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USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CARTILHA 2
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Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae
Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE)Associação Brasileira dos Sebraes das Unidades Federadas (Abase)
Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos de TecnologiaAcançadas (Anprotec)
Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das EmpresasInovadoras (Anpei)
Banco do Brasil S.A.Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Caixa Econômica Federal (CEF)Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB)
Confederação Nacional da Agricultura (CNA)Confederação Nacional do Comércio (CNC)Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio
PROGRAMA SEBRAE DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
CoordenaçãoUnidade de Inovação e Acesso à Tecnologia
Equipe TécnicaJosé Valdir Santiago JúniorSebrae em Mato Grosso
Maurício Edson EirasClic Energia
Paulo Adolfo Dai Pra BoccasiusPN Treinamento Empresarial Ltda
EDIÇÃOSebrae em Mato Grosso
PROJETO GRÁFICO-EDITORIALAS&M PUBLICIDADE E MARKETING
S235s
Santiago Júnior, José Valdir,Conceitos básicos. / José Valdir santiago Júnior, Maurício
Edson Eiras, Paulo Adolfo Daí Pra Boccasius. - Cuiabá:Sebrae, 2003
32p.: il. - (Uso inteligente de energia, v. 2)
5USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
O Programa Sebrae de Eficiência Energética leva às micro e pequenasempresas práticas e técnicas capazes de promover o uso eficiente da energia,reduzindo custos e propiciar ganhos de produtividade e de lucratividade, na pers-pectiva do desenvolvimento sustentável.
O Programa está estruturado em quatro vertentes de ações: “Mobilizaçãoe Sensibilização”, “Capacitação”, “Diagnósticos e Consultorias” e “Políticas Pú-blicas”.
Ações de Mobilização e Sensibilização: palestras, cartilhas, folhetos, con-cursos, internet e outros meios de comunicação permitem a massificação daprática do uso eficiente de energia.
Ações de Capacitação: cursos presenciais e a distância, para capacitaçãode empresários, técnicos e profissionais.
Ações de Diagnóstico e Consultoria: promoção de auto-avaliação, diag-nósticos e serviços de consultoria que identificam e demonstram o potencial deeconomia de energia e de custos.
Ações de Políticas Públicas> a adequação de regulamentos, normas eoutros instrumentos públicos de controle do setor energético às necessidadesda pequena empresa completa o quadro de atividades.
O produto final alcançado é o aumento da competitividade dos pequenosnegócios no País.
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
7USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
SUMÁRIOSUMÁRIO
Introdução ....................................................................................................... 09
Conceitos básicos de energia ..................................................................... 11
Principais indicadores de energia elétrica ................................................... 15
Conhecendo a conta de energia elétrica ..................................................... 25
Referências bibliográficas ............................................................................... 29
9USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
O Sebrae desenvolveu o Kit - Uso Inteligente de Energia e, com esta publi-cação, oferece aos consumidores, dos diversos setores da economia, alterna-tivas para a utilização correta e eficiente da energia elétrica em suas diversasempregabilidades.
Esta cartilha trata dos parâmetros como conceitos básicos de energia(tensão, corrente, potência), principais indicadores de energia elétrica (consu-mo, demanda, fator de carga, fator de potência) e é a segunda da série quecontempla ainda os assuntos: Energia Elétrica - Como Comprar e Consumir;Administrando a Energia Elétrica e Estudos de Casos. Este Kit de cartilhas fazparte das ações promovidas pelo Programa Sebrae de Eficiência Energética.
As informações aqui contidas permitirão às empresas conhecerem me-lhor os caminhos para reduzir o seu custo com energia elétrica.
Com esta iniciativa, o Sebrae espera estar cumprindo a sua missão, ten-do como compromisso multiplicar o conhecimento e apoiar iniciativas que re-sultem em benefícios não apenas ao segmento empresarial, mas a toda a po-pulação brasileira e ao meio ambiente, que dependendo do Uso Inteligente deEnergia para o seu desenvolvimento sustentável.
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CONCEITOS BÁSICOS DE ENERGIA ELÉTRICA
A energia elétrica é a força propulsora das máquinas e dos equipamentos
industriais. O quadro a seguir mostra outras formas em que a energia elétrica
pode ser transformada.
Energia mecânica para acionar motores..Energia térmica para energizar fornos elétricos.
Energia eletroquímica para tratamento superficial de metais,galvanização, oxidação e pinturas eletrostáticas.
Energia luminosa para iluminação de lâmpadas incandescentes,vapor de sódio, etc.
No Brasil, a eletricidade é de origem predominantemente hidráulica, gera-
da em usinas construídas nos cursos de rios com grande potencial hidrelétrico.
Esses rios são de grande vazão e desnível, cujo leito corre água de forma abun-
dante e com velocidade. Uma peculiaridade brasileira são os reservatórios
plurianuais, dimensionados para armazenar água em quantidade que garanta o
funcionamento das usinas hidrelétricas mesmo em anos de baixa pluviometria.
No País, aproximadamente 84% da energia elétrica produzida são gera-
dos pela força da água e 16% por termelétricas (incluindo nucleares)*.
Para que chegue até onde você necessita, a energia é transportada por
cabos elétricos e rebaixada nos transformadores, de forma a atingir sua empre-
sa com algumas características capazes de movimentar equipamentos e ilumi-
nar ambientes.
Para identificá-las podemos acompanhá-la através de suas variáveis, tais
como: tensão elétrica, corrente elétrica e potência elétrica, dentre outras.
*Fonte: Ministério de Minas e Energia - Coordenação Geral de Informações Energéticas - CGIE
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CONCEITOS BÁSICOS
TENSÃO ELÉTRICA
As caixas d'água que abastecem as cidades estão colocadas nas regiões
mais elevadas. Isto se explica pelo fato de que quanto mais alta estiver a caixa
d'água maior será sua pressão hidráulica. Com a eletricidade acontece fenôme-
no semelhante e o desnível da água é chamado, na energia, de tensão elétrica
(comumente denominada voltagem).
Os fabricantes de equipamentos necessitam que as tensões sejam defi-
nidas para que o equipamento possa trabalhar de forma eficiente e sem riscos.
As tensões secundárias padronizadas no Brasil são: 127V, 220V, 380V. Para a
tensão elétrica, a unidade de medida é o Volt (V), medido por um instrumento
chamado voltímetro.
CORRENTE ELÉTRICA
Quando a caixa d'água está cheia e abrimos o registro, a água começa a
se movimentar pelos canos. Este movimento pode ser comparado com a cor-
rente elétrica, isto é, o movimento de cargas elétricas por meio de condutores.
O que faz as cargas elétricas se movimentarem é a tensão elétrica. A
unidade de medida de intensidade de corrente elétrica no sistema internacional
é o Ampère (A), medido por um instrumento chamado amperímetro.
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INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Os metais podem ser fundidos, isto é, aquecidos, fluidificados e vaza-
dos em moldes.
Muitas empresas utilizam energia elétrica para recobrir objetos das mais
diversas formas, por meio de pinturas eletrostáticas.
Em todas as instalações, faz-se uso de fonte de luz que, associada a
aparelhos de iluminação, distribui o fluxo luminoso em função do tipo de
ambiente a iluminar.
Dependendo do tipo de empresa, haverá predominância de uma forma
de energia. Uma fundição que tenha fornos elétricos a indução terá, pre-
dominantemente, a energia elétrica sendo transformada em térmica.
Normalmente as empresas usam um pouco de todas formas de energia
acima descritas. Utilizam motores elétricos para acionar as mais diversas má-
quinas. Em injetoras, usam resistências elétricas que, por meio do efeito joule,
aquecem e modificam o estado dos mais diversos materiais.
POTÊNCIA ELÉTRICA
Potência elétrica é o fenômeno produzido quando a tensão e a corrente
elétrica se unem para acender uma lâmpada ou movimentar um motor, produ-
zindo um determinado trabalho num intervalo de tempo. Podemos dizer tam-
bém que a potência é a quantidade de energia elétrica solicitada por um equipa-
mento. A unidade de medida de potência elétrica é o Watt. Existem outras unida-
des de potência denominadas HP (horse-power) e cv (cavalo-vapor).
1HP = 746 W 1cv = 735 W
Exemplo: Uma lâmpada incandescente tempotência elétrica de 20, 40, 60, 100 Watts.
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PRINCIPAIS INDICADORES (PARÂMETROS)DE ENERGIA ELÉTRICA
Os indicadores são números que expressam como a energia elétrica estásendo utilizada. Os principais são: consumo, demanda, fator de carga, fator depotência, consumo específico e preço médio.
É a quantidade de energia elétrica, expressa em kWh, utilizada durante
um período de 30 dias ou 730 horas/mês. Exemplo: uma lâmpada incandescente
de 100W ligada 8 horas por dia, durante 30 dias, consome 24 kWh/mês. Para
calcular o consumo de cada equipamento, basta multiplicar a potência (Watts)
pelo número de horas em que ele for usado no mês e dividir o resultado por
1.000 (mil) para se obter o kWh .
A energia está intimamente relacionada com a potência utilizada ao longo
do período de 730 horas/mês. Quanto maior o número de máquinas, lâmpadas,
aparelhos de ar condicionado e computadores ligados, por exemplo, maior será
a quantidade de energia consumida.
O consumo (kWh) também aumenta com o acréscimo do número de
horas trabalhadas (hora extra) após o término do expediente, pois as máquinas
ficam ligadas por mais tempo e, conseqüentemente, consomem mais energia.
CONSUMO (kWh)
Industrial
Residencial
Comercial Público/Rural
Outros
4%
45%
25%
13% 13%
INFORMAÇÕES SOBRE O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICAPOR SEGMENTO
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CONCEITOS BÁSICOS
Mot
ores
Ele
troq
uím
ica
51%
21% 20%C
alor
INDÚSTRIA
Ilum
inaç
ão
Clim
atiz
ação
44%
20% 17%
Ref
riger
ação
COMÉRCIOE SERVIÇOS
Ilum
inaç
ão
Clim
atiz
ação
32%26% 24%
Ref
riger
ação
RESIDÊNCIAS
Fonte: Balanço Energético2000
DEMANDA (kW)
É uma medida de potência elétrica expressa em kW.
Este parâmetro indica a soma de vários aparelhos elétricos utilizados em
um intervalo de tempo (15 minutos)
O aparelho medidor faz uma varredura a cada 15 minutos e pesquisa com
qual potência sua empresa está trabalhando.
Em 730 horas, que corresponde a um mês, o aparelho medidor faz 2.920
leituras de demanda. mas qual valor de demanda será considerado entre as
leituras?
A legislação estabelece que será considerado, para efeito de faturamento,
o maior valro entre:
demanda registrada e demanda verificada por medição;
demanda fixada em contato de fornecimento com a concessionária.
USO INTELIGENTE DE ENERGIA
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FATOR DE CARGA
É um parâmetro elétrico que expressa o grau de utilização da demanda
máxima de potência. Este indicador varia de zero a um; próximo de um indica
que as cargas elétricas foram utilizadas racionalmente ao longo do tempo.
Um fator baixo de carga indica que houve concentração no consumo de
energia elétrica em um período curto de tempo, isto é, se a empresa ligar quase
todas as máquinas, luminárias e demais aparelhos por um pequeno intervalo de
tempo, o fator de carga será baixo. O ideal é trabalhar com a menor demanda
(kW) no maior intervalo de tempo.
QUAL É A IMPORTÂNCIA DO FATOR DE CARGA?
Quanto mais alto for o fator de carga, menor será o preço médio. O custo
da energia elétrica decresce exponencialmente em relação ao crescimento do
fator de carga.
COMO AUMENTAR O FATOR DE CARGA?
Reduzindo a demanda e limitando-a ao mínimo necessário.
Evitando a ligação simultânea de cargas de grande porte.
Programando e organizando melhor a produção, com funciona-mento escalonado dos equipamentos ao longo da jornada.
19USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
O que isto significa? As lâmpadas incandescentes
conseguem transformar toda a energia elétrica em
energia luminosa e térmica. Outros apare-
lhos, como os motores elétricos, as
lâmpadas fluorescentes, os fornos
elétricos e a indução, transformam
somente parte desta energia elétrica
fornecida. Como nas fábricas exis-
tem motores, lâmpadas fluorescen-
tes, etc., pode-se considerar a
fábrica como um aparelho elétrico
capaz de transformar, apenas,
parte da energia elétrica
consumida.
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
Fator de potência é o numero que indica o quanto de energia elétrica étransformada em outras formas de energia (relação entre energia ativa e reativa).A energia elétrica consumida por uma instalação pode ser dividida em duasformas:
Energia ativa é a parcela de energia transformada em energia térmica,luminosa, etc. (efetivamente transformada em trabalho).
Energia reativa é a parcela não transformada. Os motores precisam departe dessa energia reativa para funcionar. Ela é transformada em corren-te de magnetização existente nos motores elétricos e transformadores.
Juntas, a energia ativa e a energia reativa constituem a energia aparente,que é a energia total transmitida à carga.
FATOR DE POTÊNCIA
USO INTELIGENTE DE ENERGIA
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Podemos comparar a energia reativa com a quantidade de espuma de umcopo de chope e a energia ativa com a quantidade de líquido do copo. Quandocompramos um copo de chope, pagamos pelas duas partes pouco importa seo nível de espuma esteja muito alto e o nível de líquido, baixo.
O fator de potência indica quanto da potência total fornecida (kVA) é utiliza-da como potência ativa (kW). É o numero que demonstra o grau de eficiência deuso dos sistemas elétricos.
A legislação (Resolução N. 456/2000 ANEEL) que regulamenta os critéri-os para fornecimento de energia elétrica estabelece que o fator de potência deveser mantido acima de 0,92. Quando o fator de potência for menor do que 0,92, aconcessionária aplica multa à unidade consumidora.
VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR POTÊNCIA
1
2
3
4
Vantagem econômica . Como foi explicado anteriormente, o fatorde potência indutivo médio das instalações inferior a 0,92 acarretamulta para o consumidor. Portanto, a primeira vantagem na correçãodo fator de potência, para uma empresa que está com esse parâmetrofora dos limites aceitáveis, é econômica: o valor da conta de energiaelétrica pode ser reduzido.
Liberação de capacidade elétrica no sistema de distribuição deenergia . Em alguns casos, após melhorar o fator de potência, po-dem-se adicionar novas cargas (motores, lâmpadas, etc.) sem so-brecarregar transformadores e instalações.
Elevação do nível de tensão . Quando há baixa tensão ocasionadapor baixo fator de potência, tem-se como conseqüência a reduçãode potência nos motores. Assim, verifica-se, por exemplo, menornível de iluminamento no sistema de iluminação e maior aquecimen-to nos motores e condutores.Ao corrigir o fator de potência, pode-se elevar a tensão de 4% a 5%,o que ocasiona melhoria de eficiência no sistema elétrico.
Redução nas perdas de energia . Os condutores elétricos (fios/cabos) evoluíram ao longo do tempo, proporcionando melhoria naqualidade do material isolante. Isto lhes permite trabalhar com tem-peraturas maiores, ocasionando densidade de carga mais elevada.Quanto maiores forem as correntes transportadas, maiores serãoas perdas ocasionadas pelo efeito joule.
21USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
Inicialmente, deve-se analisar quais as causas do baixo fator de potência.
A eliminação faz-se desligando os motores que operam em vazio, verifi-
cando os motores superdimensionados e redistribuindo-os com ajuste de suas
cargas.
Outra forma de corrigir o fator de potência é fazer uso de capacitores.
Quais são as causas mais comuns do baixo fator de potência?
Motores operando em vazio, isto é, máquinas que ficam ligadas sem
estar trabalhando.
Motores e transformadores superdimensionados. Transformadores de
muita potência para atender pequenas cargas.
Grande quantidade de motores de pequena potência.
Lâmpadas de descarga fluorescentes, vapor de mercúrio e vapor de
sódio sem reatores de alto fator de potência.
Excesso de energia capacitiva: ao corrigir o fator de potência, coloca-
se excesso de capacitores na rede elétrica.
COMO CORRIGIR O FATOR POTÊNCIA?
USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CARTILHA 2
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Para produzir, as empresas necessitam de energia elétrica, a fim de ilumi-
nar o prédio, acionar as máquinas ou esquentar fornos. Igualmente, precisam
da matéria-prima e dos funcionários que a transformam em produto final.
Todos têm o maior interesse em economizar ao máximo a matéria-prima.
Se a empresa for uma confecção, procurará economizar no corte do tecido, no
uso de linha e dos botões. Se for uma confeitaria, procurará racionalizar ao
máximo o uso da farinha, açúcar e fermento. Se for uma fundição com forno
elétrico, a indução ou a resistência, procurará fundir o metal com as menores
perdas.
A energia elétrica pode ser considerada também como matéria-prima. Isso
é evidenciado pelo seguinte exemplo: para fundir uma tonelada de ferro cinzen-
to, a uma temperatura de 1.560ºC, um forno elétrico a indução necessitará de
516 kWh.
CONSUMO ESPECÍFICO
Para produzir um metro quadrado de couro, um curtume necessitará de
2,73 kWh. Para produzir um par de calçado, uma fábrica necessitará de aproxi-
madamente 1,02 kWh.
OUTROS EXEMPLOS
Estes números, médias indicativas, foram obtidosda seguinte forma:
Consumo Específico =Consumo do mês (kWh)
Produção física do mês correspondente (unitária)
23USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
PRODUÇÃO FÍSICA DO MÊS CORRESPONDENTE
A produção física poderá ser medida em unidades de peças fabricadas,
em quilogramas, toneladas, metros quadrados ou litros. Ao se dividir o con-
sumo do mês analisado (em kWh) pela produção física do mês correspon-
dente, tem-se como resultado o consumo específico.
O consumo específico servirá como indicador ou parâmetro de consumo.
Para entender o conceito, pense na fábrica como um aparelho elétrico que con-
some energia a fim de produzir determinados produtos. O consumo específico
medirá o consumo total da fábrica (aparelho elétrico) em relação à quantidade
de produtos fabricados, ou seja, kWh/produção física.
Se a empresa for uma firma comercial, pode-se procurar outro tipo de
indicador. Por exemplo: kWh/número de clientes atendidos ou ainda kWh/m² de
área construída.
Se a empresa em questão for uma prestadora de serviços, pode ainda
buscar outro indicador, como, por exemplo, kWh/toneladas de aço soldado.
USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CARTILHA 2
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O preço médio é estabelecido de acordo com a classificação da unidade
consumidora, ou seja, Grupo B e Grupo A.
Para o Grupo B, o preço médio representa o preço da energia elétrica
pago pelo consumidor para cada kWh consumido. Uma forma simplificada de
calcular o preço médio mensal de cada kWh consumido na empresa é a se-
guinte:
PREÇO MÉDIO DO kWh
Total da conta do mês (R$)
Consumo de energia do mês (kWh)= R$ / kWh
Para o Grupo A, o preço médio varia em função do fator de carga da unida-
de consumidora. Quanto mais alto for o fator de carga, mais baixo será o preço
médio da energia elétrica paga pela unidade consumidora.
Para acompanhamento e controle dos indicadores acima descritos a em-
presa deverá utilizar o anexo 1, cartilha 05, página 18.
USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CARTILHA 2
26
CONHECENDO A CONTA DE ENERGIA ELÉTRICA
Com o envio de uma fatura (conta de energia elétrica), a concessionária
cobra mensalmente pelo serviço de fornecimento de energia elétrica à sua em-
presa.
Nessa fatura, estão contidas informações referentes aos valores físicos
do consumo de energia e aos valores monetários. O empresário deve entender
a terminologia para poder proceder ao acompanhamento da conta de energia.
CONTA DE ENERGIA DA CONCESSIONÁRIA LOCAL
COMPONENTES DOS SERVIÇOS E PRODUTOS PRESTADOS
Refere-se aos valores das tarifas da concessionária local, aplicada de
acordo com a tarifação contratada pela unidade consumidora, conforme Re-
solução 456/2000 - ANEEL.
VENCIMENTO
Refere-se à data em que a conta de energia elétrica deverá ser paga.
DATA DA LEITURA
Refere-se ao dia em que o funcionário da concessionária efetuou a lei-
tura no medidor de energia elétrica da empresa.
LEITURA
É o número extraído mensalmente do medidor de kWh. Todos os me-
ses, a concessionária faz a leitura do consumo (kWh) para o Grupo B, en-
quanto que para o Grupo A, a concessionária faz a leitura do consumo (kWh)
e da demanda (kW) que sua empresa teve no período.
27USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
Valor monetário total da conta em reais. No caso do Grupo B, o valor é
formado pela parcela do valor físico do consumo, multiplicado pelo valor mo-
netário/unitário do consumo, mais o valor dos impostos. Para o Grupo A, será
o valor físico do consumo multiplicado pelo valor monetário/unitário do consu-
mo mais a parcela física da demanda multiplicada pelo valor monetário/unitá-
rio da demanda. Quando a conta é paga com atraso, o valor da multa integra
esse total. Caso houver ultrapassagem de demanda ou ainda reativos exce-
dentes estes farão parte do TOTAL A PAGAR.
HISTÓRICO DO CONSUMO NOS ÚLTIMOS MESES
CONSTANTE DE FATURAMENTO
É o número que, multiplicado pela diferença de leitura, resulta no consu-
mo registrado no mês.
IMPOSTOS
Indica o valor monetário relativo à tributação. Este valor varia conforme
a Unidade da Federação
VALOR TOTAL A PAGAR
Oferece ao empresário informações sobre o consumo nos
últimos meses.
29USO INTELIGENTE DE ENERGIA
CONCEITOS BÁSICOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agência para aplicação de energia. Manuais de administração de energia .
ANEEL. Condições gerais de fornecimento de energia elétrica . Resolução
456/2000.
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BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente .
Catálogos diversos de equipamentos elétricos.
CODI. Manual de orientação aos consumidores sobre a nova legislação
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COTRIM, Ademaro. Instalações elétricas . São Paulo: Mac-Graw Hill, 1982.
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ELETROBRÁS/PROCEL. Manuais de conservação de energia elétrica na
indústria, comércio e serviços.
FIEMS/DAMPI. Curso de formação e preparação de avaliadores em eficiên-
cia energética . Campo Grande: FIEMS, 1998.
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mudança do clima .
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Sebrae. A Questão ambiental e as empresas . Brasil: Sebrae, 1998
Sebrae no Rio de Janeiro. Manuais de conservação de energia.
Sebrae no Rio de Janeiro. Séries de uso eficiente de energia .
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS