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Capítulo 25 A engenharia genética Não é ficção ou utopia É evolução da pesquisa É ciência e tecnologia. Não é preciso temor Transgenia não faz mal Existe a biossegurança Alimentar e ambiental. Fábio Gelape Faleiro Geovane Alves de Andrade

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Capítulo 25A engenharia genéticaNão é ficção ou utopiaÉ evolução da pesquisaÉ ciência e tecnologia.

Não é preciso temorTransgenia não faz malExiste a biossegurançaAlimentar e ambiental.

Fábio Gelape Faleiro

Geovane Alves de Andrade

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Biossegurança de OGMsAluízio Borém

Fabrício Rodrigues dos Santos

AbstractLooking back on the last few years, it is difficult to imagine life without biotechnology.Biotechnology is everywhere you go, from food in the grocery stores, to routine medicaltreatments in the hospitals. Biotechnology is transforming agriculture around the world.Genetically modified crops have been grown over a 10 year period occupying an area ofmore than 300 million ha over this time. No adverse effect to the environment or to humanand animal health has been observed, indicating that the system in place has been effective.

On this paper it will be discussed the biosafety analyses used to screen GMOs in Brazil.

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Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais814

Introdução

A biossegurança é uma área da ciência que surgiu no século passado, voltadapara o controle e a minimização de riscos advindos da prática de tecnologias biológicas. A

biossegurança estuda os impactos decorrentes da biotecnologia na saúde humana eanimal e no meio ambiente. Essa ciência é regulada, diferentemente em cada país, por umconjunto de leis, procedimentos ou normas específicas.

Nas últimas três décadas, as questões ambientais passaram a integrar, de formaproeminente, fóruns científicos internacionais, decorrentes, entre outras razões, do aumentoda poluição atmosférica e hídrica em razão, principalmente, de gases e resíduos derivados daindústria e dos transportes que geram o aquecimento global. Além disso, outras questões de

caráter social passaram a preocupar cada vez mais a comunidade internacional. Estimativasdo Banco Mundial mostram que cerca de 20 % da população do mundo não tem acesso àágua potável. Preservação ecológica nunca esteve em tanta evidência como agora.

Nesse cenário, surgiu a engenharia genética, no início da década de 1970, naCalifórnia, EUA, com a transferência e expressão do gene da insulina em Escherichia coli.Essa experiência, em 1973, provocou forte reação da comunidade científica mundial, queculminou com a Conferência de Asilomar, em 1974, em que a comunidade científicapraticamente propôs uma moratória no uso da engenharia genética até que mecanismos

fossem estabelecidos para garantir que essas técnicas pudessem ser utilizadas sem riscospara o homem e o meio ambiente. Em um prazo relativamente curto, desenvolveram-seregras de biossegurança para uso dessas tecnologias em laboratório, e não se tem notícia denenhum efeito adverso do uso da engenharia genética para a saúde humana e animal ou parao meio ambiente nesses mais de 35 anos de pesquisas com a biotecnologia.

Biossegurança é um conjunto de procedimentos voltados para o controle e aminimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, quando aplicados tanto

em laboratório como no campo. A biossegurança objetiva estudar, monitorar e controlar osimpactos decorrentes da biotecnologia. Seu fundamento básico é assegurar o avanço dosprocessos tecnológicos, bem como proteger a saúde humana e animal e o meio ambiente.

No Brasil, a legislação de biossegurança engloba apenas a tecnologia deengenharia genética – que é a tecnologia do DNA recombinante –, estabelecendo os

requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados (OGMs).

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Vários produtos derivados da tecnologia do DNA recombinante são atualmente

comercializados no mundo. Na América do Sul, os seguintes produtos transgênicos já seencontram no mercado: insulina humana, somatropina, variedades transgênicas de milho,soja, algodão etc.

Embora a insulina produzida por bactérias transgênicas já seja comercializada noBrasil há algum tempo, o lançamento das variedades de plantas transgênicas no mercadomundial despertou uma nova ótica na avaliação dos riscos dos organismosgeneticamente modificados para a saúde humana e animal e para o meio ambiente.

Testes de campo com variedades transgênicas têm sido conduzidos na Argentina, na

Bolívia e no Chile desde 1991. Porém, no Brasil esses testes só foram iniciados em 1997.

A Biossegurança na Agropecuária

Noventa por cento da produção mundial de alimentos é obtida na América do Norte,Europa e Ásia. Atualmente, a América Latina tem dado uma contribuição comparativamentemodesta no mercado mundial. Certamente haverá dificuldades para atender à demanda de

alimentos dos países em desenvolvimento no futuro. Portanto, o papel da América Latina émuito importante nesse contexto, bem como o do Brasil em particular.

Em 1979, o Brasil produzia cerca de 39 milhões de toneladas de grãos. Na safra2006-2007, essa produção aumentou para 120 milhões de toneladas. O País triplicou aprodução agrícola em 27 anos. Esse aumento ocorreu graças à elevação da produtividadee à expansão da fronteira agrícola.

A biotecnologia tem um papel essencial na produção de alimentos, pois permiteaumentar a produtividade, melhorar a qualidade nutricional e reduzir os custos de

produção. Um dos primeiros setores que está sendo fortemente afetado pelabiotecnologia é o de produtos químicos, que hoje, em direta relação com a agricultura,manipula algo em torno de US$ 20 bilhões, anualmente. Desse valor, cerca deUS$ 8 bilhões/ano correspondem aos chamados defensivos agrícolas, usados para ocontrole de doenças, pragas e espécies daninhas. Em alguns casos, o custo dosagrotóxicos em relação ao custo total da produção atinge cerca de 40 %, como no caso

do algodão. A engenharia genética já desenvolveu variedades resistentes a insetos,

fungos, bactérias e vírus, permitindo, assim, diminuir o custo da produção agrícola, além

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de reduzir os resíduos dos produtos fitossanitários que causam danos ao meio ambiente

e à saúde humana.

No entanto, para a liberação de qualquer produto biotecnológico no setor

agropecuário, é necessária uma rígida avaliação do produto quanto aos possíveis

impactos negativos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. No Brasil, existe a

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que é uma instância colegiada

multidisciplinar, criada com a finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de

assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da

política nacional de biossegurança relativa a OGMs, bem como no estabelecimento de

normas técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da

saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam

construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo,

armazenamento, liberação e descarte de OGMs e derivados. A CTNBio é composta por

cientistas, representantes de ministérios e da sociedades civil. Diferentemente do que

muitos acreditam, essa comissão não faz experimentos de biossegurança, mas avalia

dados encaminhados junto aos processos de pedido de liberação de cada transgênico.

Portanto, a CTNBio requer, para cada julgamento, uma série de estudos que atestem a

biossegurança do produto, que infelizmente na maioria dos casos são feitos pelos próprios

interessados na liberação e comercialização do transgênico. Ainda falta à comunidade

científica brasileira um apoio institucional e financeiro para a execução de estudos

paralelos, em universidades ou instituições de pesquisa independentes, sobre os reais

impactos de cada transgênico, pelo menos no que diz respeito ao dano ambiental, que

pode, em alguns casos, levar décadas para ser notado.

Plantas Transgênicas

As primeiras plantas transgênicas começaram a ser testadas em campo no início

da década de 1980. Atualmente, já foram realizados mais de 25 mil testes de campo no

mundo, metade dos quais nos Estados Unidos e no Canadá. Na América Latina, o maior

número de liberações ocorreu na Argentina. A comercialização de variedades

transgênicas começou na década de 1990, com o tomate geneticamente modificado pela

Calgene. Atualmente, variedades transgênicas de soja, milho, algodão, canola e mamão,

entre outras, já têm participação relevante na agricultura dos Estados Unidos, do Canadá

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e da Argentina. No Brasil, já foram liberadas pela CTNBio, para plantio, consumo e

comercialização, variedades transgênicas de soja, milho e algodão. Além dessas,

variedades transgênicas de muitas outras espécies, como eucalipto, fumo, tomate, batata

etc., tendem a se popularizar. As espécies citadas têm como características transgênicas

a resistência a insetos e doenças, tolerância a herbicidas e a melhor qualidade

nutricional, como no caso da canola, cuja composição lipídica foi alterada para diminuir o

conteúdo de ácidos graxos indesejáveis, característica especialmente importante para a

dieta de pacientes cardíacos.

Animais Transgênicos

As dificuldades adicionais na transformação gênica de animais adiaram sua

chegada ao mercado.

O primeiro animal transgênico comercializado foi o oncomouse, um camundongo no

qual foi introduzido um gene do câncer. Esse animal é utilizado em estudos de drogas para

tratamento do câncer. No setor de alimentos, o primeiro animal transgênico colocado no

mercado foi o salmão. O salmão transgênico foi modificado para produzir maior quantidade de

hormônio de crescimento. Esse peixe cresce mais rapidamente que os convencionais e

possui uma taxa de conversão alimentar cerca de 15 % superior à dos não-transgênicos. Nos

Estados Unidos, o salmão foi liberado para comércio, produção e consumo em 2001.

Outros animais transgênicos, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos, estão em fase

final de avaliação e devem ser colocados no mercado nos próximos anos. Essa avaliação

técnica da biossegurança dos animais transgênicos é normalmente menos complicada do

que a elaboração de pareceres técnicos para liberação de plantas transgênicas. No entanto,

animais transgênicos sofrem várias críticas de outros órgãos, como sociedades protetoras

de animais e comissões de ética em experimentação animal.

Regulamentação da Biossegurança

A necessidade de regulamentação dos organismos geneticamente modificados

tornou-se mais evidente em meados de 1980, quando as empresas de biotecnologia

procuraram obter permissão para suas pesquisas com organismos geneticamente

modificados.

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Atualmente, a regulamentação das normas de biossegurança no mundo érealizada caso a caso, com base em aspectos técnicos e científicos, com transparêncianos processos de tomada de decisão e consistência, construindo a confiança pública.

Agências Reguladoras nos EUA

Nos Estados Unidos, as agências que examinam a segurança das variedadesgeneticamente modificadas são a Environmental and Protection Agency (EPA), a Food andDrug Administration (FDA), o Department of Health and Human Services (HHS) e o Animaland Plant Health Inspection Service (APHIS), do USDA.

O APHIS regula o desenvolvimento e os testes de campo tanto de plantas quantode microrganismos geneticamente modificados. É essa a agência que revisa osprocessos de licença para a realização de testes de campo pelas indústrias,universidades e ONGs. Os processos relacionados com a segurança agrícola e ambientalde organismos pesticidas, como a soja RR, também são revisados pelo APHIS.

A responsabilidade da EPA é garantir a segurança de OGMs praguicidas,substâncias químicas e biológicas para distribuição, comércio e consumo e também devariedades que produzem elementos pesticidas.

O FDA avalia a segurança e os aspectos nutricionais de variedades geneticamentemodificadas que são alimentos (inclusive para animais). A diretriz da FDA é baseada nofato de que todo alimento deve satisfazer os mesmos rigorosos padrões de segurançarequeridos para os alimentos convencionais.

Com base na legislação dos EUA, a jurisdição da EPA é limitada a substânciaspesticidas. Por exemplo, uma planta que tenha sido modificada geneticamente pararesistir a uma praga se enquadra na sua jurisdição, mas uma planta modificada pararesistir à seca não. A planta resistente a uma praga está sob a autoridade da EPA porquea substância que a planta produz é pesticida. No outro caso, a resistência à seca pode serdecorrente de raízes mais profundas, etc. Essa planta transgênica estaria sujeita àregulamentação pelo USDA-APHIS.

Para as variedades resistentes às pragas, a EPA tem quatro categorias de análise:caracterização do produto, toxicologia, efeitos em organismos não-alvo e destino no

ambiente. A caracterização de produto inclui a revisão da origem do gene e como este é

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expressado em organismos vivos, a natureza da substância pesticida, as modificações

para a característica introduzida – em comparação com aquela encontrada na natureza –

e a biologia da planta receptora. Para conhecer a toxicologia, o nível de toxicidade oral

aguda da substância pesticida é avaliado em ratos. Para as proteínas tóxicas aos insetos,

a EPA requer também um teste de digestibilidade, que avalia o tempo necessário para a

proteína ser digerida pelos sucos gástricos e intestinais. A EPA analisa ainda a

alergenicidade da proteína. Com relação aos impactos ambientais, essa agência examina

a exposição e toxicidade da planta transgênica aos insetos não-alvo e insetos benéficos.

Biossegurança em Outros Países

A regulamentação da biossegurança é realizada em cada país por meio de

agências locais (Fig. 1): no Canadá pela Health Canada and Canadian Food Inspection

Agency; no Japão pelo Ministry of Agriculture, Forestry and Fisheries e Ministry of Health,

Labour and Welfaree; e na Argentina pela CONABia. No Brasil, tanto a elaboração de

normas técnicas de biossegurança como a revisão técnica dos processos de liberação de

transgênicos são de responsabilidade da CTNBio.

Fig. 1. Países que já possuem autorizações de plantio de variedadesgeneticamente modificadas, em 2007.

Comercialização atrasada

Apenas testes de campoPlantio e/ou consumo em escala comercial

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Biossegurança Alimentar

A segurança alimentar de plantas transgênicas é avaliada de acordo com osprincípios de uma metodologia denominada análise de riscos. Essa metodologia foidesenvolvida inicialmente com o objetivo de avaliar efeitos deletérios na saúde humanaadvindos de potenciais substâncias químicas tóxicas presentes em alimentos, comoresíduos de pesticidas, contaminantes e aditivos alimentares, sendo posteriormenteaplicada na avaliação da segurança alimentar de plantas GM.

Um dos fundamentos da metodologia de análise de riscos é que as plantastransgênicas não são intrinsecamente mais perigosas que as convencionais, ou seja, oseventuais riscos alimentares que uma variedade transgênica pode oferecer não sãodecorrentes do fato de ela ser transgênica, mas sim das eventuais alterações químicasque podem resultar da modificação genética. Por exemplo, uma planta de feijão GMexpressando uma proteína alergênica de castanha-do-pará será alergênica não pelo fatode ser obtida por ferramentas de engenharia genética, mas sim pelo fato de a modificaçãogenética ter incorporado uma proteína alergênica a essa variedade.

É evidente que, de forma geral, uma planta transgênica possui uma proteína quenão está presente nas variedades convencionais. Essa proteína é aquela cuja produção foicodificada pelo transgene e introduzida exatamente com o propósito de conferir acaracterística que se deseja ser incorporada. No entanto, além dessa diferença, outrasalterações bioquímicas podem ser resultantes da introdução de um transgene, mas tudoisso é investigado durante os estudos de segurança alimentar.

No caso de plantas transgênicas, a análise de riscos é realizada pela comparaçãodessas com as plantas não-GM equivalentes, que são consideradas seguras pelohistórico de uso. Por essa metodologia, em vez de se tentar identificar cada perigoassociado à variedade GM, procura-se identificar novos perigos que não estejampresentes na variedade tradicional.

Essa diferença pode parecer pequena, mas tem profundas implicações. No caso dese tentar analisar se uma planta GM é segura, estudando cada potencial perigo que elapossa apresentar, poderiam ser realizados inúmeros ensaios que não corroborariam aavaliação de riscos atualmente feita. Em vez dessa abordagem, parte-se de um parâmetroque é considerado seguro: identificam-se as diferenças que a planta GM apresenta em

relação à não-GM, avaliando se as diferenças representam novos riscos.

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A partir dessa análise comparativa, surge o termo equivalência substancial. Com

base na comparação do perfil bioquímico da variedade transgênica com o da

convencional, a variedade GM pode ser classificada como substancialmente equivalente

ou substancialmente não-equivalente.

Nesse ponto, deve-se esclarecer que a avaliação da segurança alimentar de uma

planta GM não se restringe à aplicação do conceito de equivalência substancial. Esse se

constitui somente no ponto de partida dessa avaliação que visa à identificação das

diferenças que serão posteriormente analisadas. As análises posteriores incluem testes

de alergenicidade e toxidade realizados in silico, in vitro e estudos com animais (roedores,

aves, peixes e outros) para se avaliar toxicidade. Nessas análises, em geral, é

determinada a DL50 (dose letal em 50 % dos casos) como um indicativo da toxicidade

aguda, isto é, de curto prazo.

As análises de riscos são realizadas em três etapas:

• Avaliação de riscos – pode ser definida como a avaliação da probabilidade de efeitos

adversos à saúde advindos da exposição humana ou animal a um perigo. Ela consiste

de quatro etapas:

i) identificação do perigo – identificação de agentes biológicos, químicos e físicos

capazes de causar efeitos prejudiciais à saúde que podem estar presentes em um

alimento.

ii) caracterização do perigo – objetiva avaliar, em termos qualitativos e quantitativos, um

perigo identificado. Freqüentemente, envolve o estabelecimento de uma relação dose-

resposta em razão da magnitude de exposição (dose) a um agente físico, químico ou

biológico e da severidade dos efeitos adversos à saúde.

iii) avaliação da exposição – avaliação quantitativa e qualitativa da probabilidade de

ingestão de agentes físicos, químicos e biológicos por meio da alimentação.

iv) caracterização do risco – estimação qualitativa e quantitativa da probabilidade de

ocorrência e severidade de um efeito contrário à saúde com base na identificação e

caracterização do perigo e na avaliação da exposição.

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• Gerenciamento de riscos – são medidas tomadas a partir dos resultados da avaliação

de riscos e outros fatores legítimos, visando reduzir os riscos para projetar a saúde

dos consumidores. Medidas de gerenciamento podem incluir rotulagem, imposição de

condições para aprovação comercial e monitoramento pós-comercial.

• Comunicação de riscos – é a troca de informações que deve ser realizada entre todas

as partes interessadas, incluindo governo, indústria, comunidade científica, mídia e

consumidores. Ela deve acontecer durante todo o processo de avaliação e

gerenciamento de riscos e incluir a explicação das decisões para o público,

garantindo-se o acesso aos documentos obtidos a partir da avaliação de riscos e ao

mesmo tempo respeitando o direito de salvaguardar a confidencialidade de

informações industriais e comerciais.

As variedades transgênicas são consideradas seguras para o consumo humano

por diversas instituições científicas renomadas, como a Organização Mundial de Saúde, o

Conselho Internacional para Ciência, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura

e Alimentação, a Sociedade Real de Londres e as academias nacionais de ciências de

vários países: Brasil, México, Índia, Estados Unidos, Austrália, Itália, entre outros.

Biossegurança Ambiental

De forma semelhante à avaliação de riscos alimentares, a avaliação de riscos

ambientais considera três pontos importantes: possibilidade, probabilidade e

conseqüência de um perigo, o qual deve ser sempre avaliado caso a caso. Isso significa

que, a partir da identificação de um possível perigo, deve-se considerar se esse perigo é

possível, se é provável e, se viesse a ocorrer, qual seria a conseqüência dele.

No caso específico de avaliação de riscos de plantas GM, um quarto ponto

também deve ser considerado: os riscos decorrentes da não-adoção dessa tecnologia.

Uma premissa essencial em qualquer avaliação de riscos é o estabelecimento de

parâmetros de comparação corretos. Como descrito, na avaliação de segurança

alimentar, a planta GM é comparada com plantas não-GM equivalentes. De forma análoga,

o impacto ambiental de plantas transgênicas deve ser avaliado em relação àquele

impacto causado pela variedade convencional.

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Esses princípios são essenciais para orientar sobre quais ensaios devem ser

realizados e quais perguntas devem ser respondidas, de forma a gerar informações que

auxiliem na tomada de decisão de se utilizar ou não determinada planta transgênica. A

não-observância desses princípios pode ter como conseqüência ensaios desnecessários

e que não ajudam na correta avaliação de riscos.

Por exemplo, o cultivo de algodão transgênico resistente a insetos no Brasil

suscitou preocupações em relação ao escape gênico, ou seja, a possibilidade de

cruzamento da variedade transgênica com duas espécies silvestres do gênero Gossypium,

que são sexualmente compatíveis com o algodão cultivado. Os questionamentos

originam-se da possibilidade de grãos de pólen de origem de algodão transgênico

fertilizarem plantas de algodão silvestres. A progênie desse cruzamento poderia sofrer

retrocruzamentos, levando à introgressão do transgene, o que poderia ter conseqüências

para a manutenção da diversidade genética.

O escape gênico de plantas transgênicas pode ocorrer de três maneiras principais:

(i) quando a planta transgênica torna-se uma espécie daninha; (ii) quando o DNA

transgênico é transferido, por cruzamento, para espécies silvestres ou outras variedades

cultivadas; e (iii) quando o DNA transgênico é transmitido assexuadamente para outras

espécies e organismos.

Para que o escape gênico entre distintas espécies ocorra por transmissão sexual,

algumas condições são necessárias: (i) os dois indivíduos parentais devem ser

sexualmente compatíveis; (ii) deve ocorrer sobreposição no período de florescimento

entre os dois tipos parentais; (iii) um vetor de pólen adequado deve estar presente e ser

capaz de transferir o pólen entre os indivíduos; e (iv) a progênie resultante deve ser fértil e

ecologicamente adaptada às condições ambientais onde os parentais estão situados.

Plantas de milho e soja não possuem atributos biológicos para “escapar” e se

estabelecerem como espécie daninha. O milho é o resultado de uma espécie de

polinização eólica, e as distâncias que o pólen pode percorrer dependem do padrão do

vento, da umidade e da temperatura. Em geral, campos com essas variedades devem ser

isolados de outras variedades convencionais com uma distância de pelo menos 200 m. O

risco de escape gênico da soja e do milho para parentes silvestres no Brasil é

considerado, pela maioria dos cientistas, pequeno ou inexistente. No entanto, se a

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espécie transgênica fosse o feijão, esse risco seria real, pois existem aqui várias

espécies de feijão silvestres. Em outros países, o risco do escape gênico com soja ou

milho pode ser significativo.

O artigo “Transgenic DNA introgressed into traditional maize landraces in Oaxaca,

Mexico”, publicado na revista Nature, em 2001, relata a presença de seqüências típicas

de variedades geneticamente modificadas em milho silvestre da região da Sierra Norte,

na Província de Oaxaca, sul do México. Vários questionamentos foram levantados sobre

os resultados publicados no artigo supracitado, como os apresentados pelo The Scientist

“Corn goes Pop, then kaboom”, que afirma ter a revista Nature se preciptado ao publicar o

referido artigo, uma vez que as conclusões foram baseadas em artefatos dos dados de

PCR.

A diversidade genética e de espécies deve ser preservada, pois pode ser

futuramente útil no desenvolvimento de novas variedades sempre que outros desafios

surgirem para os melhoristas, a exemplo de uma doença inédita para a qual não se

conhece uma fonte de resistência.

Quanto ao risco das variedades Bt para insetos benéficos, como abelhas,

joaninhas etc., as evidências apontam que a dose letal (DL50) é muito superior à que os

insetos estarão expostos em campos plantados com essas variedades transgênicas.

Embora a segurança das variedades Bt para a borboleta-monarca tenha sido inicialmente

questionada, trabalhos conduzidos por diferentes grupos evidenciaram sua segurança,

inclusive para esses insetos (TABASHNIK, 1994; TANG, 1996).

Um estudo realizado sob os auspícios da União Européia acerca dos impactos

ambientais ocasionados pelo cultivo de plantas GM foi conduzido por 15 anos (1985-2000),

envolvendo 400 instituições públicas de pesquisa, que alcançaram a seguinte conclusão:

“a pesquisa demonstra que, de acordo com avaliações de riscos-padrão, as variedades

GM e seus produtos não apresentam riscos para a saúde humana ou o ambiente. De fato,

o uso de tecnologia mais precisa e as análises mais acuradas conduzidas durante a fase

de regulação tornam estas variedades e seus produtos derivados até mais seguros do que

os convencionais”.

Além dos aspectos relacionados ao fluxo gênico, os possíveis efeitos adversos do

OGM para a microbiota do solo, para organismos não-alvo, como os insetos benéficos

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(abelhas, inimigos naturais das pragas, etc.), e a possibilidade de seleção de pragas

resistentes são criteriosamente investigados antes da liberação da variedade transgênica

para plantio comercial.

A Lei de Biossegurança e a CTNBio

Vários países, incluindo, na América Latina, Brasil, Argentina, Chile, México e

Venezuela, entre outros, estabeleceram, por meio de legislações específicas, normas de

biossegurança para regular o uso da engenharia genética e a liberação, no meio ambiente,

de organismos geneticamente modificados. No Brasil, essas normas estão reguladas pela

Lei No 11.105, sancionada em 24 de março de 2005. Essa lei cria ainda a Comissão

Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o Conselho Nacional de Biossegurança

(CNS), também conhecido como Conselho de Ministros, e o Serviço de Informação em

Biossegurança (SIB).

A CTNBio é composta por 27 membros titulares e seus suplentes, entre os quais,

especialistas indicados pela comunidade acadêmica, com notório saber científico nas

áreas humana, animal, vegetal e ambiental, obrigatoriamente com doutorado, além de

representantes dos ministérios. O mandato é de dois anos, permitida a recondução ao

cargo por duas vezes.

A comissão reúne-se mensalmente para certificar a segurança de laboratórios e

experimentos relativos à liberação de organismos geneticamente modificados no meio

ambiente e para julgar pedidos de experimentos e de plantios comerciais de produtos que

contenham OGMs.

Foram elaboradas pela CTNBio e publicadas resoluções normativas que

regulamentam os mais diversos aspectos da biotecnologia moderna no País. Atualmente,

existem cerca de 130 instituições públicas e privadas credenciadas, por meio da

concessão de Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB), para desenvolver

atividades com organismos transgênicos. A comissão já autorizou e vem acompanhando

cerca de 800 processos, a grande maioria referente a plantios agrícolas em escala

experimental e apenas três em escala comercial: da soja Roundup Ready, tolerante ao

herbicida glifosato; do algodão Bollgard, resistente a lagartas; e do milho LibertyLink,

tolerante ao herbicida glufosinato de amônio.

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A CTNBio analisa, caso a caso, as solicitações que lhe são encaminhadas,

emitindo pareceres que são específicos para o transgênico alvo da avaliação. Antes da

liberação para plantio, comércio ou utilização de qualquer produto transgênico, ele deve

ter sido submetido a análises sobre seus possíveis riscos para o homem, para os animais

e para o meio ambiente. Os resultados dessas análises são avaliados pela CTNBio, que

faz, então, a recomendação de liberação dos transgênicos que não oferecem riscos à

saúde humana ou animal ou ao meio ambiente. Os produtos transgênicos suspeitos de

apresentarem algum efeito nocivo a saúde humana, animal ou ao meio ambiente são

vetados para comercialização pela CTNBio.

Considerações Finais

O rápido avanço da engenharia genética e do desenvolvimento de organismos

geneticamente modificados gerou relevâncias de biossegurança que têm obrigado a

maioria dos países a criar ou rever suas legislações.

A atual Lei de Biossegurança do Brasil, Lei 11.105 de 2005, é considerada moderna

e eficaz, estabelecendo que toda análise de biossegurança deva ser realizada caso a caso

e com base em fundamentação científica, de forma a prevenir riscos à saúde humana, à

saúde animal e ao meio ambiente.

Embora ainda haja questionamentos de parte da população sobre a segurança dos

OGMs comercialmente liberados, acredita-se que isso se deva à falta de conhecimento

desse segmento sobre a forma criteriosa como todas as análises são conduzidas e que

somente produtos considerados seguros são de fato liberados.

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