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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO Daniel Hofer Bastos O BRAND EQUITY DA MARCA USIMINAS - UM ESTUDO NO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO DE AÇOS PLANOS BELO HORIZONTE 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Daniel Hofer Bastos

O BRAND EQUITY DA MARCA USIMINAS - UM ESTUDO NO SETOR

SIDERÚRGICO BRASILEIRO DE AÇOS PLANOS

BELO HORIZONTE

2014

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Daniel Hofer Bastos

O BRAND EQUITY DA MARCA USIMINAS - UM ESTUDO NO SETOR

SIDERÚRGICO BRASILEIRO DE AÇOS PLANOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Centro Universitário UNA, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de concentração: Inovação e Redes empresariais

Orientador: Prof. Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura

Coorientadora: Prof. Dra. Juliana Maria Magalhães Christino

BELO HORIZONTE

2014

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Bastos, Daniel Hofer

O brand equity da marca USIMINAS - um estudo no setor

siderúrgico brasileiro de aços planos / Daniel Hofer Bastos -

2014

Orientador: Prof. Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura

Coorientadora: Prof. Dra. Juliana Maria Magalhães Christino

Dissertação (mestrado) - Centro Universitário Una -

Bibliografia:

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Daniel Hofer Bastos

O BRAND EQUITY DA MARCA USIMINAS - UM ESTUDO NO SETOR

SIDERÚRGICO BRASILEIRO DE AÇOS PLANOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

do Centro Universitário UNA, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de concentração: Inovação e Redes empresariais

Belo Horizonte, 19 de agosto de 2014.

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Orientador: Professor Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura _____________________________________________________ Coorientadora: Professora Dra. Juliana Maria Magalhães Christino _____________________________________________________ Professor Dr. José Edson Lara _____________________________________________________ Professor Dr. José Marcos Carvalho de Mesquita

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Dedico este trabalho aos meus pais, pela

educação e amor que me acompanharam

por toda a vida,

A minha esposa e filhos pela compreensão

nos momentos de ausência e apoio

incondicional.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado condições físicas e intelectuais para chegar até aqui. A Ele

toda honra e glória.

A Ariadne minha esposa por segurar as pontas na ausência que parecia interminável

durante o período de dedicação, e pela torcida silenciosamente evidente, junto com

os filinhos Rodrigo e Bia, todos, muito, muito importantes para mim. A todos os

familiares, pais Marília e Bastos (in memorian), irmãos Cesar, Denise, Daisy e

Moisés, e aos amigos, que estiveram presentes durante a construção deste trabalho.

Ao meu orientador Professor Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura, pela tranquilidade com

que orientou e pelos puxões de orelha quando necessário, reflexo da experiência de

quem sabe o que faz. À coorientadora, Dra. Juliana Maria Magalhães Christino, que

soube dosar suas contribuições nos exatos momentos, Aos professores Doutores

Iris Goulart, Rivadávia Alvarenga, Hugo Tadeu Braga, Gustavo Souki, Ricardo Paiva

e Fernanda Wasner, e aos demais professores do curso de Mestrado do Centro

Universitário UNA, pelo compartilhamento do saber que contribuiu para o

crescimento pessoal e profissional.

Aos meus colegas do trabalho na USIMINAS Flávia Lacerda, Hugo Parreiras, Rafael

Camelo, Rafael Dias, Glaydson Andrade, Eduardo Bartolomei e Roberto Tavares,

que acompanharam os momentos de dificuldade e pelo incentivo e principalmente a

Rodolfo Naves, que foi o grande patrocinador dessa conquista, gestor, mestre e

amigo.

Aos colegas da Una, Maria José Mota e Gabriel Fonseca, pela grande ajuda e

companheirismo.

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EPÍGRAFE

O preço é o único elemento de geração de receita do mix de marketing

tradicional, e a possibilidade de cobrar preços maiores (preços premium)

é um dos mais importantes benefícios do brand equity obtido com

lembrança de marca e associações de marca fortes, favoráveis e

exclusivas.

Kevin Lane Keller

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RESUMO O valor da marca, tem sido foco de muitos estudos de marketing na atualidade, entretanto, o tema no contexto industrial ainda é pouco explorado, sobretudo no mercado brasileiro. O objetivo deste trabalho é o de mensurar o brand equity da marca USIMINAS sob a ótica dos clientes, compradores de aços planos no mercado brasileiro. Para tanto, foram testados e validados os modelos desenvolvidos por Juntunen, (2011) relacionando a fidelidade à marca em empresas industriais do setor de logística na Finlândia, além do modelo que avalia a relação do construto confiança na marca e o brand equity testado por Ballester (2004). Além disso, foi avaliado se a inserção do construto confiança, ao modelo de Juntunen (2011) aumenta a variância explicada do brand equity da USIMINAS, no modelo estendido. Esta é uma pesquisa descritiva, quantitativa, em que foi aplicado um questionário com questões provenientes das pesquisas supracitados com pequenas alterações para a devida contextualização ao setor da empresa em questão. O questionário foi testado e validado em uma amostra de 20 respondentes, em que o teste não indicou necessidade de alterações. Posteriormente foi enviado a 690 clientes que fazem parte do cadastro de clientes ativos que adquirem ou já adquiriram produtos da empresa, e podem ser compradores exclusivos ou não. Do total foram recebidas 136 respostas, que foram tratadas estatisticamente. Na etapa seguinte foram realizadas análise de conteúdo, análise dos dados faltantes, análise da normalidade, identificação das observações atípicas, verificação da linearidade, verificação da unidimensionalidade, verificação da confiabilidade das escalas, verificação da validade convergente e verificação da validade discriminante. Os resultados desta pesquisa foram avaliados por meio da verificação da validade nomológica hipóteses testadas e comparação da variância explicada do construto brand equity entre os dois modelos testados. O instrumento estatístico utilizado foi a modelagem de equações estruturais. Os resultados obtidos indicam que embora muitas respostas tenham demonstrado médias elevadas, aquelas estritamente ligadas ao construto brand equity obtiveram médias relativamente baixas e com alta dispersão. Isto indica que na percepção dos clientes compradores de aços planos a marca USIMINAS possui um brand equity, regular com média 6,45 numa escala de 0 a 10. Ficou comprovado também que a inserção do construto confiança proposta por Ballester (2004), no modelo original de Juntunen (2011) aumenta a variância explicada do valor da marca. Sob a ótica gerencial, a pesquisa ressalta a importância da marca para a criação de vantagens competitivas para a as organizações, no relacionamento com os clientes e com a qualidade dos produtos, temas relevantes na composição do brand equity. O presente trabalho apresenta alguns resultados divergentes dos apresentados por Juntunen (2011), no que se refere a relação positiva entre imagem e brand equity, e entre imagem e fidelidade em que no trabalho original essas relações foram constatada, mas não no presente estudo. Por fim, nenhum dos dois modelos testados apresentou validade nomológica, ou seja, em alguns casos, os construtos do modelo não apresentaram relações estatisticamente significativas.

Palavras chave: brand equity, siderurgia, marca, business to business.

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ABSTRACT

The value of the brand has been the focus of many studies in present marketing; however, the theme in the industrial context is relatively unexplored, especially in the Brazilian market. The aim of this work is to measure the brand equity of USIMINAS brand from the perspective of the customers, buyers of flat steel in the Brazilian market. For that, we tested and validated the models developed by Juntunen (2011) relating to brand loyalty in the industrial companies in the logistic industry in Finland, and the model that evaluates the relationship of the construct brand trust and brand equity tested by Ballester (2004). Furthermore, we assessed whether the insertion of the construct trust to Juntunen (2011) model increases the variance explained by the brand equity of USIMINAS, on the extended model. This is a descriptive quantitative research in which a questionnaire from the research above with minor changes in order to contextualize the enterprise sector in question was applied. The questionnaire was tested and validated on a sample of 20 respondents in which the test has not indicated need of alteration. Later on, it was sent to 690 customers who are part of the register of active clients who purchase or have already purchased the company’s products and may be exclusive buyers or not. We received a total of 136 responses that were treated statistically. On the next step we carried content analysis , missing data analysis, analysis of normality, identification of atypical observations, the linearity, unidimensionality checking, verification of the reliability of scales, check convergent and discriminant validity. The results of this research were evaluated by verifying the validity nomological hypotheses and by comparing the explained variance of the construct brand equity between the two tested models. The statistical tool used was structural equation modeling. The obtained results indicate that, although many responses have demonstrated elevated averages, those strictly related to the brand equity construct obtained relatively low averages with high dispersion. This indicates that, according to the perception of customers, buyers of flat steel, the USIMINAS brand possesses a regular brand equity with a 6,45 average, on a scale from 0 to 10. It was also demonstrated that the insertion of the construct confidence proposed by Ballester (2004), into the original model by Juntunen (2011) elevates the variance explained by the brand value. Under the management point of view , research highlights the importance of the brand to create competitive advantages for organizations, customers relationships and product quality , relevant topics in the composition of brand equity. However, this work presents some divergent results from the ones presented by Juntunen (2011), regarding the positive relationship between image and brand equity and between image and loyalty in the original work in which these relationships were found, but not in the present study. Finally, none of the two tested models presented nomological validity, i.e. in some cases; the construct of the models did not present statistically significant relationships.

Key-words: brand equity, steel industry, brand, business to business.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AÇOMINAS – Aço Minas Gerais S/A

AMA – American Marketing Association

ANFAVEA – Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores

B2B – Business to Business

B2C - Business to consumer

BAV - Brand Asset Valuator

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento

CME - Chicago Mercantile Exchange

COMEX – Commodities Exchange Inc.

COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista

CSN – Companhia Siderúrgica Nacional

CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão

EUA - Estados Unidos da América

FGV - Fundação Getúlio Vargas

GE - General Eletric

IABR – Instituto Aço Brasil

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INDA- Instituto Nacional de Distribuição de Aço

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

LME – London Metal Exchange

ONGs - Organizações não governamentais

RDI – Retorno dos Investimentos

USIMINAS – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A

WSA – World Steel Association

Y&R – Young and Rubicam

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - 10 maiores produtores de aço do mundo ................................................... 21

Tabela 2- Trabalhos publicados sobre marca no Brasil no período entre 1997 e

2010 ............................................................................................................................ 29

Tabela 3 Resultado do Teste de Normalidade Univariado Kolmogorov-Smirnov ...... 106

Tabela 4 Análise Descritiva da Amostra .................................................................... 110

Tabela 5 Estatística Descritiva dos Dados da Amostra - Menores Médias ............... 114

Tabela 6 Estatística Descritiva dos Dados da Amostra - Maiores Médias................. 115

Tabela 7 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Menores Desvios-Padrão ...... 117

Tabela 8 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Maiores Desvios-Padrão ....... 118

Tabela 9 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Itens com Maiores Modas ...... 119

Tabela 10 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Itens com Menores Moda .... 120

Tabela 11 Valores dos Pressupostos para a Realização da Análise Fatorial............ 124

Tabela 12 Análise Fatorial do Construto Consciência ............................................... 126

Tabela 13 Análise Fatorial do Construto Imagem ..................................................... 126

Tabela 14 Análise Fatorial do Construto Brand Equity .............................................. 127

Tabela 15 Análise Fatorial do Construto Lealdade .................................................... 128

Tabela 16 Análise Fatorial do Construto Confiança .................................................. 128

Tabela 17 Valores de alfa de Cronbach para as Escalas Utilizadas na Pesquisa ..... 130

Tabela 18 Valores das Cargas Padronizadas para os Construtos Utilizados na

Pesquisa.................................................................................................................... 133

Tabela 19 Valores de Variância Média Extraída e Confiabilidade Composta para

os Construtos ............................................................................................................ 135

Tabela 20 Valores da Variância média e do quadrado das correlações entre pares

de construtos aplicados na pesquisa ........................................................................ 136

Tabela 21– significância entre as relações dos construtos ....................................... 140

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Tabela 22 – Índices de ajuste para os modelos testados .......................................... 142

Tabela 23 – Verificação das hipóteses da pesquisa ................................................. 143

Tabela 24 - Médias obtidas nas questões relativas ao construto brand equity ......... 146

Tabela 25 - Matriz de Correlação do Construto Consciência .................................... 168

Tabela 26 - Matriz de Correlação do Construto Imagem ........................................... 168

Tabela 27 - Matriz de Correlação do Construto Brand Equity ................................... 168

Tabela 28 - Matriz de Correlação do Construto Lealdade ......................................... 169

Tabela 29 - Matriz de Correlação do Construto Confiança........................................ 169

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2 - Reconhecimento versus recordação: o modelo do cemitério .................... 44

Figura 3 - Razões para escolha da marca fonte ........................................................ 45

Figura 4 - Elementos do Brand Equity ....................................................................... 49

Figura 5 - A pirâmide da lealdade ............................................................................ 50

Figura 6 - O valor da lealdade à marca ..................................................................... 52

Figura 7 - Criando e mantendo lealdade à marca ..................................................... 53

Figura 8 - O valor da qualidade percebida ................................................................ 57

Figura 9 - Nível de comprometimento do consumidor com a marca ......................... 58

Figura 10 - Nível de comprometimento do consumidor com a marca ....................... 60

Figura 11 - O valor do conhecimento da marca ........................................................ 60

Figura 12 - A associação do McDonald’s - Metáfora da âncora para associação de

marcas....................................................................................................................... 61

Figura 13 - Modelo teórico de relacionamento da confiança, compromisso e

satisfação do cliente .................................................................................................. 67

Figura 14 - Modelo de comportamento de compra industrial .................................... 75

Figura 15 Modelo de valoração da marca Young e Rubicam .................................... 85

Figura 16 - Modelo da influência da imagem no brand equity ................................... 87

Figura 17 - Modelo de avaliação do valor da marca .................................................. 89

Figura 18 – Modelo estrutural e cargas padronizadas para o modelo de Juntunen et.

al. (2011) ................................................................................................................. 138

Figura 19 – Modelo estrutural e cargas padronizadas para o modelo de Juntunen et.

al. (2011) incluído o construto Confiança proposto por Ballester 2004 ................... 139

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- As Dez medidas da equidade do brand equity ........................................ 88

Quadro 2- Etapas da construção do trabalho de pesquisa - Continua ...................... 92

Quadro 3 - Quadro dos construtos utilizados na pesquisa - Continua ...................... 96

Quadro 4 - Fatores considerados ao selecionar a concepção amostral - Continua .. 99

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17

1.1 Contexto da siderurgia mundial e no Brasil .................................................. 20

1.2 Caracterização do aço .................................................................................. 27

1.3 Apresentação do problema e justificativa ..................................................... 28

1.4 Objetivo geral e específicos .......................................................................... 30

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 34

2.1 Uma breve história das marcas .................................................................... 34

2.2 Marca ............................................................................................................ 35

2.3 Importância da Marca ................................................................................... 37

2.4 Uma marca forte ........................................................................................... 41

2.5 Brand equity.................................................................................................. 47

2.5.1 Fidelidade em relação à marca ..................................................................... 49

2.5.2 Conscientização da marca............................................................................ 54

2.5.3 Qualidade percebida ..................................................................................... 55

2.5.4 O conhecimento da marca ou associação à marca ...................................... 57

2.5.4.1 A contribuição do conhecimento da marca para o brand equity. .................. 60

2.6 Confiança na marca ...................................................................................... 62

2.6.1 Medição da confiança na marca ................................................................... 66

2.7 Band Equity no contexto business to business ............................................. 67

2.8 Mensuração do valor da marca .................................................................... 82

2.9 Modelo conceitual utilizado na pesquisa e suas hipóteses ........................... 89

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 91

3.1 Definição do problema de pesquisa .............................................................. 93

3.2 Elaboração de Hipóteses .............................................................................. 94

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3.3 Operacionalização dos constructos relativos ao brand equity da marca

corporativa e sua relação com a lealdade à marca e à confiança ............................. 94

3.4 Validação do conteúdo ................................................................................. 97

3.5 Verificação e testes de hipótese ................................................................... 98

3.6 Coleta e preparação dos dados .................................................................. 102

4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 104

4.1 Características da Amostra......................................................................... 104

4.2 Normalidade ............................................................................................... 105

4.3 Linearidade ................................................................................................. 107

4.4 Observações Atípicas ................................................................................. 108

4.5 Estatística Descritiva .................................................................................. 109

4.6 Análise Fatorial Exploratória ....................................................................... 120

4.6.1 Extração inicial dos fatores ......................................................................... 125

4.7 Análise de Confiabilidade ........................................................................... 129

4.8 Análise de Validade Convergente ............................................................... 131

4.9 Validade Discriminante ............................................................................... 136

4.10 Validade Nomológica .................................................................................. 137

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 145

5.1 Implicações Gerenciais ............................................................................... 146

5.2 Limitações do Trabalho ............................................................................... 150

5.3 Sugestões para pesquisas futuras .............................................................. 151

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 154

APÊNDICE A ........................................................................................................... 162

APÊNDICE B ........................................................................................................... 163

APÊNDICE C .......................................................................................................... 168

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1 INTRODUÇÃO

O ambiente de negócios em que a maior parte das organizações está inserida é de

elevada competição. Nascimento (2013) apresenta aspectos da crise financeira

deflagrada em 2007, ainda hoje não superada, na qual se pode observar um

contexto de mercado com elevada oferta de produtos e baixa demanda, o que afeta,

em maior ou menor grau, as economias cada vez mais globalizadas (Cano, 2012).

No setor siderúrgico esse fato se repete. Em reportagem do Jornal Estado de São

Paulo (jun./2012), Marco Polo de Mello Lopes, o presidente executivo do instituto

Aço Brasil, declarou sobre a existência de um significativo excedente de aço na

China constata-se um volume excedente de 526 milhões de toneladas, além disso,

aponta para uma diferença de custos de investimentos no Brasil, isto é, enquanto

no Brasil para cada nova tonelada investe-se US$ 1,8 mil, na Índia esse valor é de

US$ 1 mil e US$ 550 na china.

Em momentos de crise e de alta competição, em que a pressão por preço passa a

ser predominante e os custos cada vez mais elevados, cabe aos gestores buscar

alternativas para diferenciação na tentativa de recuperação de margens de

lucratividade. Uma alternativa para a diferenciação pode estar na marca. Uma marca

forte proporciona vantagens para a organização.

Kapferer 2003, afirma que se a marca é forte a empresa cria barreiras de entrada

para novos concorrentes, promovendo uma imagem de qualidade superior,

contando, com uma imagem que demonstra qualidade superior e o valor agregado

da marca, podem cobrar um preço premium, ainda segundo o autor, uma marca

forte permite a penetração em outros mercados com um esforço menor, além do

favorecimento ao lançamento de marcas estendidas, refere-se aqui a marcas de

outros produtos "novos" cujos clientes sabem de alguma forma que estão

associadas a produtos de marca forte.

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Para o autor, uma marca forte permite um aumento de preço, se tal for a estratégia

da empresa, e fornece uma margem adicional devido às economias de escala e de

dominação de mercados. Permite ainda a opção de cobrança de royalties se a

estratégia for de abertura de franquias e uma alavancagem importante como

resultado de sua extensão para novos mercados.

Muitos estudos têm sido desenvolvidos sobre o conceito de marca e valor de marca.

Entre eles podem ser citados os de Keller (2009), Yoo e Donthu (2001), Jacoby e

Kyner (2007), Erdem e Swait (1998), Teas e Crapentine (1996), Park e Srinivasan

(1994), Oliveira e Luce (2011). Criar uma marca forte requer investimentos

relevantes em pesquisa e desenvolvimento, força de vendas, publicidade, registros

jurídicos e o próprio capital investido. Kapferer (2003, p. 26) destaca esses fatores e

indica que, "ao se avaliar financeiramente uma marca dentro de uma metodologia

específica, é necessário identificar o ganho relativo entre um produto com uma

marca considerada forte frente a um produto similar sem relação com um emblema

de destaque". Nesse caso, confrontam-se também os custos e investimentos

necessários ao desenvolvimento da marca. Os resultados dos valores positivos e

negativos auxiliam a determinação do valor da marca, já que ainda é necessário

incorporarem eventuais aportes de capital, taxas de atualização de capital, para um

plano de longo prazo, e o risco associado aos fluxos financeiros futuros. O modelo

financeiro é uma das metodologias da medição do brand equity, que mensura a

força da marca, de uma organização, de um produto ou serviço.

Keller (2006, p. 36) afirma que "uma marca com brand equity positivo pode resultar

na menor sensibilidade à elevação de preços e à retirada da propaganda." Aaker

(1996) apresenta três principais modelos de mensuração do brand equity: o

avaliador dos ativos da marca de Young e Rubicam Y&R, o Equitrend da Total

Research e as dez mais da Interbrand. Park e Srinivasan (1994) propõem uma

escala que mede o brand equity a partir de multiatributos de preferência do

consumidor, e Yoo e Donthu (2001) estabelecem uma escala para medição do brand

equity que pode ser utilizada em vários produtos e culturas distintas. A presença de

vários modelos de medição denota a intensificação das pesquisas nessa área do

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marketing. Esse fenômeno pode ser reflexo da facilidade com que as tecnologias se

disseminam, promovendo uma equiparação nos atributos dos produtos em suas

respectivas categorias, forçando as empresas a buscarem formas de diferenciação.

Conforme WEBSTER e KELLER (2004), para muitos materiais com pouco conteúdo

tecnológico, como materiais de extração mineral ou vegetal e ainda componentes e

produtos em elaboração, isto é, semiacabados, os bens, tendem inevitavelmente à

condição de commoditie, em que a diferenciação baseada em tecnologia

desaparece e os compradores tornam-se mais qualificados e exigentes,

concentrando-se mais nas questões ligadas a preço, nessas condições, as marcas

devem concentrar esforços na diferenciação em serviços e outros intangíveis,

ligados por exemplo à confiabilidade da empresa e o conhecimento técnico na

aplicação do produto por exemplo, promovendo uma oferta de valor superior.

Mercados industriais são caracterizados por seus compradores, não por seus

produtos, é o que afirmam Webster e Keller (2004), nesse mercado em função da

necessidade do lucro, e dos orçamentos muitas vezes restritos, o comportamento do

consumidor é diferenciado do B2C por causa do tamanho das suas compras e da

concentração de compra, provocando mais poder de negociação.

Nesse sentido, a decisão de compra do cliente pode ser influenciada por fatores

distintos: preço, qualidade percebida, recomendação, comodidade, relacionamento,

entre outros. Produtos e serviços industriais de marca muitas vezes tornam-se parte

da oferta de produtos da empresa cliente, como no caso da "Intel inside"

(WEBSTER; KELLER, 2004).

Nas negociações entre empresas, dependendo do contexto, as compras podem ter

foco em preço, como no caso das commodities, ou ter ênfase nas características

técnicas, como no caso dos bens de capital. Isso quer dizer que os ambientes

industriais são distintos, principalmente devido às restrições de orçamento e

necessidade de lucro (WEBSTER; KELLER, 2004).

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Em contrapartida, as organizações buscam alternativas para recuperação das

margens, via redução de custos, agregação de valor aos produtos comercializados.

No setor siderúrgico tanto mundial quanto nacional, esse cenário se repete, e, pelo

menos no Brasil, os estudos sobre marca dentro do setor são escassos. Assim,

torna-se relevante o estudo do tema.

1.1 Contexto da siderurgia mundial e no Brasil

A siderurgia tem um papel relevante no desenvolvimento da economia mundial por

sua característica de utilização de capital e mão de obra intensivos. Bresciani

(2008), ao caracterizar o cenário siderúrgico mundial, destaca a intensa participação

do poder público nesse setor, uma vez que a instalação de um complexo siderúrgico

configura investimento de alto risco principalmente nos primeiros anos de vida. Já

Poso (2007) ressalta que, nos Estados Unidos, uma exceção à regra, a atividade

siderúrgica contou com uma participação exclusivamente privada.

A evolução do setor, que surgiu a partir do século XIX, deu-se mais expressivamente

no período pós-Segunda Guerra, com forte expansão da demanda devido à

necessidade de reconstrução das nações mais fortemente atingidas. Nesse período

havia uma hegemonia na participação de mercado liderada pelos Estados Unidos.

Contudo, a partir dos anos de 1970, com o surgimento da crise energética, notou-se

uma forte desaceleração da economia e consequente redução na demanda por

produtos siderúrgicos, cenário que contou concomitantemente com uma mudança

no eixo principal dos países produtores, colocando o Japão como um importante

produtor e exportador de aço, vindo a figurar, nos anos 80, como o maior produtor

mundial de aço.

Todas as mudanças foram embaladas por grande evolução tecnológica na busca

por maior produtividade e menor consumo energético.

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De acordo com dados da World Steel Association - WSA - (2013), o setor emprega

diretamente mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo, com mais de dois

milhões de empreiteiros e quatro milhões de pessoas em indústrias de apoio.

Considerando-se a posição do aço como o fornecedor-chave do produto para

indústrias como a automotiva, a construção civil, os transportes, a energia e os bens

de capital, atualmente a indústria siderúrgica está na fonte de emprego para mais de

50 milhões de pessoas, segundo a WSA (2013).

A produção mundial de aço bruto aumentou de 851 megatoneladas (Mt) em 2001,

para 1.548 Mt no ano de 2012 (esse valor foi de 28,3 milhões de toneladas em

1900). O uso médio mundial de aço per capita tem aumentado de 150 kg em 2001

para 215 kg em 2011. Índia, Brasil, Coréia do Sul e Turquia têm todos entrado na

lista dos dez maiores produtores de aço nos últimos anos, conforme pode ser visto

na Tab. 1.

Tabela 1 - 10 maiores produtores de aço do mundo

Ranking País 2012 (Mt) 2011(Mt) 2012/2011(%)

1 China 716,5 649,8 3,1

2 Japão 107,2 107,6 -0,3

3 Estados Unidos 88,6 86,4 2,5

4 Índia 76,7 73,6 4,3

5 Rússia 70,6 68,9 2,5

6 Coréia do Sul 69,3 68,5 1,2

7 Alemanha 42,7 44,3 -3,7

8 Turquia 35,9 34,1 5,2

9 Brasil 34,7 35,2 -1,5

10 Ucrânia 32,9 35,3 -6,9

Fonte: PRESS RELEASE - WORLD STEEL ASSOCIATION, 2012-2013.

No Graf. 1 é apresentado a evolução do volume a partir do ano 2000. Como se pode

observar, a produção mundial tem crescido paulatinamente, sobretudo a

participação da China como o maior produtor e que cresceu, entre 2000 e 2013,

506%, segundo os dados da WSA (2013). A produção mundial teve uma evolução,

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entre 2003 e 2012, de 56%, enquanto o consumo de aço per capta apresentou uma

evolução de 44% no mesmo período.

Gráfico 1: Evolução da produção mundial de aço bruto (Mt) de 2000 a 2013

Fonte: WORD STEEL ASSOCIATION, 30/07/2014, adaptada pelo autor.

No Brasil, a interferência do governo no setor siderúrgico foi relevante. Entre a

década de 1930 e os anos 90, o parque siderúrgico nacional era estatal, dentro de

uma estratégia governamental de crescimento e modernização do país

(BRESCIANI, 2008).

De forma complementar, Poso (2007) enfatiza que a fragilidade do setor privado

contribuiu para a participação do governo e a promoção da industrialização,

diferentemente do caso europeu, cujo objetivo maior era a reconstrução.

Ainda conforme Poso (2007), as primeiras indústrias siderúrgicas iniciaram

modestas produções no final do século XIX. Contudo, com o surgimento da

Companhia Siderúrgica Belgo Mineira em João Monlevade, MG, construída

efetivamente entre os anos de 1937 e 1940, ocorre uma grande evolução industrial

no país nesse período.

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O autor esclarece que, entre os anos de 1930 e 80, ocorreu a consolidação da

siderurgia brasileira, realizada com total participação governamental, dada a

fragilidade do capital privado e o temor de que essa fragilidade atingisse expansões

futuras com recursos próprios. Contudo havia por parte dos militares o desejo de

criação de uma usina siderúrgica integrada à coque1 no país. Para tanto, criou-se

uma comissão denominada Comissão Siderúrgica Nacional, que posteriormente

criou a Companhia Siderúrgica Nacional - CSN.

Em um cenário de polarização política, dois grupos dividiam esforços na busca da

expansão do parque siderúrgico nacional: Os nacionalistas, que desejavam exportar

o minério de ferro à Alemanha em troca de equipamentos para a construção de uma

usina integrada e para a expansão do sistema ferroviário necessário. De outro lado

estava a Organização Diplomática Brasileira, que, pela situação política da época,

temia a penetração alemã e, portanto, desejava se aliar aos EUA em busca de

financiamento para a construção da empresa.

Até os anos de 1940, o volume de importação de produtos laminados era da ordem

de 70%, e um estudo realizado por engenheiros americanos da Du pont apontava

para a construção de uma usina com capacidade de 270 mil toneladas ano, o que

contribuiria para a redução do volume das importações.

A recomendação do estudo seria para que essa usina fosse localizada à beira-mar.

Contudo, em um cenário de fortes pressões políticas, a decisão tomada em 1940 foi

de implantar uma usina financiada por capital americano, situada no estado do Rio

de Janeiro, mais precisamente em Volta Redonda, atendendo aos requisitos de

estar localizada próximo aos mercados consumidores de Rio e São Paulo, estar

próxima às jazidas de minério de ferro em Minas Gerais, ter média salarial regional

mais baixa e manter as considerações militares de que Volta Redonda, não sendo

uma cidade litorânea, estaria menos susceptível a invasões estrangeiras pelo litoral.

1 Coque - Carvão mineral coqueificado, tipo de combustível utilizado na produção do aço.

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Dessa forma, em 1946, a CSN iniciou sua produção de coque e, em 1948, sua

produção de produtos laminados (POSO, 2007).Em meados dos anos de 1940 e

durante a década de 50, dá-se uma segunda onda de crescimento acentuado da

siderurgia brasileira, com a expansão da capacidade produtiva da Belgo Mineira

para 450 mil toneladas/ano e da CSN para 1,4 milhões de toneladas/ano. Ocorreu

também a chegada da Mannesmann ao Brasil em 1952, que instalou uma usina em

Belo Horizonte, especializada na produção de tubos sem costura.

Também nos anos de 1950, foram concebidas duas grandes usinas integradas: a

COSIPA e a USIMINAS, cuja construção inicial foi com participação do capital

privado, mas, por insuficiência de recursos, viu-se obrigada a transferir tal

responsabilidade para o Governo Federal ou para o BNDES (BRESCIANI, 2008).

A siderurgia nessa época passava por um momento de estagnação, apresentando

resultados insatisfatórios. Contudo, a partir da ação do governo de promover

movimentos de estatização e de criar o Grupo Siderbras em 1974, reverteu-se o

quadro de estagnação, e, a partir do incremento da demanda interna (conforme

Graf. 2), o Brasil se torna o 17% maior produtor de aço do mundo (BRESCIANI,

2008).

Entre os anos de 1970 e 80, a siderurgia brasileira recebeu elevados investimentos,

aplicados na expansão das usinas existentes (USIMINAS, CSN e COSIPA) e na

instalação de outras duas grandes empresas: a Companhia Siderúrgica de Tubarão

– CST - no Espírito Santo, e a AÇOMINAS em Ouro Branco, Minas Gerais. Essas

ampliações foram concluídas nos anos 80, período em que se verificou uma grave

crise econômica devido à dívida externa brasileira que provocou profunda recessão

e consequente redução da demanda por produtos siderúrgicos. Dessa maneira, o

consumo projetado, vis-à-vis o realizado na década de 1970, não se concretizou,

culminando em um excedente produtivo (BRESCIANI, 2008).

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Gráfico 2: Produção brasileira de aço bruto - 1961-2012

Fontes: IBGE; INSTITUTO AÇOS BRASIL, 2013.

Dessa maneira, as usinas se voltam para o mercado externo. Contudo as década de

1980 e 90 foram marcadas por uma senoidal produtiva, como pode ser observado

no Graf. 2 acima.

Nesse período, os resultados apresentados pela siderurgia foram insuficientes.

Segundo Carbinato (2008), a indústria siderúrgica sofreu, entre os anos de 1985 e

1995, uma retração de 3,73 pontos percentuais. O governo, incapaz de sustentar a

desestabilidade do mercado, das finanças públicas e de manter seu patrimônio,

arcando com recorrentes déficits, inicia o processo de desestatização da siderurgia.

Entre os anos de 1990 e 93, as grandes companhias siderúrgicas nacionais foram

primeiramente preparadas, incorrendo em um dispendioso ciclo de saneamento,

para em seguida sofrer a privatização.

Esse movimento de privatização aconteceu em todo o mundo a partir de 1988,

alavancado pelas idéias de abertura do mercado e globalização. Nesse período a

produção mundial tinha em torno de 60% de participação estatal; em 1994 esse

índice diminuiu para 40%; e em 2002 menos de 20% estariam nas mãos do estado.

No Brasil esse movimento foi mais intenso. Em 1990 cerca de 50% da produção de

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aço pertencia às estatais; ao final de 1997, já tinham sido todas privatizadas

(ANDRADE; CUNHA; GRANDRA, 2002).

A privatização foi um fator preponderante para mudanças radicais no setor

siderúrgico. Juntamente com a globalização, ela acirrou a competição no setor

industrial como um todo, promovendo uma busca por produtividade, pelo

desenvolvimento de tecnologias de escala com o intuito de adquirir vantagens

competitivas. As siderúrgicas privatizadas ganharam agilidade tornando-se mais

orientadas para o cliente, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento

buscaram maior ganho em produtividade e atendimento a nichos mais específicos

dando enfase à diferenciação, propiciando ganhos ao setor como um todo.

(ANDRADE; CUNHA; GANDRA, 2002, p.9).

A partir daí novas estratégias comerciais foram adotadas pelo setor, incluindo

estruturação de redes de distribuição via aquisição de empresas distribuidoras de

aço, prestação de serviços em parcerias com os clientes, campanhas promocionais

na mídia, paralelamente a ações do governo no sentido de maior liberalização do

setor, com redução do nível de controle de preços, abertura da economia, permitindo

a importação, cujas barreiras foram reduzidas. As usinas também se movimentaram

no sentido de diminuir os custos e elevar o nível tecnológico a partir de investimos

fomentados pelo próprio BNDES.

Durante a década de 1980 há um crescimento acentuado da produção nos países

asiáticos, com destaque para China, cujo crescimento foi de 6,0% a.a., Coréia

crescendo em ritmo de 9,3% a.a., a Índia com crescimento de 6,5% a.a.. No

ocidente o destaque foi para o México cujo crescimento foi de 6,8% a.a. em média

(ANDRADE; CUNHA; GRANDRA, 2002).

Tais fatores nos permitem entender que houve um acirramento na competição

experimentada no setor, e o movimento reativo dos países desenvolvidos foi no

sentido de enobrecer o mix de produtos, partindo para ofertas diferenciadas,

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materiais revestidos e de maior valor agregado, bem como eliminação ou não

construção de determinados fragmentos do processo produtivo como os setores de

redução do minério de ferro, responsáveis por grande impacto ambiental em termos

de poluição e baixo retorno sobre o investimento.

O setor siderúrgico vem se tornando cada vez mais competitivo, como dito

anteriormente, uma vez que a produção de aço no mundo vem apresentando

crescimento elevado enquanto o consumo per capta não cresce na mesma

intensidade. Com o excesso de oferta, a pressão sobre os preços dos materiais com

menor diferenciação provoca um "efeito de comoditização" em alguns tipos de aço.

Consequentemente uma alternativa para essa situação é uma melhor precificação

dos produtos diferenciados, além da manutenção ou elevação do volume de venda

dos produtos mais comerciais. Essa solução, no entanto, passa pela obrigatoriedade

de se entender quais produtos siderúrgicos podem ser caracterizados como

commodities e quais são diferenciados.

1.2 Caracterização do aço

Commodity é uma palavra de origem inglesa, e, de acordo com o dicionário de

economia (1999), uma commodity é um produto primário cujo conceito econômico é

produto agropecuário ou resultante da extração mineral ou vegetal, com grande

participação no mercado mundial. Exemplos de commodities são: café, soja,

minério. Conforme o CME Group e a London Metal Exchange LME, duas das

principais organizações que negociam as commodities, encontra-se cotação de

preço para aço sob a forma de tarugo e bobinas laminadas a quente, isto é, na

forma de aço plano, objeto deste estudo. Nesse sentido, o aço será considerado

commodity, sobretudo, pelo contexto já descrito anteriormente, de excesso de

produção, e por sofrer forte pressão sobre os preços comercializados, sendo

comumente classificado como tal.

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1.3 Apresentação do problema e justificativa

Conforme as constatações expostas até aqui, o setor siderúrgico nacional

responsável por importante participação no contexto industrial brasileiro, sofre, nos

últimos anos, uma forte competição, com consequente queda de receitas e a

necessidade de recuperação de margens de lucratividade. Assim, a marca, pelo seu

papel de criadora de vantagens competitivas para a empresa (AAKER, 1998),

(DOYLE, 1989), (ERDEM et. al., 1999) traz a tona a relevância do tema. A presente

pesquisa, torna-se pertinente, pelo fato de contribuir com os estudos relativos ao

brand equity no contexto B2B, tema pouco estudado no Brasil, sobretudo no setor

siderúrgico, Oliveira e Luce (2011), por abordar a importância da marca e sua

associação com a qualidade percebida (AAKER; JACOBSON, 1994), testar os

modelos de medição do valor da marca já aplicados em outros países, no contexto

brasileiro, além da avaliação da inserção do construto confiança no modelo

desenvolvido por Juntunen (2011) e verificação do comportamento da variância

explicada do brand equity.

Leek e Christodoulides (2010), baseados em estudos de outros autores, apontam

que, apesar das vantagens do brand equity para as organizações, o tema, no

contexto industrial, tem recebido pouca atenção por parte das empresas. Os autores

apontam como causas: (1) a falta de estudos e pesquisas acadêmicas sobre o tema,

o que gera dúvidas sobre seus fundamentos teóricos; (2) o caráter emocional que

envolve as compras parece ser muito mais perceptível nas compras no contexto

B2C; (3) o volume de produtos e marcas no contexto industrial; (4) o caráter de

retorno a longo prazo dos investimentos em brand equity no contexto industrial.

Além disso, um estudo realizado no Brasil nos principais periódicos nacionais, entre

1997 e 2010 (ver Tab. 2 a seguir), com objetivo de levantar dados sobre a realização

de pesquisas abordando o tema valor da marca (OLIVEIRA; LUCE, 2011), revela

que nenhum dos trabalhos publicados faz referência à análise de brand equity no

setor siderúrgico.

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Tabela 2- Trabalhos publicados sobre marca nos principais periódicos brasileiros no

período entre 1997 e 2010

Publicações

Período analisado por publicação

Quantidade de artigos

sobre valor da marca Ano inicial Ano Final

ENANPAD 1997 2010 19

EMA 2004 2010 4

3Es 2003 2010 1

ENEO 2000 2010 0

Revista de Administração Contemporânea RAC

1997 2010 1

RAC Eletrônica 2007 2010 0

BAR Brazilian Administration Review 1997 2010 1

Revista de Administração de Empresas (RAE)

1961 2010 1

Revista de Administração de Empresas (RAE) - eletrônica

2002 2010 1

Revista de Administração Mackenzie (RAM) 2000 2010 2

Fonte: OLIVEIRA; LUCE, 2011, p. 514, adaptada pelo autor

A escolha do setor siderúrgico deveu-se à sua importância no setor industrial.

Segundo a WSA, mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham no

setor. No Brasil são mais de 130 mil colaboradores (IABR, 2012). Além disso, o aço

é uma matéria prima importante para muitos produtos presentes no dia a dia das

pessoas.

Por solicitação do Aço Brasil - IABR, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),

realizou o desmonte dois carros, um fogão e uma geladeira, afim de identificar a

participação do aço nos referidos bens, ficou identificado que o aço pesa muito

nesses bens, mas custa pouco para o consumidor final. No levantamento, verificou-

se que mais de 50% do peso da matéria prima usada na produção de carros e

geladeiras, por exemplo, é aço, mas a participação dele no valor de venda desses

bens é inferior a 10%. (IABR, 2013).

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Segundo Webster e Keller (2004), é comum, ao pensar em marca, referenciar-se ao

marketing de consumo, isto é, no varejo. No entanto essa associação está incorreta.

Para os autores, algumas das marcas mais valiosas segundo o ranking da

Interbrand são empresas que atuam no mercado B2B. A Intel, por exemplo, fabrica

um componente para os computadores, mas figura no ranking em nono lugar em

2013. Da mesma forma, o aço é um produto intermediário. Como se vê, as marcas

podem ser um importante dispositivo para enfrentar o risco, especialmente nas

relações empresa/empresa, nas quais esses riscos podem ter implicações profundas

(KELLER, 2006). Nesse sentido, a marca parece se apresentar como elemento

importante para os consumidores do setor. Diante disso, a questão central que nesta

pesquisa se discute é:

Qual é a percepção do brand equity da marca USIMINAS por parte dos compradores

de aços planos?

1.4 Objetivo geral e específicos

Buscando responder à questão supracitada, o presente trabalho tem como objetivo

mensurar a percepção do brand equity da marca USIMINAS na avaliação dos

compradores de aços planos no mercado brasileiro.

Os objetivos específicos são:

Criar uma extensão da escala de Juntunen et. al. (2011), acrescida do construto

confiança (BALLESTER, 2004) para avaliar a percepção do valor da marca

USIMINAS pelos compradores de aço planos.

Testar e validar a escala estendida de Juntunen et. al. (2011), comparando-a

com a escala original.

Comparar a escala original de Juntunen et. al. (2011) com a escala modificada

pela inclusão do construto confiança por meio da variância explicada no valor da

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marca.

O parque siderúrgico nacional é representado por quatorze empresas privadas,

controladas por onze grupos empresariais e situadas em dez estados brasileiros

(IABR, 2013). Conforme os produtos fabricados, elas podem ser classificadas como:

de semiacabados (placas, blocos e tarugos);

de planos aços carbono (chapas e bobinas);

de planos aços especiais / ligados (chapas e bobinas);

de longos aços carbono (barras, perfis, fio-máquina, vergalhões, arames e tubos

sem costura);

de longos aços especiais / ligados (barras, fio-máquina, arames e tubos sem

costura).

Nesta dissertação, a pesquisa busca investigar a percepção do brand equity por

parte dos compradores de produtos do setor que negocia aços carbono planos, ou

seja, chapas e bobinas de aço.

A siderurgia de aços planos no Brasil conta com quatro grandes empresas

produtoras, todas situadas na região sudeste, que fornecem produtos principalmente

aos seguintes setores consumidores: construção civil; automotivo; bens de capital,

máquinas e equipamentos (incluindo agrícolas); utilidades domésticas e comerciais

(IABR, 2013).

A cadeia automobilística, por exemplo, grande consumidora de aço, representa,

segundo dados da ANFAVEA (2013), 21% do PIB industrial brasileiro, gera muitos

empregos e configura-se como um importante segmento da economia nacional na

qual o setor siderúrgico está fortemente presente. Entretanto carece de estudos

relacionados ao brand equity. Portanto, nesse sentido, o presente trabalho pretende

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enriquecer a base de pesquisas sobre o tema no Brasil, investigando um setor

importante da economia em que a base de dados sobre o valor da marca é escassa.

Em termos práticos e gerenciais, a realização desta pesquisa é justificada uma vez

que ajudará os gestores da área de marketing e correlatas a conhecer a percepção

dos seus clientes acerca de uma série de itens importantes, tais como: confiança na

empresa, percepção da marca, lealdade, entre outros. A partir desse conhecimento,

será possível aos gestores tomarem decisões acerca do que deve ser mantido,

alterado e melhorado. Além disso, a realização desta pesquisa pode validar um

instrumento de pesquisa de marketing que poderá ser utilizado para identificar

possíveis problemas da empresa em estudo junto aos seus clientes, bem como criar

uma série histórica desse relacionamento com os seus clientes.

Mais especificamente, em termos teóricos, a contribuição deste trabalho pode ser

descrita como:

a) aplicação, validação e teste da escala de Juntunen et. al. (2011) e Ballester

(2004) no contexto brasileiro;

b) desenvolvimento, validação e teste da extensão da escala de Juntunen et. al.

(2011) no contexto brasileiro, com a inclusão do construto confiança;

c) comparação entre os resultados da escala original e da escala estendida, o que

poderá indicar novas formas de mensuração do brand equity no contexto

business to business.

A importância teórica do trabalho está na contribuição que ele proporcionará aos

estudos de brand equity no Brasil e principalmente pelo seu ineditismo dentro do

setor siderúrgico, lembrando que, mesmo após 2010, foram pesquisados os

mesmos periódicos propostos por Oliveira e Luce (2011) e não foram encontrados

trabalhos referentes ao estudo de brand equity associados ao setor siderúrgico.

Além disso, segundo Ballester e Alemán (2005), citando Chaudhuri e Holbrook

(2001), faltam estudos sobre o tema confiança na marca, e a sua relação com o

brand equity não foram ainda explicitamente considerados.

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Acresce-se que a importância prática deste trabalho recai sobre as possibilidades de

gestão da marca - notadamente aquelas influenciadas pelo composto de marketing

(produto, preço, praça e promoção), além de questões sobre marketing de

relacionamento (fidelização), posicionamento, entre outros, – pelos gestores da

empresa estudada e de outras empresas do mesmo setor.

Em estudo que avalia as semelhanças e diferenças entre consumidores finais e

consumidores industriais, ou seja, no B2B, Webster e Keller (2004, p. 389) afirmam

que Marcas industriais podem diferenciar-se em função de uma série de atributos e

benefícios que variam de tangibilidade e sua relação com o produto. Algumas

associações serão vinculadas ao desempenho funcional da marca (por exemplo,

com base em proposição de valor do produto e os benefícios prometidos); outras

associações irão refletir considerações mais abstratas (por exemplo, as dimensões

da imagem corporativa incorporando atributos como credibilidade, seriedade,

confiança, ética e responsabilidade social corporativa).

O presente trabalho se propõe a estudar uma organização atuante no setor

siderúrgico brasileiro que comercializa aços planos, pesquisando clientes que atuam

nos setores consumidores de aço, considerando que, após a crise financeira de

2008, a empresa vem apresentando resultados pouco satisfatórios, se comparados

ao período pré-crise.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Uma breve história das marcas

As marcas têm recebido especial atenção nas últimas décadas dentro do contexto

de marketing, mas o conceito de marca não é tão recente assim. Tavares (2008)

defende a idéia de que quanto mais os produtos apresentam tecnologias complexas

ou expertise no seu processo produtivo, mais suas marcas podem ser duradouras.

Conforme Kapferer et. al. (2004), a marca precisa de tempo para adquirir um valor

tão alto para que os consumidores admitam pagar um premium price pelos produtos

que levam seu nome. Por seu turno, Pinho (1996) declara que desde a Grécia antiga

e na época do Império Romano, as marcas já eram utilizadas para distinguir

produtos diferenciados. Declara ainda que, mesmo em condições em que o

analfabetismo era presente, no período mercantilista, usavam-se desenhos para

identificação dos produtos oferecidos pelos comerciantes, que proporcionavam uma

identificação do produto e o diferenciava de outros de qualidade inferior.

Farquhar (1990) discute o aspecto de evolução das marcas. Segundo ele, a partir do

século XVI, fabricantes escoceses gravavam suas marcas nos barris de carvalho

onde era colocado o uísque e com essa prática conquistaram a prerrogativa do uso

da marca na comercialização do produto. Tavares (2008) acrescenta que, no século

XVIII, a noção de marca evoluiu e houve maior associação do nome da empresa ao

produto, no intuito de tornar conhecido tanto o produtor quanto o produto.

De acordo com Pinho (1996), a preocupação com registros de marca remonta ao

século XIX, no início, com uma grande dificuldade em virtude da legislação ainda

confusa e incipiente. O autor aponta para a promulgação de leis relativas a marcas

na Inglaterra e Estados Unidos ainda nos anos de 1862 e 1870 respectivamente. No

Brasil, conforme Tavares (2008), a primeira marca criada foi a Santa Casa de

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Misericórdia, que, aliás, existe até hoje. Pinho (1996) afirma que, inicialmente, a

legislação era completamente omissa com relação a crimes relacionados à marca e

que os primeiros passos na direção da regulamentação de questões relativas à

marca ocorreram apenas a partir de 1875.

Foi no século XX, entretanto, no período pós-revolução industrial, com o surgimento

das indústrias e a constatação de que investimentos em propaganda e campanhas

publicitárias promoviam as vendas dos produtos, que diversas organizações criaram

e divulgaram suas marcas no intuito de tornar seus produtos conhecidos e

distinguidos em relação aos demais. Mesmo em período de crise, conforme relata

Pinho (1996), os investimentos em propaganda e publicidade das marcas devem ser

mantidos. Isso foi o que as empresas aprenderam no período de recessão.

2.2 Marca

Segundo a American Marketing Association - AMA - (2013), a marca é um "nome,

termo, design, símbolo ou qualquer outra característica que identifica um vendedor

do bem ou serviço distinto dos de outros vendedores." Segundo Keller (2006, p. 2),

apresentando a definição da AMA (2010), a marca “é um nome, símbolo, termo ou

a combinação desses elementos para identificar os produtos ou serviços.”

Entretanto o autor defende também que “marca é algo que criou certo nível de

conhecimento, reputação e proeminência no mercado” para um determinado

produto (KELLER, 2006, p. 2).

Tavares (2008) apresenta a mesma definição da AMA para marca, mas considera

que tal definição a restringe a aspectos objetivos do produto e destaca que, se

forem considerados seus três propósitos, a visão mais ampla da definição atende

às necessidades de sua utilização em setores diversos. Os aspectos descritos pelo

autor, estão relacionados ao que a marca é, isto é,um nome, termo signo, símbolo

ou design; outro aspecto está relacionado à sua utilização, referindo-se a

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identificação e distinção dos produtos/serviços, facilitados pela marca e por último o

aspecto de torná-la preferida em relação as suas concorrentes.

Para o autor acima, a marca não se limita apenas a nomes, palavras, emblemas,

entre outros elementos, mas sintetiza as características, atributos correspondentes

a promessas de benefícios. Isso parece estar em consonância com o pensamento

de Kapferer (2003), para quem a marca é o ponto de referência de todas as

impressões positivas e negativas formadas pelo comprador ao longo do tempo. O

autor esclarece:

A marca é ao mesmo tempo signo, palavra, objeto, conceito. Signo, pois a marca é multiforme: ela integra os signos figurativos, como os logotipos, os emblemas, as cores, as formas, as embalagens e o design. Palavra, no caso o nome da marca, que é o suporte da informação oral ou escrita sobre o produto. Objeto, pois a marca distingue um ou vários produtos de outros produtos ou serviços, Conceito, enfim, pois a marca, como todo signo, tem um significado, ou seja, um sentido (KAPFERER, 2003, p. 190).

O autor refere-se à marca como sendo uma memória à qual o consumidor associa

qualidade e risco, no sentido de que quanto mais risco o produto pode oferecer,

maior a importância da marca, a exemplo de produtos farmacêuticos e alimentícios.

Aaker (1996) não apresenta um conceito explícito de marca, contudo induz o leitor

ao entendimento de que a marca, mais do que um símbolo, é construída a partir da

consolidação das diversas percepções dos consumidores sob vários aspectos do

desempenho do produto e suas expectativas. Em sua obra Criando e

Administrando Marcas de Sucesso, Aaker (1996) análisa como a Kodak conseguiu

criar e gerenciar de tal forma a sua marca que resultou em uma forte identificação

dos consumidores com seu logotipo amarelo.

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37

2.3 Importância da Marca

Empresas, pessoas, lugares, campanhas, todos podem ter uma marca. Tais

categorias de organização terão, invariavelmente, interessados diversos:

consumidores, investidores, fornecedores, entidades reguladoras, governo, entre

outros. Para Tavares (2008), o mais importante, quando se trata de empresas, são

os investidores e os consumidores. O autor considera que, para os investidores, a

marca pode contribuir financeiramente e, em comparação com outros ativos da

empresa, para essa categoria de stakeholders, o foco está na rentabilidade do

capital investido e na longevidade da empresa. “A marca é um ativo intangível

valioso e deve ser gerenciado com cuidado para que o seu significado seja

preservado e melhorado e para que os clientes formem laços fortes como resultado

(WEBSTER; KELLER, 2004, p. 389).”

Keller (2006) esclarece que tanto como pessoas físicas quanto como empresas, as

marcas podem representar papeis distintos. No primeiro caso, podem identificar a

origem do produto, atribuição de responsabilidade, redução de riscos quando em

caso de relacionamento com fornecedor conhecido, simplificação do custo da busca,

vínculo com o fabricante do produto, elementos simbólicos indicativos de qualidade.

Em se tratando de empresas, as marcas são importantes para a identificação e o

rastreamento, como proteção legal por direito de propriedade intelectual, entre

outros. Os critérios relacionados acima podem ser utilizados para definir ou decidir a

escolha de determinado produto ou serviço, mas nem sempre é assim. Segundo

Kapferer (2003), existem consumidores que não levam em consideração a marca no

momento de sua escolha, principalmente quando se trata de produtos

comoditizados, essa ideia é corroborada por Riel (2004), que declara que a marca

pode proporcionar vantagens competitivas em mercados onde a comoditização dos

produtos é crescente. Para Kapferer (2003), à medida que a tecnologia se banaliza,

os produtos vão se assemelhando, inclusive no sentido de qualidade, promovendo

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uma redução no risco percebido. Nesse momento, o atributo de escolha passa a ser

outro, por exemplo, o preço.

Outra categoria de stakeholders com particular interesse pela marca é a dos

fornecedores. Segundo Tavares (2008 p. 24), “a marca da empresa cliente pode

sinalizar um endosso, facilitando o acesso a outros clientes, promovendo maior

participação de mercado e preço Premium.” Atualmente um grande número de

empresas tem se preocupado em divulgar suas ações e políticas relacionadas a

aspectos sociais e ambientais. Essa iniciativa pode estar muito relacionada à

estratégia de fortalecer a marca junto a uma categoria a quem influencia e por quem

é influenciada. Sob esse ponto de vista, Tavares (2008) ressalta que a comunidade

também pode contribuir para o melhor posicionamento da marca.

Aaker (1996) registra que uma marca com brand equity elevado apresenta

vantagens tanto para o consumidor quanto para os clientes, podendo afetar a

confiança do consumidor e melhorar o sentimento de satisfação quando da

experiência de utilização do produto. Em determinados mercados, em que o nível de

competitividade determina o contexto das negociações, e a sensibilidade ao risco,

Brown et. al. (2011), afirmam que a os compradores industriais são mais sensíveis à

marca em ambiente de alto risco e de baixo risco e menos sensíveis em ambiente

de risco moderado e sugerem que a marca é importante então para minimização dos

riscos de compra. Cristodoulides (2011) corrobora com esta idéia e enfatiza que as

marcas podem agir como gatilhos para confiança e satisfação dos clientes.

Biedenbach (2012) destaca que em momentos de crise, a marca pode, apesar das

condições desfavoráveis, promover a manutenção das organizações em posições de

destaque e liderança e sustentar o nível de lealdade entre seus clientes.

Conforme Biedenbach (2012) o fato dos clientes preferirem determinadas marcas

por sua força, promovem consequentemente o seu aumento do valor. Nos

momentos de decisão de compra, a lembrança da marca torna-se importante,

porém, se ela for lembrada com aversão ou negativamente, o resultado é muito

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prejudicial (AAKER, 1996). O autor afirma que um brand equity favorável pode

contribuir para propiciar um fluxo de caixa positivo para a organização pelo menos

de seis formas:

(1) atraindo novos clientes ou fazendo com que os clientes experimentem novas

opções de produtos;

(2) as quatro dimensões do brand equity podem contribuir para aumentar a

satisfação quando da utilização do produto;

(3) o brand equity elevado permite a cobrança de um premium price;

(4) contribui para a extensão de marca, permitindo um aumento nas vendas da

organização;

(5) tendo a marca maior reconhecimento e associações positivas, seu destaque na

preferência do consumidor no momento da decisão da compra será maior;

(6) um brand equity elevado também proporciona uma barreira de entrada de

concorrentes, permitindo uma maior participação de mercado.

Para Ballester e Alemán (2005), o brand equity apresenta as qualidades necessárias

para a criação de uma vantagem competitiva sustentável. Assim, considerando os

componentes do brand equity descritos por Aaker (1998), a lealdade à marca, por

exemplo, traz uma série de benefícios à organização, tais como: custos de

marketing reduzidos, já que é mais econômico reter consumidores do que atrair

novos; a aplicação da estratégia de arrancada comercial, pois o varejista, ao

identificar que os consumidores são leais a alguma marca específica, preferirá

mantê-la nas gôndolas no intuito de atrair tais compradores às suas lojas; a lealdade

a marca também agirá como mecanismo de atração de novos consumidores ou

segurança para novos compradores, isto é, um novo consumidor, na tentativa de

reduzir seu risco na compra, preferirá adquirir produtos que tenham uma base de

clientes leais maior, significando que o produto é bem aceito e bem sucedido; por

fim, a lealdade proporciona tempo para reação às ameaças dos concorrentes - até

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40

que o cliente decida experimentar o produto (com melhores características) lançado

pela concorrência, haverá tempo para reação e equalização dos atributos.

Outro ponto que confere vantagem competitiva à marca é a qualidade percebida,

única dimensão do brand equity, segundo Aaker (1996), que demonstrou

impulsionar o desempenho financeiro. Por isso é fundamental entender o que

significa qualidade para cada segmento de clientes. Lam et. al. (2004) apontam para

a existência de uma relação positiva entre qualidade percebida, satisfação dos

clientes e fidelidade, os autores sugerem que a satisfação dos clientes favorecem à

ação de recomendação da marca a outros clientes, além disso destacam também

que o valor percebido da marca tem papel fundamental no ato de recompra.

O reconhecimento da marca, outro elemento que compõe o brand equity, pode ser

traduzido no sinal de substância/comprometimento do cliente para com a marca.

Aaker (1998) declara que, se a marca é reconhecida, deve ser sinal de consistência,

presença e comprometimento; de outra forma já teria desaparecido.

O autor chama a atenção para um sinal de percepção do conhecimento da marca, a

questão das marcas a considerar por parte do cliente, ou seja, em uma situação de

eventual compra, o consumidor já admite previamente algumas marcas conhecidas

dentro de uma categoria de produtos, dentre as quais uma será escolhida em caso

da compra. Assim, a lembrança da marca torna-se importante, pois a incluirá nessa

categoria de produtos.

Nesse sentido, desenvolver marcas fortes e confiáveis pode exercer a importante

função de sinalizar a qualidade da empresa e do produto para os consumidores,

reduzindo a incerteza e o risco inerentes aos processos de adoção de novas

tecnologias e influenciando positivamente as transações (TERRES et. al., 2010).

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A construção de uma marca forte pode exercer um papel fundamental na redução de

incertezas e na eliminação ou redução do risco inerente à adoção de novas

tecnologias, influenciando positivamente o processo de negociação (TERRES et. al.,

2010; KOETZ et. al., 2009, ERDEM e SWAIT, 1998).

Outro ponto a se considerar sobre a importância da marca é o seu valor ou a sua

contribuição para o valor da empresa. Biedenbach (2012) ressalta a diferença do

valor pelo qual muitas vezes as empresas são negociadas em relação ao declarado

nos balaços patrimoniais.

2.4 Uma marca forte

Ao se comparar o ranking das marcas mais valiosas da Interbrand nos anos de 2002

e 2013, treze das trinta mais relevantes marcas em 2002 ainda figuravam no rol de

2013. Contudo o que chama a atenção é que as duas marcas mais valiosas em

2013 sequer figuravam entre as vinte mais valiosas em 2002 (Apple e Google).

Entretanto há que se considerar a afirmativa de Keller (2003), que sinaliza que

qualquer marca, não importa o quão forte seja em determinado momento, é

vulnerável e susceptível de má administração. Keller (2003), baseado em estudos de

Golder (1996), apresenta os fatores determinantes para uma liderança duradoura:

a) Visão de Mercado - investigar as necessidades dos consumidores possibilita a

criação de uma base de clientes ampla e sustentável, e isso pode ser obtido via

investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos.

b) Persistência - pesquisas podem trazer bons resultados no curto, médio ou longo

prazo, portanto, de qualquer forma, não se pode desistir desse investimento, sob

pena de a concorrência inovar com maior eficiência e eficácia.

c) Comprometimento Financeiro - os aportes e investimentos em marketing e

pesquisa podem garantir liderança futura e duradoura; abrir mão desses

investimentos em detrimento de lucratividade no curto prazo pode significar abrir

mão da liderança futura.

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d) Inovação - inovação contínua é a chave para mitigar a ação da concorrência.

e) Alavancagem de ativos - a vantagem em algum tipo de categoria de produto

relacionada pode contribuir para o alcance de liderança em outros ativos.

Ballester e Alemán (2005) declaram que construir uma marca forte oferece às

organizações uma série de vantagens, incluindo menor vulnerabilidade pela ação de

marketing competitivo, margens maiores de lucratividade, oportunidades de

cooperações e de extensões de marca.

O teste cego é uma prática muito utilizada no Marketing para testar o nível de

aceitação de determinados produtos. Esse teste consiste basicamente em solicitar a

um grupo de pessoas que experimentem certo produto numa situação em que não

se lhes permite identificar a marca. A expectativa é a de que, se o produto for

realmente diferenciado, o consumidor, mesmo sem a identificação visual, conseguirá

distinguir a “melhor” opção. Keller (2006) ressalta que consumidores, mesmo

sabendo identificar a marca, podem apresentar dificuldades na distinção de

diferentes marcas. Além disso, sugere que podem haver percepções diferenciadas

pelos clientes quando a marca é divulgada, isto é, uma aceitação maior ou mesmo

uma maior propensão à compra, impulsionadas pelo reconhecimento da marca. O

Brand equity trata justamente dessa questão.

Keller (2003) refere-se ao brand equity como sendo o efeito diferencial que o

conhecimento da marca tem sobre a atitude do consumidor, para o autor, Brand

equity baseado no cliente é definido como o efeito diferencial que o conhecimento de

marca tem sobre a atitude do consumidor em relação àquela marca, assim, uma

marca tem brand equity positivo quando os clientes reagem favoravelmente a um

produto quando sua marca é identificada do que quando não é.

Para Aaker (1996, p. 17), “equidade da marca é um conjunto de recursos (e

deficiências) inerentes a uma marca registrada e a um símbolo, que se agregam (ou

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são subtraídos) ao valor proporcionado por um produto ou um serviço em benefício

da empresa ou se seus clientes.”

Se um produto é visto de forma mais diferenciada quando sua marca é determinada

do que quando não é, é razoável que se reconheça que o trabalho de

gerenciamento da marca foi bem executado. Segundo Keller (2003), o brand equity

está muito relacionado com a memória do consumidor, e reforça que entender os

atributos valorizados pelos clientes e criar vínculos da marca com registros na

memória dos consumidores tornam-se os papeis fundamentais dos gestores de

marcas das organizações. O autor destaca que os aportes relativos ao marketing

não devem ser classificados como despesas, mas como investimentos. A

ineficiência na conversão dos investimentos em brand equity positivo pode ser

encarada como maus investimentos, e destaca que o valor do brand equity como

conceito para os profissionais de marketing depende, de como eles o usam. Isto é, o

brand equity pode ser tão poderoso, que é capaz de oferecer foco e diretriz, criando

um meio para esses profissionais interpretarem seu desempenho de marketing

anterior e elaborar seus programas de marketing futuros.

Como fatores formadores do brand equity Keller (2003) apresenta a lembrança e a

imagem da marca. A lembrança consiste no fato de a recordação da marca por parte

do consumidor já estar presente em sua cabeça quando um produto daquela lhe é

apresentado.

A lembrança pode acontecer também de forma espontânea no resgate da memória

do consumidor, quando lhe é apresentada uma categoria de produto. Por exemplo,

ao se falar de cereal matinal, a marca que lhe virá à mente com grande chance será

Kellogg’s. Keller (2003) destaca que é relativamente mais fácil o reconhecimento da

marca do que a lembrança espontânea, entretanto ressalta que, em situação de

decisão de compra em que a marca não esteja exposta, a lembrança espontânea

passa a ter um papel preponderante.

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O autor esclarece que a lembrança da marca pode ser promovia pela repetição, ou

seja, a exposição repetidas vezes seja do nome, da logomarca ou de uma frase que

relembre a marca poderá remeter o consumidor à lembrança dela e elevar a

familiaridade de um com o outro.

Nos momentos de decisão de compra, a lembrança da marca, como já dito, é

fundamentalmente importante. Contudo, se esta for lembrada com aversão ou

negativamente, o resultado é desastroso. Aaker (1996) atribui essa situação como

sendo um registro no epitáfio, mencionando o modelo do cemitério ilustrado na Fig.

2.

Figura 1 - Reconhecimento versus recordação: o modelo do cemitério

Fonte: AAKER, 1996, p. 25.

Esse gráfico relaciona recordação e reconhecimento. Keller (2003) denomina esse

conjunto com imagem da marca e sugere que o esforço de marketing, além de

produzir a lembrança, deve promover associação positiva da imagem da marca, que

pode ser proporcionada pela própria organização ou por veículos especializados,

como revistas voltadas ao público consumidor. O autor alerta para os métodos mais

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eficazes de fortalecimento da favorabilidade dos atributos da marca junto aos

consumidores.

Ryan e Silvanto (2013), esclarecem que no contexto B2B, o esforço de marketing

em relação á marca é o meio pelo qual os gestores buscam combater o anonimato

isto é, distinguindo o produto ou o fabricante.

A Fig. 3 demonstra quais são as razões para a escolha da marca. Verifica-se que a

experiência direta e o preço são fatores determinantes para o reconhecimento.

Figura 2 - Razões para escolha da marca fonte

Fonte: KELLER, 2006, p. 45.

Aaker (1996) atenta para o cuidado que se deve ter na conscientização do

consumidor e na associação positiva da marca junto a ele, no sentido de se

encontrar uma forma econômica para sua realização, uma vez que os consumidores

são bombardeados a todo o momento com mensagens de marketing. Em

determinadas situações, é claro, talvez essa estratégia seja a mais recomendada,

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sobretudo quando se trata de luxo ou grifes. Kapferer (2003) distingue claramente

grife de marca e sustenta que, nesse segmento, os fins justificam os meios, isto é,

os gastos elevados, o luxo e o glamour são a base de sustentação de uma indústria

lucrativa.

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2.5 Brand equity

As marcas têm papel significativo na “vida” de um produto ou serviço, seja para sua

identificação entre inúmeros outros dentro de uma categoria, seja para facilitar a

estratégia de sua extensão ou obtenção de vantagem competitiva. Entretanto cada

vez mais a tecnologia tem ficado à disposição das organizações para promover

maior equalização entre os produtos e serviços. Assim, o conceito e o entendimento

de brand equity tornam-se fundamentais e quase uma questão de sobrevivência.

Vários autores conceituam o brand equity. Entre eles Erdem et. al. (1999) e Aaker

(1996) apresentam-no como sendo o conjunto de recursos (ou deficiências) que se

agregam (ou são subtraídos) ao valor proporcionado por um produto ou um serviço

em benefício da empresa ou de seus clientes.

Keller (2006) defende que brand equity é o efeito diferencial que o conhecimento da

marca tem sobre a atitude do consumidor em relação àquela marca, isto é, pode ser

positivo ou negativo, dependendo da favorabilidade com que o cliente reage quando

identifica a marca. Rangaswamy et. al. (1990), apud Teas e Grapentine (1996)

apresentam o conceito de brand equity como o efeito de atividades passadas no

marketing com a marca. Já Yoo e Donthu (2000) referem-se ao tema como sendo a

diferença na escolha do consumidor entre o produto de uma marca focal e outro

produto sem marca, dado o mesmo nível de recursos deles.

Essa comparação é feita partindo do pressuposto de que os dois produtos oferecem

as mesmas características, mas o cliente escolhe aquele que tem marca porque

esta lhe transmite algo, uma impressão ou um valor diferenciado.

Ballester e Alemán (2005), por sua vez, informam que o brand equity apresenta as

qualidades necessárias para a criação de uma vantagem competitiva sustentável e

que ele está muito dependente do relacionamento dos membros da cadeia de valor.

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Tavares (2008) afirma que não existe um consenso sobre a mensuração do valor de

uma marca, embora haja pesquisas nessa área. Para o autor, o valor da marca

deriva de vários métodos sem apelo universal e sofre influência cultural, tipo e porte

das organizações, setores, ambientes competitivos e ainda conjuntura. Para o autor,

a marca, então, é algo que pode interferir no processo de compra do consumidor,

principalmente quando os produtos têm características comuns. Nesse caso o

“diferencial” se torna fator dominante.

Conhecer o quanto a marca pode influenciar a decisão de compra é papel

fundamental do marketing estratégico. Assim, faz-se necessário saber quais são os

elementos que compõe o brand equity a fim de melhor direcionar as ações de

marketing, visando influenciar positivamente a decisão de compra do consumidor em

direção à marca pretendida.

Aaker (1996) adverte que o gerenciamento do brand equity requer investimentos,

entretanto destaca também que a equidade da marca gera valor tanto para clientes

quanto para a empresa. Teas e Grapentine (1996) afirmam que a marca cria valor

para o consumidor em vários processos de compra, por exemplo, reduzindo o risco,

simplificando o processo de compra, e caso o produto escolhido tenha uma

característica que forneça o valor inerente ou intrínseco, este é diretamente passado

para o consumidor. Kapferer (2003) é pragmático ao afirmar que a marca elimina o

risco.

O preço a ser pago remunera a certeza, a garantia, a eliminação do risco. Kapferer

(2003) afirma também que uma marca dominante se torna uma barreira aos

concorrentes, pois detém a posição de referência em sua categoria.

Vários fatores estão relacionados ao reconhecimento da marca, como a qualidade

percebida no uso do produto, serviço prestado, ou o status adquirido ao se utilizar

determinada marca, a exemplo de carros, joias, roupas, entre outros produtos. Aaker

(1996) propõe algumas categorias de recursos a serem analisados com maior

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profundidade (ver Fig. 4), por serem considerados principais na formação do brand

equity. São as seguintes as categorias:

Figura 3 - Elementos do Brand Equity

Fonte: AAKER, 1998, p. 19, adaptada pelo autor

2.5.1 Fidelidade em relação à marca

São várias as motivações pelas quais os clientes compram. Alguns podem comprar

por comodidade, outros por sensibilidade a preço ou até mesmo pelo bom

relacionamento com o vendedor que representa a empresa que comercializa o

produto. Aaker (1998) destaca também que a compra pode ser efetuada pela

lealdade à marca, e isso é um indicativo de que o brand equity é positivo. O autor

propõe que a lealdade pode estar presente em várias camadas, isto é, em diferentes

graus (ver Fig. 5), representando um diferente desafio de marketing ou ativos a

serem gerenciados.

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Figura 4 - A pirâmide da lealdade

Fonte: AAKER, 1998, p.41 adaptada pelo autor

Conforme Alhaddad (2014) a lealdade à marca tem várias vantagens estratégicas

importantes para as empresas, tais como a obtenção de alta participação de

mercado e novos clientes, apoiando extensões de marca, reduzindo os custos de

marketing e fortalecimento de marca para as ameaças da concorrência.

A lealdade é considerada um dos pilares do marketing. Jackoby e Kyner (1973)

ressaltam que o conceito é complexo e que as pesquisas têm revelado que o

conceito é mais contraditório do que elucidativo quanto à questão de se fazer

entender o comportamento do consumidor.

Para os autores, a lealdade é um comportamento não aleatório, uma resposta

comportamental de compra expressa ao longo do tempo por alguma unidade de

tomada de decisão no que diz respeito a uma ou mais marcas alternativas fora de

um conjunto de tais marcas, e trata-se de uma junção de fatores psicológicos,

entendendo que unidade de tomada de decisão pode ser o comprador ou o usuário

da marca.

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Para ilustrar esse fenômeno, os autores citam o exemplo de uma dona de casa que

compra uma marca indicada pelo esposo, muito ocupado. Nesse caso, ele é o

tomador da decisão, e ela é o comprador real, que é leal à marca. Além disso, no

estudo, declaram que lealdade à marca difere de comportamento de compra de

simples repetição, afirmando que quanto maior o número de alternativas atraentes

em uma situação de escolha, maior é a quantidade de dissonância cognitiva. Essa

proposição também encontra apoio no contexto do consumidor. “Uma vez tendo

experimentado o desconforto da dissonância, parece plausível que o consumidor,

em sua tentativa de evitar a sua repetição, vai adotar a fidelidade à marca como uma

estratégia de compra” (JACKOBY; KYNER, 1973, p. 7).

De acordo com Aaker (2001), a lealdade é uma medida de ligação do consumidor

com a marca. Um cliente leal continua comprando um determinado produto, mesmo

que outros concorrentes proporcionem benefícios semelhantes. O autor considera

que a lealdade reflete a probabilidade de o consumidor mudar ou não para outra

marca, especialmente se o concorrente opta por alterar algum atributo em seu

produto, quer seja preço ou outra característica.

Aaker (1998) declara que a lealdade à marca traz uma série de benefícios à

organização (ver Fig. 6), por exemplo, custos de marketing reduzidos, uma vez que

é mais econômico reter consumidores do que atrair novos; arrancada comercial, isto

é, o varejista, ao perceber que os consumidores são leais a alguma marca

específica, notadamente preferirá mantê-la nas gôndolas, precisamente para atrair

tais compradores às suas lojas. A lealdade à marca também agirá como mecanismo

de atração de novos consumidores ou segurança para novos compradores, ou seja,

um novo consumidor, para reduzir seu risco na compra, preferirá adquirir produtos

que tenham uma base de clientes leais maior, significando que o produto é bem

aceito e bem sucedido. Por fim, a lealdade proporciona tempo para reação às

ameaças dos concorrentes, pois, até que o cliente decida experimentar o produto

(com melhores características) lançado pela concorrência, haverá tempo para

reação e equalização dos atributos.

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Figura 5 - O valor da lealdade à marca

Fonte: AAKER, 1998, p.48

O risco está relacionado à compra de produtos novos (maior) ou já conhecidos,

(menor), e esse fator influencia o comportamento do consumidor quanto ao aspecto

de lealdade. Helsen e Schmittlein (1994) argumentam que clientes com maior grau

de conhecimento sobre uma categoria de produtos, por exemplo, percebem menor

risco na compra. Nesse sentido estão mais sensíveis a variações de preço.

Consideram também que clientes que percebem maior risco no processo de compra

tendem a ser mais leais às marcas.

Aaker (1998) também propõe, curiosamente, a idéia de que, uma vez que o cliente

tenha elegido uma marca, a mudança é, muitas vezes, difícil de ocorrer, ou por

inércia, por que os clientes não gostam de mudar, ou pelo esforço que terão que

realizar para a mudança, ou ainda pelo fato de que o consumidor não quer assumir

um erro de escolha, portanto prefere o que lhe é familiar já que é confortável e

garantido. Nesse sentido o autor propõe algumas regras básicas a serem

observadas na Fig. 7.

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Figura 6 - Criando e mantendo lealdade à marca

Fonte: AAKER, 1998, p.50

Tratar corretamente o consumidor significa proporcionar ao cliente aquilo que se

propôs a fazer. Aaker (1998, p. 52) observa que “não ser desleixado, rude,

irresponsável e/ou desrespeitoso não deveria ser complicado, entretanto inúmeros

clientes têm tido tais experiências, o que é inaceitável.“

Sobre o item “ficar próximo”, o autor sugere que é papel dos executivos,

responsáveis pela organização, manter contato com os consumidores para

identificação de como estes estão sendo tratados, transmitindo a ideia de que a

organização está preocupada com essa relação.

Sobre a medição e gerenciamento da satisfação do cliente, o autor recomenda que

sejam pesquisados os níveis de satisfação dos consumidores para que ações (se

forem necessárias) sejam implementadas.

Aaker (1998) discute a criação de custos de mudança e nesse ponto se refere, por

exemplo, a programas de fidelidade ou recompensas pela lealdade manifestada.

Finalmente afirma que é relativamente fácil mudar da lealdade para o entusiasmo, a

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partir de surpresas através, por exemplo, de pequenos produtos ou serviços

inesperados, ou mesmo um pedido de desculpas quando necessário.

2.5.2 Conscientização da marca

Atualmente a humanidade está sendo bombardeada por publicidade, e os canais de

comunicação se multiplicam a cada dia. Conquistar um espaço na mente do

consumidor tem se tornado tarefa das mais complexas.

Aaker (1996) esclarece que a conscientização da marca está relacionada à

presença dela na mente do consumidor. Associação da marca refere-se ao

imaginário, um fenômeno psicológico. Keller (2006) afirma que o brand equity ocorre

quando o consumidor tem alto grau de lembrança da marca, familiaridade com ela e

mantém na memória algumas associações fortes, favoráveis e exclusivas.

“[...] a conscientização é medida de acordo com as diferentes formas como os consumidores se recordam de uma marca, variando desde o reconhecimento (você já esteve exposto anteriormente a essa marca?), passando pela recordação recall (quais são as marcas desta classe de produtos que você consegue lembrar?), chegando ao top of mind (a primeira marca lembrada)” (AAKER, 1996, p. 20).

Lembrança da marca, afirma Keller (2006), consiste no reconhecimento dela e da

lembrança espontânea de marca e complementa que reconhecimento é a

capacidade do consumidor de afirmar a exposição prévia à marca quando esta lhe é

apresentada. Já a lembrança da marca é a capacidade dos consumidores de a

extraírem da memória quando lhes são sugeridas categorias de produtos.

Macdonald e Sharp (2000) reforçam a idéia de que o reconhecimento da marca tem

forte efeito sobre a decisão de compra, que um dos principais objetivos do marketing

tem sido manter na mente do consumidor a notoriedade da marca e que uma

estratégia para essa manutenção seria a repetição da propaganda.

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Assim, a marca deve estar presente na mente dos consumidores, e isso pode

ocorrer de duas formas: ou deve ser reconhecida ao ser vista, ou, ao se mencionar a

categoria de produto, ela deve ser resgatada da memória, Os clientes devem saber

quais produtos ou serviços estão associados a uma marca (consciência de marca).

Webster e Keller (2004) acreditam que o reconhecimento está relacionado com os

sentimentos positivos em relação a ela. Sobre esses aspectos Aaker (1996, p. 27)

afirma: “Uma coisa é ser lembrado, mas ser lembrado pelas razões corretas (evitar

ser lembrado pelas razões erradas) é muito diferente.”

2.5.3 Qualidade percebida

Um ponto extremamente importante destacado por Aaker (1996) é a pressão sofrida

pela empresa para aceitar a competição por preço. Os clientes, de forma geral,

mesmo aqueles leais à marca, se puderem, desejam produtos com qualidade melhor

e preços cada vez menores. Aliada a essas questões, a banalização da tecnologia e

a crescente comoditização dos produtos criam um cenário, cada vez mais presente

nas questões comerciais, de elevada competição cuja resposta talvez esteja na

inovação de produtos/serviços e, inclusive, das marcas, por mais trabalhoso e

custoso que pareça. Para Aaker (1996, p. 39), “os gestores de marcas não podem

ignorar os avanços mercadológicos, as alterações tecnológicas e principalmente o

comportamento da concorrência e dos consumidores".

Segundo o autor (1996), de todas as associações com a marca, apenas a qualidade

percebida demonstrou impulsionar o desempenho financeiro. Nesse sentido, é

fundamental entender o que significa qualidade para cada segmento de clientes,

medi-la, corrigir os rumos, se aplicável, e, se tudo estiver dentro dos padrões

desejados, criar uma forma de demonstração desses resultados para que possam

ser reconhecidos pelos consumidores. O autor destaca uma pesquisa realizada na

Universidade de Michigan durante cinco anos, com 77 empresas. Tal pesquisa

revelou (Graf. 3) que a qualidade percebida é o fator mais importante para

impulsionar a satisfação do cliente, que, por sua vez, tem um impacto fundamental

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sobre o ROI, elemento apresentado como o que define, inclusive, o posicionamento

mercadológico.

“[...] a qualidade percebida define, para muitas marcas, o meio competitivo e suas próprias posições nesse meio. Algumas marcas são para o mercado de massa, outras têm preços mais altos, para um público sofisticado. Dentro dessas categorias, a posição da qualidade percebida é amiúde o ponto que define a diferenciação.” (AAKER, 1996, p. 30).

Aaker (1998) declara que a qualidade percebida está relacionada expectativa do

consumidor para com o produto e da comparação que este faz do produto em

questão, com alternativas disponíveis, nesse sentido, a qualidade percebida,

depende muito do contexto de compra, e das necessidades, personalidades e

preferências dos consumidores, ou seja, o aspecto subjetivo está muito presente.

Aaker (1996) argumenta que primeiramente é preciso criar uma reputação de

qualidade, uma vez que mudar uma percepção exigiria um tremendo esforço. Outro

aspecto destacado é a criação da percepção de valor em um atributo que seja

valorizado pelo consumidor; caso contrário, a eficiência é posta à prova.

Gráfico 3 - Reação do mercado acionário a alterações no ROI e na qualidade

percebida

Fonte: AAKER, 1996, p 92, adaptado pelo autor

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Para os atributos que os clientes valorizam, torna-se razoável que sejam

estimulados a identificar a qualidade atribuída ao produto, facilitando a percepção.

Quando a qualidade percebida é positiva, os trabalhos realizados pelo setor de

marketing são mais eficazes. Aaker (1998) propõe algumas formas de geração de

valor ligadas à qualidade percebida (ver Fig. 8) e afirma, por exemplo, que a

qualidade cria uma forte razão de compra, propicia a cobrança de preço premium,

gera interesse por parte dos participantes ou potenciais participantes do canal de

distribuição e facilita a extensão de marca.

Com relação a criar base para extensões de marca, o exemplo dado por Aaker

(1998) é o da Honda, que produz motores pequenos, que podem, por adequação,

ser estendido a motores de popa e cortadores de grama, isto é, se parecer lógico ou

adequado para o cliente, a proposta de associação favorece a extensão da marca a

outros produtos.

Figura 7 - O valor da qualidade percebida

Fonte: AAKER, 1998, p.89

2.5.4 O conhecimento da marca ou associação à marca

O conhecimento que o consumidor tem de uma marca pode variar, como propõe

Aaker (1998), de um nível mais baixo, quando o consumidor é estimulado a recordar

a marca dentro de algumas relacionadas a uma categoria de produto, até o mais alto

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nível, quando, mesmo sem estímulo, o consumidor é capaz de recordar a marca, em

primeira oportunidade, conforme a pirâmide a seguir. O autor cita algumas marcas

que dominam o mercado dentro da categoria de produtos em que se encontram: o

band-aid ou a maisena, no caso brasileiro, são marcas tão fortes que, em situação

de compra, outras marcas não serão nem consideradas.

Figura 8 - Nível de comprometimento do consumidor com a marca

Fonte: AAKER, 1998, p. 65

A pirâmide apresentada na Fig. 9 demonstra, da parte inferior para a superior, a

elevação do nível de comprometimento do consumidor, partindo de um nível de

compra por conveniência, ou seja, quando a marca é irrelevante, até o nível em que

os consumidores têm orgulho de ser usuários da marca e, inclusive, a recomendarão

a outras pessoas. Segundo Aaker (1998), os níveis não são estanques, isto é,

haverá ocasião em que se pode encontrar comportamento híbrido, ou combinado.

A análise da segmentação da fidelidade proporciona percepções táticas e

estratégicas que auxiliam o desenvolvimento de uma marca sólida. O mercado em

geral pode ser dividido nos seguintes grupos: não clientes (aqueles que compram

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marcas concorrentes ou não são usuários da classe de produtos), os pesquisadores

de preços (aqueles sensíveis aos preços), os clientes passivamente fiéis (aqueles

que compram sem distinção duas ou mais marcas) e os comprometidos. O desafio é

aperfeiçoar o perfil de fidelidade à Marca: aumentar o número de clientes que não

compram apenas com base no preço, fortalecer o vínculo com os “em cima do muro”

e dos comprometidos para com a marca e aumentar o número daqueles que

pagariam mais (ou enfrentariam algumas inconveniências) para usar a marca ou

serviço (AAKER, 1996, p. 36).

As associações que os clientes criam com a marca, que normalmente são

direcionadas pela própria empresa, são a base sustentadora do brand equity.

Segundo Aaker (1996), as associações são impulsionadas pela identidade da

marca, e um erro comum apontado pelo autor é a concentração nos atributos do

produto e nos seus atributos funcionais, esquecendo-se dos benefícios emocionais e

de autoexpressão.

O conhecimento da marca ajuda a criar associações com fatos ou nomes que são

facilmente resgatados da memória quando necessário, que ajudam a fortalecer a

marca. Para Aaker (1998), as associações representam as bases para as decisões

de compra e para a lealdade à marca; a associação contribui, conforme Fig. 10,

para:

criar um contexto para garantir que a mensagem relacionada à marca seja

passada ao consumidor;

criar uma diferenciação - principalmente se a marca estiver bem posicionada, a

concorrência terá pouca possibilidade de combate;

criar uma razão de compra - se a associação envolver atributos do produto, eles

podem influenciar o cliente a comprar devido à credibilidade transmitida pela

associação ao atributo;

criar atitudes e sentimentos positivos, isto é, o esforço em associar a marca com

sentimentos positivos pode proporcionar ao consumidor uma disposição maior a

consumir a marca do que se consumisse sem a associação.

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Figura 9 - Nível de comprometimento do consumidor com a marca

Fonte: AAKER, 1998, p. 116 adaptada pelo autor.

2.5.4.1 A contribuição do conhecimento da marca para o brand equity.

Aaker (1998) sugere que o conhecimento da marca cria valor de quatro maneiras

diferentes, conforme a Fig. 11.

Figura 10 - O valor do conhecimento da marca

Fonte: AAKER, 1998, p. 66

A primeira maneira seria a âncora a que outras associações podem estar ligadas,

isto é, a âncora seria um nome que deve ser suficientemente forte para que as

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associações sejam criadas e gravadas na mente. Na Fig. 12, Aaker (1998)

representa a metáfora da âncora, que seria o nome Mcdonalds e as associações

ligadas ao nome.

Figura 11 - A associação do McDonald’s - Metáfora da âncora para associação de

marcas

Fonte: AAKER, 1998, p. 66.

Sobre familiaridade e simpatia, Aaker (1998) acredita que o reconhecimento produz

senso de familiaridade com a marca e que as pessoas gostam do que lhes é

familiar. Quando a experiência de compra está relacionada a produtos de baixo

envolvimento, por exemplo, sabonete, lenços de papel, a questão da familiaridade

pode ser fundamental para a decisão de compra.

A terceira dimensão do reconhecimento da marca seria o sinal de

substância/comprometimento. Aqui o autor afirma que, se a marca é reconhecida,

deve ser sinal de consistência, presença e comprometimento; de outra forma já teria

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desaparecido. Nesse sentido, estabelece alguns pontos que traduzem a lógica para

o entendimento do reconhecimento pela substancialidade da marca:

a empresa faz propaganda de forma extensiva;

a empresa tem estado no negócio por um longo tempo;

a empresa tem uma ampla distribuição;

a marca é bem-sucedida.

O último elemento que Aaker (1998) considera como base para a composição do

conhecimento da marca é a questão das marcas a considerar, ou seja, em uma

situação de eventual compra, o consumidor já admite previamente algumas marcas

conhecidas dentro de uma categoria de produtos, dentre as quais uma será

escolhida no caso da compra. Assim, a lembrança da marca torna-se importante,

pois exigirá que a marca faça parte desse grupo.

Outra forma de agregar valor à marca é pelas associações secundárias. Essas

associações, Louro (2000) as desdobra em um compósito de propriedades do tipo

patentes, marcas registradas e relações com distribuidores. Já Aaker (1996), em seu

modelo, as associa com as vantagens competitivas da marca. Keller (2006) observa

que esse tipo de conexão da marca contribui para criar novas associações na mente

do consumidor, complementares, afetando as associações primárias e reforçando os

sentimentos ligados à marca. O autor exemplifica que as empresas podem criar

associações da marca com aspectos sociais, culturais ou ambientais, para angariar

simpatia e sentimentos positivos por parte dos consumidores, contribuindo para

melhorar a imagem dela.

2.6 Confiança na marca

Como já foi dito, um dos objetivos deste trabalho busca avaliar a influência do

constructo confiança no brand equity. Ballester et. al. (2003), Terres et. al. (2010),

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Mello e Fonseca (2008) advertem que há grande carência de estudos relacionados à

confiança na marca, apesar da sua importância para entender o seu relacionamento

com o consumidor. Contudo, nos últimos anos, a confiança tem recebido exame

empírico mais minucioso no contexto das marcas e suas relações com os

consumidores. Rosemberger III (2009), Koetz et. al. (2009), Terres et. al. (2010)

declaram que existe uma relação de dependência entre incerteza, risco e confiança,

em que o risco cria a oportunidade da confiança, que, por sua vez, induz a pessoa a

arcar com o possível risco.

O risco, por sua vez, pode estar ligado ao experimentar o novo. Em contra partida,

sob a ótica organizacional, as empresas mais rentáveis são justamente aquelas

mais inovadoras (TIGRE, 2006). Uma das várias formas de buscar a diferenciação é

através da inovação. Contudo a adoção de novas tecnologias incorre em

experimentação de algo novo, que estimula o risco percebido e altera o

comportamento de compra do consumidor (TERRES et. al., 2010).

Nesse sentido, o desenvolvimento de marcas fortes e confiáveis pode exercer a

importante função de sinalizar a qualidade da empresa e do produto para os

consumidores, reduzindo a incerteza e o risco inerentes aos processos de adoção

de novas tecnologias, influenciando positivamente as transações (TERRES et. al.,

2010).

A abordagem de Koetz et. al. (2009) é corroborada pela fala de Terres et. al. (2010),

quando discorre sobre a inovação como produtora de incertezas para o consumidor

que possui pouca ou nenhuma informação sobre o produto ou serviço ao qual está

sendo exposto. Os autores apontam a diferença do nível de informação do

consumidor e o nível de conhecimento da empresa ofertante do produto ou serviço,

o que chamam de “assimetria de informação”. Como alternativa para a redução

dessa assimetria, Koetz et. al. (2009) propõem a equalização do nível informacional,

que deverá partir do polo de maior informação para o de menor nível de

conhecimento sobre o produto ou serviço.

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Ballester (2001) argumenta que a marca tem a capacidade necessária para

responder às necessidades de seus consumidores, oferecendo, por exemplo, novos

produtos que o consumidor pode precisar ou um constante nível de qualidade em

sua oferta.

Para Rosemberger III (2009), confiança na marca tem uma competência ou natureza

técnica e é baseada na crença do consumidor de que a marca realiza seu valor ou

promessa, ou seja, a percepção de que a marca satisfez ou satisfaz as

necessidades do consumidor. Da mesma forma, Koetz et. al. (2009) atestam que a

confiança baseada nas intenções da marca é fundamentada na crença de que a

marca colocará os interesses do consumidor à frente dos próprios interesses em

situações que envolverem problemas com os produtos.

Ballester e Alemán (2005) acrescentam ainda que a confiança na marca tem duas

dimensões: a primeira, cuja natureza está na capacidade e vontade de manter as

promessas e satisfazer as necessidades dos consumidores; a segunda compreende

as boas intenções em relação aos interesses dos consumidores. Por exemplo,

quando ocorrem problemas inesperados com os produtos, a dimensão das boas

intenções revela um elemento de seguridade emocional da parte dos indivíduos,

baseado na crença, da parte do consumidor, de que o comportamento da marca é

motivado por intenções favoráveis e positivas em relação ao seu bem-estar e

interesse, mesmo se houver problemas futuros com os produtos. Isso envolve a

convicção e as ações do consumidor acerca de situações presentes, com base na

expectativa confiante de que os acontecimentos futuros provarão estarem corretos,

ou seja, de que a marca não tirará vantagem da vulnerabilidade do consumidor.

Dessa forma, essa dimensão abarca aspectos como altruísmo, benevolência,

honestidade e justiça (BALLESTER, 2004).

A construção de uma marca forte pode exercer um papel fundamental, reduzindo

incertezas e o risco inerente à adoção de novas tecnologias, influenciando

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positivamente o processo de negociação (TERRES et. al., 2010; KOETZ et. al.,

2009).

Segundo Terres et. al.(2010), a marca consiste em um elemento de transmissão de

um conjunto de características e de valores que representa a reputação conquistada

por uma empresa ao longo de sua existência, estabelecendo uma situação de

confiança que traz, na sua essência, a redução do risco percebido pelo consumidor.

Erdem e Swait (1998) afirmam que as empresas podem usar suas marcas quando

os consumidores têm incertezas sobre atributos do produto, isto é, as empresas

podem usar marcas para informá-los sobre o produto, as posições e para garantir

que os seus produtos têm credibilidade.

Terres et. al. (2010) discorrem sobre a confiança na marca e sua relação com as

intenções das organizações no sentido de que as intenções futuras das empresas

influenciarão as decisões de compra dos consumidores e advertem que as

empresas devem se preocupar em resolver rapidamente os problemas relacionados

aos seus produtos a fim de transmitir aos clientes suas reais intenções futuras.

No contexto empresarial, Ballester e Alemán (2001) sugerem que a confiança está

relacionada com a habilidade e a capacidade atribuídas a uma empresa para

realizar algumas atividades e cumprir as suas obrigações e promessas. Os autores

esclarecem que a confiança na marca é algo mais do que o resultado da percepção

dos atributos do produto; é resultado de ações da empresa em nome da marca, isto

é, pode ser desenvolvida e, além disso, é fruto da experiência com a marca.

Corroborando o exposto, a confiança então está muito relacionada com as

experiências passadas dos consumidores com a marca, em que esta se mostrou

condizente com a proposta de valor divulgada e com as expectativas de satisfação

das necessidades (KOETZ et. al., 2009).

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Assim, numa potencial negociação, é possível que se obtenha uma redução do

risco, baseada na reputação que a marca detém, podendo esta vir de várias fontes.

2.6.1 Medição da confiança na marca

Conforme exposto anteriormente, e corroborado pela idéia de Ballester e Alemán

(2001), o risco envolvido na compra faz com que cresça a importância da marca,

pelas consequências indesejadas que uma compra mal feita pode trazer. A autora

(2004), em seu estudo que trata da confiança na marca e fidelidade do consumidor,

desenvolve um modelo que pode ser visualizado na Fig. 13, no qual relaciona a

confiança, compromisso e tolerância ao preço prêmio.

Em sua pesquisa, confirma as hipóteses de que a satisfação estabelece uma

relação de confiança com a marca. Assim, o efeito da satisfação global na marca de

confiança é tão mais elevado quanto maior for o envolvimento do cliente. Além

disso, quanto maior for a confiança na marca, mais o cliente se compromete com ela

e quanto maior o compromisso do cliente com a marca, maior será a tolerância à

elevação de preço (BALLESTER; ALEMÁN, 2001).

Dessa forma, a confiança na marca está muito associada à lealdade à marca e à

manutenção das relações com os clientes. Para medir a confiança, Ballester e

Alemán (2001) consideraram seis itens que representam algumas características da

marca, relacionados à fiabilidade e intenções para com o consumidor. São elas:

A marca:

(1) me oferecer um produto com um constante nível de qualidade;

(2) ajuda-me a resolver qualquer problema que eu possa ter com o produto;

(3) me oferecer novos produtos de que eu possa precisar

(4) está interessada na minha satisfação;

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(5) valoriza-me como um cliente de seu produto;

(6) me oferece recomendações e conselhos sobre como utilizar seu produto.

Figura 12 - Modelo teórico de relacionamento da confiança, compromisso e

satisfação do cliente

Fonte: BALLESTER E ALEMÁN, 2001, p.1245

Em outro estudo que trata do desenvolvimento e validação de uma escala de

confiança na marca, Ballester et. al. (2003) identificam que a confiança está

significativamente relacionada à satisfação e fidelidade à marca e propõem uma

escala válida e que reforça a tese de que a confiança na marca é um constructo

central no desenvolvimento das relações de longo prazo com consumidores. No

presente trabalho, pretende-se incorporar o constructo confiança no modelo de

pesquisa com o intuído de avaliar o seu efeito no brand equity.

2.7 Band Equity no contexto business to business

A marca tem um conceito universal, contudo, dependendo do contexto em que é

aplicada, alguns ajustes se fazem necessários. Segundo Webster e Keller (2004), o

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comportamento de compra do comprador industrial difere do comportamento do

consumidor no varejo principalmente pelos volumes das compras e pela

concentração do poder de compra. Nesse sentido, talvez no ambiente industrial

sejam muito mais importantes o processo de compra (que envolve um período mais

longo, vários participantes passam por uma série de etapas de decisão) e o

relacionamento entre as partes do que o produto em si.

No contexto B2B, a marca, deve ser percebida para transmitir seus benefícios a

várias partes interessadas (LEEK; CHRISTODOULIDES, 2010). Os autores,

baseados em estudos sobre brand equity no ambiente industrial, apontam uma série

de fatores que podem agir favoravelmente nas relações, sobretudo para as

empresas que detêm marcas fortes ou que compram de empresas com marca forte.

Tais fatores podem ser exemplificados como: aumento do nível de satisfação do

comprador em relação à compra, satisfação com relação à compra, redução do nível

de risco e incerteza percebida e o produto da empresa que compra pode ganhar

legitimidade por ter incorporado uma marca reconhecida do fornecedor.

Conforme Ryan e Silvanto (2013) uma das diferenças nos esforços de branding no

contexto B2C e B2B, está no fato de que no último, o enfoque é dado mais à marca

corporativa do que ao produto, reduzindo custos e permitindo o alargamento da

gama de produtos abrigados sob a marca guarda-chuva, além disso, outra

diferenciação importante diz respeito às características dos produtos a serem

abordadas, enquanto no contexto B2C são destacados aspectos que evocam a

emoção do consumidor, no B2C a funcionalidade do produto, qualidade,

confiabilidade e desempenho.

Atualmente a marca é utilizada não só para diferenciar as ofertas de marketing da

empresa em relação à concorrência, mas também para alcançar a mente e os

corações de seus clientes e criar conexões emocionais especiais com eles.

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Relações emocionais e racionais tornaram-se importantes tanto no contexto B2C

quanto B2B (BIEDENBACH, 2012).

Leek e Christodoulides (2010), também baseados em estudos de outros autores,

advertem para o fato de que, apesar das vantagens, o brand equity no contexto

industrial tem recebido pouca atenção por parte das empresas e apontam como

causas: (1) a falta de estudos e pesquisas acadêmicas sobre o tema, gerando

dúvidas sobre seus fundamentos teóricos; (2) o caráter emocional que envolve as

compras parece ser muito mais perceptível nas compras no contexto B2C; (3) o

volume de produtos e marcas no contexto industrial; (4) o caráter de retorno a longo

prazo dos investimentos em brand equity no contexto industrial.

Biedenbach (2012) declara que nos últimos 10 anos foram geradas evidências

empíricas suficientes para questionar o pressuposto de que a compra no contexto

B2B seja inteiramente racional.

O ambiente industrial tem papel importante no contexto dos mercados

consumidores. Segundo Hutt et. al. (2007), o volume de dólares envolvidos nas

transações no mercado B2B supera significativamente o gasto no setor de consumo,

porém o que diferencia o marketing B2B do marketing B2C é o tipo de cliente e a

forma como ele usa o produto.

Para Riel et. al. (2004), existem diferenças entre compradores industriais e os

consumidores finais, isto é, em termos do processo de decisão de compras, no

primeiro caso os clientes são empresas, governo, instituições que adquirem o

produto para facilitar o processo de produção dos seus próprios produtos ou para

utilizá-los como componentes na produção de outros bens e serviços. De qualquer

forma, em uma ou outra situação, de acordo com Riel et. al. (2004), o valor

acrescentado de uma marca é criado na mente dos consumidores como resultado

do desempenho percebido em várias dimensões de marketing. Assim, tem-se

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considerado que a equidade da marca industrial poderia ser conceituada e medida a

partir do ponto de vista do comprador industrial (MUDAMBI et. al., 1997).

A preferência de uma marca refere-se ao ponto ou grau em que uma organização vê

a marca como mais desejável do que as alternativas comparáveis (FREIJ et. al.

(2013). Segundo os autores, essa preferência indica ou leva a mais receitas e lucros

e pode ser conseguida a partir e através da construção da reputação da empresa

como um nome de longa data ou de confiança no setor em que atua.

O brand equity, no contexto de consumo, tem sido estudado por muitos autores,

principalmente nas duas últimas décadas (JUNTUNEN et. al.,2011). Contudo o

tema, no contexto industrial, não tem recebido a mesma atenção, confirmam Brown

et. al. (2011), Leek e Christodoulides (2010), Mudambi (2002), Kuhn (2008) Riel et.

al. (2004). Isso pode ocorrer devido à idéia de que as compras corporativas são

efetuadas de forma diferente nos dois contextos: consumo individual e industrial

(MUDAMBI, 2002; HUTT, 2007; FREIJ et. al., 2013; ZABLAH et. al., 2010;

WEBSTER; WIND, 1972).

Para Mudambi et. al. (1997), assim como no marketing de consumo, o brand equity

é criado a partir da percepção de valor na mente do consumidor em várias

dimensões, tanto no contexto de consumo quanto no industrial. Conforme

Biedenbach (2012), baseando-se no modelo de Keller (1993), as dimensões pelas

quais o brand equity será construído no ambiente industrial são: (1) conhecimento

da marca; (2) associações da marca; (3) qualidade percebida; e (4) lealdade à

marca, isto é, as mesmas dimensões aplicadas à medição do brand equity no

contexto de consumo.

No ambiente industrial, o brand equity é criado a partir do ponto de vista do

comprador industrial. Além disso, cada vez mais os produtos estão sendo

comprados pela internet, e, em tais situações, as marcas podem ser importantes no

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estabelecimento de um conjunto de potenciais fornecedores na mente do

comprador.

O comportamento de compra no setor industrial é mais um processo do que um

evento isolado, envolve diversos estágios e cada um gera uma decisão, que pode

variar de acordo com o nível em que essas decisões ocorrem dentro das

organizações (HUTT, 2007), e são influenciadas por questões como orçamento,

custos e considerações de lucro (WEBSTER; WIND, 1972).

De acordo com Riel et. al. (2004), a compra no setor industrial é muitas vezes

racional e calculista, e comumente estão envolvidas grandes valores, assim, o risco

de uma compra mal efetuada, pode causar sérios danos à organização, a marca

então, pode desempenhar um papel significativo em condições de risco, assim,

patrimônio da marca corporativa irá influenciar as intenções de compra.

Adicionando outros elementos, Mudambi (2002) descreve o processo de compra e

declara que a compra industrial começa com o reconhecimento da necessidade de

compra, posteriormente passa pela associação das características do comprador e

da compra, a percepção da importância de atributos tais como a qualidade ou

desempenho e preço, principais impulsionadores do brand equity industrial. Tais

fatores podem variar de relevância dependendo da ocasião e influenciar o processo

de decisão da compra (MUDAMBI et. al., 1997).

As visões tradicionais de compra industrial descritas por Webster e Wind (1972)

destacam posições antagônicas: por um lado, o ponto de vista da literatura

econômica coloca o aspecto racional de que o objetivo na compra é obter o preço

mínimo ou o menor custo total de compra. Outros modelos centrados na tarefa

ressaltam que o processo de compra envolve fatores como lealdade ou acordos de

compra recíproca e, por fim, apresentam também visões em que variáveis não

racionais são inseridas no contexto, tais como emoção, metas ou interesses

pessoais, redução do risco e até o próprio ego do comprador.

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Riel et. al. (2004), em estudo que trata da aquisição de serviços, aponta por

exemplo, para o fato de que, em muitos casos de comercialização de produtos

industriais, a necessidade de se ter uma interação face a face entre comprador e

vendedor é fundamental para a satisfação de compradores, e ressalta que é

provável que o comprador faça uma associação entre habilidades superiores do

vendedor com um maior nível de qualidade do serviço. Há que se entender se essa

associação se aplica também à compra de produtos industriais.

Pelo posto, entende-se que o relacionamento entre cliente e fornecedor, ocupa

papel importante na construção do valor da marca, segundo Velazquez et. al.

(2012), os benefícios relacionais entendidos como a percepção por parte do cliente

do esforço destinados a aumentar o valor para além do serviço recebido, orientação

e atitude da empresa a longo prazo, contribuem positivamente na formação do valor

do relacionamento com o seu fornecedor, segundo as autoras, a confiança é vista

como o sustentação para os relacionamentos de longo prazo e quando as empresas

entendem que seu fornecedor investe e se envolve no relacionamento elas se

sentem mais otimistas sobre o futuro da relação.

Para Webster e Wind (1972), o processo de compra industrial é muito complexo. Em

se tratando de um único ato instantâneo, envolve muitas pessoas, vários objetivos

por vezes potencialmente conflitantes, que podem ocorrer ao longo de um período

prolongado, exigindo informações de muitas fontes e abrangendo muitas relações

intraorganizacionais.

O modelo genérico do processo de compras apresentado por Webster e Wind

(1972), mostrado na Fig. 14, demonstra que o processo de compras sofre influências

ambientais sutis e penetrantes e difíceis de identificar e medir. Essas influências

agem fornecendo informações, restrições e oportunidades de cunho variado, como

políticas, legais, culturais, físicas (geográficas, climáticas ou ecológicas),

tecnológicas ou econômicas. Tais influências podem advir de várias fontes, como

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associações de classe (educacionais, médicas, sindicatos), dos próprios

consumidores, governo e concorrência.

Shamma e Hassan (2011) ressaltam também que o brand equity no contexto B2B,

pode ser composto a partir da percepção dos stakeholders, que podem ser clientes

ou não e à medida que o ambiente de negócios torna-se mais competitivo, clientes e

não-clientes se tornam mais exigentes, as empresas devem entender e desenvolver

relações com diversos grupos interessados para ganhar uma vantagem competitiva

e garantir relações favoráveis que sustentarão o crescimento dos negócios. Isto

exige a construção de relações distintas com clientes e partes interessadas não-

clientes e alinhar tanto a marca do produto e marca corporativa para atender às

expectativas das partes interessadas.

Os efeitos podem variar dependendo da região em que se encontra a organização,

causando impactos distintos nas quatro dimensões destacadas, quais sejam:

informações sobre fornecedores, disponibilidade de produtos ou serviços,

destacando aí o contexto tecnológico e econômico, condições gerais de negócios –

que envolvem nível de renda, taxas de juros, nível de investimentos, desemprego

local – e forças políticas.

Os fatores ambientais também influenciam as relações intra e extra organização,

afetam a estratégia de marketing e a comunicação da organização com a

comunidade, com os fornecedores e seu papel frente à concorrência e outras

instituições. Para Webster e Wind (1972), os fatores ambientais são muito básicos e,

portanto, fáceis de serem ignorados, mas tão penetrantes que seu esquecimento

pode ser desastroso.

As determinantes organizacionais também influenciam o processo de compra

industrial. Segundo Webster e Wind (1972), essas forças influenciam os

compradores individualmente, fazendo-os agir diferentemente do que se estivessem

sós ou em outras organizações, e tais influências dependem do contexto financeiro,

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tecnológico e humano, internos à organização. Ao citarem a classificação

desenvolvida por Leavitt (1964), os autores dividem a dimensão organizacional em

quatro partes (tarefa, tecnologia, inovação e pessoas) que interagem entre si no

processo de influenciar a decisão de compra (ver Fig. 14).

A tarefa compra é dividida em cinco partes: (1) identificação da necessidade; (2)

estabelecimento de especificações; (3) Identificação de alternativas; (4) avaliação

das alternativas; (5) seleção de fornecedores. Essas partes podem ser influenciadas

pelas quatro dimensões: (1) o objetivo da compra, se para facilitar a produção ou

para revenda ou ainda para compor um elemento que será utilizado em outras

funções organizacionais; (2) a natureza da demanda, isto é, se por demanda interna

ou por forças externas à empresa; (3) se é uma compra de rotina ou pontual,

conjuntural; e por último (4) se é centralizada ou descentralizada ou delegada a

níveis mais operacionais da organização. Essas quatro dimensões influenciam as

cinco etapas do processo de compra de forma diferente, dependendo do nível e do

número dos participantes envolvidos. Além disso, a estrutura organizacional adotada

pode interferir na dinâmica de compra, pois, segundo Webster e Wind (1972), a

estrutura de autoridade estabelece metas, avalia, recompensa e pune o

desempenho organizacional.

Os mesmos autores, baseados no esquema de Leavitt (1964), atestam que o centro

de compras é um subconjunto dos atores organizacionais, em que estão reunidos

diversos indivíduos com atividades e responsabilidades distintas e que se inter-

relacionam e influenciam uns aos outros. Essa inter-relação leva a um

comportamento de compra único em cada organização e que o estrategista de

marketing precisa conhecer para considerar variáveis organizacionais, tecnologias e

os atores de cada organização que deseja influenciar.

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75

Figura 13 - Modelo de comportamento de compra industrial

Fonte: Webster e Wind, 1972, p. 15, adaptado pelo autor

A decisão de compra no setor industrial parece ser influenciada por várias questões.

Riel et. al. (2004), declaram que a compra pode ser definida pela marca em

detrimento de preço ou outras variáveis.

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76

No ambiente industrial, sobretudo quando a falha trouxer consequências críticas

para a organização ou para o comprador, ou ainda quando o produto precisa de

assistência técnica ou mesmo quando o tempo ou os recursos são restritos, ou

ainda, ao considerar as compras de produtos que parecem de natureza estratégica

ou importante para garantir a produtividade da empresa, os compradores podem

depender mais de marcas com reputação fortes para compensar qualquer incerteza

ou consequências imprevistas (BROW et.al., 2011).

As principais conclusões do estudo de Riel et. al. (2004) ressaltam o valor

significativo da marca desempenhado no setor industrial. Além disso, o autor chama

a atenção para o fato de que a estratégia de construção de uma marca forte passa

por ações como: 1) concentrar os esforços sobre as percepções do produto pelos

compradores. Os compradores devem perceber o produto com alta qualidade,

confiável, consistente e inovador; 2) criar percepções favoráveis no que diz respeito

ao lead time do produto; 3) reconhecer maior valor percebido do que preço; e 4)

investir em distribuição confiável.

Lam et. al. (2009) ressaltam que muitas pesquisas foram realizadas estudando a

fidelidade do cliente no contexto B2C. Entretanto há uma grande importância da

lealdade dos clientes no contexto B2B. Para os autores, a fidelidade está associada

a duas dimensões distintas: uma delas é a recomendação do fornecedor a outros

compradores, e a segunda versa sobre a intenção de repetir as compras. Assim, a

satisfação do cliente impulsiona fortemente a dimensão recomendar. No entanto os

resultados da pesquisa revelam que, na dimensão recompra, além da satisfação, o

valor percebido passa a ser fundamental.

Os autores argumentam que vários fatores se relacionam com a lealdade dos

clientes, e os gestores podem, a partir desse conhecimento, gerenciar e melhorar a

fidelidade por meio de iniciativas que envolvam diretamente tais fatores. Da mesma

forma, se a fidelidade do cliente tem um efeito positivo na satisfação do cliente, por

conseguinte, os gestores podem focar diretamente em iniciativas de fidelização. Eles

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acreditam ainda que a fidelidade dos clientes é mais fortemente afetada pela

satisfação, sentimento este que, para Geyskens et. al. (1999), é definido geralmente

como um estado afetivo positivo resultante da avaliação de todos os aspectos da

relação de trabalho de uma empresa com outra empresa. Dessa forma, segundo

Lam et. al. (2009), um cliente satisfeito poderia apadrinhar o fornecedor e

recomendá-lo para outros compradores, refletindo, assim, o efeito positivo da sua

satisfação.

Outros mecanismos para retenção dos clientes relatados por Lam et. al. (2009) são

os custos de mudança, que podem ocorrer sob a forma de despesas monetárias,

tempo e esforço psicológico. Para os autores, a relação entre o custo de mudança e

os benefícios percebidos favorecem a recomendação do fornecedor a outros

compradores.

Em pesquisa realizada, Biedenbach (2012) considera, conforme indicado

anteriormente, que o brand equity no contexto B2B está associado aos mesmos

constructos desenvolvidos por Aaker (1991). No entanto, em seu trabalho, realizou

comparações entre estudos que consideravam e que não consideravam o

reconhecimento da marca e verificou que esse construto não provocava diferença

sensível no resultado da medição do brand equity, sinalizando uma baixa relevância

no contexto B2B. Para a autora, a comunicação em massa como estratégia de

criação de consciência de marca no mercado B2B é substituída pelo contato

pessoal, conferências profissionais e exposições, e o conhecimento da marca pode

variar de empresa para empresa. Destaca-se que, para empresas iniciantes no

mercado, o esforço para tornar a marca conhecida terá maior importância do que

para as marcas já estabelecidas.

Biedenbach (2012) também não destaca as associações da marca como fator de

forte influência no valor da marca, embora tenha considerado o constructo na versão

final de seu modelo para a dissertação. A autora destaca as a qualidade percebida

como uma dimensão muito importante para a construção de uma marca forte no

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contexto B2B. Citando Golicic e Marquardt (2008), argumenta que a entrega

consistente de desempenho de alta qualidade no mercado B2B e a ligação desse

desempenho com a marca do fornecedor de serviços ajudam não só para diferenciar

essa marca de outras marcas, mas também faz uma distinção de outros prestadores

de serviços quanto a serem percebidos como provedores de serviços de entrega de

maior valor. A autora argumenta ainda que, em alguns casos, a qualidade percebida

pelo comprador em relação a um determinado produto pode ser transferida a outros

produtos da empresa.

Por último, sobre a fidelidade à marca, conforme Biedenbach (2012), ela pode ser

vista como um dos esforços finais da construção de uma marca forte e indica que

altos níveis de fidelidade contribuem para a disposição de pagar um preço prêmio

pelo produto. Ademais, considerando que os serviços de B2B são frequentemente

caracterizados por maior risco e processos de aquisição complexos, a fidelidade à

marca desempenha um papel importante na tomada de decisão dos clientes

(BENNETT; HARTEL; MCCOLL-KENNEDY, 2005).

Assim, os clientes B2B que encontram a marca adequada e se sentem

comprometidos com a compra desses serviços provavelmente vão comprá-los

novamente (BENNETT; HARTEL; McCOLL-KENNEDY, 2005).

As quatro dimensões do brand equity podem ser vistas como elementos centrais

para serem desenvolvidos e reforçados durante a construção da marca.

Seguindo a perspectiva de valor da marca, a notoriedade dela, as associações de

marca, a qualidade percebida e lealdade à marca são os principais contribuintes

para a formação de conhecimento da marca pelos clientes, o que,

consequentemente, irá afetar suas preferências e comportamento de compra

(BIEDENBACH, 2012).

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Os consumidores adquirem marcas por questões múltiplas: econômicas, de

utilidade, hábitos e preferências. Esses fatores são mutáveis para os consumidores,

dependendo dos valores e da personalidade de cada um, ou ainda podem também

sofrer alteração ao longo do tempo.

A economia, a psicologia, a sociologia e a antropologia, cada uma sob seu recorte,

tenta avaliar a expressão do comportamento do consumidor, seja de cunho

cognitivo, afetivo, conativo, ou suas interações. Segundo Tavares (2008, p. 237), “as

pessoas consomem as marcas para representar quem são, a que grupo social

pertencem e quais idéias e valores querem expressar. Assim sendo, seu

comportamento pode ser visto sob várias perspectivas.”

“Dar uma marca para o produto é rotulá-lo, é dizer aos consumidores como podem

identificá-lo” (KELLER, 2006, p.10). Para o autor, a chave para estabelecer uma

marca é fazer com que os consumidores percebam as diferenças entre as marcas

em determinado tipo de produto, e essa diferenciação está relacionada com

atributos ou benefícios dos produtos em si ou ainda relacionada a atributos mais

intangíveis. As marcas são importantes nos momentos de escolha, inclusive quando

a situação envolve “commodities”. Para Webster e Keller (2004), o poder de uma

marca reside na mente dos clientes e de todos os pensamentos, sentimentos,

percepções, crenças, atitudes, comportamento e assim por diante, que resultam de

uma infinidade de possíveis interações da marca.

É fundamental numa organização, para usufruir dos resultados do seu negócio, a

determinação de uma marca para seus produtos (serviços), mesmo que essa

determinação não tenha fins lucrativos. Para a própria identificação da origem das

atividades a marca tem o seu papel. Uma vez entendidos os conceitos de marca e

sua importância, as organizações precisam decidir sobre a arquitetura da marca.

Nesse ponto, cabe escolher que tipo de estratégia de gestão de marca será

adotada. A reflexão agora terá o objetivo de determinar qual associação terá a

marca, caso aplicável, e se essa associação também se dará com outros produtos

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da mesma empresa, ou se será um nome isolado, ou ainda se levará inclusive o

nome da empresa.

Uma empresa, então, deverá escolher entre as estratégias existentes aquela que

melhor se adapta à sua condição de mercado, sua estratégia de divulgação,

analisando os prós e contras de cada modalidade. O setor siderúrgico, por exemplo,

que é o foco de aplicação deste trabalho, conforme o conceito de Tavares (2008),

parece adotar a estratégia de marca Guarda-Chuva, buscando apresentar o know-

how tecnológico associado às empresas brasileiras do setor e paralelamente facilitar

o lançamento de novos produtos. A imagem da marca promove a inserção de novos

produtos no mercado e permite associações em busca de sinergias no

desenvolvimento desses novos produtos. O autor destaca que esse tipo de

estratégia não é recente. A GE já adota a estratégia desde o início da sua história.

Em 1896 a marca foi criada e aplicada diversificadamente em setores desde o

aeroespacial, médico e sistemas de energia industrial. A Sony e Phillips também

adotam estratégia de marca Guarda-chuva, aproveitando-se da economia de escala

mundial, isto é, o reconhecimento e notoriedade da marca para penetração em

novos mercados e lançamento de novos produtos.

A combinação de marcas é também outra estratégia alternativa a ser aplicada.

Dependendo do mercado ou do nível de competição, a formação de conjunto pode

ser, segundo Tavares (2008), adequada à expansão das operações de uma

organização. O autor apresenta o exemplo da Sadia, que mantém outras duas

marcas - Rezende e Wilson -, que atuam dentro do mesmo setor, contudo

direcionadas aos clientes mais sensíveis ao preço, para reter a ação da

concorrência nesse segmento. O mesmo ocorre com a Perdigão, que mantém a

Batavo com o mesmo objetivo, bloqueio à ação da concorrência. A Coca-Cola, ao

adquirir o substituto Suco Del Valle, adotou a estratégia de manutenção da marca.

A estratégia a ser escolhida dependerá do tipo de associação à marca pretendida

pela organização.

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A delimitação do escopo deste trabalho estabelece algumas características de

comportamento do consumidor que devem ser consideradas. O foco do trabalho

está relacionado ao conceito de business to business e, nesse contexto, as

estratégias de negociações diferem em algumas questões do marketing de varejo.

Embora os responsáveis pelas compras e pelas vendas sejam sempre seres

humanos, a preparação, os critérios e procedimentos promovem alterações

significativas nos processos de compra.

A forma como o consumidor percebe o preço – alto, baixo, justo – exerce forte

influência em suas intenções de compra. Estratégias utilizadas para reduzir a

percepção de injustiça nos preços acabam melhorando a percepção de valor do

produto (SANTOS; BOTELHO, 2011). Para os autores, a percepção está inserida

em um contexto de informações veiculadas, as quais funcionam como estímulos,

sendo reconhecidas, selecionadas, organizadas e interpretadas de forma individual,

de acordo com as necessidades, valores e expectativas de cada indivíduo.

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2.8 Mensuração do valor da marca

Para uma organização, o estudo do valor da marca propicia indicadores para

otimização dos investimentos mercadológicos frente ao aumento da competição e

elevação dos custos (TAVARES, 2008). Sobretudo no setor siderúrgico pode ser

observado, a partir da crise de 2008, um arrefecimento nos planos de investimentos

e orçamentos, visando recuperação nas margens de lucro. Nesse sentido, assim

como qualquer outro investimento nas organizações, o desenvolvimento de

programas de marketing depende de uma avaliação financeira que dificilmente

assumirá custos cujo retorno seja de difícil identificação. Segundo o autor, o cenário

é desafiador para os gestores de marcas, uma vez que o indicador mais importante

do valor da marca é o seu posicionamento na mente do consumidor.

Segundo Tavares (2008), um grande desafio para a mensuração da marca está no

aspecto financeiro, uma vez que não permite maior objetividade na medição. Assim,

os balanços consequentemente ficam subavaliados. Esse fato se dá devido à

apuração do valor da marca ser determinada pela diferença entre o valor pago pela

empresa e o valor do patrimônio tangível, embora o valor da marca possa ser

medido financeiramente.

O referido autor, declara que é o consumidor quem dá valor à marca a partir de

esforços de marketing empregados pela empresa e que considerando que o valor da

marca depende também da interação entre fabricante e consumidor o seu valor é

resultado das ações e relações de ambos: consumidor e empresa.

A intensificação da importância da valorização da marca se deu na década de 1980,

quando se observou uma grande movimentação de fusões e aquisições que

ocorriam com significativa diferença entre o valor venal das empresas e o seu valor

contábil expresso nos balanços patrimoniais. Reflexo dessa inflexão nas percepções

dominantes, o conceito de imagem foi sendo gradualmente substituído pela noção

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mais ampla de valor da marca. Maria Louro (2000) e Tavares (2008) corroboram

essa ideia e ressaltam que a prática da mensuração do valor da marca é crescente.

Além das organizações, ONGs, pessoas, clubes, eventos, têm procurado avaliar o

valor de suas próprias marcas.

Os autores alertam para a falta de consenso em mensurar o valor financeiro da

marca e destacam vários fatores que podem alterar a avaliação tais como: porte da

organização, setor de atividade, ambiente competitivo e até a conjuntura (entende-

se econômica e social). Kapferer (2003) também observa a dificuldade na

mensuração do valor das marcas e informa que, em pesquisa realizada pela agência

DDB com gerentes de marketing sobre quais seriam os atributos importantes para

expressar o verdadeiro "capital de marca", as respostas espontâneas foram:

a notoriedade - 65%;

a força do posicionamento, do conceito, da personalidade, uma imagem precisa e distinta - 39%;

a força dos sinais de reconhecimento pelos consumidores (logotipo, códigos, embalagem, etc.) - 36%;

a autoridade junto aos consumidores, a estima, o status percebido de verdadeira grande marca e a fidelidade dos consumidores - 24%.

O valor da marca pode ser medido pelo menos de duas formas, a saber: sob a

perspectiva dos consumidores e sob a perspectiva do mercado, Maria Louro (2000),

em seu estudo sobre valorização da marca, propõe que o brand equity pode estar

ligado direta ou indiretamente à resposta do consumidor e apresenta as bases,

critérios e formas de medição muito ligadas ao modelo de brand equity proposto por

Aaker (1996), isto é: medidas de notoriedade e associação e diferenciação, que

estão relacionadas às associações com a marca.

Destaca-se a observação da autora de que esse ponto tem importância acrescida

para produtos comoditizados, além de medidas de qualidade percebida e liderança,

lealdade e medidas de mercado, baseadas, segundo Maria Louro (2000), no efetivo

comportamento dos indivíduos, isto é, em acontecimentos passados e não

necessariamente obtidos por entrevistas ou questionários, mas em fatos ocorridos.

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O estudo cumpre aquilo que se propõe fazer, uma sistematização dos conceitos,

abordagens e modelos dominantes na avaliação das marcas, contudo não explora a

aplicação prática, ou seja, não fornece uma escala para medição do valor.

O conceito de brand equity discutido no trabalho da autora é baseado nas teorias de

Aaker, que levam em consideração como elementos, a fidelidade, conscientização,

qualidade percebida e associação com a marca. Nada mais natural que o método de

valoração a ser explorado transite por esses constructos. Aaker (1996) apresenta

três métodos de mensuração do brand equity: o Brand Asset Valuator (BAV) da

Young e Rubicam; o Equitrend da Total Reserach; e o ranking da Interbrand,

detalhados a seguir.

A Interbrand, grande consultoria de marcas inglesa, escolheu critérios bem distintos

para a avaliação da marca, bem como buscou a participação dos consumidores na

construção da sua avaliação. A agência adotou, segundo Aaker (1996), sete

critérios: liderança, estabilidade, mercado que mede o nível de vendas e

lucratividade, a internacionalização, ou seja, as marcas internacionais são mais

valiosas por causa da escala potência, tendência, que reflete o nível de

contemporaneidade da marca segundo os consumidores, o apoio, uma vez que

marcas que receberam maior apoio são consideradas mais sólidas do que as que

não receberam maiores incentivos e proteção, que se refere a registro legal.

Uma das maiores agências de propaganda do planeta, a Young & Rubican,

desenvolveu um modelo de mensuração do brand equity cujos constructos avaliados

são: relevância da marca, diferenciação, estima e conhecimento, o modelo, combina

diferenciação e relevância que resulta em solidez da marca e posteriormente

identifica a estatura da marca a partir da combinação de estima e conhecimento (ver

Fig. 15).

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Figura 14 Modelo de valoração da marca Young e Rubicam

Fonte: AAKER, 1996, p. 329, adaptada pelo autor.

Segundo Aaker (1996), a agência Young e Rubicam (Y&R) defende a idéia de que

uma nova marca que pretenda se tornar forte deve ser diferenciada, pois os

primeiros sinais de decadência de uma marca forte é a perda da diferenciação, que

vem em primeiro lugar. A seguir a relevância, responsável, segundo o mesmo autor,

por proporcionar uma base de clientes razoavelmente grande para sustentação da

marca. O objetivo então passa a ser o de fazer com que a marca possua nota

considerável nesses dois quesitos, já que o produto da relevância pela diferenciação

resulta na solidez da marca, mas obter notas relevantes nas duas dimensões base é

tarefa das mais complexas, segundo Aaker (1996), até para marcas consagradas.

Outra dimensão apresentada por Aaker (1996) é a estatura da marca, que é

resultado do produto, da estima e do conhecimento da marca, em que a estima está

associada à qualidade percebida, e o conhecimento determina que o consumidor

não só conhece a marca, como também compreende o que ela representa. Nesse

sentido, o autor sinaliza para a importância de que, mesmo que poucas pessoas

conheçam a marca, é fundamental para as organizações que aquelas que

conhecem demonstrem estima pela marca. No outro extremo, o autor adverte para o

fato de que há outras ocasiões em que os clientes conhecem a marca e sabem o

que significa, contudo têm pouca estima, fator que pode provocar perda de

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penetração dela no mercado. O autor ainda propõe a combinação das dimensões

solidez versus estatura da marca, no sentido de identificar as marcas detentoras de

grande estima e grande solidez, que apresentam, em consequência, alto brand

equity. Em contraponto, aquelas que se encontram no quadrante oposto devem se

esforçar para de lá saírem. Por fim, Aaker (1996) esclarece que esse indicador

poderá demonstrar resultados de brand equity distintos conforme o contexto da

aplicação, por exemplo, segmentação, regionalização e cultura em que se mede o

valor da marca.

O terceiro método apresentado por Aaker (1996) é o proposto pela agência de

pesquisa americana Total Reserach, cujo método denominado Equitrend contrasta

com o método da Y&R. Segundo o autor, o método é mais simples, contudo sua

base histórica permite conclusões substanciais sobre a medida. É obtido a partir de

perguntas simples, mas esclarecedoras e está baseado em três elementos: a

proeminência, que está relacionada com a opinião que os consumidores têm sobre a

marca; a qualidade percebida, que se constitui o cerne do Equitrend; e a satisfação

do usuário. Segundo Aaker (1996,) a qualidade percebida medida pelo Equitrend

está relacionada positivamente com o preço premium, e com a intensidade de uso.

Além disso, segundo o autor, a utilização da base de dados do Equitrend permitiu

identificar que, para as marcas mais valorizadas, a sensibilidade a preço tende a ser

menor.

Em trabalho desenvolvido por Juntunen et. al. (2011) no contexto business to

business, o valor da marca foi relacionado com a lealdade. Os autores declaram que

o estudo do brand equity no contexto industrial ainda necessita de ampliação, mas

que ultimamente tem havido maior interesse nesse estudo por parte dos

pesquisadores em Marketing. Esclarecem ainda que pesquisas anteriores associam

a lealdade ao brand equity, a exemplo de Aaker (1998). Entretanto outros autores

como Riel et. al. (2005) já considerem que a lealdade é um resultado do brand

equity, que influencia o consumidor a continuar comprando a marca.

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Os autores Juntunen et. al. (2011), então, desenvolveram um modelo empírico que

relacionou a lealdade e o brand equity a fim de identificar qual a verdadeira relação

entre lealdade e valor da marca. No referido estudo, eles estabelecem as hipóteses

de que o conhecimento da marca e a imagem da marca estão positivamente

relacionados ao valor da marca corporativa. Além disso testaram a hipótese de a

lealdade também estar relacionada ao brand equity, embora, como já foi dito, possa

influenciar ou ser influenciada por ele. Todas as questões utilizadas no estudo foram

desenvolvidas com base nos trabalhos de Keller (1993, 2000, 2003), Aaker (1996) e

Davis et. al. (2008). O estudo foi realizado na Finlândia, com empresas do setor de

logística e considerou os constructos conscientização da marca, lealdade, imagem

da marca e o brand equity, conforme a Fig. 16.

Figura 15 - Modelo da influência da imagem no brand equity

Fonte: JUNTUNEN et. al., 2011, p. 308

Esse modelo foi utilizado no presente trabalho acrescentado do constructo

confiança, conforme o trabalho de Ballester (2004), para avaliar se este último

constructo poderia influenciar a variância explicada dos modelos separadamente. O

estudo de Juntunen et. al. (2011) evidenciou que a fidelidade à marca corporativa

não é nem um resultado nem um componente do patrimônio líquido da marca

corporativa, isto é, exerce uma influência insignificante no brand equity, mas está

mais relacionada com a imagem da marca, portando não foi possível definir se a

lealdade influencia ou é influenciada pelo brand equity.

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Aaker (1996) ainda preconiza que a medição do brand equity permite a comparação

entre empresas, o acompanhamento da evolução da marca no tempo, além de

fornecer instrumentos para gerenciar uma carteira de marcas em mercados e

localidades distintas. Nesse sentido, o autor elege dez medidas da equidade das

marcas, conforme Quadro 1, pelas quais serão orientadas as ações de marketing,

privilegiando tanto os resultados no curto quanto no longo prazo, na tentativa de

equilibrar os resultados financeiros e a necessidade de sustentação da marca como

ativo que traz retorno a médio e longo prazos.

As grandezas propostas por Aaker (1996) são:

Indicadores de fidelidade

Indicadores de qualidade percebida/liderança

Indicadores de associação/diferenciação

Indicadores da conscientização

Indicadores do comportamento de mercado.

Quadro 1- As Dez medidas da equidade do brand equity

As Dez Medidas da Equidade das Marcas

Indicadores da Fidelidade

Preço Prêmio

Indicador de fidelidade

Indicadores da qualidade percebida e liderança

Qualidade Percebida

Liderança e popularidade

Indicadores das associações/Diferenciação

Valor percebido

Personalidade da marca

Associações organizacionais

Indicadores de Conscientização

Conscientização da marca

Indicadores do comportamento de mercado

Participação do mercado

Preço de mercado e cobertura da distribuição

Fonte: Aaker 1996, p. 105, adaptado pelo autor.

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2.9 Modelo conceitual utilizado na pesquisa e suas hipóteses

A partir da revisão da literatura e considerando-se diversos modelos e teorias

relacionadas ao brand equity, elaborou-se o seguinte modelo:

Figura 16 - Modelo de avaliação do valor da marca

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de JUNTUNEN et. al., 2011; BALLESTER, 2004, p. 307 e 1245, respectivamente.

A partir dos argumentos anteriores e relacionando os constructos trabalhados por

Juntunen et. al. (2011) e Ballester (2004), no modelo acima as seguintes hipóteses

são levantadas no sentido de orientar a pesquisa e na tentativa de solucionar o

problema: a partir das mudanças no modelo, temos mudanças nas hipóteses. As

suas hipóteses são:

H1 – há uma associação positiva estatisticamente significativa entre a confiança e o

Brand Equity;

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90

H2 - há uma associação positiva estatisticamente significativa entre a confiança e a

lealdade;

H3 - há uma associação positiva significativa entre o reconhecimento e o Brand

Equity;

H4 - há uma associação positiva significativa entre o reconhecimento e a imagem da

marca;

H5 - há uma associação positiva significativa entre a imagem da marca e o Brand

Equity;

H6 – Há uma associação positiva significativa entre a imagem da marca e a

lealdade.

H7 - Há uma associação positiva significativa entre o Brand Equity e a lealdade.

H8 – a escala estendida possui um maior valor explicativo para a variância da força

de marca (Brand Equity) do que a escala original de Juntunen et. al., (2011).

Conforme o exposto, a marca tem papel importante para todas as organizações

atuantes em ambientes de competição, os gestores, por sua vez, podem extrair mais

ou menos benefícios das vantagens competitivas proporcionadas por ela.

Doravante, as etapas cumpridas, esclarecem e determinam a medição do valor da

marca em um caso real, cujos resultados podem propiciar grande subsídio para o

conhecimento e ações gerenciais.

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91

3 METODOLOGIA

Neste capítulo são demonstrados os aspectos metodológicos e os passos seguidos

para a realização da pesquisa. Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 240), “a

dissertação, pela natureza reflexiva, requer sistematização, ordenação e

interpretação dos dados. Exige metodologia própria do trabalho científico.”

Quanto ao método, a pesquisa é descritiva, Aaker (2004), Samara e Barros (2007),

Malhotra (2006), por que busca avaliar o valor da marca sob a perspectiva do

comprador de aços planos.

Quanto ao modelo de pesquisa foi aplicando o que apresentam Laville e Dionne

(1999), assim, o trabalho foi desenvolvido cumprindo as seguintes etapas:

a) Propor e definir um problema: consiste na conscientização do problema, torná-lo

significativo e convertê-lo em pergunta.

b) Elaboração de hipótese(s): nessa etapa realiza-se a análise dos dados

disponíveis e formula(m)-se a(s) hipótese(s), com consciência do seu caráter

provisório e prevendo sua(s) implicação(es) lógica(s).

c) Verificação da(s) hipótese(s): nesse ponto, verifica-se a necessidade de novos

dados, bem como faz-se a sua coleta, se aplicável, para análise e interpretação

destes em relação à(s) hipótese(s).

d) Conclusão: aqui, é (são) invalidada(s), confirmada(s) ou modificada(s) a(s)

hipótese(s).

O presente trabalho foi seccionado nas etapas apresentadas no Quadro 2, conforme

a proposta apresentada por Laville e Dionne (1999).

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92

Quadro 2- Etapas da construção do trabalho de pesquisa - Continua

Etapas Objetivos Atividades

Definição do

problema de

pesquisa

Entender o tema da pesquisa.

Elaborar uma contextualização

sobre o tema e as questões que

norteiam a pesquisa.

Definir o problema de pesquisa.

Revisão bibliográfica.

Coleta e análise de dados do

setor.

Avaliação da relevância do tema.

Elaboração de

hipóteses

Nortear a pesquisa, clarificar o

problema e delimitá-lo.

Encontrar possíveis respostas ao

problema de pesquisa.

Revisão bibliográfica.

Elaboração dos objetivos geral e

específicos. Elaboração do

modelo conceitual e das

hipóteses.

Verificação e

teste de

hipóteses

Demonstrar o valor das hipóteses

levantadas.

Definir os métodos de coleta das

informações.

Identificar os constructos

relacionados à pesquisa da marca,

tais como: conhecimento da marca,

lealdade, brand equity, identidade e

confiança na marca.

Determinar as informações

requeridas para a verificação e a

estratégia de verificação.

Elaboração do questionário com

as questões relacionadas a cada

constructo a ser avaliado.

Pré-teste do questionário.

Análise dos dados coletados.

Validação da amostra e dos

construtos.

Validação dos modelos de

Juntunen et. al. (2011) e Ballester

(2004).

Teste da relação de causa e

efeito entre problema e

hipóteses.

Comparação entre os modelos

estendido e original.

Fechamento Responder ao problema de

pesquisa.

Elaborar novas questões que

poderão surgir com os resultados

esperados.

Agregação de significado e

sentido aos dados obtidos e aos

resultados estatísticos, em

conjunto com a base teórica da

pesquisa. Se necessário,

realização de novas pesquisas

qualitativas, com o objetivo de

entender melhor os dados

quantitativos obtidos.

Delimitação das principais

limitações do estudo realizado.

Definição de novos caminhos a

ser seguidos em pesquisas

futuras.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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93

Para um melhor entendimento do trabalho, a seguir será detalhado cada passo do

processo de pesquisa.

3.1 Definição do problema de pesquisa

“A definição do problema não é tarefa das mais simples, contudo é das mais

importantes” (MALHOTRA, 2006, p. 62), Samara e Barros (2007) alertam: “a

definição do problema não deve ser demasiadamente ampla, pois corre-se o risco

de se perder a clareza na execução das etapas subsequentes, nem

demasiadamente limitada, sob pena de impedir a reflexão sobre temas importantes.”

Malhotra (2006, p. 70) estabelece três questões a serem respondidas para a correta

definição do problema de pesquisa, tais questões são relativas ao motivo pelo qual

está sendo realizada a pesquisa, bem como, as decisões que devem ser tomadas a

partir dos resultados encontrados, outra questão diz respeito a determinação das

hipóteses, ou seja, as possíveis respostas a serem obtidas para os problemas ou

oportunidades definidas.

Samara e Barros (2007), Hair et. al. (2010) advertem também que, dentro dessa

etapa, o pesquisador deverá Identificar e esclarecer as necessidades de informação

e especificar os objetivos da pesquisa.

Até este momento do presente estudo, foram realizadas pesquisas bibliográficas no

sentido de melhor conhecer o problema da pesquisa. Foram consultadas bases de

dados relacionadas com o setor siderúrgico, bem como artigos, dissertações e

referências bibliográficas ligadas ao tema, como fonte de conhecimento e

contextualização, fase que muito contribuiu inclusive para o despertar de novas

questões acerca do tema.

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94

Malhotra (2007) aconselha a pesquisa às informações passadas, pois podem ser

valiosas para desvelar oportunidades e problemas em potencial. Nesta etapa

também foram levantadas algumas questões que norteiam a pesquisa. Tais

questões são enunciados aprimorados a partir dos componentes específicos do

problema, dando mais detalhes para o desenvolvimento das discussões a ser

seguidas na pesquisa.

3.2 Elaboração de Hipóteses

“A hipótese é uma afirmação ou proposição não comprovada a respeito de um fator

ou fenômeno que é de interesse para o pesquisador” (MALHOTRA, 2007, p. 74).

Nesta fase foram elaboradas algumas hipóteses na tentativa de encontrar a resposta

para o problema de pesquisa. Por vezes conforme afirmam Laville e Dionne (1999),

o pesquisador sabe que sua hipótese não é a única e que outras poderiam ser

levadas em consideração, mas ele mantém a que lhe parece ser a melhor.

Com base nas pesquisas preliminares, foi possível elaborar algumas hipóteses, bem

como o objetivo principal e os objetivos específicos. Nesse ponto a participação do

orientador, foi fundamental para instigar a curiosidade do pesquisador quanto à

inserção de um novo constructo: a confiança na marca. Originalmente a idéia seria

reaplicar o trabalho realizado pelos pesquisadores Yoo e Donthu (2001) no contexto

do business to business. Contudo os trabalhos de Ballester e Alemán (2001)

parecem ter forte relação com o primeiro, e, nesse sentido, as pesquisas em artigos

científicos que tratam dos dois trabalhos foram fundamentais para pensar na

inovação e definição do escopo da pesquisa.

3.3 Operacionalização dos constructos relativos ao brand equity da marca

corporativa e sua relação com a lealdade à marca e à confiança

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95

Os constructos foram elaborados a partir de um trabalho de pesquisa bibliográfica

reunindo trabalhos de diversos autores acerca do brand equity no contexto industrial,

entre eles, Juntunen et. al. (2011), Biedenbach (2012), Riel (2005), Webster e Keller

(2004), Zablah et. al. (2009), entre outros. A pesquisa realizada por Juntunen et. al.

(2011) foi tomada como base para o desenvolvimento do modelo a ser aplicado no

presente trabalho. O trabalho original desses autores foi a realização de uma

pesquisa empírica que buscava esclarecer se a lealdade à marca influenciava ou era

influenciada pelo brand equity no contexto industrial.

O modelo aplicado considerou os constructos conhecimento da marca, lealdade e

imagem da marca como sendo aqueles mais fortemente relacionados ao brand

equity da marca corporativa. Outro trabalho no qual a presente pesquisa se apoia é

o de Ballester (2004), em que desenvolveu uma avaliação da associação entre a

confiança na marca e o brand equity.

Este trabalho se baseia ainda em pesquisas bibliográficas relacionadas ao

constructo confiança na marca dos autores Erden e Swait (1999), Delgado e

Ballester (2004), Ballester e Alemán (2005), Mello e Fonseca (2008), Rosemberger

III (2009), Terres et. al. (2010), Koetz et. al. (2009), que relacionam a confiança na

marca com o comportamento de compra do comprador industrial, induzindo ao

pensamento de que o comprador estaria mais propenso à compra em fornecedores

que inspirem maior confiança, principalmente em situações de maior risco.

Abaixo apresenta-se o Quadro 3 com os construtos usados na pesquisa, os seus

itens, bem como a sua origem.

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96

Quadro 3 - Quadro dos construtos utilizados na pesquisa - Continua

Construto COD Itens do construto Origem

Reconhecimento

da Marca

BAQ1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor

industrial siderúrgico.

Juntunen

et. al.

(2011)

BAQ2 A USIMINAS é reconhecida por outros membros

da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um

forte parceiro comercial.

BAQ3

Em comparação com outros fornecedores de aços

planos, a USIMINAS é uma marca líder no setor.

Imagem

BIQ1

A USIMINAS é conhecida como uma empresa que

tem muito cuidado com (cuida bem) os seus

clientes.

BIQ2 Podemos prever de forma segura que a

USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

BIQ3 Podemos prever com segurança que a USIMINAS

irá cumprir as suas obrigações em relação ao

prazo de entrega.

BIQ4 Em comparação com outros fornecedores de aços

planos, a USIMINAS é conhecida por entregar

produtos com alta qualidade.

BIQ5 Em comparação com outros fornecedores de aços

planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

BIQ6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de

aços planos.

Confiança

BTQ1 A USIMINAS atende minhas expectativas.

Ballester

(2004)

BTQ2 A USIMINAS nunca me decepciona.

BTQ3 Eu sinto confiança no nome USIMINAS.

BTQ4 A marca USIMINAS é uma garantia de satisfação.

BTQ5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando

se refere aos meus interesses.

BTQ6 Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver

os meus problemas relacionados aos aços planos.

BTQ7 A USIMINAS faria qualquer esforço para me

satisfazer como consumidor de aços planos.

BTQ8

A USIMINAS me compensaria de alguma forma

por qualquer problema com o seu produto (aços

planos).

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97

Continuação

Construto COD Itens do construto Origem

Lealdade

BLQ1 De uma forma geral, como cliente, estou muito

satisfeito com a USIMINAS.

Juntunen

et. al.

(2011)

BLQ2

É bem provável que iremos continuar o

relacionamento com a USIMINAS como

fornecedor de aços planos por um longo prazo.

Brand equity

BEQ1 Estamos dispostos a pagar um premium price,

pelos aços planos da USIMINAS.

BEQ2 O nome da USIMINAS lhe dá uma vantagem

sobre outros fornecedores de aços planos.

BEQ3 A marca USIMINAS é diferenciada em relação aos

outros fornecedores de aços planos.

Fonte: Elaborada pelo autor.

3.4 Validação do conteúdo

Segundo Hair et. al. (2010), a pesquisa de marketing quase sempre envolve a

mensuração de variáveis. A variável é um conceito ou constructo que pode

apresentar mais de um valor. Os autores ainda afirmam que, ao conduzir um

experimento, os pesquisadores tentam identificar relacionamentos entre variáveis de

interesse e como as variáveis independentes afetam uma ou mais variáveis

dependentes, especificamente quando se trata de pesquisas experimentais através

de testes de hipóteses.

Os autores esclarecem que, em um experimento típico, a variável independente é

manipulada (alterada), e seu efeito sobre outra variável (a variável dependente) é

mensurado e avaliado. Torna-se então importante o conceito de validade que,

segundo eles, representa até que ponto as conclusões tiradas do experimento são

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98

verdadeiras. Assim, a validação pode ser obtida em termos de validade interna e

externa.

Ainda conforme os autores, a validade interna demonstra até que ponto a concepção

de pesquisa identifica realmente qual variável independente verdadeiramente afeta a

variável dependente, isto é, se não existe "algo mais" não identificado que estaria

afetando a variável dependente. Já a validade externa demonstra se os resultados

do experimento podem ser extrapolados para a população alvo.

O modelo proposto e testado no presente trabalho foi baseado em estudos

anteriores cujos testes de validação foram aceitáveis nos contextos em que foram

aplicados. Entretanto o modelo proposto incorpora ao desenvolvido por Juntunen et.

al. (2011) o constructo confiança pesquisado por Ballester (2004). Nesse sentido,

posteriormente serão também realizados testes de validação no intuito de avaliar o

grau de validação de tal alteração nos modelos pregressos.

3.5 Verificação e testes de hipótese

As hipóteses levantadas estão relacionadas com os estudos de Juntunen et. al.

(2011) e Ballester (2004). As escalas desenvolvidas pelos autores já foram

anteriormente testadas. embora ainda não no cenário do setor siderúrgico. Nesse

sentido, a pesquisa bibliográfica orienta a avaliação dos constructos: imagem,

conhecimento da marca, lealdade à marca, confiança na marca. A pesquisa foi

realizada no intuito de medir o quanto esses fatores influenciam a formação do

brand equity.

A pesquisa foi aplicada pelo próprio autor do trabalho, utilizando os recursos que

estiveram disponíveis por parte da empresa objeto do presente estudo. Segundo

Hair et. al. (2010), considera-se senso quando a pesquisa é aplicada a todos os

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99

membros da população alvo, contudo o mesmo autor, ressalta que a amostragem é

menos demorada e mais barata.

Utilizando a base de dados de clientes da organização pesquisada e com auxílio da

força de vendas, solicitou-se aos respondentes o preenchimento e devolução dos

questionários aplicados e apresentados no Apêndice B do presente trabalho.

A população foi a de clientes que estão cadastrados na extranet da organização,

sistema on-line da empresa que permite aos clientes visualizar informações sobre

suas compras, os clientes, distribuídos em 21 setores consumidores. Segundo Hair

et. al. (2010 p. 157), “população é um grupo identificável de elementos de interesse

do pesquisador e pertinentes ao problema informacional.” O referido autor ainda

utiliza o conceito de população-alvo definida como sendo um grupo completo de

elementos identificado para a investigação com base nos objetivos do projeto de

pesquisa, que, no caso, seria medir o valor da marca da empresa de que são

clientes. A base da extranet é formada por 690 clientes, com diferentes níveis de

representatividade. Nesse sentido, pode ser viável a aplicação da pesquisa a uma

amostra da população.

Para melhor definição da concepção amostral, Hair et. al. (2010) apresentam um

resumo que pode auxiliar a escolha (ver Quadro 4).

Quadro 4 - Fatores considerados ao selecionar a concepção amostral - Continua

Fatores de seleção Perguntas

Objetivos de

pesquisa

Os objetivos de pesquisa recomendam o uso de uma concepção

de pesquisa qualitativa ou quantitativa?

Grau de precisão A pesquisa requer a realização de previsões ou inferências sobre

a população-alvo definida ou apenas a produção de ideias

preliminares?

Recursos Existe algum limite orçamentário em relação aos recursos

humanos e/ou financeiros que podem ser alocados para o projeto

de pesquisa?

Cronograma Até quando o projeto de pesquisa deverá ser completado?

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100

Continuação

Fatores de seleção Perguntas

Conhecimento da

população-alvo

Existem listas completas dos elementos da população-alvo

definida? Qual o nível de dificuldade para gerar o arcabouço

amostral de respondentes prospectivos?

Escopo da pesquisa

e análise estatística

A pesquisa será internacional, nacional, regional ou local? Até

que ponto são necessárias projeções estatísticas precisas e/ou

necessidades de teste das diferenças hipotéticas nos dados?

Fonte: HAIR et. al., 2010, p.166.

O passo seguinte foi a construção do questionário. As questões contidas no

formulário foram baseadas no questionário proposto por Juntunen et. al. (2011)

adaptado com questões que abarcam o constructo confiança proposto por Ballester

(2004). A escala aplicada no questionário foi alterada.

Juntunen et. al. (2011) utilizaram uma escala intervalar de sete pontos enquanto

Ballester (2004) utilizaram uma escala intervalar de cinco pontos. Já o questionário

aplicado no presente estudo utilizou uma escala tipo intervalar de onze pontos,

variando de 0 (zero) a 10 (dez), conforme Moura (2010), o que comumente facilita

ao respondente analisar e avaliar valores em base decimal e por conferir maior

precisão nas respostas.

Uma vez elaborado o questionário, foi realizado um pré-teste com agentes que

fazem parte do setor industrial siderúrgico, com a finalidade de verificar a existência

de falhas, erros e não entendimento em algum ponto do documento. Conforme

Moura (2010), os resultados podem servir de base para alterações e melhorias no

questionário original.

Foram aplicados 20 questionários no pré-teste e não foram identificados problemas

de entendimento ou imperfeições nas questões. Contudo um ponto de preocupação

já na aplicação do pré-teste foi a demora no retorno das respostas, sendo

necessário a solicitação do retorno a 5 dos respondentes.

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101

Outra etapa do processo de pesquisa é a definição da amostragem. Grande parte

dos projetos de pesquisa de marketing objetiva obter informações de uma

população, isto é, um conjunto de todos os elementos que compartilham

características comuns (MALHOTRA, 2001). Tais informações podem ser obtidas a

partir de um censo ou de uma amostra. O primeiro envolve a totalidade dos

elementos de uma população, ao passo que a amostra é um subgrupo de uma

população, selecionado para participação no estudo, sendo que, para essa seleção,

utilizam-se critérios estatísticos (MALHOTRA, 2001).

A escolha de um ou outro método dependerá de certas condições que o pesquisador

deverá avaliar, conforme critérios como orçamento, tempo disponível, tamanho da

população, entre outros. Para o presente trabalho, foi realizado um censo,

considerando todos os clientes que estão cadastrados no sistema denominado

extranet, que é o canal oficial em uma plataforma web de relacionamento em que o

cliente devidamente cadastrado pode acompanhar a evolução dos pedidos.

Foi enviado e-mail ou realizado contato por telefone com 690 clientes cadastrados

na extranet da USIMINAS para envio do questionário, considerando todos os

clientes ativos, que poderiam ou não estar comprando produtos da organização no

momento da pesquisa.

Conforme MacDaniel e Gates (2005), embora os censos não sejam usados com

frequência em pesquisas de marketing, no contexto industrial isso pode se tornar

viável, uma vez que nessa situação o número de clientes pode ser reduzido,

permitindo a obtenção de toda a população de clientes.

O próximo passo, uma vez verificada a consistência do formulário, foi a aplicação

dos questionários no procedimento pré-estabelecido.

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Para a coleta dos dados foi enviado um e-mail a cada analista comercial da

organização pesquisada, no intuito de que este replicasse para a sua carteira de

clientes, a fim de alcançar a totalidade dos clientes da empresa. O modelo do e-mail

encontra-se no Apêndice A deste trabalho. Anexado a esse mecanismo de

solicitação havia um link para a resposta ao questionário contido no Apêndice B,

acessível pela plataforma Google Drive, e um documento em Microsoft Word, anexo

ao formulário, para que permitisse mais de uma forma de resposta ao elemento

selecionado.

3.6 Coleta e preparação dos dados

O universo de pesquisa foi composto de clientes consumidores de aço, em todos os

setores atendidos pela empresa estudada. A pesquisa ocorreu nos meses de maio a

junho de 2014, do total dos 690 formulários enviados foram retornados 136

distribuídos da seguinte forma; 9 respostas foram realizadas pelo link

disponibilizado, 14 foram respondidas por preenchimento do questionário em

Microsoft Word e devolvidos - 2 pessoalmente e 12 por e-mail e maior parte das

respostas 99, conseguidas através de contato telefônico, realizado pelo próprio

pesquisador, que teve o cuidado de esclarecer que as respostas não seriam

divulgadas e que deveriam ser baseadas na percepção do respondente, a fim de

evitar vieses. As respostas obtidas via contato telefônico eram diretamente inseridas

no formulário publicado na plataforma Google, no intuito de garantir um padrão de

formatação dos dados, evitando possíveis erros na manipulação das respostas.

Foram aplicados 690 questionários e recebidos 136, o que perfaz um percentual de

19,71% de retorno.

Como não foram obtidas respostas a todos os formulários enviados, considerou-se

trabalhar com o método de amostragem não probabilística por conveniência, que

conforme Samara e Barros (2006 p. 161), “os elementos são selecionados de

acordo com a conveniência do pesquisador. São as pessoas que estão ao alcance

do pesquisador e dispostas a responder o questionário.”, segundo os autores, é uma

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técnica não conclusiva, embora mais barata e simplificada, conforme Oliveira (2001),

condições como disponibilidade dos participantes em responder ou disponibilidade

de recursos e tempo por parte do pesquisador, podem determinar que esse tipo de

amostragem seja aplicado. Ressalte-se entretanto, que conforme Oliveira (2001) por

se tratar de uma amostragem por conveniência, o estudo não busca uma

generalização, isto é, não se pode dizer que o estudo seja conclusivo.

Os resultados que não foram obtidos a partir da plataforma Google Drive foram

lançados via formulário publicado manualmente pelo pesquisador, a fim de garantir a

organização dos dados coletados.

Após a coleta e devida organização, conforme Mattar (2007), o passo seguinte foi a

realização das análises, cujo objetivo principal é permitir ao pesquisador o

estabelecimento das conclusões.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Características da Amostra

Concluída a fase de coleta e preparação dos dados, partiu-se para a análise dos

dados. Pela avaliação das respostas a segunda parte do questionário, pode-se

entender melhor o perfil dos respondentes e a adequação das respostas às

questões que podem indicar o valor percebido da marca.

Do total dos respondentes, 64% dos clientes compram produtos da USIMINAS há

mais de 10 anos. De acordo com os 5 setores propostos nos quais os clientes

seriam agrupados, as respostas recebidas ficaram assim classificadas:

Automobilístico - 7%,

Autopartes - 14%,

Indústria - 45%,

Construção e Infraestrutura - 12%

Grande Rede e Distribuição - 10%

Outros - 12%

A maioria dos respondentes faz parte do quadro de funcionários da empresa cliente

há mais de 10 anos, equivalendo a 52%; 31% estão na empresa há entre 3 e 10

anos; entre um ano e menos de 3 anos são 14%; e menos de um ano apenas 3%.

Conforme Webster e Keller (2004), o processo de compra industrial normalmente é

definido em várias fases e por vários participantes. Essa característica pode ser

observada no contexto de comercialização dos produtos da USIMINAS. Quando

questionados sobre o número de pessoas envolvidas no processo de compra, foi

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obtido o seguinte resultado: apenas 10% das compras são realizadas por apenas

um funcionário; 30% são realizadas por pelo menos dois funcionários; 31% das

compras são realizadas por pelo menos 3 funcionários; e 28% são realizadas por

quatro ou mais funcionários.

4.2 Normalidade

Uma grande quantidade de métodos estatísticos faz supor que seus dados são

originados de uma distribuição normal (LOPES et. al., 2013). A suposição de

normalidade dos dados amostrais ou experimentais é uma condição exigida para a

realização de muitas inferências válidas a respeito de parâmetros populacionais

(CANTELMO; FERREIRA, 2007), por exemplo, o teste de hipóteses (LOPES et. al.,

2013).

Existe uma série de testes para indicar se uma base de dados adere a uma

distribuição normal (LOPES et. al., 2013), sendo que, para a utilização em uma

análise estatística robusta, os dados devem seguir uma distribuição não normal, isto

é, o nível de significância nos testes deve ser menor do que 0,5%. De acordo com

Hair et. al. (2009), os dois testes mais comuns são o de Shapiro-Wilks e de

Kolmogorov-Smirnov.

Para amostras acima de 50 elementos, o teste utilizado é o de Kolmogorov-Smirnov,

(PESTANA; GAGEIRO, 2000). A partir do teste aplicado, pode-se observar na Tab.

3, que, num intervalo de confiança de 99,5%, o nível de significância para todas as

variáveis é nulo, o que permite rejeitar a hipótese nula, isto é, a distribuição dos

dados não segue a distribuição normal.

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106

Tabela 3 Resultado do Teste de Normalidade Univariado Kolmogorov-Smirnov -

Continua

Item Descrição N

Estatís-tica

de teste

Sig exata (2 extremi-dades)

BA-Q1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico.

127 ,471 ,000

BA-Q2 A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial.

127 ,238 ,000

BA-Q3 Em comparação com outros fornecedores de aços planos a USIMINAS é uma marca líder no setor.

127 ,176 ,001

BI-Q1 A USIMINAS é conhecida como uma empresa que tem muito cuidado com (que cuida bem) os seus clientes.

127 ,162 ,002

BT-Q1 A USIMINAS atende minhas expectativas. 127 ,198 ,000

BI-Q2 Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

127 ,233 ,000

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona. 127 ,157 ,003

BI-Q3 Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega

127 ,207 ,000

BT-Q3 Eu sinto confiança no nome Usiminas. 127 ,269 ,000

BT-Q4 A marca Usiminas é uma garantia de satisfação. 127 ,184 ,000

BT-Q5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses.

127 ,169 ,001

BT-Q6 Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos

127 ,217 ,000

BT-Q7 A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

127 ,178 ,001

BT-Q8 A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

127 ,176 ,001

BI-Q4 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

127 ,226 ,000

BI-Q5 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

127 ,250 ,000

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos.

127 ,294 ,000

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 ,158 ,003

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107

Continuação

Item Descrição N

Estatís-tica

de teste

Sig exata (2 extremi-dades)

BE-Q2

O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 ,133 ,021

BL-Q1

De uma forma geral, como cliente estou muito satisfeito com a Usiminas.

127 ,193 ,000

BL-Q2

É bem provável que iremos continuar o relacionamento com a USIMINAS como fornecedor de aços planos por um longo prazo.

127 ,194 ,000

BE-Q3

A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos

127 ,195 ,000

Fonte: dados da pesquisa

A partir da observação da Tab. 3, que foi realizada com intervalo de confiança 95%,

verifica-seque para todas as variáveis a hipótese nula foi rejeitada, em função do

nível de significância menor que 0,05.

4.3 Linearidade

Para o presente trabalho, julgou-se importante o estudo das relações entre as

diversas variáveis ligadas ao brand equity e a determinação da força com que essa

relação ocorre. Dessa forma, de acordo com Hair et. al. (2009), uma análise

multivariada requer a aplicação da análise de linearidade.

A relação entre duas ou mais variáveis pode ser descrita de diversas formas,

conforme Hair et. al. (2010), tais como força, direção e tipo. Entretanto o autor

adverte que, para que possamos predizer como uma alteração no comportamento

de uma determinada variável influenciará outra, necessita-se entender e determinar

o conceito de significância estatística, isto é, se a significância existe, pode-se dizer

que a relação existe.

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108

Entender a relação é importante, mas não é suficiente. Há que se determinar

também a direção e a força com que a influência ocorre. Outro ponto fundamental

tem a ver com o tipo de relação, se linear ou curvilínea, que indica se a força e a

natureza da relação se mantêm estáveis ao longo da amplitude, ou se mudam

dependendo do ponto da amplitude (HAIR et. al., 2010).

Conforme Moura (2010), para a análise de linearidade, em que os dados

apresentam uma distribuição normal, utiliza-se o coeficiente R de Pearson. Contudo,

para o presente trabalho, como não foi identificada a distribuição normal, foi utilizado

o coeficiente de Spearman.

Foi testada a relação de linearidade entre as 22 variáveis independentes que fazem

parte do modelo. Assim, foram realizados 231 testes (22 X 21/2), sendo que 212

testes, 91,8%, correspondem a correlações significativas em nível de pelo menos

5% bicaudal. Além disso, dos 231 testes, 199, isto é, 86,1% correspondem a

correlações significativas em 1% bicaudal.

A partir desses resultados conforme Moura (2010) pode-se considerar que os dados

da pesquisa apresentam uma linearidade de média para alta.

4.4 Observações Atípicas

Com o objetivo de manter a qualidade da avaliação estatística dos dados, uma

verificação necessária é a análise de observações atípicas ou outliers, embora Hair

(2009) observe que a presença desses dados atípicos não significa

necessariamente um problema. Sua identificação e o efeito benéfico ou maléfico aos

dados devem ser identificados, e, caso o efeito seja prejudicial, devem ser

eliminados da análise. Por outro lado, se os dados forem interpretados pelo

pesquisador e se for julgado que tais observações são válidas para um segmento da

população, elas devem ser mantidas.

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109

A identificação das observações atípicas pode ser realizada de três formas, pelo

menos: a detecção univariada, bivariada ou multivariada. No presente trabalho foi

realizada a análise multivariada, com a técnica da distância de Mahalanobis,

adotando, conforme Hair et. al. (2009), um nível de significância de 0,001, para

designação das observações atípicas.

Realizado o teste, foram retirados 9 registros das 136 amostras coletadas, apesar de

não apresentar um padrão de variáveis definido no grupo dos registros com outliers,

os mesmos foram retirados em virtude da amostra, em princípio, ainda atender ao

pressuposto de no mínimo cinco casos para cada variável a ser utilizada na análise

multivariada.

4.5 Estatística Descritiva

De acordo com Hair et. al. (2010), a análise estatística ajuda a entender melhor as

respostas fornecidas através do questionário, esse entendimento se torna difícil se

forem observados tantos números de uma só vez, assim, as estatísticas descritivas

irão auxiliar, resumindo as informações contidas no conjunto de dados.

Na Tab. 4 são apresentados os dados descritivos da pesquisa, ressaltando que as

variáveis que contêm o prefixo BA são relativas ao conhecimento da marca, BI à

imagem, BE ao brand equity e BL à lealdade

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110

Tabela 4 Análise Descritiva da Amostra

Continua

Item Descrição N Média Desvio Padrão Moda

BA-Q1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico. 127 9,76 0,495 10

BA-Q2 A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial.

127 8,5 1,593 10

BA-Q3 Em comparação com outros fornecedores de aços planos a USIMINAS é uma marca líder no setor.

127 7,61 1,782 8

BI-Q1 A USIMINAS é conhecida como uma empresa que tem muito cuidado com (que cuida bem) os seus clientes.

127 7,81 1,582 8

BT-Q1 A USIMINAS atende minhas expectativas. 127 7,59 1,625 8

BI-Q2 Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

127 8,93 1,156 10

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona. 127 6,67 1,984 8

BI-Q3 Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega

127 6,88 2,291 8

BT-Q3 Eu sinto confiança no nome Usiminas. 127 8,5 1,573 9

BT-Q4 A marca Usiminas é uma garantia de satisfação. 127 8,19 1,582 9a

BT-Q5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses.

127 8,17 1,552 10

BT-Q6 Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos

127 8,4 1,555 10

BT-Q7 A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

127 7,27 1,95 7

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111

Continuação

Item Descrição N Média Desvio Padrão Moda

BT-Q8 A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

127 7,72 2,03 10

BI-Q4 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

127 8,53 1,447 9a

BI-Q5 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

127 8,94 1,139 10

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos. 127 9,14 1,029 10

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 5,37 3,078 8

BE-Q2 O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 6,28 2,754 5

BL-Q1 De uma forma geral, como cliente estou muito satisfeito com a Usiminas. 127 7,46 1,666 8

BL-Q2 É bem provável que iremos continuar o relacionamento com a USIMINAS como fornecedor de aços planos por um longo prazo.

127 8,37 1,542 10

BE-Q3 A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos

127 7,72 1,736 8

Fonte: Dados da pesquisa

Como dito anteriormente e pode-se confirmar na Tabela 4 Análise Descritiva da

Amostra, não houve ocorrências de dados faltantes, e foram coletados 136 registros

e analisados um total de 127 registros com a retirada de 9 observações atípicas.

Com relação às médias, praticamente todas as notas estão acima de 6, excetuando-

se a questão que se refere à intenção de pagar um premium price pelos produtos

comercializados, o que era de se esperar, pois o contexto em que foi aplicada a

pesquisa é de recessão muito forte, principalmente no setor siderúrgico, sobretudo

pelo excesso da capacidade produtiva mundial.

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112

Também se pode notar uma predominância de moda com valores elevados entre 8 e

10. Das 22 variáveis pesquisadas, 20 apresentaram nota típica, isto é, moda acima

de 8. Até mesmo a questão relativa à disposição de pagar um preço prêmio pelo

produto apresentou moda 8, ainda que a dispersão, nesse caso, tenha sido elevada,

o que pode indicar que alguns clientes reconhecem ter o produto qualidade superior

e, portanto, poderiam pagar um preço adicional. Outros clientes mais sensíveis a

preço não estão dispostos a pagar um premium price. Considerando o produto uma

commodidity, é possível que os subsetores em que atuam operem com maior ou

menor nível de comoditização dos produtos. Por exemplo, o setor automobilístico

com produtos mais elaborados e o setor de distribuição e grande rede com produtos

mais genéricos.

As médias apresentadas no geral também foram elevadas, sendo que 16 variáveis,

das 22 pesquisadas, apresentaram escore médio acima de 7,5. Destaca-se o item

BT-Q8, que argui sobre a percepção relativa à compensação por algum problema

com o produto fornecido. Muitos respondentes relataram que, como não havia relato

de problemas com o produto, a resposta ao item foi de difícil seleção entre uma nota

elevada ou a nota 5, que informa que não discorda nem concorda totalmente,

provocando uma maior dispersão.

Conforme McDaniel e Gates (2005), as medidas de tendência central, por exemplo,

média e moda, indicam valores típicos para uma determinada variável. Contudo é

importante analisar também as medidas de dispersão, o desvio-padrão. De acordo

com Hair et. al. (2010), o desvio-padrão reflete o quanto os dados estão dispersos

ou concentrados em torno da média. Quanto menor o valor do desvio, mais

próximos da média os dados estão, portanto menos dispersos, como pode ser visto

na Tab. 4, para a maior parte das questões, o desvio-padrão apresentado está

menor que 2 pontos, mesmo numa escala de onze pontos, que permite uma

amplitude maior.

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113

Inicialmente foi realizada uma análise descritiva dos fatores do estudo e das

variáveis ligadas a esses fatores, baseada em estudos já realizados por outros

autores.

Hair et. al. (2010) declaram que as medidas mais comumente usadas para esse tipo

de análise são as de tendência central e de dispersão. Como medidas de tendência

central, foram calculadas as médias e medianas da amostra. O questionário

aplicado, como descrito anteriormente, utilizou uma escala intervalar de 11 pontos, e

as afirmações avaliadas eram positivas em relação ao brand equity. Cabia ao

respondente negar ou confirmar tais afirmações. Já pelas medidas de dispersão

foram calculados o desvio-padrão e a variância.

A média e a moda cumprem um papel complementar no sentido de descrever a

localização do centro da amostra (HAIR et. al., 2010), isto é, para o presente

trabalho, fornece uma ideia inicial do quanto os respondentes concordam ou não

com as afirmativas apresentadas no questionário.

A análise do desvio-padrão e da variância apresenta as dispersões de acordo com

McDaniel e Gates (2005), enquanto as medidas de tendência central indicam a

localização e concentração dos dados, ou seja, os valores típicos contidos na

amostra. As medidas de dispersão apresentam o contrário, ou o quão dispersos os

dados estão.

A seguir (Tab. 5) são apresentados de forma geral e por grupo de elementos os

resultados das medidas supracitadas.

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114

Tabela 5 Estatística Descritiva dos Dados da Amostra - Menores Médias

Item Descrição N Mí-ni-mo

Máxi-mo

Mé-dia

Mediana

Moda

Desvio-

padrão

Variância

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 0 10 5,37 5,89a 8 3,078 9,473

BE-Q2

O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 0 10 6,28 6,63a 5 2,754 7,582

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona.

127 1 10 6,67 6,95a 5 1,984 3,937

BI-Q3

Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega

127 0 10 6,88 7,42a 8 2,291 5,248

BT-Q7

A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

127 0 10 7,27 7,50a 7 1,950 3,801

Fonte: Dados da pesquisa

Observando os itens que apresentaram as cinco menores médias destaca-se, a

disposição do respondente a pagar um premium price pelos produtos da empresa,

este item está ligado ao constructo brand equity nos estudos aplicados

anteriormente por Juntunen (2011), era esperado que o resultado desse item fosse

avaliado com uma nota menor, o que chama a atenção no entanto, é a moda, que

expressa a nota que ocorreu com maior frequência McDaniel e Gates (2005),

implicando em um elevado desvio-padrão, todos os itens que apresentaram médias

baixas, também apresentaram grandes amplitudes, isto é, elevada distância entre a

nota mínima e máxima.

A variável também ligada ao construto brand equity BE-Q2, que explora a percepção

do respondente sobre se a marca USIMINAS concede alguma vantagem sobre os

outros fornecedores de aços planos, apresentou um média baixa, 6,28, e elevada

dispersão, os resultados também podem indicar uma polarização setorial, isto é,

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115

alguns setores, podem perceber, em função dos produtos adquiridos e pela

qualidade destes maior sensibilidade à marca.

Com relação ao prazo de entrega, nota-se também uma grande dispersão no

resultado da pesquisa, a média calculada para o item BI-Q3 foi baixa e o desvio

padrão revela que não se encontra um forte consenso entre os respondentes sobre

o quesito, o que sugere uma análise gerencial mais específica sobre o tema.

A seguir (Tab. 6) são mostrados os itens que apresentaram maiores médias e que

estão relacionados à consciência e à imagem da marca. Destaca-se, nesse caso, a

proximidade das medidas de tendência central e, por outro lado, as baixas

dispersões. Ressalte-se que itens como o reconhecimento da alta qualidade dos

produtos estão presentes, o que, como já foi dito anteriormente, contribui fortemente

para bons retornos financeiros (AAKER, 1996).

Tabela 6 Estatística Descritiva dos Dados da Amostra - Maiores Médias

Item Descrição N Míni-

mo

Máxi-mo

Mé-dia

Me-di-ana

Mo-da

Desvio-padrão

Vari-ân-cia

BA-Q1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico.

127 7 10 9,76 9,78a 10 ,495 ,245

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos.

127 5 10 9,14 9,31a 10 1,029 1,059

BI-Q5

Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

127 5 10 8,94 9,12a 10 1,139 1,298

BI-Q2

Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

127 4 10 8,93 9,13a 10 1,156 1,336

BI-Q4

Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

127 4 10 8,53 8,79a 10 1,447 2,092

Fonte: dados da pesquisa

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116

No caso das maiores médias, elas estão intimamente ligadas à imagem da marca.

Assim, percebe-se que a USIMINAS é altamente conhecida e respeitada no setor

siderúrgico. Nesse setor, a qualidade dos produtos é extremamente importante,

principalmente por se tratar de uma matéria prima para fabricação de bens duráveis.

Assim, tanto na aplicação do aço nas linhas de produção dos clientes, na fabricação

do produto final, quanto no uso deste pelo consumidor final, a qualidade está muito

relacionada à durabilidade do aço. Nota-se pela Tab. 6, que os itens que avaliam a

qualidade dos produtos receberam médias elevadas e com baixa dispersão. É

notório também que a marca USIMINAS é altamente conhecida no setor industrial e

siderúrgico, principalmente por que, no contexto B2B, normalmente o número de

clientes é mais reduzido, se comparado ao B2C, e no Brasil existem quatro grandes

produtores como fornecedores de aços planos, conforme dito anteriormente.

Em relação ao nome USIMINAS, a nota mais baixa pode ser explicada em virtude de

que o produto não necessita necessariamente de uma marca e sim de padrões

técnicos definidos pelos clientes e pelo setor da indústria.

Hair et. al. (2010) esclarecem que o desvio-padrão indica a distância média dos

valores em relação à média, e acrescenta que outra forma de entendimento do

desvio é que quanto menor o seu valor, maior é a concordância entre os

respondentes sobre determinado item questionado.

A Tab. 7 mostra os resultados para os itens que apresentaram os cinco menores

desvios-padrão. O que se pode observar é que o reconhecimento do nome

USIMINAS e o respeito por esse nome parecem ser um consenso entre os

respondentes. Além disso, a percepção dos consumidores é de que os produtos da

USIMINAS apresentam um elevado nível de qualidade, quando comparados a

outros fornecedores de aços planos no mercado interno.

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117

Um baixo desvio-padrão faz com que a média se torne uma medida mais importante

e realista a respeito do que está sendo medido. No caso da Tab. 11, a seguir,

verifica-se que os itens que apresentaram as maiores médias também apresentam

um menor desvio-padrão, por conseguinte a percepção positiva acerca da imagem

da marca USIMINAS pode ser considerada algo que realmente ocorre na mente dos

compradores de aço especiais.

Tabela 7 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Menores Desvios-Padrão

Item Descrição N Mín

i-mo

Máxi-mo

Mé-dia

Medi-ana

Mo-da

Desvio-

padrão

Vari-ância

BA-Q1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico.

127 7 10 9,76 9,78a 10 ,495 ,245

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos.

127 5 10 9,14 9,31a 10 1,029 1,059

BI-Q5

Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

127 5 10 8,94 9,12a 10 1,139 1,298

BI-Q2

Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

127 4 10 8,93 9,13a 10 1,156 1,336

BI-Q4

Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

127 4 10 8,53 8,79a 10 1,447 2,092

Fonte: dados da pesquisa

Na Tab. 7, um item que chama a atenção é o que se relaciona à percepção de que a

USIMINAS nunca decepciona. Esse sentimento está muito ligado à expectativa do

cliente. Como o valor da moda foi 5, isto é, nem concorda nem discorda totalmente,

talvez a questão possa não ter ficado clara para o respondente, ou ainda, realmente,

em períodos de excesso de oferta, a expectativa do consumidor fique exacerbada,

propiciando uma avaliação mais rigorosa do quesito.

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118

Tabela 8 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Maiores Desvios-Padrão

Item Descrição N Míni-mo

Má-xi-mo

Mé-dia

Me-dian

a

Mo-da

Des-vio- Pad-rão

Vari-ância

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 0 10 5,37 5,89a 8 3,078 9,473

BE-Q2

O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 0 10 6,28 6,63a 5 2,754 7,582

BI-Q3

Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega

127 0 10 6,88 7,42a 8 2,291 5,248

BT-Q8

A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

127 1 10 7,72 8,08a 10 2,030 4,122

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona.

127 1 10 6,67 6,95a 5 1,984 3,937

Fonte: dados da pesquisa

No caso dos itens que apresentaram maiores dispersões, destaca-se que, além da

questão do preço, isto é, a tendência de não se pagar mais, mesmo que o produto

seja de melhor qualidade, o respondente não percebe que o nome da empresa

confere a ela uma vantagem sobre outros fornecedores. Chama-se a atenção para o

fato de que esse item também está ligado ao constructo brand equity.

Chama-se a atenção também para os itens que apresentaram uma frequência na

atribuição de notas, ou seja, as notas que apresentaram maiores modas. A

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119

confiança na marca aparece em quatro dos cinco itens com modas máximas, o que

parece indicar que os respondentes confiam na marca. Ressalta-se que três itens de

confiança apresentam desvio-padrão de aproximadamente 1,5 e médias com

valores próximos.

Tabela 9 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Itens com Maiores Modas

Item Descrição N Mí-ni-mo

Má-xi-mo

Mé-dia

Me-dia-na

Mo-da

Desvio Padrão

Vari-ância

BT-Q8

A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

127 1 10 7,72 8,08a 10 2,030 4,122

BA-Q2

A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial.

127 5 10 8,50 8,94a 10 1,593 2,538

BT-Q4 A marca Usiminas é uma garantia de satisfação.

127 3 10 8,19 8,42a 10 1,582 2,504

BT-Q6

Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos

127 4 10 8,40 8,70a 10 1,555 2,417

BT-Q5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses.

127 4 10 8,17 8,28a 10 1,552 2,409

Fonte: Dados da pesquisa

Um ponto de destaque é com relação à sensação por parte dos respondentes sobre

a compensação por algum problema no produto. A amplitude das resposta e a maior

dispersão apresentada, desconsiderando a hipótese de que os pesquisados não

entenderam a pergunta, são um tema a ser acompanhado gerencialmente, uma vez

que o valor mínimo com nota 1 demonstra que há clientes cujo senso de confiança

na marca é baixo.

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120

Em contrapartida, ao se efetuar a análise dos itens que apresentaram menores

notas como moda, as duas questões relacionadas ao brand equity estão presentes,

ainda que se deva ressaltar que o item referente ao pagamento de um premium

price mostrou como moda uma nota relativamente elevada.

Tabela 10 Análise Descritiva dos Dados da Amostra - Itens com Menores Moda

Item Descrição N Mí-ni-mo

Má-xi-mo

Mé-dia

Me-dia-na

Mo-da

Des-vio Padrão

Vari-ância

BE-Q2

O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 0 10 6,28 6,63a 5 2,754 7,582

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona.

127 1 10 6,67 6,95a 5 1,984 3,937

BT-Q7

A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

127 0 10 7,27 7,50a 7 1,950 3,801

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 0 10 5,37 5,89a 8 3,078 9,473

BI-Q3

Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega

127 0 10 6,88 7,42a 8 2,291 5,248

Fonte: Dados da pesquisa

4.6 Análise Fatorial Exploratória

Um ponto importante no desenvolvimento deste trabalho, que se destina a avaliar o

brand equity no contexto industrial, é a análise fatorial, metodologia que envolve

técnicas estatísticas, paramétricas multivariadas utilizadas para estudar o inter-

relacionamento entre um conjunto de variáveis observadas (MATTAR, 2007).

Conforme Aaker et. al. (2004, p. 573), “de maneira geral, a análise fatorial pode ser

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121

sumarizada como um método para transformar as variáveis originais em variáveis

novas, não correlacionadas, chamadas de fatores.”

Ao explicar a metodologia da análise fatorial, Aaker et. al. (2005, p. 573) afirmam

que cada fator é uma combinação linear das variáveis originais.

Uma medida da quantidade de informação transferida para cada fator é sua variância. Por essa razão, os fatores são arranjados em ordem decrescente em relação à variância. Assim, o fator mais informativo é o primeiro, e o menos informativo é o último. Em outras palavras, o objetivo da análise de componente principal é gerar um primeiro fator que tenha a máxima variância explicada.

O presente trabalho procurou reaplicar pesquisas já realizadas em outros países e

que tinham o objetivo de avaliar o comportamento do brand equity e relacioná-lo ora

à lealdade ora à confiança. O objetivo aqui é reaplicar os testes realizados no

contexto industrial siderúrgico brasileiro, medir a variância explicada dos fatores

antes da associação dos modelos e após a mescla deles e avaliar se a associação

aumenta a variância explicada dos fatores.

Um ponto importante relacionado à análise fatorial é a unidimensionalidade. De

acordo com Moura (2010), verificar essa característica significa verificar o quanto um

constructo/fator explica apenas uma dimensão e é uma medida fundamental para a

construção de escalas de medição dos fatores. Para a verificação dessa

característica, será utilizada a análise fatorial, que tem sido muito empregada em

pesquisas de marketing com objetivo de identificar estrutura, redução do volume de

dados, construção de escalas e transformação dos dados (MATTAR, 2007, p. 259).

Um fator, segundo Malhotra (2001, p. 504), é "uma dimensão subjacente que explica

as correlações entre um conjunto de variáveis."

A análise fatorial permite ao pesquisador identificar o grau em que as variáveis

obtidas a partir de respostas a um questionário, por exemplo, estão relacionadas.

Permite também que essas variáveis independentes possam ser agrupadas em

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122

variáveis latentes comuns denominadas fatores ou constructos, em números muito

menores do que as variáveis independentes originais, permitindo a descrição dos

dados de forma mais simplificada do que as variáveis individuais originais (HAIR et.

al., 2005).

Para a realização da análise fatorial, é necessário que três pressupostos sejam

atendidos. O primeiro deles é o teste de esfericidade de Barlett, que mede as

correlações entre as variáveis (HAIR et. al., 2005), e no qual o resultado favorável é

aquele que apresenta alguma correlação entre algumas variáveis, correlação essa

que deve ser significativa, em nível de 95%, ou seja, menor do que 0,05 (MORGAN;

GRIEGO, 1998). Outro pressuposto que deve ser atendido é o da adequacidade da

amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), que deve ser também calculada.

Segundo Hair et. al. (2009), quanto mais o resultado do teste KMO se aproxima de

1, mais a variável é perfeitamente prevista a partir de outras.

Os resultados do teste de KMO podem ser analisados da seguinte forma:

KMO acima de 0,80 é excelente.

KMO entre 0,70 e 0,80 é mediano.

KMO entre 0,60 e 0,70 é medíocre.

KMO entre 0,50 e 0,60 é ruim.

KMO abaixo de 0,50 é inaceitável.

Por fim, o terceiro pressuposto é o de que a correlação entre os itens do construto

deve ser significativa na maioria dos casos. A matriz de correlação dos construtos se

encontra no Apêndice C.

O cálculo das correlações é utilizado para agrupar variáveis que podem ser

correlacionadas ou segregar variáveis que não são correlacionadas, ou seja, que

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123

pertencem a diferentes grupos (MATTAR, 2010). Conforme Hair et. al. (2010), para o

cálculo das correlações, o tamanho da amostra se faz importante. Os autores

advertem para o fato de que, se a amostra for reduzida, o pesquisador deverá ter

certa precaução ao divulgar os resultados. Eles apresentam como adequada para

uma análise fatorial, uma amostra maior do que do que 100 observações. Outro

indicador que propõe é o de 5 observações por variável. No presente trabalho, o

tamanho da amostra atende a todas as recomendações.

De acordo com Moura (2010), ao se realizarem os cálculos de correlação dentro da

análise fatorial, o pesquisador deve elaborar a matriz de correlação entre as

variáveis, e essa matriz deve apresentar um número substancial de variáveis com

correlação igual ou acima de 0,3. O que pode ser observado no resultado da

amostra testada nesta pesquisa é que, em 231 testes de correlação, apenas 59

casos não apresentaram correlação acima de 0,30, isto é, 74,4% das correlações

foram satisfatórias.

Para que a análise fatorial seja realizada, a matriz de correlação e as variáveis

devem estar especificadas. Segundo Hair et. al. (2010), o próximo passo é a

extração de fatores, que pode ser realizada de duas formas: (1) análise de fatores

comuns e (2) análise de componentes, conforme descrito a seguir.

Na presente pesquisa, os fatores (constructos) analisados são:

Imagem da marca - 6 itens

Lealdade à marca - 2 itens

Conhecimento da marca - 3 itens

Confiança na marca - 8 itens

Equidade da marca (Brand equity) - 3 itens

Total: 22 itens independentes.

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124

A partir do modelo conceitual proposto, realizou-se uma análise fatorial com os

respectivos construtos. Primeiramente serão apresentados os pressupostos já

descritos para a execução da análise fatorial.

Tabela 11 Valores dos Pressupostos para a Realização da Análise Fatorial

Construtos Definidos Pelo Modelo

Medida de Adequacidade (KMO)

Teste de Esferecidade de Barttlet

Valor Sig.

Consciência 0,527 54,04 0,000

Imagem 0,712 260,55 0,000

Brand Equity 0,674 81,42 0,000

Lealdade 0,500 78,34 0,000

Confiança 0,854 452,19 0,000

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Tab. 11 observa-se que o nível de significância no teste de esfericidade de

Barttlet satisfaz a recomendação com relação à adequacidade da amostra. Não se

encontra nenhum valor considerado inaceitável. No caso da Lealdade, quando se

têm dois itens no construto, o valor do KMO é de 0,500. Nesse caso, o alfa de

Cronbach a ser calculado posteriormente poderá verificar a viabilidade prática desse

construto. Os outros dois pressupostos para o construto Lealdade foram atendidos.

Em relação à consciência, o valor do KMO é ruim, mas os pressupostos do Teste de

Esfericidade de Bartlett e a matriz de correlação foram atendidos.

Conforme Mattar (2007 p. 260), a análise fatorial é composta basicamente por três

passos: (1) o cálculo das correlações entre os fatores, (2) extração inicial dos fatores

e (3) rotação da matriz.

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125

4.6.1 Extração inicial dos fatores

Segundo Aaker (2004 p. 580) a comunalidade é a porcentagem da variância da

variável que contribui para a correlação com as demais variáveis ou é "comum" a

outras variáveis.

Conforme Moura (2010), o objetivo dessa etapa é avaliar se o conjunto de itens que

se relacionam com um construto possuem unidimensionalidade. Foi utilizado o

software SPSS para o cálculo das comunalidades da amostra e conforme HAIR et.

al. (2009) alguns cuidados devem ser tomados, ou seja, os valores das

comunalidades não devem exceder a 1 ou serem menores do que 0 e ainda o

número de variáveis deve exceder a 0,6 para a maioria das variáveis. o resultado da

análise da amostra da presente pesquisa que satisfaz todos os requisitos, pode ser

observada nas tabelas seguintes.

De acordo com Mattar (2007), existem diversos métodos para a extração de fatores,

sendo o mais comum o método de componentes principais, usado no presente

trabalho, em função de que esse método procura agrupar um número mínimo de

fatores necessários para explicar a maior parte da variância no conjunto original de

variáveis.

Como os construtos já estavam pré-definidos, optou-se pelo método de extração dos

componentes principais, o qual procura aumentar a variância explicada em um

menor número de fatores possíveis, quando os itens do fator já estão pré-definidos

(HAIR et. al., 2009)

Uma vez realizados os testes e verificado que a análise fatorial é aplicável para os

dados coletados, realizado também a extração de fatores pelo método de

componente principal, uma há que se avaliar a variância total atribuída a cada fator.

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126

O próximo passo desta etapa da análise de dados é apresentar os descritivos para

cada construto, os quais estão apresentados nas tabelas a seguir.

Tabela 12 Análise Fatorial do Construto Consciência

Itens do Construto

Descrição do Item Componente Comunalidade

BA-Q1 O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico.

0,447 0,199

BA-Q2 A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial.

0,871 0,759

BA-Q3 Em comparação com outros fornecedores de aços planos a USIMINAS é uma marca líder no setor.

0,835 0,697

Variância Explicada pelo componente = 55,162%

Fonte: dados da pesquisa.

De acordo com os dados acima (Tab. 12), verifica-se que o construto consciência

apresentou unidimensionalidade a partir dos itens definidos na metodologia. Os

valores dos componentes podem ser considerados altos, exceto para o item BA-Q1.

Tabela 13 Análise Fatorial do Construto Imagem

Itens do Construto

Descrição do Item Componente Comunalidade

BI-Q2 Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

0,753 0,567

BI-Q4 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

0,83 0,689

BI-Q5 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

0,837 0,701

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos.

0,841 0,707

Variância Explicada pelo componente = 66,587%

Fonte: dados da pesquisa.

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127

O construto imagem (Tab. 13) foi o único que não apresentou somente um fator. Um

dos fatores foi formado pelos itens BI-Q1 e BI-Q3. Ao fazer o teste de confiabilidade

(alfa de Cronbach) desse fator, ele apresentou um valor muito baixo –

aproximadamente 0,35 -, o que resultou na sua eliminação.

O segundo fator está apresentado acima. Além de mostrar um bom nível de

confiabilidade como escala, ele traz bons valores para a carga dos componentes e

para a comunalidade.

Tabela 14 Análise Fatorial do Construto Brand Equity

Itens do Construto

Descrição do Item Componente Comunalidade

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

0,822 0,675

BE-Q2 O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

0,836 0,699

BE-Q3 A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos

0,766 0,587

Variância Explicada pelo componente = 65,363%

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação ao construto Brand Equity, ele também apresentou somente uma

dimensão a partir da escala descrita na metodologia. Os valores dos componentes

podem ser considerados altos, e os valores de comunalidade são adequados.

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128

Tabela 15 Análise Fatorial do Construto Lealdade

Itens do Construto

Descrição do Item Componente Comunalidade

BL-Q1 De uma forma geral, como cliente estou muito satisfeito com a Usiminas.

0,917 0,842

BL-Q2 É bem provável que iremos continuar o relacionamento com a USIMINAS como fornecedor de aços planos por um longo prazo.

0,917 0,842

Variância Explicada pelo componente = 84,169%

Fonte: dados da pesquisa.

No caso do construto Lealdade, ele apresentou somente um fator e tanto os valores

do componente, quanto da comunalidade são bons.

Tabela 16 Análise Fatorial do Construto Confiança

Itens do Construto

Descrição do Item Componente Comunalidade

BT-Q1 A USIMINAS atende minhas expectativas.

0,8 0,64

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona. 0,755 0,57

BT-Q3 Eu sinto confiança no nome Usiminas. 0,598 0,357

BT-Q4 A marca Usiminas é uma garantia de satisfação.

0,787 0,62

BT-Q5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses.

0,762 0,581

BT-Q6 Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos

0,742 0,55

BT-Q7 A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

0,792 0,627

BT-Q8 A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

0,586 0,343

Variância Explicada pelo componente = 53,611%

Fonte: dados da pesquisa.

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129

Os resultados relativos ao construto confiança foram muito bons. Apesar de ser

formado por um número moderado de itens, o construto apresentou somente um

fator para todos os oito itens. No caso acima, tanto os valores dos componentes

quanto os da comunalidade podem ser considerados adequados.

De forma geral, a análise da unidimensionalidade dos cinco constructos utilizados na

pesquisa obteve um resultado positivo, e somente um constructo apresentou dois

fatores. Contudo, em análise mais detalhada, um dos constructos pode ser retirado.

Os valores das comunalidades ficaram dentro dos parâmetros indicados, e os

valores das variâncias explicadas também foram elevados.

4.7 Análise de Confiabilidade

Como o objetivo do trabalho é medir o valor do brand equity, fica implícita a

necessidade de criação de uma escala. É importante que essa escala possa medir o

constructo de forma confiável e consistente ao longo do tempo. Nesse sentido, é

requerido que a escala apresente resultados semelhantes ao longo do tempo,

quando se deseja medir a opinião de pessoas que pensam de forma semelhante

(MALHOTRA, 2004; HAIR et. al. 2010). “A confiabilidade tem o objetivo de garantir

resultados semelhantes para testes aplicados em épocas distintas“, (HAIR et. al.,

2010, p. 111).

Mattar (2007) alerta para as possibilidades de erros amostrais e não amostrais aos

quais a pesquisa de marketing está sujeita. É mister que o pesquisador tenha o

máximo de cuidado nas várias etapas de sua pesquisa a fim de minimizar a

ocorrência de tais erros. “O pesquisador responsável pela condução de uma

pesquisa precisa ter noção do quanto os dados coletados são válidos e confiáveis"

(MATTAR, 2007, p. 180).

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130

Malhotra (2005) apresenta três modalidades de análise de confiabilidade. Para o

presente trabalho foi escolhida a modalidade de consistência interna ou comumente

chamada de confiabilidade interna, que avalia a confiabilidade de uma escala

somada, formando um escore total. A medida da confiabilidade pode ser obtida pelo

cálculo do alfa de Cronbach, em que os valores variam entre 0 e 1, e escores

menores que 0,6 são considerados insatisfatórios.

Tabela 17 Valores de alfa de Cronbach para as Escalas Utilizadas na Pesquisa

Continua

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131

Continuação

Fonte: Dados da Pesquisa

Os valores encontrados são muito satisfatórios. Somente o construto consciência

apresentou um valor de alfa de Cronbach abaixo de 0,70. Todavia, ao se retirar o

item BA-Q1, o valor do alfa de Cronbach para o construto consciência será de 0,72,

o que gera um resultado sensivelmente melhor.

Para uma medida ser considerada válida, ela precisa também se apresentar

confiável (MATTAR, 2007), entretanto, para que seja considerada válida,

necessariamente precisa ser confiável, mas a recíproca não é verdadeira. O autor

coloca o atributo de validade, por sua amplitude, como mais importante do que a

confiabilidade. Sendo assim, por causa dos resultados obtidos até aqui, o próximo

passo passa a ser a verificação da validade dos constructos.

4.8 Análise de Validade Convergente

Aaker (2004) argumenta que os instrumentos utilizados em pesquisa de marketing

devem permitir acurácia e utilidade na mensuração. Um dos aspectos que

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132

contribuem para esse resultado é a validade. Para o autor, um instrumento tem

validade se consegue medir aquilo que se propôs medir.

Ainda conforme Aaker (2004), a validade convergente fornece o grau de correlação

entre as variáveis do mesmo construto, contudo aponta para o fato de que uma

variável pode também apresentar correlação com variáveis de outros construtos.

Dessa forma, é necessária também uma avaliação da validade discriminante.

Conforme o exposto no item anterior, a validade convergente indica o quanto as

variáveis do mesmo construto estão positivamente relacionadas (MALHOTRA,

2005). O autor adverte que a validade do constructo é o tipo mais sofisticado e difícil

de fazer, pois esse tipo de validade procura averiguar qual construto ou dimensão a

escala está medindo. O autor apresenta três tipos de validade a serem aplicadas,

quais sejam: (1) validade convergente, (2) validade discriminante e (3) validade

nomológica.

Uma maneira fácil de avaliar a validade do constructo seria através da comparação

do resultado da amostra com o resultado da população. Entretanto dificilmente se

sabe o resultado real da variável na população, o que dificulta grandemente a

checagem. A alternativa seria, então, estimar a validade usando um ou mais de um

método capaz de realizar essa estimativa.

Para a verificação da validade convergente das variáveis de cada constructo, deve-

se avaliar, no nível de significância de 1% ou 5%, o valor das suas cargas fatoriais.

Segundo Hair (2005), as correlações entre os itens e a total devem ficar entre 0,5 e

1, as correlações entre os itens devem ser superiores a 0,3, e o alfa de Cronbach

(cargas padronizadas) ideal acima de 0,7, podendo ser reduzido para 0,6 em

pesquisa exploratória. Na Tab. 18 são demonstrados os valores nos quais se pode

observar que, para todos os casos, eles satisfazem o nível de exigência mínima de

0,5. Contudo duas variáveis apresentam cargas fatoriais abaixo de 0,6 - BE-Q3 e

BT-Q8 -, mas a grande maioria das variáveis apresenta valores acima de 0,7.

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133

Assim, pode-se considerar que, para esse critério, a validade convergente foi

alcançada.

Tabela 18 Valores das Cargas Padronizadas para os Construtos Utilizados na

Pesquisa

Item Descrição Constructo Carga Padronizada

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

Brand Equity 0,7190

BE-Q2 O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

Brand Equity 0,7660

BE-Q3 A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos

Brand Equity 0,5980

BT-Q1 A USIMINAS atende minhas expectativas. Confiança 0,8830

BT-Q2 A Usiminas nunca me decepciona. Confiança 0,7190

BT-Q3 Eu sinto confiança no nome Usiminas. Confiança 0,6160

BT-Q4 A marca Usiminas é uma garantia de satisfação. Confiança 0,7900

BT-Q5 A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses.

Confiança 0,7300

BT-Q6 Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos

Confiança 0,7260

BT-Q7 A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos.

Confiança 0,8040

BT-Q8 A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos).

Confiança 0,5490

Continua

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134

Continuação

Item Descrição Constructo Carga Padronizada

BA-Q2 A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial.

Consciência 0,7950

BA-Q3 Em comparação com outros fornecedores de aços planos a USIMINAS é uma marca líder no setor.

Consciência 0,7110

BI-Q2 Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos.

Imagem 0,6740

BI-Q4 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade.

Imagem 0,7720

BI-Q5 Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada.

Imagem 0,8450

BI-Q6 A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos.

Imagem 0,8200

BL-Q1 De uma forma geral, como cliente estou muito satisfeito com a Usiminas.

Lealdade 0,7950

BL-Q2 É bem provável que iremos continuar o relacionamento com a USIMINAS como fornecedor de aços planos por um longo prazo.

Lealdade 0,8590

Fonte: Dados da Pesquisa

Outra forma de avaliação da validade convergente é pelo valor da variância média

extraída (AVE) e da confiabilidade composta (CC). Para Hair et. al. (2009), a

variância pode ser entendida como a representação da convergência por intermédio

de medidas padronizadas, que medem a quantidade de variância capturada por um

conjunto de itens relativamente ao erro de mensuração. O valor aceitável é de pelo

menos 0,50, segundo Hair et. al. (2009), ou 0,45 para Netemeyer; Bearden e

Sharma (2003). Na Tab. 20 são apresentados os valores que garantem o alcance

desses critérios.

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135

Conforme HAIR et. al. (2009), a variância média extraída é calculada a partir da

soma do quadrado de cada carga padronizada, dividindo-se pelo número de

indicadores do construto. A confiabilidade composta (confiabilidade de construto), é

calculada por meio da divisão da soma das cargas padronizadas ao quadrado pela

soma das mesas cargas padronizadas ao quadrado multiplicada pelo quadrado da

soma da variância do termo de erro de cada indicador. Esse erro de mensuração de

cada indicador é calculado pela subtração de 1 pelo quadrado da sua respectiva

carga padronizada, de acordo com os dados obtidos, é possível descrever que os

valores da variância média extraída e confiabilidade composta são adequados para

os 5 construtos.

Tabela 19 Valores de Variância Média Extraída e Confiabilidade Composta para os

Construtos

Constructo Número de Itens Variância Média Extraída Confiabilidade Composta

Brand Equity 3 0,4871 0,7382

Confiança 8 0,5385 0,9016

Consciência 2 0,5688 0,7245

Imagem 4 0,6092 0,8609

Lealdade 2 0,6850 0,8128

Fonte: dados da pesquisa

.

De acordo com os dados da Tab. acima, pode-se também considerar que a validade

convergente foi alcançada para todos os construtos. No caso da confiabilidade

composta, todos os itens atingiram o valor mínimo preconizado de 0,70. Para a AVE,

somente o construto brand equity apresentou valor abaixo de 0,50. Contudo ele está

acima de 0,45, o que pode indicar que a AVE para esse construto está no limite do

aceitável.

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136

4.9 Validade Discriminante

No tópico anterior foi destacada a importância da correlação dos itens de um mesmo

construto, contudo também é necessária a verificação da falta de correlação dos

itens de um construto com outros construtos do modelo, isto é, espera-se que os

itens de um construto não se correlacionem com outro construto do mesmo modelo.

Essa ausência de correlação é determinada pela validade discriminante

(MALHOTRA, 2001; AAKER, 2004).

Um dos métodos sugerido por Hair (2005) é a análise da variância média extraída. O

autor indica que, se o quadrado da correlação entre os construtos for menor que a

variância, pode-se considerar a existência da variância discriminante.

Por fim, Anderson e Gerbing (1988) também orientam a avaliação da correlação

entre os construtos. Nesse caso, o valor não deve ser elevado, sugerindo que não

deve ultrapassar 0,85 para que também se considere a existência da validade

discriminante.

Tabela 20 Valores da Variância média e do quadrado das correlações entre pares de

construtos aplicados na pesquisa

Continua

Construtos relacionados AVE

CONSTRUTO A

AVE CONSTRUTO

B

Correla-ção

Quadrado da

correlação

Brand Equity

<--> Confiança 0,487107 0,538500 0,910010 0,82812

Brand Equity

<--> Imagem 0,48711 0,609171 0,563740 0,31780

Brand Equity

<--> Lealdade 0,48711 0,684953 0,789650 0,62355

Consciência <--> Brand Equity

0,56877 0,487107 0,703900 0,49548

Consciência <--> Confiança 0,56877 0,538500 0,748230 0,55985

Consciência <--> Imagem 0,56877 0,609171 0,535110 0,28634

Consciência <--> Lealdade 0,56877 0,684953 0,797380 0,63581

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Continuação

Construtos relacionados AVE

CONSTRUTO A

AVE CONSTRUTO

B Correla-ção

Quadrado da

correlação

Imagem <--> Confianç

a 0,60917 0,538500 0,788560 0,62183

Imagem <--> Lealdade 0,60917 0,684953 0,576830 0,33273

Lealdade <--> Confianç

a 0,68495 0,538500 0,943360 0,88993

Fonte: Dados da Pesquisa

A partir dos dados apresentados na Tab. 20 e comparando as correlações com o

parâmetro de 0,85, identifica-se que, das 10 relações testadas, em duas - Lealdade/

Confiança e brand equity/Confiança -, a correlação ultrapassa os 0,85 e, pelo critério

do quadrado da correlação versus a variância média extraída de cada construto,

também se apresentam com validade discriminante insatisfatória. Entretanto, como o

objetivo é testar se a inserção do construto confiança eleva o valor da variância

explicada do construto brand equity, optou-se pela manutenção da variável latente

Confiança no modelo para o desenvolvimento do cálculo do modelo estrutural.

4.10 Validade Nomológica

Conforme Moura (2010 p. 258) “A validade nomológica diz respeito ao

relacionamento entre os construtos teóricos presentes nas teorias ou modelos em

que são estudados”. Malhotra (2001 p. 266) "A validade nomológica mostra como a

escala se correlaciona, de maneiras previstas teoricamente, com medições de

construtos diferentes mas relacionados".

O presente trabalho, a validade nomológica é aplicada também com objetivo de

avaliar as hipóteses, que propõem a existência de associações positivas entre os

construtos do modelo e o brand equity, além do melhoria impacto da inserção do

construto confiança no modelo original de Juntunen et. al. (2011). Além de verificar

a validade dos modelos usados nesta pesquisa.

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O primeiro passo da análise ocorre por meio da visualização dos modelos testados.

Figura 17 – Modelo estrutural e cargas padronizadas para o modelo de Juntunen et.

al. (2011)

Fonte: dados da pesquisa.

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Figura 18 – Modelo estrutural e cargas padronizadas para o modelo de Juntunen et.

al. (2011) incluído o construto Confiança proposto por Ballester 2004

Fonte: Dados da pesquisa

Para a avaliação da validade nomológica dos modelos testados é verificada a

significância entre as relações dos construtos dos modelos, a qual é exibida abaixo:

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Tabela 21– significância entre as relações dos construtos

Relação Entre os

Construtos

Carga

Padronizada

Modelo

Original

Juntunen

(2011)

Significância

Teste T

Modelo

Original

Juntunen

(2011)

Carga

Padronizada

Modelo

Estendido

Significância

Teste T

Modelo

Estendido

Imagem Consciencia ,32556 ,00488 ,09401 ,82124

Brand Equity

Consciencia ,64560 *** ,21781 ,16015

Brand Equity

Imagem ,35499 *** ,04576 ,15141

Brand Equity

Confiança Não se aplica Não se aplica ,75746 ***

Lealdade Confiança Não se aplica Não se aplica ,27298 ,52908

Lealdade Brand

Equity ,89548 *** ,72135 ,14466

Lealdade Imagem -,04053 ,73399 ,02295 ,54547

Fonte: dados da pesquisa.

É possível perceber que a validade nomológica quase foi alcançada para o modelo

original de Juntunen et. al. (2011), sendo que somente a relação Lealdade – Imagem

não apresentou significância.

No caso do modelo estendido, o resultado foi inverso. Somente uma relação entre

os construtos apresentou significância e as outras seis relações são consideradas

insignificantes em termos estatísticos, ou seja, o modelo estendido não possui

validade nomológica.

Outro ponto que deve ser analisado diz respeito aos índices de ajuste dos modelos

testados nesta pesquisa. Eles são usados para verificar o nível de ajuste dos

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modelos e auxiliam na verificação da validade nomológica das medidas e são

descritas abaixo (HAIR et. al. , 2009; KLINE, 2005):

A principal medida é a estatística do qui-quadrado que representa a diferença – que

deve ser a menor possível - entre as matrizes de covariância observada e estimada.

O ideal é que essa medida não seja significativa, ou seja, menor do que 0,05, o que

indica que a diferença entre as matrizes não é estatisticamente significativa.

Outra medida de ajuste é o qui-quadrado normalizado, a qual é obtida pela divisão

do valor do qui-quadrado pelo número de graus liberdade do modelo.

Os índices de qualidade de ajuste (GFI), índice ajustado de qualidade de ajuste

(AGFI) e índice de ajuste comparativo (CFI) são índices que variam de 0 a 1, e

quanto maior o seu valor, maior é o ajuste do modelo. O primeiro índice (GFI) foi

criado para minimizar os efeitos do tamanho da amostra no resultado das medidas

de ajuste. O AGFI trabalha com diferentes níveis de complexidade do modelo. O CFI

é o índice de ajuste incremental mais utilizado nas equações estruturais.

Por fim, existe a medida da raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA).

Ela mede a diferença entre os resíduos dos valores esperados e observados. Por

conseguinte, diferentemente das outras medidas de ajuste, valores menores indicam

menor quantidade de resíduos e, portanto, melhor ajuste do modelo.

Os índices propostos por Hair et. al. (2009), permitem avaliar o ajuste geral

permitindo certificar-se que ele é uma representação adequada do conjunto das

relações causais do modelo, os mesmos índices foram utilizados na pesquisa

realizada por Juntunen et. al. (2011), possibilitando uma análise comparativa entre

os resultados.

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Tabela 22 – Índices de ajuste para os modelos testados

Medida de Ajuste

Modelo

Juntunen et.

al. (2011)

Modelo

Estendido Valor Adequado (1)

Qui-quadrado 101,49831 263,11641 Não definido

p-valor ,00000 ,00000 Maior do que 0,05

Graus de liberdade 41 146 O maior possível acima de

zero

Qui-quadrado

normalizado 2,47557 1,80217

Acima de 1 até 3 e para

modelos complexos até 5

CFI ,59346 ,38125 Acima ou igual a 0,90

GFI ,85354 ,78019 Acima ou igual a 0,90

AGFI ,76423 ,71394 Acima ou igual a 0,90

RMSEA ,10822 ,07979 Acima de 0,03 e abaixo de

0,08

Fonte: dados da pesquisa. (1) – Baseado em Hair et. al. (2009) e Kline (2005).

A partir dos resultados obtidos é possível descrever que para os dois modelos

testados, os índices CFI, GFI e AGFI não obtiveram valores considerados

satisfatórios, apesar de que no Modelo de Juntunen et. al. (2011), esses indicadores

apresentem resultados melhores do que no modelo estendido.

No caso da RMSEA, o modelo estendido apresenta um valor no limite do parâmetro

superior, o que não ocorre com o Modelo de Juntunen et. al. (2011).

Por fim, o valor para o parâmetro do Qui-quadrado Normalizado apresentou valores

adequados para ambos os modelos, todavia, o Teste do Qui-Quadrado se mostrou

significativo também para ambos os modelos, o que não é adequado.

O próximo passo foi a verificação das hipóteses, as quais estão descritas na tabela a

seguir. Nesse caso, utilizou-se os dados do modelo estendido de Juntunten et. al.

(2011) para as seis primeiras hipóteses e a comparação entre as variâncias

explicadas para a sétima hipótese.

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Tabela 23 – Verificação das hipóteses da pesquisa

Hipótese Significância

Teste T

Carga

Padronizada Resultado

H1 – Há uma associação positiva

significativa entre a confiança e o Brand

Equity.

*** ,75746 Apoiada

H2 - Há uma associação positiva

significativa entre a confiança e a

lealdade.

,52908 ,27298 Rejeitada

H3 - Há uma associação positiva

significativa entre a consciência e o

Brand Equity.

,16015 ,21781 Rejeitada

H4 - Há uma associação positiva

significativa entre a consciência e a

imagem da marca.

,82124 ,09401 Rejeitada

H5 - Há uma associação positiva

significativa entre a imagem da marca e o

Brand Equity.

,15141 ,04576 Rejeitada

H6 – Há uma associação positiva

significativa entre a imagem da marca e a

lealdade.

,54547 ,02295 Rejeitada

H7 - Há uma associação positiva

significativa entre o Brand Equity e a

lealdade.

,14466 ,72135 Rejeitada

H8 – A escala estendida possui um maior

valor explicativo para a variância da

força de marca (Brand Equity) do que a

escala original de Juntunen et. al. (2011).

Não se aplica Não se aplica Apoiada

Fonte: Dados da pesquisa.

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Considerando a Hipótese 8, comparando-se a variância explicada do construto

Brand Equity, tem-se que o R2 para o modelo estendido é de ,81375, enquanto que

essa variável possui o valor de ,69204 para o modelo original de Juntunen (2011).

Os valores da variância explicada dos construtos para os modelos testados estão na

tabela abaixo:

Construto

Variância Explicada

Modelo Original Juntunen

(2011)

Variância Explicada

Modelo Estendido

Consciência Não se aplica Não se aplica

Confiança Não se aplica Não se aplica

Imagem ,10599 ,00884

Brand Equity ,69204 ,81375

Lealdade ,76249 ,94689

Fonte: dados da pesquisa.

De acordo com os dados apresentados, apesar dos valores do Brand Equity e

Lealdade serem maiores para o modelo estendido, este apresentou baixa validade

nomológica, o que indica que não é possível validar esse modelo como uma

alternativa para o modelo original de Juntunen et. al. (2011). Além disso, vale

lembrar que o construto Confiança não apresentou validade discriminante em

relação aos construtos Brand Equity e Lealdade, o que sugere que eles possam

estar duplicados ou redundantes no modelo, em virtude da alta correlação que

apresentaram entre si.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho apresentou como problema de pesquisa “qual é a percepção do

brand equity da marca USIMINAS por parte dos compradores de aços planos”. Uma

pesquisa bibliográfica foi realizada com o intuito de aprofundar o tema e buscar

maior conhecimento sobre o valor da marca, sobretudo no contexto industrial.

Identificou-se nesta pesquisa que a marca tem papel fundamental nos resultados

das organizações e que ela influencia e é influenciada pela forma como as

operações fabris ou comerciais se realizam. Identificou-se também que a marca é

muito mais que um símbolo ou um nome. Ela se presta também a distinguir um

produto ou serviço dentro de sua categoria (KELLER, 2006).

Ficou compreendido também que a marca não está relacionada somente a produtos

ou serviços, mas se aplica a pessoas, países, campanhas (TAVARES, 2008). Foram

identificados estudos relacionados à medição do valor da marca no setor de

produtos e avaliada a reaplicação de tais estudos, contudo com o enriquecimento da

junção de modelos originalmente aplicados.

Realizou-se a construção de um questionário sucinto, mas capaz de obter dos

respondentes, compradores de aços planos, devoluções que permitiram entender,

no contexto brasileiro, o valor da marca de um dos maiores fornecedores de aços

planos do mercado.

Embora os resultados não sejam conclusivos, uma vez que a amostra realizada foi

não probabilística por conveniência, em função das disponibilidades dos

respondentes e dos recursos do pesquisador, os resultados obtidos indicaram uma

grande média para a grande maioria das perguntas do questionário, entretanto, em

duas questões relativas ao brand equity, as médias foram relativamente baixas, isto

é, próximas 5, indicando que os clientes não concordam nem discordam com a

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afirmação de que a marca USIMINAS, pode cobrar um preço prêmio por seus

produtos, nem propicia vantagem frente aos concorrentes, somente a questão

relativa a diferenciação pôde-se observar uma propensão maior à concordância.

Isso indica em princípio que o Brand Equity da USIMINAS é de regular a bom,

contudo não há como comparar por exemplo com o estudo aplicado por Juntunen

(2011) que não apresentou o resultado para esse item.

Tabela 24 - Médias obtidas nas questões relativas ao construto brand equity

Item Descrição N Média Desvio Padrão

Moda

BE-Q1 Estamos dispostos a pagar um premium price, pelos aços planos da USIMINAS.

127 5,37 3,078 8

BE-Q2 O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos.

127 6,28 2,754 5

BE-Q3 A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos

127 7,72 1,736 8

Fonte: Dados da Pesquisa

A USIMINAS nos últimos anos, tem passado por diversas alterações na sua direção,

após uma gestão que permaneceu por quase 20 anos, a partir de 2008 foram três

alterações na gestão, com a alteração do modelo de gestão, houve também uma

rotação em muitas posições de trabalho, que pode ter influenciado de alguma forma

o relacionamento com os clientes e consequentemente a percepção dos mesmos

em relação à empresa.

5.1 Implicações Gerenciais

Uma marca forte pode propiciar uma série de vantagens competitivas. Em

momentos de crise no setor, em que a oferta é maior do que a demanda, a

tendência de achatamento de preço é premente, sobretudo, quando os produtos não

normalizados e as características são muito parecidas entre os fornecedores.

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Nos momentos de decisão de compra, a lembrança da marca pode atuar como

diferencial, entretanto, essa lembrança deve ter caráter positivo, caso contrário, será

desastroso para a marca em questão. Ballester e Alemán (2005) declaram que a

lealdade à marca traz uma série de benefícios para a organização, inclusive para

redução de custos. Nesse sentido, prezar pela qualidade dos produtos USIMINAS,

item positivamente avaliado pelos respondentes, tem parcela de participação no

resultado do brand equity.

Nesse contexto, o relacionamento entre o comprador e o fornecedor, principalmente

em mercados B2B, são fundamentais, seria importante para a USIMINAS, buscar

um entendimento mais aprofundado de como está, após as alterações na gestão, o

nível de relacionamento com os clientes, e até que ponto esse fator pode estar

influenciando a percepção do valor da marca.

O resultado da pesquisa mostrou que o nome da USIMINAS é altamente conhecido

e respeitado no setor siderúrgico, mesmo se comparado com outros fornecedores. O

conhecimento da marca, segundo Aaker (1998), sinaliza substância e

comprometimento, embora as compras, no contexto industrial, se realizem de forma

distinta do varejo, mas o conhecimento da marca faz com que esta seja considerada

no momento da pesquisa por produtos siderúrgicos. Dessa forma, ações que

estabeleçam associações positivas para a marca propiciarão um fortalecimento

ainda maior.

Das 6 questões relativas à imagem da marca USIMINAS, apenas 2 apresentaram

respostas com média abaixo de 8, que sugere que a empresa goza de boa imagem

na visão dos clientes, destaca-se que de acordo com Allhaddad (2014) a imagem e a

lealdade influenciam positivamente o brand equity, sendo que a imagem mais

fortemente.

Quanto à qualidade dos produtos, os respondentes estabelecem uma associação

muito positiva com a marca USIMINAS. Os compradores de aço responderam com

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médias elevadas. Tanto quanto ao aspecto de previsão de entrega de produtos de

alta qualidade quanto quando comparados com outros fornecedores de aços planos,

a qualidade dos produtos fica evidenciada. De acordo com Aaker (1996), a qualidade

percebida é o único fator ligado à marca capaz de gerar retorno sobre investimento.

A qualidade percebida, ainda segundo Aaker (1996), favorece um posicionamento de

diferenciação (principalmente no setor que tende a uma comoditização dos

produtos), permite a cobrança de um premium price, gera interesse dos participantes

dos canais de distribuição e propicia as estratégias de extensões de marca.

A conscientização da marca, ligada ao conhecimento, conforme Macdonald e Sharp

(2000), tem forte efeito sobre a decisão de compra. Mantê-la na mente do

comprador é um dos grandes objetivos dos gestores de marketing.

Outro ponto que ficou evidente a partir das respostas dos compradores de aço é que

há um consenso sobre a força da marca USIMINAS como parceira comercial. Nesse

sentido, quando questionados sobre a manutenção da parceria com a USIMINAS

por um longo prazo, a média das respostas ficou em 8,3, com baixa dispersão,

significando uma propensão à lealdade à marca. A lealdade à marca, segundo Aaker

(1998), além de permitir menores custos de marketing, contribui para permitir um

tempo maior de reação frente à ação da concorrência antes que o consumidor migre

para outro fornecedor.

Por outro lado, algumas respostas dos compradores não foram tão favoráveis.

Mesmo reconhecendo a qualidade dos produtos, quando perguntados sobre se

pagariam um premium price pelos produtos USIMINAS, a média ficou próxima a 5,

isto é, os respondentes, em sua maioria, nem concordam, nem discordam

totalmente, reflexo muito provável do excesso de aço no mundo, além do fato de

que, na percepção dos clientes, a marca USIMINAS não dá vantagem sobre outros

fornecedores. Há de se considerar também as características do produto com o qual

os respondentes da pesquisa trabalham: aço plano da USIMINAS. Portanto é um

produto considerado “commodity” em virtude das suas especificações técnicas

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padronizadas, as quais indicam um produto de qualidade, independentemente do

fabricante.

Outro ponto de atenção é o fato de os respondentes sinalizarem algum

descontentamento ligado à confiança do comprador. A demonstração de decepção

em algum momento ficou evidenciada, uma vez que a média da afirmativa "A

USIMINAS nunca me decepciona” ficou em 6,67, com uma média dispersão.

A USIMINAS necessita avaliar sua eficácia em cumprimento de prazo de entrega,

pois, nesse quesito, também a média das respostas alcançou 6,88, também com

uma dispersão superior a 2 desvios-padrão. Aaker (1998) adverte para o correto

tratamento do consumidor, no sentido de manter ou conquistar sua lealdade, criando

custos de mudança, esse quesito está associado ao construto imagem da marca,

que influencia, segundo Allhaddad (2014) o valor da marca.

Como preconizam o segundo e terceiro objetivos específicos da pesquisa, na

comparação com o trabalho realizado por Juntunen (2011) destaca-se que o referido

autor, (1) identificou uma relação positiva entre a imagem da marca e brand equity,

(2) conclui também que o valor da marca não cria lealdade entre os compradores de

serviços logísticos e (3) a verificou a influência da imagem sobre a fidelidade à

marca.

Na presente pesquisa, a hipótese de que a imagem da marca influi positivamente o

brand equity não foi suportada, no que se refere a relação entre brand equity e

lealdade, igualmente nas a hipótese não foi suportada, mas na presente pesquisa,

também não foi revelada a influência da imagem sobre a fidelidade à marca.

Entretanto, ambos, ampliam as discussões sobre o tema patrimônio da marca no

contexto B2B e assim como Juntunen (2011) coloca, a relação entre o valor da

marca e a lealdade são discutíveis. Além disso, atendendo ao primeiro ao primeiro

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objetivo específico, nesta investigação, observa-se que a inserção do construto

confiança, aumenta a variância explicada do construto brand equity, confirmando a

hipótese levantada inicialmente.

5.2 Limitações do Trabalho

A principal limitação do trabalho, foi relacionada ao processo de pesquisa, o índice

de respostas aos formulários enviados foi insatisfatório, aparentemente, pelo fato de

se tratar de uma pesquisa acadêmica e em função da sua aplicação no contexto

industrial, foram enviados 690 questionários contudo, foram obtidos 136 respostas,

mesmo com um trabalho intensivo de ligações para alguns clientes para obtenção

das respostas, o dia-a-dia do trabalho dos compradores industriais, pressupõe-se,

muito atribulado e repleto de atividades e pressão por resultados, talvez imprima um

ritmo tal, que propicie uma priorização por atividades ligadas diretamente ao

trabalho, limitando a atenção às pesquisas. Foi verificado em alguns contatos, por

exemplo, uma relativa preocupação com o número de questões do questionário, e

quando era informado que o tempo médio de resposta ficava em torno de 4 minutos,

os respondentes concordavam com a entrevista de imediato, como visto

anteriormente, o questionário era composto por aproximadamente 30 questões, isto

é, bem sucinto. A impaciência dos respondentes, pode respostas e,

consequentemente, resultados que não retratam de forma adequada a opinião dos

respondentes.

Alguns clientes também tiveram receio de revelar sua identificação, embora tenha

sido premissa da pesquisa a manutenção do sigilo, dos respondentes, o que foi

cumprido, entretanto, para efeito interno e gerencial, tal conhecimento permitiria

melhorias nos pontos com menor avaliação, ou ampliação de estratégias positivas e

bem avaliadas nesses clientes em outros. Esse medo de revelar a identificação pode

contribuir para que existam por parte dos entrevistados, uma maior possibilidade de

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responderem de forma “politicamente correta”, ou seja, darem respostas que

agradem o entrevistador, no caso, um funcionário da USIMINAS.

Durante os contatos telefônicos estabelecidos com os clientes, alguns apresentavam

necessidade de comentar ou mesmo após o término da aplicação do questionário

neste contato, alguns respondentes, sobretudo no caso do setor da distribuição e

Grande Rede, onde por vezes o contato era com o próprio sócio proprietário, o

respondente apresentava o anseio de emitir uma opinião sobre a relação de

negócios com a USIMINAS, o formulário não havia sido construído prevendo essa

necessidade, contudo algumas solicitações e sugestões foram anotadas em

planilhas, para posterior apresentação ao responsável pela gestão da marca.

Um ponto a ressaltar, mas que não chega a ser uma limitação do trabalho é sobre a

escassez de literatura no contexto nacional sobre brand equity voltado para o setor

industrial, mesmo no internacional, não são tantos os trabalhos relacionados ao

valor da marca no ambiente Business to Business.

5.3 Sugestões para pesquisas futuras

As dificuldades vivenciadas na realização da pesquisa, geram subsídio para

algumas recomendações. O presente trabalho, foi aplicado no setor industrial,

contudo, sugere-se a sua aplicação em outros contextos, permitindo a comparação

dos resultados em outros ambientes e a avaliação sobre a validade do modelo dos

itens. A pesquisa de Juntunen (2011) foi aplicada para o setor se serviços logísticos,

na Finlândia, contexto industrial, contudo, ambiente distinto do setor siderúrgico

brasileiro.

Outro ponto a se destacar, é com respeito à estratégia de coleta de dados, há que

se aplicar uma metodologia mais eficaz para obtenção de uma amostra maior, e com

um prazo menor, com o intuito de otimização do processo de pesquisa. O modelo

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aplicado usando o Google Docs, se mostrou muito interessante pelo fato de

obtenção dos dados já tabulados, nos casos em que o preenchimento foi via

internet, o que ajudou muito inclusive para inserção dos dados obtidos via telefone,

pois, as respostas já eram inseridas diretamente no formulário eletrônico.

Novos testes e adaptações parecem ser necessários para melhorar a capacidade de

explicação do modelo proposto por Juntunen (2011). A inclusão do construto

confiabilidade se mostrou útil para aumentar a variância explicada do Brand Equity,

mas os resultados da validade discriminante indicam que ele pode se confundir com

os construtos do Brand Equity e da lealdade, além de não possuir validade

nomológica.Há de se considerar também que o próprio modelo original de Juntunen

et. al. (2011) falhou em apresentar completa validade nomológica.

Assim, novas pesquisas se tornam necessárias para o aprimoramento de

instrumentos capazes de medir o Brand Equity no setor de Business to Business.

Essa ferramenta será muito útil para os gestores poderem acompanhar a evolução

das suas marcas.

Outra sugestão de pesquisa seria a de adaptar a escala de Yoo e Donthu (2001) que

é a escala mais utilizada em todo o mundo. Ela se refere ao contexto Business to

Consumer, mas será que uma adaptação poderia apresentar melhores resultados do

que a escala de Juntunen (2011)? Esse é um questionamento, que o autor da

dissertação considera que seja útil responder.

Outra sugestão seria a de se estudar os itens que não apresentaram validade

convergente e não formaram fatores adequados a partir da análise fatorial

exploratória e do teste de confiabilidade de escala. Nesse caso, pode ser que exista

a necessidade de melhor adaptação das escalas ao contexto brasileiro. É útil

ressaltar ainda que a escala foi desenvolvida no contexto Business to Business, mas

o setor estudado foi o de serviços. Por conseguinte, estudos podem ser úteis para

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validar essa escala no contexto brasileiro, tanto em termos de serviços (o que não

foi feito nessa pesquisa), quanto em outros setores industriais.

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162

APÊNDICE A

Carta Convite à resposta ao questionário de coleta de dados

Prezado(a) Senhor(a),

Como parte do curso de Mestrado Profissional em Administração do Centro Universitário

UNA, esta sendo desenvolvido um trabalho de pesquisa cujo tema é o valor da marca na

decisão de compra do consumidor de aços planos. Pesquisas semelhantes já foram

desenvolvidas no Brasil e no Exterior, contudo, não no setor siderúrgico, que responde por

4,0% do PIB segundo estudo da FGV em 2011.

Para que os objetivos propostos sejam atingidos, gostaríamos de contar com sua

colaboração. Neste sentido, convidamos o Sr(a) a participar desta pesquisa, respondendo

ao questionário que pode ser acessado através do link abaixo.

Destacamos que os questionários serão utilizados exclusivamente para fins acadêmicos e

que os dados obtidos não serão analisados individualmente e nem será identificado o

respondente de qualquer forma. Assim, lhe é assegurado absoluto sigilo quanto às suas

respostas.

Os resultados finais da pesquisa estarão disponíveis para consulta junto à biblioteca Centro

Universitário UNA tão logo o trabalho seja concluído.

O questionário é composto de 22 questões e o tempo médio de resposta é em torno de

quatro minutos. Certos dos compromissos que os ocupam, reiteramos a importância de sua

participação e contamos com a sua resposta para o questionário até o dia 14/07/2014.

Para responder a pesquisa click no link ao lado: Pesquisa sobre o Valor da Marca para o

Consumidor de aços planos ou copie o endereço a seguir no seu navegador da internet:

https://docs.google.com/forms/d/1AuQUqD5FUXfeIgQ-zVD82jxNVErJBt15laNzh-

6Yqd0/viewform?c=0&w=1&usp=mail_form_link

Qualquer dúvida poderá ser esclarecida através dos e-mail abaixo relacionados.

Desde já, agradecemos sua atenção e colaboração.

Daniel Hofer Bastos

Mestrando

Prof. Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura

Professor Orientador

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163

APÊNDICE B

Questionário aplicado

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

Brand Equity da Marca USIMINAS

Caro Senhor (a),

Solicitamos a sua colaboração em responder o questionário adiante que trata de uma pesquisa

científica em nível de mestrado buscando medir a força da marca USIMINAS.

A sua participação é muito importante. Não há respostas certas ou erradas para as questões e

pedimos evitar questões em branco ou sem resposta.

O essencial é sua avaliação seja sincera. Em caso de dúvidas, converse com o pesquisador que está

aplicando o questionário. É importantíssimo que você preencha as questões na ordem em que as

mesmas aparecem.

Agradecemos antecipadamente o seu apoio: Daniel Hofer Bastos e Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura.

Parte 1 - Gostaríamos de saber a sua opinião em relação às afirmativas abaixo:

Parte 2 - Gostaríamos de entender um pouco mais sobre o perfil do respondente

1. O nome USIMINAS é bem conhecido no setor industrial siderúrgico *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

2 . A USIMINAS é reconhecida por outros membros da cadeia produtiva do setor siderúrgico como um forte parceiro comercial. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

3. Em comparação com outros fornecedores de aços planos a USIMINAS é uma marca líder no setor

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

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164

4. A USIMINAS é conhecida como uma empresa que tem muito cuidado com (que cuida bem) os seus clientes. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

5. A USIMINAS atende minhas expectativas. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

6. Podemos prever de forma segura que a USIMINAS garante a qualidade dos aços planos. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

7. A Usiminas nunca me decepciona. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

8. Podemos prever com segurança que a USIMINAS irá cumprir as suas obrigações em relação ao prazo de entrega. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

9. Eu sinto confiança no nome Usiminas. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

10. A marca Usiminas é uma garantia de satisfação. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

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11. A marca USIMINAS é honesta e sincera quando se refere aos meus interesses. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

12. Eu poderia contar com a USIMINAS para resolver os meus problemas relacionados aos aços planos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

13. A USIMINAS faria qualquer esforço para me satisfazer como consumidor de aços planos. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

14. A USIMINAS me compensaria de alguma forma por qualquer problema com o seu produto (aços planos). *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

15. Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é conhecida por entregar produtos com alta qualidade. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

16. Em comparação com outros fornecedores de aços planos, a USIMINAS é altamente respeitada. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

17. A USIMINAS é muito respeitada no mercado de aços planos. *

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166

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

18. Estamos dispostos a pagar um premiumprice, pelos aços planos da USIMINAS.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

19. O nome da USIMINAS lhes dá uma vantagem sobre outros fornecedores de aços planos. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

20. De uma forma geral, como cliente estou muito satisfeito com a Usiminas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

21. É bem provável que iremos continuar o relacionamento com a USIMINAS como fornecedor de aços planos por um longo prazo. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

22. A marca Usiminas é diferenciada em relação aos outros fornecedores de aços planos. *

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Discordo Totalmente ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Concordo Totalmente

1. Há quanto tempo é cliente USIMINAS? *

( ) Há menos de um ano

( ) Entre um ano e menos de três anos

( ) Entre três e menos de cinco anos

( ) Entre cinco anos e dez anos

( ) Há mais de 10 anos

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167

2. Qual o setor de atuação da sua Empresa? *

( ) Automobilístico

( ) Autopartes

( ) Indústria

( ) Construção e Infraestrutura

( ) Grande rede e Distribuição

( ) Outro:

3. Há quanto tempo é funcionário da sua empresa? *

( ) Há menos de um ano

( ) Entre um ano e menos de três anos

( ) Entre três e menos de dez anos

( ) Há mais de 10 anos

4. Quantas pessoas participam do processo de compra de aços planos em sua organização? *

( ) Apenas um funcionário

( ) Pelo menos dois funcionários

( ) Pelo menos três funcionários

( ) Quatro ou mais funcionários

Para facilitar o controle do recebimento das respostas, solicitamos a informação do nome da empresa, mas as informações constantes desse formulário serão absolutamente sigilosas e utilizadas apenas para os fins desta pesquisa, cujo objetivo é medir o valor da marca USIMINAS

Nome da Empresa Respondente __________________________________________________

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168

APÊNDICE C

Matriz de Correlação

Tabela 25 - Matriz de Correlação do Construto Consciência

BA-Q1 BA-Q2 BA-Q3

Correlation BA-Q1 1,000 0,220 0,121

BA-Q2 0,220 1,000 0,566

BA-Q3 0,121 0,566 1,000

Sig. (1-tailed) BA-Q1 0,006 0,088

BA-Q2 0,006 0,000

BA-Q3 0,088 0,000

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 26 - Matriz de Correlação do Construto Imagem

BI-Q2 BI-Q4 BI-Q5 BI-Q6

Correlation

BI-Q2 1,000 0,592 0,418 0,489

BI-Q4 0,592 1,000 0,584 0,530

BI-Q5 0,418 0,584 1,000 0,705

BI-Q6 0,489 0,530 0,705 1,000

Sig. (1-tailed)

BI-Q2

0,000 0,000 0,000

BI-Q4 0,000

0,000 0,000

BI-Q5 0,000 0,000

0,000

BI-Q6 0,000 0,000 0,000

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 27 - Matriz de Correlação do Construto Brand Equity

BE-Q1 BE-Q2 BE-Q3

Correlation

BE-Q1 1,000 0,551 0,430

BE-Q2 0,551 1,000 0,458

BE-Q3 0,430 0,458 1,000

Sig. (1-tailed)

BE-Q1

0,000 0,000

BE-Q2 0,000

0,000

BE-Q3 0,000 0,000

Fonte: Dados da pesquisa

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169

Tabela 28 - Matriz de Correlação do Construto Lealdade

BL-Q1 BL-Q2

Correlation BL-Q1 1,000 0,683

BL-Q2 0,683 1,000

Sig. (1-tailed) BL-Q1

0,000

BL-Q2 0,000

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 29 - Matriz de Correlação do Construto Confiança

BT-Q1 BT-Q2 BT-Q3 BT-Q4 BT-Q5

BT-Q6

BT-Q7 BT-Q8

Correlation BT-Q1 1,000 0,563 0,224 0,611 0,553 0,540 0,711 0,350

BT-Q2 0,563 1,000 0,458 0,500 0,559 0,442 0,509 0,355

BT-Q3 0,224 0,458 1,000 0,500 0,427 0,455 0,279 0,277

BT-Q4 0,611 0,500 0,500 1,000 0,520 0,572 0,557 0,276

BT-Q5 0,553 0,559 0,427 0,520 1,000 0,403 0,544 0,423

BT-Q6 0,540 0,442 0,455 0,572 0,403 1,000 0,496 0,428

BT-Q7 0,711 0,509 0,279 0,557 0,544 0,496 1,000 0,450

BT-Q8 0,350 0,355 0,277 0,276 0,423 0,428 0,450 1,000

Sig. (1-tailed) BT-Q1 0,000 0,006 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

BT-Q2 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

BT-Q3 0,006 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 0,001

BT-Q4 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001

BT-Q5 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

BT-Q6 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

BT-Q7 0,000 0,000 0,001 0,000 0,000 0,000 0,000

BT-Q8 0,000 0,000 0,001 0,001 0,000 0,000 0,000

Fonte: Dados da pesquisa