CASUÍSTICA E COMPLICAÇÕES DA VIDEOLAPAROSCOPIA … · experiência dos autores em cirurgia...

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CASUÍSTICA E COMPLICAÇÕES DA VIDEOLAPAROSCOPIA UROLÓGICA: EXPERIÊNCIA DE 8 ANOS Milton T. Tanaka, José B. Mendes Jr, Eduardo F. Pacagnan, Márcia Regina S. S. Barbosa Mendes, Alex S. Tanaka MASTERCLÍNICA - CASCAVEL – PARANÁ UNIOESTE – CASCAVEL - PARANÁ As intercorrências cirúrgicas constatadas foram: curta assistolia com remissão espontânea durante a instalação do pneumoperitôneo (com insuflação do espaço pré peritoneal e provável reflexo vagal) em 1 caso; 2 aberturas inadvertidas de parede vesical durante prostatectomia radical, reparadas por sutura imediata; 2 lesões de baço (pelo afastador) durante nefrectomias simples, controladas por uma ligadura perdida de artéria esplênica e uma aplicação de hemostático Spongostan. Houveram tres conversões para cirurgia aberta: 1 - primeira prostatectomia radical por dificuldade técnica ao nível da ligadura do plexo da veia dorsal da pênis; 2 – nefrectomia radical direita de tumor volumoso (7,0 cm) com linfadenomegalia aderida em região hilar e interaortocaval. 3 – Nefrectomia de doador para transplante devido a sangramento no tronco da veia renal (escape de clip metalico de tributaria com coto curto) As complicações pós-operatórias foram: 3 casos de fístula urinária em prostatectomia radical, 3 casos de íleo adinâmico prolongado (2-3 dias), 1 caso de estenose de uretra após prostatectomia radical, 1 fístula entérica em pós-operatório de ureterolise (corrigida laparoscopicamente), 1 caso de estenose de anastomose uretero-piélica, 1 hérnia umbilical, 1 hematoma de parede, 1 enfisema de escroto e subcutâneo e 1 rejeição ao fio de sutura (algodão) no portal umbilical. CONCLUSÕES: A existência de uma ou várias cirurgias prévias não inviabilizou o procedimento laparoscópico nem tampouco determinou conversões para cirurgia aberta. Intercorrências cirúrgicas ocorreram, porém foram passíveis de correção intraoperatória laparoscópica. Após completada a curva de aprendizado da cirurgia laparoscópica, ficou clara a possibilidade de realização da maioria dos procedimentos urológicos, inclusive correção de iatrogenias, com resultados comparáveis e algumas vezes até superiores às operações abertas convencionais. OBJETIVO: As cirurgias videolaparoscópicas têm sido empregadas como rotina em inúmeros procedimentos urológicos. O que se observa na literatura é que não só as cirurgias ablativas, como as reconstrutivas complexas estão sendo realizadas com pleno sucesso e com resultados até superiores quando comparados com a cirurgia aberta. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência dos autores em cirurgia laparoscópica urológica, bem como complicações ocorridas. MATERIAL E MÉTODO: Realizou-se análise retrospectiva de todos os casos de cirurgias laparoscópicas urológicas realizadas neste serviço, no período de julho de 2.001 a outubro de 2.009. A idade dos pacientes variou de 18 meses a 84 anos. Foram realizados 549 procedimentos urológicos laparoscópicos, com pelo menos 36 modalidades cirúrgicas, de forma isolada ou em associação; dentre elas destacam-se: 120 nefrectomias (dentre estas 35 doadores renais, 57 por doenças benignas e 28 por tumores renais); 130 prostatectomias radicais, 31 pieloplastias, 18 sacrocolposuspensões, 73 tratamentos de cálculos urinários (pielolitotomia em 29, 43 ureterolitotomias, sendo 1 com SINGLE PORT e 1 nefrolitotomia); 68 varicocelectomias, 11 adrenalectomias, 21 marsupializações de cistos renais, 1 ureter retrocava, 13 reimplantes ureterovesical e anti-refuxo, 8 plicaturas de epiploon em obstrução de cateter de CAPD, 5 cistectomias totais e 4 parciais, 6 linfadenectomias pélvicas e 3 retroperitoneais, 7 laparoscopias exploradoras em criptorquidias e 1 orquidopexia, 5 adenomectomias prostaticas (Mariano), 3 correções de fístulas vesico-vaginais, 5 ileocistoplastias, 4 ureterolises, 3 suturas de alças de intestino delgado, dentre outras. RESULTADOS: O período de permanência hospitalar variou entre 12 horas a 10 dias. O tempo cirúrgico mais curto foi de 40 minutos e o mais longo de 8 horas e 30 minutos. 1 óbito foi registrado em pós-operatório de cistoprostatectomia radical laparoscópica em 9º PO devido à sepse urinária. FVN FVN RETO Figura 2: Pielolitotomia e litíase intra-piélica FVN FVN RETO Figura 3: Preservação do FVN Figura 1: Artéria renal dupla

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Page 1: CASUÍSTICA E COMPLICAÇÕES DA VIDEOLAPAROSCOPIA … · experiência dos autores em cirurgia laparoscópica urológica, bem como complicações ocorridas. MATERIAL E MÉTODO: Realizou-se

CASUÍSTICA E COMPLICAÇÕES DA VIDEOLAPAROSCOPIA UROLÓGICA: EXPERIÊNCIA DE 8 ANOS

Milton T. Tanaka, José B. Mendes Jr, Eduardo F. Pacagnan, Márcia Regina S. S. Barbosa Mendes, Alex S. Tanaka

MASTERCLÍNICA - CASCAVEL – PARANÁ UNIOESTE – CASCAVEL - PARANÁ

As intercorrências cirúrgicas constatadas foram: curta assistolia com remissão espontânea durante a instalação do pneumoperitôneo (com insuflação do espaço pré peritoneal e provável reflexo vagal) em 1 caso; 2 aberturas inadvertidas de parede vesical durante prostatectomia radical, reparadas por sutura imediata; 2 lesões de baço (pelo afastador) durante nefrectomias simples, controladas por uma ligadura perdida de artéria esplênica e uma aplicação de hemostático Spongostan. Houveram tres conversões para cirurgia aberta: 1 - primeira prostatectomia radical por dificuldade técnica ao nível da ligadura do plexo da veia dorsal da pênis; 2 – nefrectomia radical direita de tumor volumoso (7,0 cm) com linfadenomegalia aderida em região hilar e interaortocaval.

3 – Nefrectomia de doador para transplante devido a sangramento no tronco da veia renal (escape de clip metalico de tributaria com coto curto) As complicações pós-operatórias foram: 3 casos de fístula urinária em prostatectomia radical, 3 casos de íleo adinâmico prolongado (2-3 dias), 1 caso de estenose de uretra após prostatectomia radical, 1 fístula entérica em pós-operatório de ureterolise (corrigida laparoscopicamente), 1 caso de estenose de anastomose uretero-piélica, 1 hérnia umbilical, 1 hematoma de parede, 1 enfisema de escroto e subcutâneo e 1 rejeição ao fio de sutura (algodão) no portal umbilical.

CONCLUSÕES: A existência de uma ou várias cirurgias prévias não inviabilizou o procedimento laparoscópico nem tampouco determinou conversões para cirurgia aberta.

Intercorrências cirúrgicas ocorreram, porém foram passíveis de correção intraoperatória laparoscópica.

Após completada a curva de aprendizado da cirurgia laparoscópica, ficou clara a possibilidade de realização da maioria dos procedimentos urológicos, inclusive correção de iatrogenias, com resultados comparáveis e algumas vezes até superiores às operações abertas convencionais.

OBJETIVO: As cirurgias videolaparoscópicas têm sido empregadas como rotina em inúmeros procedimentos urológicos. O que se observa na literatura é que não só as cirurgias ablativas, como as reconstrutivas complexas estão sendo realizadas com pleno sucesso e com resultados até superiores quando comparados com a cirurgia aberta. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência dos autores em cirurgia laparoscópica urológica, bem como complicações ocorridas.

MATERIAL E MÉTODO: Realizou-se análise retrospectiva de todos os casos de cirurgias laparoscópicas urológicas realizadas neste serviço, no período de julho de 2.001 a outubro de 2.009. A idade dos pacientes variou de 18 meses a 84 anos. Foram realizados 549 procedimentos urológicos laparoscópicos, com pelo menos 36 modalidades cirúrgicas, de forma isolada ou em associação; dentre elas destacam-se: 120 nefrectomias (dentre estas 35 doadores renais, 57 por doenças benignas e 28 por tumores renais); 130 prostatectomias radicais, 31 pieloplastias, 18 sacrocolposuspensões, 73 tratamentos de cálculos urinários (pielolitotomia em 29, 43 ureterolitotomias, sendo 1 com SINGLE PORT e 1 nefrolitotomia); 68 varicocelectomias, 11 adrenalectomias, 21 marsupializações de cistos renais, 1 ureter retrocava, 13 reimplantes ureterovesical e anti-refuxo, 8 plicaturas de epiploon em obstrução de cateter de CAPD, 5 cistectomias totais e 4 parciais, 6 linfadenectomias pélvicas e 3 retroperitoneais, 7 laparoscopias exploradoras em criptorquidias e 1 orquidopexia, 5 adenomectomias prostaticas (Mariano), 3 correções de fístulas vesico-vaginais, 5 ileocistoplastias, 4 ureterolises, 3 suturas de alças de intestino delgado, dentre outras.

RESULTADOS: O período de permanência hospitalar variou entre 12 horas a 10 dias. O tempo cirúrgico mais curto foi de 40 minutos e o mais longo de 8 horas e 30 minutos. 1 óbito foi registrado em pós-operatório de cistoprostatectomia radical laparoscópica em 9º PO devido à sepse urinária.

FVN FVN

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Figura 2: Pielolitotomia e litíase intra-piélica

FVN FVN

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Figura 3: Preservação do FVN

Figura 1: Artéria renal dupla