Cidade Medieval Trabalho de Medieval

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 As Cidades Medievais Da Europa Universidade Federal do Rio de Janeiro Aluna: Natalia Mello de Assis Siqueira Professora: Gracilda Alves Disciplina: História Medieval I 2011.1

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As

CidadesMedievais

Da Europa

Universidade Federal do Rio de JaneiroAluna: Natalia Mello de Assis Siqueira

Professora: Gracilda AlvesDisciplina: História Medieval I

2011.1

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Introdução 

O trabalho teve como objetivo a análise de cinco sites a respeito decomo eles abordam o tema:  A  CIDADE MEDIEVAL ocidental. Não

ignoramos o fato de que existiram cidades medievais orientais, mas comoo ponto em foco seria muito grande para se abranger, resolvemosrestringir às cidades medievais ocidentais para a composição de umtrabalho mais bem direcionado.

Não se teve como objetivo julgar o conhecimento dos autoresdos sites, mas sim apontar pontos que poderiam tornar uma pesquisa,feita pela internet, mais completa.

Notamos que cada site escolhido tinha um público-alvo específico ouera dirigido automaticamente para um determinado perfil de pesquisaatravés do linguajar utilizado e o nível de profundidade estabelecido com otema.

Procuramos sempre utilizar todas as informações encontradas demaneira positiva, como informações que podem contribuir (mesmo umaafirmação equivocada) para um tipo de aprofundamento de umadeterminada questão, e tentamos assim esclarecer como a falta de umainformação poderia fazer com que o entendimento que se tem do objetode estudo fosse outro.

De uma maneira geral, exploramos possibilidades de raciocínios.O que mais nos chamou a atenção foi o fato de que em muitos sites, acidade medieval é vista como tal em dois momentos: Após a invasãobárbara e a partir do século X. O que nos deixou um pouco curiosos seria oque de fato ocorria na cidade medieval no intervalo entre esses doismomentos explorados.

Portanto, o trabalho trata da questões como: feudalismo, burguesia eIgreja de uma maneira que tangencie o ponto que foi colocado em foco:  A

CIDADE MEDIEVAL. 

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Conteúdo integral dos sites

Para manter a estética do trabalho, optamos por unificar o tamanhoda letra e seu estilo. Não foi alterada a disposição das informações, ou seja,

todas as informação fornecidas estão na sequência real que aparecem esão disponibilidas nos sites.

Cidade Medieval 

As cidades medievais - de entre os séculos XI e XV - dividem-se em diversascategorias:- as cidades de génese romana, que podem ter sido abandonadas em determinadaépoca e depois reocupadas ou ainda, no declínio do Império Romano do Ocidente,ter decrescido;- as cidades que evoluíram a partir de aldeias;- as que têm na sua base um núcleo militar e que foram aceitando eimplementando o comércio, chamadas normalmente de burgos;- as cidades novas;- e as denominadas cidades bastide, que surgiram no País de Gales, em Inglaterrae em França e se desenvolvem à volta de um castelo.Somente a partir do século X a Europa começou a atingir uma certa estabilidadeeconómica, comercial e política que permitiu o crescimento das cidades que tinhamentrado em declínio após a queda do Império e o desenvolvimento dos burgos,sendo que o século XIII é usualmente considerado como aquele que mais propicioua vida e a evolução da cidade.As tipologias variam de cidade para cidade, pois algumas, sobretudo as que datamdo período romano, correspondem a um planeamento urbano em forma de retícula,enquanto que outras, resultantes de adaptações e evoluções, apresentam umaestrutura muito mais caótica, de crescimento orgânico e descontrolado. Existem,contudo, estruturas coincidentes em quase todas elas, como, por exemplo, asmuralhas, os edifícios e jardins, os circuitos viários, o mercado e a igreja. Asmuralhas, para além de servirem de defesa, funcionavam também como portagemao comércio, e, como eram barreiras físicas ao crescimento urbano, tinham de sersucessivamente criadas novas cinturas, como aconteceu, por exemplo, na cidade

de Florença. As ruas, que começaram a ser pavimentadas e por onde circulavambestas de carga e pessoas, revestiam-se de importância especial por ligarem todosos sítios onde se comerciava, que era praticamente em toda a cidade. Ao lado dasruas cresciam os edifícios, sobretudo em altura e muito juntos, uma vez que oespaço confinante com a via era social e comercialmente valorizado. A praça domercado situava-se normalmente no centro da urbe ou junto à rua principal, eencontrava-se rodeada de edifícios de cota mais ou menos igual, com galerias porbaixo. Esta praça podia ter diversas formas, desde a triangular à oval e à quadrada.Em frente à igreja situava-se igualmente uma praça (por vezes confinante com a domercado), que se revestia de importância particular por ser lá que se reuniam, emconvívio, os fiéis antes e depois da missa, e onde eram também deixados os

cavalos dos não residentes.

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 Como referenciar este artigo:

Cidade Medieval . In Infopédia [Em linha]. Porto: PortoEditora, 2003-2011. [Consult. 2011-05-23].

Quando nas iluminuras medievais consideramos uma cidade vista delonge, ela se apresenta de modo inteiramente diferente da cidade moderna.

A cidade moderna é de contornos imprecisos, irregulares, é como um tumorque se vai estendendo de lá para cá e para acolá, de maneira tal que numa

certa direção ela cresceu muito, e noutra existem ainda parques que vãoquase até o seu centro.

 A cidade medieval nos dáimpressão de uma moeda bemcunhada. Ela está repleta decasas, num recinto delimitado porum muro e realçado por torres. Olimite é definido e claro: paraalém do muro, campo; para

dentro do muro, cidade.O muro é o resplendor dacidade, que tem em torno de siuma coroa feita de muralhas,assegurando-lhe a possibilidadede se defender por si própria e demanter sua autonomia.

Vista assim em seuconjunto, a cidade dá aimpressão de uma caixa detesouros. Porque o que emerge

de dentro dela são coisaspreciosas: as torres das igrejas, as pontas das catedrais com as rosáceas eos vitrais, as torres de um ou outro palácio, etc. Dir-se-ia que entre suastorres havia uma espécie de competição para atingir o céu.

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Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$cidade-medieval

www.catoliscismo.com.br

A cidade Medieval 

As invasões germânicas e a progressiva ruralização doImpério Romano a partir dos séculos IV e V transformaram ocomércio europeu numa atividade econômica secundária emrelação à agricultura. A insegurança e a tendência à auto-suficiência dos domínios senhoriais diminuíram o ritmo e aquantidade das trocas. As antigas cidades romanas quesobreviveram às invasões perderam sua função mercantil emanufatureira e permaneceram apenas com função religiosa desede de bispado, ou política, abrigando a corte de reis e condes.Nessa época de inicio da Idade Media, o comércio era realizadopor mercadores "sirios", designação que incluía todos aquelesprovenientes da parte oriental do antigo Império Romano que iada Grécia ao Egito, incluindo os judeus. Esses mercadores

As ruas não correspondiam muito às idéias do urbanismo moderno.Eram sinuosas, caprichosas, inesperadas, com peculiaridades singulares. Ascasas não tinham numeração.

Nada de anúncios imorais, ou de algo que pudesse ir contra os bonscostumes.

Essas ruelas estão para os quarteirões de nossos dias, quadrados ecortados em ângulo reto, mais ou menos como a caligrafia está para adatilografia: a letra datilográfica é irrepreensível; a letra manuscrita muitasvezes é irregular, e até feia, mas tem a Expressão de uma alma. Essesquadriláteros urbanos, o que exprimem? As almas dos homens sem alma...

N. da Redação: texto sem revisão do autor.

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comercializavam produtos exóticos de luxo, como especiarias,perfumes, tecidos finos, couros trabalhados, papiros azeite,tâmaras e figos.No período carolíngio, surgiram mercadores europeus e cristãosque se dedicavam ao comercio de gêneros agrícolas e Produtos

artesanais como cereais e objetos de madeira e de ferro. Existiamtambém os mercadores, servidores especializados dos reis,condes, bispos e abades que percorriam os domínios comprandoe vendendo a produção excedente e negociando os artigosorientais.O comercio regional na Europa Medieval deu origem aos"portus” localizados ao longo das vias fluviais, utilizadas por serem mais rápidas e seguras que as péssimas e mal-conservadas estradas, e às "feiras", encontros periódicos deprodutores e mercadores realizados numa data fixa a cada ano.

"A feira junto à abadia de Saint Denis realizava-se em outubro,após a vindima'' (Duby). A atividade comercial era vista comdesconfiança, apesar de ser reconhecida como importante enecessária para os reis, os nobres e o povo em geral.A Igreja via o mercador como "um escravo do vicio... um amantedo dinheiro", e portanto, um pecador. Na sociedade feudal, Ariqueza não era para ser aumentada e somente era reconhecidacomo fruto da herança. 0 trabalho deveria ser suficiente paramanter a condição em que cada um nascera. Assim, o lucro sinão era condenável quando fosse "uma retribuição justa pelotrabalho que tinha dado". O comércio estava submetido ao

controle dos soberanos. A legislação carolíngia proibia, porexemplo, todo comercio noturno, com exceção da venda dealimentos. Condes e bispos deveriam estar presentes quando dastrocas de escravos, cavalos, artigos de ouro e prata, a fim deevitar a comercialização de artigos roubados. Os mercadorespagavam impostos em troca da proteção dos reis, que osconsideravam seus vassalos.O comércio medieval persistiu mesmo durante as invasões dosséculos IX e X, quando a pirataria árabe aumentou os riscos dastrocas entre Ocidente e Oriente. Desenvolveu-se largamente apartir do século XI, em função do crescimento demográfico eagrícola da Europa Ocidental contribuindo Para a recuperaçãoeconômica das cidades e para o aumento do numero demercadores, dando origem a uma classe social nova, a burguesia.As cidades italianas se especializaram na comercialização deprodutos orientais de luxo que iam buscar em Bizâncio eAlexandria, para revender na Europa. 0 comercio com os árabestrouxe a prosperidade de Nápoles Bari, Salerno, Amalfi, Gaeta eprincipalmente Gênova e Veneza que se tornaram importantescentros comerciais, manufatureiros e bancários da EuropaMedieval.

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AS CIDADES E A BURGUESIA 

Até o século XI, as cidades medievais estavam reduzidasàs funções religiosas ou administrativas, abrigando apenas aresidência de um bispo ou de um rei. A intensificação da vidaagrícola e comercial no Ocidente estimulou o seu crescimento etrouxe o aparecimento de novos centros urbanos, localizados aolongo das principais rotas comerciais da Itália, da Alemanha, dosPaíses-Baixos e da França. Burgos e Comunas

Nos períodos do ano em que as estradas se tornavamintransitáveis devido à chuva ou à neve, os mercadoresprocuravam parar no cruzamento de grandes rotas em portosfluviais ou marítimos, ou junto a uma antiga cidade ou castelofortificado. Essa permanência logo fazia surgir um bairro mercantilou manufatureiro  – o burgo - ao lado do castelo feudal ou dacatedral. A principio, o burgo era apenas "um emaranhado devielas, cloacas e pocilgas", espremido entre muralhas e portõesque se fechavam à noite.Nele concentravam-se mercadores e artesãos dos diversosofícios, o que incentivava as trocas com as aldeias dos

camponeses visto que os centros urbanos necessitavam dematérias primas e de alimentos. Os burgos, nascidos próximosaos domínios castelos ou catedrais, não tardaram em procurar selibertar do jugo dos senhores feudais, obtendo sua autonomiaatravés da compra da Carta de Franquia, mediante umaindenização paga ao conde ou barão, ou pela guerra.Surgia assim à comuna no inicio baseada em princípios delealdade e igualdade entre seus habitantes, o que estabeleciasensível contraste com a sociedade rural, em que prevalecia arígida hierarquia social entre senhores e servos. As comunas

contavam com milícias próprias e o governo era exercido pelaburguesia, independentemente dos senhores feudais.

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As cidades aumentaram aos poucos sua penetração no campo,incentivando o desbravamento de novas terras de cultivo em tornodelas e atraindo camponeses e artesãos, além de elementos danobreza e de monges fugidos dos mosteiros. Para oscamponeses, a cidade significava a liberdade, pois a servidão não

existia no solo urbano; dai afirmar-se na época que "o ar dascidades liberta".De um simples local de trocas, um mercado, as cidades foramse transformando em centros manufatureiros especializados noartesanato de lã, linho, tapetes, couraças, elmos, vestuário, vitraispara as catedrais, etc. As regiões mais fortemente urbanizadaseram as liga das às grandes rotas comerciais da Europa Medievale localizadas em zonas de grande produção agrícola. As cidadesitalianas, além de desenvolverem o comércio inter nacional deartigos de luxo, criaram uma forte indústria têxtil e naval (trabalhosem madeira para cascos, mastros, velas, cordames), alem daourivesaria, de atividades bancárias e de seguros marítimos. Naregião de Flandres desenvolveu-se um importante centro têxtil,destacando-se as cidades de Gand Bruges Ypres, etc.As corporações de ofício ou guildas Nas cidades, a produção era realizada pelos artesãos que sereuniam em corporações de oficio ou guildas, Em cadacorporação existiam os mestres, os oficiais e os aprendizes dedeterminada profissão, que fabricavam e comercializavam osartigos necessários ao consumo da cidade e das propriedadessenhoriais vizinhas. Cada mestre tinha um numero variável de

aprendizes e o número de mestres guardava certa proporção comas necessidades da comunidade.As corporações de oficio atuavam na defesa de seus membrose através de regulamentos controlavam os preços mínimos emáximos, a venda e a qualidade dos produtos, o número detrabalhadores e o horário de trabalho, impedindo invençõesisoladas, concorrência entre seus membros e produtos de cidadesvizinhas.A burguesia Nas principais cidades da Itália e dos Países-Baixos os mestres

e os mercadores das grandes corporações de oficio ou "artesmaiores (lãs, sedas, peles, remédios) se transformaram numaelite econômica e política - a alta burguesia - que se sobrepunhaaos membros das”artes" menores (chapeleiros, ferreiros,carpinteiros, curtidores ar pequenos negociantes e lojistas) - apequena burguesia - e à massa de trabalhadores urbanosassalariados, sem proteção das corporações de ofício.A alta burguesia se tornou proprietária de companhias decomercio, bancos, lojas, navios, terrenos urbanos, instalaçõesindustriais e de entrepostos para armazenagem de mercadoriasorientais e das demais regiões da Europa dominando um mercado

cada vez mais amplo. Devido ao controle das atividadesbancárias do comércio internacional e da produção de

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determinados artigos essenciais como o alúmem e o sal, essaburguesia acumulou grandes lucros, dando origem ao capitalmercantil. Os empresários e mercadores apoderam-se do governodas cidades, usando-o para adquirir privilégios e fazer leis em seubenefício. Como exemplo, podemos citar as grandes famílias

burguesas que dominaram as cidades italianas, organizadascomo república independentes ou comunas: os Médicis, emFlorença, os Sforza, em Milão, etc.A burguesia das cidades procurou se integrar ao mundo rural efeudal, adquirindo terras e palácios, casando-se com membros daaristocracia, comprando títulos de nobreza, aceitando cargos eparticipando das cortes dos reis, que pouco a pouco foramrecuperando o poder político. A Igreja cristã, que antes do séculoXI via com maus olhos as atividades mercantis e ensinava "serdifícil não pecar quando se tem por profissão comprar e vender"passou a reconhecer a utilidade dos mercadores e banqueiros,tornando-se mais tolerante e aceitando, como legitimo, o direitode lucrar e de cobrar juros devido às dificuldades e riscosenfrentados na profissão.Como todo homem medieval, o burguês estava impregnado deprofunda fé, observando os dias religiosos e participando decerimônias solenes. Na Itália, era comum se destinar parte doslucros de uma sociedade comercial a Deus, com doações emdinheiro para a Igreja e para os pobres, "representantes" de Deusna terra.A burguesia e o alto clero foram responsáveis pelo

embelezamento das cidades, com construção de pontes,monumentos, palácios e catedrais, incentivando e protegendoartistas e literatos. As catedrais góticas, edificadas comopenitência e garantia de salvação da alma, se tornaram símbolo eorgulho da população, local de festas religiosas e ponto deencontro dos cidadãos para suas assembléias. A partir do séculoXI, "graças a sua nova agricultura, à abundância de braços para otrabalho e para a guerra, ao comercio e as suas cidades, aEuropa cristã tornara-se uma comunidade de homens e denegócios, unidos por uma fé vista igualmente com fervor e com opragmatismo necessário para não estorvar os negócios.” (SILVA,-

Francisco C.Teixeira.Sociedade Feudal. São Paulo, Brasiliense,1984, p. 38.)Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.(1989)www.miniweb.com.brAs Cidades medievais

"As cidades medievais eram superlotadas, barulhentas, escuras etinham cheiro de estábulo. Só as ruas mais largas erampavimentadas; as outras eram sujas, com esterco e lama. Na

maioria are apenas vielas estreitas onde não se podia passar comduas mulas sem derrubar os quiosques dos vendeiros ou os

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toldos e tabuletas dos que anunciavam seus serviços.De dia, as ruas ficavam apinhadas de gente: ferreiros, sapateiros,vendedores de tecido, açougueiros, dentistas... Bastava ocomerciante abrir as venezianas de sua casa para transformá-lanuma banca de mercadoria. Ficavam também cheias de animais:

cães, mulas, porcos, cavalos, galinhas... À noite, eram silenciosase muito escuras: não havia iluminação pública. Era comum toquede recolher decretado pelas municipalidades, como prevençãocontra assaltos e assassinatos.Nas cidades medievais ocorriam castrações, enforcamentos eamputações, e a população aglomerava para assistir aosespetáculos de castigo. Muitas vezes os criminosos eramarrastados pelas ruas numa carroça e torturados antes daexecução pública, sob o burburinho e os gritos das multidões.Eram freqüentes, também, os incêndios. As casa, de três ou

quatro andares, eram construídas de materiais inflamáveis:paredes de madeira e galhos e tetos de palha ou junco, queardiam em poucos minutos. Se por um lado os incêndios geravamprejuízos para os moradores, por outro era benéfico, poisamenizava as condições de sujeira que provocavam as doenças.Apesar de existirem hábitos de higiene pessoal, como o costumede freqüentar os banhos públicos, preservados desde a época deRoma, só os ricos tinham as suas próprias latrinas e fossas. Amaioria da população jogava seus excrementos em esgotos ouem pilhas de detritos a céu aberto, tornando as vielas imundas, omau cheiro insuportável e as águas de abastecimento da cidade

poluídas.A canalização da água não era recomendada pelas oficialidades,que temiam a desvantagem de tornar as cidades vulneráveis asabotagens de exécitos inimigos. Só em 1236, Londres começoua trazer água para a cidade em aquedutos.Uma das soluções adotadas para reduzir a sujeira foi apavimentação das ruas. Paris, em 1185, foi a primeira cidade a tersuas ruas calçadas com pedras.Mais ainda do que os excrementos humanos e a água suja, amaior maldição das cidades medievais era a pulga, o parasita do

rato negro. As epidemias eram freqüentes e, de 1348 a 1349, aspulgas espalharam a peste bubônica, conhecida como a pestenegra, provocando milhões de mortes."(Clark, Peter. O Ocidente renasce. In: Evolução das cidades. Riode Janeiro, Abril Livros/ Editora de Time-Life, 1993, p.98-102(texto adaptado))

Postado por felipelp3 às 04:10

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Idade Média e Renascimento

Mapa de Haarlem, nos PaísesBaixos, em 1550. A cidade está completamente cercada por umamuralha e um canal defensivo.

Durante a antiguidade, várias das cidades do vasto Império Romano tinhammais de 50 mil habitantes. As maiores chegavam a ter mais do que 350 milhabitantes, como Roma,  Éfeso e Alexandria, bem como Cartago após serreconstruída pelos romanos. Em 286, o Império Romano foi dividido em dois.

O Império Romano do Ocidente, cuja capital era Roma, logo passou a sofrerconstantes ataques dos bárbaros. Estes bárbaros atacaram várias cidadesromanas. Lentamente, várias tribos bárbaras ocuparam áreas anteriormenteocupadas pelos romanos, fragmentando o império. Tais tribos bárbaras eramprimariamente guerreiros, fazendeiros e caçadores, e tinham pouco interesseno comércio. Eventualmente, o Império Romano do Ocidente acabaria em476, período na qual a Idade Média têm início.O intenso medo gerado pelas invasões bárbaras, o colapso comercial e areduzida produtividade agrícola por parte da população urbana do ImpérioRomano do Ocidente fez com que a vasta maioria dos habitantes destas

áreas urbanas na Europa gradualmente migrassem para o campo, maisexatamente em direção aos feudos, que ofereciam proteção. Invasõesbárbaras e islâmicas posteriores continuaram a afetar o comércio entre áreasrurais e urbanas. Devido a estes fatores, entre o século III e o século X, apopulação das cidades européias gradualmente caiu.[3] O comércio entrecidades caiu drasticamente, para somente crescer após o século X, épocaonde a população das cidades voltou a crescer, embora lentamente.[3]Enquanto isto, a população das cidades do Império Romano do Oriente, bemcomo várias cidades na China, no Japão e no Oriente Médio, continuou a semanter.[editar] Organização

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As cidades européias da Idade Média mudaram muito em relação às cidadesdo Império Romano da antiguidade. Eram geralmente muito menores que ascidades romanas, não possuíndo mais do que 1 km². A população destascidades também era muito pequena. Na média, uma cidade medieval típicatinha entre 250 a 500 habitantes. A população de Roma havia caído de um

milhão para meros 40 mil habitantes no final do século V. Mesmo as maiorese mais importantes cidades da época geralmente não possuíam mais do que50 mil habitantes, até o século X.A partir do século X, várias aglomerações urbanas fortificadas foram criadas -por meio da construção de muralhas em torno de cidades já existentes ounovas aglomerações em si. A maioria da população urbana europeia viveriadentro de muralhas até o século XV.[3] Avanços na tecnologia militar -especialmente canhões - tornaram muralhas obsoletas. Em várias cidades,muralhas e/ou bairros possuindo passagens estreitas foram demolidas paradar lugar à boulevards   espaçosos, processo que começou em Paris.[4] Aacumulação de fundos financeiros pela elite também possibilitou a criação degrandiosos palácios e outras estruturas em várias cidades.[4]A maior cidade do continente durante as primeiras décadas da Idade Médiafoi Veneza, com seus 70 mil habitantes, que cresceram para os 100 mil em1200.  Paris, então, já ultrapassara Veneza, tendo alcançado os 150 milhabitantes. Londres tornaria-se a maior cidade européia no Renascimento.Em 1500, cerca de 12 cidades na Europa possuiam mais de 50 milhabitantes.[4] Em outros continentes, algumas cidades eram maiores.Hangzhou e Shangzhou, ambos na atual China, tinham respectivamente 320e 250 mil habitantes. Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, tinha umapopulação estimada entre 60 a 130 mil habitantes distribuidos em 8 km², em

1500. Nas cidades da Europa Ocidental, a Igreja Católica Romana teve grandeinfluência na arquitetura e organização destas áreas urbanas. Estas cidadesdispunham de uma igreja - que era geralmente a estrutura mais alta e cara dacidade, construída sob os padrões do estilo gótico - no centro da cidade.Edifícios governamentais e as casas da elite localizavam-se próximos à igreja,e a classe pobre, próximos às muralhas.Como em cidades da antiguidade, geralmente, o lixo era despejadodiretamente na rua. Por causa disso, e também por causa da alta densidadepopulacional, ora ou meia grandes epidemias mataram uma grandequantidade de pessoas. A peste negra exterminou cerca de 40% dapopulação de Constantinopla e 25 milhões de pessoas em toda Europa. Entreo século XIV e o século XIX, a peste negra matou mais de 350 milhões depessoas na Europa e na Ásia, a maioria, moradores urbanos.As muralhas das cidades limitavam o espaço das cidades medievais. Prédiosde três a seis andares passaram a ser construídos para resolver o problemada falta de espaço. Quando a população da cidade crescia, a alta densidadepopulacional tornava-se um grave problema nestas cidaes. Algumas cidadesresolveram este problema por meio da expansão das muralhas - viademolição e reconstrução. Outras simplesmente deixavam as muralhas de pée construíam novas cidades nas proximidades.

As grandes cidades da Europa Ocidental como Veneza,  Florença,  Paris eLondres atraíam pessoas de várias etnias. Estas pessoas instalavam-se

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geralmente em um bairro povoado majoritamente por pessoas do mesmogrupo étnico. Vários destes bairros eram cidades em miniatura, com seuspróprios mercados, reservatórios de água e igrejas ou sinagogas. Isto limitouconflitos entre pessoas de diferentes etnias e religiões, porém, tambémlimitando a difusão cultural. Alguns bairros, chamados de guetos, eram

usados para abrigar pessoas consideradas indesejáveis, tais como  judeus, por exemplo.A população das cidades da Europa Ocidental passou a crescer após oséculo X. Ao mesmo tempo, o Império Romano do Oriente, ou ImpérioBizantino, foi gradualmente sendo conquistado pelo Império Otomano. Em1457, a capital do Império Bizantino, Constantinopla, foi conquistada pelosotomanos. A população de importantes cidades bizantinas comoConstantinopla, Atenas e Tessalónica cairia gradualmente nos próximosséculos.[editar] 

Administração

Pintura de Paris de 1493. 

Na Europa Ocidental, o feudalismo desenvolveu-se ao longo dos primeirosséculos da Idade Média. Reinos continuaram a existir, porém, estes estavamdivididos em várias secções chamadas de feudos. As cidades continuaram afazer parte de um dado país, mas o Rei deste reino tinha o controle apenassobre as áreas que eram de sua propriedade, e não sobre seu reino. Istoefetivamente diminuiu muito o poder destes chefes de estado. Uma dadacidade era de facto  governada pelo dono - um senhor ou um um bispo,membro da Igreja Católica - do feudo onde a cidade estava localizada.No século XI, com o crescimento populacional e do comércio, a burguesia emcrescimento destas cidades começou a ressentir o forte controle dossenhores feudais nas cidades. Em várias cidades, a buguesia lutou contra ossenhores feudais pelo direito da administração da cidade. Em algumas, estaslutas foram bem-sucedidas - especialmente na Península Itálica. Em Milão, Florença e Veneza, os cidadãos - homens não-estrangeiros - podiam votar naescolha de cônsules, que governavam a cidade. Estes tipos de eleições

espalharam-se pela Europa Ocidental, especialmente na atual França. Ascidades continuaram a possuir um alto grau de independência, e cidadãos

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criavam leis e apontavam seus oficiais. Por fim, durante o século XIV e oséculo XV, os governos dos reinos da Europa Ocidental passaram agradualmente a se solidificar em torno do chefe de estado, o Rei. A autonomiadestas cidades declinou, e mesmo a importância de grandes cidades-estadoscomo Veneza, Gênova e Lübeck, caiu drasticamente.

No Oriente e em civilizações avançadas na América, o governo de impérios ereinos na maioria dos casos era centralizado nas mãos de um Imperador ouRei. Estes geralmente escolhiam os administradores das cidades. Exceçõesincluem Sakai, uma cidade  japonesa que desfrutou de um alto grau deautonomia durante o fim da Idade Média.

[editar] 

Economia

Na Europa, o sistema econômico de feudalismo dividiu a terra entre váriossenhores feudais, onde os vassalos trabalhavam, em troca de proteção. Este

sistema entrou em decadência no século X. Vários destes vassalos migraramentão para as cidades, com alguns tornando-se artesãos ou mercantes, eoutros fazendeiros em terras próximas à cidade, e vendendo seus produtosdiretamente no mercado da cidade. O crescimento do comércio entre ascidades e a migração de pessoas do campo para a cidade foram duasimportantes razões que contribuíram para o crescimento populacional dascidades após o século X.Artesãos, auxiliados por avanços tecnológicos e pela invenção de novosprodutos como pólvora,  barril e relógios, por exemplo, conseguiam criar evender cada vez mais produtos em um dado espaço de tempo. Os mercantes,auxiliados pela estimulação do comércio inter-urbano, também prosperaram.

Tanto artesões quanto mercantes formaram uma nova classe econômica - aclasse média. Porém, ainda assim a maioria da população das cidades viviamna pobreza, trabalhando muito e ganhando pouco, morando em casas super-lotadas e em péssimas condições sanitárias

www.wikipedia.org

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 Sobre os sites

Nota-se que os cinco sites escolhidos são dirigidos a públicos

diferentes.O primeiro (www.infopedia.pt), é um site português, possuiuma característica mais sintética a respeito dos aspectos de umacidade medieval. Inicialmente começa falando a respeito de tipos decidades medievais, mas não se aprofunda, e já fala de suascaracterísticas física. Esse site estaria dirigido àquelas pessoas que sódesejariam ter uma pequena noção do funcionamento de uma cidademedieval.

O segundo (www.catolicismo.com.br) site é interessante, por

isso a escolha dele aqui. É um site católico, que vê na Idade Medieval,a Glória da Igreja. Quando na maioria das vezes se ouve coisasnegativas a respeito da cidade medieval como sendo uma cidade suja,insalubre, onde as pessoas não possuem nenhum tipo de hábitos ounoção de higiene, o site fala de uma cidade medieval perfeita estéticae intelectualmente . O site fala, de maneira até poética, de uma cidademedieval em que se constrói tesouros como as igrejas. Comparausando muito juízo de valor a cidade medieval e a moderna.

Já no terceiro site(www.miniweb.com.br), fica evidente que os

elaboradores do texto possuem sim uma grande noção dehistoriografia da Idade Média. É bem elaborado, organizado, dividoem tópico o que o torna de certa forma Didático. É dirigido a umpúblico que busca informações mais profundas e detalhadas arespeito da cidade medieval e da burguesia. Possui também umcaracter sintético, uma vez que não dá conta de aspectos particularese mais profundos de outras cidades medievais.

O quarto site(historiageraledobrasil.blogspot.com), talvez seja oque menos tenha se preocupado em descrever ou analisar aspectos da

economia , administração e vida do homem medieval. É um sitedirigido ao público do ensino fundamental. Se limita em descrever oambiente da cidade, características físicas, mas não dá importância aopapel da cidade no mundo medieval. Acaba se tratando de umaabordagem mais teatral (ao estilo de um jogo de RPG) do quehistoriográfica. Como um velho livro de história, o quarto site acabaesculpindo uma Idade Média em que só o caótico, negativo éevidenciado.

Por úlimo, o quinto site(www.wikipedia.org), já possui uma

complexidade muito maior. É um site que recebe vários tipos decontribuições para ser formado, muitas fontes, várias possibilidades

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de definição. É um site de pesquisa acadêmica. É uma pesquisa muitocompleta. Mas nem sempre a pessoa que contribui pode ser umespecialista, em seus termos eles dizem que não se responsabilizampela verassidade ou autenticidade das informações fornecidas.

Basicamente, quem posta, quem contribui com o site, são pessoas quesabem aquilo que escrevem, e que no nosso caso possui uma grandebase sobre a historiografia da Idade Média.

Em todos os sites que usaram figuras para ilustrar a cidademedival, nota-se que as, muralhas, o Castelo e a Igreja Gótica (Torresde preferência) são os símbolos mais usados para caracterizar esseperíodo histórico. Quanto a formatação, nenhum dos sites escolhidosapresentam qualquer tipo de item que faça com que a atenção doleitor seja desviada. Todas as letras possuem um tamanho que pode

ser considaderado bom para o prosseguimento da leitura.

 Análise sobre os conteúdos

No primeiro, terceiro e quinto sites percebe-se um tipo deconhecimento prévio do assunto. Mas o que foge a todos e que seriaimportante citar é a posição em que a cidade está em determinadas“conjunturas”. Todos os sites descrevem a cidade medieval com

características imutáveis, como se naquele período ela semprepossuísse tais aspectos e que com o simples passar de anos e comajustes de marcos, as cidades medievais passassem a ser modernas.

Fala-se de crescimento das cidades, mas não de seus momentos,de seus estados. Tratam da cidade medieval como uma “instituição”

que sempre foi de uma maneira e que nunca teria acontecidomudanças. Relatam a existência de cidades romanas, que estariam emum passado, mudanças entre crescimentos populacionais, populaçõespobres, mas sempre afirma-se que o crescimento da cidade se dá a

partir do século X. O que é interessante a se pensar é: o que era acidade medieval nos séculos VI, VII, VIII e IX?Um ponto importante para se entender a Idade Média,e por

conseqüência o que é a cidade medieval, é do que ela é resultado.Segundo Le Goff, e nós concordamos, a Idade Média seria o resultadoda lenta fusão do mundo romano e do mundo bárbaro. Mundos essesque estariam em transformação.

Somente o terceiro e quinto sites relatam as invasões bárbaras.Não citam ( com excessão do quinto site), que é a partir dessas

invasões que a sociedade romana sofre um tipo de colapso iniciado noséculo III quando o comércio entre províncias declinou; quando a

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produção agrícola destinada a exportação se restringia a sua área decirculação se deteriorou; dessa maneira, as áreas rurais foramabandonadas, já que a população urbana se alimentava de produtosvindos de fora. Quando as cidades já não fazem mais parte das rotas

comerciais, a população precisa se refugiar perto de áreas deprodução. Assim, os ricos vão para as suas terras e os pobres para odomínios dos ricos. Assim, “aqui ainda as invasões bárbaras, aodesoganizar a rede econômica, ao deslocar as rotas comerciais,precipitam a ruralização das populações – mas não a cria” (Le Goff). Início do feudalismo. Pode-se identificar aqui um traço característicoda sociedade medieval, a servidão das massas aos grandesproprietários.

Não se analisa, em nenhum dos sites que tipo de conseqüência

da invasão dos bárbaros para o “novo” mundo que se segue. De umamaneira, é de se concordar que tal invasão culminou na perda de leise regras já haviam sido estabelecidas durante o Império Romano,representado por uma “regressão da administração e da majestade degoverno”. 

Segundo Marc Bloch em “A Sociedade feudal”, as invasões

bárbaras não pouparam nem as cidades. Podemos pensar então quenesse intervalo, que muitos sites e até mesmo autores consagradosnão citam, as cidades estavam enfraquecidas e nesse momento

estavam se reerguendo. Devido a conjuntura que foi exposta noparágrafo anterios, mesmo que os muros das cidades tenhamresistido, elas sofriam a fome, pois o alimento simplesmente nãochegava.

Torna-se uma verdade que não se pode negar que quando osseres humanos se encontram em estado de perigo, eles tendem a seagrupar para viver; assim, não é estranho se pensar que no períodoentre as primeiras invasões e o século X a população medieval daEuropa Ocidental tenha vivido em grupos dispersos, que dessa

maneira dificultava a comunicação entre eles. Dessa maneira, todomercador era um vendedor ambulante. O caracter internacional ( ofato da Igreja ter escolhido o latim como língua comum por exemplo)fez com que lugares que eram atingidos pela reforma, fosse pontos deatração de monges de todas as partes. O que transforma a Igreja emum “veículo” de divulgações de informação por toda a Europa. Já queo único serviço feudal de transportes de cartas que funcionourazoavelmente regular foi o que unia Veneza a Constantinopla.

O que muitos deixam de citar também, é o papel da Igreja.

Mesmo ela saiu devastada das invasões bárbaras. Mas de algumaforma essa invasão foi vista como feita por aqueles que são Pagãos.

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Encontra-se em muitos livros litúgicos a expressão do estado deespírito que tais pessoas estavam; um estado de perpétuo alerta,angustia.

A Igreja católica começa, a não somente se ocupar da parte

espiritual do homem, mas também acabam se agregando um papelpolítico. A partir de seu surgimento até então, a Igreja contribui parao aumento do custo da moeda assim para uma “esterilização” da vidaeconômica através de doações que lhe são encaminhadas. OsMosteiros acabam sendo o grande centro de civilização da Alta IdadeMédia, fazendo com que os valores cristãos penetrassem no mundocamponês , até então pouco toado pela nova religião, mundo esse queé essencial da sociedade medieval.

A partir de dada época carolíngia, o homem dependerá cada vez

mais de seu senhor, pois a base do poder será a posse da terra e ofundamento será a fé. Aqui fica claro a expansão exercida por umtempo que agora é cristão.

Um ponto interessante a ser explorado é qual era a atitude dohomem medieval em relação ao tempo. O tempo social para o homemmedieval era antes de tudo um tempo agrícola, pois em um mundo emque toda a população vivia dependente da terra a primeira referênciacronológica era a rural. Mas o tempo rural é um tempo natural: o dia,a noite e as estações. Ou seja, o tempo de plantar, esperar

crescer,colher e outra vez, plantar.No entanto, o tempo medieval era principalmente um temporeligiosos e clerical, um tempo que é ritmado pelos sinos. Porém que oque é superior a todos os tempos é o tempo natural. Um exemplodisso é o Natal que foi fixado no lugar da Festa do Sol por ocasião dosolstício. No nosso caso aqui é importante refletir sobre o tempo poisfoi pelo êxito dos movimentos urbanos, dos progressos da burguesiamercantil e dos empregrados que se sentiu a necessidade de medircom exatidão o tempo de trabalho e das operações comerciais; dessa

forma, o tempo foi reestruturado e unificado.Outra interessante questão é notar como, os sites escolhidos (os1º, 2º,3º e 4º), relatam a existência da Igreja católica como umacaracterística da cidade medieval, mas tornam-la uma instituição semmobilidade (no sentindo de movimento), como se a Igreja possuísseuma autoridade que não exercia, uma vez que suas ações não sãodescritas. Citam a Igreja em seu sentido físico, e não como um tipo deagente que influencia e ,até certo ponto de seu estabelecimento,também é influenciado.

Muitos relatam o crescimento demográfico da cidade a partir doséculo X, mas não relatam a relativa pacificação instaurada nesse

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mesmo século. Entram para o grupo dos não combatentes clérigos,mulheres, crianças, camponeses,e comerciantes; tudo isso seria oresultado do desejo da camada cristã de proteger o progressonascente. Mas também do sedentarismos dos bárbaros. Tal

crescimento demográfico pode ser visto com um fator que ajudou aexpansão do cristianismo e fruto daquela relativa pacificação.Pode-se assim dizer que a religião, o cristianismo, até então é

urbano. A cidade possuía uma certa função econômica, já que oscelereiros dos bispos e dos mosteiros, onde estavam armazenados osalimentos provenientes das áreas rurais , eram destribuidos nascidades mas em troca de favores do que de dinheiro e, em momentosde escassez, a distribuição era de graça. Não é estranho afirmar que“A emigração do campo para as cidades ocorrida entre os séculos X e

XIV foi um dos maiores fenômenos da Cristandade” (Le Goff).A sociedade urbana, que também é feudal, ainda é pequena em

um mundo rural, mas gradualmente vai conseguir ter seus impulsospróprios, e a Igreja será a sua porta-vóz. E mais a frente o progressoda burguesia urbana vai acabar por minar o feudalismo.

As cidades passam as ser centros de trocas. Tal atividadepreparava para a expansão comercial da Europa Moderna ecompletava a expansão da Cristandade medieval. “Ao introduzir-senas áreas rurais, modificando a renda feudal, o progresso da

economia monetária passa a ser um elemento decisivo datransformação do Ocidente medieval” (Le Goff). E a “renascimento” da

cidade acaba ajudando nesse progresso econômico, uma vez quereduz as distancias que existiam entre centros populacionais e facilitaas relações comerciais através da uniformidade das moedas e doslocais de troca.

Outra importante filha da cidade é a escolástica, que éinstaurada em novas instituições, as universidades. Interessante, quea partir de então o livro é visto como uma ferramenta, tornando-se

objeto de produção e comercialização.As ilustrações, de uma maneira, são efetivas em todos os sitespesquisados. Pois, as figuras das cidades medievais usadas parailustrar os sites apresentam características da iconografia dascatedrais, o que expressa a cultura urbana, e “ a vida ativa e a vida

contemplativa buscam um equilíbrio instável, as corporaçõesornamentando as igrejas com vitrais e o saber escolástico ai sendoexibido” (Le Goff). Sobre essas representações é importante ter emmente que são a expressão plástica daquela sociedade que ainda está

se formando, mas que buscam a necessidade de expressar por

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imagens aquilo que por palavras talvez não passaria a mensagemdesejada.

Um ponto importante que os sites deixaram de tocar, foi aquestão das muralhas como um fenômeno técnico, econômico, social,

político, jurídico, simbólico e ideológico. As muralhas definiamaqueles que são de “fora” e os que são de “dentro”, mas também

representam um simblo de angústia e medo, já que as pilhagem eraum acontecimento familiar.

Alguns sites relatam as muralhas como uma característica dacidade medieval, mas de alguma maneira deixam de situar o seuaparecimento. Algumas muralhas são tardo-imperiais, em relação asinvasões bárbaras, e as muralhas medievais são do auge demográficoe econômico dos séculos XII-XIII, e da defesa militar do século XIV.

Junto com outros elementos a muralha propiciou a instauraçãoe a manifestação do poder na cidade, e assim, também o surgimentode periferias. Os diferentes bairros dependem da muralha seja porquea sua forma e extensão, determninam a configuração dos bairros; sejaporque a proximidade com a muralha também é significativa. Arelação se estabele entre a proximidade desses bairros às zonas deenfervecência da cidade como: praças, igrejas e passagens públicas.

E é claro que a função principal das muralhas é assegurar a paze tranqüilidade daqueles que vivem dentro da cidade. O terceiro site,

diz muito do ambiente sujo da cidade medieval, e de certa forma éválido pois realmente o interior das cidades medievais são locaisonde se elimina a sujeira, tornando-a um ambiente propício para osurgimento de doenças. Porém é curioso observar, que pela suafortificação, que as cidades medievais amuralhadas foram osprimeiros locais para o surgimento de hospitais.

Interessante observar também é um tipo de tomada deconsciência urbana. As muralhas acabam propiciando esse sentido deuno, pois vive-se no interior de um local amuralhado que acaba

delimitando a vida social e individual, facilitando as relações ecomunicações entre as pessoas e que distingue quem é de fora equem é de dentro; tal convívio acaba sendo essencial para onascimento e de um sentimento de integração em uma mesmacomunidade.

Portanto, todos os aspectos das cidades medievais devem serlevadas em consideração. A cidade medieval, pode ter sido , um diauma cidade antiga, pode ter sido formada através de locais de trocaque forao se extendendo; pode ter uma Igreja principal e tudo isso faz

parte dessa dinâmica urbana medieval, que de forma alguma poderiaser um local de características imutáveis. Mesmo a cidade medieval

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fazia parte de um mundo feudal. O crescimento demográfico do séculoX sem dúvida põe a cidade medieval em foco, mas antes disso ela jáexistia e comportava um população, mesmo pequena. No século X acidade medieval já possui um passado, ou seja, o século X faz parte da

história da cidade medieval e não é um marco por onde devecomerçar a estuda-la.

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Bibliografia

Bloch, Marc.  A Sociedade feudal . São Paulo: Martins Fontes, Edições70.

De Seta, Cesare e Le Goff, Jacque. La ciudad y las murallas. Madrid:Ediciones Cátedra, S.A. 1991._____ Le Goff, Jacque. Construcción u destrucción de la ciudade

amurallada. Una aproximación a la reflexión y la investigación.

Le Goff, Jacque. A civilização medieval. Bauru, SP: Edusp 2005.

Le Goff, Jacque. O apogueu da cidade medieval . São Paulo: MartinsFontes, 1992.

Sites

  www.catolicismo.com.br; 

  www.infopedia.pt/$cidade-medieval;   www.historiadobrasilegeral.blogspot.br; 

  www.miniweb.com.br; 

www.wikipedia.org.