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2. O inglrio comeo da Colnia GorkiA seis quilmetros de Poltava, pelas encostas de colinas arenosas, estende-se uma floresta de pinhos de uns duzentos hectares, e bordejando a floresta corre a estrada para Khrkov, pavimentada de pedras limpinhas, de brilho montono.Na floresta h uma clareira de uns quarenta hectares.Num dos seus cantos foram colocadas cinco estruturas em forma de caixote de tijolos, geometricamente certos, compondo todos juntos um quadrado perfeito. Isto que a nova colnia para infratores da lei.O ptio arenoso desce para se fundir com uma ampla clareira na floresta, at os juncos de uma lagoa, em cuja margem oposta se vem as cercas e as casinhas de uma quinta de kulks. * Ao longe, no horizonte, delineiatp-se no cu os contornos de um renque de velhas btulas, mais uns dois ou trs telhados de palha. E s.Antes da Revolu,o existia aqui uma colnia de menores delinqentes. Em 1917 ela se dispersou, deixando atrs de si bem poucos vestgios pedaggicos. A julgar por esses vestgios, preservados em surrados livros-dirios, os diretores pedaggicos da colnia eram velhos militares, ao que parece(*) Kulks: camponeses-proprietrios, "ricos, que exploravam o trabalho de camponeses pobres. (N. T.)16oficiais de baixa patente reformados, cujas obrigaes consistiam em vigiar todos os passos de cada um dos seus educandos, tanto no trabalho como nas horas de recreio, e noite orm1r no ap ~ vizinhos podia-se deduzir que a pedagogia desses "tios" no primava pela complexidade. A sua expresso exterior se limitava a um instrumento da simplicidade de um porrete.Os vestgios materiais da antiga colnia eram ainda mais insignificantes. Os vizinhos mais prximos da colnia retiraram e levaram embora, para os seus prprios galpes, barraces e locais de armazenagem, tudo que podia ter qualquer valor material: oficinas, despensas, moblia. Entre outros valores, levaram at um pomar inteiro. Entretanto, em toda essa histria, no havia nada que lembrasse vandalismo. O pomar no foi derrubado, mas erradicado e replantado mais adiante, as vidraas das casas no foram quebradas mas cuidadosamente retiradas, as portas no foram arrancadas a furiosos golpes de machado, mas ordeiramente retiradas dos gonzos, as estufas foram desmontadas tijolo por tijolo. Somente o grande armrio, o buf da antiga residncia do diretor, permaneceu no lugar.- Por que deixaram o buf? - perguntei a um vizinho, Luk Seminovitch Verkhl, que viera da quinta para olhar os novos donos.- que, sabe, pode-se dizer que esse tal de buf no tem serventia para a nossa gente. Nem d pra desmontar, o senhor mesmo pode ver. E nas nossas casas, ele nem ia passar pela porta, por causa da altura dele e da largura tambm...Pelos cantos dos barraces havia toda 'Sorte de tralha amontoada, mas objetos teis de fato no havia. Seguindo certos sinais mais recentes, foi-me possvel recuperar algumas coisas de valor, surripiadas nos ltimos dias. Eram elas: uma.vetusta semeadeira, oito bancadas de marceneiro cambaias, um cavalo capado, ex-garanho quirguiz, de trinta anos de idade, e uni sino de bronze.Ao chegar na colnia, j l encontrei o chefe do abastecimento Kalin Ivnovitch, que me saudou com uma pergunta:- O senhor que ser o diretor do Departamento Pedaggico?Constatei logo que Kalin Ivnovitch falava'com sotaque ucraniano, embora por princpio se recusasse a reconhecer oPOEMA PEDAGGlCO17idioma da Ucrnia. No seu lxico havia muitas palavras ucranianas e ele pronunciava o som de "gu" sempre maneira do Sul, como um "H". Mas na palavra "pedaggico" ele caprichava tanto na pronncia literria russa que o seu "gu" saia talvez at duro demais.- O senhor que ser o diretor do Departamento Pedaggico?- Por qu? Eu sou o diretor da colnia.- No - disse ele, tirando o cachimbo da boca -, o senhor ser o chefe do departamento pedaggico e eu, o chefe da parte econmica. ' Imaginem umpan* de Vrubel, j totalmente calvo, com apenas alguns tufos de cabelo sobre as orelhas. Raspem a barba do pan e aparem-lhe os bigodes moda episcopal. Ponham-lhe um cachimbo entre os dentes, e tero no mais um pan, mas Kalin Ivnovitch Serdiuk. Ele era assaz complicado para um trabalho to simples como a chefia econmica de uma colnia infantil. Tinha atrs de si no menos de cinqenta anos de atividades diversas. Mas o seu orgulho era constitudo de duas pocas somente: na juventude, ele fora hussardo da guarda pessoal do Regimento de Keksholm de Sua Majestade, e em 1918 dirigira a evacuao da cidade de Mrgorod durante a ofensiva alem.Kalin Ivnovitch ficou sendo o primeiro objeto da minha atividade educacional. O que me causava maiores dificuldades era a quantidade das suas variadssimas opinies. Ele deblaterava com o mesmo entusiasmo contra os burgueses, os bolcheviques, os russos, os judeus, o nosso relaxamento e a meticulosidade alem. Mas os seus olhos azuis brilhavam com tanto amor vida, ele era to sensvel, receptivo e disposto, que eu no poupei um pouco da minha energia pedaggica para ele. E comecei o meu trabalho educacional com ele logo nos primeiros dias, desde a nossa primeira conversa:- Como assim, camarada Serdiuk, a colnia no pode funcionar sem um diretor-geral. Algum deve ser responsvel por tudo.Kalin Ivnovitch tornou a tirar o cachimbo da boca e inclinou-se respeitosamente para o meu rosto:(*) Senhor ou patro em ucraniano. (N. To)18 A. S. MAKARENKO- Ento o senhor deseja ser diretor da colnia? E que eu, de certa forma, seja seu subordinado?o. no necessariamente assim. Se quiser, posso ser eu o seu subordinado.- Eu no estudei pedagogia, e o que no me cabe, no me cabe. O senhor ainda um homem jovem - e quer que eu, um velho, seja o seu menino de recados? Assim tambm no fica bem! Quanto a ser diretor da colnia, para isso eu no tenho preparo suficiente, sabe - e para que que vou querer isso?Kalin Ivnovitch afastou-se de mim, abespinhado. Emburrou. Andou tristonho o dia inteiro, e ao anoitecer veio para o meu quarto, j totalmente abatido.- Eu lhe coloquei aqui uma mesinha e uma cama, o que pude encontrar...- Obrigado.- Eu pensei e pensei como vamos fazer com esta colnia aqui. E resolvi que melhor, de fato, que o senhor seja o diretor da colnia, e que eu seja, por assim dizer, seu subordinado.- Vamos nos entender, Kalin Ivnovitch. Ficaremosbem.- Eu tambm penso assim, que ficaremos bem. No um bicho de sete cabeas, e ns faremos a nossa parte. E o senhor, como homem instrudo, vai ser por assim dizer o diretor.pusemos mos obra. Com auxlio de escoras, conseguimos colocar de p o rocinante de trinta anos. K.alin Ivnovitch encarapitou-se numa espcie de charrete que nos foi gentilmente cedida por um vizinho, e toda essa geringona deslocou-se em direo cidade velocidade de dois quilmetros por hora. Comeou o perodo de organizao.Para o perodo de organizao foi estabelecida uma meta 'bastante apropriada - a coleta dos valores materiais indispensveis para a educao do homem novo. Durante dois meses, eu e Kalin Ivnovitch passvamos dias inteiros na cidade. Kalin Ivnovitch viajava no veculo, eu ia a p. Ele considerava o pedestrianismo abaixo da sua dignidade, ao passo que eu de modo algum conseguia me adaptar ao ritmo proporcionado pelo ex-corcel quirguiz.POEMA PEDAGGICO19No decorrer de dois meses, com a ajuda de especialistas da aldeia, conseguimos pr mais ou menos em ordem uma das casernas da antiga colnia: colocamos vidraas, consertamos , pW-lieV'nc;: l)Dt:tas novas. Na rea da poltica exterior, tivemos uma s, mas significativa, realizao: de tanto mslstir, conseguimos arrancar 150 puds* de farinha de centeio da Comisso Especial de Alimentos do Primeiro Exrcito da Reserva. No tivemos tanta sorte em "coletar" outros valores materiais...Comparando esse resultado com os meus ideais na esfera da cultura material, constatei que, se eu tivesse cem vezes mais, faltaria para o meu ideal o mesmo que agora. Em resultado do que me vi obrigado a declarar encerrado o perodo de organizao. Kalin Ivnovitch concordou com o meu ponto de vista:- E o que que voc vai coletar, quando eles, os parasitas, s produzem isqueiros? Arruinaram o povo, est entendendo, e agora a gente que se organize como puder. Vamos ter de fazer como I1y Mromets...- I1y Mromets?- Pois . Existiu esse tal... I1y Muromets... ** quem sabe voc ouviu falar dele... bem, aqueles parasitas o proclamaram um bogatyr, um heri. Mas eu c acho que ele no passou de um pobreto e um vadio, que andava de tren em pleno vero.- Pois bem, faamos como I1y Mromets, isto ainda no to mau ~ssim. E quanto ao Solovi-ndido?- Solovi-bandidos, amigo, temos vontade...Chegaram colnia duas educadoras: Iekaterna Grigrievna e Ldia Pietrvna. Eu j estava qse me entregando ao desespero, na procura de colaboradores pedaggicos: ningum estava disposto a se dedicar tarefa de educar o novo homem na nossa floresta. Todos tinham medo dos "vagabundos" e ningum acreditava que o nosso empreendimento chegaria a um final feliz. E foi somente numa conferncia de trabalhadores da escola rural, na qual tive oportunidade de fazer uso (*) Pud: medida de peso, cerca de 16 kg. (N. T.) (**) I1y Mromets e Solovi (Rouxinol)-Bandido: bogatyrs, heris populares lendrios da velha R6ssia. (N. T.) 20A. S. MAKARENKOde toda a minha eloqncia, que consegui encontrar dois seres humanos vivos. Fiquei contente por eles serem mulheres. Pa"enobrecedora influncia feminina" preencheria satisfatoriamente o sistema das nossas toras.Ldia Piet.fvna era muito jovem - uma menina. Recmsada do ginsio, ainda no se libertara dos cuidados maternos. O Zavgubnarobraz perguntou-me, ao assinar a nomeao:- Para que voc quer essa garotinha? Pois se ela no sabe nada!- Mas era uma bem assim que eu estava procurando.Sabe, s vezes me passa pela cabea que no presente momento os conhecimentos no so to importantes. Essa Ldochka uma criaturinha pura e eu conto com ela como se fosse uma vacina.- Voc no est querendo ser sabido demais? Est bem, que seja...Em compensao, lekaterna Grigrievna era um lobo pedaggico de peso. No nascera muito antes de Ldochka, mas Ldochka apoiava-se no seu ombro como uma criana na me. No rosto bonito e srio de lekaterna Grigrievna destacavam-se retas e negras as sobrancelhas quase masculinas. Ela sabia usar com notvel compostura uns vestidos milagrosamente conservados, e Kalin Ivnovitch declarou com acerto, aps ser-lhe apresentada:- Com uma moa destas preciso andar com muito cuidado...E, assim, estava tudo pronto.No dia quatro de dezembro chegaram colnia os primeiros seis educandos e me entregaram um fabuloso. pacote com cinco enormes selos de lacre. O pacote continha os seus dossis. Quatro deles tinham dezoito anos, form-nos enviados por assalto domiciHar a mo armada, e dois eram mais novoS e acusados de furto. Os nossos educandos estavam magnificamente trajados, de culotes de montar e botas elegantes.Tinham os cabelos cortados ltima moda. Esses no tinham nenhum jeito de crianas abandonadas. Os sobrenomes dos nossos primeiros educandos eram Zadrov, Burn, Vlokhov, Bendiuk, Gud e Tarants.Ns os recebemos cordialmente. Desde a manh estava sendo preparado um almoo saboroso, a cozinheira resplan-POEMA PEDAGGICO 21decia na sua touca alvssima. No dormitrio, no espao livre entre as camas, estavam postas mesas festivas; no tnhamos toalhas, mas estas foram muito bem substitudas pelos lenis . A 3e f8QRinw tnctnc;: nc;: p~rtid1>3ntes ia nascente colnia. Tambm Kalin Ivitch compareceu, tendo trocado, em honra ao acontecimento, o seu paletozinho cinza-ensebado por um casaco de veludo verde. .Eu fiz um discurso sobre a nova vida de trabalho, sobre a necessidade de esquecer o passado, de marchar sempre em frente e para a frente. Os educandos ouviam maio meu discurso, cochichavam entre si, olhavam com sorrisos de zombaria e desprezo para os catres dobrveis, "camas de campanha", colocados na caserna, com os seus novos cobertores de algodo, e para as portas e janelas sem pintura. No meio da minha arenga, Zadrov de repente disse em voz alta a um dos seus companheiros::...... Por tua causa fomos cair nesta esparrela!Dedicamos o resto do dia ao planejamento da nossa vida futura. Mas os educandos ouviam as minhas propostas com indiferente cortesia, s para se verem livres de mim mais depressa.E de manh uma perturbada Ldia Pietrvna veio me procurar:- Eu no sei como falar com eles. Eu lhes digo: preciso ir at o lago buscar gua, e um deles, aquele - o do corte de cabelo - vai calando as botas e diz, quase me enfiando a bota na cara: "Est vendo, o sapateiro me fez umas botas muito aprtadas!" Nos primeiros dias eles nem mesmo nos ofendiam, simplesmente nos ignoravam. tarde, saam livremente da colnia e voltavam de manh, sorrindo contidamente diante da minha compenetrada reprimenda scio-educativa. Uma semana depois, Bendiuk foi detido por um agente do Departamento de Investigao Provincial, que chegou para prend-Io sob acusao de assassinato e roubo cometidos durante a noite. Ldochka ijcou mortalmente assustada por esse incidente, chorava no seu quarto e s saa para perguntar a todos:- Mas o que que isso? Como que pode? Ele saiu.assim e matou?lekaterna Grigrievna, sorrindo gravemente, franzia o cenho:22A. S. MAKARENKOPOEMA PEDAGOGICO23- No sei, Antn Seminovitch, realmente no sei...Talvez eu deva simplesmente ir embora daqui... No sei que tom se pode assumir aqui.. .A floresta solitria que rodeava a nossa coloma, o xotes" vazios das nossas casas, a dezena de catres em lugar de camas, um machado e uma p guisa de instrumentos e meia dezena de educandos que recusavam categoricamente no s a nossa pedagogia, mas toda e qualquer cultura humana tudo isso, para dizer a verdade, no correspondia nem um pouco a toda a nossa experincia escolar pregressa.O prolongado anoitecer na colnia dava arrepios. A colnia toda era iluminada por duas nicas lmpadas de leo, uma no dormitrio, outra no meu quarto. As duas educadoras e Kalin Ivnovitch tinham simples lamparinas de pavio flutuante, inveno dos tempos antediluvianos. A minha lmpada tinha a parte superior da manga de vidro quebrada e a parte restante estava sempre fuliginosa, porque Kalin Ivnovitch, acendendo o seu cachimbo, muitas vezes se servia do fogo da minha lmpada, enfiando para isso metade do jornal no vidro.Naquele ano as tempestades .de neve comearam cedo, todo o ptio da c.olnia estava entulhado de montes de neve, e no havia ningum para abrir passagens por entre eles. Pedi aos educandos que fizessem isso, mas Zadrov me disse:~. At que se pode abrir umas picadas, mas melhor esperar que o inverno acabe, seno a gente remove a neve, e ela cai de novo. Est entendendo?Ele sorriu amavelmente e se voltou para um companheiro, esquecendo a minha existncia. Zadrov vinha de uma famlia de gente instruda, isso se notava logo. Falava corretamente e o seu rosto se distinguia por aquele ar jovem e bemtratado que s existe em crianas bem-alimentadas. Vlokhov j era um tipo de outra espcie: boca larga, nariz achatado, olhos muito afastados, tudo isso, ao lado de uma carnuda mobilidade, compunha uma cara de bandido. V lokhov tinha as mos sempre enfiadas nos bolsos dos culotes e agora ele se aproximou de mim nessa mesma: pose:- Ento, j lhe explicaram...Sa do dormitrio, transformando a minha ira numa espcie de pesada pedra no peito. Mas era preciso abrir as pi-cadas na neve, e a raiva petrificada exigia ao. Fui ao quarto de Kalin Ivnovitch:- Vamos remover a neve.ue que isso! Ento eu estou aqui ]?ara trabalhos braais? E aqueles ali, o que so? - ele indicou os dormitrios com um movimento da cabea. - Solovi-bandidos?- Eles no querem.- Aqueles parasitas! Est bem, vamos!Ns dois, Kalin Ivnovitch e eu, j estvamos terminando a primeira picada, quando para ela saram V lokhov e Tarants, dirigindo-se como sempre para a cidade.- Assim que bom! - disse Tarants, alegremente.- H mais tempo - concordou V lokhov.Kalin Ivnovitch fechou-Ihes o caminho:- Que quer dizer " bom"? Voc, patife, recusou-se a trabalhar e pensa agora que eu fao o servio para voc? Por aqui voc no passa, parasita! Enfie-se na neve, seno eu te meto a p!...Kalin Ivnovitch levantou a p, mas um instante depois a sua p voou longe para dentro da neve, o cachimbo foi parar no lado oposto, e o atarantado Kalin Ivnovitch s pde acompanhar os dois jovens com os olhos, e ouvir de longe o seu grito:- Vai ter de se enfiar na neve sozinho, atrs da p!E eles se foram para a cidade, rindo.- Vou-me embora para o diabo! Aqui eu no trabalho!- disse Kalin Ivnovitch, e retirou-se para o seu quarto, deixando a p no monte de neve.Nossa vida tomou-se triste e apreensiva. Na grande estrada para Khrkov ouviam-se gritos todas as noites:- Socorro!Os aldees assaltados vinham a ns e pediam ajuda com vozes trgicas.Consegui arranjar com o Zavgubnarobraz um revlver para a defesa contra os cavaleiros-salteadores de estrada, mas ocultei dele a situao da colnia. Eu ainda no perdera a esperana de inventar uma maneira de me entender com os educandos.Os primeiros meses da nossa colnia foram para mim e os meus companheiros no s meses de desespero e esforo impotente - foram tambm meses de procura da verdade. Em 24A. S. MAKARENKOPOEMA PEDAGGlCO .O"i,toda a minha vida eu no li tanta literatura pedaggica quanto naquele inverno de 1920.Aquele era o tempo de Vrnghel e da guerra polonesa.rangnel e:slavi1 411 nAS fJFeJtilRid