Cadernos de Cidadania
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Cade
rnos
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dada
nia ANO 11 • Nº 197
BELO HORIZONTE/MG11 a 20 DE MARÇO
2013
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DESCONHECIDO
END. INSUFICIENTE
FALECIDO
INFORMAÇÕES PRESTADAS PELO PORTEIRO OU SÍNDICO
MUDOU-SE
NÃO EXISTE Nº INDICADO
NÃO PROCURADO
RECUSADO
REINTEGRAÇÃO AO SERVIÇO POSTAL
Data: ............../................../...............
...............................................................Ass. Entregador Nº
F/C
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Corresponsabilidade Social
2|Cadernos de Cidadania ❱ O LUTADOR • 11 a 20 • MARÇO • 2013 ❰
Ed
itorial
Cadernos de Cidadania ❱❱ E-mail da Redação: [email protected] ❱ E-mail do Caderno: [email protected]❱ Oficina: Belo Horizonte, MG. Praça Pe. Júlio Maria, 01 – Bairro Planalto – 31730-748 ❱ Telefone: (31) 3439-8088 ❱ Telefax: (31) 3439-8000❱ Diretor-Editor: Pe. Heleno Raimundo da Silva, SDN ❱ Jornalista Responsável: Pe. Sebastião Sant’Ana, SDN (MG086063P) ❱ Redatores e Noticiaristas: Welton de Oliveira, Rodrigo Ferreira, Juliana Gonçalves, Edna de Cássia, Emanuel Raimundo, José Flávio da Silva Ferreira, Romildo Calixto, frater Henrique Cristiano José Matos, cmm❱ Revisão: Antônio Carlos Santini ❱ Entidade Mantenedora: Instituto dos Missionários de N. Sra. do Santíssimo Sacramento ❱ Tiragem: 10.000 exemplares❱ As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.
A LUTA pela democracia é um movimento forte que marca ainda hoje o espí-rito do povo brasileiro. Todos se sentem como parte do Estado; parte
integrante e fundamental que, por is-so mesmo, deve ser ouvida e respei-tada. Deve fazer parte da mentalida-de geral, igualmente, que essa parti-cipação na sociedade precisa passar também pelas responsabilidades. De certa forma, todos são responsáveis pelo bom desenvolvimento da nação.
Cabe aos adultos a tutela das ge-rações mais recentes, para que tam-bém possam compreender bem seu lugar na sociedade e, a partir dele, ajudar a construir um ambiente ca-da vez melhor para a vida. Faz parte desse processo a construção de um sentido para vida: os anseios, proje-tos, rumos.
Como todos os seres humanos nas-cem com um enorme potencial de vi-da, que precisa ser trabalhado e in-centivado, quando alguma coisa tra-va esse processo, a perda não é me-dida em termos monetários ou quan-titativos, mas humanos. Uma pessoa desmotivada, excluída ou privada de seus direitos é uma chaga na socieda-de: precisa ser tratada com carinho, ao mesmo tempo em que se luta pa-ra sanar as suas causas, isto é, para que todos tenham condições dignas de vida e de desenvolvimento.
Essas privações de direitos e de lu-gar na sociedade são muito comuns, infelizmente, e a análise da realidade mostra números muito tristes, que pre-cisam ser mudados. Muitos têm cons-ciência deles, mas o que têm feito?
Como cada um é corresponsável, na medida de suas possibilidades, pe-la construção de novos rumos para a sociedade, é de louvar que haja ini-ciativas com o fim de somar esforços em prol do bem-estar social.
Que os nossos leitores possam sen-tir-se entusiasmados a cada vez mais se engajarem na prática cidadã e na construção de um mundo melhor!❚
❱ Cabe aos adultos
a tutela das gerações
mais recentes, para que também possam
compreender bem seu lugar na sociedade
e, a partir dele, ajudar a construir
um ambiente cada vez
melhor para a vida.
Faz parte desse processo
a construção de um sentido
para vida: os anseios,
projetos, rumos. ❰
❰Cada um é corresponsável, napela construção de novos rumo
❱ O LUTADOR • 11 a 20 • MARÇO • 2013 ❰ Cadernos de Cidadania|3
❱YAN FERNANDES
(Presoti Comunicação e As-sessoria de Comunicação do ChildFund Brasil – Fun-do para Crianças)
Por meio do apadrinhamen-to, já são mais de 188 mil pessoas beneficiadas direta-mente, das quais 108 mil são crianças e jovens. O grande desafio é fazer os brasilei-ros abraçarem esta causa.
HÁ 46 anos no país, o ChildFund Brasil – Fundo pa-ra Crian-ças é uma
organização de desenvol-vimento social voltada pa-ra a proteção de crianças em situação de exclusão, privação e vulnerabilidade social, oferecendo oportu-nidades para que elas de-senvolvam plenamente to-do o potencial. A institui-ção é afiliada ao ChildFund
International, presente em mais de 50 países. O Chil-dFund Brasil tem sede em Belo Horizonte, MG, e atua em 54 municípios, em mais de 800 comunidades nos es-tados de Minas Gerais, Ce-ará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Amazonas.
A estratégia da organi-zação é baseada no Esta-tuto da Criança e do Ado-lescente, nos conceitos de Privação, Exclusão e Vul-nerabilidade – PEV e no le-vantamento de informações junto às próprias crianças, adolescentes, jovens e su-as famílias sobre a pobre-za infantil. As informações trouxeram um diagnóstico inquietador: as crianças são vulneráveis, principalmen-te, às violações de direitos, à pobreza e à iniquidade em nosso país.
Apesar de o Brasil viven-ciar uma situação econômica favorável e alguns avanços importantes como a redu-ção da mortalidade infan-til, de acordo com o Institu-
to Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mais de 12 milhões de pessoas ainda vivem abaixo da li-nha da extrema pobreza. O governo brasileiro con-sidera pessoas abaixo da linha da pobreza, as famí-lias que vivem com até R$ 70,00 mensais.
Ainda existem cerca de 8 milhões de crianças bra-sileiras em situação de ex-trema pobreza no país, que vivem excluídas das oportu-nidades de desenvolvimen-
to, têm os direitos humanos negados e sofrem com a au-sência de um ambiente pro-tetor, o que as torna vulne-ráveis às situações de vio-lência, abusos, exploração, discriminação e negligência.
Para contextualizar es-ta vulnerabilidade que as crianças brasileiras so-frem nas próprias casas, por exemplo, na pesquisa Small Voices Big Dreams* realizada pelo ChildFund Alliance, divulgada neste ano, 25% das crianças bra-
sileiras consultadas revela-ram que o maior medo de-las são as ameaças fami-liares, ou seja, a violência familiar.
É neste contexto que o ChildFund Brasil – Fundo para Crianças se propõe pro-mover o fortalecimento do Sistema de Garantia de Di-reitos de crianças, adoles-centes e jovens, juntamen-te com o envolvimento de doadores, parceiros, famí-lias, comunidades e socie-dade. A proposta de atua-ção é fundamentada na Po-lítica Nacional de Assistên-cia Social – PNAS.
Como posso ser um padrinho?O padrinho pode ser qual-quer pessoa que se compro-meta mensalmente com uma contribuição mínima de R$ 52,00. O valor doado não é en-tregue diretamente à crian-ça ou à família dela; é inves-tido na execução de proje-tos sociais de acordo com a necessidade de cada co-munidade em que as crian-ças estão inseridas. Assim, as organizações parceiras do ChildFund Brasil podem estabelecer ações e se tor-nam importantes referên-cias nas localidades onde estão instaladas, com im-pactos na renda das famí-lias, na diminuição da vio-lência doméstica, na preven-ção contra o assédio do trá-fico de drogas e na formação dos pequenos, entre outros.
O apadrinhamento per-mite, aos padrinhos e madri-nhas, estabelecer um laço com a criança apadrinhada, de quem se tornam uma es-pécie de mentores. Existe todo um mecanismo, onde quem doa tem a possibilida-de de acompanhar o resul-tado de sua contribuição. A doação ganha um rosto, o que possibilita a manuten-ção da relação de apadri-nhamento. Para apadrinhar basta ligar no 0300 – 313 – 2003 (custo de uma ligação local) ou acessar www.apa-drinhamento.org.br
Em 2011, por meio dos padrinhos e doadores, foram arrecadados R$ 22,8 milhões (confira o link ‘Transparên-cia’ no site www.childfun-dbrasil.org.br), valor apli-cado em 301 projetos so-ciais que beneficiaram mais
de 188 mil pessoas, sendo 108 mil crianças e jovens. As ações são realizadas em parceria com 77 organiza-ções sociais localizadas em mais de 800 comunidades brasileiras.
O Estado do Ceará concen-tra a maior parte das ações: são 105 projetos conduzidos em Fortaleza e 65 na região do Cariri, sertão cearense. Já em Minas Gerais, segun-do Estado mais atendido, Belo Horizonte é beneficia-da com 45 projetos e o Vale do Jequitinhonha com 91.
Desafio para os próximos anosA palavra “Filantropia” vem dos termos gregos pa-ra “amor” e “homem”. No entanto, em um movimen-to oposto, o termo tem as-sustado a população brasi-leira. De acordo com o dire-tor nacional do ChildFund Brasil – Fundo para Crian-ças, Gerson Pacheco, o Bra-sil está em uma cruzada pa-ra fazer o apadrinhamento deslanchar no país.
Em 2011, o número de crianças apadrinhadas che-gou a 50 mil, sendo 10 mil apadrinhadas por brasileiros e 40 mil apadrinhadas por estrangeiros. Apenas 10% das contribuições são fei-tas por doadores nacionais.
Nos últimos cinco anos, o ChildFund Brasil perdeu cerca de 10 mil padrinhos da Europa, Ásia e Estados Unidos. E o desafio para os próximos anos é fazer com que os brasileiros abracem a causa do apadrinhamento. “Esta queda do apadrinha-mento pelos estrangeiros está relacionada ao fato de o Brasil ter passado por um crescimento na economia nos últimos anos, e os es-trangeiros ouvem falar que o país está rico e deixam de ajudar. Então, o nosso de-safio é fazer os brasileiros entenderem a importân-cia de ajudar e tirar o me-do que eles têm da filantro-pia”, falou Gerson Pacheco.❚
❱Conheça também nossas mí-dias sociais:
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❱*A pesquisa Small Voices Big Dreams, no Brasil [Pequenas Vozes, Grandes Sonhos] é rea-lizada anualmente pelo Chil-dFund Alliance e tem como maior objetivo ouvir os anseios e preocupações das crianças do mundo. A pesquisa já está em sua 3ª edição, esta foi re-alizada de junho a agosto de 2012 e ouviu 6.200 crianças no mundo, sendo 103 brasi-leiras. O ChildFund Brasil é filiado ao ChildFund Inter-national que compõe a re-de de organizações do Chil-dFund Alliance, presente em 55 países e que atua em prol da superação da pobreza in-fantil no mundo.
❱Mais informações. Acesse o nosso site: www.childfund-brasil.org.br
ChildFund Brasil – Fundo para Criançasno combate a pobreza
a medida de suas possibilidades, os para a sociedade.❱
❱A estratégia da organização é baseada no Estatuto da Criança
e do Adolescente, nos conceitos de Privação, Exclusão
e Vulnerabilidade – PEV e no levantamento
de informações junto às próprias crianças,
adolescentes, jovens e suas famílias
sobre a pobreza infantil.❰
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4|Cadernos de Cidadania ❱ O LUTADOR • 11 a 20 • MARÇO • 2013 ❰
Cidadania na realidade carcerária...
Paradoxo de vidas – Capítulo 33Continuação do romance de Daniel Tiago Vieira, que traz o título: PARADOXO DE VIDAS.
REFORMA DO INSTITUTO DOS MISSIONÁRIOS
SACRAMENTINOS DE NOSSA SENHORA
P r e s e r v a r a h i s t ór i a . . . . . . e m a n t e r v i v a a m e m ór i a !
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Patrocínio Realização
RETORNARAM para BH no sábado. No domingo, os dois
casais e a avó foram vi-sitar Rebeca. Dona Isa-bel passou a disponibili-zar o carro com motorista para as visitas. Saul cor-reu em direção da mãe, deixando a namorada e o casal de amigos pra trás. Foi direto para os braços da mãe, que estava emo-cionada. Aliás, todos da casa de recuperação fo-ram parabenizar Saul. A mãe lhe falou que todos haviam visto na televi-são e que era desneces-sário ele contar, pois já sabia que o filho ficara em primeiro lugar geral na PUC.
Saul apresentou Angé-lica para a mãe, que elo-giou a jovem.
– Nossa, Saul, ela é linda! Meu filho tem bom gosto!
Todos conversaram, se divertiram e ouviam em silêncio dona Marli len-do os Salmos da Bíblia. No final todos deram as mãos, fazendo uma cor-rente, e dona Marli come-çou a orar e pediu para que todos fechassem os olhos em sinal de reve-rência a Deus.
– Senhor, eu te glorifi-co pelas vidas aqui pre-sentes. Eu te louvo por-que respondeste a todas
as minhas súplicas com fidelidade. Obrigada, Je-sus, pelo sucesso do meu neto, pela recuperação de minha filha, pelas amiza-des saudáveis que meu neto fez, por todas as por-tas que se têm aberto e as que ainda vão-se abrir em nossas vidas. Abençoa a cada um destes jovens e que eles, um dia, desfru-tem do teu amor, te acei-tando como único e sufi-ciente Senhor de suas vi-das, assegurando-lhes o direito à vida eterna. Em nome de Jesus, amém.
A oração de dona Marly fez um grande impacto no coração de todos. Voltaram para casa cientes de que,
em trinta dias, Rebeca se-ria liberada para recome-çar a vida. Depois, os dois casais comentavam que, durante a oração de dona Marly, seus corações fica-ram cheios de paz, e que por dentro pareciam estar queimando. Todos senti-ram os mesmos sintomas, era uma experiência so-brenatural. Perguntaram a Saul qual igreja sua avó fre-quentava. Saul respondeu:
– Pelo que sei, ela não vai a uma igreja específi-ca; vai a muitas denomi-nações evangélicas e até em igreja católica.
Então, David propôs de um dia irem à igreja com
dona Marli para sentirem aquilo de novo. Saul pro-meteu marcar com a avó.
Passaram a segunda--feira livre no Parque Mu-nicipal, namorando, até a hora em que Rafaela e An-gélica teriam de ir para a UFMG, onde Angélica cur-sava o primeiro ano de di-reito e Rafaela fazia o se-gundo ano de odontologia.
Saul e David estavam in-do para suas respectivas casas quando o celular de David tocou e ele atendeu. Saul foi vendo o semblante do amigo se entristecen-do e lágrimas começaram a rolar em sua face. David desligou o telefone e gritou:
– Por que, Deus?
Saul veio socorrê-lo e o segurou:
– O que foi, amigo, calma!
David falou:– Assaltaram meu pai
e a amante dele durante o percurso do aeroporto de Confins e, além de os roubarem, levaram o car-ro e os mataram.
David chorava como uma criança.
– Nós estávamos bri-gados... Fui intolerante e ingrato de certa forma. Saul, me ajuda! Não sei como lidar com essa dor.❚