇÃO DA ANÁLISEA EVOLUÇÃO DA ANÁLISE
MODELOS ORGANIZACIONAISMODELOS ORGANIZACIONAIS
A TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL DA UNIVERSIDADE
Nos últimos 40 anos tem existido um movimento no sentido de uma maior complexidade e de uma forte instabilidade da envolvente da universidade.
Este movimento tornou-se mais acentuado nas últimas duas décadas e aponta para uma renovação organizacional da Universidade.
Fonte: Conceição et al. (1998). “Novas Ideias para a Universidade”; Santos (1997)
ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS DA UNIVERSIDADE
• a comunidade científica• processos de criação de conhecimento
• autonomia universitária• avaliação da eficácia• estratégia e liderança
• organização académica• funcionamento das actividades de suporte• características das actividades de ensino• características das actividades de investigação• governo das universidades• afectação de recursos• gestão dos activos intangíveis
Psicossocial
Objectivos e Valores
Estrutural
Técnico
Gestão
MODELO DE ANÁLISE DA UNIVERSIDADE
• 1º Princípio da Estrutura de Base Disciplinar
• 2º Princípio da Organização por Actividades
• 3º Princípio da Ligação à Sociedade
• 4º Princípio da Diferenciação Organizativa do Ensino e da Investigação
• 5º Princípio da Coordenação e Participação na Organização do ensino
• 6º Princípio da Descentralização Organizativa na Investigação
• 7º Princípio da Administração Profissional
SETE PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO PARA A UNIVERSIDADE
Fonte: Conceição et al. (1998), “Novas Ideias para a Universidade”
MODELO ORGANIZACIONAL PARA A UNIVERSIDADE
Fonte: Conceição et al. (1998), “ Novas Ideias para a Universidade”
• 1º Princípio do Desenvolvimento dos Recursos Docentes
• 2º Princípio da Flexibilidade Organizativa
• 3º Princípio da Estratégia Emergente
• 4º Princípio da Avaliação pelos Resultados
• 5º Princípio do Financimanro às Actividades
• 6º Princípio da Gestão das Actividades de Ensino
• 7º Princípio da Autoridade pelo Conhecimento
PRINCÍPIOS DE GESTÃO PARA A UNIVERSIDADE
Fonte: Conceição et al. (1998), “ Novas Ideias para a Universidade”
ESTILOS DE GESTÃO EEXERCÍCIO DO PODER
Fonte: Conceição et al. (1998), “ Novas Ideias para a Universidade”
APLICABILIDADE DO MODELO AO SISTEMA UNIVERSITÁRIO PORTUGUÊS
• A Universidade Portuguesa é muito fechada
sobre si própria.
• A diferenciação institucional é fortemente
restringida.
• A principal fonte de autoridade é o poder
corporativo e não o Conhecimento.
• A gestão por actividades é ainda incipiente.
UMA ORIENTAÇÃO PARA AUNIVERSIDADE PORTUGUESA
• quadro jurídico administrativo próprio que coloque as
universidades no âmbito da administração autónoma
do Estado ou do direito privado.
• as universidades devem deixar de ser tuteladas numa
óptica de sistema e passar a ter autonomia
organizacional.
• o conhecimento deve ser colocado em papel de
destaque na gestão da universidade.
Deve ser premiada a diferenciaçao institucional,
associada a uma maior responsabilização e eficácia.
CONTEÚDO
1 AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM PORTUGAL: Desafios
2 O CONTEXTO DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO Conhecimento, Inovação e Desenvolvimento Inclusivo
3 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
4 A CONCLUIR: relacionamento Sociedade / Estado
SOCIEDADE
QUADRO CONCEPTUAL:os elementos de relacionamento com a Universidade
ESTADOSISTEMA DE INOVAÇÃO
UNIVERSIDADE
FINANCIAMENTO e AVALIAÇÃOCRIAÇÃO e DISSEMINAÇÃO de CONHECIMENTO
Relacionamento com o Estado:FINANCIAMENTO e …AVALIAÇÃO
… uma metodologia para o financiamento público das Universidades:
- valorizando as actividades
- afectação de recursos com base em indicadores: - dimensão
- impacto
- função da avaliação : - institucional
- actividades
Modelação do Funcionamento da Universidade
Relacionamento com o Estado:FINANCIAMENTO e …AVALIAÇÃO
OS TERMOS: 1. Ensino …
2. Qualificação dos agentes de ensino
3. Investigação
4. Instalações e equipamento
5. Cooperação internacional
...
MAS QUE CONCEITO? … EFICÁCIA ORGANIZACIONAL
… EFICIENCIA ORGANIZACIONAL
GRAU de SATISFAÇÃO dos CONSTITUINTES INTERNOS e EXTERNOS da UNIVERSIDADE
O CONCEITO: A capacidade de aprendizagem é um factor c critico para o desenvolvimento económico
O DESAFIO:
• promover a valorização e a assimilação do capital humano e intelectual, num contexto favorável à inovação
• alargar o conceito de autonomia universitária, em que conhecimento deve ser colocado em papel de destaque na gestão da universidade.
CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES
DEBATEDEBATE
......