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Conferências - Aulas Abertas Departamento de Artes Visuais Escola de Artes Universidade de Évora Licenciatura em Artes Visuais - Multimédia Mestrado em Práticas Artísticas em Artes Visuais Organização e Produção - Vanda Gorjão e

Teresa Furtado Parceria Fórum Eugénio de Almeida

Ciclo «E criamos assim... Criadores e Públicos em Conversa»

Segunda Conferência

«DESENHO»

O Ciclo: «E criamos assim... Criadores e Públicos em Conversa» propõe um momento de aproximação ao

universo criativo de artistas e criadores de distintas áreas, salientando o actual cruzamento expansivo das

práticas artísticas de múltiplos campos. Dirige-se aos alunos que integram a licenciatura em Artes Visuais

- Multimédia e o Mestrado em Práticas Artísticas em Artes Visuais, e igualmente a todos outros potenciais

públicos interessados nos temas propostos - a razão de ser do modelo «Conferências-Aulas Abertas».

Na Segunda Conferência sobre «DESENHO», as artistas MARTA CALDAS e FRANCISCA CARVALHO estão

presentes no Fórum Eugénio de Almeida para mostrar e conversar sobre o seu trabalho.

MARTA CALDAS, Pôr-a-par, 2008 FRANCISCA CARVALHO, Hokusai, 2015

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Marta Caldas

Biografia

Nasceu em Lisboa em 1982. Estudou música, teatro e cinema, e, entre 2001 e 2006, termina o Plano de Estudos Completo do Ar.Co - Curso básico de Desenho e Curso Avançado de Artes Plásticas. Frequentou simultaneamente o curso de História da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu a Pós-graduação em Intermédia Bidimensional, no Departamento de Artes Visuais, Multimédia Design, da Escola de Artes da Universidade de Évora. Trabalhou no Serviço Educativo do Museu do Oriente e leccionou Expressão Plástica no Colégio Luso-Suiço. Deu aulas de Desenho em diferentes escolas e instituições. Expõe regularmente as suas obras. Para além de exposições e projectos individuais, tem participado em exposições colectivas e colabora com frequência em projectos e «peças – exercícios» com outros artistas, nomeadamente com Thierry Simões e Armanda Duarte. Vive e trabalha em Lisboa.

Exposições Individuais 2015- Cimo Agrícola, Galeria Diferença, Lisboa. 2015- ii, Projecto A Montra O Armário, Lisboa. 2013- doublet, Museu Geológico, Lisboa. 2012- a loiça dos mortos, Museu Geológico, Lisboa. 2010- Pista de Cinza, 56Artes, Lisboa. 2008- Queda, Galeria Artadentro, Faro. Colectivas – Colaborações e Projectos Conjuntos

2015- Colectiva papéis, Galeria Diferença, Lisboa.

2015- risografias – edição gráfica para projecto conjunto com C. Sá + Eosin «Sessões na Carvoaria #8 - Concertos de Música

Intrépida» 2014- Elevação. Suspensão. Afinação, com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos Eduardo Peterson e Thierry Simões, espaço Parkour, Lisboa 2011- fogo pequeno, Colectivo de três, com Ana Eliseu e Andrea Brandão, Galeria Diferença, Lisboa. 2010- Caixa de Contar, com Armanda Duarte, Maria Teresa Silva, Mariana Ramos, Eduardo Peterson e Thierry Simões, Biblioteca dos Afectos, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro. 2010- Quarta-feira /Convocatória #3, projecto de Armanda Duarte, com Maria Teresa Silva, Mariana Ramos Eduardo Peterson e Thierry Simões, Espaço Avenida, Lisboa.

2010- Decantar, colaboração na peça de dança de Thierry Simões, com Valentina Parravicini, Galeria Quadrado Azul, Lisboa. 2010- Print salon, The Mews Project Space, Londres.

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2010- Desenhador público, Projecto com Andrea Brandão, apresentado no espaço The Mews na Feira de Arte Contemporânea, Lisboa. 2009- Prólogo, VRS XXI, Vila Real de Santo António. 2008- Pôr-a-par, Espaço Avenida, 1ºesq, Lisboa, com Ana Eliseu, Andrea Brandão, Claudia Realista, Liene Bosquê, Maria Vidal, Mariana Ramos, Rui Aleixo, Sérgio Dias 2007- Bolseiros e finalistas do Ar.co, pavilhão 24 do Júlio de matos em Lisboa. 2006- Antecâmara/Pátio/Pátio, The steam shop, Residência Artística com Armanda Duarte, Ana Eliseu, Mariana Ramos, Liene Bosque, Thierry Simões, Lugar Comum, Centro de Experimentação Artística, Oeiras. 2006- assouplissement para violoncelo, Colaboração na peça exercício de Maria Teresa Silva e Thierry Simões, na Bartolomeu 5, Lisboa.

ii, O Armário, Lisboa, 2015

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Marta Caldas. desenho

O trabalho de Marta Caldas tem-se vindo a construir em torno de uma ideia de desenho que se pode dizer regulado por um conjunto de preceitos bem determinados, o que faz com que apresente traços distintivos.

O tempo é uma das dimensões mais presentes; depreende-se do gesto metódico, do rigor com que ocupa e transforma o espaço onde pequenos aconteceres se concentram ou alastram. Em contraste com esta paciente geometria do kronos, ocorre também a inscrição do incidente, a emergência e o acolhimento do kairos; neste desenho, a ordenação da forma e a deformação da ordem são congéneres. Com a consciência aguda da efemeridade que se reconhece ao desenho — que a fragilidade dos suportes (cuja textura, porosidade ou rugosidade, assumem um papel e uma presença intencionalmente relevante) acentua e sublinha -—, faz dele o centro (fora e dentro) de uma batalha entre tensões elementares, reduzidas à sua dimensão quase invisível, um momento/lugar para registo de micro sismos discretos, vestígios quase sígnicos que apenas por acumulação ou saturação deixam a sua marca sobre a superfície.

Através dos rastos do fazer, na monocromática névoa dos detalhes, a leveza e a simplicidade operam uma milimétrica sintaxe dominante.

Manuel Rodrigues

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Decantar, Galeria Quadrado Azul, Lisboa, 2010

Decantar, com Valentina Parravicini e Marta Caldas. Escada, 'reposoir' em mármore, três projectores com facas e focagem, mesa de luz. 18 minutos (duração aproximada)

pormenor 1, 2011 untitled, 2015

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Francisca Carvalho

Biografia

Nasceu em Coimbra em 1981. Concluiu em 2016 o Mestrado em Multidisciplinary Studies na Maryland Institute College of Art, ao abrigo da bolsa Fundação Carmona e Costa/Fulbright. Em 2009 concluiu a licenciatura na FCSH Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Em 2006 participou no Curso de Artes Visuais do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística e em 2002 concluiu o Curso Avançado de Artes Plásticas no Ar.Co, onde tem vindo a leccionar Desenho desde 2008. Tem desenvolvido o seu trabalho nas áreas de desenho e pintura e colaborado com diversos artistas. Vive e trabalha em Lisboa.

Exposições

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Outros

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Portmanteau, Alecrim 50, Lisboa, 2012

A máquina desenhante Durante muito tempo desenhou de noite. A mão trabalhava quando os olhos descansavam do dia. A mão mexia e preenchia centenas de folhas, continuando séries que pareciam não ter fim. A mão sonâmbula via e mostrava, sonhava como um motor. Os seus desenhos sempre foram nervosos: não querem a estabilidade, mas a velocidade, quer dizer, a vibração. Mostravam vísceras e compósitos semi-orgânicos e agora o sonho é outro: a mão mudou de mundo, ou melhor, o mundo mudou de sonho. Mantém-se a grafite e seu tom nocturno, a sua obscuridade, mas noutra atmosfera, como se os sonhos ganhassem um enquadramento. A novidade é uma espécie de aspecto cénico, para o qual concorre uma tendência porventura mais figurativa. Que, porém, não procura a representação, mas a vibração, a matéria que vibra de atenção, vibra de processo, vibra de actualidade inerente. Agora há sexos e monstros e máquinas e máscaras, figuras ovóides e membros humanos, partes de animais, esboços de palavras, um sofá. Os elementos articulam-se de modo bizarro, inesperado, grotesco, reconhecemos algumas partes, mas não temos nome para o todo. O todo é o inexpressivo, o neutro. Coisa menos boa, menos ruim, menos bonita, é assim como o protoplasma e o sémen e a proteína - de um neutro vivo. Uma vida primária inteiramente sem graciosidade. (…) Para trabalhar, a mão de Francisca Carvalho tem de se retirar do que vê, tem de se estender, afastando-se e saindo de si. Não estando lá (e não estando, humilde, atentamente, em si), pode ver, continuar o sonho da nossa noite, olhando um inferno que abençoa. Sem falar, diz-nos assim: dorme comigo acordado, e só assim poderás saber de meu sono grande e saberás o que é o deserto vivo. Maria João Mayer Branco http://www.alecrim50.pt/content/1/190/francisca-carvalho-portmanteau

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Kaishihen (Large Bags), 2014

Chordata, Culturgest Porto, 2016

É compreensível, mas lamentável que, no nosso contexto artístico local, vários artistas portugueses permaneçam arredados da

atenção e da visibilidade que o seu trabalho justifica. Francisca Carvalho (Coimbra, 1981) é um desses casos flagrantes: a sua obra é

em grande medida desconhecida para além de um círculo ainda relativamente confinado de pessoas, em que se incluem alguns

artistas da sua geração e ex-alunos e professores da escola Ar.Co, onde em 2005 concluiu a sua formação artística (a artista

licenciou-se em filosofia, cinco anos mais tarde, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).

Francisca Carvalho desenvolveu uma prática obsessiva e muito orgânica de desenho. É muitas vezes um desenho sem

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premeditação, extremamente veloz, em que a mão se solta e avança rapidamente sobre o papel, quase às cegas; por outras

palavras, um desenho em que a contingência do processo e as associações inconscientes tomam frequentemente a dianteira. A

exposição Chordata é composta sobretudo por desenhos feitos entre 2010 e 2013, na sua maioria inéditos – alguns foram

mostrados em duas exposições individuais em Lisboa, Portmanteau e nove desenhos, respetivamente na galeria Alecrim 50, em

2012, e no Parkour, em 2014. A exposição abrange ainda uma surpreendente e fascinante série de colagens feitas em setembro de

2014, assim que se instalou em Baltimore para frequentar um mestrado em arte multidisciplinar no Maryland Institute College of

Art, e beneficiando para esse fim de uma bolsa Fullbright atribuída pela Fundação Carmona e Costa. Desde então, a sua prática

artística tem sido pautada pela experimentação de suportes e materiais muito diversos, por vezes encontrados, e por uma nítida

inflexão para obras objetuais, suscitando elevadas expetativas relativamente ao trabalho que está por vir.

Miguel Wandschneider www.culturgest.pt/arquivo/2016/expos/francisca_carvalho.html

Big Plastic, 2014