Cartilha Mudanças Climáticas e Emergências
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Mudanças Climáticas e Emergências
Prevenção e práticas de Desenvolvimento Solidário e Sustentável
Mudanças Climáticas e Emergências: Prevenção e Práticas de Desenvolvimento
Solidário e Sustentável.
Organização e texto final:
Secretariado regional, Cáritas Diocesana de Criciúma e Cáritas Diocesana de Caçador
Projeto gráfico e diagramação:
Fernando Zamban
Foto capa:
Corbis images
Rua Pedro Manoel Apolinário, 90 | Bairro Santa Bárbara
88804-350 Criciúma - SC
Fone: 48.3433-1581
Rua Mafra, 235 | Bairro Bom Jesus
89500-000 Caçador - SC
Fone: 49.3563-2045
Impressa em Julho de 2010.
Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina
Rua Deputado Antonio Edu Vieira, 1524 | Bairro Pantanal
88040-001 Florianópolis - SC
Fone: 48.3207-7033
Cáritas Diocesana de Criciúma
Cáritas Diocesana de Caçador
Mediante as últimas situações de emergências em Santa
Catarina, a Cáritas foi interpelada e desafiada a ter novas prioridades
de ação no estado e nas dioceses. A experiência de 2008, a
articulação de projetos da cooperação internacional, as parcerias, as
campanhas, doações enfim, uma grande diversidade de ações que
foram despertando uma reflexão mais profunda de sobre nossa
atuação. Qual o nosso papel diante destas situações? Qual o papel
do Estado através da defesa civil? Como podemos fazer parcerias
nestes momentos mais trágicos das emergências?
A atuação nas situações de emergência é uma das marcas da
longa história da Cáritas Brasileira e motivo de reconhecimento pela
Igreja e pela sociedade. Assim, baseado nos trabalhos desenvolvidos
e na construção da política de emergências da Cáritas Brasileira,
percebeu-se que não basta atuar somente no momento da tragédia
que é quando a mídia dá grande destaque. É preciso ter uma atuação
antes, desenvolvendo atividades preventivas. Em muitas destas
tragédias, como é constatado em SC, por exemplo, o sofrimento das
famílias poderia ser menor se houvesse uma prevenção mais efetiva
e as famílias não permanecessem em áreas de risco. Também ter
uma atuação depois da ocorrência de uma emergência, em que as
famílias mais empobrecidas permanecem esquecidas pela
sociedade e pela mídia. É neste momento, de reconstrução, onde as
famílias precisam reconstruir-se e reconstruir seus meios de vida:
terrenos, moradia, trabalho, família, etc. que a ação da Cáritas deve
ser continuada e intensificada.
Deste modo, a partir das ações desenvolvidas com os
atingidos pelas enchentes de setembro de 2009 pela Cáritas
Diocesana de Caçador e de Criciúma, com apoio da KNH, foram
pensadas oficinas de formação sobre prevenção, desenvolvimento
sustentável e solidário e como agir no momento de catástrofes.
Esta cartilha pretende ser instrumento pedagógico para o
trabalho com as famílias beneficiadas pelo projeto e dialogar com as
intr
oduç
ão
Mudanças Climáticas e Emergências
02
comunidades locais para entender melhor como essas mudanças
que estão acontecendo interferem na vida de todos e também
apontar alguns caminhos que podemos tomar para diminuir os
impactos dessas mudanças na vida humana. Mas para realizar as
mudanças que queremos são necessárias mudanças no
comportamento das pessoas, das universidades, das empresas, dos
governos, etc., ou seja, no modelo de desenvolvimento e na
construção de ações responsáveis e sustentáveis.
Agradecemos o apoio e parceria da KNH que viabilizou os
recursos do projeto, dos agentes Cáritas das Dioceses de Caçador e
Criciúma, e dos que contribuíam para que este material fosse
elaborado.
Pe Roque Ademir Favarin
Secretário Regional
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Dados das mudanças climáticas
O que é efeito estufa e a importância que ele tem nas mudanças
climáticas
O nosso planeta vem sofrendo, por vários anos
consecutivos, com alterações climáticas significativas provocando
desastres ambientais intensos como tornados, furacões,
tempestades, enxurradas, ondas de calor e de frio, as secas, as
geleiras derretendo, o mar subindo, etc. As alterações na
temperatura do planeta demonstram que o aumento é gradativo.
Uma previsão do IPCC apresentada em 2007 afirma que essa
elevação de temperatura do planeta poderá ser de 1,8° até 4,0°,
dependendo de quanto será a capacidade do ser humano em
controlar ou aumentar a emissão de gases na atmosfera. Esse
aumento da temperatura significará também um aumento no nível
dos oceanos de 18 a 59 cm afetando especialmente os moradores
litorâneos.
O planeta é coberto por uma camada de gases que agem
como uma estufa para manter a Terra aquecida. O efeito estufa é a
maneira pela qual a Terra mantém uma temperatura média,
evitando a entrada excessiva de calor durante o dia e frio durante a
noite. O aumento de dióxido de carbono, e também de outros gases,
desequilibra essa camada protetora e faz com que a temperatura da
Terra aumente.
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E CONSEQUÊNCIAS
DA AÇÃO HUMANA NO MEIO AMBIENTE.
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Mudanças Climáticas e Emergências
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.
Fonte: Cartilha “Aquecimento Global Você é parte do problema, você é parte da solução!” da Comissão de Turismo e Meio Ambiente.
Quem é o grande responsável desse aumento da
temperatura global? O efeito estufa? Sim, mas não só. A causa é, de
fato, o constante aumento na emissão de gases nocivos na
atmosfera provocando o aumento da temperatura da terra.
Entretanto, essas alterações na quantidade de gases na atmosfera é
consequência da constante intervenção humana na natureza como
o crescimento da industrialização, desmatamentos, etc.
Em Santa Catarina podemos perceber isso claramente. O
estado sofreu um processo de secas na região oeste que não são
mais fenômenos sazonais. Hoje temos períodos constantes sem
chuvas naquela região. O oposto aconteceu na região do vale do
Itajaí e sul do estado que sofreu com o acúmulo de chuvas
ocasionando deslizamentos, enxurradas, enchentes, etc. E esses são
apenas os fenômenos mais recentes.
Há alguns anos atrás, por exemplo, tínhamos temperaturas
como -17,8°C registrados no morro da igreja em Urubici em 29 de
junho de 1996. Se olharmos ainda para as estações do ano vamos
facilmente identificar as significativas modificações: alteração na
intensidade do frio em nosso estado, especialmente nas regiões
Situação atual do planeta e suas consequências para Santa
Catarina
Principais Gases do Efeito Estufa
Mudanças Climáticas e Emergências
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serranas. A cada ano temos menos registros de neve ou geadas mais
intensas em nossos territórios. Ou ainda o calor excessivo registrado
em fevereiro de 2010 com 38,7º em Urussanga e 40º em Criciúma.
Estes fenômenos não podem ser mais entendidos como
catástrofes da natureza. A forma do ser humano usar e explorar a
natureza para gerar a riqueza e os bens necessários tem um papel
significativo nas mudanças que vem acontecendo.
Os frutos do crescimento econômico capitalista
É pelos frutos que se conhece a árvore, advertiu Jesus.
Seguindo essa sábia sugestão metodológica, vale a pena examinar o
sistema socioeconômico dominante nos últimos séculos através dos
seus frutos para a humanidade, para os demais seres vivos e para a
própria Terra como mãe da vida.
Com segurança de noventa por cento, o que é muito para
conclusões científicas, sabe-se, agora, que o aquecimento do
Planeta e as mudanças climáticas provocadas por ele agravaram-se a
partir de 1850, isto é, com a chamada “revolução industrial”, com o
domínio da empresa tipicamente capitalista na economia e com a
dominação da burguesia na política. E deram um salto imenso a
partir de 1990 com o fim dos países socialistas europeus e com a
vitória dos capitalistas radicais, neoliberais, que foram impondo em
todo o Planeta o “mercado capitalista neoliberal”, agora globalizado.
Um dos sinais dos frutos desse tipo de desenvolvimento está
no seguinte fato: os dez anos mais quentes de toda a história
conhecida e pesquisada aconteceram a partir de 1990 e todos os
anos do século XXI que também estão entre os mais quentes.
Já são conhecidos os frutos sociais da globalização
neoliberal capitalista: ao lado de uma crescente e escandalosa
concentração da riqueza e da renda, gerada especialmente pela
especulação, o desemprego estrutural, a desvalorização e a
Mudanças Climáticas e Emergências
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precariedade do trabalho, a insegurança de perspectivas,
especialmente da juventude, a pobreza e a miséria. Mesmo havendo
alimentos, só se alimenta quem tiver dinheiro, poder de compra,
pois os alimentos vão sendo transformados em commodity, em
mercadoria jogada no mercado de futuros, na especulação. Com o
esgotamento dos recursos naturais, tudo vai virando motivo de
guerra: pelo petróleo e gás, pela água, pelos minérios, pela
biodiversidade...
Por isso, uma pequena inflação nos preços dos alimentos
provoca “revoltas por causa da fome”. Os países foram levados a
produzir só o que é vantajoso exportar, vender, passando a importar
dos demais tudo que precisam. Com isso, os preços são globais,
determinados pelas grandes empresas que controlam o comércio
mundial, e quem tem dinheiro pode comer, quem não o tem passa
fome.
Esses são os frutos da revolução industrial e da globalização
capitalista neoliberal reinante. Está chegando a hora, e já chegou, de
cobrar responsabilidades. Já não se pode afirmar que acontecem
“emergências naturais”. Os movimentos da Terra, cada dia mais
ameaçadores, são respostas às agressões humanas. Uma política de
atuação junto às pessoas que sofrem em novas e neoliberais
situações de emergência não pode deixar de levar em conta o grito
profético presente nelas, um grito que exige mudanças estruturais
profundas.
As mudanças na legislação ambiental, no código florestal em
Santa Catarina e no Brasil ajudarão a aumentar ou prevenir para que
as catástrofes naturais prejudiquem menos a população? Embora
não é a maioria da população causadora e nem beneficiada deste
modelo destruidor acima descrito, podemos desenvolver ações
como amenizar os problemas. Mas também desenvolver ações para
mudar o modelo, indo à raiz dos problemas. A seguir, apresentamos
algumas sugestões neste sentido.
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O que é Desenvolvimento Solidário e Sustentável - DSS
A Cáritas Brasileira nos seus objetivos crê que é possível criar
outro jeito e forma de desenvolvimento que não o capitalista. O
Desenvolvimento Solidário e Sustentável é um modelo de
desenvolvimento multidimensional (dimensão ambiental,
econômica, política, social e cultural) que reconhece, acolhe e
respeita os elementos e características de cada um dos territórios. É
uma ação cultural, um processo de transformação das relações
sociais, políticas, produtivas, de consumo que incorpora:
A dimensão da Sustentabilidade – à medida que
promovem a transformação das relações entre as pessoas e a
natureza, buscando a harmonia entre o bem-estar do ser humano e
o meio ambiente e reconhecem a unidade da vida no planeta Terra e
a importância da biodiversidade.
A dimensão da Solidariedade – à medida que trabalham
para a inclusão de todas as pessoas em seus benefícios, promovem o
rompimento com a visão utilitarista do meio ambiente, expressam
um novo conceito de novas relações de poder, na condição de
associação, de articulação de esforços e compromissos voltados
para a superação de todas as desigualdades e de destruição da vida.
Para trabalhar estas dimensões acima a Cáritas incentiva e
promove a Economia Popular Solidária como uma das estratégias do
Desenvolvimento Solidário Sustentável.
PRÁTICAS CONCRETAS DE RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO ECOLÓGICO
E ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA
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Mudanças Climáticas e Emergências
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Economia Popular Solidária
Economia Popular Solidária é um jeito diferente de
produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem
explorar ninguém, sem querer levar vantagem, sem destruir o
ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, sem patrão nem
empregado, cada um pensando no bem de todos e no seu próprio
bem.
A Economia Popular Solidária é uma prática regida pelos
valores de autogestão, democracia, cooperação, solidariedade,
respeito à natureza, promoção da dignidade e valorização do
trabalho humano, tendo em vista um projeto de desenvolvimento
sustentável global e coletivo. Também é entendido como uma
estratégia de enfrentamento da exclusão social e da precarização do
trabalho, sustentada em formas coletivas, justas e solidárias de
geração de trabalho e renda.
A Economia Solidária é utilizada pela Cáritas Brasileira como
uma estratégia de enfrentamento às situações de emergência. Em
situações de catástrofes, onde famílias perdem seus bens e meios de
vida, o trabalho associado, a autogestão, a cooperação, a
solidariedade, que são princípios da Economia Solidária fortalecem
a união e a reconstrução da vida das pessoas atingidas sob a ótica do
respeito ao território onde elas vivem, ao cuidado com a natureza,
etc.
A primeira coisa a ser feita na prevenção às mudanças
climáticas é a mudança de comportamento social. É perceber que
mesmo ações pequenas têm significativos impactos. Outra é a
organização comunitária para o enfrentamento e cobrança de
autoridades a elaboração de metas ousadas na redução de emissão
Como nós podemos ajudar
Mudanças Climáticas e Emergências
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de gases na atmosfera. Não é justo com a maioria da população, que
não contribuiu de maneira significativa para o aumento da
temperatura do planeta tenha que resolver o problema. Ou seja, os
países que mais poluíram precisam investir mais.
Práticas de consumo consciente e sustentável
Em casa, o que nós podemos fazer?
a) Começar a separar o lixo seco do orgânico. Também fazer
uma campanha de conscientização, com a participação da
escola, dos grupos de jovens, das associações sociais, dos
movimentos populares, das igrejas, para que todas as casas
façam a separação do lixo.
b) Reforçar se existe, ou organizar a Associação dos
Catadores(as) de Materiais Recicláveis no bairro – para
coletar o lixo reciclável, organizar sua venda ou sua
industrialização inicial. Pode-se também exigir que a
Prefeitura recolha esse lixo e o entregue aos catadores(as)
organizados.
c) Para o lixo orgânico:
· Podemos abrir um buraco perto de casa e nele ir
jogando o que pode se decompor junto com terra, para
assim preparar adubo;
· Exigir da prefeitura coleta pública e destino adequado
para este tipo de lixo.
d) Um lixo especial é o óleo de cozinha depois de usado. Para
evitar que este contamine o solo:
· Pode ser coletado e entregue a um grupo que deseja
produzir sabão, para uso próprio e para venda;
· Pode ser coletado por um serviço público ou privado
para ser entregue às empresas que produzem biodiesel
ou outros tipos de combustível.
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e) Sabendo que uma das fontes de poluição da atmosfera é a
geração de energia elétrica, podemos:
· Utilizar e fazer campanha educativa para que, em todas
as casas, sejam usadas lâmpadas que consomem
menos energia;
· Incentivar a instalação de aquecedores solares,
substituindo os chuveiros elétricos. Esses aquecedores
podem ser feitos em casa, quase sem custos, com
material PET e significam diminuição da conta de luz
em, pelo menos, 30%;
· Cobrar da Prefeitura que a iluminação pública utilize
baterias que guardam energia produzida a partir do sol,
ou que, pelo menos, sejam usadas lâmpadas
econômicas.
f) Procurar fazer hortas caseiras e comunitárias.
E no campo, em que podemos ajudar?
· Nossa principal tarefa, como gente do campo, é a de
preservar as florestas nativas que ainda restam.
· Plantar mais árvores, especialmente para renovar as matas
ciliares, que são aquelas que ficam à beira de córregos, rios e
lagoas.
· Manter a diversidade das sementes crioulas. Multiplicar
“bancos comunitários de sementes”.
· Cuidar das nascentes e dos leitos de córregos e rios.
Recuperar a vegetação e a mata ciliar. Evitar a construção de
muitas represas individuais. Se for preciso, fazer uma
represa comunitária.
· Organizar-se para manter e utilizar espaços coletivos de
pastagem, diminuindo a derrubada da floresta em cada
propriedade.
Mudanças Climáticas e Emergências
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· Aprender a guardar a água da chuva, filtrar parte da água
usada, manejar a água da irrigação.
· Aprender a produzir biogás com a fermentação produzida
pela mistura de esterco com folhas verdes, usando-o nas
casas, em processos de trabalho e na geração de energia.
· Aumentar a capacidade de luta dos agricultores familiares
em favor de seu modo de vida. Fazer o cultivo cuidadoso da
terra para a produção de alimentos saudáveis, evitando o
uso de agrotóxicos. Sair do sistema do agronegócio, que
produz mercadorias para gerar lucro e que provoca ainda
destruição do ambiente da vida.
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Como reagir no momento de uma catástrofe
Vendavais, tempestades e tornados
Danos causados: Os vendavais, tempestades e tornados
derrubam árvores e causam danos às plantações, derrubam a fiação
e provocam interrupções no fornecimento de energia elétrica e nas
comunicações telefônicas. Podem provocar enxurradas,
alagamentos ou ocorrer destelhamentos e danos em habitações mal
construídas e/ou mal situadas. Os vendavais podem causar
traumatismos pelo impacto de objetos transportados pelo vento,
por afogamento e por deslizamentos ou desmoronamentos.
O que fazer antes do vendaval
É pertinente revisar a resistência de sua casa,
principalmente o madeiramento de apoio do telhado. Desligue os
aparelhos elétricos e o gás e também abaixe para o piso todos os
objetos que possam cair.
E depois do vendaval?
Ajudar na limpeza da área, na desobstrução das ruas, ajudar
os vizinhos e evitar o contato com cabos ou redes elétricas caídas.
Avisar a Defesa Civil ou Bombeiros sobre estes perigos e não utilizar
ORIENTAÇÃO SOBRE AÇÕES DESENVOLVIDAS NO MOMENTO
DA CATÁSTROFE E MONITORAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO.
3
apre
sent
ação
Mudanças Climáticas e Emergências
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serviços hospitalares, de comunicações, a não ser que necessite
realmente. Deixar estes serviços para os casos de emergência.
Tempestade de granizo
Danos causados: O granizo causa grandes prejuízos principalmente
na agricultura ocorrendo destruição de telhados, especialmente
quando construídos com telhas de amianto ou de barro, destrói
lavouras e fruticulturas. Nas cidades causa congestionamentos no
trânsito devido ao acúmulo de gelo nas ruas, queda de árvores,
destelhamentos, alagamentos, danos às redes elétricas,
amassamento de latarias de veículos, quebra de vidros de veículos,
etc.
O que fazer quando ocorrer uma chuva de granizo?
Procurar abrigar-se da chuva torrencial que poderá
acompanhar o granizo e causar inundações. Não abrigar-se debaixo
de árvores ou em frágeis coberturas metálicas, pois há riscos de
quedas. Ter cuidado com construções mal acabadas procurando
abrigar-se em locais seguros resistentes a fortes ventos, onde não há
riscos de destelhamentos. Procure avisar os vizinhos sobre o perigo,
no caso de casas construídas em áreas de risco convencendo-os a
saírem de casa durante as chuvas. Comunique também o Corpo de
Bombeiros e a Defesa Civil.
Inundações
Principais causas: A pavimentação de ruas e construção de calçadas,
reduzindo a superfície de infiltração de água, as construções que
contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento
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das águas, o desmatamento de encostas e assoreamento dos rios
que se desenvolvem no espaço urbano, a acumulação de lixo em
galerias pluviais, canais de drenagem, rios e cursos d´água.
O que fazer?
Antes de tudo, salvar e proteger sua vida, a de seus
familiares e amigos e se precisar retirar algo de sua casa, após a
inundação, peça ajuda à Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros.
Jamais deixe crianças trancadas em casa sozinhas. Saiba da
localização e conheça o Centro de Saúde mais próximo da sua casa.
Procure colocar documentos e objetos de valor em um saco
plástico bem fechado e em local protegido e mantenha sempre
pronta água potável, roupa e remédios, caso tenha que sair rápido
da sua casa. Caso precise sair de casa, tenha um lugar previsto,
seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de uma
inundação. Antes de sair, se for possível, desconecte os aparelhos
elétricos da corrente elétrica para evitar curtos-circuitos nas
tomadas, feche o registro de entrada de água e tranque bem as
portas e janelas. No retorno à sua casa não utilize equipamentos
elétricos em locais inundados ou que tenham sido molhados, pois há
riscos de choque elétrico e curto-circuito.
Para prevenir, retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas
a inundações e não construa próximo a córregos que possam
inundar, nem nas proximidades de barrancos que possam deslizar
carregando ou soterrando sua casa.
O que devemos fazer após a inundação?
Devemos lavar e desinfetar os objetos que tiveram contato
com as águas da enchente, retirar todo o lixo da casa e do quintal e
colocar para limpeza pública recolher. Verifique se a casa não corre
apre
sent
ação
Mudanças Climáticas e Emergências
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nenhum risco de desabamento. Recomenda-se enterrar animais
mortos, limpar os escombros raspar toda a lama e o lixo do chão e
paredes, de móveis e utensílios. Tenha muito cuidado com aranhas,
cobras e ratos que podem estar no local.
Os cuidados com a água também são indispensáveis nessas
horas. Nunca beba água de enchente ou inundação nem coma
alimentos que estiveram em contato com as águas de inundação,
pois eles podem estar contaminados. A água para consumo humano
deve ser fervida tratada com água sanitária (2 gotas para cada litro
de água) ou com (cloro) hipoclorito de sódio (1 gota para cada litro
de água). Nos dois casos é preciso deixar em repouso por 30 minutos
para desinfetar. Lave bem os alimentos com água e hipoclorito
também. A água para limpeza e desinfecção de casas, prédios ou rua
deve ter 1 litro de hipoclorito de sódio para cada 20 litros de água ou
um litro de água sanitária para cada 5 litros de água.
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Trabalhando a prevenção de desastres
É fundamental que seja realizado um levantamento das
áreas de risco nas cidades e também no campo. Essa atitude
possibilita monitorar e agir rapidamente em caso de emergência.
Abaixo apontamos alguns passos.
· Junto com as pessoas e comunidades que vivem em cada
área de risco, refletir sobre a situação e definir o que deveria
ser feito para superar o risco existente.
· Tornar as áreas de risco e as propostas de seus moradores
conhecidas pela sociedade e pelos gestores públicos.
· Incentivar a prefeitura e a câmara de vereadores a
destinarem verbas específicas para enfrentar, junto com os
moradores, os riscos de desastres presentes nas situações
levantadas, empreendendo as obras necessárias.
· Incentivar o poder público e as forças sociais a
desenvolverem iniciativas que promovam uma cultura de
prevenção, com o objetivo de evitar situações de
emergência.
· Incentivar a realização em cada município da Semana
Nacional de Redução de Desastres, na segunda semana de
outubro (Decreto Presidencial em 26 de setembro de 2005).
· Implementar ações de cuidado e melhoria do meio
ambiente, especialmente em relação aos rios, às fontes de
água e à mata ciliar.
ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA
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Mudanças Climáticas e Emergências
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· Cobrar do poder público, a implementação de programas de
tratamento do esgoto doméstico e empresarial.
· Incentivar programas públicos de coleta seletiva do lixo,
reconhecendo e apoiando o trabalho dos Catadores/as de
Materiais Recicláveis, favorecendo a industrialização dos
resíduos sólidos e o tratamento adequado ao lixo orgânico.
Dar destino adequado aos lixões das cidades, discutindo as
iniciativas com as pessoas que, eventualmente, vivem e
trabalham neles.
· Visando enfrentar a situação de risco que é a fome,
incentivar e apoiar programas e lutas em favor da reforma
agrária; da criação de condições para que os camponeses
possam produzir alimentos agroecológicos e gerar renda
através de espaços de comercialização, em que pode
colaborar o Programa de Aquisição de Alimentos; da
disseminação de iniciativas de economia solidária; da
capacitação das pessoas para trabalhos e empregos que
gerem renda. Fazer parcerias, nos âmbitos em que
estiverem organizados, com o CONSEA – Conselho de
Segurança Alimentar e Nutricional, exigindo que a Lei
Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional - LOSAM seja
levada à prática.
· Pressionar os gestores públicos para que organizem e
mantenham em condições de bom funcionamento, a
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - e lutar
para que haja representação da sociedade civil nela, da
mesma forma que nos demais conselhos municipais tendo
presente que toda ação pública estadual ou nacional em
situações de emergência depende da ação local, municipal.
Mudanças Climáticas e Emergências
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Essas são ações coletivas, no entanto, há gestos pequenos
que podemos adotar no dia a dia que contribuem para a prevenção
de desastres. É simples, basta:
· Economizar luz
· Economizar água
· Reduzir o consumo e a produção de resíduos (lixo)
· Apoiar e contribuir com as iniciativas de reciclagem
· Adotar hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis
· Proteger a vegetação e plante árvores.
Trabalhando na reconstrução e recuperação das condições e dos
meios de vida
O trabalho de prevenção ou ainda de cuidado não pode ficar
apenas no período que aconteceram desastres, é preciso reconstruir
dos meios, das condições e da vida das pessoas. Abaixo alguns
elementos que orienta a ação da comunidade para o trabalho de
reconstrução da vida.
· A comunidade atingida precisa se mobilizar e organizar.
· Elaborar com a comunidade um plano de trabalho, visando
reconstruir as condições de vida sem voltar às mesmas áreas
de risco em que se encontravam.
· Os objetivos a serem alcançados são: o restabelecimento,
ou conquista, em plenitude, dos serviços públicos, da
economia da área, do ânimo e ambiente social, do bem-
estar da população.
· Em mutirão, e com protagonismo dos atingidos/as,
pressionar as instituições públicas para que reconheçam os
direitos básicos das pessoas e famílias, liberem áreas mais
adequadas, se necessário, e os recursos necessários para a
reconstrução das casas e outras condições de vida, num
ambiente realmente urbanizado.
Mudanças Climáticas e Emergências
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· A Cáritas pode, quando necessário, e sempre como reforço
das reivindicações populares, juntamente com seus
parceiros, organizar uma campanha para dar início à
reconstrução, fazendo que esses recursos sejam como que
a contrapartida dos atingidos em relação aos recursos
públicos que devem ser destinados a ela.
· Que sejam criadas/conquistadas, ao mesmo tempo,
condições para que as pessoas e famílias gerem a própria
renda através de projetos de desenvolvimento sustentável
via economia solidária, e/ou através da capacitação para
trabalhos com chance de emprego com remuneração digna
que garanta qualidade de vida para toda a família.
· Junto com a conquista da reconstrução melhoria das
condições de vida é fundamental que as pessoas e famílias
conquistem, de forma permanente, sua capacidade de agir
de maneira organizada, enfrentando novos desafios com a
consciência de sua cidadania e de seu poder soberano na
sociedade brasileira.
Percebe-se claramente que o enfrentamento das situações
de emergência, quando entendidas de modo abrangente como foi
apresentado acima, é altamente desafiador. Por isso, é fundamental
a atuação da Cáritas, exercendo um papel de articulação com as
forças sociais existentes, bem como do contato e das parcerias com
as instituições públicas responsáveis pela atuação em situações de
emergência.
Mudanças Climáticas e Emergências
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Legislação Básica para atuação das emergências
Referências e Material de Apoio:
Política de emergências da Cáritas Brasileira, 2008.
Cartilha: Série Nossa Segurança da Defesa Civil de Santa Catarina, 2008.
Cartilha: Desenvolvimento Solidário e Sustentável, Ação Social
Arquidiocesana de Florianópolis
Cartilha: Desenvolvimento Solidário e Sustentável, Cáritas Brasileira,
2005.
Cartilha: Aquecimento Global. Você é parte do problema, você é parte da
solução! Comissão de Turismo e Meio Ambiente da ALESC.
Cartilha: Mudanças Climáticas causadas pelo aquecimento Global:
Profecia da Terra. CNBB, 2009.
Cartilha: Mudanças climáticas e Luta pela vida. O que fazer? Fórum de
Mudanças Climáticas e Justiça Social.
Relatório do IPCC, 2007.
apoio