Caminhos modernistas - a geração poética de 30

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CAMINHOS MODERNISTAS A SEGUNDA FASE DA POESIA DE UMA REVOLUÇÃO ARTÍSTICA

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CAMINHOS MODERNISTASA SEGUNDA FASE DA POESIA DE UMA REVOLUÇÃO ARTÍSTICA

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Momento histórico

• Período de 1930 a 1945• Grande depressão• Estados totalitários: nazismo e fascismo• II Grande Guerra

ARTSBASHEFF, Boris. Ilustração para a revista Lifetime.

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• Revolução de 30• Revolta Constitucionalista de 32• Era Vargas• Estado Novo

Momento histórico

Comemoração do 1º de Maio, Dia do Trabalhador

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A GERAÇÃO DE 30A POESIA MODERNISTA

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ESTÉTICA DA POESIA

MODERNISTA DE 30

• Inserida em um contexto histórico conturbado, assiste-se à ampliação temática, incorporando as preocupações relativas à humanidade e ao "estar-no-mundo".

• As pesquisas estéticas aprofundam-se e a poesia chocante e destruidora dá lugar à construção de um novo modelo de pensar o homem e o mundo.

PORTINARI, Candido. Os colhedores de café. (1935)Este tipo de pintura ficou conhecida como estilo “realismo social”

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• Há a ampliação das relações entre o "eu" e o mundo, por muitas vezes com a fragilização desse "eu".

• A preocupação do homem, do seu interior e de sua vida social é uma constante. A consequência é a imagem da fragilidade diante do mundo, da impotência e da miséria humana. Contra tudo isso, resta a união e as ações coletivas.

ESTÉTICA DA POESIA

MODERNISTA DE 30

PORTINARI, Candido. Favela. (1930)

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Cecília Meirelles

• Professora universitária• Estudiosa da literatura brasileira• Traços simbolistas• Linguagem sublimada• Misticismo e espiritualidade• Preocupação com tempo do mundo• Revisitação crítico-lírica da história em

seu Romanceiro da Inconfidência• É também cronista e contista

1901 - 1964Rio de Janeiro (RJ) - Rio de Janeiro (RJ)

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Motivo

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.

Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,- não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:- mais nada.

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,Assim calmo, assim triste, assim magro,Nem estes olhos tão vazios,Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,Tão paradas e frias e mortas;Eu não tinha este coraçãoQue nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,Tão simples, tão certa, tão fácil:- Em que espelho ficou perdidaa minha face?

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Vinícius de Moraes

• Carreira diplomática• "Neorromântico"• Temática do amor sensual, mas sublime• Precursor da bossa-nova• Comprometimento com o cotidiano• Sentimentalismo material• Preferência pelo soneto e formas líricas de

expressão• Além de poeta, foi dramaturgo e

compositor musical.

1913 - 1980Rio de Janeiro (RJ) - Rio de Janeiro (RJ)

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Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.

A Rosa de Hiroxima

Pensem nas criançasMudas telepáticasPensem nas meninasCegas inexatasPensem nas mulheresRotas alteradasPensem nas feridasComo rosas cálidasMas oh não se esqueçamDa rosa da rosaDa rosa de HiroximaA rosa hereditáriaA rosa radioativaEstúpida e inválida.A rosa com cirroseA antirrosa atômicaSem cor sem perfumeSem rosa sem nada.

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Carlos Drummond de AndradeO gauche

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• Descendente de uma decadente família de fazendeiros.

• Seus estudos, com os jesuítas do Colégio Anchieta de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, renderam a insólita expulsão por "insubordinação mental".

• Começou sua carreira de escritor como colaborador de um jornal local que aglutinava os novos modernistas mineiros.

• Formou-se (por insistência familiar) em farmácia no ano de 1925.

• Trabalhou como servidor público, contudo, manteve suas atividades jornalísticas, como cronista no Correio da Manhã e, posteriormente, no Jornal do Brasil.

1902 - 1987Itabira (MG) - Rio de Janeiro (RJ)

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Características gerais• Poeta gauche, representa a si mesmo como anti-herói, torto, desajeitado, errado, aquele que está em

desacerto com o mundo, para quem nada dá certo. • Sua poesia demonstra preocupação social.• Drummond mostra-se um poeta preocupado com sua individualidade, é poeta da ordem e da

consolidação, embora essas mostrem-se invariavelmente contraditórias. • A linguagem de Drummond impressiona pela vitalidade, pela criatividade e pela capacidade de

sugestão, combinando aspectos tradicionais, como a sublimação e o tom elevado, às experiências vanguardistas, como os coloquialismos e a linguagem prosaica.

• Poesia estar-no-mundo• Poesia tempo-existência• Poesia metalinguística• Poesia lírico-amorosa• Poesia memória e cotidiano

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Quando nasci, um anjo tortodesses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homensque correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:pernas brancas pretas amarelas.Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.Porém meus olhosnão perguntam nada.

O homem atrás do bigodeé sério, simples e forte.

Quase não conversa.Tem poucos, raros amigoso homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonastese sabias que eu não era Deus,se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundose eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundo,mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizermas essa luamas esse conhaquebotam a gente comovido como o diabo.

Poema de sete faces

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Estar-no-mundo• Revela-se cronista-poeta.

• A consciência do homem e de seu lugar na história.

• Encontra-se com seu próprio período histórico, seu tempo presente.

• Fragilidade do homem, indivíduo diante do mundo.

• Contempla a experiência coletiva, solidarizando-se com ela, atuando social e politicamente.

• Descobre na luta coletiva a maneira de expressar sua preocupação íntima com a amplitude da vida.

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Mãos dadasNão serei o poeta de um mundo caduco.Também não cantarei o mundo futuro.Estou preso à vida e olho meus companheiros.Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.Entre eles, considero a enorme realidade.O presente é tão grande, não nos afastemos.Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,a vida presente.

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Tempo-existência• Desvenda a alma do homem.

• Canta as angústias, os medos, a fragilidade e o imponderável da existência.

• Por muitas vezes, essa existência de angústia dialoga com os males do mundo.

• Poeta do tempo, da memória, da relação do homem consigo em todas as suas fases.

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Science FictionO marciano encontrou-me na ruae teve medo de minha impossibilidade humana.Como pode existir, pensou consigo, um serque no existir põe tamanha anulação de existência?Afastou-se o marciano, e persegui-oPrecisava dele como de um testemunho.Mas, recusando o colóquio, desintegrou-seno ar constelado de problemas.E fiquei só em mim, de mim ausente.

Os Ombros Suportam o MundoChega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.Tempo de absoluta depuração.Tempo em que não se diz mais: meu amor.Porque o amor resultou inútil.E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho.E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.Ficaste sozinho, a luz apagou-se,mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.És todo certeza, já não sabes sofrer.E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?Teu ombros suportam o mundoe ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos [edifíciosprovam apenas que a vida prosseguee nem todos se libertaram ainda.Alguns, achando bárbaro o espetáculo,prefeririam (os delicados) morrer.Chegou um tempo em que não adianta morrer.Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.A vida apenas, sem mistificação.

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Poesia metalinguística• Reflexão sobre o fazer poético.

• Afloramento do senso estético, com atenuação das tensões existenciais.

• Exploração do mundo da linguagem.

• Aproximação do conceito de “arte pela arte”, com rejeição à subjetividade.

• Toda a poesia existe tão somente como linguagem, por isso, cabe ao poeta desvendar as faces da palavra.

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Procura da PoesiaNão faças versos sobre acontecimentos.Não há criação nem morte perante a poesia.Diante dela, a vida é um sol estático,não aquece nem ilumina.As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.Não faças poesia com o corpo,esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escurosão indiferentes.Não me reveles teus sentimentos,que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

(...) Penetra surdamente no reino das palavras.Lá estão os poemas que esperam ser escritos.Estão paralisados, mas não há desespero,

há calma e frescura na superfície intata.Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.Espera que cada um se realize e consumecom seu poder de palavrae seu poder de silêncio.Não forces o poema a desprender-se do limbo.Não colhas no chão o poema que se perdeu.Não adules o poema. Aceita-ocomo ele aceitará sua forma definitiva e concentradano espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.Cada umatem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta, sem interesse pela resposta,pobre ou terrível que lhe deres:Trouxeste a chave?

(...)

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Poesia lírico-amorosa• Conversa franca do coração.

• O amor drumoniano vive mais como criação subjetiva do que como existência natural

• Amor de angústia, amargo, pessimista. Dificilmente com final “feliz”.

• A subjetividade do amor ganha lirismo nos versos que descrevem a experiência do sentir.

• Drummond não canta nem expressa seu amor, mas conta, de forma poética os amores e suas histórias. 

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As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,Não precisas ser amante,e nem sempre sabes sê-lo.Eu te amo porque te amo.Amor é estado de graçae com amor não se paga.

Amor é dado de graça,é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.Amor foge a dicionáriose a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amobastante ou demais a mim.Porque amor não se troca,não se conjuga nem se ama.Porque amor é amor a nada,feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,e da morte vencedor,por mais que o matem (e matam)a cada instante de amor.

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Poesia memória e cotidiano• Poeta-cronista.

• Poeta da família, da infância, da revelação autobiográfica.

• Poeta da cidade de Itabira, poeta da cidade do Rio de Janeiro.

• Nostalgia e a recriação subjetiva dos espaços na memória.

• A memória dos acontecimentos e suas ilusões.

• Referências aos fatos do cotidiano.

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Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.Minha mãe ficava sentada cosendo.Meu irmão pequeno dormia.Eu sozinho menino entre mangueiraslia a história de Robinson Crusoé,comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeua ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceuchamava para o café.Café preto que nem a preta velha

café gostosocafé bom.

Minha mãe ficava sentada cosendoolhando para mim:- Psiu... Não acorde o menino.Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeavano mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha históriaera mais bonita que a de Robinson Crusoé.

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QUESTÕES

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Igual-Desigual

Eu desconfiava: todas as histórias em quadrinho são iguais. 

Todos os filmes norte-americanos são iguais. Todos os filmes de todos os países são iguais. 

Todos os best-sellers são iguais Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são 

iguais. Todos os partidos políticos 

são iguais. Todas as mulheres que andam na moda 

são iguais. Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais 

e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. 

Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais. 

Todos os amores, iguais iguais iguais. Iguais todos os rompimentos. 

A morte é igualíssima. Todas as criações da natureza são iguais. 

Todas as acções, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou 

                                                                                 [coisa. 

Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho 

ímpar. 

Carlos Drummond de Andrade, in 'A Paixão Medida’ 

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Todos os amores, iguais iguais iguais. (v. 19)A intensificação da repetição do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, enfatiza determinada crítica que o poeta pretende fazer.

A crítica de Drummond se dirige às relações amorosas, no que diz respeito ao seguinte aspecto:

A exagero

B padronização

C desvalorização

D superficialidade

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O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística, porque é claramente feita para produzir um sentido.

Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de:

A. afirmação da igualdade no mundo de hoje

B. subversão da igualdade pelo raciocínio lógico

C. valorização da igualdade das experiências vividas

D. constatação da igualdade entre fenômenos diversos

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Revelação do subúrbioQuando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro1,vendo o subúrbio passar.O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,com medo de não repararmos suficientementeem suas luzes que mal têm tempo de brilhar.A noite como o subúrbio e logo o devolve,ele reage, luga, se esforça,até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjaise à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.No poema de Drummond, a presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da metrópole configura-se como

A. uma adesão do poeta ao mito do progresso, que atravessa as letras e as artes desde o surgimento da modernidade.B. manifestação do entusiasmo do poeta moderno pela industrialização porque, na época, passava o Brasil.C. marca da influência da estética futurista da Antropofagia na literatura brasileira do período posterior a 1940.D. uma incorporação, sob nova inflexão política e ideológica, de temas característicos das vanguardas que

influenciaram o Modernismo antecedente.E. uma crítica do poeta pós-modernista às alterações causadas, na percepção humana, pelo avanço indiscriminado da

técnica na vida cotidiana.

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Ai, palavras, ai, palavrasque estranha potência a vossa!Todo o sentido da vidaprincipia a vossa porta:o mel do amor cristalizaseu perfume em vossa rosa;sois o sonho e sois a audácia,calúnia, fúria, derrota...A liberdade das almas,ai! Com letras se elabora...E dos venenos humanossois a mais fina retorta:frágil, frágil, como o vidroe mais que o aço poderosa!Reis, impérios, povos, tempos,pelo vosso impulso rodam...

MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).

O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:

A. A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.B. As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras.C. O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida.D. Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças.E. Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.