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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al. Peixes do baixo rio Iguaçu [online]. Maringá: Eduem, 2012. Characiformes. pp. 57-100. ISBN 978-85-7628-586-1. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. Characiformes Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi Tiago Debona Vitor André Frana

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  • SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BAUMGARTNER, G., et al. Peixes do baixo rio Iguaçu [online]. Maringá: Eduem, 2012. Characiformes. pp. 57-100. ISBN 978-85-7628-586-1. Available from SciELO Books .

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    Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.

    Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

    Characiformes

    Gilmar Baumgartner Carla Simone Pavanelli

    Dirceu Baumgartner Alessandro Gasparetto Bifi

    Tiago Debona Vitor André Frana

  • cHaraciFormes

    ordem grandemente representada na região neotro-pical, possui muitas espécies na bacia do rio Iguaçu. Engloba os peixes com o corpo coberto por escamas ciclóides e com as nadadeiras pélvicas em posição abdominal. Embora com gêneros muito ricos em es-pécies nesta bacia, outros presentes na bacia do rio paraná estão ausentes na fauna nativa do rio igua-çu, incluindo os grandes migradores com importân-cia comercial. por outro lado, gêneros com muitas espécies no Iguaçu, quando comparados com o rio Paraná, apresentam espécies de porte maior e muito abundantes, como é o caso dos lambaris do gênero astyanax. o endemismo da ictiofauna do rio iguaçu é marcante nas espécies desta ordem, mas também várias espécies não nativas têm sido introduzidas acidental ou deliberadamente na bacia.

    ordem

  • FamÍLiasParodontidae

    curimatidae

    Prochilodontidae

    anostomidae

    crenuchidae

    serrasalmidae

    characidae

    salmininae

    Bryconinae

    stevardiinae

    erythrinidae

  • C h a r a C i F o r m e s 59

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    FamÍLia Parodontidae

    Composta por três gêneros atualmente, a família possui somente um represen-tante no rio Iguaçu. Seus exemplares são de pequeno porte, possuem corpo fusiforme, boca subterminal, lábio inferior e fontanela ausentes. São geralmente encontrados em riachosdeáguascorrentes,ondeconseguemsemanterpróximosoufixadosarochas(PAVANELLI, 2003).Algunsespécimesdessa família apresentam tubérculosnupciaissobreofocinhoeregiãointernasalduranteoperíodoreprodutivo(PAVANELLI,1999).

    Apareiodon vittatus Garavello, 1977 Canivete

    Comprimento padrão 77,0 mm

    Região superior do corpo castanha-escura, uma faixa longitudinal preta sobre a linha lateral, que se prolonga sobre os raios caudais medianos, e outra mais estreita sobreasegundafileiradeescamasabaixodanadadeiradorsal.Apresentacincoasetefaixasescuras transversais largas, às vezesmenos conspícuas, acimada faixa longi-tudinal principal. Ventre de coloração amarelo ou bege-claro, focinho proeminente emvistalateral,decomprimentosemelhanteàdistânciainterorbital.Bocainferior,osdentes do pré-maxilar são espatulados, com várias cúspides distribuídas numa borda reta, arredondada nas laterais, e não possuem lábio.

    Alturadocorpocontida3,8a4,5edopedúnculocaudal7,3a9,7vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,8a4,9,pré-dorsal3,9a4,7edopedúnculocaudal7,3a10,0vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,7a3,2,diâmetroorbital3,6a4,3edistânciainterorbital1,9a2,5vezesnoCC.

    Possui4*dentesnopré-maxilar,com11*cúspides,emaxilarcom2*dentes.Li-nhalateralcompletacom38a40*escamas;4*sériesdeescamasacimadalinhalaterale3*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+10ou11*raios,peitoralcomi+12a14*,pélvicacomi+7*eanalcomi+6ou7*raios.Apresenta23a33*rastrosbraquiaissuperiorese30a36*inferiores.

    Espécie endêmica da bacia do rio Iguaçu, é encontrada com facilidade em vá-rios ambientes. Com especializações anatômicas, como estômago mecânico, Apa-reiodon vittatus é considerada detritívora, podendo apresentar elevados índices de algivoria(HAHN;FUGI;ALMEIDA;RUSSO;LOUREIRO,1997;DELARIVA,2002).Osme-noresindivíduosemreproduçãoforamregistradoscomCP=69,0mmparamachose

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s60

    CP=73,0mmparafêmeas(SUZUKI;AGOSTINHO,1997).Operíodoreprodutivoocorreessencialmentedesetembroajaneiro(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002;UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2009a)esuadistribuiçãogeográ-ficaérestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu(PAVANELLI,2007).

    *Garavello(1977)

    Membrosdessafamíliaapresentammodificaçõesemváriossistemasdocorpo,principalmenterelacionadosàalimentaçãoerespiração,podendo-sedestacaraltera-ções na boca, arcos branquiais e trato digestório. Nesse último, o estômago é trans-formado em moela, o que proporciona melhor aproveitamento da matéria orgânica, microdetritos,microvegetaisefilamentosdealgas.Seusexemplaresapresentamportepequeno,escamasciclóideseosdentessãoausentesnosadultos(VARI,2003).

    curimatidae

    Cyphocharax cf. santacatarinae (Fernández-Yépez,1948) Escrivão

    Comprimentopadrão110,5mm

    FamÍLia

    Prateadoquandovivo,apósfixadoapresentacoloraçãocinzaoumarrom-escurona região dorsal do corpo e cabeça, com grande mancha cinza ou marrom-escura na lateral do pedúnculo caudal, em continuação a uma faixa longitudinal situada sobre alinhalateral,desdearegiãocorrespondenteàorigemdanadadeiradorsal,àsvezespouco conspícua. Manchas arredondadas marrom ou cinza-escuras podem ser visua-lizadas sobre a faixa longitudinal ou na região acima dela. Escamas com pigmentação escura um pouco mais evidente na borda, sobretudo na região acima da faixa longitu-dinal. Nadadeiras claras com poucos pigmentos escuros sobre os raios. Corpo modera-damente alongado, boca levemente subterminal, focinho arredondado em vista lateral.

    Alturadocorpocontida2,5a2,9*edopedúnculocaudal6,7a7,7*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,3a3,8*,pré-dorsal1,9a2,0*edopedúnculocaudal9,7 a 10,0 vezes no CP. Comprimento do focinho contido 3,3 a 3,7*, diâmetro orbital 3,2 a3,8*edistânciainterorbital2,2a2,4*vezesnoCC.

  • C h a r a C i F o r m e s 61

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Linhalateralcompletacom32a34*escamas;5½*sériesdeescamasacimadalinhalaterale4½ou5*abaixo.Nadadeiradorsalcomii-iii+9*raios,peitoralcom14ou15*pélvicacomi+8*eanalcomii-iii+7ou8*raios.

    Cyphocharax cf. santacatarinae é descrita de rios costeiros do Estado de Santa Ca-tarinaedistribui-senasbaciascosteirasdoEstadodeSãoPauloaSantaCatarina(VARI,1992).EmboranãoapareçanaregiãodoaltorioIguaçu(INGENITO;DUBOC;ABILHOA,2004)atéoreservatóriodeSegredo(GARAVELLO;PAVANELLI;SUZUKI,1997),temsidocapturadacomfacilidadenoreservatóriodeSaltoCaxias,ondefoiidentificadacomoC. modestusporUniversidadeEstadualdeMaringá (2002).Suaocorrêncianabaciado baixo rio Iguaçu e ausência no médio e alto é inexplicada apenas com dados de distribuiçãogeográfica.Emboraseuscaracterescoincidamsobremaneiracomaredes-crição de C. santacatarinaeapresentadaporVari(1992),quandoprocedeuarevisãodogênero,aquiéutilizadaapartículacf.,paraquetrabalhosfuturospossamconfirmarestaidentificação.FicaaquiasugestãodequeanálisesmolecularescomparativasentreaespéciedorioIguaçuedasbaciasadjacentessejamconduzidas,afimdeconfirmarestaidentificação,sobretudoporqueexemplaresdestaespéciedabaciadorioIguaçununca foram incluídos anteriormente em trabalhos de cunho taxonômico.

    A hipótese de transposição da espécie também não deve ser descartada, mas exemplaresjovensedistribuiçãogeográficaemváriosambientesforamencontradoslogonasprimeirascoletasdoprojeto“Estudosambientaisnaáreadeinfluênciadore-servatóriodeSaltoCaxias”,conduzidoporNupélia/UEMdemarçode1997afevereirode 2001, em convênio com a Copel, indicando que a espécie parece ser nativa ou estar plenamente estabelecida na região. Segundo Vari (1992), essa espécie encontra-sedistribuída em rios costeiros do Estado do Paraná, Santa Catarina e sul de São Paulo. Também foi encontrada no rio Iguaçu em coletas realizadas por universidades para-naenses(UEMeUNIOESTE),ondefoiidentificadacomoC. modestus(BAUMGARTNER;BAUMGARTNER;PAVANELLI;SILVA;FRANA;OLIVEIRA;MICHELON,2006).

    A dieta dessa espécie é composta essencialmente por detritos do sedimento (detritívora),seuritmoalimentarnacalhaprincipaldorioIguaçuintensifica-seduranteo outono, enquanto que em tributários é constante durante todo o ano. O período re-produtivo ocorre entre setembro e fevereiro e o tamanho de primeira maturação é de L50 = 97,0 mm nos machos e L50=102,0mmnasfêmeas(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002).SegundoUNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ(2008a)os menores indivíduos em reprodução apresentaram CP = 110,0 mm em fêmeas e CP=108,0mmemmachos.

    *Vari(1992)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s62

    Steindachnerina brevipinna (Eigenmann&Eigenmann,1889) Saguiru

    Comprimentopadrão95,0mm

    Corpomoderadamentealongado,perfildacabeçaretoouligeiramentecônca-vo. Região dorsal anterior do corpo com uma quilha mediana e região pré-pélvica levemente achatada. Coloração oliva-escuro na região dorsal. Pigmentação escura ao longo da linha lateral, formando uma faixa preta que se estende do pré-opérculo até o pedúnculocaudal,esecontinuasobreosraioscaudaismedianos.Umamanchapretaentreosegundoeoquintoraiodanadadeiradorsal,próximaàbasedosraios,àsvezespouco conspícua.

    Alturadocorpocontida2,6a3,2*edopedúnculocaudal6,6a8,3*vezesnoCP;comprimento da cabeça contido 3,1 a 3,7*, pré-dorsal 1,9 a 2,1* e do pedúnculo caudal 8,3a9,3*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,9a3,7*,órbitade2,8a3,6*edistânciainterorbital2,2a2,6*vezesnoCC.

    Linhalateralcompletacom33a37*escamas;5½a6½*sériesdeescamasacimadalinhalaterale4½a5½*abaixo.Nadadeiradorsalcomii+8ou9*,raramenteiii+9*raios,peitoralcom12a14*,pélvicacomi+8*eanalcomii-iii+7*raios.

    Steindachnerina brevipinnaédescritadorioParaguai,rioParanáebaixorioUru-guai (VARI, 1991), e suaocorrênciano rio Iguaçu foi registrada somenteabaixodausina de Salto Caxias, com poucos exemplares. Apresenta hábito alimentar detritívoro, alimentando-seexclusivamentededetritofinamenteparticuladoesedimento(GIORA;FIALHO,2003).Nãoapresentacuidadoparentaleaprimeiramaturaçãogonadalocor-re com L50=65,0mmnosmachoseL50=70,0mmnasfêmeas(SUZUKI;VAZZOLER;MARQUES;LIZAMA;INADA,2004).

    *Vari(1991)

  • C h a r a C i F o r m e s 63

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    FamÍLia Prochilodontidae

    Prochilodus lineatus (Valenciennes,1836) Curimba

    Comprimentopadrão262,2mm

    Sem espécies nativas da bacia do rio Iguaçu, possui apenas uma representante que ocorre raramente nas capturas, mas são muito apreciadas em outras bacias hidro-gráficas.Apresentamhábitosreprodutivosmigratórios,podematingirgrandeporte,possuem lábios carnosos bem desenvolvidos, o que lhes proporcionam sucesso na obtenção de alimento, grande quantidade de dentes diminutos, em forma de espátula, e nadadeira dorsal precedida por um espinho pequeno, simples ou bifurcado anterior-mente(CASTRO;VARI,2004).Espéciesdestafamíliasãodetritívorasealimentam-sedematériaorgânicaemicroorganismosassociadosaosubstratodefundo(FUGI;HAHN;AGOSTINHO,1996).

    Prateado quando vivo, região dorsal do corpo cinza mais escuro que a ventral, queéesbranquiçada.Corpomoderadamentealto,comprimido,perfildorsaldacabeçalevementecôncavo,perfildorsaldocorpoconvexoantesdanadadeiradorsal.Bocaterminal, com lábios protráteis, comprimento do focinho maior que o diâmetro ocular. Lábios bem desenvolvidos, formando um disco oral quando protraídos. Dentes peque-nosenumerososimplantadosnoslábios.Nadadeirashialinasouesbranquiçadas,àsvezes com pintas cinza-escuras, sobretudo nos exemplares jovens.

    Alturadocorpocontida2,2a3,3*edopedúnculocaudal6,8a9,3*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido2,7a4,3*,pré-dorsal1,9a2,5*edopedúnculocaudal6,5a9,4*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,1a3,1*,diâmetroorbital3,3a6,7*edistânciainterorbital1,7a2,1*vezesnoCC.

    Seusdentessãofuncionaisedispõem-seemduasfileirasemcadamaxila,sendoafileirainternaemformadeV,com13a25*dentesnahemissériesuperiore9a18*na inferior. Fileira externa de dentes em ambas as maxilas disposta na margem externa doslábios,aproximadamente95*dentesnahemissériesuperioreaproximadamente75*nainferior.Linhalateralcompletacom44a50*escamas,7a10*sériesdeescamasacimadalinhalaterale6a9*abaixo.Nadadeiradorsalcomiii+9ou10*raios,peitoral

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s64

    FamÍLia anostomidae

    comi+13a18*,pélvicacomi+7ou8*,eanalcomiii+7a9*,raramanteii+8*raios.

    Essa espécie até pouco tempo não havia sido registrada no rio Iguaçu, mas, nos últimosanos,vêmsendoregistradosexemplaresnoreservatóriodeSaltoCaxias(UNI-VERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002)enoreservatóriodeFozdoAreia(UNI-VERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008a).Possivelmente,essaespécietenha sido introduzida no rio Iguaçu por escape de tanques de piscicultura. No alto rio Paraná, P. lineatus possui hábito alimentardetritívoro (HAHN; FUGI; LOUREIRO--CRIPPA;PERETTI;RUSSO,2004),nãoapresentacuidadoparental,reproduz-seprinci-palmente entre outubro e abril e seus indivíduos iniciam a atividade reprodutiva com L50=213,0 mm nos machos e L50=240,0mmnasfêmeas,sendoqueseusexemplaresrealizam grandesmigrações reprodutivas (SUZUKI; VAZZOLER;MARQUES; LIZAMA;INADA,2004).EssaespéciepossuiampladistribuiçãogeográficaemtodaabaciadorioParaná-Paraguaienasbaciasdos riosParaíbadoSul,Uruguaie Jacuí (CASTRO;VARI,2007).

    *CastroeVari(2004)

    Essa família caracteriza-se por apresentar exemplares de pequeno a grande por-te, de corpo alongado e fusiforme, com uma única série com três ou quatro dentes no pré-maxilar e hemissérie do dentário, maxilar pequeno e sem dentes, e boca relativa-mentepequena(GARAVELLO;BRITSKI,2003).Exemplaresdessafamíliasãoimportan-tesnapescacomercialemoutrasbaciashidrográficas,ondeocorrememabundância.Representantes desta família capturados na bacia do rio Iguaçu não são nativos. Seus hábitosalimentaresosqualificamcomoonívoros,utilizandoprincipalmente inverte-brados, vegetais e frutos como base da sua alimentação.

    1. Corpo com oito faixas transversais pretas .......................................... L. octofasciatus1’. Corpo sem faixas transversais, mas com manchas pretas evidentes .................... 2

    2. Pré-maxilar e dentário com quatro dentes .................................................... L. friderici

    2’. Pré-maxilar e dentário com três dentes ........................................................................... 3

    3. Boca subterminal, fenda bucal abaixo da horizontal que passapela borda inferior do olho ................................................................................. L. aff. elongatus

    3’. Boca terminal .............................................................................................................................4

    4. Raio mais longo da nadadeira anal maior do que o dobro docomprimento do último raio ........................................................................ L. obtusidens

    4’. Raio mais longo da nadadeira anal menor do que o dobro docomprimento do último raio .............................................................. L. macrocephalus

    Chave para espécies de Leporinus

  • C h a r a C i F o r m e s 65

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Região superior do corpo castanha, ventral amarelo-clara, com largas faixas transversais cinzas, às vezes inconspícuas oumais evidentes na regiãomais dorsal,e três grandes manchas pretas na lateral do corpo. Nadadeira dorsal amarelada ou bege-clara, demais nadadeiras levemente amareladas e a anal ligeiramente escurecida. Quando em vida podem apresentar as nadadeiras amarelo vivo ou alaranjadas, sobre-tudo as pélvicas e anal. Possui corpo alongado e comprimido, boca subterminal, com lábio superior proeminente, cuja horizontal da fenda bucal passa abaixo da órbita, a qual possui a margem superior horizontalmente em linha com a linha lateral.

    Alturadocorpocontida3,2a3,5*edopedúnculocaudal8,6a8,9*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,2a3,8*,pré-dorsal2,0a2,1*edopedúnculocaudal7,0 a 7,9* vezes no CP. Comprimento do focinho contido 2,0 a 2,2*, diâmetro orbital 2,9 a3,8*edistânciainterorbital6,7a8,4*vezesnoCC.

    Possui 3* dentes no pré-maxilar e 3* na hemissérie do dentário. Linha lateral completacom41a44*escamas,6a7*sériesdeescamasacimadalinhalaterale6*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+11*raios,peitoralcomi+15ou16*,pélvicacomi+9*,eanalcomii+9*raios.

    Essa espécie foi identificadaporGaravello (1979) como Leporinus obtusidens (Valenciennes,1837).AmplamentedistribuídanasbaciasdosriosParaná-Paraguai,a‘piapara’, identificadade longadata comoLeporinus elongatusValenciennes, 1850,parece ser restritaàbaciado rio Jequitinhonhae talvez tambémàdoSãoFrancis-co(BRITSKI;GARAVELLO,2007).Portanto,utilizamosaquiapartículaaff.Naplaníciede inundação do alto rio Paraná, essa espécie foi considerada como insetívora por Agostinho,Hahn,GomeseBini(1997).Nãoapresentacuidadoparental,realizagran-des migrações, se reproduz principalmente de outubro a fevereiro e inicia a atividade reprodutiva com L50=190,0 mm nos machos e L50=208,0mmnasfêmeas(SUZUKI;VA-ZZOLER;MARQUES;LIZAMA;INADA,2004).NorioIguaçuelanãoénativa,sendosuacaptura esporádica e restrita a exemplares adultos, indicando que sua ocorrência pode ser devida ao escape de pisciculturas.

    *GraçaePavanelli(2007)

    Leporinus aff. elongatus Valenciennes,1850 Piapara

    Comprimentopadrão194,9mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s66

    Leporinus friderici (Bloch,1794) Piau-três-pintas

    Comprimentopadrão197,8mm

    Região superior do corpo castanha, ventral amarelo-clara, com largas faixas transversais cinza-claras, mais evidentes nos exemplares jovens, e três grandes man-chas pretas, horizontalmente alongadas na lateral do corpo. Nadadeira dorsal hialina, demais nadadeiras amareladas e a anal levemente escurecida. Possui corpo alongado e comprimido, boca terminal. Quando vivo pode apresentar listras longitudinais ala-ranjadasnaregiãoanteriordoflanco,abaixodalinhalateral,olhocomregiãosuperiorvermelha, assim como a região de contato de algumas escamas da região umeral, conferindo um tom avermelhado.

    Alturadocorpocontida3,2a4,2*edopedúnculocaudal9,3a10,5*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,0a4,3*,pré-dorsal2,1a2,3*edopedúnculocaudal8,6a10,5*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,4a2,6*,diâmetroorbital3,2a3,9*edistânciainterorbital2,1a2,8*vezesnoCC.

    Possui4*dentesnopré-maxilarenahemissériedodentário.Linhalateralcom-pletacom37a40*escamas,4a5½*sériesdeescamasacimadalinhalaterale4a5½*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+11*raios,peitoralcomi+14a16*,pélvicacomi+8*enadadeiraanalcomi+9*raios.

    Na bacia do alto rio Paraná é encontrada em rios e lagoas, alimenta-se de vege-tais,insetosepeixes(ANDRIAN;DÓRIA;TORRENTE;FERRETI,1994).Nãopossuicuida-do parental, realiza pequenas migrações, se reproduz entre outubro e março e inicia sua reprodução com L50=131,0 mm nos machos e L50=162,0mmnasfêmeas(SUZUKI;VAZZOLER;MARQUES;LIZAMA;INADA,2004).AmplamentedistribuídanasbaciasderiosdoSuriname,GuianaFrancesa,AmazonasedoPrata(BRITSKI;GARAVELLO,2007),não é nativa da bacia do rio Iguaçu. Sua ocorrência esporádica deve ser atribuída aos escapes de pisciculturas.

    *Garavello(1979)

  • C h a r a C i F o r m e s 67

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Região superior do corpo castanha, ventral amarelo-clara, com largas faixas trans-versais cinzas pouco conspícuas, e três grandes manchas pretas na lateral do corpo, mais evidentes nos jovens. Escamas com a borda escurecida, conferindo um aspecto reticulado ao corpo. Nadadeiras pares esbranquiçadas, ímpares com leve pigmentação cinza-escura, mais intensa na nadadeira anal. Possui corpo robusto e boca terminal.

    Alturadocorpocontida3,0a3,5*edopedúnculocaudal8,1a8,9*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido2,5a3,0*,pré-dorsal2,0*edopedúnculocaudal4,9a6,6*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,2a2,5*,diâmetroorbital2,9a3,7* e distância interorbital 1,7 a 1,9* vezes no CC.

    Possui 3* dentes no pré-maxilar e 3* na hemissérie do dentário. Linha lateral completacom42ou43*escamas,5½ou6*escamasacimadalinhalaterale5ou5½*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+11*raios,peitoralcomi+15ou16*,pélvicacomi+8*eanalcomi+9*raios.

    AmplamentedistribuídanasbaciashidrográficasdorioParaguaiemédiorioPa-raná(BRITSKI;GARAVELLO,2007),étambémcapturadaesporadicamentenorioIguaçu(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002),possivelmentedevidooescapedepisciculturas.

    *GaravelloeBritski(1988)

    Leporinus macrocephalus Garavello&Britski,1988 Piavuçu, piaussu

    Comprimentopadrão240,9mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s68

    Leporinus obtusidens (Valenciennes,1837) Piau

    Comprimentopadrão225,7mm

    Região superior do corpo castanha, ventral amarelo-clara, com largas faixas transversais cinzas, às vezes inconspícuas oumais evidentes na regiãomais dorsal,e três grandes manchas pretas na lateral do corpo. Nadadeira dorsal amarelada ou bege-clara, demais nadadeiras levemente amareladas e anal ligeiramente escurecida. Possui corpo alongado e comprimido, boca terminal, cuja horizontal da fenda bucal passa sobre a órbita, olho com margem superior horizontalmente em linha com a linha lateral. O raio mais longo da nadadeira anal é mais longo que o dobro do raio mais curto.

    Alturadocorpocontida3,2a3,4*edopedúnculocaudal8,6a9,3*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,3a4,2*,pré-dorsal2,1a2,2*edopedúnculocaudal7,5a8,7*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,4a2,5*,diâmetroorbital2,4a2,5*edistânciainterorbital1,8a2,3*vezesnoCC.

    Possui 3* dentes no pré-maxilar e 3* na hemissérie do dentário. Linha lateral completacom38a40*escamas,6a7*sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a6*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+11*raios,peitoralcomi+15ou16*,pélvicacomi+9*,eanalcomi+9*raios.

    EstaespéciefoiidentificadaporGaravello(1979)comoLeporinus silvestrii Bou-lenger,1902.NoaltorioParanáalimenta-sedevegetaiseinsetos(ANDRIAN;DÓRIA;TORRENTE;FERRETI,1994),realizagrandesmigrações,semcuidadoparental,serepro-duz entre outubro e fevereiro, iniciando a atividade reprodutiva com L50=161,0mmnosmachos e L50=216,0mmnasfêmeas(SUZUKI;VAZZOLER;MARQUES;LIZAMA;INADA,2004).OcorreemriosdasbaciasdoPrata,SãoFranciscoeGuaíba (BRITSKI;GARA-VELLO,2007),masnãoénativadorioIguaçu.Aexemplodasdemaiscongêneres,seusexemplares são capturados adultos e esporadicamente, sugerindo que sua ocorrência no Iguaçu possa ser fruto de escapes de pisciculturas.

    *Garavello(1979)

  • C h a r a C i F o r m e s 69

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Região superior do corpo castanha, ventral amarelo-clara, com oito largas fai-xas transversais pretas na lateral do corpo. Quando em vida, apresenta as nadadeiras vermelhas ou alaranjadas. Possui corpo alongado e comprimido e boca levemente subterminal.

    Alturadocorpocontida3,6a3,8*edopedúnculocaudal9,1a9,3*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,1a4,3*,pré-dorsal1,9a2,1*edopedúnculocaudal9,2a9,3*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,2a2,7*,diâmetroorbital4,0a4,2*edistânciainterorbital2,2a2,6*vezesnoCC.

    Possui 3* dentes nopré-maxilar e 4* nahemissérie dodentário. Linha lateralcompletacom35a39*escamas,5*sériesdeescamasacimadalinhalaterale4a5*abaixo.Nadadeiradorsalcomi+11*raios,peitoralcomi+15ou16*,pélvicacomi+8*,eanalcomii+8ou9**raios.

    NabaciadoaltorioParaná,estaespéciealimenta-sedevegetais (LUZ-AGOS-TINHO;BINI;FUGI;AGOSTINHO;JÚLIOJÚNIOR,2006).OcorrenabaciadorioParanáeemJoinville,sualocalidade-tipo,segundoBritskieGaravello(2007),porém,nãoénativa do rio Iguaçu, onde ocorre esporadicamente.

    **BritskieGaravello(1978);*Garavello(1979)

    Leporinus octofasciatus Steindachner,1915 Piau,flamenguinho,ferreirinha

    Comprimento padrão 190,0 mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s70

    Com exemplares de pequeno porte e corpo fusiforme, espécies dessa família são normalmente encontradas em riachos de água corrente, onde suas nadadeiras bem desenvolvidas proporcionam grande equilíbrio, mesmo em águas com grande correnteza. Além dessas características, os membros dessa família apresentam fonta-nela frontal ausente e fontanela parietal pequena e circular, dentes cônicos ou tricus-pidadosemapenasumasérienopré-maxilar,doisoumaisraiosnãoramificadosnanadadeirapeitoralemenosde14raiosnaanal(BUCKUP,2003).

    FamÍLia crenuchidae

    1. Nadadeira adiposa presente ............................................................... Characidium sp. 1

    1’. Nadadeira adiposa ausente ................................................................ Characidium sp. 2

    Chave para espécies de Characidium

    Characidium sp. 1 Charutinho

    Comprimentopadrão49,0mm

    Corpo amarelo-claro, com uma faixa longitudinal marrom-escura bem evidente e oitoadezfaixastransversaismarrom-escuras,largas,àsvezesesmaecendoemdireçãoàregiãoventral.Nadadeirashialinas,compoucospigmentosescurossobreosraios,apenas a caudal com uma pinta preta na base dos raios caudais medianos. Possui boca subterminal, istmo coberto por escamas, nadadeira adiposa, corpo baixo e alongado.

    Alturadocorpocontida3,9a5,3edopedúnculocaudal8,6a10vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,2a5,2,pré-dorsal2,2a2,3edopedúnculocaudal4,6a5,8vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,7a4,8,diâmetroorbital2,8a3,7edistânciainterorbital4,6a6,0vezesnoCC.

    Possui5a7dentesnopré-maxilar.Linhalateralcompletacom35a38escamas,4ou4½sériesdeescamasacimadalinhalaterale3ou3½abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9raios,peitoralcomii-iii+8a10,pélvicacomi+7a9,eanalcomii+5a7raios.Apresenta4a6rastrosbraquiaissuperiorese5a7inferiores.

  • C h a r a C i F o r m e s 71

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Estaespécienãocorrespondeàdescriçãodenenhumacongênereeacredita-seser nova para a Ciência. Seus exemplares iniciam a atividade reprodutiva com L50=38,0mm nos machos e L50=48,0mmnasfêmeas(SUZUKI,1999).Emboraaindanãodescrita,acredita-sequeaespécieapresentedistribuiçãogeográficarestritaàbaciahidrográ-ficadorioIguaçu,sendocitadasuaocorrênciaporGaravello,Pavanelli;Suzuki(1997),UniversidadeEstadualdeMaringá(2002)eBaumgartner,Baumgartner,Pavanelli,Silva,Frana,Oliveira;Michelon(2006).

    Characidium sp. 2 Charutinho

    Comprimento padrão 32,9 mm

    Corpo amarelo-claro, com uma faixa longitudinal marrom-escura bem evidente e comlimitesirregulares,oitoadezfaixastransversaismarrom-escuras,largas,àsvezesesmaecendo e mais largas dorsalmente. Nadadeiras ímpares com pigmentos escuros sobreosraios,àsvezesformandofaixasirregulares.Demaisnadadeirashialinas.Possuiboca subterminal, istmo não coberto por escamas, corpo relativamente alto e olho pequeno quando comparado ao Characidium sp. 1. Nadadeira adiposa ausente.

    Alturadocorpocontida4,4a4,8edopedúnculocaudal8,5a8,7vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,1,pré-dorsal2,0edopedúnculocaudal5,4a6,5vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,7a4,0,diâmetroorbital3,6a3,8edistânciainterorbital4,3a5,6vezesnoCC.

    Apresenta6ou7dentesnasérieinternadopré-maxilar.Linhalateralcompletacom35ou36escamas,5escamasacimadalinhalaterale2½ou3abaixo.Nadadeiradorsalcomii-iii+8a9raios,peitoralcomiii+8ou9,pélvicacomii+6oui+7,eanalcomi+6ouii+5raios.Apresenta5rastrosbraquiaissuperiorese6inferiores.

    Não há estudos sobre a ecologia desta espécie até o momento, mas sua ocor-rênciatemsidorestritaàbaciadorioJordão,afluentedorioIguaçu.OrioJordãotemapresentadouma ictiofaunapeculiar,mesmoquandocomparadaàdo Iguaçu, comelevada taxa de endemismo.

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s72

    Essa família sempre foi considerada pela maioria dos autores como uma subfamí-lia dentro de Characidae. Aqui é reconhecida como família segundo o trabalho de Mi-rande(2009).Englobaospacusepiranhas,ambosausentesdaictiofaunanativadorioIguaçu. Os pacus são famosos pela sua beleza e sabor agradável, o que os torna muito apreciadosporaquariofilistasepescadoresprofissionaisouamadores.Umadassuasespécies mais importantes na pesca comercial da bacia do Prata tem sido cultivada na região estudada e exemplares podem ter escapado dos tanques, sendo capturados na bacia do Iguaçu. Seus representantes caracterizam-se por apresentar corpo alto e comprimido, duas série de dentes na maxila superior e muitas vezes um par de dentes cônicos atrás da série principal da maxila inferior. Algumas espécies de pacus podem apresentardimorfismosexual,alterandoopadrãodecoloridodocorpoenadadeiras.Embora exemplares de muitos gêneros apresentem um espinho direcionado para fren-te,adjacenteàbasedoprimeiroraiodanadadeiradorsal,aespéciedogêneroPiarac-tus,capturadanorioIguaçu,nãoapresentaestaestrutura(JÉGU,2003).

    FamÍLia serrasalmidae

    Piaractus mesopotamicus (Holmberg,1887) Pacu

    Comprimentopadrão265,0mm

    Corpoacinzentado,maisescuronaregiãodorsal,clareandoemdireçãoàventral,nadadeiraspeitoraisedorsalescuras,pélvica,analecaudalàsvezesalaranjadasemvida, ou esbranquiçadas. Focinho curto, boca terminal e corpo alto.

    Alturadocorpocontida1,5a2,0*edopedúnculocaudal8,8a8,9*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido2,7a4,2*,pré-dorsal1,6a1,7*edopedúnculocaudal8,8a9,4*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,9a3,3*,diâmetroorbital5,2a5,5*edistânciainterorbital1,9a2,1*vezesnoCC.

    Possui2*dentesnasérieinternadopré-maxilar,6a8*dentesnasérieexternae1a2*dentesnomaxilar,nahemissérieexternadodentárioapresenta6*dentesen-quanto a interna possui somente 2*. Linha lateral completa com 107 a 119* escamas, 49a54*sériesdeescamasacimadalinhalaterale50a55*abaixo.Nadadeiradorsal

  • C h a r a C i F o r m e s 73

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Essa família é considerada a maior em número de espécies de peixes neotropicais e a mais complexa entre os Characiformes. O pouco conhecimento desse grupo, seu elevado número de espécies, as semelhanças entre os gêneros e a falta de caracteres sinapomórficosparaadefiniçãodesubfamíliascomomonofiléticas,fezcomquediver-sos autores considerassem a maioria dos gêneros de Characidae como incertae sedis (composição incerta) (LIMA;MALABARBA;BUCKUP;SILVA;VARI;HAROLD;BENINE;OYAKAWA;PAVANELLI;MENEZES;LUCENA;MALABARBA;LUCENA;REIS;LANGEANI;CASATTI;BERTACO;MOREIRA;LUCINDA,2003).Osmembrosdessafamíliapossuemampladistribuiçãogeográficanaregiãoneotropicaleseusexemplarespodemapre-sentar de pequeno a grande porte e várias estratégias reprodutivas e alimentares.

    FamÍLia characidae

    com15ou16*raios,peitoralcom14a17*,pélvicacom8ou9*,analcom23a25*ecaudalcom19*raios.Possui52a54*espinhossimples,seguidosde7*escamastrans-formadas em pares de espinhos na quilha ventral.

    Esta espécie é considerada onívora, alimentando-se principalmente de insetos evegetais(HAHN;FUGI;ANDRIAN,2004).Aespécienãoapresentacuidadoparentale realiza grandesmigrações reprodutivas (SUZUKI; VAZZOLER;MARQUES; LIZAMA;INADA,2004).ÉamplamentecapturadanasbaciasdoParanáeParaguai (JÉGU; IN-GENITO,2007),sendotambémcapturadosexemplaresadultosnabaciadorioIguaçu(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002),possivelmentedecorrentesdosesca-pes de pisciculturas.

    *GraçaePavanelli(2007)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s74

    1. Mancha umeral preta, conspícua, ovalada horizontalmente; maxilar sem dentes .................................................................................................................. A. altiparanae

    1’. Mancha umeral escura vertical, arredondada ou irregular, com limites pouco definidos;maxilarcompelomenosumdente .............................................................. 2

    2. Margemdoterceiroinfraorbitalpróximaàmargemdopré-opérculo,sem área nua, ou deixando uma área nua estreita entre estes ossos, contida mais de cinco vezes na altura do terceiro infraorbital................................................ 3

    2’. Margem do terceiro infraorbital distante da margem do pré-opérculo, deixando uma área nua entre estes ossos contida de duas a cinco vezes na altura do terceiro infraorbital........................................................................................... 6

    3. Mancha umeral preta mais larga na região superior e estreita na região inferior, dando a aparência de uma vírgula de limites irregulares, seguida de outramancha posterior, vertical e difusa, às vezes pouco conspícua; nadadeiras avermelhadas quando em vida ......................................... A. bifasciatus

    3’.Mancha umeral cinza-escura, às vezes difusa, alongada verticalmente, normalmente sem outra mancha posterior evidente; nadadeiras amareladas ou levemente rosadas quando em vida......................................................................4

    4. Dentes do pré-maxilar com sete cúspides ....................................................... A. minor

    4’. Dentes do pré-maxilar com cinco ou menos cúspides ................................................5

    5. Dentessinfisianosdopré-maxilarcomquatrocúspides,eosdasérieinternalevemente convexos em vista frontal ..................................................... A. jordanensis

    5’.Dentessinfisianosdopré-maxilarcomcincocúspides,eosdasérieinternalevemente côncavos em vista frontal ..................................................... Astyanax sp. 2

    6. Dentes da série interna do pré-maxilar côncavos em vista frontal ....................... 7

    6’. Dentes da série interna do pré-maxilar retos ou levemente convexos em vista frontal................................................................................................................................8

    7. Manchaumeralverticalmentealongada;olhogrande,contidode2,5a3,0 vezes no comprimento da cabeça ................................................................ A. dissimilis

    7’. Mancha umeral arredondada e com um estreito prolongamento vertical para baixo; olho pequeno, contido 3,2 a 3,7 vezes no comprimento da cabeça ....................................................................................................................................... A. serratus

    8. Dentesnãosinfisianosdopré-maxilarcomapenastrêscúspides...................................................................................................................................................... A. gymnogenys

    8’.Dentesnãosinfisianosdopré-maxilarcomcincooumaiscúspides ................... 9

    9. Dentesinfisianocomsetecúspides;corpobaixo,suaalturacontida3,0vezesou mais no comprimento padrão ............................................................ Astyanax sp. 1

    9’.Dentesinfisianocomcincocúspides;corpoalto,suaalturacontida3,0vezesou menos no comprimento padrão .............................................................................. 10

    10. Com 11 ou 12 rastros branquiais superiores .............................. A. gymnodontus

    10’. Com nove ou 10 rastros branquiais superiores ............................. A. longirhinus

    Chave para espécies de Astyanax

  • C h a r a C i F o r m e s 75

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Astyanax altiparanae Garutti&Britski,2000 Tambiú, lambari-relógio

    Comprimentopadrão83,0mm

    Corpo claro com nadadeiras amareladas; mancha umeral escura horizontalmen-te ovalada, duas faixas transversais marrons, difusas sobre e após a região umeral, mancha preta horizontalmente alongada no pedúnculo caudal, prolongando-se até a extremidade dos raios caudais medianos. Boca terminal e corpo alto.

    Alturadocorpocontida1,9a2,6*edopedúnculocaudal6,9a8,6*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,7a4,4*,pré-dorsal1,8a2,1*edopedúnculocaudal7,8a8,4vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,2a4,1,diâmetroorbital2,8a4,0*edistânciainterorbital1,9a2,5*vezesnoCC.

    Possui5*dentesnasérieinternadopré-maxilarcom5a7*cúspides,e4a5*dentestrioupentacuspidados*nasérieexterna.Linhalateralcompletacom34a38*escamas,sendo6a7*sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a7*abaixo.Nada-deiradorsalcomiii+9*raios,peitoralcomi+11ou12*,pélvicacomi+7ou8*eanalcomii-v+24a32*raios.

    Espécieconsideradaherbívora (alimenta-sedevegetais superiores),maspodetambémincorporarinsetosterrestres(Hymenoptera,ColeopteraeLepidoptera)efrag-mentosdepeixes(DELARIVA,2002)emsuadieta.Seuritmoalimentar intensifica-seduranteooutononaregiãocentraldorio(calha),comoscilaçõesaleatóriasnostri-butárioseapresentatambémtendênciaalimentarcrepuscular(UNIVERSIDADEESTA-DUALDEMARINGÁ,2002).Osmenores indivíduosematividade reprodutiva foramregistradoscomCP=48,0mmnasfêmeaseCP=45,0mmnosmachos(UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009b).EssaespécieéencontradanabaciadoaltoParaná(LIMA;BUCKUP;MENEZES;LUCENA;LUCENA;TOLEDO-PIZA;ZANATA,2007)erio Iguaçu(GRAÇA;PAVANELLI,2002;PRIOLI;PRIOLI; JÚLIOJÚNIOR;PAVA-NELLI;OLIVEIRA;CARRER;CARRARO;PRIOLI,2002;BAUMGARTNER;BAUMGARTNER;PAVANELLI;SILVA;FRANA;OLIVEIRA;MICHELON,2006).

    *GaruttieBritski(2000)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s76

    Astyanax bifasciatus Garavello&Sampaio,2010 Lambari-do-rabo-vermelho

    Comprimentopadrão76,4mm

    Corpo claro, nadadeira anal, caudal e dorsal avermelhadas em vida. Mancha umeral preta verticalmente alongada, sendo a porção superior mais larga que a infe-rior, seguida de uma mancha pós-umeral difusa. Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, que se prolonga sobre os raios caudais medianos,prateadaquandoemvida.Espaçoentreo3ºinfraorbitaleopré-opérculoausente ou reduzido.

    Alturadocorpocontida2,4a3,0edopedúnculocaudal8,1a10,1vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,9a4,4,pré-dorsal1,9a2,1edopedúnculocaudal7,9a9,9vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,4a4,4,diâmetroorbital2,4a 2,7 e distância interorbital 2,9 a 3,3 vezes no CC.

    Possui5dentescom7cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,3a5nasérieexternae1a2*dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom36a39escamas,6a7sériesdeescamasacimadalinhalaterale4½a5½abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9raios,peitoralcomi+10a14,pélvicacomi+7eanalcomiii+19a24*raios.Apresenta8ou9rastrosbraquiaissuperiorese11a13inferiores.

    UmadasespéciesmaisabundantenobaixorioIguaçu,éconsideradaherbívora(alimenta-sede vegetais superiores), podendoalternativamente alimentar-sede in-setos e algas (DELARIVA, 2002;UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009a,2009b,2010).Seuritmoalimentarintensifica-seduranteooutononaca-lha central do rio Iguaçu, padrão não evidenciado em seus tributários. Indivíduos dessa espécie iniciamsuaatividadereprodutivacomCP=47,0mmnosmachoseCP=53,0mm nas fêmeas, e apesar de reproduzirem-se durante todo o ano, a maior intensidade reprodutiva ocorre naprimavera e inicio do verão (SUZUKI, 1999). SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu.Antesdesuarecente descrição, esta espécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Astyanax sp.B,apartirdeSampaio(1988).

    *GaravelloeSampaio(2010)

  • C h a r a C i F o r m e s 77

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Corpoclaro,commanchaumeralpreta,verticalmentealongada,àsvezesdifusa,seguidadeumamanchapós-umeralescura,difusaeàsvezesinconspícua.Faixalon-gitudinal escura e larga, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, e prateada quandoemvida.Margemdo3ºinfraorbitalseparadadopré-opérculoporumaamplaáreadepele(áreanua)ebocaterminal.

    Alturadocorpocontida2,5a3,0edopedúnculocaudal8,2a9,6vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,7a4,1,pré-dorsal1,8a2,0edopedúnculocaudal7,4a8,5vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,7a4,6,diâmetroorbital2,5a 3,0 e distância interorbital 2,7 a 3,2 vezes no CC.

    Possui4ou5dentes(geralmente5)nasérieinternadopré-maxilar,com7cúspi-des(raramente5),que,emvistaventral,formamumarcocôncavonasuperfíciefrontal,conferindoumaconcavidadeacadadente.Sérieexternacom3a5dentesemaxilarcom1a3*.Linhalateralcompletacom35a37escamas,6a7½sériesdeescamasaci-madalinhalaterale4½a6abaixo.Nadadeiradorsalcomii+8ou9raios,peitoralcomi+11a13,pélvicacomi+7a9eanalcomiii+16a21*raios.Apresenta8ou9rastrosbranquiais superiores e 10 a 12 inferiores.

    Alimenta-seessencialmentedevegetaissuperiores(espécieherbívora),podendoutilizar insetos alternativamente (HAHN; FUGI; ALMEIDA; RUSSO; LOUREIRO, 1997),sendosuadietainfluenciadaporrepresamentos(DELARIVA,2002).Essaespécieapre-sentaindivíduosemreproduçãodurantetodooano(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ, 2002), e os menores indivíduos em reprodução foram registrados comCP=54,0mmnosmachoseCP=66,0mmnasfêmeas(SUZUKI;AGOSTINHO,1997).SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu.An-tes de sua recente descrição, esta espécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Astyanaxsp.E,apartirdeSampaio(1988).

    *GaravelloeSampaio(2010)

    Astyanax dissimilis Garavello&Sampaio,2010 Lambari

    Comprimentopadrão74,8mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s78

    Astyanax gymnodontus (Eigenmann,1911) Lambarizão

    Comprimentopadrão115,0mm

    Corpo claro, sendo o dorso e a cabeça escurecidos. Mancha umeral preta e ver-ticalmente alongada, com limites pouco definidos, seguida por outramuito difusa,normalmente pouco conspícua. Faixa longitudinal cinza-escura, larga e difusa acima da linha lateral, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, que se prolonga sobre os raios caudais medianos. Pode ou não apresentar lábios ou dentes na série externa do pré-maxilar, desde lábio completamente ausente a bem desenvolvido e números variáveis de dentes na série externa do pré-maxilar, posicionados de maneira irregular, quando presentes. Pode apresentar divergências mesmo entre os lados da boca do mesmo indivíduo.O3º infraorbitaleopré-opérculosãoseparadosporumaamplaáreadepele(áreanua).

    Alturadocorpocontida2,4a2,9*edopedúnculocaudal7,6a8,8*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,6a4,2*,pré-dorsal1,8a2,1*edopedúnculocaudal9,9a12*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,2a4,5*,diâmetroorbital2,4a3,4*edistânciainterorbital2,7a3,5*vezesnoCC.

    Possui5a7*dentespentacuspidadosnasérieinternaouúnicadopré-maxilar,0a4nasérieexterna,emaxilarcom1a4*dentes.Linhalateralcompletacom37a41*escamas,6a8*sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a6*abaixo.Nadadeirador-salcomii-iii+8a10*raios,peitoralcomi+11a14*,pélvicacomi+7ou8*eanalcomiii+19a22*raios.Apresenta7a9rastrosbranquiaissuperiorese11ou12inferiores.

    Alimenta-se essencialmente de insetos, podendo utilizar alternativamente ve-getais superiores (HAHN; FUGI;ALMEIDA;RUSSO; LOUREIRO,1997;UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009a,2009b).Segundoestesautores,osmenoresindivíduosematividadereprodutivaforamregistradoscomCP=55,0mmnasfêmeaseCP=58,0mmnosmachos.Suadistribuiçãogeográficaéaparentementeres-tritaàbaciadorioIguaçu.ApartirdeSampaio(1988),exemplaresdestaespéciecomlábiosdesenvolvidosedentesnasérieexternadopré-maxilareramidentificadosnabacia do rio Iguaçu como Astyanax sp F. e Psalidodon gymnodontus Eigenmann, 1911, dogêneromonoespecíficoeendêmico,caracterizadaporapresentarumaúnicasériede dentes no pré-maxilar e lábios completamente ausentes, era igualmente reconhe-cida na bacia do rio Iguaçu. Entretanto, a presença de muitos exemplares que apre-sentavam condições intermediárias de desenvolvimento dos lábios e dos dentes na

  • C h a r a C i F o r m e s 79

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    sérieexternadopré-maxilar(Psalidodonsp.),entreAstyanax sp. F e P. gymnodontus, motivaramarealizaçãodeumestudoconduzidoporPavanellieOliveira(2009),queconcluíram que os exemplares inicialmente atribuídos a dois gêneros diferentes eram na verdade pertencentes a uma única espécie de lambari, com ampla variação dos caracteres bucais supramencionados.

    *PavanellieOliveira(2009)

    Astyanax gymnogenys Eigenmann, 1911 Lambari

    Comprimentopadrão113,8mm

    Corpo castanho, mais claro ventralmente. Mancha umeral preta, verticalmente alongada,seguidadeumamanchapós-umeralescura,difusaeàsvezesinconspícua.Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, que pode prolongar-se sobre os raios caudais medianos, e prateada quando em vida. Margemdo3ºinfraorbitaldistantedopré-opérculo,deixandoumaamplaáreacober-taporpele(áreanua).Maxilarcurtoemrelaçãoaopré-maxilar,olhopequeno,bocaterminal e corpo alto.

    Alturadocorpocontida2,4a2,7edopedúnculocaudal8,1a9,2vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,1a4,4,pré-dorsal1,8a2,0edopedúnculocaudal8,2a9,8vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,7a4,2,diâmetroorbital2,8a3,2edistânciainterorbital2,6a3,2vezesnoCC.

    Possui5*dentescom3*cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,2a4*nasérieexternaemaxilarcom1a3*dentes.Linhalateralcompletacom38a41escamas,6a7sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a5½abaixo.Nadadeiradorsalcomii+8ou9*raios,peitoralcomi+12ou13*,pélvicacomi+7ou8*eanalcomiii+18a20*raios.Apresenta6*rastrosbranquiaissuperiorese10ou11*inferiores.

    No reservatório de Segredo, essa espécie é considerada malacófaga, alimen-tando-seprincipalmentedegastrópodos(HAHN;FUGI;ALMEIDA;RUSSO;LOUREIRO,1997).Operíododereproduçãoestende-sedeoutubroajaneiro,maisintensamenteentrenovembroe janeiro (SUZUKI;AGOSTINHO,1997). Essaespécieé consideradacomovulnerávelàextinçãoporAbilhoaeDuboc(2004).SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu.Sampaio(1988)chamouexemplares desta espécie erroneamente de Astyanax sp. A em seu trabalho.

    *GaravelloeSampaio(2010)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s80

    Astyanax jordanensis Alcaraz,Pavanelli&Bertaco,2009 Lambari

    Comprimentopadrão47,7mm

    Corpo marrom-claro, mais escurecido nas porções dorsais da cabeça e do tronco, clareandoemdireçãoàregiãoventral.Faixalongitudinalmarrom-escuranalateraldocorpo, larga, mas pouco conspícua, que pode prolongar-se sobre os raios caudais me-dianos.Manchaumeralcinza-escura,àsvezespoucoevidente,verticalmentealongada.Bocaterminaleespaçoentreo3ºinfraorbitaleopré-opérculoausenteoureduzido.

    Alturadocorpocontida2,8a3,6*edopedúnculocaudal7,3a9,2*vezesnoCP;comprimento da cabeça contido 3,2 a 3,9*, pré-dorsal 1,7 a 2,0* e do pedúnculo caudal 6,0a7,3*vezesnoCP.Comprimentodofocinho3,4a4,0*,diâmetroorbital3,4a4,4*edistânciainterorbital2,8a3,3*vezesnoCC.

    Possui5*dentescom4a7*cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,3a5*nasérieexternae1ou2*dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom35a38*esca-mas,5a7*sériesdeescamasacimadalinhalaterale5*abaixo.Nadadeiradorsalcomi-ii+9*raios,peitoralcomi+9a12*,pélvicacomi+6ou7*eanalcomiii-v+14a17*raios.Apresenta6*rastrosbranquiaissuperiorese10ou11*inferiores.

    A ocorrência dessa espécie é aparentemente limitada aos rios Jacu e das Torres, baciadorioJordão(ALCARAZ;PAVANELLI;BERTACO,2009),queéumafluentedorioIguaçu que possui um certo grau de endemismo, mesmo quando comparado ao res-tante da bacia do Iguaçu. Atualmente o rio Jordão possui uma usina para geração de energia elétrica em sua foz, cujo reservatório submergiu uma queda d’água que pode ter atuado como barreira efetiva para a livre dispersão de espécies de peixes entre o rioJordãoeorioIguaçu,justificandoesteendemismo.

    *Alcaraz,PavanellieBertaco(2009)

  • C h a r a C i F o r m e s 81

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Astyanax longirhinus Garavello&Sampaio,2010 Lambari

    Comprimentopadrão105,0mm

    Corpo claro, escurecendo em direção ao dorso. Mancha umeral cinza-escura, prolongada verticalmente. Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente após a re-gião da mancha umeral, que pode prolongar-se sobre os raios caudais medianos, pra-teadaquandoemvida.Bocaterminal.O3ºinfraorbitaleopré-opérculosãoseparadosporumaamplaáreadepele(áreanua).

    Alturadocorpocontida2,5a3,1*edopedúnculocaudal8,1a9,6vezesnoCP;comprimentodacabeça3,8a3,9*,pré-dorsal1,9a2,2*edopedúnculocaudal7,8a8,8vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,3a4,3,diâmetroorbital3,7a5,1*edistânciainterorbital2,7a4,0*vezesnoCC.

    Possui5dentescom3a5cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,2a4nasérieexternaemaxilarcom1a3dentes.Linhalateralcompletacom41a44*escamas,6½a7sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a6abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9*raios,peitoralcomi+11*,pélvicacomi+7*eanalcomii-iii+18a20*raios.Apresenta7* rastros branquiais superiores e 9* inferiores.

    Essaespéciealimenta-seexclusivamentedeinvertebrados(malacófaga)(HAHN;FUGI;ALMEIDA;RUSSO;LOUREIRO,1997).Suadistribuiçãogeográficaéaparentemen-terestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu.Antesdesuarecentedescrição,estaes-pécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Astyanax sp. G, a partir de Sampaio (1988).

    *GaravelloeSampaio(2010)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s82

    Astyanax minor Garavello&Sampaio,2010 Lambari-do-rabo-amarelo

    Comprimentopadrão89,0mm

    Corpoclaro,manchaumeralcinza-escura,verticalmentealongada,àsvezesdifu-sa. Nadadeiras ímpares amareladas ou alaranjadas em vida. Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente após a região da mancha umeral, que se prolonga sobre os raios caudaismedianos,prateadaquandoemvida.Espaçoentreo3ºinfraorbitaleopré--opérculo ausente ou reduzido. Boca terminal.

    Alturadocorpocontida2,2a2,8*edopedúnculocaudal7,5a9,0vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,9a4,5*,pré-dorsal1,8a2,2*edopedúnculocaudal7,9a10,0vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,6a4,5*,diâmetroorbital2,4a3,2*edistânciainterorbital2,5a3,2*vezesnoCC.

    Possui5dentescom7cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,3a6nasérieexternae1ou2dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom36a39*escamas,5½a6½sériesdeescamasacimae4½a6abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8a10*raios,peitoralcomi+10a14*,pélvicacomi+7ou8*eanalcomiii+16a23*raios.Apresenta9a12*rastrosbranquiaissuperiorese13a16*inferiores.

    Essa espécie, muito abundante em reservatórios estabilizados e amplamente dis-tribuída no baixo rio Iguaçu, caracteriza-se pela onivoria que lhe confere grande plasti-cidade alimentar, porém, em alguns locais seu hábito é detritívoro. Seu ritmo alimentar intensifica-seduranteooutononacalhaprincipaldo rio Iguaçu,nãoapresentandopadrões de sazonalidade para os tributários. A reprodução pode ocorrer durante o ano todo,commaiorintensidadeentrenovembroemarço(UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009a,2009b,2010).Segundoestesautores,osmenoresindivíduosematividadereprodutivaforamregistradoscomCP=56,0mmnasfêmeaseCP=48,0mmnosmachos.SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu.Antesdesuarecentedescrição,estaespécieeraconhecidana bacia do rio Iguaçu como Astyanaxsp.C,apartirdeSampaio(1988).

    *GaravelloeSampaio(2010)

  • C h a r a C i F o r m e s 83

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Astyanax serratus Garavello&Sampaio,2010 Lambari

    Comprimento padrão 100,2 mm

    Corpo castanho-claro, mais claro ventralmente, escurecendo em direção ao dor-so. Mancha umeral preta, arredondada e com estreito prolongamento vertical para baixo,seguidadeumamanchapós-umeralescura,difusaeàsvezesinconspícua.Faixalongitudinal escura e larga, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, que se prolonga sobre os raios caudais medianos, prateada quando em vida. Mandíbula robusta,margemdo3ºinfraorbitalseparadadopré-opérculoporumaamplaáreadepele(áreanua)ebocaterminal.

    Alturadocorpocontida2,6a3,1edopedúnculocaudal7,8a9,0vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,4a3,9,pré-dorsal1,8a2,1edopedúnculocaudal7,4a8,5vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,6a4,4,diâmetroorbital3,2a 3,7 e distância interorbital 2,3 a 2,9 vezes no CC.

    Possui5dentescom5a7cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,que,emvistaventral,formamumarcocôncavonasuperfíciefrontal.Sérieexternacom4ou5dentese1a4dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom35a38escamas,6½a7sériesdeescamasacimae5½a6abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8ou9*raios,peitoralcomi+11a13*,pélvicacomi+6a8*eanalcomiii+16a20*raios.Apresenta8a9rastrosbranquiaissuperiorese10a12inferiores.

    SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu. Antes de sua recente descrição, esta espécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Astyanaxsp.D,apartirdeSampaio(1988).

    *GaravelloeSampaio(2010)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s84

    Astyanax sp. 1 Lambari

    Comprimentopadrão78,1mm

    Corpo castanho-claro, mais claro ventralmente, escurecendo em direção ao dorso. Mancha umeral preta, verticalmente alongada e com estreito prolongamento vertical para baixo. Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente após a região da mancha umeral, que se prolonga sobre os raios caudais medianos, prateada quando emvida.Margemdo3º infraorbitaldistantedopré-opérculo,deixandoumaamplaáreacobertaporpele(áreanua)ebocaterminal.

    Alturadocorpocontida3,0a3,5edopedúnculocaudal9,5a11,1vezesnoCP;comprimentodacabeça3,5a3,9,pré-dorsal1,9a2,0edopedúnculocaudal7,4a8,8vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,6a4,1,diâmetroorbital2,6a3,1edistância interorbital 3,2 a 3,7 vezes no CC.

    Possui4ou5dentescom7cúspidesnasérieinternadopré-maxilar3ou4nasérieexternaemaxilarcom1ou2dentes.Linhalateralcompletacom36a39escamas,6½a7½sériesdeescamasacimadalinhalaterale5a6½abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9raios,peitoralcomi+11a14,pélvicacomi+7ou8eanalcomii+21a23raios.Apresenta8a10rastrosbranquiaissuperiorese11a13inferiores.

    CapturadaapenasnorioCandói,afluentedorioJordão,emcoletasrealizadaspeloNupélia,acredita-sequeaespécieapresentesuadistribuiçãogeográficarestritaàbaciadorioJordão,afluentedorioIguaçu,aexemplodeoutrasespéciesquecarac-terizam a ictiofauna deste rio como endêmica, mesmo em relação ao restante da bacia do Iguaçu.

  • C h a r a C i F o r m e s 85

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Astyanax sp. 2 Lambari

    Comprimentopadrão65,8mm

    Corpo castanho, mais claro na região ventral e mais escuro na região dorsal, com uma faixa longitudinal marrom escura na lateral do corpo, que se estende da região apósamanchaumeralatéofinaldosraioscaudaismedianos.Apresentapigmentaçãoescura na margem das nadadeiras dorsal e anal. Mancha umeral preta, verticalmente alongada, com prolongamento vertical para baixo. Corpo robusto e boca terminal. Margemdo3º infraorbitalseparadadopré-opérculoporumaestreitaáreadepele(áreanua).

    Alturadocorpocontida2,9a3,3edopedúnculocaudal8,4a9,3vezesnoCP;comprimentodacabeça3,6a3,8,dopedúnculocaudal6,7a8,1epré-dorsal1,9a2,0vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,0a4,1,diâmetroorbital3,0a3,6edistânciainterorbital2,8a3,7vezesnoCC.

    Possui5dentescom5cúspidesnasérieinternadopré-maxilare4ou5dentesnasérieexterna.Maxilarcom1a3dentes.Linhalateralcompletacom35a37escamas,5½a6sériesdeescamasacimadalinhalaterale4a4½abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9raios,peitoralcomi+12ou13,pélvicacomi+6ou7eanalcomiii+17a19raios.Apresenta6a8rastrosbranquiaissuperiorese8a10inferiores.

    CapturadaapenasnoarroioLaranjal,afluentedorioIguaçu,emexpediçãorea-lizada pelo Gerpel, aprensenta características semelhantes a Astyanax leonidas Azpe-licueta,Casciotta&Almirón,2002,diferindoprincipalmentenonúmerodedentesdomaxilar.

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s86

    Gênero indeterminado sp.

    Comprimentopadrão168,0mm

    Corpo claro, escurecendo em direção ao dorso. Mancha umeral cinza-escura, irregularmente arredondada ou alongada verticalmente, geralmente com prolon-gamento vertical para baixo. Faixa longitudinal escura e larga, mais evidente após a região da mancha umeral, que pode prolongar-se sobre os raios caudais medianos, prateadaquandoemvida.Bocaterminal.O3ºinfraorbitaleopré-opérculoseparadosporumaamplaáreadepele(áreanua).

    Alturadocorpocontida3,4a3,5*edopedúnculocaudal9,8a9,9*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,2a3,4*,pré-dorsal1,8a1,9*edopedúnculocaudal7,9a8,4*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,5a3,9*,diâmetroorbital4,7a4,8*edistânciainterorbital3,9a4,0*vezesnoCC.

    Possui4*dentescaniniformesnasérieinternadopré-maxilare4*dentescônicosnasérieexterna.Maxilarcom9ou10*dentescônicos.Linhalateralcompletacom42a44*escamas,7a7½*sériesacimadalinhalaterale5a5½*abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9*raios,peitoralcomi+13*,pélvicacomi+7ou8*eanalcomiii+19ou20*raios. Apresenta 7* rastros branquiais superiores e 10* inferiores.

    Esta espécie é raramente capturada, carecendo, além da sua descrição original, deestudosrelacionadosàsuabiologia.SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciadorioIguaçu.Possuiumafórmuladentáriaquenãocoincidecomoscaracteres dos gêneros de lambaris atualmente descritos, por isso é aqui considerada como espécie nova de um gênero indeterminado, provavelmente novo, que está em estudo por Luiz Roberto Malabarba, Carla Simone Pavanelli e Júlio César Garavello. EstaespéciefoichamadacomogêneroAporGaravello,PavanellieSuzuki(1997).

    *LuizRobertoMalabarba,comunicaçãopessoal(2010)

  • C h a r a C i F o r m e s 87

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Hyphessobrycon reticulatus Ellis, 1911 Lambarizinho

    Comprimentopadrão34,3mm

    Corpobege-claro,comumamanchaumeralpreta, levementearredondada,àsvezes com estreito prolongamento vertical para baixo, e outra maior, sobre o pedún-culo caudal. Apresenta ainda uma listra longitudinal preta, que se inicia após a metade docorpoeseesmaeceantesdamanchadopedúnculo.Umalistracinza-escuramaisestreitaaolongodabasedanadadeiraanal,àsvezespoucoevidente.Escamascompigmentos escuros na borda, conferindo um aspecto reticulado ao corpo. Nadadeiras ímpares com pigmentos escuros nas porções distais.

    Alturadocorpocontida2,5a2,6edopedúnculocaudal8,3a9,7vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,5a3,7,pré-dorsal1,5edopedúnculocaudal6,9a8,5vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,8a5,5,diâmetroorbital2,7a3,0e distância interorbital 2,2 vezes no CC.

    Possui5*dentescom3a5*cúspidesnasérieinternadopré-maxilar,3a5*den-tescom3*cúspidesnasérieexternae0ou1*dentenomaxilar(geralmente1).Linhalateralincompleta,com5a7*escamasporadas,longitudinalcom31a34*escamas,6a7*sériesdeescamasacimae4a5*abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcom11*raios,peitoralcomi+11a13,pélvicacomi+6ou7eanalcom18a21*raios.Apresenta7* rastros branquiais superiores e 9* inferiores.

    Essa espécie encontra-se distribuída nas bacias costeiras do Rio de Janeiro e SantaCatarina(LIMA;BUCKUP;MENEZES;LUCENA;LUCENA;TOLEDO-PIZA;ZANATA,2007)enorioIguaçu(SAMPAIO,1988).Naúltima,estaespécietemdistribuiçãogeo-gráficaampla,masnãoabundante.

    *Ellis(1911)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s88

    Oligosarcus longirostris Menezes&Géry,1983 Saicanga

    Comprimentopadrão164,6mm

    Corpo amarelo-claro, castanho na região dorsal. Mancha umeral preta vertical-mente alongada, e outra mancha preta alongada horizontalmente sobre o pedúnculo caudal. Nadadeiras vermelhas ou amarelas quando em vida, amareladas nos exempla-resfixados,comasbordasescurecidas.Faixalongitudinalpretaelarga,iniciando-seapós a região da mancha umeral e prolongando-se sobre os raios caudais medianos, prateada quando em vida. Focinho pontudo e longo.

    Alturadocorpocontida3,4a3,9*edopedúnculocaudal9,3a11,8*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido2,9a3,2*epré-dorsal1,7a1,8*vezesnoCP.Compri-mentodofocinhocontido3,3a3,8*,diâmetroorbital3,6a4,7*edistânciainterorbital4,4a4,8*vezesnoCC.

    Possuinumerososdentescônicosebemdesenvolvidos,maxilarcom24a32*dentesedentáriocom14a19*.Linhalateralcompletacom47a51*escamas,9ou10*sériesdeescamasacimadalinhalaterale7a8*abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9*raios,peitoralcomi+13a15*,pélvicacomi+7*eanalcomiv+22a26*raios.Apresenta12a14*rastrosbranquiaisinferiores.

    Essa espécie de hábito alimentar piscívoro, apresenta pressão de predação sobre espécies como Cyphocarax santacatarinae, algumas espécies do gênero Astyanax e espéciesnão identificadas (devidoaoelevadoestadodedecomposiçãodaspresas)dasfamíliasCichlidaeePimelodidae(HAHN;FUGI;ALMEIDA;RUSSO;LOUREIRO,1997;UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGÁ,2002).Oritmoalimentardessaespéciein-tensifica-seduranteooutononacalhacentraldorioIguaçu,masseuritmoalimentarnão apresentou sazonalidade em seus tributários. Esta espécie se reproduz entre julho e março, e os menores indivíduos em atividade reprodutiva foram registrados com CP=96,0mmtantoemmachosquantofêmeas(UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009a,2009b).Suadistribuiçãogeográficaéaparentementeres-tritaàbaciadorioIguaçu.

    *MenezeseGéry(1983)

  • C h a r a C i F o r m e s 89

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Esta subfamília, caracterizada por apresentar um único gênero, com espécies predadoras, ictiófagas, que habitam principalmente grandes cursos d’água, já teve seu statusalteradováriasvezes.FoiconsideradatribodeBryconinaeporGéry (1977),ogênero Salminus já foi incluído como incertae sedis dentro de Characidae por Lima, Malabarba, Buckup, Silva, Vari, Harold, Benine, Oyakawa, Pavanelli, Menezes, Lucena, Malabarba, Lucena, Reis, Langeani, Casatti, Bertaco,Moreira e Lucinda (2003),masfoi considerada subfamília de Characidae ao longo de décadas por diversos autores, como,entreoutros,Britski,SilimoneLopes(2007).ApósrecenteanálisefilogenéticadafamíliaCharacidae,publicadaporMirande(2009),elavoltanovamenteaterstatusde subfamília de Characidae, como considerada aqui. Suas poucas espécies ocorrem em várias bacias sulamericanas, mas não são nativas da bacia do rio Iguaçu. Sua única representante na bacia é capturada esporadicamente, apenas na fase adulta.

    Salminus brasiliensis (Cuvier,1816) Dourado

    Comprimento padrão 207,3 mm

    sUBFamÍLia

    salmininae

    Região superior do corpo acinzentada, ventral amarelo-clara, com coloração amarelo ouro característica, sobretudo na cabeça e nadadeiras, sendo que as últimas também podem se apresentar avermelhadas quando em vida. Mancha preta horizon-talmente alongada que se estende do pedúnculo caudal até a extremidade dos raios caudais medianos. Boca ampla e terminal.

    Alturadocorpocontida3,6a3,7*edopedúnculocaudal11,3a11,5*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,1a3,3*,pré-dorsal1,8a1,9*edopedúnculocaudal9,3a9,6*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,4a4,0*,diâmetroorbital5,7a5,9*edistânciainterorbital2,7a3,2*vezesnoCC.

    Possui9a11*dentesnasérieinternadopré-maxilare8*naexterna,sérieinternadodentáriocom40a50*,externacom28ou29*emaxilarcom30a33*dentes.Linhalateralcompletacom93a96*escamas,16a18*sériesdeescamasacimadalinhala-terale8ou9*abaixo.Nadadeiradorsalcom11ou12*raios,peitoralcom15*,pélvicacom9*eanalcom26a28*raios.

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s90

    Membros dessa subfamília não são nativos da ictiofauna do rio Iguaçu. Nas ba-cias onde ocorrem, entretanto, são bastante apreciados na pesca, pois apresentam portesdemédioagrande.Caracterizam-seporapresentartrês(raramentequatro)sé-ries de dentes no pré-maxilar, dentes maiores na série interna do pré-maxilar, um den-tesinfisianoatrásdasériededentesprincipaldodentário(LIMA,2003),nadadeiraanallongaelinhalateralbemabaixodomeiodoflanco(BRITSKI;SILIMON;LOPES,2007).

    sUBFamÍLia

    Bryconinae

    Descrita nas bacias dos rios da Prata, Mamoré e drenagens da Laguna dos Patos, seu primeiro registro no rio Iguaçu ocorreu no reservatório de Salto Santiago em janei-rode2008(GUBIANI;FRANA;MACIEL;BAUMGARTNER,2010).

    Apresenta hábito alimentar piscívoro e realiza grandes migrações para reprodu-ção(SUZUKI;VAZZOLER;MARQUES;LIZAMA;INADA,2004)emsuasbaciasdeorigem.No rio Iguaçu ela não é nativa, sendo sua captura esporádica e restrita a exemplares adultos, indicando que sua ocorrência pode ser devida ao escape de pisciculturas.

    *GraçaePavanelli(2007)

  • C h a r a C i F o r m e s 91

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Brycon hilarii (Valenciennes,1850) Piraputanga

    Comprimentopadrão250,2mm

    Região superior do corpo acinzentada, ventral amarelo-clara. Mancha umeral preta alongada horizontalmente. As nadadeiras pélvica, anal e caudal podem se apre-sentar avermelhadas quando em vida. Mancha umeral preta levemente arredondada e outra longitudinalmente alongada que se estende do pedúnculo caudal até a ex-tremidade dos raios caudais medianos. Faixa longitudinal cinza-escuro, muitas vezes inconspícua na lateral do corpo. Boca terminal.

    Alturadocorpocontida2,8a3,9*edopedúnculocaudal8,6a11,8*vezesnoCP;comprimentodacabeça2,9a4,7*,pré-dorsal1,8a2,2*edopedúnculocaudal5,6a8,1*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido2,9a3,8*,diâmetroorbital3,3a5,1*edistânciainterorbitalde1,9a2,8*vezesnoCC.

    Possui3*sériesdedentesnopré-maxilar,sendoqueasérieinternapossui4a6*dentescom3a5*cúspides,aexternapossui7a13*dentescom3*cúspideseasériecentralapresenta3a5*dentescom3*cúspides.Maxilarcom11a23*dentes.Linhala-teralcompletacom65a82*escamas,11a17*sériesdeescamasacimadalinhalaterale6a9*abaixo.Nadadeiradorsalcomii+9*raios,peitoralcomi+12a15*,pélvicacomi+7*eanalcomiii+19a27*raios.Apresenta14a18*rastrosbranquiaissuperiorese12a18*inferiores.

    Esta espécie, na bacia do rio Paraguai, é considerada onívora, alimentando-se principalmentedeinsetosevegetais(BRITSKI;SILIMON;LOPES,1999).Nãoapresentacuidadoparentalerealizagrandesmigrações(SUZUKI;VAZZOLER;MARQUES;LIZA-MA;INADA,2004).NativadebaciadorioParaguai,suacapturanorioIguaçuéespo-rádica e restrita a exemplares adultos, indicando que sua ocorrência pode ser devida ao escape de pisciculturas.

    *Lima(2001)

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s92

    Após muitos anos considerada como sinônimo de Glandulocaudinae, esta subfa-míliafoirecentementevalidadaporMirande(2009),queredefiniueampliouaabran-gênciadestegrupo,agoraincluindorepresentantesdocladoAdeMalabarbaeWeit-zman (2003), entre outros.Os gênerosdabacia do rio Iguaçuque são atualmentealocados nesta subfamília já foram considerados pertencentes a Tetragonopterinae e incertae sedis em Characidae pela maioria dos autores, em épocas diferentes. São espécies de pequeno porte que se caracterizam basicamente por apresentar quatro dentes na série interna do pré-maxilar.

    1. Mancha umeral preta, grande e arredondada, bem evidente; série externa de dentes do pré-maxilar com três dentes ..................................................... B. pyahu

    1’. Mancha umeral cinza-escura, ou preta, estreita e alongada verticalmente, às vezespoucoconspícua; sérieexternadopré-maxilar comquatroa seisdentes(raramentetrês) ........................................................................................................... 2

    2. Corpo alto, sua altura contida no máximo três vezes no comprimento padrão; cabeça grande, seu comprimento contido menos de quatro vezes no comprimento padrão; nadadeira anal com21 a 26 raios ........................ B. ikaa

    2’. Corpo baixo, sua altura contida mais de três vezes no comprimento pa-drão; cabeça pequena, seu comprimento contido quatro vezes ou mais no comprimento padrão; nadadeira anal com 19 a 22 raios .... Bryconamericus sp.

    Chave para espécies de Bryconamericus

    sUBFamÍLia

    stevardiinae

  • C h a r a C i F o r m e s 93

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Corpo bege-claro, mais escuro dorsalmente, prateado quando em vida. Mancha umeral preta verticalmente alongada, com prolongamentos inconspícuos para cima e para baixo, seguida por outra mancha castanha, difusa e muitas vezes inconspícua. Faixa longitudinal castanha, mais evidente a partir da segunda mancha umeral, que não se prolonga sobre os raios caudais medianos. Nadadeiras hialinas, que podem apresentar-se avermelhadas ou amareladas quando em vida, normalmente com pig-mentos escuros dispersos em seus terços distais. Boca subterminal.

    Alturadocorpocontida2,7a3,0*edopedúnculocaudal8,4a9,0*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,5a3,9*,pré-dorsal1,8a1,9*edopedúnculocaudal7,5a8,6*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,7a4,3*,diâmetroorbital2,7a3,1*edistânciainterorbital3,3a3,8*noCC.

    Possui4*dentesnasérieinternadopré-maxilar,com3a5*cúspides.Sérieexter-nacom4a6*dentes,com3ou4*cúspidese3ou4*dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom36a38*escamas,5*sériesdeescamasacimae3½a4½*abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8*raios,peitoralcomi+10a12*,pélvicacomi+7*eanalcomiii-iv+21a26*raios.Apresenta6ou7rastrosbranquiaissuperiorese9 ou 10 inferiores.

    Esta espécie possui hábito alimentar onívoro, com consumo de diversos itens, tendo sido fortemente afetada pela formação do reservatório de Salto Caxias, que proporcionouadeposiçãodomaterialparticulado,limitandoaespécieàcondiçãodedetritívora(DELARIVA,2002).Operíodoreprodutivodestaespécieocorreentreagostoejaneiro(UNIVERSIDADEESTADUALDEMARINGA,2002),eosmenoresindivíduosematividadereprodutivaforamregistradoscomCP=50,0mmnasfêmeaseCP=55,0mmnosmachos(UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2010).Suadistribui-çãogeográficaéaparentementerestritaàbaciadorioIguaçu,tendosidoregistradaporGaravello,PavanellieSuzuki (1997),UniversidadeEstadualdeMaringá (2002)eBaumgartner,Baumgartner,Pavanelli,Silva,Frana,OliveiraeMichelon(2006).Antesdesua descrição, esta espécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Bryconamericus sp.A,apartirdeSampaio(1988).

    *Casciotta,AlmiróneAzpelicueta(2004)

    Bryconamericus ikaa Casciotta,Almirón&Azpelicueta,2004 Lambarizinho

    Comprimentopadrão54,8mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s94

    Bryconamericus pyahu Azpelicueta,Casciotta&Almirón,2003 Lambarizinho

    Comprimentopadrão49,9mm

    Corpo bege-claro, mais escuro dorsalmente, prateado quando em vida. Mancha umeral preta, grande e arredondada, sem prolongamentos para cima e para baixo. Fai-xa longitudinal preta, mais evidente após a mancha umeral, mais larga sobre o pedún-culo caudal, formando uma mancha horizontalmente alongada, que pode se prolongar fracamente sobre os raios caudais medianos. Nadadeiras hialinas, normalmente com pigmentos escuros dispersos em seus terços distais. Boca subterminal.

    Alturadocorpocontida2,9a3,6*edopedúnculocaudal8,2a9,5*vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,6a4,0*,pré-dorsal1,9a2,0*edopedúnculocaudal5,5a6,8*vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido3,6a4,4*,diâmetroorbital2,6a3,3*edistânciainterorbital3,4a4,0*vezesnoCC.

    Possui4*dentesnasérieinternadopré-maxilar,com3a5*cúspides.Sérieex-ternacom3*dentes,com3*cúspides,emaxilarcom3a5*dentescontendo1a3*cúspides.Linhalateralcompletacom37a39*escamas,5*sériesdeescamasacimae3½a4*abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8*raios,peitoralcomi+11ou12*,pélvicacomi+7*eanalcomiii-iv+21a24*raios.Apresenta4a5*rastrosbran-quiais superiores e 9* inferiores.

    SuadistribuiçãogeográficaéaparentementerestritaàbaciahidrográficadorioIguaçu. Não há estudos disponíveis sobre sua biologia. Antes de sua descrição, esta espécie era conhecida na bacia do rio Iguaçu como Bryconamericus sp. B, a partir de Garavello,PavanellieSuzuki(1997).

    *Azpelicueta,CasciottaeAlmirón(2003)

  • C h a r a C i F o r m e s 95

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Corpo bege-claro, mais escuro dorsalmente, prateado quando em vida. Man-chaumeralcastanho-escura,difusaeverticalmentealongada,àsvezescompequenosprolongamentos para cima e para baixo. Faixa longitudinal preta, mais larga sobre o pedúnculo caudal, formando uma mancha arredondada ou horizontalmente alonga-da, que pode prolongar-se fracamente sobre os raios caudais medianos. Nadadeiras hialinas, normalmente com pigmentos escuros dispersos em seus terços distais. Boca subterminal.

    Alturadocorpocontida3,2a3,7edopedúnculocaudal9,3a10,5vezesnoCP;comprimentodacabeça4,0a4,3,pré-dorsal1,9a2,0edopedúnculocaudal8,4a9,7vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido4,0a5,0,diâmetroorbital2,4a2,8edistância interorbital 3,1 a 3,7 vezes no CC.

    Possui4dentescom3cúspidesnasérie internadopré-maxilar.Sérieexternacom3ou4dentese2ou3dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom37ou38es-camas,5½sériesdeescamasacimae4½ou5sériesabaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8raios,peitoralcomi+11a13,pélvicacomi+7eanalcomii+17a20raios.Apresenta6ou7rastrosbranquiaissuperiorese7a9inferiores.

    EstaespécieiniciaaatividadereprodutivacomCP=45,0mmtantoparamachoscomoparafêmeas(SUZUKI;AGOSTINHO,1997).Suadistribuiçãogeográficaéaparen-tementerestritaàbaciadorioIguaçu.

    Bryconamericus sp. Lambarizinho

    Comprimentopadrão50,1mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s96

    Cyanocharax aff. alburnus (Hensel,1870) Lambarizinho

    Comprimentopadrão58,6mm

    Corpo esbranquiçado abaixo da linha lateral, amarelado acima, com concentra-ção de pigmentos escuros na região dorsal do corpo e cabeça. Nadadeiras hialinas com poucos pigmentos escuros dispersos. Mancha umeral preta, pequena e alongada verticalmente.Faixalongitudinallargaeescura,àsvezesformandoumamanchapretahorizontalmente alongada sobre o pedúnculo caudal, estendendo-se sobre os raios caudais medianos. Boca terminal.

    Alturadocorpocontida3,1a3,7edopedúnculocaudal10,4a12,2vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,5a4,9,pré-dorsal1,8a1,9edopedúnculocaudal7,1a8,5vezesnoCP.Comprimentodofocinhocontido4,2a5,6,diâmetroorbital2,1a2,5edistânciainterorbital2,6a3,1vezesnoCC.

    Possui4ou5dentescom5cúspidesnasérieinternadopé-maxilar.Sérieexternacom3a5dentese1ou2dentesnomaxilar.Linhalateralcompletacom35a37es-camas,5ou5½sériesdeescamasacimae4abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+8raios,peitoralcomi+10a12,pélvicacomi+6eanalcomii+22a24raios.Apresenta 7 a 9 rastros braquiais superiores e 10 a 12 inferiores.

    Alimenta-sede insetos terrestres (DELARIVA,2002)e seuperíodo reprodutivoocorre de setembro a novembro (UNIVERSIDADE ESTADUAL DEMARINGÁ, 2002).DescritadoRioGrandedoSuleconsiderandosuadistribuiçãogeográficaoriginal,quenão inclui a bacia do rio Iguaçu, esta espécie era conhecida no Iguaçu como Brycona-mericussp.C,apartirdeGaravello,PavanellieSuzuki(1997).Entretanto,apóscom-paraçõescomadescriçãooriginaleexameporLuizRobertoMalabarba(informaçãoverbal),verificamosqueonúmeroderaiosdanadadeirapélvica(i+6)diferedoencon-trado nos Bryconamericus(i+7)econferecomadiagnosedonovogênero.

    Análises morfológicas e moleculares realizadas por Felipe A. S. Santos, Nelson Fagundes e Luiz R. Malabarba revelaram que as populações do rio Iguaçu diferem das do Rio Grande do Sul no número de raios das nadadeiras anal e peitoral. Esta espécie é aparentemente nova, está em estudo por Malabarba e colaboradores, e é aqui cha-mada de C. aff. alburnus.

  • C h a r a C i F o r m e s 97

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Corpo castanho-claro, mais escuro na região acima da faixa longitudinal, a qual é castanho-escura, larga e se inicia após a mancha umeral. Possui uma faixa preta e estreitanodorsodocorpo,queseestendedofinaldanadadeiradorsalatéofinaldos primeiros raios do lobo superior da nadadeira caudal, e pigmentação escura nas extremidades das nadadeiras anal e pélvica. Boca superior, com a fenda inclinada para baixo.Origemdanadadeiradorsalposterioràverticalquepassasobreaorigemdanadadeira anal, cuja base não apresenta bainha de escamas. Os machos adultos apre-sentamasescamasdabasedanadadeiracaudalmodificadas.

    Alturadocorpocontida3,3a3,7edopedúnculocaudal7,3a8,9vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido4,3a4,5epré-dorsal1,6a1,8vezesnoCP.Compri-mentodofocinhocontido4,1a4,7,diâmetroorbital2,6a2,8edistânciainterorbital3,1a3,5vezesnoCC.

    Possuiduassériesdedentesnopré-maxilarpoucodefinidas,sendoaexternacom2a6eainternacom4a6dentese3a6dentesnomaxilar.Linhalateralincom-pletacom6a8escamasperfuradas,linhalongitudinalcom43a46*escamas.Nada-deira dorsal com 9 ou 10 raios, peitoral com 10 ou 11, pélvica com 7 e anal com 30 a 34*raios.

    Apresenta hábito alimentar constituído basicamente por artrópodes alóctones, principalmenteinsetosemicrocrustáceos(LAMPERT;AZEVEDO;FIALHO,2003).Osma-chosadultospossuemumaestruturacomplexaresultantedeumamodificaçãodees-camas e raios da nadadeira caudal, formando o chamado órgão caudal. Anteriormente alocada na subfamília Glandulocaudinae, depois incertae sedis em Characidae, é in-cluídaemStevardiinaeapósvalidaçãoeredefiniçãodasubfamíliaporMirande(2009).Suadistribuiçãogeográfica, anteriormente registrada ao longodasbacias costeirasdo sul do Estado da Bahia até o norte do Rio Grande do Sul, incluía o alto rio Iguaçu e posteriormenteoaltorioTibagi(MENEZES;RIBEIRO;WEITZMAN;TORRES,2008),eéaqui ampliada também para o baixo rio Iguaçu.

    *Ingenito,DuboceAbilhoa(2004)

    Mimagoniates microlepis (Steindachner,1877) Piabinha

    Comprimentopadrão50,0mm

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s98

    Com comportamento sedentário e emboscador, as espécies dessa família não realizam grande migrações, deslocando-se o mínimo possível. Seus exemplares carac-terizam-se por apresentar corpo cilíndrico, nadadeira caudal arredondada, nadadeira dorsalcom8a15raios,nadadeiraanalcom10ou11raios,nadadeiraadiposaefonta-nelaausenteseapresentamváriosdentescaniniformes(OYAKAWA,2003).

    FamÍLia erythrinidae

    1. Região gular de coloração uniforme; linha lateral com 38 a 40 escamas perfuradas; olho grande, contido 5,1 a 6,0 vezes no comprimento da cabeça .................................................................................................................... Hoplias sp. 1

    1’.Regiãogularcomfaixasclaraseescurasintercaladas;linhalateralcom42a44 escamasperfuradas;olhopequeno,contido6,1a6,4vezesnocomprimentoda cabeça .................................................................................................................... Hoplias sp. 2

    Chave para espécies de Hoplias

    Corpo castanho, mais escuro na região acima da linha lateral, amarelado abaixo, com manchas marrons ou cinza-escuras, irregularmente distribuídas sobre todo o cor-po,àsvezesunidas,conferindoumacoloraçãomarromquaseuniformeaquasetodoo corpo, excluindo apenas a região ventral. Faixas transversais cinza-escuras ou pretas, irregulares e oblíquas. Nadadeiras claras, com pintas cinzas ou marrom-escuras, muitas vezes formando listras irregulares. Região gular de coloração uniforme, sem faixas de-finidas.Nadadeiracaudalcombordaarredondada.Fendabucalampla,pré-maxilaresedentários com dentes caninos, palato com dentes e nadadeira adiposa ausente.

    Alturadocorpocontida3,8a4,8edopedúnculocaudal6,6a7,4vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,1a3,4,pré-dorsal1,9a2,0edopedúnculocaudal6,9a9,5vezesnoCP.Alturadacabeçacontida1,7a1,9,comprimentodofocinho4,0a4,3,diâmetroorbital5,1a6,0edistânciainterorbital3,5a4,0vezesnoCC.

    Hoplias sp. 1 Traíra

    Comprimentopadrão174,0mm

  • C h a r a C i F o r m e s 99

    g. baumgartner, C. s. Pavanelli, d. baumgartner, a. g. bifi, T. debona, V. a. Frana

    Linhalateralcom38a40escamasperfuradas,queseiniciamapós2ou3esca-massemporologoapósoopérculo,5a6sériesdeescamasacimae5abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii-iii+11ou12raios,peitoralcomi+10a13,pélvicacomi+7ou8eanalcomii-iii+8ou9raios.

    Nos reservatórios de Salto Santiago e Salto Osório, os menores indivíduos em re-produçãodestaespécieforamregistradoscomCP=181,0mmnosmachoseCP=176,0mmnas fêmeas (UNIVERSIDADEESTADUALDOOESTEDOPARANÁ,2008b,2009a,2009b).

    Hopliassp.1pertenceaocomplexodeespéciesatualmenteidentificadascomoHoplias malabaricus,amplamentedistribuídoemtodaaAméricaLatina(OYAKAWA,2003).SuaocorrêncianabaciadorioIguaçuéfrequente,eestudoscomparativosdes-ta espécie com as congêneres da bacia adjacente do rio Paraná indicam que deva ser umaespéciediferente.EstáemestudoporAlessandroBifi,CarlaPavanellieOsvaldoOyakawa.

    Hoplias sp. 2 Traíra

    Comprimentopadrão244,5mm

    Corpo castanho, mais escuro na região acima da linha lateral, amarelado abaixo, com manchas marrons ou cinza-escuras, irregularmente distribuídas sobre todo o cor-po,àsvezesunidas,conferindoumacoloraçãomarromquaseuniformeaquasetodoo corpo, excluindo apenas a região ventral. Faixas transversais cinza-escuras ou pretas, irregulares, na lateral do corpo. Nadadeiras claras, com pintas cinzas ou marrom-escu-ras, muitas vezes formando listras irregulares. Região gular com faixas escuras e claras intercaladas. Nadadeira caudal com borda arredondada. Fenda bucal ampla, pré-maxi-lares e dentários com dentes caninos, palato com dentes e nadadeira adiposa ausente.

    Alturadocorpocontida4,0a4,7edopedúnculocaudal7,2a8,1vezesnoCP;comprimentodacabeçacontido3,1a3,4,pré-dorsal1,9a2,1edopedúnculocaudal7,3a9,1vezesnoCP.Alturadacabeçacontida1,7a1,9,comprimentodofocinho4,0a4,2,diâmetroorbital6,1a6,4edistânciainterorbital3,7a4,0vezesnoCC.

    Linhalateralcom42a44escamasperfuradas,queseiniciamapós2ou3esca-massemporologoapósoopérculo,6a7escamasacimae6abaixodalinhalateral.Nadadeiradorsalcomii+11ou12raios,peitoralcomi+13ou14,pélvicacomi+7eanalcomii-iii+8ou9raios.

  • Peixes do baixo rio iguaçu

    C h a r a C i F o r m e s100

    Hopliassp.2pertenceaocomplexodeespéciesatualmenteidentificadascomoHoplias malabaricus,amplamentedistribuídoemtodaaAméricaLatina(OYAKAWA,2003).SuaocorrêncianabaciadorioIguaçuéaparentementerestritaàregiãodore-servatóriodaUHEdeSaltoCaxias,eestudoscomparativosdestaespéciecomascon-gêneres da bacia adjacente do rio Paraná indicam que deva ser uma espécie diferente. EstáemestudoporAlessandroBifi,CarlaPavanellieOsvaldoOyakawa.