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Capítulo
Geografia
50
O comércio internacional e os blocos econômicos
AexpansãodocomérciomundialA globalização corresponde ao crescimento da interdependência
entre os países, baseada fundamentalmente nas relações comerciais entre eles. A partir das últimas décadas do século XX, observa-se um rápido e forte crescimento do comércio internacional.
Podem-se destacar alguns fatores de grande relevância que contri-buíram para esse crescimento:
x Progresso tecnológico, reduzindo custos de transporte e facilitan-do as comunicações: a maior e mais rápida circulação de merca-dorias possibilita que as grandes multinacionais distribuam suas unidades produtoras por vários países, produzindo cada compo-nente de um produto (por exemplo, peças de automóvel) de acor-do com as maiores vantagens competitivas obtidas. Boa parte da circulação mundial de mercadorias é realizada pelas e para as multinacionais;
x Liberalização do comércio e dos mercados financeiros: a abertu-ra das fronteiras econômicas de países que adotavam políticas protecionistas (restringindo a entrada de produtos estrangeiros concorrentes com os nacionais) permitiu uma grande ampliação das trocas;
x Formação de grandes blocos econômicos regionais: a formação de blocos permitiu o desenvolvimento de intensas atividades en-tre países-membros do bloco e entre os diferentes blocos.No decorrer do século XX, é marcante a presença das mercadorias
manufaturadas no volume de produtos comercializados, em compara-ção a produtos agrícolas e matérias-primas, incluindo as energéticas.
3Roteiro
A produção e o comércio de mercadorias podem ser vistos como forma de suprir as necessidades humanas. Porém, essas atividades têm também o papel de sustentar os processos econômicos, permitindo a ampliação do capital. Assim, podemos dizer que não apenas suprem necessidades, mas também as criam, de modo a dinamizar a economia.
Para aprofundar essa reflexão, pesquise um ou mais textos que tratem desses temas e escreva um texto argumentativo discutindo a relação entre produção e comércio de mercadorias, satisfação e criação de necessidades.
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VolumedemeRcAdoRiAsnocoméRciomundiAlpoRgRupodepRodutos–1950-2010
cRescimentodAsexpoRtAçõesmundiAis–1950-2010(milhõesdedólARes)
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/spanish/res_s/statis__s/its2011__s/its11__charts__s.htm>. Acesso em: 9 nov. 2011.
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/spanish/res__s/statis__s/its2011__s/its11__charts__s.htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
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Combustíveis eprodutos minerais
Manufaturas
Produtosagrícolas
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AstrocascomerciaisnoséculoxxiSegundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), em
1948 os Estados Unidos concentravam cerca de um quarto das expor-tações mundiais de mercadorias. Porém, no decorrer do século XX, o país gradativamente perdeu sua posição de destacada liderança.
A partir da primeira década do século XXI, ocorreram grandes transformações, surgindo novos atores no comércio mundial. Pode--se observar um grande crescimento da China, que em 2009 assumiu a liderança nas exportações.
Apesar da globalização em franco andamento, ainda é evidente a desigualdade da participação de países desenvolvidos e de países em desenvolvimento no comércio mundial: entre os dez maiores expor-tadores mundiais, apenas a China é considerada emergente; todos os outros são países desenvolvidos.
Desse modo, pode-se observar, pelos dados estatísticos disponí-veis, uma supremacia comercial dos países do Norte, ou desenvolvi-dos. A América Latina, a África, o Oriente Mé-dio e a Comunidade dos Estados Independen-tes (CEI) têm pouca participação.
China
Estados Unidos
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França
Coreia do Sul
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Outros países
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pARticipAçãodosdezmAioResexpoRtAdoResnocoméRciomundiAl(%)–2010
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/spanish/res__s/statis__s/its2011__s/its11__world__trade__dev__s.htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Fonte de pesquisa: Sciences Po. – Atelier de cartographie. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/E07c_Commerce_mondial_marchandises_2008.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2011.
coméRciomundiAldemeRcAdoRiAs–2008
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UNIÃOEUROPEIA
AMÉRICADO NORTE
AMÉRICA DO SUL E CENTRAL
ÁSIA
ORIENTEMÉDIO
ÁFRICA
EUROPA
CEI
Para facilitar a leitura, o comércio intrarregionalé representado por discos. Caso contrário, assetas têm o tamanho abaixo
Europa
UniãoEuropeia
Ásia Américado Sul eCentral
Américado Norte
OrienteMédio
Comércio de mercadorias(em bilhões de dólares)*
Intrarregional (superfície do disco)
Inter-regional (espessura do traço)
* Apenas os valores superiores a 20 bilhões são representados
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Principais países exportadores mundiais de mercadorias (%)
País 2003 2007 2009
Alemanha 10,2* 9,7 9,0
Estados Unidos 9,8 8,5 8,5
Japão 6,4 5,2 4,7
China 5,9 8,9 9,6
* Em destaque o primeiro colocado de cada ano.Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/french/res_f/statis_f/its2010_f/its10_world_trade_dev_f.htm>. Acesso em: 20 mar. 2012.
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Acriaçãodaorganizaçãomundial docomércio(omc)
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando a coo-peração política e econômica parecia ser a melhor forma de manter a paz, foram criados dois importantes órgãos internacionais: a Orga-nização das Nações Unidas (ONU), em 1945, e o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt, do inglês General Agreement on Tariffs and Trade), com o objetivo de organizar o comércio mundial. Inicialmen-te, 23 países assinaram o acordo, inclusive o Brasil.
Em décadas de atuação, o Gatt não conseguiu organizar o comér-cio mundial de forma igualitária, sendo constantemente acusado de beneficiar os países desenvolvidos. Em 1995, ele foi substituído pela OMC, de objetivos mais bem definidos e mais amplos. Sediada desde sua fundação em Genebra, na Suíça, a organização contava em 2011 com 153 países-membros, dois terços dos quais compostos por paí-ses em desenvolvimento.
Entre os principais objetivos da OMC, podem-se destacar: x regulamentação do comércio mundial, promovendo esforços para evitar que países (principalmente os mais pobres) sejam prejudi-cados em suas atividades comerciais;
x resolução de conflitos comerciais entre os países-membros, prin-cipalmente em casos relacionados a políticas protecionistas e subsídios (agrícolas ou industriais);
x promoção de encontros (rodadas) dos países-membros para dis-cussão e adoção de acordos comerciais.
RoteiroA OMC surgiu em 1995
para regulamentar o comércio mundial. Discuta com seus colegas a relação entre globalização e criação da OMC. Em seguida, escreva um texto, expondo e justificando suas conclusões.
pAíses-membRosdAoRgAnizAçãomundiAldocoméRcio(omc)
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Equador
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135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180° 180°
45°N
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OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
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OCEANOPACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Organização Mundial do ComércioMembros
Negociando a adesão
0 2 415 4 830 km
1 cm – 2415 km
Fonte de pesquisa: Population Data.net. Disponível em: <http://www.populationdata.net/images/cartes/articles/monde-omc-pays-membres.png>. Acesso em: 10 nov. 2011.
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AatuaçãodaomcDesde a criação da OMC, na década de
1990, cresceu muito o volume de trocas co-merciais em nível mundial.
Um dos fatores que explicam esse crescimento é o mecanismo de reuniões periódicas dos mem-bros da OMC – as rodadas –, que buscam estabe-lecer acordos comerciais de âmbito mundial.
Em 2001, em Doha (Qatar), teve início uma série de rodadas para discutir a diminuição das barreiras e do protecionismo comercial, defen-dendo-se a importância do livre comércio para as nações em desenvolvimento econômico. Em seguida, houve uma reunião em Cancún (México), em 2003 – que ficou marcada pela constituição do G20, sob liderança de Brasil e Índia – e outra em Hong Kong, em 2005.
Apesar da relevância dos temas tratados – tarifas de comércio in-ternacional, subsídios agrícolas e regras comerciais –, as rodadas não mostraram verdadeiros avanços, e o ciclo de Doha deverá chegar ao fim sem que os temas em debate sejam solucionados.
AscríticasàomcMuitos analistas econômicos e cientistas sociais fazem críticas à
atuação da OMC, destacando o fato de que a organização dita as po-líticas comerciais; coloca os interesses comerciais acima das preocu-pações com o meio ambiente, a saúde e a segurança; é manipulada pelas grandes potências, oprimindo os países pobres; e, principal-mente, não consegue reduzir os subsídios agrícolas que Estados Uni-dos e países da União Europeia mantêm em benefício de seus agri-cultores, com enorme prejuízo para os agricultores dos países pobres.
O descontentamento relativo à atuação da OMC costuma levar às ruas milhares de manifestantes em protesto contra as políticas da organização.
conexõesO Brasil na OMC
Uma das funções da OMC é atuar como mediadora de conflitos comerciais entre países, derivados da adoção de medidas protecionistas por um deles.
O Brasil apresenta grande número de contestações no órgão, principalmente contra os Estados Unidos e a União Europeia. O motivo é geralmente o mesmo: a adoção de subsídios agrícolas que prejudicam as exportações brasileiras. O país já ganhou ações contestando, entre outros, os preços do algodão, do açúcar e do suco de laranja.
Mas o Brasil também sofre ações: em 2001, uma fabricante canadense de aviões acionou a OMC por sentir-se prejudicada pelo oferecimento de incentivos governamentais à fabricante brasileira do mesmo ramo, o que não respeitaria as regras da OMC. Após várias negociações, os dois países chegaram a um acordo.
naweb<www.revistapangea.com.br>.
Site com inúmeros artigos sobre economia, aspectos demográficos e geopolítica do Brasil e do mundo.
Acesso em: 21 mar. 2012.
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/spanish/res__s/statis__s/its2011__s/its11__world__trade__dev__s.htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
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Em 2009, enquanto se realizavam os debates da OMC sobre o comércio mundial, as ruas de Nova Délhi eram ocupadas por manifestações populares contra essa organização.
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oqueéumblocoeconômicoO aumento das trocas comerciais e dos investimentos internacio-
nais resultou numa crescente integração econômica entre os países. O melhor exemplo disso é a União Europeia, considerada o bloco econômico mais integrado hoje no mundo.
A criação de blocos econômicos corresponde à integração econô-mica formal dos países. Sua forma mais simples é a organização de zonas de livre-comércio, nas quais são eliminadas tarifas e cotas de importação entre os países-membros. Existem atualmente cerca de 150 zonas de livre -comércio, a maior parte criada desde os anos 1990.
Já a união aduaneira é mais ampla: trata-se de um acordo regio-nal dispondo que os países-membros definam tarifas comuns para o comércio entre si ou com outros países. Em essência, ela exige a limitação da independência comercial dos países-membros, para po-derem atuar sob as regras estabelecidas pelo bloco.
O mercado comum acrescenta novos elementos à união aduanei-ra, possibilitando a livre circulação de pessoas e capitais no interior do bloco. Além de eliminar barreiras tarifárias, regulamenta a circula-ção de produtos entre os países-membros.
A união econômica e monetária é a mais completa integração. Ela vai além do mercado comum, pois unifica políticas monetárias (moeda única), agrícolas (sistema de proteção à agricultura por meio de subsídios), de transporte e mercado de trabalho. Esse tipo de inte-gração exige a criação de instituições supranacionais, como o Banco Central, para controlar a circulação monetária, e o Parlamento, para deliberar sobre a uniformização das regras no interior do bloco.
RoteiroEm um mundo cada
vez mais competitivo, quais são as vantagens da formação de blocos econômicos? Escreva um pequeno texto respondendo à questão e compartilhe-o com seus colegas.
pRincipAisblocoseconômicosdomundo135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180° 180°
45°N
0°
45°S
Círculo Polar Ártico
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
Equador
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OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANOÍNDICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
NAFTA
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ALCA
UE
ASEAN
APEC
APEC
APEC
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0 2 415 4 830 km
1 cm – 2 415 km
PIB nacional e regional(em milhões de dólares)
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6 445
3 078
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Fonte de pesquisa: Marie-Françoise Duran; Benoit Martin; Delphine Placidi; Marie Törnquist-Chesnier. Atlas de la mondialisation. Paris: Presses de Sciences Po, 2007.
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Veja também o objetoeducacionaldigital “Blocos econômicos”.
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AuniãoeuropeiaA União Europeia é o maior e mais antigo bloco econômico, reunin-
do atualmente 27 países e 7% da população mundial. Suas trocas co-merciais com o resto do planeta representam cerca de 20% do volume total de importações e exportações do mundo. Como bloco, é a maior exportadora e a segunda maior importadora do mundo. Os Estados Unidos são seu principal parceiro comercial, seguidos pela China.
Para o Brasil, a União Europeia é um grande parceiro comercial: em 2010, 21% de nossas importações tiveram origem nesse bloco, que foi o destino também de 21% de nossas exportações.
AformaçãodoblocoeuropeuLogo ao término da Segunda Guerra Mundial (1945), vários paí-
ses da Europa Ocidental, em fase de reconstrução econômica, pro-curaram uma forma de consolidar a paz, sob a iminente ameaça de expansão soviética. Assim, a primeira ação para promover a união ocorreu em 1951, quando se instituiu a Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (Ceca), com a função de facilitar a troca de matérias--primas necessárias para a siderurgia. Ela era composta por Alema-nha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo (os três últimos formariam o Benelux).
Em 1957, com o objetivo de aprofundar suas relações comerciais, os seis países assinaram o Tratado de Roma, que permitia a livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais entre eles: estava cria-da a Comunidade Econômica Europeia (CEE). Esse mesmo tratado também criou a Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euraton).
leiaUnião Europeia: história e geopolítica, de Demétrio Magnoli. São Paulo: Moderna, 2004.
O autor discute o contexto histórico e geopolítico do momento de formação da União Europeia e seus desdobramentos.
naweb<http://europa.eu/pol/comm/index_pt.htm>.
Site da União Europeia em português, que trata das atividades desse bloco.
Acesso em: 20 mar. 2012.
Benelux: bloco formado em 1958 por Bélgica, Países Baixos (Neederland) e Luxemburgo.Siderurgia: ramo industrial de produção de aço.
40°L20°L0°20°O
60°N
40°N
Círculo Polar Ártico
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FRANÇA
ITÁLIA
HOLANDA
BÉLGICAALEMANHAOCIDENTAL
LUXEMBURGOOCEANO
ATLÂNTICO
Mar Mediterrâneo
Mar Negro
Mar doNorte
Mar daNoruega
Mar Báltico
Países fundadores da Ceca (1951)
0 790 1580 km
1 cm – 790 km
Fonte de pesquisa: Europa: O portal da União Europeia. Disponível em: <http://europa.eu/about-eu/eu-history/1945-1959/index_fr.htm>. Acesso em: 11 nov. 2011.
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pAísesfundAdoResdAcomunidAdeeconômicAdocARVãoedoAço(cecA)
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oalargamentodoblocoeuropeuDesde a instituição da CEE em 1957, outros países da Europa Oci-
dental foram se agregando ao bloco europeu: um primeiro grupo em 1973, outro em 1981, e, em 1986, ele já contava com 12 membros.
Em 1992, o continente europeu vivia um novo cenário geopolíti-co, com o fim da Guerra Fria, a reunificação da Alemanha e o início da transição político-econômica dos países da Europa Oriental (ex--comunistas). Nesse contexto, ocorre a principal transformação do bloco, com o Tratado de Maastricht: a integração econômica é apro-fundada, cria-se o status de cidadania europeia e tem início o proces-so de união monetária, com a instituição de uma moeda única – o euro (€). A CEE passa então a denominar-se União Europeia.
Em 1995, mais três países ingressam no bloco, que passou a reu-nir todos os países mais desenvolvidos da Europa, à exceção de Suíça e Noruega.
Em 2004, o bloco europeu conhece sua maior ampliação, com a adesão de mais dez países, a maioria da porção oriental da Europa. Em 2007, ele alcança o número de 27 membros, com o ingresso de Bulgária e Romênia. Em 2011, Turquia, Croácia, Macedônia, Islândia e Montenegro eram candidatos a ingressar na União Europeia.
conexõesSubsídios agrícolas
da União Europeia beneficiam grandes empresas, prejudicando contribuintes europeus e agricultores africanos
Praticamente a metade do orçamento da União Europeia é destinada ao pagamento de subsídios agrícolas, apesar de menos de 3% da população do bloco viver da agricultura.
[...]Também os
consumidores europeus deveriam estar satisfeitos: afinal, as subvenções à agricultura – financiadas pelos impostos que eles pagam – deveriam garantir uma alimentação saudável para todos.
Mas o fluxo das subvenções corre em outro sentido. Não são os pequenos agricultores familiares que embolsam as subvenções, mas grandes corporações do setor de alimentos. Na União Europeia, os 60% menores produtores recebem 10% do dinheiro dos subsídios, e 2% do andar de cima ficam com 25%.
Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2009/07/10/subsidios-agricolas-da-ue-beneficiam-grandes-empresas-prejudicando-contribuintes-europeus-e-agricultores-africanos>. Acesso em: 11 nov. 2011.
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do Norte
0° 20°L20°
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40°L 60°L
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Mar Negro
60°N
40°N
SUÉCIA FINLÂNDIA
DINAMARCA
IRLANDA
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LETÔNIA
LITUÂNIA
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ESPANHAPORTUGAL
POLÔNIA
ÁUSTRIA
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ROMÊNIA
BULGÁRIA
MACEDÔNIA
HUNGRIA
GRÉCIATURQUIA
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ESLOVÊNIA
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Mar Mediterrâneo
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
ÁFRICA ÁSIA
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MALTA
Mar Bált
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OCEANOATLÂNTICO
0 527 1054 km
1 cm – 527 km
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2004
2007paísescandidatosem 2008
Ingresso na UE
oAlARgAmentodoblocoeuRopeu
Fonte de pesquisa: Europa: O portal da União Europeia. Disponível em: <http://europa.eu/index_pt.htm>. Acesso em: 19 mar. 2012.
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Entre as políticas adotadas pela União Europeia, destacam-se aquelas relacionadas aos subsídios aos agricultores europeus, à ga-rantia dos direitos humanos, à manutenção da democracia e à pro-teção ao meio ambiente. Uma das metas mais ambiciosas do bloco relaciona-se à redução das emissões de poluentes considerados res-ponsáveis pelas mudanças climáticas e pelo aquecimento global.
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oAcordodelivrecomérciodaAmérica donorte(nafta)
Concebido em 1992 e em vigor desde 1994, o Nafta é a extensão de um acordo comercial entre Estados Unidos e Canadá, com a integração do México. Trata-se de uma zona de livre -comércio, portanto um bloco econômico com características distintas das da União Europeia.
Ele tem como objetivos a eliminação de barreiras alfandegárias para facilitar trocas de bens e serviços; o aumento das condições de investimentos entre os membros; a adoção de procedimentos que facilitem a resolução de conflitos comerciais no interior do bloco; e a proteção ao meio ambiente e às condições de trabalho.
O Nafta abriga uma grande desigualdade socioeconômica em seu interior: enquanto os Estados Unidos e o Canadá estão entre os paí-ses mais desenvolvidos do mundo, o México tem várias característi-cas de subdesenvolvimento.
Indicadores sociais dos países-membros do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) – 2011
População (milhões de habitantes)
Taxa de fertilidade (por mil)
Taxa de mortalidade infantil (por mil)
Esperança de vida (anos)
IDH*
Canadá 34 1,6 5 81 0,888
Estados Unidos 311 2,1 6 78 0,902
México 113 2,3 1,7 76 0,750
* Dados de IDH referentes a 2010.Fontes de pesquisa: US Census Bureau. Disponível em: <http://www.census.gov/population/international/data/idb/country.php>; Pnud. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3600&lay=pde>. Acessos em: 14 nov. 2011.
Desde a criação do bloco, as exportações canadenses e mexica-nas para os Estados Unidos triplicaram, o que representa um risco econômico para esses países, sobretudo em momentos de crise eco-nômico-financeira, como a que se iniciou em 2008.
oméxicoeonaftaUma das grandes questões relativas ao bloco norte-americano é a
posição do México nesse conjunto tão desigual. Além de aumentar sua dependência em relação aos Estados Unidos, o país viu crescerem seus problemas no setor agrícola com a entrada dos produtos estaduniden-ses, em geral subsidiados e mais baratos que os mexicanos.
O Nafta também aprofundou o processo de instalação, em territó-rio mexicano, das “maquiladoras” estadunidenses e canadenses. Tra-ta-se de indústrias de montagem de componentes, que se beneficiam de vantagens fiscais e baixos salários do país, sem promover uma verdadeira industrialização que possa trazer desenvolvimento local.
Diferentemente da União Europeia – no interior da qual há livre circulação de mercadorias, capitais e pessoas –, o Nafta não prevê a abertura das fronteiras entre seus membros para a livre circulação de pessoas. Ao contrário, os Estados Unidos esperavam com o bloco diminuir o fluxo de migrantes do México para seu território, fixando a população por meio do crescimento da economia mexicana, com a geração de postos de trabalho e oportunidades.
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omercadocomumdosul(mercosul)Na década de 1960, países da América Latina discutiam um mer-
cado econômico regional para desenvolver trocas comerciais com menores impostos. Assim surge a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Alalc), que acaba perdendo força e é substituída, na década de 1980, pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Como a anterior, essa associação não foi capaz de uma real integração de seus membros.
Na década de 1980, Argentina e Brasil firmaram compromissos para desenvolver acordos comerciais. O mais importante deles, o Tra-tado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, de 1988, abria o caminho para a futura integração de outros países. Em 1991 Ar-gentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram o Tratado de Assunção, formando o Mercado Comum do Sul (Mercosul), o terceiro maior mercado integrado do mundo.
O Mercosul é uma união aduaneira: além da livre circulação de bens e serviços, conta com tarifa exterior comum, legislações comer-ciais harmonizadas e relativa aproximação política. Esta última se ex-pressa inclusive no esforço de manutenção da democracia: o tratado de criação do bloco traz uma cláusula excluindo países que venham a sofrer um golpe de Estado que a ameace.
O Mercosul visa a alcançar o status de mercado comum, mas esbarra na enorme di-ferença econômica en-tre seus membros, con-forme revela a discre-pância de participação dos quatro países no Produto Interno Bruto (PIB) do bloco.
conexõesBrasil e Argentina são rivais?
Será que a rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol vem do próprio esporte? A resposta é não. A rivalidade entre os vizinhos surgiu no século XIX, quando eles se tornaram independentes e passaram a disputar a hegemonia sobre o continente sul-americano.
Durante muitas décadas, a Argentina teve mais destaque econômico e político do que o Brasil. Mas, a partir da década de 1960, o país começou a enfrentar problemas com o envelhecimento de suas indústrias, com políticas econômicas equivocadas herdadas da ditadura militar e com o encolhimento da economia baseada na exportação de carnes e grãos. Externamente, a Argentina foi atingida por derrotas geopolíticas, como a sofrida para o Brasil com a instalação da hidrelétrica de Itaipu, na década de 1970.
Na década de 1990, abriu-se uma fase de cooperação entre os países. Em 1991, foi criada uma organização binacional do setor nuclear para garantir a utilização de todo material nuclear para fins pacíficos. Em 2011, foi assinado um acordo para a construção conjunta de reatores nucleares, aproveitando experiências e tecnologias de ambos.
naweb<http://www.mercosul.gov.br>.
Site oficial do Mercosul, com vários dados sobre o bloco.
Acesso em: 21 de mar. 2012.
Fac-
sím
ile/ID
/BR
Fonte de pesquisa: <http://www.sei.ba.gov.br/images/pib/xls/outros_paises/pib_outrospaises_mercosul.xls>. Acesso
em: 14 nov. 2011.
Criado em 1996, o logotipo do Mercosul traz as quatro estrelas do Cruzeiro do Sul sobre uma linha curva verde, que simboliza o horizonte.
ID/B
R
Argentina15%
Paraguai1%
Uruguai1%
Brasil83%
pARticipAçãodospAíses-membRosdomeRcosulemseupRodutointeRnobRuto(pib)–2008
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omercosulnoséculoxxiDesde sua criação, o Mercosul almeja a in-
tegração de todos os países da América do Sul. Assim ocorreria sua fusão com a Comunidade Andina (Colômbia, Equador, Peru e Bolívia) e a integração de Chile, Guiana e Suriname.
Além dos países-membros, o Mercosul tem como países associados a Bolívia, o Chile, o Peru, o Equador e a Colômbia. A Venezuela en-contrava-se, em 2012, em processo de adesão como membro pleno. O interesse do México pelo Mercosul valeu-lhe a posição de país ob-servador.
O funcionamento do Mercosul não é per-feitamente harmônico. Existem questões a se-rem resolvidas, como as ameaças de abando-no por parte de Paraguai e Uruguai, os quais se sentem economicamente inferiorizados diante do Brasil e da Argentina, e os constantes atri-tos comerciais entre estes últimos. Apesar des-ses problemas, o bloco tem realizado acordos comerciais com vários países, a exemplo de Israel, Egito e países do sul da África.
AÁreadelivrecomércio dasAméricas(Alca)
Em 1994, por iniciativa dos Estados Unidos, idealizou-se um blo-co econômico reunindo 34 países do continente americano: a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Segundo a proposta, o bloco entraria em funcionamento em 2005. Porém, vários países do continente resistiram a ela, inclusive o Brasil, por motivos como a expressiva diferença econômica entre os Estados Unidos e os demais países do continente e a real possibilida-de de extinção do Mercosul. Em razão dessas resistências, o plano de criação da Alca foi abandonado.
RoteiroConsiderando que no
conjunto de países que compõe a América do Sul existem emergentes (Brasil, Argentina e Chile) e países em desenvolvimento, é possível pensar que a proposta de criação de um grande bloco econômico seria vitoriosa? Após refletir sobre a questão, considerando o que você estudou sobre os blocos econômicos, escreva um pequeno texto argumentativo defendendo a viabilidade ou não desse grande bloco econômico.
meRcosul
20°N
20°S
40°S
0°
80°O40°O
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
PERU
COLÔMBIA
VENEZUELA
EQUADOR
MÉXICO
0 1145 2290 km
1 cm – 1145 km
BOLÍVIA
PARAGUAI
ARGENTINA
URUGUAI
BRASIL
CHILE
Países-membros
Países associados
Países observadores
*Em 2012, a Venezuela estava em processo de adesão como membro pleno.
Fonte de pesquisa: Mercosul. Disponível em: <http://www.mercosur.int/t_generic.jsp?contentid=3862&site=1&channel=secretaria&seccion=2>. Acesso em: 19 mar. 2012.
ID/B
R
conexõesPaíses à margem da globalização
Segundo as Nações Unidas, existem no mundo 50 países no grupo dos menos desenvolvidos: 34 africanos, 15 asiáticos e o Haiti, na América Central. Cada vez mais marginalizados do processo de globalização, eles perdem importância no comércio mundial: sua participação nas exportações mundiais de mercadorias agrícolas ou minerais recuou de 3%, na década de 1950, para 0,7% na década atual.
Embora a ONU afirme que nos últimos 30 anos a globalização fez crescer a produção, o comércio e as riquezas, isso não ocorreu nesses países. Abre-se um fosso cada vez mais profundo entre os países ricos e os mais pobres, que nem sequer têm oportunidade de participar de um bloco econômico.
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OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ÍNDICOTrópico de Capricórnio
Equador
Mer
idia
no
de
Gre
enw
ich
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
0° 20°L20°O 40°L40°O 60°L60°O 80°L80°O 100°L100°O120°O140°O160°O180° 120°L 140°L 160°L 180°
80°N
60°N
60°S
80°S
40°N
40°S
20°N
20°S
0°
0 3142 6284 km
1 cm – 3142 km
Países da Apec
Países da Asean
outrosblocosO processo de globalização impõe uma integração cada vez maior
das diversas partes do planeta, seja sob o plano político, social ou econômico. Nesse processo, emerge a necessidade de os países se organizarem em blocos: além da União Europeia, Nafta e Mercosul, há hoje vários outros, distribuídos pelos diversos continentes.
cooperaçãoeconômicadaÁsiaedopacífico(Apec)A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec, do inglês
Asia-Pacific Economic Cooperation) foi criada em 1989. O bloco reúne 20 países, distribuídos entre Ásia, América e Oceania, o que repre-senta cerca de 2,6 bilhões de pessoas, 60% do PIB e quase 50% do comércio mundial.
A formação da Apec é resultado da iniciativa dos Estados Unidos e do Japão para promover a interdependência das economias da região pacífico-asiática, a partir de uma zona de livre -comércio. Seu principal objetivo é reduzir taxas e barreiras alfandegárias, promovendo o desen-volvimento econômico regional. Porém, a Apec é hoje o bloco que apre-senta o maior nível de diferenças econômicas, políticas e culturais.
AssociaçãodenaçõesdosudesteAsiático(Asean)A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) foi criada
em 1967, em plena guerra fria, por iniciativa da Tailândia, com o objetivo de acelerar o processo de desenvolvimento, aumentar a pro-dutividade e competitividade entre os países-membros e manter a estabili dade política da região. Inicialmente reunindo cinco países, atualmente o bloco conta com dez integrantes.
A Asean é mais um exemplo de zona de livre -comércio que, re-centemente, tem procurado ampliar as relações comerciais com paí-ses do Extremo Oriente: Japão, China e Coreia do Sul.
RoteiroA Apec reúne três das
maiores economias mundiais: Estados Unidos, Japão e China. Escreva um pequeno texto demonstrando a importância econômica que o bloco apresenta hoje. Discuta seu texto com seus colegas.
ApeceAseAn
Fonte de pesquisa: Asean. Disponível em : <http://www.aseansec.org/64.htm>. Acesso em: 7 mar. 2012; Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 78.
ID/B
R
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20°S
40°S
0°
80°O 40°O
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Equador
PERU
COLÔMBIA
EQUADOR
BOLÍVIA
0 1000 2000 km
1 cm – 1000 km
comunidadeAndinadasnações(cAn)euniãodenaçõessul-Americanas(unasul)Em 1969, os países que têm como elemento natural
comum a cordilheira dos Andes formaram o Pacto Andi-no, cujo objetivo era integrar as economias dos países da região. Mas a instabilidade política de vários de seus mem-bros tornou o bloco inoperante.
Somente na década de 1990 ocorreram novas negocia-ções, que criaram a Comunidade Andina das Nações (CAN), mais conhecida como Comunidade Andina, a qual manteve o objetivo inicial do Pacto Andino, acrescentando o de atrair capitais internacionais para os países -membros. Atualmente, o bloco é composto por Colômbia, Peru, Equador e Bolívia.
Em 2008, foi criada a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a qual integra as duas uniões aduaneiras da região: o Mercosul e a Comunidade Andina. Sua formação pode ser entendida como parte de um contínuo processo geopolíti-co de integração sul-americana. Inspirando-se no modelo da União Europeia, a Unasul é formada por 12 países.
Entre seus objetivos encontra-se a integração da infraes-trutura da região abrangida pelo bloco, com projetos de ins-talação de um corredor bioceânico – um sistema de estra-das ligando o Atlântico ao Pacífico – e a futura implementa-ção de um bloco com características de mercado comum.
conferênciadecoordenaçãoparaodesenvolvimentodaÁfricaAustral(sAdc)Criada em 1992, a Conferência de Coordenação para o
Desenvolvimento da África Austral (SADC) engloba 14 paí-ses do sul da África, região que enfrenta inúmeros proble-mas sociais e econômicos, como pobreza crônica, confli-tos étnicos e elevada incidência de Aids entre a população.
O bloco é uma zona de livre -comércio que visa a pro-mover o crescimento econômico de seus países-membros, reduzir a pobreza, manter a paz e a segurança, além de concretizar as relações históricas e culturais da região.
RoteiroAnalisando o gráfico
abaixo, como você classifica a importância do Mercosul para o comércio exterior da Comunidade Andina? Escreva um texto com as suas conclusões e discuta-o com seus colegas.
cAn
sAdc
Fonte de pesquisa: Comunidad Andina. Disponível em: <http://www.comunidadandina.org/quienes.htm>. Acesso em: 19 mar. 2012.
Fonte de pesquisa: Disponível em: <http://www.sadc.int/geonetwork/images/sadcmap.gif>. Acesso em: 15 nov. 2011.
Fonte de pesquisa: Estadísticas Andinas. Disponível em: <http://estadisticas.comunidadandina.org/eportal/Tema.aspx?codtema=21>. Acesso em: 19 mar. 2012.
ID/B
RID
/BR
coméRcioexteRioRdAcomunidAdeAndinAdAsnAções(cAn):expoRtAções–2010
Nafta
União Europeia
China
Mercosul
Restante do mundo
ID/B
R
OCEANOÍNDICO
OCEANOATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Equador
20°L
Trópico de Câncer
0°
0 1400 2800 km
1 cm – 1400 km
Mer
idia
no d
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wic
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AtiVidAdes
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1. Analise o mapa abaixo e responda às questões que seguem:
Fonte de pesquisa: Le monde diplomatique. Disponível em: <http://www.monde-diplomatique.fr/cartes/>. Acesso em: 21 mar. 2012.
fluxosdocoméRciointeRnAcionAl–2008
EUROPA4963
AMÉRICA DONORTE1678
PAÍSES DA ANTIGA URSS
425 ÁSIA-PACÍFICO3277
ORIENTEMÉDIO
642
ÁFRICA363
AMÉRICALATINA
429
Parte das trocas comerciais realizadasno interior da região Fluxo comercial entre as regiões
Montante total do comércio demercadorias
Parte das trocas comerciais realizadasfora da região
ID/B
R
a) Quais são as regiões do mundo com maior participação no comércio mundial de mercadorias?
b) Que regiões apresentam maior intercâmbio comercial com o exterior do que em seu próprio interior? Baseado nos conhecimentos desenvolvidos em seus estudos sobre os blocos econômicos, explique por que isso ocorre.
2. Analise a charge a seguir e escreva um texto discutindo as diferenças de oportunidades entre as duas partes representadas como parceiras no comércio internacional.
3. Analise o gráfico abaixo e responda às questões a seguir.
a) Quais são os dois maiores exportadores mundiais de vestuário?
b) Dos países representados no gráfico, quais se localizam no continente asiático?
c) Levante uma hipótese para a localização dos cinco maiores exportadores de roupa, com exceção dos países da União Europeia.
4. Leia o texto abaixo, em que se expressa a opinião do exministro das Relações Exteriores do Brasil, e responda às questões que se seguem:
Segundo Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, “o acordo abre caminho para a verdadeira integração da América do Sul”. Além da redução gradual de tarifas, o acordo possibilitará negociações bilaterais entre o Mercosul e países do bloco andino.
Fonte de pesquisa: UOL. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/atualidades/mercosul-e-a-comunidade-andina-lula-assina-acordo-e-preve-aproximacao-economica-com-peru.jhtm>. Acesso em: 15 nov. 2011.
a) Qual é o acordo a que se refere o exministro?
b) Qual dos dois blocos que se integraram é mais importante? Apresente uma evidência que comprove sua resposta.
pRincipAisexpoRtAdoResmundiAisdeVestuÁRio–2008
Fonte de pesquisa: <http://www.wto.org/spanish/res_s/statis_s/its2011_s/its11_merch_trade_product_s.htm>. Acesso em: 21 mar. 2012.
ID/B
R
China
União Europeia
Turquia
Índia
Vietnã
Indonésia
Estados Unidos
México
Tailândia
Paquistão
Malásia
Sri Lanka
Tunísia
Dis
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Estudo de caso
AshidroviasdomercosulSe um dos objetivos mais importantes dos blocos
econômicos é a integração de seus membros e o de-senvolvimento das trocas comerciais, a expansão da rede de transportes é fundamental.
Também em relação aos transportes, a União Eu-ropeia é um exemplo: internamente, milhões de tone-ladas de mercadorias de todos os tipos circulam por cerca de 30 mil quilômetros de vias navegáveis, incluin-do rios e canais artificiais. Para o Mercosul, as hidrovias também têm se tornado importantes, podendo-se mencionar a do Tietê-Paraná e a do Paraguai-Paraná.
Com extensão de cerca de 3 400 km, ela serve a cinco países: Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
umanovahidrovia:Riograndedosul--uruguai
Após um século de estudos, Brasil e Uruguai en-traram em acordo sobre a divisão das águas da lagoa Mirim entre os dois países. O passo seguinte é a cria-ção de um sistema de navegação que a aproveite para transportar cargas e pessoas, garantindo um avanço considerável nas trocas comerciais no interior gaúcho e entre os dois países. Através da lagoa, é possível criar uma hidrovia que ligue Estrela e Cachoeira do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, passando por Porto Alegre, com La Charqueada, no interior do Uruguai. Quando concluída, a hidrovia será mais um passo na integração dos países do Mercosul.
OCEANOATLÂNTICO
NovaPalmira
Encarnação
Cáceres
Porto Murtinho
Paranaguá
Santa Fé
MontevidéuBuenos Aires
Assunção
Porto Quijarro
PortoBusch
Porto Alegre
Cidade de Leste
Concepção
Villeta
Diamante
Corrientes
Trópico de Capricórnio
Rio
Para
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Rio
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rugu
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Rio da Prata
BRASIL
URUGUAI
PARAGUAI
ARGENTINA
BOLÍVIA
50°O60°O
20°S
30°S
Capital de paísCidadePorto/cidadeLimite de país
0 280 560 km
1 cm – 280 km
ID/B
R
Fonte de pesquisa: Diamante Coronda. Disponível em: <http://www.diamante-coronda.com.ar/mapas/hidrovia64k.jpg>. Acesso em: 15 nov. 2011.
AhidRoViARiogRAndedosul-uRuguAi
OCEANOATLÂNTICO
Rio U
rugu
ai
Rio JacuíRio Quaraí
Rio Caí
Rio Taquari
Rio das Antas
Rio Camaquã
Rio Ijuí
Rio Vacacaí Rio SinoRio Ja
guari
Rio Ibirapuitã
Rio da Várzea
Rio Ibicuí
Rio Uruguai
Rio Gravatai
Lago
a do
s Pat
os
LagoaMirim
Rio Paraná
Rio Jaguarão
Rio
Jaguarão
50°O55°O
28°S
32°S
Porto Alegre
Estrela
Cachoeirado Sul
Rio Grande
La Charqueada
URUGUAI
ARGENTINA
RS
SC
0 165 330 km
1 cm – 165 km
Capital de estadoCidadeHidrovia
ID/B
RFonte de pesquisa: Dnit. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/hidrovias/hidrovias-interiores/hidrovia-do-mercosul/>. Acesso em: 30 abr. 2012.
A hidrovia Tietê-Paraná atende ao Centro-Sul do Brasil, sendo considerada uma importante via de trans-porte das commodities produzidas na região. Já está prevista sua interligação com a hidrovia do Paraguai.
A hidrovia Paraguai-Paraná é um extenso e impor-tante eixo de integração política, social e econômica do Mercosul. Ela corta metade da América do Sul: ten-do início em território brasileiro, no porto de Cáceres (MT), segue para o sul até alcançar o rio Paraná e o da Prata, chegando ao porto de Nova Palmira, no Uruguai.
1. Quais são as vantagens do transporte hidroviário?
2. Na região onde você vive há hidrovias? Quais?
3. Utilizando seus conhecimentos geográficos sobre o Brasil, você acredita que nosso país tem potencial para utilizar em larga escala o transporte hidroviário? Justifique sua resposta.
AgoRAéAVezdoseucAso
AhidRoViApARAguAi-pARAnÁ
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ogra
fia comoconstruireinterpretarummapacomfigurasproporcionais
As informações fornecidas por um mapa são fundamentais para que se conheça mais profun-damente um determinado espaço (continente, país, região, estado, município) ou mesmo o es-paço terrestre em seus vários aspectos.
Existem mapas que mostram quantidades (ou proporções) de um fenômeno por meio de figuras geométricas (círculos, quadrados, retân-gulos) proporcionais. Cada figura colocada no mapa tem um tamanho que é determinado pela quantidade do fenômeno representado e que é o tema do mapa.
Uma das figuras utilizadas para representar quantidades é o retângulo que, representando um valor, é colocado no local onde ocorre o fe-nômeno. Cada local terá um retângulo que repre-sentará o respectivo valor. O importante é que se mantenha a proporcionalidade.
Proposta de trabalhoO comércio mundial não é igual em todas as
regiões do globo. Cada uma apresenta uma par-ticipação diferente no fluxo comercial.
Exportações mundiais de mercadorias por região (%) – 2009
Região do globo Porcentagem das exportações mundiais
América do Norte 13
América do Sul e Central 4
Europa 41
CEI 4
África 3
Ásia 28
Oceania 2
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/french/res_f/statis_f/its2010_f/its10_toc_f.htm>. Acesso em: 20 mar. 2012.
A proposta de trabalho é produzir um mapa com os movimentos de exportação e importa-ção de cada região do globo e, após concluído o mapa, analisá-lo.
A primeira tabela mostra a participação por-centual de cada região do globo nas exportações de mercadorias. Siga as etapas do trabalho:
1) Com uma régua, represente em cada re-gião ou continente do planisfério a seguir os va-lores da tabela. Por exemplo, a América do Norte exportou 13,3% das mercadorias que circularam no mercado mundial. No mapa, trace a lápis uma coluna de 13 milímetros (1 centímetro e 3 milí-metros). Faça o mesmo com cada uma das ou-tras regiões constantes da tabela.
2) Escolha uma cor e pinte todas as colunas desenhadas. A seguir, construa uma legenda no canto inferior esquerdo do mapa. Para tanto, faça um quadradinho, pinte com a mesma cor das co-lunas e escreva Exportações.
Dados de exportação:
64
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3) Faça o mesmo procedimento com as importações. Em cada região será traçada uma coluna. Por exemplo, a coluna representando a África terá 3 milímetros e será colocada próxima a outra coluna já desenhada.
4) Escolha uma cor para essas colunas e pinte-as. Complete a legenda.
Importações mundiais de mercadorias por região (%) – 2009
Região do globo Porcentagem das importações mundiais
América do Norte 18
América do Sul e Central 4
Europa 42
CEI 3
África 3
Ásia 26
Oceania 2
Fonte de pesquisa: OMC. Disponível em: <http://www.wto.org/french/res_f/statis_f/its2010_f/its10_toc_f.htm>. Acesso em: 20 mar. 2012.
5) Escreva o título na parte superior do mapa: COMÉRCIO MUNDIAL DE MERCADORIAS – 2009.6) Na parte inferior do mapa coloque a fonte dos dados – Fonte: Organização Mundial do Comércio.7) Analise o mapa e responda:
a) Quais são as regiões que mais se destacam no comércio mundial?b) Quais são as regiões do globo que apresentam déficit comercial, ou seja, importam mais do que exportam?c) “Os países desenvolvidos (ou do Norte) dominam o comércio mundial.” Como essa afirmação pode ser
comprovada? Escreva uma justificativa com base na análise do mapa.
Fonte de pesquisa:
ID/B
R
0º 20°L20°O 40°L40°O 60°L60°O 80°L80°O 100°L100°O120°O
80°N
60°N
60°S
80°S
40°N
40°S
20°N
20°S
0º
140°O160°O180° 120°L 140°L 160°L 180°
OCEANOPACÍFICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOÍNDICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Trópico de Capricórnio
Equador
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Mer
idia
no
de
Gre
enw
ich
0 2715 5430 km
1 cm – 2715 km
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66
Ampliando horizontes
1. O autor do texto afirma que as cidades globais são “lugares fundamentais para a produção de serviços destinados às empresas”. Apresente uma justificativa para essa afirmação.
2. A cidade de São Paulo é uma cidade global. Faça uma pesquisa e apresente dois fatores que justificam essa afirmação.
3. A cidade (ou estado) em que você vive apresenta relação econômica ou cultural com alguma cidade global? Justifique sua resposta.
AtiVidAdes
Ascidadesglobais
Nas cidades globais, ocorrem dois processos econô-micos principais. O primeiro deles é o “grande crescimen-to da globalização da atividade econômica” por causa da complexidade das transações em dinheiro ou crédito entre os mercados internacionais. O segundo processo “é a intensidade cada vez maior da prestação de serviços na organização de todas as indústrias”, porque as cidades são “lugares fundamentais para a produção de serviços destinados às empresas”, por causa da crescente deman-da por serviços oferecidos, preferencialmente, nos am-bientes urbanos. Para ficar mais claro para o leitor, esses serviços podem ser assim arrolados: desenvolvimento de projetos arquitetônicos, administração e qualificação de pessoal, elaboração de novas formas e tecnologia de produção, administração de logística de transportes, ma-
nutenção de equipamentos, oficinas de comunicações, distribuição de mercadorias por atacado, publicidade, serviços de limpeza terceirizados, serviços de segurança, armazenamento de produtos embalados, etc.
Os grandes centros financeiros e comerciais com status de cidades globais, que representam os nós dessa nova geografia das redes são: Nova York, Lon-dres, Tóquio, Paris, Frankfurt, Amsterdã, Sidney, Hong Kong, Cidade do México e São Paulo.
Outro aspecto que se deve compreender é o fato de que eventos distantes podem provocar consequências diretas na dinâmica urbana. Investimentos de monta, como a instalação de estabelecimentos industriais com significativa capacidade de produção tecnológica, mo-dificam, diretamente, a estrutura populacional do lugar,
porque exigem a participação de pessoas altamente qualificadas que não residem, necessariamente, na cidade em que eles serão instalados. A sinergia criada por esse estabeleci-mento, por sua vez, pode ocasionar a instalação de outros que abriguem atividades complementares àquelas concernentes ao pivô do raciocínio. E essas mudanças podem, por fim, ser observadas na própria organiza-ção do espaço da cidade, nos fluxos viários, na qualidade das moradias, na massa salarial incorporada ao co-mércio local, etc.
Eliseu Savério Sposito. Redes e cidades. São Paulo: Ed. da Unesp, 2008. p. 79-80.Vista de Nova York (Estados Unidos), uma cidade global. Foto de 2009.
Moi
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Síntese da unidade
67
AtividadesíntesedaunidadeOs mapas podem sintetizar vários conhecimentos. O mapa apresentado a seguir
mostra por meio de cores como se realiza o processo de globalização em cada parte do mundo.
Fonte de pesquisa: La Documentation Française: La librairie du citoyen. Disponível em: <http://www.ladocumentationfrancaise.fr/dossiers/afrique-subsaharienne-decolonisation-mondialisation/cartes.shtml>. Acesso em: 21 mar. 2012.
tipologiAdospAísesdiAntedAglobAlizAção135°L90°L45°L0° 45°O90°O135°O
45°N
0°
45°S
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Equador
Mer
idia
no
de
Gre
enw
ich
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANOÍNDICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
BRASIL
ESTADOSUNIDOS
CANADÁ
EUROPAOCIDENTAL
RÚSSIA
AUSTRÁLIA
JAPÃO
INDONÉSIA
ÁFRICADO SUL
CHINA
ÍNDIA
0 2525 5050 km
1 cm – 2525 km
2. Países marginalizados e com economias muito frágeis1. Países hegemônicos
3. Países integrados autônomos4. Países assolados por crises e guerras civis5. Limites norte-sul6. Países integrados, mas dependentes (fornecedores de matérias-primas ou de recursos energéticos)
ID/B
R
1) Forme um grupo com seus colegas. A classe formará cinco grupos e cada um vai pesquisar um dos tipos de país apresentados no mapa.
2) Ligue a legenda com os símbolos e as cores adequadas ao mapa.3) Pesquise dados sobre:
• as relações do grupo com as potências no período da guerra fria;• as características econômicas (grau de industrialização/país emergente/país
desenvolvido, etc.);• a participação no comércio mundial.
4) Em um dia marcado pelo professor, cada grupo apresentará o resultado de sua pesquisa.
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