Carvão

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Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Engenharia Mecânica e Materiais Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais CAROLINA RESMINI MELO MORGANA NUERNBERG SARTOR FARACO PROFESSOR: Dr. Orestes Estevan Alarcon

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Universidade Federal de Santa CatarinaDepartamento de Engenharia Mecânica e Materiais

Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais

CAROLINA RESMINI MELOMORGANA NUERNBERG SARTOR FARACO

PROFESSOR: Dr. Orestes Estevan Alarcon

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SUMÁRIO:

1) Modelos de mineração (inicial, intermediário e atual)2) Histórico3) Tipos de carvão4) Consumo de carvão mundial5) Utilização do carvão na produção de energia6) Transporte do carvão7) Reservas de carvão8) Processos de extração (céu aberto e subterrâneo)9) Beneficiamento10) Drenagem ácida de minas

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11) Impactos ambientais causados pela mineração do carvão

12) Formas de recuperação das áreas degradadas13) Modelo conceitual de recuperação de situação não

ideal14) Exemplo de relatório do Portal da Ação Civil

Pública do Carvão15) Tendências mundiais e realidade minerária no

Brasil16) Gaseificação17) Referências Bibliográficas

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2. HISTÓRICO DO CARVÃO

Vídeo

1940

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Geologicamente, o carvão foi formado a partir do soterramento de plantas e posteriormente decomposição da parte celulósica em matéria carbonácea por pressão, temperatura e por bactérias, produzindo voláteis como H2, CH4 e CO2 que escaparam e deixaram o terreno com carbono sólido.

Calcula-se a cada 20 m3 de vegetais soterrados deram origem a 1 m3 de carvão num processo que levou cerca de 200 milhões de anos. ;

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% de CarbonoKcal/kg

TURFA 60% 3000 - 5000

LENHITO 70% 4000 - 6000

HULHA (carvão betuminoso)

80 a 85% 4500

ANTRACITE 90% 8000

Em função da história do carvão no subsolo, nomeadamente da profundidade de enterramento e das conseqüentes condições de temperatura e pressão na qual os restos vegetais foram submetidos, formam-se diferentes tipos de carvão mais ou menos ricos em carbono.

3. TIPOS DE CARVÃO

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Os carvões classificam-se de acordo com seu nível de maturidade geológica (rank), que se reflete no poder calorífico.

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CARVÕES BETUMINOSOS E ANTRACITOS

• Os carvões betuminosos metalúrgicos englobam os carvões coqueificáveis, que possuem características aglomerantes (caking) e são empregados para produção de coque, e carvões sem características aglomerantes, usados para injeção nos altos fornos.

• Os carvões energéticos não tem essas características aglomerantes e são empregados para geração de energia, aquecimento e outros usos industriais.

• Os antracitos são empregados na indústria siderúrgica e na mineração: - Na produção de pelotas de minério de ferro; - Na injeção em altos fornos (misturados com carvões betuminosos); Na produção de sinter (substituindo, parcialmente, moinha de

coque).

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4. CONSUMO DE CARVÃO NO MUNDO• O consumo de carvão no mundo deverá crescer a uma taxa de 1,5% ao ano até

2025.• Consumo de carvão (exceto linhito) em 2003: 4,0 bilhões t• Projeção do consumo para 2025: - Cenário básico: 6,8 bilhões t - Cenário de elevadas taxas de crescimento: 8,0 bilhões t - Cenário de baixas taxas de crescimento: 5,3 bilhões t• Cabe acrescentar que o investimento para a extração do carvão é cerca de 5 vezes

inferior ao investimento necessário à extração do gás natural e cerca de 4 vezes inferior ao investimento para extração do petróleo.

Fonte: International Energy Agency - IEA

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5. UTILIZAÇÃO DO CARVÃO NA PRODUÇÃO DE ENERGIA

O carvão é extraído do solo, fragmentado e armazenado em silos para, posteriormente, ser transportado à usina, onde novamente será armazenado. Em seguida, é transformado em pó, o que permitirá melhor aproveitamento térmico ao ser colocado para queima nas fornalhas de caldeiras.

O calor liberado por esta queima é transformado em vapor ao ser transferido para a água que circula nos tubos que envolvem a fornalha.

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A energia térmica (ou calor) contida no vapor é transformada em energia mecânica (ou cinética), que movimentará a turbina do gerador de energia elétrica.

Este movimento dá origem à energia elétrica. No caso da co-geração, o processo é similar, porém o vapor, além de gerar energia elétrica, também é extraído para ser utilizado no processo industrial.

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6. TRANSPORTE• O transporte é a atividade mais complexa e dispendiosa

da cadeia produtiva do carvão. Exemplo, conforme está registrado no Plano Nacional de Energia 2030, em 2004 o preço CIF – que inclui frete e seguro – de uma tonelada de carvão metalúrgico no Japão era de US$ 61, enquanto o custo do frete chegava a US$ 49,50 por tonelada.

• Para distâncias muito curtas é transportado por esteiras, nos trajetos mais longos, utiliza-se caminhões, trens e barcaças. Pode ser misturado à água formando uma lama que é transportada por meio de dutos.

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• Só são transferidos, de um local para outro, os tipos de carvão com baixo teor de impurezas. Os demais são utilizados nas proximidades do local de mineração – onde, em geral, também são construídas as termelétricas abastecidas por esse combustível. É o que ocorre nas cinco usinas termelétricas movidas a carvão em operação no Brasil, todas localizadas no sul do País, nas proximidades das áreas de mineração.

• Do ponto de vista econômico, é mais eficiente investir na construção de linhas de transmissão de eletricidade do que no transporte do carvão.

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No Rio Grande do Sul localizam-se as maiores jazidas do carvão nacional, correspondendo a cerca de 90% do total desses recursos no país. A maior delas é a de Candiota, que representa, sozinha, 38,7% do total nacional.

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7. RESERVAS DE CARVÃOAs reservas de carvão encontram-se distribuídas em

cinco continentes e somam 984, 4 bilhões t.Reservas Internacionais de Carvão 1

Fonte: BP 2004 1 Reservas provadas

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Reservas mundiais de carvão mineral – 2007 (em milhões de toneladas).

.

Fonte: BP, 2008

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Consumo mundial de carvão mineral – 2007 (em Mtep).

Fonte: BP, 2008

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Produtores e consumidores de Carvão.

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Reservas Brasileiras• Compostas pelo carvão dos tipos linhito e sub-

betuminoso. • As maiores jazidas situam-se nos estados do Rio

Grande do Sul e Santa Catarina. As menores, no Paraná e São Paulo.

• As reservas brasileiras ocupam o 10° lugar no ranking mundial, mas totalizam 7 bilhões de toneladas, correspondendo a menos de 1% das reservas totais.

• A Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM) calcula que as reservas conhecidas poderiam gerar hoje 17 mil megawatts (MW).

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Centrais termelétricas a carvão mineral em operação no Brasil - situação em novembro de 2008

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CARVÃO MINERAL NO BRASIL EM 2009:

-Produção (carvão vapor): 5,7 Mt- Importação (carvão metalúrgico e coque): 12,7Mt + 434Kt- Consumo = 20Mt/ano

Reservas de 7 bilhões de toneladas pouco

exploradas.

RS = 89%SC, PR e SP = 11%

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8. PROCESSO DE EXTRAÇÃO DO CARVÃO MINERAL

Lavra a céu aberto: é possível quando a camada de carvão está aflorando à superfície. A lavra consiste na remoção da camada estéril (superior), deixando a camada de carvão ao tempo, onde então, extrai-se o carvão mineral.

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Céu Aberto:A taxa de recuperação pode atingir 90% se toda a camada puder ser explorada.

Este valor é bem superior ao dos métodos empregados na mineração subterrânea.

COPELMI Mineração Ltda, 2006

Exigem grandes equipamentos, tais como escavadeiras de arrasto (draglines), pás mecânicas (power shovels), caminhões e esteiras. O trabalho de desmonte do solo e das rochas é feito por explosivos. Em seguida, o capeamento é retirado pelas escavadeiras ou pelas pás mecânicas. Uma vez que a camada de carvão é recuperada, o mineral é fracionado e empilhado para ser transportado por caminhões ou por esteiras para o local onde ele será beneficiado.

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LAVRA SUBTERRÂNEA:

A lavra subterrânea (mais profunda) é feita através de galerias. Esta extração pode ser manual, semi-mecanizada ou mecanizada. Existem dois métodos de lavra subterrânea: câmara e pilares (roomand-pillar); e frente larga (longwall mining).

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LAVRA SUBTERRÂNEA:• Os depósitos de carvão são recuperados de maneira a formar galerias, onde os pilares são formados pelo próprio mineral que sustentam a cobertura da mina e controlam o fluxo de ar.

• As câmaras normalmente tem de 5 a 10 metros de largura, e os pilares, 30 metros de extensão. O mineral extraído é carregado através de esteiras para a superfície.

• Esse processo consiste na mineração do carvão que forma os pilares, de forma a permitir que a cobertura tombe. Ao final deste processo, a mina é abandonada.

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LAVRA SUBTERRÂNEA

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Mineração de câmaras e pilares

Legenda: 1- perfuratriz de teto; 2- cortadeira; 3- perfuratriz de frente; 4- explosivo; 5- loader; 6- shuttle car;7- alimentador; 8- centro força; 9-

correia transportadora.Fonte: Borges, 2004

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Parafusos de teto

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• A produtividade das minas a céu aberto é superior à das lavras subterrâneas.

• Instituto Mundial do Carvão: 60% da oferta mundial de carvão mineral é extraída por meio da mineração subterrânea.

• No Brasil, a maior parte é explorada a céu aberto. É o que ocorre, também, em importantes países exportadores, como Austrália e Estados Unidos.

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9. BENEFICIAMENTO

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10. DRENAGEM ÁCIDA DAS MINAS DE CARVÃO

A DAM é o resultado da oxidação natural de minerais sulfetados quando expostos à ação combinada da água e oxigênio, na presença de bactérias.

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Efluentes de DAM são gerados nas frentes de lavra a céu aberto ou subterrâneo, depósitos de rejeitos e pilhas de estéreis contendo pirita, bacias de decantação e pátios de armazenamento de minério beneficiado, sendo que os compostos oxidados aparecem como crostas brancas e amareladas na superfície exposta das rochas.

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Os efluentes de DAM são geralmente caracterizados pelo:- baixo pH, - elevada acidez - por conter metais e sulfatos.

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A pirita (FeS2) é o principal mineral responsável pela geração de ácidos. A reação de solubilização da pirita envolve a oxidação anódica de íons disulfito ( S2

-2 ) até o íon sulfato ( SO2

-4 ).

A reação global da oxidação da pirita é:

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Tabela 6: Características típicas

de uma DAM produzida em minerações de

carvão (concentrações em mg/L); CONAMA refere-se à legislação

federal para lançamento de

efluentes líquidos, parâmetros

inorgânicos, valor máximo, resolução

CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 arti go 34 parágrafos 4º e

5º.

Parâmetro DAM CONAMA

pH 2,5 5 a 9

Ferro (mg/L) 118,00 15,0

Manganês (mg/L) 138,00 1,0

Cobre (mg/L) 56,00 1,0

Sulfetos (mg/L) 19,40 1,0

Chumbo (mg/L) 2,10 0,5

Bário (mg/L) 2,50 5,0

Selênio (mg/L) 0,30 0,05

Mercúrio (mg/L) 1,70 0,01

Arsênio (mg/L) 0,20 0,5

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Na região sul de SC, há cerca de 5.000 ha de áreas degradadas pela extração do carvão, com 2/3 dos cursos d’água comprometidos pela drenagem ácida de mina.

Cerca de 786 km de rios atingidos pela DAM.

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O Quarto Relatório de Indicadores Ambientais do Processo de Cumprimento de Sentença N° 2000.72.04.002543-9 (Ação Civil Pública n° 93.8000.533-4) traz as atualizações nos dados do monitoramento regional realizado na bacia carbonífera de Santa Catarina até junho de 2010 (trabalho de campo).

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Comprometimento dos rios afetados pela mineração de carvão nas bacias dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão com base

no pH medido.

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Comprometimento dos rios afetados pela mineração de carvão nas bacias dos rios Araranguá, Urussanga e

Tubarão com base na concentração de acidez medida

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11. IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA MINERAÇÃO DO CARVÃO

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SAÚDE:“A fumaça e as pequenas partículas

geradas pela queima do carvão são responsáveis por mais de 50 mil mortes prematuras e 400 mil novos casos de bronquite crônica por ano em 11 metrópoles da China”, declara o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

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SAÚDE:• Alta incidência de doenças respiratórias devido

à liberação de dióxido de enxofre, monóxido de carbono (máquinas), e outros gases (explosivos).

• A Pneumoconiose nos mineiros das minas de carvão.

• Asma ocupacional e bronquite industrial.

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Principal acidente ocorrido em minas de carvão no Brasil:

No amanhecer de 10 de setembro de 1984, uma violenta explosão causada por gás metano matou 31 operários na mina da antiga CCU (Compania Carbonífera Urussanga), na comunidade de Santana, em Urussanga. Foi a maior tragédia na história da mineração no Brasil.

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Santana, em Urussanga (SC), 1940.

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Os próximos dados numéricos e gráficos foram consultados no Portal da Ação Civil Pública do Carvão(https://www.jfsc.jus.br/acpdocarvao/index.php) e do Relatório Estatístico Mundial de Energia de 2010.

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Volume de efluente tratado nas indústrias carboníferas no ano de 2009.

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Em termos nominais em 2010, a China consumiu 329 Mtce de carvão a mais que 2009 .

Na China, atualmente, um programa de desativação de 114 mil MW de plantas antigas a carvão deverá, com a construção de 112 mil MW de usinas de alta eficiência (46%), reduzir cerca de 40% das emissões, incluindo CO2.

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A redução pela metade da expansão da energia nuclear no planeta depois do desastre de Fukushima, no Japão, aumentará o crescimento global das emissões de CO2 em 30% até 2035, alertou a Agência Internacional de Energia, em maio de 2011.

A agência já havia advertido no mês de abril que a meta para limitar a mudança climática a níveis mais seguros não estava sendo alcançada depois que as emissões globais aumentaram quase 6% em 2010.

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O carvão tem um alto custo ambiental. Quase 1kg de dióxido de carbono é emitido para gerar um quilowatt-hora de eletricidade a partir do carvão.

- Indústria de energia de gás moderna emite cerca de 350 gramas de CO2 por quilowatt-hora gerado.

- Indústria de energia nuclear é responsável por cerca de apenas 30 gramas de CO2 por quilowatt-hora gerado.

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Evolução 1971-2009 da produção de hulha * por região (Mt)

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Setores de consumo mundial do carvão em 1973 e 2008.

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Infográfico do aumento do consumo de combustíveis fósseis, de 1990 a 2008.

Fonte: Der Spiegel

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12. FORMAS DE RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS

A recuperação de uma área minerada implica na mitigação dos impactos ambientais das atividades que ali se desenvolvem ou foram desenvolvidas, com o objetivo de restaurar o local o mais próximo possível do estado original.

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13. MODELO CONCEITUAL DE RECUPERAÇÃO DE SITUAÇÃO NÃO IDEAL

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Alternativas técnicas para mitigação da geração de drenagens ácidas

- Cobertura de rejeitos com materiais consumidores de oxigênio ou materiais que inibam a penetração do oxigênio e/ou água em seu interior (coberturas secas);

- Instalação de poços de desaguamento;- Selagem de minas subterrâneas;- Uso de zeólitas para tratamento da DAM.

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- Coberturas secas:As coberturas secas são projetadas para

desviar ou retardar o fluxo de água e de oxigênio para dentro das áreas contendo materiais geradores de ácido.

Os materiais normalmente utilizados para efeito de cobertura incluem camadas de solo (de preferência, existentes da região) com diferentes granulometrias e capacidade de retenção de umidade; coberturas sintéticas (PVC) e resíduos sólidos de outras atividades que possuam características adequadas para esse fim.

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Cobertura seca típica.

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Exemplo de cobertura seca realizada pela Carbonífera Criciúma.

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Disposição em áreas controladas por coberturas secas, visando o seu uso para plantio de hortaliças.

Produção das hortaliças

UTILIZAÇÃO FUTURA DE ÁREAS RECUPERADAS (PROJETO HORTALIÇA)

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- Instalação de poços de desaguamento:

Poços de desaguamento são drenos utilizados para desviar as águas que ainda não foram contaminadas das áreas potencialmente poluidoras. Existem diversos tipos de drenagens que podem ser empregadas, porém a seleção de um tipo específico depende das características da mina.

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- Selagem de minas subterrâneas

Neste método são usadas paredes de concreto para separar as rochas produtoras de ácido das águas subterrâneas. Sua função primária é reduzir o volume de água subterrânea que percola pelos resíduos reduzindo, conseqüentemente, o volume de drenagem ácida gerado.

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- Uso de zeólitas para tratamento da DAM:

AmostraFerro Total

(mg/L)

Manganês

Total (mg/L)

Zinco

(mg/L)Recipiente 1

(Branco)1,23 3,83 0,08

Recipiente 2(0,5g/100mL

de DAM)<0,02 0,55 0,03

Recipiente 3(1g/100mL de

DAM)0,05 0,06 0,02

Tabela 2: Resultados da Espectrofotometria de Absorção Atômica.

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Cada área a recuperar/reabilitar deve ser objeto de um PRAD (Projeto de Recuperação da Área Degradada) específico, obedecendo ao PRAD-padrão.

O licenciamento ambiental do PRAD é atribuição da FATMA, que, se aprová-lo, emitirá uma Licença Ambiental de Instalação (LAI), que autoriza a execução das obras de recuperação.

14. Exemplo de relatório do portal de Ação Civil Pública do Carvão

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Concluídas as obras de recuperação, a FATMA emitirá uma Licença Ambiental de Operação (LAO), que autoriza o início da fase de monitoramento da recuperação.

Somente após comprovada a eficácia da recuperação, mediante monitoramento por tempo suficiente, é que a FATMA emitirá um laudo atestando a recuperação da área.

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Exemplo: Itens a serem analisados nos PRADs, de acordo com cada tipo de BMA.

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15. TENDÊNCIAS MUNDIAIS E REALIDADE MINERÁRIA NO BRASIL

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Participação na geração da energia

elétrica mundial.

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Especialistas da Agência Internacional de Energia (IEA) estimam que a demanda pelo carvão aumentará nas próximas duas décadas muito mais do que por qualquer outra fonte de energia, exceto a eólica e solar, e passará dos níveis atuais de cerca de 6,7 bilhões de toneladas por ano para quase 10 bilhões de toneladas em 2030.

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A China e a Índia são as principais responsáveis pelo aumento da demanda de carvão, e os dois países já respondem por mais da metade da demanda global.

De acordo com a IEA, eles terão mais do que duplicado seu consumo de carvão até 2030.

Na China, quase toda semana uma nova usina elétrica a base de carvão é colocada para funcionar.

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Nenhum outro combustível fóssil está disponível em tamanha quantidade; as atuais reservas de carvão durarão por gerações.

Nenhum combustível fóssil é tão barato. Custa apenas cerca R$ 0,11 para gerar um quilowatt-hora de eletricidade a partir do carvão, comparado com cerca de R$ 0,90 a partir da energia solar.

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• 75 países possuem reservas expressivas.

• Outros países respondem por 33%: Austrália, África do Sul, Ucrânia, Cazaquistão e Iugoslávia.

As reservas de carvão totalizam 1 trilhão de toneladas, quantidade suficiente para suprir o consumo nos níveis atuais por 190 anos.

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Os projetos já licenciados e aprovados para gerar energia a base de carvão mineral no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina somam 2,4 mil MW e aproximadamente 7 bilhões de dólares.

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Somente a China, no ano de 2011, deverá utilizar 3,4 bilhões de toneladas de carvão na produção de energia elétrica, aço, cimento e siderurgia.

Devido a seu desenvolvimento econômico em virtude da exploração do carvão, a China conseguiu retirar 280 milhões de pessoas da miséria entre 1990 e 2006.

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A Agência Internacional de Energia – IEA - lançou, em Paris, sua versão 2011 de informações sobre consumo, mercado e produção de carvão mineral no mundo.

Os dados confirmam que cenário desenhado na última década, o combustível que foi o motor da revolução industrial e que permaneceu com um quarto em participação na matriz de energia primária do mundo, ao longo do século XX, é o combustível do século XXI.

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Segundo a IEA, o consumo global do carvão cresceu 10,8% em 2010 alcançando 5.234 Mtce.

Observa-se que cerca de 80% do consumo incremental vem de países pobres, mas mesmo nos ricos, como na Comunidade Européia, o consumo de carvão cresceu 4,8%.

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O consumo de carvão vapor cresceu 11 % e o metalúrgico (usado para fabricação de aço) cresceu 15,5 %.

A produção total de carvão no mundo está estimada em 7.228,7 Mt, sendo 6% maior que 2009 e 61% maior que 1999, o que reforça a liderança de crescimento no século XXI.

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Existem em construção no planeta 216 GW (dois Brasil) – em térmicas a carvão sendo que 17 GW na Europa e 19 GW nos USA. O atual cenário deverá permanecer, ampliando a demanda por carvão, inclusive após o efeito Fukushima.

Verifica-se que mesmo com 165% de aumento das energias renováveis de 1990 a 2008 a sua participação na matriz mundial tem caído visto ao crescimento dos fósseis.

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16. GASEIFICAÇÃOA gaseificação se dá pela reação química

dos agentes gaseificantes gasosos (O2, ar, H2Ov, H2, CO2) com a matéria carbonosa do carvão, resultando numa mistura de gases constituída geralmente de H2, CO, CO2, CH4 e N2, cuja composição e proporção dependem do processo de gaseificação adotado e das condições de operação utilizadas.

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Gaseificação de carvão na

planta de Wabash River

(EUA)

IGCC

IGCC: Gaseificação

Integrada com Ciclos

Combinados.

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IGCC: Gaseificação Integrada com Ciclos Combinados

• Maior eficiência energética do que plantas convencionais.

• Redução de emissões de poluentes, quando comparado com tecnologias convencionais: 33% do NOx e 75% do SOx

• Praticamente ausência de emissões de particulados.• A planta usa de 30 a 40% menos água do que outras

plantas de geração de energia convencional.

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Gaseificação Subterrânea de Carvão in situ Underground Coal Gasification (UCG)

A gaseificação subterrânea de carvão in situ não é uma idéia nova, esta técnica tem sido empregada pelos soviéticos desde 1930, países como EUA tem acompanhado e estudado esta tecnologia desde 1940 e já realizaram, inclusive, muitos testes de UGC com sucesso.

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O gás produzido na UCG, comumente conhecido como gás de síntese (syngas – mistura de CO e H2) é gerado pelas mesmas reações químicas que ocorrem numa gaseificação convencional (com gaseificadores comerciais), porém, o processo de gaseificação ocorre na própria jazida de carvão subterrânea não minerada.

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Esquema representativo de uma unidade UCG onde o gás produzido é utilizado para geração de eletricidade. Fonte:

Lawrence Livermore National Laboratory – USA.

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Vantagens da gaseificação subterrânea (UCG):• Acesso às camadas de carvão inacessíveis à mineração

convencional devido à profundidade;• Elimina os problemas relacionados à segurança dos

trabalhadores;• Os custos relacionados aos gaseificadores e seus

auxiliares são desprezados já que o reator do processo é a própria camada de carvão;

• Os resíduos ficam na própria camada de carvão, reduzindo custos com deposição e tratamento de rejeitos;

• Potencial de combinação entre a UCG e o sequestro de carbono. O próprio depósito geológico tem capacidade de aprisionar estes gases.

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17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS- International Energy Agency (IEA) – disponível em www.iea.org

- Portal da ação civil pública – disponível em www.jfsc.jus.br/acpdocarvao- Associação Brasileira do Carvão Mineral – disponível em http://www.satc.edu.br/abcm/conteudo.asp?d1=38&d2=&d3=7- CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 020/1986. Resoluções CONAMA 1984-1991, 4º edição, Brasília, 1992.

- IPAT/UNESC – Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas – Universidade do Extremo Sul Catarinense. DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS DE TRATAMENTO DE DRENAGEM ÁCIDA DE MINAS DE CARVÃO. Relatório técnico. Criciúma, 90p., 2001.- Atlas de fontes não renováveis parte III, 2009 – disponível em http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par3_cap9.pdf- ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – disponível em www.aneel.gov.br

- BARBOSA, J. P. ET al.; PROJETO CONCEITUAL PARA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA CARBONÍFERA SUL CATARINENSE. Relatório técnico elaborado pelo CETEM/MCT ao SIECESC, 1V, 2001.- PNE – Plano Nacional de Energia 2030, 2007 – disponível em www.epe.gov.br- World Coal Institute (WCI) – disponível em www.worldcoal.org