Candeia 19

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ANO IV 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012 Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis” O alemão Albert Schweitzer (1875 – 1965) foi carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhis- ta, mecânico, farmacêutico, fabricante de órgão, concertista famoso na Europa, mas ainda existia algo em sua alma que precisaria realizar. Certo dia, lendo uma revista, viu artigo sobre a necessidade de médicos na África. Disse para si mesmo: “Encontrei minha vocação. Vou ser médico”. Inscreveu-se no curso de Medicina e es- tudou durante oito anos na Alemanha. Depois de formado e com prática, convidou sua esposa Hélène Bresslau, que era enfermeira, para prestar socorro aos seus irmãos afri- canos, e foram para o Gabão, um dos lugares mais pobres do Planeta, dominado pela França. Em 1941, usando as suas próprias economias, iniciou a construção de um hospital onde trabalhava como pedreiro e carpinteiro. Enquanto a obra não ficava pronta, atendia todos os doentes em uma cabana que ele mesmo construíra. O início foi muito difícil, pois os africanos ingeriam as pomadas, comiam sabões, to- mavam todo o conteúdo dos medicamentos de uma única vez e viviam desconfiados daqueles dois seres brancos que davam ordens e impunham disciplina. Quando chegaram ao Gabão, ele tinha 30 anos, e ela 24. Viviam ameaçados pelas feras, pelos homens e pelas lutas tribais, mas aos poucos o povo foi entendendo a missão do casal e passou a construir suas barracas nos arredores do hospital, formando-se, as- sim uma rede de proteção. Ao término da Segunda Guerra Mundial, ele decidiu visitar a Alemanha e os Estados Unidos, fazendo palestras e pedindo auxílio para os seus irmãos africanos que viviam na mais extrema miséria. Sua esposa escrevia diversas cartas para todas as grandes instituições alemãs e norte-americanas, relatando as dificuldades daquele povo esquecido do Gabão. O casal transformou-se em uma lenda na Á- frica. Albert ficou conhecido como o “Deus Branco” e Hélène, a “Deusa da Selva”. O povo do Gabão tinha expectativa média de vida de apenas 30 anos, a mortalidade infantil era altíssima, havia epidemias e a tuberculose varria as tribos. Mas graças ao trabalho, esforço, dedicação, luta, fraternidade, caridade e amor, aos poucos o milagre da multiplicação das curas tornou-se assunto de fama mundial. Albert Schwitzer dizia sempre que a África precisava de ações humanitárias, principalmente dos países que utilizaram mão de obra escrava. Recebeu, em 1952, o Prêmio Nobel da Paz aos 78 anos e com o dinheiro ampliou o hospital que, então, já contava com um corpo médico e de enfermagem que ele mesmo formou durante 50 anos de lutas, sacrifícios e renúncias, deixando para a humanidade terrena o exemplo do verdadeiro cristão. Costumava dizer que a vida é o maior bem que Deus concedeu aos seres humanos, por isso devemos preservá-la. Por- tanto, se o Dr. Bezerra de Menezes foi o “Médico dos pobres” no Rio de Janeiro, o Dr. Albert Sch- weitzer foi o médico dos excluídos na África. É destes exemplos que todos nós precisamos. EXEMPLO DE AMOR AO PRÓXIMO PRIMEIRO HOSPITAL DE ALBERT NO GABÃO RUY GIBIM REFORMADOR 2012

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Boletim Informatico do Grupo de Estudos Espírita Leon Denis!

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ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

O alemão Albert Schweitzer (1875 – 1965)

foi carpinteiro, pedreiro, veterinário,

construtor de barcos, dentista, desenhis-

ta, mecânico, farmacêutico, fabricante de

órgão, concertista famoso na Europa, mas ainda existia

algo em sua alma que precisaria realizar. Certo dia, lendo

uma revista, viu artigo sobre a necessidade de médicos na

África. Disse para si mesmo: “Encontrei minha vocação.

Vou ser médico”. Inscreveu-se no curso de Medicina e es-

tudou durante oito anos na Alemanha. Depois de formado

e com prática, convidou sua esposa Hélène Bresslau, que

era enfermeira, para prestar socorro aos seus irmãos afri-

canos, e foram para o Gabão, um dos lugares mais pobres

do Planeta, dominado pela França. Em 1941, usando as suas

próprias economias, iniciou a construção de um hospital

onde trabalhava como pedreiro e carpinteiro. Enquanto a

obra não ficava pronta, atendia todos os doentes em uma

cabana que ele mesmo construíra. O início foi muito difícil,

pois os africanos ingeriam as pomadas, comiam sabões, to-

mavam todo o conteúdo dos medicamentos de uma única

vez e viviam desconfiados daqueles dois seres brancos que

davam ordens e impunham disciplina. Quando chegaram ao

Gabão, ele tinha 30 anos, e ela 24. Viviam ameaçados pelas

feras, pelos homens e pelas lutas tribais, mas aos poucos o

povo foi entendendo a missão do casal e passou a construir

suas barracas nos arredores do hospital, formando-se, as-

sim uma rede de proteção.

Ao término da Segunda Guerra Mundial, ele decidiu

visitar a Alemanha e os Estados Unidos, fazendo palestras e

pedindo auxílio para os seus irmãos africanos que viviam na

mais extrema miséria.

Sua esposa escrevia diversas cartas para todas

as grandes instituições alemãs e norte-americanas,

relatando as dificuldades daquele povo esquecido do

Gabão.

O casal transformou-se em uma lenda na Á-

frica. Albert ficou conhecido como o “Deus Branco”

e Hélène, a “Deusa da Selva”. O povo do Gabão

tinha expectativa média de vida de apenas 30 anos, a

mortalidade infantil era altíssima, havia epidemias e a

tuberculose varria as tribos. Mas graças ao trabalho,

esforço, dedicação, luta, fraternidade, caridade e

amor, aos poucos o milagre da multiplicação das

curas tornou-se assunto de fama mundial.

Albert Schwitzer dizia sempre que a África

precisava de ações humanitárias, principalmente dos

países que utilizaram mão de obra escrava. Recebeu,

em 1952, o Prêmio Nobel da Paz aos 78 anos e com

o dinheiro ampliou o hospital que, então, já contava

com um corpo médico e de enfermagem que ele

mesmo formou durante 50 anos de lutas, sacrifícios

e renúncias, deixando para a humanidade terrena o

exemplo do verdadeiro cristão. Costumava dizer

que a vida é o maior bem que Deus concedeu aos

seres humanos, por isso devemos preservá-la. Por-

tanto, se o Dr. Bezerra de Menezes foi o “Médico

dos pobres” no Rio de Janeiro, o Dr. Albert Sch-

weitzer foi o médico dos excluídos na África.

É destes exemplos que todos nós precisamos.

EXEMPLO DE AMOR AO PRÓXIMO

PRIMEIRO HOSPITAL DE ALBERT NO GABÃO

RUY GIBIM — REFORMADOR 2012

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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RESPIRAÇÃO DA ALMA

T udo o que existe respira na dimensão em que

vive, é, pois, o alento da vida que circula na intimi-

dade das coisas, desde a matéria primitiva até os

maiores acúmulos da criação.

O que mais se encontra de respiração na Terra é

processado pelo corpo humano: exercício visível e necessá-

rio ao equilíbrio da alma, garantindo o

agregado fisiológico, na postura que lhe

é conveniente. No entanto, todas as

coisas inspiram e expiram, como uma

troca de vida processada pela doação

divina; é o retorno de quem recebe

para o grande campo transformador do

universo.

Os grandes místicos do oriente

compreenderam que todo o universo é

mantido em forma pela sua respiração,

onde se marca em dois tempos mais ou

menos longos, que são a inspiração e a

expiração, ou seja, a ida e a volta da força de vida em per-

feita consonância com o poder doador que é Deus. E esse

trajeto de energia pode ser observado desde o vírus até o

anjo, desde o átomo até os mundos, desde a criação total

até Deus.

Em se falando de respiração da alma, podemos in-

corporar neste exercício divino a criação mental dos Espíri-

tos, as bênçãos doadoras do Grande Arquiteto do Univer-

so, que doa seu alento de vida a tudo e a todos, sendo que

os Espíritos conscientes dos seus deveres e de suas vidas

imprimem na doação seus próprios sentimentos e deles

fazem uso, porque o que retrata nos seus pensamentos são

seus filhos, que passam a fazer parte da sua própria vida.

Sendo que a vida pertence a Deus, somos eterna-

mente dependentes dele, em plena consonância com o seu

magnânimo coração, que pulsa em duas dinâmicas, marcan-

do a ida e a volta de todas as coisas criadas por Ele mesmo.

A respiração no ser humano é marca da macro-

respiração do universo, donde a seiva de vida vai

e volta em processos ainda desconhecidos por nós

outros, em trabalhos de despertamento espiritual. E

como temos um trabalho a fazer em função do nosso

despertamento, participamos conscientemente da co

-criação, acordando nossos valores que, por vezes,

dormem na nossa intimidade.

Os primeiros passos se resumem em corrigir o

que não deve ser, atenuado os inconvenientes, para

mais tarde dar sintomas de elevação na programação

da subida, passando a sentir e ver os grandes hori-

zontes a se descortinarem na nossa vida, aparecendo

a esperança sublimada. Portanto, o importante é mo-

derar, num primeiro momento, para depois discipli-

nar de fatos os impulsos inferiores nascidos das pai-

xões inferiores, agregados da ignorância. Todos os

dias a vida pede retoques e é o que devemos fazer,

ampliando condições e acertando rotas para alcan-

çarmos o mais certo.

Se tudo respira, deveremos aprender como

respirar melhor; se tudo se alimenta, o nosso dever

é aprender a alimentar com mais acerto. É bem co-

mum a todas as criaturas espi-

ritualistas compreender que

respiramos os nossos próprios

pensamentos e bebemos as

nossas próprias idéias, agrega-

das em torno de nós através

das vibrações das nossas pala-

vras. Cientes desta verdade, o

que fazer? Acadimar todos os

dias, porque a caridade mais

elevada é a que fazemos a nós

mesmos, nos educando, por

vezes até com rigor. Deus é o

doador divino, e não deixa faltar o que nos entrega

para viver, mas deixa a nossa parte para que a faça-

mos. Se cuidarmos bem, seremos agraciados; senão,

sofreremos as consequências dos nossos desleixos.

Ao espírita, não pode haver desculpas pelo

modo de pensar e sentir a vida, usando o fluido divi-

no, para a divina ascensão da alma. Quando aprende-

mos a viver, abrem-se-nos as portas da felicidade, e

tudo para nós corresponde em belezas eternas, pas-

sando a não existir o mal, porque o bem toma conta

da nossa casa mental, senão da cidade consciência,

em atividade constante, objetivando não dar lugar à

desarmonia.

Aprendamos a respirar vida, que encontrare-

mos Deus mais perto do que pensamos e Jesus a nos

convidar para entrar em nós mesmos, onde o céu é a

realidade e o amor, a atmosfera de luz, na sustenta-

ção da alma rumo à felicidade. HORIZONTES DA VIDA –

João Nunes Maia – Espírito MIRAMEZ

“Aprendamos a respirar

vida, que encontraremos Deus

mais perto do que pensamos

e Jesus a nos convidar para

entrar em nós mesmos, onde o

céu é a realidade e o amor, a

atmosfera de luz, na sustenta-

ção da alma rumo à felicida-

de.”

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nos rigores sobre-humanos, como fazem os bonzos,

os faquires e certos fanáticos de várias seitas, avançam

em seu caminho? Por que, antes, não trabalham para o

bem de seus semelhantes? Que eles vistam o indigen-

te, consolem o que chora, trabalhem por aquele que

está enfermo, sofram privações para o alívio dos infeli-

zes, então sua vida será útil e agradável a Deus. Quan-

do, nos sofrimentos voluntários que padecem, não

tem em vista senão a si mesmos, é de egoísmo; quan-

do sofrem pelos outros, é de caridade: tais são os pre-

ceitos do Cristo.

726 – Se os sofrimentos deste

mundo nos elevam pela maneira

que os suportamos, elevam-nos,

também, aqueles que criamos vo-

luntariamente? -Os únicos sofrimentos que elevam

são os sofrimentos naturais, porque eles

vem de Deus. Os sofrimentos voluntá-

rios não servem para nada quando eles nada fazem para o

bem de outrem. Crês que aqueles que abreviam a vida

Página 3 Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “ Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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CARREGAMOS O QUE PENSAMOS

NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO - SOFRIMENTOS

J esus nos afirma, através do Evangelho, que seu

fardo é leve e seu jugo é suave. Não podemos

falar o mesmo, dado o fardo ser pesado e o jugo incômo-

do, pois não aprendemos a pensar nas mesmas linhas do

Mestre. A consciência da alma comum está carregada pe-

los seus pensamentos; as vibrações inferiores pesam e

incomodam o Espírito na sua jornada de vida. A ignorância enche o celeiro do coração com o

que pensa, criando distúrbios variados que fazem sofrer; são cargas magnéticas inferiores, nascidas das paixões que não correspondem aos ensinamentos do Mestre dos mes-

tres.

Se a humanidade tivesse a consciência dos valores mentais, de como eles podem fazer a felicidade destruir os mais elevados ideais, procuraria educar as idéias, usan-do os processos ensinados por Jesus no seu Evangelho de vida. Pelo que sabemos, e disso temos experiências, nós bebemos o que pensamos e alimentamos as nossas pró-prias idéias, respiramos os nossos sentimentos e carrega-

mos tudo isso como sendo os nossos fardos e jugos...

Se desejamos melhorar, ou pelo menos aliviar esse

peso, abracemos as mudanças na intimidade, porque se a

paz nasce por dentro, a felicidade não existe noutro lu-

gar. O Cristo é como que o sol das nossas vidas; a sua

mente poderosa irradia para todo o seu rebanho forças

compatíveis com o seu amor, sem exigências, tanto que

não aparece a mostrar o que faz por nós.

A nossa salvação depende de nós e a inteligência

com Jesus nos pede o conhecimento de nós mesmos.

Cada um deve conhecer a si próprio e é nesta fre-

qüência que notamos o que deve ser feito, sem que o

egoísmo nos comande. Quem trabalha em favor de si mesmo, dentro

dos moldes do amor, encontra-se beneficiando os ou-tros. Para ajudar alguém a despertar os valores inter-nos é preciso conhecer e avançar amando, que o e-xemplo e o silêncio, nestes casos, são vias de melhor

acesso às lições imortais do próprio amor.

Quase sempre gostamos de nos iludir, por a-preciarmos a quem nos bajula e que por vezes falam de coisas que ainda não conseguimos conquistar; se já estamos de posse de tais ou quais virtudes por si mes-

ma irradia seus valores.

Carregamos o que pensamos e o que somos, irradiamos em alta freqüência para todos os lados; tudo fala de nós, nos diz a psicologia espiritual: o nos-so olhar escreve o que somos, a nossa palavra anuncia o nosso porte espiritual, as nossas ações mostram o que somos por dentro. Não é preciso que falemos, porque a nossa própria fala se exagera na apresenta-ção. E para que falar de nós mesmos, se fazemos so-mente o bem e vivemos no amor? Somente o que sen-timos com isso basta, porque essa harmonia nos leva a

sentir a felicidade na intimidade da vida.

Analisemos o modo pelo qual vivemos, para que o fardo não nos pese e o jugo não fique incômodo. Jesus nos ensinou como descarregar o peso das nossas car-gas magnéticas inferiores, pela prática do bem e pela luz da fraternidade pura. Basta começarmos esse e-xercício, para que o mundo espiritual nos ajude. Isso Ele faz com freqüência em todos os mundos onde haja

almas se movendo em corpos materiais.

Modela a tua vida do Mestre e, se ainda não encon-

tras forças para tal operação, começa, que mãos invisí-

veis ajudar-te-ão. Diz o Evangelho que cada trabalha-

dor é digno de seu salário. E o salário do Espírito que

se esforça para iluminar é a luz de Deus no coração,

onde Jesus é o transformador divino para o ambiente

humano. JOÃO NUNES MAIA

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ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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O homem, seja qual for a escala a que

pertença, desde a fase selvagem tem o

sentimento inato do futuro. Diz-lhe a

intuição que a morte não é o último

termo da existência e que aqueles cuja perda lamenta-

mos não estão perdidos para sempre. A crença no por-

vir é intuitiva e muito mais generalizada do que a do

nada. Como é possível que, entre os que acreditam na

imortalidade da alma, tantos ainda se achem apegados às

coisas da Terra e sintam tamanho temor pela morte?

O temor da morte é um efeito da sabedoria da

Providência e uma conseqüência do instinto de conser-

vação comum a todos os seres vivos. Ele é necessário

enquanto o homem não estiver suficientemente esclare-

cido sobre as condições da vida futura, como contrape-

so ao arrastamento que, sem esse freio, o levaria a dei-

xar prematuramente a vida terrena e a negligenciar o

trabalho que deve servir ao seu próprio adiantamento. É

por isso, que nos povos primitivos, o futuro não passa

de vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança

e, finalmente, uma certeza, embora de certo modo neu-

tralizada por secreto apego à vida corpórea.

À medida que o homem compreende melhor a

vida futura, o temor da morte diminui; compreendendo

melhor a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim com

mais calma, resignação e serenidade. A certeza da vida

futura dá-lhe outro curso às idéias, outro objetivo aos

seus trabalhos; antes de ter essa certeza ele só cuida da

vida atual; depois de adquiri-la, trabalha só com vistas ao

futuro sem negligenciar o presente, porque sabe que o

porvir depende da boa ou má direção que der a vida

atual. A certeza de reencontrar os amigos depois da

morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não

perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se

incessantemente em inteligência e perfeição, dá-lhe paci-

ência para esperar e coragem para suportar as fadigas

momentâneas da vida terrena. A solidariedade que ele

vê estabelecer-se entre vivos e mortos faz-lhe compre-

ender a que deve existir na Terra, entre os vivos; a fra-

ternidade e a caridade tem desde então um fim e uma

razão de ser, no presente como no futuro. O CEU E O INFERNO — ALLAN KARDEC — CAP II

E ntre todas as provas de

que existe no homem um

princípio espiritual sobre-

vivente ao corpo as mais

frisantes são fornecidas pelo fe-

nômeno do Espiritualismo Expe-

rimental ou Espiritismo.

Os fenômenos espíritas, consi-

derados, a princípio, como puro

charlatanismo, entraram no domí-

nio da observação rigorosa e, se

certos sábios ainda os desdenham, rejeitam e negam,

outros, não menos eminentes, os estudam, verificando

sua importância e realidade. Na América e em todas as

nações da Europa, sociedades psicológicas fazem disso o

objeto constante de seus estudos.

Tais fenômenos, já o vimos, produziram-se em

todos os tempos. Outrora, estavam envolvidos em mis-

tério e só eram conhecidos por pequeno número de

pesquisadores. Hoje, universalizam-se, produzem-se

com uma persistência e uma variedade de formas que

confundem a Ciência moderna.

Newton disse: É loucura acreditar que se conhe-

cem todas as coisas, é sabedoria estudar sempre. Não

só todos os sábios, mas também todos os homens sen-

satos têm o dever de estudar esses fatos que nos pa-

tenteiam uma face ignorada da Natureza, de remontar

às causas e de deduzir as suas leis. Esse exame só pode

fortificar a razão e servir ao progresso, destruindo a

superstição em sua origem, porque a superstição está

sempre pronta a apoderar-se dos fenômenos despreza-

dos pela Ciência, a desfigurá-los e atribuir-lhes caráter

sobrenatural ou miraculoso.

A maior parte das pessoas que desdenham estas

questões ou que, tendo-as estudado, o fizeram superfici-

almente, sem método, sem espírito de coerência, acusa

os espíritas de interpretarem mal os fenômenos, ou pe-

lo menos, de deduzirem conclusões prematuras.

A esses adversários do Espiritismo respondere-

mos que já é alguma coisa ganha o fato de eles se apega-

rem à interpretação dos fenômenos e não à sua realida-

de. Efetivamente, os fenômenos verificam-se e não se

discutem. A sua realidade é atestada, como vamos ver,

por homens do mais elevado caráter, por sábios de alta

competência, de nome aureolado por seus trabalhos e

descobertas. Mas, não é preciso ser sábio de primeira

ordem para averiguas a existência de fenômenos que,

caindo debaixo dos sentidos, são portanto, sempre veri-

ficáveis. Qualquer pessoa, com alguma perseverança e

sagacidade, colocando-se nas condições necessárias,

poderá observar esses fatos e formar sobre eles uma

opinião esclarecida. DEPOIS DA MORTE – LÉON DENIS

FENÔMENOS ESPÍRITAS TEMOR DA MORTE

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ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

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O medo e a insegurança nos impedem de

partirmos para uma autobusca

O “homem” vive nas atuais conjunturas, em

pleno século XXI, caminhando sobre a Terra

em uma grande busca por tudo aquilo que

possa satisfazê-lo de alguma forma; sua luta

pelo que é material parece interminável, suas indagações

acerca da religiosidade também lhe causam momentos

que mais parecem que

serve apenas para lhe pro-

jetar diante de uma estra-

da com vários caminhos,

mas que ele mesmo não

sabe qual deverá seguir;

vivemos nos dias de hoje

mergulhados num mar de

insegurança e medo, que

nos impede de partirmos

para uma autobusca que

poderá nos auxiliar verda-

deiramente em nossa tra-

jetória evolutiva.

Nossa aventura pelo solo da Mãe Terra vem nos

ensejar, em algumas ocasiões de nossa existência, aconte-

cimentos que deveriam nos conduzir a uma reflexão justa

acerca de nós, intimamente, mas diante deste momento

crucial fugimos de nós mesmos, como se tivéssemos me-

do de ver o que realmente iremos encontrar dentro de

nosso íntimo; isso serve apenas para nos conduzir através

de nossa passagem pela matéria, sem nos dar a verdadei-

ra oportunidade de nos conhecer sinceramente.

Entretanto devemos analisar que muitas vezes

o organismo físico é afetado por conseqüência da fal-

ta de análise para o justo e devido estudo da causa

verdadeira, de onde se deriva os transtornos, dos

quais uma grande parte dos milhões de habitantes do

globo terrestre está inserida na atualidade.

Medo e culpa são os algozes dos sintomas de

depressão, síndrome do pânico, dentre outros; quan-

tos não tenham, sem muito êxito, buscar a causa des-

ses males nas vicissitudes da vida atual, nas frustra-

ções materiais e sentimentais, buscando equivocada-

mente a cura daquilo que parece estar mais próximo

da matéria, sem perceber que na maioria das vezes o

doente é a alma, que está simplesmente projetando,

refletindo no organismo físico, suas delinqüências tra-

zidas do nosso passado, atualmente “inconsciente”

para nós.

“Todavia, é no cerne do ser – o Espírito – que

se encontram as causas matrizes desse inimigo

rude da vida, que é o medo”. (Joanna de Ângelis)

O que não podemos nunca desprezar é o per-

nicioso fenômeno da somatização, quando após o

agravamento das síndromes e das fobias, algumas já

consideradas como patolo-

gias pelos institutos res-

ponsáveis que tratam dos

transtornos mentais, levam

ao organismo físico o ve-

neno cruel que conduz até

aos complementos celula-

res substâncias contamina-

das e doentias, necrosando

o sistema vital, culminando

com as doenças de difíceis

tratamento.

“Fomenta a paz, que é o antídoto da an-

gústia. Exercita a mente nos pensamentos otimis-

tas e cultiva a esperança. Trabalha com desinte-

resse, fazendo pelo próximo o que dizes dele não

receber. A paz é fruto que surge em momento

próprio, após a germinação e desenvolvimento do

bem no coração”. (Joanna de Ângelis).

RIE –DEZ – 2011

O MEDO DE HOJE

“Medo e culpa são os algozes dos sin-tomas de depressão, síndrome do pânico, dentre outros; quantos não tenham, sem muito êxito, buscar a causa desses males nas vicissitudes da vida atual, nas frustra-ções materiais e sentimentais, buscando equivocadamente a cura daquilo que pa-rece estar mais próximo da matéria, sem perceber que na maioria das vezes o doen-

te é a alma, (...)”

GOTAS DE PAZ - Tão pequeninas,as gotas d'água reunidas,Formam os mares,os rios e as fontes que sustentam a vida na terra .Sem elas,o nosso mundo seria apenas um imenso deserto. Assim são as palavras. Isoladas,são dese-nhos diminutos, sem expressão.Entretanto,reunidas pela inteligência humana, formam os livros e os documentos

que ilustram os povos.Sem elas não teríamos a HISTÓRIA DA HUMANIDADE - Emmanuel / Francisco C. Xavier

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Entre outros pontos, o autor destaca se os animais

também compartilham do período de erraticidade. “O

Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua li-

vre vontade; dessa maneira, não existem espíritos de

animais errantes, pois estes não pensam como os seres

humanos, não tem o correspondente livre-arbítrio; en-

tretanto, isso não quer dizer que não existam animais

no plano espiritual, já que, “errante”, segundo evidenci-

am os espíritos, é uma condição tipicamente humana”.

Muito se questiona também a respeito da possi-

bilidade de manifestação por parte dos animais que ha-

bitam o mundo espiritual. Pode-se afirmar que tais ma-

nifestações são sim, possíveis de ocorrer, porém, pro-

vocadas por Espíritos humanos, sem a vontade do ani-

mal. “As manifestações de fantasmas-animais não são

naturalmente conscientes como as de criaturas huma-

nas, mas são produzidas por entidades espirituais inte-

ressadas nessas demonstrações, seja para incentivar o

maior respeito pelos animais na Terra, seja por motivos

científicos”.

O assunto, porém, é amplo e exige muitas pon-

derações. Para este tema, Kardec alerta para a grande

necessidade de estudo.

REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO – 2011

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

A lgumas obras mediúnicas da literatura es-

pírita relatam a presença de animais no

mundo espiritual, levantando dúvidas so-

bre a sua condição e se as manifestações

destes animais são possíveis.

Muitos autores dedicaram-se exaustivamente a

este assunto, entre eles o pesquisador italiano Ernesto

Bozzano (“A alma dos animais”, publicado, originalmente,

em italiano, com o título Animali e manifestazioni metap-

sichici, em 1923), José Herculano Pires (“Mediunidade,

Vida e Comunicação”) e Allan Kardec, com esclarecimen-

tos publicados na Revista Espírita.

A Revista Internacional de Espiritismo traz aos

leitores a matéria Os animais no mundo espiritual, desti-

nada a esclarecer dúvidas sobre esse assunto.

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OS ANIMAIS NO MUNDO ESPIRITUAL

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N ão precisamos correr o mundo para des-cobrir aquela que seria a melhor crença, a melhor religião. Ela poderá surgir den-tro de nós a qualquer instante, desde

que sejamos praticantes irredutíveis das leis de Deus. Aprenda a valorizar a fé, criando as suas próprias

reservas íntimas. Não é preciso ajoelhar-se solenemente, enquanto voce contempla cenários luxuosos, vitrais co-loridos e imagens barrocas, entalhadas à mão.

Curve-se, isto sim, dentro do programa criterioso do seu coração, reconhecendo os seus erros e prome-tendo o perdão a si mesmo através da reparação espon-tânea das suas faltas.

Converta-se em um freqüentador assíduo de cor-redores extensos e de altares profusamente iluminados, mas num ser humano capaz de produzir a sua própria luz a partir do brilho da sua generosidade.

Esforce-se por praticar os aconselhamentos amo-rosos que estão nos livros sagrados. Páginas em branco que existem dentro de nós, ou que apareçam manchadas de sangue e de condenação nos altares da religião, são impróprias para nos fornecer qualquer tipo de ilumina-ção.

Coloque o seu próprio esforço, o seu próprio trabalho de regeneração nessas linhas que estão para serem escritas, impressas e exercitadas dentro do seu coração, sob os olhos atentos da sua alma.

Não desanime nunca. Desde que voce se interes-se por renovar o seu íntimo, aí estará uma semente da boa religião – a mais autêntica delas – prosperando viço-samente entre os homens.

Não desperdice energias boas praticando extenu-antes caminhadas por percursos turísticos que ganharam notoriedade e todo tipo de divulgação, por serem fre-qüentados por pessoas ilustres e famosas.

Ao contrário, ande com humildade dentro das suas próprias divisas, dentro do seu próprio coração, para poder conhecer o amplo território das suas carên-cias, das suas imperfeições e necessidades.

Estude e analise a importância de cada um dos seus passos, e atravesse sua vida com altivez, moralidade e apreço espiritual. Voce poderá não viajar para fora de nenhum país, mas descobrirá um novo horizonte, uma nova personalidade dentro de voce mesmo.

Faça esse tipo de turismo interior. A sua alma, altar-mor, exige que voce viaje bastante para dentro de si mesmo.

WILSON GONZALES –RIE

Q uão intenso pode ser o amor de uma

mãe? Qual a importância das mães no

encaminhamento reencarnatório dos

Espíritos que serão seus filhos?

A Revista Internacional de Espiritismo (RIE) traz

uma homenagem a todos que acreditam ser este o a-

mor mais sublime que existe em nosso planeta.

“- Eu só queria nascer... Não cobrava-lhe o amor

nem o desvelo, mas precisava nascer, pois tenho os

meus débitos a ressarcir”. Tal depoimento está pre-

sente no artigo Os milagres da maternidade, que abor-

da o delicado caso de uma gestação em que o bebê nas-

cerá anencéfalo e tem, decretado pelos médicos, o ve-

redicto de poucos dias de sobrevivência, após o nasci-

mento.

O Espírito,atormentado pela necessidade de re-

encarnar para corrigir erros do passado, não suporta a

idéia de ser abortado, criando um grande laço afetivo

com a mãe que a carregava ainda no útero.

“A mesma [mãe] havia decidido por não abor-

tar-me, seguindo com a gestação até o final, com o in-

tuito de viver comigo as poucas horas de vida, de guar-

dar a lembrança do beijo e do abraço. Era o que eu ne-

cessitava!”. A nobre atitude da mãe revela a imensa re-

signação e a renúncia de si própria pelo bem daquele

Espírito que só as mães conseguem entender. Às mães

cabe essa responsabilidade, de guiar os filhos, de orien-

tar quando eles possuem dúvidas e de mostrar o cami-

nho correto. Esse amor incondicional, único é capaz de

grandes transformações em Espíritos que necessitam de

carinho e de esperança. A confiança que essa mãe de-

positou naquela gestação e, certamente, a consciência

de que aqueles poucos dias, talvez horas, seriam impor-

tantes para o filho, consiste em uma mola propulsora

para o progresso individual e a reparação dos erros do

Espírito reencarnante.

“Muitos chamam tal tarefa de ‘milagre’; Joanna de

Ângelis chama de amor, o mais sublime, puro e abun-

dante amor que se tem na humanidade: o amor de

mãe”. REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO

MAIO DE 2012

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita ‘Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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CRENÇA OS MILAGRES DA MATERNIDADE

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MEDIUNIDADE DE INSPIRAÇÃO

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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Parece que uma inteligência superior nos vem aju-

dar e que o nosso Espírito se desembaraçou de um far-

do.

“Por vezes essa inspiração é inconsciente de si

mesma; às vezes um médico, apenas junto de certos

doentes, acha de súbito o remédio que pode curá-los.

Não foi a ciência que o guiou, foi a inspiração. A ciência

punha à sua disposição vários modos de tratamento,

mas uma voz interior lhe gritava um nome(...).

O que dizemos da medicina existe, ao mesmo

título, em todos os outros ramos do trabalho humano.

Em certas horas, o fogo da inspiração nos devora; há

que ceder”.

Assim, “a inspiração vem indiferentemente de

dia, de noite, em vigília ou durante o sono. Apenas exi-

ge recolhimento. É-lhe necessário reencontrar nature-

za que possa abstrai-se de toda preocupação do mundo

real, para dar lugar livre e vago ao ser que vier envolvê-

lo todo e lhe infundir seus pensamentos”.

Na inspiração há uma comunicação telepática

entre dois Espíritos. Nem sempre essa comunicação se

traduz em grandes revelações:”A inspiração se verifica,

muitas vezes, em relação às mais comuns circunstâncias

da vida. Por exemplo, queres ir a alguma parte: uma voz

secreta te diz que não o faças, porque correrás perigo;

ou, então, te diz que faças uma coisa em que não pensa-

vas. É a inspiração. Poucas pessoas há que não tenham

sido mais ou menos inspiradas em certos momentos.

Sabemos que os homens de gênio, os devotados

ao progresso das ciências, das artes, da filosofia, enfim,

do conhecimento são, vez ou outra, inspirados por En-

tidades esclarecidas. “É que os Espíritos, quando que-

rem executar certos trabalhos, lhes sugerem as idéias

necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são

médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, vaga intui-

ção de uma assistência estranha”.

Às vezes é dada aos médiuns inspirados a capaci-

dade de preverem acontecimentos futuros. Esta espécie

de presciência (pré-ciência) pode ocorrer durante a

vigília ou durante o sono, pelos sonhos.

Nesse sentido, Kardec nos faz recomendações

de valor:

“Pode dar-se que o Espírito preveja coisas que

julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão

tornar conhecidas; porém, nesse terreno, ainda são

mais de temer os Espíritos enganadores, que se diver-

tem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstân-

cias permite se verifique o grau de confiança que elas

merecem”.

Todas as previsões que não tiverem uma utilida-

de geral, que caracterizem um interesse pessoal, mere-

cem uma certa dose de cautela.

A llan Kardec nos explica que “todo aque-

le que, tanto no estado normal

[consciente, sem transe], como no de

êxtase, recebe, pelo pensamento, comu-

nicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode

ser incluído na categoria de médiuns inspirados. Estes,

como se vê, formam uma variedade da mediunidade

intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma

força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao

inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento

próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o

que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último

gênero.”

“Há grande analogia entre a mediunidade intuiti-

va e a inspiração; a diferença consiste em que a primei-

ra se restringe quase sempre a questões de atualidade e

pode aplicar-se ao que esteja fora das capacidades inte-

lectuais do médium; por intuição pode este último tra-

tar de um assunto que lhe seja completamente estra-

nho. A inspiração se estende por um campo mais vasto

e geralmente vem em auxílio das capacidades e das pre-

ocupações do Espírito encarnado. Os traços da mediu-

nidade são, de regra, menos evidentes.”

“A inspiração nos vem dos Espíritos que nos

influenciam para o bem, ou para o mal, porém, proce-

de, principalmente, dos que querem o nosso bem e

cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de

não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da

vida, às resoluções que devemos tomar. Sob esse as-

pecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto

não há quem não tenha seus Espíritos protetores e fa-

miliares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos

salutares idéias”.

“Também se podem incluir nesta categoria as

pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do

comum e sem saírem do estado normal, tem facilidade

de concepção e de elocução e, em certos casos, o pres-

sentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que

com acerto se chamam inspiração, as idéias abundam,

sob um impulso involuntário e quase febril. ESTUDO E EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE – FEB

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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F rancisco Thiesen nos lembra, no prefácio do

livro Diálogo com as sombras, palavras do

autor da referida obra: “O segredo da doutrinação é o

amor”.

A arte da doutrinação se desenvolve e se

aperfeiçoa com a prática, sobretudo se o doutrinador se

empenhar na aquisição

de valores intelectuais e

morais.

Enquanto o” co-

nhecimento auxilia por

fora , só o amor socor-

re por dentro(...)

Com a nossa cultu-

ra retificamos os efei-

tos, quanto possível, e

só os que amam

[Espíritos comunicantes

necessitados] reclamam intervenção no íntimo, para mo-

dificar atitudes mentais em definitivo...

O Espírito André Luiz nos traz o exemplo da Irmã

Cipriana, convocada a libertar terrível obsessor, devido

às conquistas que ela lograra adquirir no âmbito do amor

fraternal.

Referindo-se a essa irmã e querendo exaltar-lhe o

grau de compreensão, assim se expressa: “O coração que

ama está cheio de poder renovador. Certa feita, dis-

se JESUS QUE EXISTEM DEMÔNIOS SOMENTE

SUSCETÍVEIS DE REGENERAÇÃO PELO JEJUM E

PELA PRECE. Às vezes André, como neste caso, o co-

nhecimento não basta: há que ser o homem animado da

força divina, que flui do jejum pela renúncia, e da luz da

oração, que nasce do amor universal”.

CONDIÇÕES PROPÍCIAS A UM BOM DIÁLOGO COM OS ESPÍRITOS

Devemos, pois compreender que nem sempre

doutrinar será transformar. Um Espírito pode ter ad-

quirido o tesouro do conhecimento e possuir recur-

sos fluídicos ou magnéticos capazes de operar sobre a

mente dos Espíritos sofredores, auxiliando-os nos

processos dolorosos que enfrentam.

No entanto, para garantir-lhes a renovação espiri-

tual, é preciso que quem auxilia disponha de sentimen-

tos sublimados.

Quem já possui uma razoável bagagem de co-

nhecimento fala à inteligência do sofredor; porém,não

está habilitado a redimir corações. “Para esse fim ,

para decifrar os complicados labirintos do sofrimento

moral, é imprescindível haver atingido mais elevados

degraus da humana compreensão”.

Essa é a principal razão por que o diálogo com

os Espíritos muitas vezes se revela frio, fora da reali-

dade, apesar do declarado conhecimento que o dialo-

gador revela.

Como sabemos, “a palavra, qualquer que ela

seja, surge invariavelmente dotada de energias elétri-

cas específicas, libertando raios de natureza dinâmica.

A mente, como não

ignoramos, é o inces-

sante gerador de forças,

através dos fios positi-

vos e negativos do sen-

timento e do pensa-

mento, produzindo o

verbo que é sempre

uma descarga eletro-

magnética, regulada pela

voz. Por isso mesmo,

em todos os nossos

campos de atividade, a voz nos tonaliza a exterioriza-

ção, reclamando apuro de vida interior, de vez que a

palavra, depois do impulso mental, vive na base da cri-

ação; é por ela que os homens se aproximam e se a-

justam para o serviço que lhe compete e, pela voz o

trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço

e no tempo.

É provável que no estágio evolutivo em que

nos encontramos ainda tenhamos dificuldades de re-

velar amor fraternal sublimado ao nosso próximo,

esteja ele desencarnado ou encarnado.

Somos capazes, porém, de demonstrar compai-

xão e gentileza para com os Espíritos em sofrimento.

EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE – FEB

“Como sabemos, a palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios der natu-reza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de forças, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga eletromagnética, regulada pela

voz.”

"Realmente, não somos indispensáveis, porque a Providência Divina não pode falir quando

falhamos transitoriamente, mas , em verdade, segundo a Sabedoria do Universo, Deus não nos criaria , se

não tivesse necessidade de nós". ANDRÉ LUIZ - ENDEREÇO DA PAZ

Page 10: Candeia 19

10

Av Emb.PEDRO DE TOLEDO,382

Jd. AGUAPEÚ

11730-000 MONGAGUÁ -SP

Tel: (013) 3448- 3218 (013) 9629-9317

www.geeld.blosgspot.com

[email protected]

CONHEÇA O ESPIRITISMO, ESTUDE O

ESPIRITISMO, COMPREENDA O

ESPIRITISMO, VIVENCIE O

ESPIRITISMO

Candeia

GR U PO D E E S TU D O S

E S PÍR IT A

“ L É O N D E N IS ”

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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DIRETORIA

Presidente VERA LÚCIA S.N PEREIRA

Vice Presidente

DIONÍCIA MENDEZ RIVERA 1º Secretário

PARAGUASSU NUNES PEREIRA

2º Secretário

MARCIA SINIGAGLIA N. PEREIRA 1º Tesoureiro

JOSÉ ALVAREZ RIVERA

2º Tesoureiro DURVALINO BARRETO

Conselho Fiscal

MARIA ISABEL MACEDO, ADIRSON PEREIRA GOMES e RAMATHIS MACEDO DA ROCHA

—-oooOOOooo—-

Responsáveis pelo CANDEIA PARAGUASSU N PEREIRA e VERA LÚCIA S.N

PEREIRA

Revisão JOSÉ A.RIVERA, PARAGUASSU N. PEREIRA e

VERA LÚCIA S.N. PEREIRA

Diagramação

PARAGUASSU NUNES PEREIRA Impressão

GRÁFICA ITANHAÉM

(013) 34222-2077 - ITANHAÉM-SP

CANDEIA ANO IV

D iariamente reencarnam na Terra servidores que

se comprometeram no Mais Além com a ativi-dade de evangelização infantojuvenil. Por essa

razão, irão eleger na idade adulta o magistério,

a vivência das doutrinas psicológicas, sociológicas, para pode-

rem, bem equipados culturalmente, desincumbir-se da tarefa de

preparar gerações novas.

Os mentores das instituições espíritas providenciam para

que não faltem trabalhadores habilitados para o ministério de

manutenção e de desenvolvimento da Entidade, dependendo a

sua preservação daqueles que a dirigem e a orientam.

Mergulhar o pensamento e o sentimento nas lições subli-

mes de Jesus desveladas pelo Espiritismo é dever de todos a-

queles que se candidatam ao ministério da educação das gera-

ções novas...

DIVALDO P. FRANCO – BEZERRA DE MENEZES –

REFORMADOR – 2012

CANDEIA N° 01

OPINIÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE

A EVANGELIZAÇÃO

“Não há fé inquebrantável senão

aquela que pode enfrentar a razão

face a face, em todas as épocas da

humanidade.”

ALLAN KARDEC

C ANDEIA completa neste mês de setembro seu

terceiro ano de circulação.

Surgiu da vontade de se fazer um Boletim Informati-

vo, referente as atividades do Grupo de Estudos Es-

pírita “Léon Denis”. A idéia amadureceu e ela cresceu, passando o

Candeia a divulgar assuntos doutrinários , desta tão maravilhosa

Doutrina que é o Espiritismo, tendo como alvo, principalmente , as

pessoas sem tempo ou oportunidade de ler uma obra doutrinari-

a completa.

Ao entrar em seu quarto ano de existência , pedimos a Deus

e a espiritualidade , para que todos continuemos a desenvolver ta-

refas tão dignificantes.

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

E u sempre fui e sou favorável à doação de órgãos. Em nível de corpo espiritual, não ocorre prejuízo algum. Se, em meu caso, optei pela não doação, fazendo, inclusive, constar a minha vontade em documento, é

que eu não queria ver o meu corpo transformado em obje-to de curiosidade. Eu tinha receio de que pensassem que, por ter sido médium na Terra., os meus órgãos fossem di-ferentes. Ouvi de muita gente insinuações descabidas, neste sentido. Imaginavam que eu tivesse um aparelho instalado no cérebro... Este foi dos menores absurdos que escutei. Graças a Deus, vivi muito no corpo, mais de 90 janeiros, e os meus órgãos não poderiam servir mesmo para ninguém – não poderiam ser oferecidos em uma espécie de leilão! Volto a repetir que o perispírito não será lesado.

A doação de órgãos é caridade legítima. É claro que a família do doador necessita permanecer vigilante para que o assunto não se transforme em comércio, certificando-se de que este ou aquele órgão extirpado será transplantado em quem de direito. Há de, primeiro, ter ocorrido a morte encefálica, para que os órgãos sejam retirados sem pertur-bação para o espírito. De meu corpo, o que poderia ser doado? Desencarnei por falência múltipla dos órgãos...

DOUTRINA VIVA – Carlos A. Baccelli Espírito Francisco C. Xavier

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

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A nseias, em verdade, pela grande subli-

mação.

Anotaste a biografia dos paladinos

da solidariedade e ambicionas comun-

gar-lhes a experiência.

Choraste, sob forte emoção, ao conhecer-lhe

a vida, nos lances mais duros, e quiseras igualmente

desprender o coração de todos os laços inferiores.

Recordas Vicente de Paulo, o herói da benefi-

cência, olvidando possibilidades de dominação políti-

ca, a fim de proteger os necessitados.

Pensas em Florence Nightingale, a mulher ad-

mirável que esteve quase um século entre os ho-

mens, dedicando-se aos feridos e aos doentes, sem

quaisquer intenções subalternas.

Refletes em Damião, o apóstolo que se esque-

ceu da própria mocidade, para entregar-se ao con-

forto dos nossos irmãos enfermos em Molokai.

Meditas em Gandhi, o missionário da não vio-

lência, que renunciou a todos os privilégios, a fim de

ajudar a libertação do povo.

Sabes que todos os campeões da fraternidade

no mundo nunca se acomodaram à expectação im-

produtiva. Em razão disso, estimaria seguir-lhes, ime-

diatamente, o rastro luminoso; entretanto, trazes

ainda a alma presa a pequeninas obrigações que não

podes menosprezar...

Não te amofines, porém, diante delas. Todas

as dificuldades e todos os dissabores do caminho

terrestre são provas e medidas da tua capacidade

moral para a Estrada Gloriosa.

Chão relvoso é começo de floresta.

Humanidade é sementeira de angelitude.

Penetremos o bem verdadeiro para que o

bem verdadeiro penetre em nós.

É indispensável que o espírito aprenda a ser

grande nas tarefas humildes, para que saiba ser hu-

milde nas grandes tarefas.

Na relatividade dos conceitos humanos, nin-

guém, na Terra, pode ser bom para todos; contudo,

ninguém existe que não possa iniciar-se, desde já, na

virtude, sendo bom para alguém.

JUSTIÇA DIVINA

PELO ESPÍRITO EMMANUEL – Francisco C. Xavier

TAREFAS HUMILDES

U m dia uma criança chegou diante de um pen-

sador e perguntou-lhe:

"Que tamanho tem o universo?"

Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e respondeu: "O universo tem o tamanho do

seu mundo".

Perturbada, ela novamente indagou:

"Que tamanho tem meu mundo?".

O pensador respondeu:

"Tem o tamanho dos seus sonhos". Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limita-das, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. Os sonhos regam a existência com sentido. Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances. A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, faz dos idosos, jovens, e a ausência de-les transforma milionários em mendigos faz dos jovens ido-sos. Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados s e r e m c o n s t r u t o r e s d e o p o r t u n i d a d e s .

Sonhe! http://www.mensagemespirita.com.br

OS SONHOS

Page 12: Candeia 19

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ANO IV n° 19 SETEMBRO / OUTUBRO de 2012

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Livraria Espírita “Léon Denis” LANÇAMENTOS

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ELD(013) 3448-3218— 9629-9317

Abaixo—assinado pela aprovação do PL 478/07

- Estatuto do Nascituro

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