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Causas e consequências dos refugiados Os conflitos armados e as perseguições políticas têm como consequência as migrações forçadas dentro e fora das fronteiras nacionais. Mas como o Ruanda não é exceção muitas pessoas viram-se obrigadas a migrar para fugir dos conflitos do seu próprio país. Durante os últimos 30 anos, o repatriamento de refugiados tem sido um assunto dominante na política do Ruanda. Em 1962, aquando da independência do Ruanda, muitas pessoas já se tinham refugiado nos países vizinhos. Durante as duas décadas a seguir à independência, alguns refugiados pediram reforços para regressarem ao Ruanda pela força das armas. Estas tentativas, desafiaram uma violência renovada, represálias e fluxos de refugiados, pois na década de 80, cerca de 480 000 pessoas refugiaram-se nos países vizinhos.

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Causas e consequências dos refugiados

Os conflitos armados e as perseguições políticas têm como consequência as migrações forçadas dentro e fora das fronteiras nacionais. Mas como o Ruanda não é exceção muitas pessoas viram-se obrigadas a migrar para fugir dos conflitos do seu próprio país.

Durante os últimos 30 anos, o repatriamento de refugiados tem sido um assunto dominante na política do Ruanda. Em 1962, aquando da independência do Ruanda, muitas pessoas já se tinham refugiado nos países vizinhos. Durante as duas décadas a seguir à independência, alguns refugiados pediram reforços para regressarem ao Ruanda pela força das armas. Estas tentativas, desafiaram uma violência renovada, represálias e fluxos de refugiados, pois na década de 80, cerca de 480 000 pessoas refugiaram-se nos países vizinhos.

O direito de regressar

Em 1990, após a eclosão da guerra, havia um acordo sobre os problemas dos refugiados, na tentativa de melhorar a sua vida. Como desfecho das pressões externas e internas pôs fim à regra de partido único. Em 1993 com o governo de transição, foi reconhecido o direito do regresso dos refugiados assinando um acordo de paz com a Frente Patriótica

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do Ruanda (FPR). Este acordo foi rejeitado pelos elementos radicais, pelo governo e pelo movimento rebelde entrando o Ruanda numa Guerra Civil cada vez mais grave.

Este movimento não era apenas dos refugiados, pois encorajados pelo governo, a população Hutu foi evacuada.

A ameaça da violência

Enquanto se reuniam esforços para lidar com as consequências humanas, as agências de ajuda humanitária enfrentavam os militantes Hutus que planeavam e executavam massacres utilizando a ameaça e a violência para impedir quaisquer refugiados de regressarem ao Ruanda.

No final de 1994, o ACNUR tinha iniciado o fornecimento de transporte e assistência a um pequeno número de refugiados que desejavam regressar ao Ruanda.

Em Fevereiro de 1995, o governo do Zaire enviou uma força de elite para a área de refugiados. O ACNUR estabeleceu um corpo pessoal policial e militar para trabalharem em conjunto com as forças de segurança zairenses. Cerca de 800 pessoas regressavam diariamente ao Ruanda desde a reunião das forças zairenses e do ACNUR. Mais tarde, após as mortes ocorridas em Kibeho, o número de refugiados que regressavam ao Ruanda voltou a cair.