Cem Por Cento Stevie Ray Vaughan

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4 - Guitar Class - Agosto 2002 Rapidinha 2/ Tighrope / do Ælbum In Step (1989) 000 - 004 Stevie Ray Vaughan Rapidinhas COMENT`RIO E TRANSCRI˙ˆO KLEBER K. SHIMA Rapidinha 1/ Couldn·t Stand the Weather / do Ælbum Couldn·t Stand the Weather 022 - 029 Esse riff se destaca pela divisªo rítmi- ca, pois os contratempos aparecem em todos os compassos (exceto no compas- so 3). Um microbend de … tom Ø feito no segundo compasso, sobre a nota C. C C por Jota Santana Esse riff começa com uma tríade maior de E, seguido de um microbend de … de tom. Repare no acorde B7 que SRV toca no fim do primeiro compasso, com a tôni- ca na sexta corda. É um desenho de acor- de pouco usado, com a terça dobrada, omitindo a quinta, resultando numa so- noridade bem interessante. Fotos: Juliana Mozart Use o dedo 1 para executar esse bend. As acentuaçıes sªo muito importantes, pois reforçam o sentido melódico do riff. (Veja as indicaçıes de acentuaçıes acima da tablatura). F. 01 F. 02 F. 03 F. 04 F. 01 F. 02 F. 03 F. 04

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Rapidinha 2/ Tighrope / do álbum In Step (1989) 0�00� - 0�04�

Stevie Ray VaughanRapidinhas

COMENTÁRIO E TRANSCRIÇÃO

KLEBER K. SHIMA

Rapidinha 1/ Couldn´t Stand the Weather / do álbum Couldn´t Stand the Weather 0�22� - 0�29�

Esse riff se destaca pela divisão rítmi-ca, pois os contratempos aparecem emtodos os compassos (exceto no compas-so 3). Um microbend de ¼ tom é feitono segundo compasso, sobre a nota C.

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por

Jota

San

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Esse riff começa com uma tríade maiorde E, seguido de um microbend de ¼ detom. Repare no acorde B7 que SRV tocano fim do primeiro compasso, com a tôni-

ca na sexta corda. É um desenho de acor-de pouco usado, com a terça dobrada,omitindo a quinta, resultando numa so-noridade bem interessante.

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Use o dedo 1 para executar esse bend.As acentuações são muito importantes,pois reforçam o sentido melódico doriff. (Veja as indicações de acentuaçõesacima da tablatura).

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Repare na riqueza harmônica e na téc-nica que SRV aplica nesse trecho, pois téc-nica não é só velocidade, e sim saber ex-plorar todas as possibilidades timbrísticas

Rapidinha 4/ Love Struck Baby / do álbum Texas Flood (1983) 0�00� - 0�06�

A introdução de Love Struck Baby nosremete aos anos 50, com uma sonoridadebem rockabilly. Os double stops (melodi-as tocadas em duas cordas) terminamsempre com bend nas duas cordas. Repa-

Rapidinha 3/ Riviera Paradise / do álbum In Step (1989) 0�01� - 0�21�

do instrumento. Para tocar os rakes, ras-pe a palheta no mesmo sentido (para bai-xo), como se fosse um sweep com notasabafadas (letra X). Outros destaques são

re que o bend na primeira corda é de ¼de tom, e o da segunda corda é de ½ tom.O último compasso é um arpejo, por isso,deixe as notas soarem à medida que fortocando, para isto monte o desenho do

o harmônico natural seguido peloacorde Em (add9), e as sutis alavan-cadas, que você deve acionar somen-te como vibrato dando interpretação.

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acorde e mantenha-o assim por todoeste trecho com os dedos arqueadospara evitar que você esbarre nas ou-tras cordas e cada nota possa soar omáximo possível.

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Rapidinha 7/ Leave My Girl Alone / do álbum In Step (1984) 0�00� - 0�08�

Aqui é feita uma combinação de doublestops (melodia feita em duas cordas), comhammer on (ligado ascendente). Repareque no final do compasso 1, é feito um

Rapidinha 6/ Cold Shot / do álbum Couldn�t Stand the Weather (1984) 0�00� - 0�04�

Para tocar esse riff é necessário que haja umdomínio da mão direita, pois, além, das ghostnotes (notas abafadas), SRV toca as cordas sol-tas, e vai parando com a mão direita. É impor-

tante lembrar que o movimento da mão di-reita deve ter um ângulo maior que o normal,ou seja, o ataque deve ser feito em todas ascordas, mesmo quando se toca uma nota.

slide entre a casa 9 e a casa 6. Use odedo 1. Logo em seguida, aparece umartifício muito usado por SRV (e pormuitos outros guitarristas de blues).

Rapidinha 5/ Scutlle Buttin� / do álbum Couldn�t Stand the Weather (1984) 0�00� - 0�03�

Esse lick mostra mais uma vez que além dofeeling, SRV possuía uma técnica invejável. Eleé feito sobre a escala penta blues menor de E, epara tocar perfeitamente, você deve tomar cui-

dado com a palhetada. No segundo compas-so faça uma minipestana com o dedo 4. Esselick lembra muito o da música Mary Had aLittle Lamb, só que mais acelerado.

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Faça uma pestana com o dedo 4, evá deslizando a pestana em senti-do descendente, tirando a pressãodas cordas gradativamente.

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Rapidinha 9/ Travis Walk / do álbum In Step (1989) 0�00� - 0�15�

Esse tema instrumental faz parte do últi-mo álbum de SRV (e o único em que elegravou totalmente sóbrio). Trata-se de umshuffle estilo New Orleans, com o beat ace-

lerado (metrônomo no 212). O riff é feitosobre a escala pentatônica menor de F, comuma estrutura tradicional de blues (I IV IV I). Tome cuidado nos slides que apare-

Rapidinha 8/ Mary Had a Little Lamb / do álbum Texas Flood (1983) 0�00� - 0�07�

Nesse clássico gravado pela primeira vezpor Buddy Guy, foi construído em cima dapenta menor de E, podemos destacar o mo-

vimento rítmico que resulta num swingirresistível. O acorde E7 que aparece nocompasso 2 é feito somente nas cordas 2,

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cem no começo de cada compasso.As colcheias devem ser tocadas como swing típico do Blues, com umasub-divisão ternária.

3 e 4. Cuidado para não deixar ascordas soltas soarem. Capriche nomovimento rítimico da mão direita.

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Rapidinha 10/ Pride and Joy / do álbum Texas Flood (1983) 0�07� - 0�23�

Assim como em Cold Shot, Prideand Joy é uma música que exige umdomínio rítmico e técnico avançado(veja Rapidinha 6), só que nesse casoSRV mistura o baixo com a base,usando cordas soltas, e alternando apalhetada. A divisão rítmica é feitacom swing, ou seja, num grupo deduas colcheias, a primeira nota duraum pouco mais que a segunda.

Solos / Pride and Joy / do álbum Texas Flood (1983) 1�40� - 2�25�

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Solos: Pride and JoyEsse solo é uma coletânea de licks

clássicos de blues, só que o que faz adiferença é a interpretação que cadaguitarrista aplica a eles. Os double stopssão muito utilizados nesse solo, e SRV

acrescenta a primeira corda solta em quasetodos os double stops. A blue note (4#) tam-bém é bem explorada, trazendo maisagressividade, assim como os bends, de ¼tom, que SRV usava em quase todos os seus

solos. Treine cada lick separadamente,pois eles podem ser aplicados em ou-tras músicas. No compasso 14, temosuma dobra da nota Mi em uníssono, sóque cada uma com o timbre diferente.

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Solos:Esta é uma música folclorica do

Estados Unidos e foi gravada pelaprimeira vez por Buddy Guy, essamúsica tornou-se bem conhecida gra-ças ao SRV, que fez uma releitura beminteressante. No solo, aparece a

palhetada híbrida (também conhecidacomo �chicken picking�). Veja a indica-ção no compasso 2. Toque a primeira cor-da com o dedo anular da mão direita, eas cordas de cima com a palheta. Essatécnica é muito usada no country, estilo

Mary Had a Little Lamb

Solos / Mary Had a Little Lamb / do álbum Texas Flood (1983) 1�21� - 2�06�

em que SRV também teve suas influ-ências. O solo inteiro é feito sobre aescala pentatônica menor de E. Osbends de ¼ tom também aparecemfreqüentemente. Seja cuidadoso esutíl para que eles afinem.

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Solos / Cold Shot / do álbum Couldn�t Stand the Weather (1984) 1�37� - 2�13�

Solos: Cold ShotEssa música possui uma progressão

de blues menor e, basicamente, temosa escala pentatônia menor (Am), paratodos os acordes da cadência. No com-passo 3 aparece um artifício que mui-

tos blueseiros usam, que é o uso do pole-gar da mão esquerda prendendo a sextacorda (na casa 5). Isso facilita a execuçãodo bend, que aparece logo em seguida.SRV tenta simular o som de uma caixa

Leslie, mas que pode ser produzidocom um pedal chorus. Note que o tim-bre é limpo e com um pouco de reverb,mas a verdadeira essencia do som des-te solo é uma boa e velha stratocaster.

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Solos / Love Struck Baby / do álbum Texas Flood (1983) 0�57� - 1�47�

Solos: Love Struck BabyNesse solo, SRV faz uma bela home-

nagem aos anos 50, colocando todos oselementos básicos do estilo. No com-passo 2 há um efeito interessante, emque o bend é feito sobre as três cordas.Cuidado para não desafinar, pois a pri-

meira corda é um bend de ¼ tom, e asoutras são de ½ tom. No compasso 11 háum belo lick, onde a combinação de ter-ceira menor e terceira maior, junto comdouble stop, dá um ar bem rockabilly. Docompasso 16 em diante, SRV usa interva-

los quartais e vai criando algumas vari-ações cromáticas, misturando com licksclássicos de pentatônica. Estude estessolos com cuidado pois o excessos debends somados a cordas de grosso cali-bre podem provocar uma tendinite.

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Truque 1/ Riviera Paradise / do álbum In Step (1989) 5�22� - 5�30�

Truques

Stevie Ray Vaughan ficou conhecidocomo guitarrista de blues. Mas nós sabe-mos que ele também usava elementos dorockabilly, country, soul e jazz, que é o casodesse truque. SRV usa a técnica de tocarmelodias em intervalos de oitavas parale-las (essa técnica ficou conhecida atravésde Wes Montgomery, um dos maiores gui-

tarristas de jazz de todos os tempos), como polegar, exatamente como fazia Wes.Prenda a palheta entre os dedos e com opolegar ataque as duas cordas simultane-amente. O truque é abafar as outras cor-das que não estão sendo usadas com odedo 1; abafe como se fosse uma pestana,mas sem apertar a corda. Você deve tomar

um cuidado maior na corda interme-diária (entre a tônica e a oitava).

Truque 2/ Tightrope / do álbum In Step (1989) 3�35� - 3�39�

Certa vez, Stevie Ray comentou numaentrevista que ele queria fazer a sua gui-tarra soar como �cães rosnando�. É exata-mente isso que ele faz nessa música. Ovibrato é um ponto fundamental paraquem quer tocar blues, só que nesse casoo vibrato é tocado junto com o bend. Re-

pare que a nota que está entre parêntesesnão deve ser palhetada. O som deve virapenas com o primeiro impulso do dedosobre a corda. Use os dedos 2 e 3. No com-passo 2, os ataques são feitos com o bendarqueado, e o vibrato deve ser exagerado,ou seja, tente fazer sua guitarra �rosnar�!

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LicksLick 1/ Pride and Joy / do álbum Texas Flood (1983) 0�23� - 0�31�

Nesse lick podemos encontrar umacombinação de double stops, slides e li-gados. Comece o primeiro slide com odedo 2, já se preparando para o doublestop que vem logo em seguida. Ainda nocompasso 1, vemos um slide descenden-

te seguido por um pull off (ligado des-cendente). No compasso 2, a blue note(4#) aparece, caracterizando a escalapenta blues de E. Também aparece umbend de ¼ de tom na sexta corda. Puxe acorda para baixo, com o dedo 2.

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Truque 3/ Ain�t Gone �N� Give Up On Love / do álbum Soul to Soul (1985) 0�00� - 0�07�

O truque é a técnica do fingerstyle. To-que com os dedos, dando uma leve puxa-da nas cordas, como se fosse fazer um slapno baixo. Use o polegar na terceira cordae o indicador na primeira. O segredo éfazer isso e logo em seguida pegar apalheta e sair tocando. Prenda a palheta

entre os dedos indicador e médio (veja afoto), e rapidamente pegue a palheta devolta. Você pode treinar isso sem o ins-trumento, apenas com a palheta, poispara quem não está acostumado, a ten-dência é deixar a palheta cair, ou pegarde mau jeito, etc.

Truque 4/ Riviera Paradise / do álbum In Step (1989) 6�16� - 6�19�

Com o dedo 1 da mão esquerda (paradestros), toque antes do capotraste (veja afoto), de baixo para cima, apenas nas trêsprimeiras cordas. Simultaneamente, acio-ne a alavanca, mas toque como se estivessefazendo um vibrato; em seguida, aumentea intensidade da alavancada, mantendo o

efeito vibrato (para produzir esse efeito,aperte e solte a alavanca rapidamente.Evite usar alavanca tipo Floyd Rose; usea alavanca normal, tipo Fender ouWilkinson, pois o curso da alavancada émenor, produzindo um efeito mais sutile mais parecido com o original).

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Lick 2/ The House is Rockin� / do álbum In Step (1989) 1�24� - 1�25�

SRV gostava muito de usar esse lick, quepodemos encontrar em diversas músicas.O mais legal é que normalmente encontra-mos esse lick com o double stop tocandoos intervalos de 5J e 8J, mas SRV substi-

tuía a 5J pela 8J, e a 8J pela 3b, resul-tando numa sonoridade mais agressiva.O lick é feito sobre uma cadência deblues em C, e SRV aplicou esse lick so-bre o acorde G7 (dominante).

Lick 3/ Texas Flood / do álbum Texas Flood (1983) 0�28� - 0�36�

Uma das inúmeras característicasmarcantes de Stevie Ray foi explorar osbends ao extremo. Nesse exemplo, o bendvai aumentando gradativamente, resul-tando num cromatismo gerado por bends.O efeito de tensão é causado, pois fica

uma expectativa para saber em quenota ele vai parar. No último compas-so, novamente o slide descendenteusando três cordas, outro item obri-gatório para quem quer aprender a lin-guagem do blues.

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Stevie Ray Vaughan teve o seu pri-meiro contato com o blues atravésdos discos de seu irmão mais velho,Jimmie Vaughan. Stevie cresceu ou-vindo grandes guitarristas comoAlbert King, Buddy Guy, CharlieChristian e Jimi Hendrix.

O seu jeito visceral de tocar, unin-do-se ao timbre de guitarra incom-parável (que até hoje é imitado pormilhares de guitarristas, sendo umareferência timbrística), comperformances estilo Hendrix, trans-formaram esse jovem guitarrista

Árvore de Influênciastexano em lenda rapidamente. MasStevie conseguiu uma proeza, poisquando o assunto do momento eramtoneladas de racks de efeitos, com sonsprocessados e digitais, visual newwave, guitarras espalhafatosas evirtuosismo ao extremo, Stevie fazia ocontrário. Ou seja, tudo à moda anti-ga, com equipamentos vintage, visualdo Texas, tocando blues tradicional.Sua lenda cresceu ainda mais quandoele desistiu de prosseguir uma turnêcom David Bowie para continuar to-cando blues. Pode-se dizer que SRV

deu um novo fôlego ao estilo, queestava meio esquecido no início dosanos 80. Depois de sua trágica mor-te em 1990, em um acidente de he-licóptero, Stevie deixou uma legiãode admiradores, como Kenny WayneShepherd, Chris Duarte, etc. Até no-mes mais consagrados como EricJohnson (que fez até uma música emsua homenagem), Eric Clapton, ScottHenderson (ouça seus discos deblues, que têm uma forte influênciade SRV), B.B. King, etc., demonstra-ram admiração por ele.

Lick 4/ Life Without You / do álbum Soul to Soul (1985) 3�46� - 3�53�

Essa bela canção, com uma nítida influ-ência de Hendrix, possui um solo arrasa-dor, uma verdadeira aula de como se devetocar com feeling. Se prestar atenção, temuma hora que SRV deixa escapar umanota, mas até isso ficou legal, dando maisespontaneidade à música. Esse trecho é

outra sacada que SRV fazia com osbends, e que era genial. Os bends de ½tom, 1 tom e 1 ½ tom são usados namesma casa (casa 19), produzindo trêsnotas diferentes. Cuidado para nãopassar do ponto e, principalmente, ten-te ouvir e extrair a interpretação dele.

Lick 5/ So Excited / do álbum The Sky Is Crying (1991) 1�33� - 1�38�

É um lick clássico de pentatônica me-nor no tom de A. Mas podemos perceberum detalhe que SRV aplicava nas pentas,e que dava um toque pessoal, diferenci-ando-o dos outros licks a que estamosmais acostumados. Após a tônica, SRV

toca uma nona maior, e em seguida,um ligado misto entre a tônica e anona menor. Podemos ver esse licknos diversos momentos em que SRVimprovisava (principalmente nasperformances ao vivo).

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O equipamento de Stevie RayVaughan ficou bem conhecido, poisgraças ao som fantástico que tiravade sua guitarra, todos queriam sabercomo ele conseguia aquele timbre. Oque podemos destacar é a espessurada corda, que era calibre 013-056,com a ação bem alta. Um fato curio-so é que SRV usava ponte para canho-to, ou seja, a haste da alavanca fica-

Sound Checkva para cima. O seu equipamento atéque era simples, pois possuía poucospedais: Ibanez Tubescreamer TS-808ou TS-10, dois pedais de wah (um fi-cava parado e outro para o efeito), ealguns outros pedais clássicos, comoFuzz Face, Univibe, etc. As guitarraseram Fender (a famosa #1 era do anode 1959, e a Fender marrom era de1962), equipadas com pick ups Fender

Texas Special, e em algumas guitar-ras, os pick ups eram da Di Marzio.Mas talvez a combinação de ampsseja o grande segredo da mágica queSRV conseguia fazer. Alguns ampsusados durante a carreira de SRV fo-ram: Fender Vibroverb, Vibrolux,Twin Reverb, Bassman, DumbleOverdrive, Marshall Super Lead,entre outros amps vintage.

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Regulagem Stevie Ray Vaughan

Fat Boy

Regulagem Carbon-X OverdriveOnerr / SRV

LEVEL TONE DRIVE

Árvore de InfluênciasA

ntes

Dep

ois

Jimi Hendrix

Buddy Guy

T-Bone Walker

Freddie King

Chris Duarte

Kenny W. Shepherd

Jonny Lang

Stevie RayVaughan

Regulagem Tungsten OverdriveOnerr / SRV

Regulagem Nitrogen ChorusOnerr / SRV

OverdriveCarbon-X / Onerr

OverdriveTungsten / Onerr

ChorusNitrogen / Onerr

Guitarra Strato SRV

Volume Treble Middle Bass Reverb