Caderno Litoral

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Editora responsável : Anna Paula Franco [email protected] GAZETA DO POVO Sexta-feira, 30 de setembro de 2011 Imprecisão na legislação que determina as áreas de marinha complica classificação de terrenos na orla PáGINA 3 Convite da natureza Parques e estações ecológicas, abertas à visitação, ajudam a estreitar as relações da poppulação com o meio ambiente e ensinam sobre a necessidade de conservação das áreas preservadas Páginas 4 e 5 Tradução de obra de Julius Platzmann documenta a paisagem e a rotina dos parnanguaras no fim do século 19 PáGINA 6

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Caderno Litoral para Jornal Gazeta do Povo.

Transcript of Caderno Litoral

Page 1: Caderno Litoral

Editora responsável : Anna Paula [email protected]

GAZETA DO POVOSexta-feira, 30 de setembro de 2011

Imprecisão na legislação que determina as áreas de marinha complica classificação de terrenos na orlaPágina 3

Convite da natureza

Parques e estações ecológicas, abertas à visitação, ajudam a

estreitar as relações da poppulação com o meio ambiente e ensinam

sobre a necessidade de conservação das áreas preservadas

Páginas 4 e 5

Tradução de obra de Julius Platzmann documenta a paisagem e a rotina dos parnanguaras no fim do século 19 Página 6

Page 2: Caderno Litoral

2 GAZETA DO POVOSexta-feira, 30 de setembro de 2011litoral

Programe-se

Próxima edição28 dE ouTubro

GuArATubAFesta de São Francisco de AssisAté domingo, homenagem ao santo, com festa na Capela São Francisco de Assis, no Coapar. A comemoração terá gastronomia típica, apresentação de danças e de grupos musicais, artesana­to, baile e bingo. No sabado, haverá o tríduo, às 19 horas. As celebrações encerram com uma missa no domingo marcada para às 10 horas. Informações: (41) 3442­1235.

MorrETESFesta de São Francisco de AssisMorretes também presta sua homenagem a São Francisco de Assis com festa até domingo. O evento acontece na Candonga, no bairro Rio Sagrado. O tríduo será hoje e amanhã,

às 19h30 e, no domingo, será realizada uma missa às 11 horas, seguida por um churrasco e um bingo.

PArANAGuÁFesta para a padroeiraAté o dia 7 de outubro, Paranaguá faz festa para homenagear Nossa Senhora do Rosário, a padroeira da cidade. A programação terá novenas na Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário. Informações: (41) 3423­2293.

Congresso religiosoA Igreja Assembleia de Deus promove entre os dias 9 e 16 de outubro, na Praça de Eventos 29 de Julho, a 7ª edição do Congresso de Missões e Evangelismo. O evento vai trabalhar com os participantes a obra

Festas, exposições e rodeio marcam a programação de eventos do mês de junho

Informações úteis

PEdÁGIo br-277 (EcovIA)Tipo de veículo Eixos Preço

Automóvel, camioneta ou caminhonete, furgão 2 R$ 12,50

Automóvel, camioneta ou caminhonete com semi-reboque 3 R$ 18,80

Automóvel, camioneta ou caminhonete com reboque 4 R$ 25

Motocicleta e motoneta 2 R$ 6,30

FErry-boATS GuArATubA/MATINhoSHorários

Das 6h20 às 7 horas saída de 20 em 20 minutos, em cada um dos sentidos de embarque.

Das 7 horas às 21h30 saída de 10 em 10 minutos, em cada um dos sentidos.

Das 21h30 às 23h59 saída de 20 em 20 minutos, em cada um dos sentidos .

Durante a madrugada saída com intervalos de uma a duas horas, em cada um dos sentidos.

Tipo de veículo Eixos Preço

Automóvel, camioneta, furgão 2 R$ 5

Caminhão leve, ônibus, caminhão 2 R$ 10

Automóvel e camioneta com semi-reboque 3 R$ 15

Automóvel e camioneta com reboque 4 R$ 20

Motocicletas e motonetas 2 R$ 2,50

TErMINAIS rodovIÁrIoSAntonina (41) 3432-1272

Guaraqueçaba (41)3482-1232

Guaratuba (41)3442-8192

Morretes (41) 3462-1115

Paranaguá (41) 3420-2952

Pontal do Paraná (41) 3455-1341

hoSPITAISAntonina

Hospital Dr. Sílvio Bitencourt

Linhares (41) 3432-1244

Hospital e Maternidade do Litoral (41) 3432-4444

Morretes

Hospital e Maternidade Morretes (41) 3462-1114

Paranaguá

Hospital Regional do Litoral (41) 3420-7400

Hospital Paranaguá (41) 3423-3466

Guaraqueçaba

Hospital Brigadeiro Eppighaus (41) 3482-1264

Guaratuba

Santa Casa de Misericórdia (41) 3442-2271

PS Municipal (41) 3442-8214

Matinhos

Nossa Senhora dos Navegantes (41) 3452-2000

Pontal do Paraná (Praia de Leste)

Posto 24 Horas (41) 3972-7078

Ambulância 192

Corpo de Bombeiros 193

Defesa Civil 199

Polícia Civil 197

Polícia Militar 190

Polícia Rodoviária 198

Copel 0800 5100116

Sanepar 115

Disque turismo (41) 3254-1516

Disque-denúncia

Ambiental 0800 6430304

Disque-denúncia (drogas) 181

Polícia Ambiental Guaratuba (41) 3443-6858

Polícia Ambiental Ilha do Mel (41) 3426-8004

Polícia Ambiental Morretes (41) 3462-2870

Procon 0800 411512

IAP (Litoral) (41) 3422-8233

Barcas para as ilhas do Mel, das Peças,

Guaraqueçaba e Superagüi (41) 3455-2616

Ilha do Mel (controle de vagas) (41) 3455-1144

Ecovia 0800 410277

Ferry-boats Guaratuba/Matinhos

(41) 3472-1024

Fonte: Simepar

LuAS

Nova

27/09 (08:08) a 04/10

Crescente

04/10 (00:15) a 11/10

Cheia

11/10 (23:05) a 20/10

Minguante

20/10 (01:30) a 26/10 (17:55)

ExPEdIENTE

Caderno Litoral é um suplemento es pecial da Gazeta do Povo de senvolvido pela editoria de Projetos Especiais. Diretora de Redação: Maria Sandra gonçalves. Edito r Execu tivo: guido Orgis. Edição: anna Paula Franco. Diagra ma ção: allan Reis. Capa/Foto: antonio More. Re da ção: (41) 3321-5494. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: litoral@ga zeta do povo. com.br. Endereço: R. Pedro ivo, 459. Curi tiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente.

INcENTIvo

Festival de Turismo comemora saldo positivo

TrANSPorTE

Ônibus especial liga Curitiba a Morretes

zA primeira edição do Festival de Turismo do Litoral, realizado entre 18 e 21 de agosto, reuniu mais de 2 mil visitantes no Centro de Eventos de Morretes, que tiveram acesso a mais detalhes sobre as atrações da região. Oitenta empresas exposito-ras, representantes dos sete municí-pios litorâneos e integrantes do trade turístico nacional, participa-ram do evento.

Além de destacar os atrativos

turísticos do litoral paranaense, o festival foi importante para conso-lidar a região como um roteiro nacional. “O litoral passou a inte-grar o calendário de eventos do estado. Há muito tempo pleiteáva-mos este espaço”, avalia o presiden-te da Agência de Desen volvimento do Turismo Susten tável do Litoral do Paraná (Adetur), Carlos Gnata. Para a gestora do projeto Turismo no Litoral do Paraná - Emoções o

Ano Inteiro, realizado pelo Sebrae, Patrícia Albanez, o evento tam-bém foi importante para valori-zar a região para os próprios para-naenses. “A população vê seus destinos promovidos, percebe o que a região tem de bom”, diz. A preparação para o segundo festi-val começa nos próximos meses. Os municípios de Guaratuba e Paranaguá estão na disputa para sediar o evento.

zUma nova opção de descolamento entre Curitiba e Morretes já está em funcionamento. Resultado de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Turismo de Morretes e a Viação Graciosa, uma linha especial aten-de aos turistas e a viagem é feita pela Estrada da Graciosa. O ônibus (foto), com capacidade para 28 passagei-ros faz o trajeto diariamente, com duração aproximada de 1h30.

O veículo sai às 9 horas da Rodoviária de Curitiba e retorna às 15 horas, partindo da Rodoviária de Morretes, com dois pontos alternativos, na Estação Ferroviária e na Rua XV de Novembro. Nos dois trajetos, o ônibus faz uma parada de 5 minutos no mirante Bela Vista, na Estrada da Graciosa. A passa-gem custa R$ 13,39 por trecho.

missionária com a presença de renomados cantores e conferencistas. Informações: (41) 3424­4118.

PoNTAL do PArANÁCamarão e chopePraia de Leste concentra a 16ª edição da Camacho, Festa do Camarão e do Chope, e a 4ª edição do Litoral Fest, entre os dias 14 e 23 de outubro. Apresentações culturais, eleição da rainha da festa, festival de música, feira de negócios e encontro da melhor idade também fazem parte da programação. Os shows serão apresentados pela banda Matorrales (15/10), as duplas Willian e Renan (16/10); Leonel Rocha e Campos (22/10) e a banda Nega Fulô (23/10). Informações: (41) 3975­3102.

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GAZETA DO POVO Sexta-feira, 30 de setembro de 2011 3litoral

Urbanismo

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Cerca de 10 mil imóveis do lito-ral paranaense estão localiza-dos em terrenos de área mari-nha, na faixa litorânea. Trata-

se de terrenos da União, cujo defi-nição foi estabelecida durante o período colonial e que até hoje está em vi gor, conforme previsto pela Cons ti tuição Federal de 1988. A ocupação das áreas é polêmica, pois os proprietários devem cum-

prir com uma série de compromis-sos tributários. Muitos também não sabem desta condição dos ter-renos que ocupam, fazendo com que o número real de imóveis nes-tas áreas chegue a do brar.

O ponto mais controverso é a determinação de quais proprieda-des são enquadradas como área de marinha. A lei determina que terre-nos localizados até 33 metros adian-te da linha do mar e de braços de rios influenciados pelas marés, tenham essa classificação. Porém, a posição

Dez mil imóveis ocupam área de marinha

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ÁREA DEMARCADAA demarcação da área em frente ao marfoi determinada por questão de segurançae corresponde à distância em que a costanão é atingida por um tiro de canhão.

33metros Praia: é considerada

área de uso comumdo povo.

Terrenos de marinha:áreas a frente do marou de rios que sofreminfluência das marés.

A marcação não corresponde à posição atualdas águas, mas onde elas estavam em 1831.

Além das taxas municipais, o usuário do terreno de marinha deve pagar:

Taxa anual de ocupação, correspondente a 2% do valor do terreno (para áreas regularizadas até 1988) ou 5% (pararegularização depois de 1988). Famílias com renda de até 5 salários mínimos, residentes do local, ganham isenção dopagamento. Caso o ocupante do terreno descubra hoje que está em um terreno de marinha, deverá pagar a taxa de ocupaçãoretroativa dos últimos cinco anos.

No caso de venda do imóvel a terceiros paga-se o laudêmio: 5% do valor do imóvel, mais as benfeitorias.

Para obter o aforamento do terreno (domínio útil da área), o proprietário deve pagar o correspondente a 83% do valor demercado da área e anualmente uma taxa de 0,6%, o foro anual. Mesmo assim o terreno continua sendo de propriedadeda União e caso ela reivindique a área, o ocupante deve ser indenizado.

Infografia: Gazeta do PovoFonte: Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

Durante o processo de regularizaçãodas propriedades, o Patrimônio daUnião utiliza documentos antigos queapresentem a posição do mar em anospassados. Duas propostas de emendas cons­

titucionais (PECs), em tramitação no Senado, e uma negociação entre o Congresso e o Planalto estão em andamento e pretendem retirar da União a propriedade dos terrenos de marinha. Para o advogado Roberto Pugliese, que é contrário à vigência, isto já é possível.

De acordo com ele, é possível invalidar a reivindicação de paga­mento pela ocupação das áreas,

uma vez que é preciso que a União prove que a propriedade realmen­te está na área de marinha. “A União estabelece a propriedade presumindo que a mesma estava na área em 1831. Mas quem vai à Justiça vai atrás de uma certeza, o que a União não é capaz de dar”, pontua. Ele afirma que, baseado neste argumento, muitos ocupan­tes conquistam parecer favorável à propriedade dos terrenos.

DireitoPosse é questionada na Justiça

Número de

propriedades pode

chegar ao dobro. Muitos

não sabem que estão

em terrenos da União e

precisam recolher

tributos especiais

A Rua Flamboyant, em Pontal do Sul, fica a 400 metros da linha do mar. Cortada ao meio, divide a classificação dos terrenos. Os do lado direito estão em área de marinha.

do mar que serve como referência para a demarcação não é atual, mas de 1831, quando as águas avança-vam mais sobre a costa. “Caso a legis-lação não tivesse um marco de data, a demarcação mudaria a cada seis meses por conta do movimento do mar”, explica o superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) no Paraná, Dinarte Antonio Vaz. Para garantir que determinado imóvel faz parte ou não de um terre-no de marinha, a secretaria utiliza documentos antigos como fotogra-fias ou mapas, que mostrem a posi-ção do mar antigamente.

Os municípios de Matinhos e Guaratuba estão totalmente regula-rizados, de acordo com a SPU. Os demais ainda não passaram por um levantamento atualizado – a regu-larização no estado começou na

década de 1930, quando a região ain-da não era intensamente ocupada –, o que demanda visita a cada lote para medição, em um “processo caro e demorado.”

Enquanto o levantamento dos terrenos não é concluído, cabe aos proprietários a iniciativa de bus-car a regularização junto à secreta-ria. “É muito comum o dono não saber que está em uma área de marinha. O que pressiona a regu-larização é a emissão do registro de imóveis, que só é concluído com uma declaração da SPU”, afirma Vaz. Em 2010, o pagamento dos impostos referentes a esses terre-nos no litoral do estado chegou a R$ 15,5 milhões, que foram desti-nados ao Tesouro Nacional. A pre-visão é que, neste ano, seja arreca-dado o mesmo valor.

Page 4: Caderno Litoral

PR412

Ilha das Peças

Baía deParanaguá

Baía de Guaratuba

MORRETES

Ilha de Superagüi

Curitiba

SP

GUARAQUEÇABA

Baía dasLaranjeiras

PARANAGUÁ

Ilha do Mel

Caiobá

BR277

PR412

BR376

BR116

PR-405PR340

PR408

PR411

PR410

PR408

PR407

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ANTONINA

Praia de Leste

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PONTAL DO PARANÁ

Pontal do Sul11

Guaratuba

Matinhos

MORRETES

Parque EstadualPico do MarumbiAlém da subida do Pico de1.539 metros, o parquepossui a Cascata dosMarumbinistas, com maisde 50 metros de altura, econstruções históricas.

• Área: 8.745,45 hectares• Contato: (41) 3424-3598• Acesso: pela estaçãoParanaguá-Curitiba ou pelaestrada das prainhas,saindo de Porto de Cima.. Visitas: de quarta a segunda-feira, das 8h30 às 18 horas.Entrada franca.

Parque Estadualdo Pau OcoAs trilhas levam à cacho-eira Salto da Fortuna, com40 metros de queda e umapiscina natural. É possívelvisitar o Caminho Colonialdo Arraial e a capela ondeos viajantes pediamproteção.

• Área: 905,58 hectares• Acesso: pela estrada doAnhaia.• Visitas: diariamente.Tempo médio 2 horas(deslocamento para ida evolta da cachoeira).Entrada franca.

PARANAGU Á

Parque EstadualIlha do MelA parte da área leste dailha, em Encantadas,também é um parque.Não existem estruturasfixas na área, apenas astrilhas.

• Área: 337,84 hectares• Contato: (41) 3426-8005(funcionamento até às16h30)• Visita: diariamente.Espaço público.

SUPERAGUI Parque Nacional de SuperaguiCompreende quase toda a ilha de Superagui e a Ilha dasPeças. A principal atração é a praia deserta, em Superagui,com 38 quilômetros. O local reserva ainda o espetáculoda revoada dos papagaios-da-cara-roxa.

• Área: 33.998 hectares• Contato: (41) 3482-7149• Acesso: por barcas que saem de Paranaguá.• Visitas: diariamente. Espaço público.

GUARAQUEÇABA

Reserva NaturalSerra do ItaquiAs trilhas da reserva da SPVSlevam a mangues ecachoeiras como a do Rio doPoço,formada por váriasquedas, e a Cachoeira do Riodo Santo, com aproximada-mente 20 metros. Além dasespécies nativas, a reservaabriga sambaquis, ruínas erestos de cerâmicas.

• Área: 6.653 hectares• Contato: (41) 3414-1153 /8497-4281/8497-4282• Acesso: pela PR-405, 30quilômetros adiante doentrocamento com a PR-340,que sai de Antonina. É possívelavistar a placa indicativa aochegar na comunidade deTagaçaba, que fica distante 2quilômetros da sede dareserva.• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas, comagendamento antecipado deuma semana. R$ 7 por pessoaou R$ 20 (visita com opção depernoite).

Parques nolitoral abertospara visitação

ANTONINA

Parque EstadualPico ParanáVisitado por montanhistasque encaram 1.926 metrosde subida no maior pico doSul do Brasil. Trilhas levamao cume do Pico Paraná.

• Área: 4.333,83 hectares

• Contato: (41) 3213-3849

• Acesso: pela BR-116 emCampina Grande do Sul(com entrada pela Ponte doRio Tucun) ou por trilhasque saem do Bairro Alto emAntonina.

• Visitas: diariamente.Entrada franca.

Reserva Natural doMorro da MinaOs viveiros com mudas deespécies nativas da MataAtlântica produzem cercade 250 mil mudas ao ano.O visitante também podepassear por trilhas na MataAtlântica e conhecer aprodução de mel deabelhas nativas.

• Área: 3.300 hectares

• Contato: (41) 8856-2123/8497-4281 / 8497-4282

• Acesso: pela PR-340, emAntonina. A sinalização paraa reserva está a 7 km adiante.

• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas,com agendamento umasemana antes. R$ 7 porpessoa ou R$ 20 (comopção de pernoite nosalojamentos)

Reserva Natural doCachoeiraA maior reserva da SPVSoferece aos seus visitantes200 km de trilhas. Além decaminhar pela Mata Atlân-tica, é possível conhecerviveiros de mudas nativase meliponários responsá-veis pela produção de melde abelhas nativas.

• Área: 8.700 hectares• Contato: (41) 8865-4590/ 8497-4281 / 8497-4282• Acesso: pela PR-405,6 quilômetros adiante doentrocamento com a PR-340, que sai de Antonina.• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas,com agendamentoantecipado de umasemana. R$ 7 (com opçãode pernoite nosalojamentos).

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ReservaEcológica do SebuíAs trilhas da reservapassam por áreascompostas por diferentesbiomas da Mata Atlântica,onde se encontraminúmeras cachoeiras esaltos. Além dascaminhadas, o visitantetambém pode realizarpasseios de rio, tiroleza e atrilha noturna pelafloresta.

• Área: 400 hectares• Contato: [email protected] ou (41)8403-8056• Acesso: o mais indicado épelo mar, saindo deParanaguá, Antonina ouGuaraqueçaba• Visitas: a reserva é abertaapenas para excursões, emgrupos com no mínimo quatroou seis pessoas. Os pacotessão de pelo menos duasnoites, que compreendemalimentação e atividades deecoturismo, a partir de R$ 390por pessoa.

Reserva Natural de SaltoMorato

A principal atração da reserva localizadadentro da Área de Proteção AmbientalFederal de Guaraqueçaba é a quedad'água Salto Morato, que possui mais de100 metros de altura. Para chegar àcascata é preciso seguir por uma trilhapelo meio da floresta. O visitante podeainda mergulhar ao lado dos peixes noaquário de piscina natural. Também épossível acampar na reserva.

• Área: 2.340 hectares

• Contato: (41) 3375-9671 (Reserva) ou

3340-2636 (sede em Curitiba)

• Acesso: pela PR-440, que liga Antonina a

Cacatu ou por balsas que saem de

Paranaguá.

• Visitas: de terça-feira a domingo, das

8h30min às 17h30min (última entrada às

16 horas). O valor do ingresso é R$ 7 ou

R$ 3,50 para estudantes com carteirinha.

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MATINHOS

Parque NacionalSaint-Hilaire/LangeLocalizado em uma área daSerra do Mar, o primeiroparque nacional brasileirocriado pelo CongressoNacional preservaimportante área de MataAtlântica, com espéciesameaçadas de extinção.

• Área: 24.500 hectares• Contato: (41) 3452-6340• Acesso: AvenidaParanaguá, 729 (sedeadministrativa).• Visitas: diariamente.Entrada franca. Tempomédio de visitação: 1 hora.

Parque EstadualRio da OnçaTrilhas interpretativas epontes suspensas são al-gumas das atrações.O local abriga áreas demangue e a floresta atlân-tica da planície. Parte dopasseio é feita por passa-relas para não afetar osolo. O parque localiza-sea 600 metros da praia.

• Área: 118,51 hectares• Contato: (41) 3453-2472• Acesso: pela rodovia PR-412, no balneário Riviera II.• Visitas: O parque está emreforma.

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Floresta Estadual doPalmitoComposto principalmente porfloresta atlântica da planície, oparque atua na proteção aopalmito. O visitante pode passearpor cinco trilhas interpretativas.

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• Área: 30 hectares• Contato: (41) 3972-7051• Acesso: pelo BalneárioPontal do Sul, na AvenidaMira Mar, ao lado do Centrode Estudos do Mar da UFPR• Visitas: diariamente.Entrada franca. Tempomédio de visitação: 1 hora

Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio PerequêAs áreas de manguezal são as atrações do parque. Trilhas levam o visitante aos ecossistemasde mangue e restinga. O parque também abriga espaços culturais com biblioteca e videoteca.

PONTAL DO PARANÁ

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Áreas de proteção integral semvisitaçãoAntonina15 Parque Estadual Roberto Ribas Lange16 Área de Especial Interesse Turístico doMarumbiGuaratuba17 Parque Estadual do Boguaçu18 Área de Proteção Ambiental Estadualde GuaratubaMorretes19 Parque Estadual da GraciosaParanaguá20 Estação Ecológica Ilha do Mel21 Estação Ecológica de GuaraguaçuGuaraqueçaba22 Área de Proteção Ambiental deGuaraqueçaba

• Área: 530 hectares• Contato: (41) 3424-5016 ou(41) 3422-8233• Acesso: pela rodovia PR-407,km 4.• Visitas: de segunda-feira asábado, das 8 às 17 horas.Visitação apenas de gruposagendados. Entrada franca.Tempo médio: 1 hora.

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Infografia: Matias Peruyera e Marcela Saragioto.

4 GAZETA DO POVOSexta-feira, 30 de setembro de 2011litoral

Especial

Para preservar mais de 450 mil hectares de Mata Atlântica nativa, no litoral do estado, a região tem mais de 20 áreas de conservação. São espaços

como parques, reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) e estações ecológicas. Destes, é possível conhecer 14 locais que oferecem passeios

e atividades de ecoturismo. A visitação dos moradores e turistas do litoral é fundamental para dar continuidade à preservação das áreas.

O contato com os sons, aromas, gostos, texturas e paisagens das florestas ajuda a despertar a preocupação com o meio ambiente

A natureza convida a entrar

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

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PR412

Ilha das Peças

Baía deParanaguá

Baía de Guaratuba

MORRETES

Ilha de Superagüi

Curitiba

SP

GUARAQUEÇABA

Baía dasLaranjeiras

PARANAGUÁ

Ilha do Mel

Caiobá

BR277

PR412

BR376

BR116

PR-405PR340

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Praia de Leste

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PONTAL DO PARANÁ

Pontal do Sul11

Guaratuba

Matinhos

MORRETES

Parque EstadualPico do MarumbiAlém da subida do Pico de1.539 metros, o parquepossui a Cascata dosMarumbinistas, com maisde 50 metros de altura, econstruções históricas.

• Área: 8.745,45 hectares• Contato: (41) 3424-3598• Acesso: pela estaçãoParanaguá-Curitiba ou pelaestrada das prainhas,saindo de Porto de Cima.. Visitas: de quarta a segunda-feira, das 8h30 às 18 horas.Entrada franca.

Parque Estadualdo Pau OcoAs trilhas levam à cacho-eira Salto da Fortuna, com40 metros de queda e umapiscina natural. É possívelvisitar o Caminho Colonialdo Arraial e a capela ondeos viajantes pediamproteção.

• Área: 905,58 hectares• Acesso: pela estrada doAnhaia.• Visitas: diariamente.Tempo médio 2 horas(deslocamento para ida evolta da cachoeira).Entrada franca.

PARANAGU Á

Parque EstadualIlha do MelA parte da área leste dailha, em Encantadas,também é um parque.Não existem estruturasfixas na área, apenas astrilhas.

• Área: 337,84 hectares• Contato: (41) 3426-8005(funcionamento até às16h30)• Visita: diariamente.Espaço público.

SUPERAGUI Parque Nacional de SuperaguiCompreende quase toda a ilha de Superagui e a Ilha dasPeças. A principal atração é a praia deserta, em Superagui,com 38 quilômetros. O local reserva ainda o espetáculoda revoada dos papagaios-da-cara-roxa.

• Área: 33.998 hectares• Contato: (41) 3482-7149• Acesso: por barcas que saem de Paranaguá.• Visitas: diariamente. Espaço público.

GUARAQUEÇABA

Reserva NaturalSerra do ItaquiAs trilhas da reserva da SPVSlevam a mangues ecachoeiras como a do Rio doPoço,formada por váriasquedas, e a Cachoeira do Riodo Santo, com aproximada-mente 20 metros. Além dasespécies nativas, a reservaabriga sambaquis, ruínas erestos de cerâmicas.

• Área: 6.653 hectares• Contato: (41) 3414-1153 /8497-4281/8497-4282• Acesso: pela PR-405, 30quilômetros adiante doentrocamento com a PR-340,que sai de Antonina. É possívelavistar a placa indicativa aochegar na comunidade deTagaçaba, que fica distante 2quilômetros da sede dareserva.• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas, comagendamento antecipado deuma semana. R$ 7 por pessoaou R$ 20 (visita com opção depernoite).

Parques nolitoral abertospara visitação

ANTONINA

Parque EstadualPico ParanáVisitado por montanhistasque encaram 1.926 metrosde subida no maior pico doSul do Brasil. Trilhas levamao cume do Pico Paraná.

• Área: 4.333,83 hectares

• Contato: (41) 3213-3849

• Acesso: pela BR-116 emCampina Grande do Sul(com entrada pela Ponte doRio Tucun) ou por trilhasque saem do Bairro Alto emAntonina.

• Visitas: diariamente.Entrada franca.

Reserva Natural doMorro da MinaOs viveiros com mudas deespécies nativas da MataAtlântica produzem cercade 250 mil mudas ao ano.O visitante também podepassear por trilhas na MataAtlântica e conhecer aprodução de mel deabelhas nativas.

• Área: 3.300 hectares

• Contato: (41) 8856-2123/8497-4281 / 8497-4282

• Acesso: pela PR-340, emAntonina. A sinalização paraa reserva está a 7 km adiante.

• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas,com agendamento umasemana antes. R$ 7 porpessoa ou R$ 20 (comopção de pernoite nosalojamentos)

Reserva Natural doCachoeiraA maior reserva da SPVSoferece aos seus visitantes200 km de trilhas. Além decaminhar pela Mata Atlân-tica, é possível conhecerviveiros de mudas nativase meliponários responsá-veis pela produção de melde abelhas nativas.

• Área: 8.700 hectares• Contato: (41) 8865-4590/ 8497-4281 / 8497-4282• Acesso: pela PR-405,6 quilômetros adiante doentrocamento com a PR-340, que sai de Antonina.• Visitas: de segunda àsábado das 8 às 16 horas,com agendamentoantecipado de umasemana. R$ 7 (com opçãode pernoite nosalojamentos).

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ReservaEcológica do SebuíAs trilhas da reservapassam por áreascompostas por diferentesbiomas da Mata Atlântica,onde se encontraminúmeras cachoeiras esaltos. Além dascaminhadas, o visitantetambém pode realizarpasseios de rio, tiroleza e atrilha noturna pelafloresta.

• Área: 400 hectares• Contato: [email protected] ou (41)8403-8056• Acesso: o mais indicado épelo mar, saindo deParanaguá, Antonina ouGuaraqueçaba• Visitas: a reserva é abertaapenas para excursões, emgrupos com no mínimo quatroou seis pessoas. Os pacotessão de pelo menos duasnoites, que compreendemalimentação e atividades deecoturismo, a partir de R$ 390por pessoa.

Reserva Natural de SaltoMorato

A principal atração da reserva localizadadentro da Área de Proteção AmbientalFederal de Guaraqueçaba é a quedad'água Salto Morato, que possui mais de100 metros de altura. Para chegar àcascata é preciso seguir por uma trilhapelo meio da floresta. O visitante podeainda mergulhar ao lado dos peixes noaquário de piscina natural. Também épossível acampar na reserva.

• Área: 2.340 hectares

• Contato: (41) 3375-9671 (Reserva) ou

3340-2636 (sede em Curitiba)

• Acesso: pela PR-440, que liga Antonina a

Cacatu ou por balsas que saem de

Paranaguá.

• Visitas: de terça-feira a domingo, das

8h30min às 17h30min (última entrada às

16 horas). O valor do ingresso é R$ 7 ou

R$ 3,50 para estudantes com carteirinha.

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MATINHOS

Parque NacionalSaint-Hilaire/LangeLocalizado em uma área daSerra do Mar, o primeiroparque nacional brasileirocriado pelo CongressoNacional preservaimportante área de MataAtlântica, com espéciesameaçadas de extinção.

• Área: 24.500 hectares• Contato: (41) 3452-6340• Acesso: AvenidaParanaguá, 729 (sedeadministrativa).• Visitas: diariamente.Entrada franca. Tempomédio de visitação: 1 hora.

Parque EstadualRio da OnçaTrilhas interpretativas epontes suspensas são al-gumas das atrações.O local abriga áreas demangue e a floresta atlân-tica da planície. Parte dopasseio é feita por passa-relas para não afetar osolo. O parque localiza-sea 600 metros da praia.

• Área: 118,51 hectares• Contato: (41) 3453-2472• Acesso: pela rodovia PR-412, no balneário Riviera II.• Visitas: O parque está emreforma.

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Floresta Estadual doPalmitoComposto principalmente porfloresta atlântica da planície, oparque atua na proteção aopalmito. O visitante pode passearpor cinco trilhas interpretativas.

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• Área: 30 hectares• Contato: (41) 3972-7051• Acesso: pelo BalneárioPontal do Sul, na AvenidaMira Mar, ao lado do Centrode Estudos do Mar da UFPR• Visitas: diariamente.Entrada franca. Tempomédio de visitação: 1 hora

Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio PerequêAs áreas de manguezal são as atrações do parque. Trilhas levam o visitante aos ecossistemasde mangue e restinga. O parque também abriga espaços culturais com biblioteca e videoteca.

PONTAL DO PARANÁ

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Áreas de proteção integral semvisitaçãoAntonina15 Parque Estadual Roberto Ribas Lange16 Área de Especial Interesse Turístico doMarumbiGuaratuba17 Parque Estadual do Boguaçu18 Área de Proteção Ambiental Estadualde GuaratubaMorretes19 Parque Estadual da GraciosaParanaguá20 Estação Ecológica Ilha do Mel21 Estação Ecológica de GuaraguaçuGuaraqueçaba22 Área de Proteção Ambiental deGuaraqueçaba

• Área: 530 hectares• Contato: (41) 3424-5016 ou(41) 3422-8233• Acesso: pela rodovia PR-407,km 4.• Visitas: de segunda-feira asábado, das 8 às 17 horas.Visitação apenas de gruposagendados. Entrada franca.Tempo médio: 1 hora.

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Infografia: Matias Peruyera e Marcela Saragioto.

GAZETA DO POVO Sexta-feira, 30 de setembro de 2011 5litoral

Para preservar mais de 450 mil hectares de Mata Atlântica nativa, no litoral do estado, a região tem mais de 20 áreas de conservação. São espaços

como parques, reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) e estações ecológicas. Destes, é possível conhecer 14 locais que oferecem passeios

e atividades de ecoturismo. A visitação dos moradores e turistas do litoral é fundamental para dar continuidade à preservação das áreas.

O contato com os sons, aromas, gostos, texturas e paisagens das florestas ajuda a despertar a preocupação com o meio ambiente

A natureza convida a entrar

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

coNTEúdo ExTrAVeja mais informações sobre

os parques do litoral no site

www.gazetadopovo.com.br/litoral

Page 6: Caderno Litoral

6 GAZETA DO POVOSexta-feira, 30 de setembro de 2011litoral

História

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

“Uma ilha linda. Situada no meio da baía cerca-da por montanhas cobertas, para onde se

olhe, pela floresta; nenhuma rocha despida nem escarpas. Semeando uma paz maravilhosa (...) Na luz matinal, apareciam montanhas lateralmente batidas de sol. O marulhar das ondas, o sibilar do vento na copa das palmeiras, o chil-rear dos grilos, o canto nunca ouvi-do de pássaros e outros ruídos ain-da desconhecidos soavam nos meus ouvidos”.

Esta foi a primeira impressão que o botânico alemão Julius Platzmann teve ao chegar ao litoral paranaense, em 1858. Mais de 150 anos depois, suas experiências sobre a baía par-nanguara, que foram relatadas em inúmeras cartas enviadas aos pais que permaneceram na Alemanha, foram divulgadas na tradução do raro livro Bai Von Paranaguá (Da baía de Paranaguá).

O responsável por traduzir a obra de Platzmann foi o escritor paranaense Francisco Lothar Paulo Lange, que, depois da empreitada, se considera amigo do autor. Aos 89

anos, o tradutor fez ques-tão de visitar todos os pon-

tos explorados pelo botâni-co, além de animar as viagens

com cataia (cachaça típica da região), assim como fez o

explorador, e deixar um dicio-nário alemão-português aos pedaços após um ano de uso.

A obra traz descrições das paisagens e dos costumes das comunidades caiçaras, que fazem da natureza um estilo de vida. Para Lothar Lange, a carac-terística mais especial da coletâ-

nea de Platzmann é o fato dele não ter feito nenhuma comparação dos locais que visitou com sua terra de origem. “Ele foi um cidadão que sentiu e viveu onde esteve e tam-bém amou o que viu. Como botâni-co, ele não procurou apenas árvo-res e animais, mas também teve contato com as pessoas”, conta.

A relação póstuma com Platz-mannn emociona o tradutor, que confessa ter inveja do estilo de vida no litoral. “As pessoas têm uma ideia muito superficial da Baía de Para-naguá. Lá encontrei tradições que estão preservadas e espero que con-tinue assim.” Entre 1858 e 1864, o botânico remou em canoas de pau, participou de caçadas e pescarias e de conversas em volta da fogueira.

raroO conhecimento sobre a existên-cia dos originais de Bai Von Paranaguá aconteceu de forma inusitada. O amigo de Lothar Lange, Henrique Paulo Schmidlin, durante uma faxina na Secretaria de Cultura de Paranaguá, encon-

trou no lixo uma fotocópia escrita em alemão. Eram informações sobre Julius Platz mann e sua obra, publicada em 1872, na cida-de alemã Leipzig.

A busca pela obra completa durou mais de duas décadas e a localização só foi possível por meio do contato direto com fontes na Alemanha. Responsável pelo pre-fácio da publicação na versão em português, Schmidlin conta que existe em Curitiba um único exem-plar do livro, que está guardado “na mais expressiva biblioteca particu-lar paranista”, mas a leitura do material não foi autorizada.

Depois de voltar à Alemanha, Platzmann se dedicou às artes e se envolveu em trabalhos sobre as lín-guas indianas. Ele morreu em 1902, aos 70 anos de idade. Os temas de seus trabalhos em arte sugerem que, até o fim da vida, se lembrou do momento em que dei-xava a Baía de Paranaguá, com os olhos cheios de lágrimas, e se per-guntando o por quê não ficou em terras paranaenses.

Traduzido para o português, o raro livro

Bai Von Paranaguá revela as

experiências de um botânico alemão

em águas paranaenses

Descobertas da Baía de Paranaguá

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o“Ele [Julius Platzmann] foi um cidadão que sentiu e viveu onde esteve e também amou o que viu. Como botânico, ele não procurou apenas árvores e animais, mas também teve contato com as pessoas.”Francisco Lothar Paulo Lange, tradutor.

Francisco Lothar Paulo Lange considera-se amigo do autor Julius Platzmann, cuja obra rara traduziu para o português.

Page 7: Caderno Litoral

GAZETA DO POVO Sexta-feira, 30 de setembro de 2011 7litoral

Patrimônio

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Com mais de 300 anos de his-tória, a primeira igreja do Paraná está abandonada. A Igreja de Nossa Senhora das

Mercês, localizada na Ilha da Cotinga, foi construída em 1677 pelos primeiros colonizadores europeus que chegaram ao estado. O edifício foi reconstruído em 1993, mas o que restou da combi-nação entre falta de manutenção e vandalismo, durante os últimos 18 anos, foram apenas ruínas.

As paredes da igreja estão de pé, mas seu interior está tomado pela vegetação. O caminho que leva às ruínas também está prejudicado. A trilha não é sinalizada e a esca-daria, sem manutenção, é escorre-gadia e ruiu em alguns pontos.

A construção passou por sua última reforma em 2000, durante as comemorações pelos 500 anos do descobrimento do Brasil, quando ganhou placas comemo-rativas. Onze anos depois, visitan-tes se depararam com a igreja praticamente demolida. Mora-dores da ilha também estão des-contentes com a degradação do local. “Moro na ilha desde 1983 e já vi a igreja ser reformada duas vezes, mas não adiantou”, conta o morador Noel Pedro de Bastos. De acordo com ele, a ação de vân-dalos, que aos poucos desmonta-ram a igreja, acelerou a degrada-ção do local.

restauraçãoResponsável pela manutenção da Ilha da Cotinga, a prefeitura de Paranaguá afirma que o local irá passar por uma revitalização. No entanto, o valor e a previsão para o início dos trabalhos ainda não foram definidos. O projeto prevê melhoria nas trilhas, na escadaria e na própria igreja, fazendo da ilha parte de um roteiro turístico pela cidade. De acordo com a Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), o município deve investir em uma parceria público-privada, que ain-da está em negociações.

Prefeitura de

Paranaguá não

tem previsão para

execução das obras

de recuperação na

Ilha da Cotinga

Abandono toma conta da 1ª igreja do PR

Depois da reforma em 1993, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês recebeu uma placa comemorativa em 2000.

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Dezoito anos depois da reforma, paredes externas resistem... Mas o interior foi tomado por vegetação e vandalismo.

Além de representar o resgate da memória paranaense, a revita-lização da igreja fortalece mais um ponto turístico de Paranaguá. A iniciativa é esperada há anos pelos integrantes da Associação dos Barqueiros do Estado do Paraná (Barcopar), que reconhe-cem a importância do local.

“Sabemos do potencial turístico da Ilha da Cotinga. Os turistas se interessam pela história, mas o problema é que as pessoas não reconhecem a riqueza que têm”, lamenta o diretor da associação, Edenil Fernandes de Paula. Por ano, cerca de 100 estrangeiros se dirigem para a Cotinga, sem con-

tar os fiéis que pretendem fazer homenagens à santa, tornando o local um dos destinos mais procu-rado pelos turistas. O plano dos barqueiros é designar um mora-dor local para se tornar o guia ofi-cial da ilha, responsável por recepcionar os turistas e conduzir as visitas.

A Ilha da Cotinga foi o primeiro território paranaense habitado pelos colonizadores que che­garam na região por volta de 1550, em busca de ouro. Com medo dos índios que moravam em Paranaguá, eles decidiram permanecer na ilha, de onde só saíram cerca de 50 anos depois. Atualmente o lugar é habitado por índios e pescadores.

Na Cotinga, eles construíram a Igreja Nossa Senhora das Mercês, que foi demolida em 1699 para que fosse erguida no continente a Igreja de São Benedito, com materiais da pri­meira igreja em sua estrutura. A imagem também foi levada para o continente, pois só com a repre­sentação da santa em terra firme seria configurado o governo local. Em 1993, a igreja foi reconstruída na ilha, porém a imagem original da santa não existe mais.

inícioIlha foi berço do estado

364 degrauslevam o visitante até a Igreja que se localiza no alto do morro, de onde é possível avistar toda a Baía de Paranaguá.

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8 GAZETA DO POVOSexta-feira, 30 de setembro de 2011litoral

Gastronomia

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

Incentivar a criatividade na preparação de novos pratos, usando ingredientes típicos da culinária paranaense. Esse

foi o objetivo do Encontro Gastronômico Abrasel do Litoral do Paraná, parte da programação da primeira edição do Festival de Turismo, realizado em Morretes, em agosto passado. O resultado desse saboroso desafio foi uma nova coleção de receitas sofistica-das, apresentadas por chefs de cozinha renomados. Um dos des-taques das preparações foi o pinhão.

Quatro chefs formados pela escola de gastronomia Centro Europeu ensinaram aos partici-pantes do festival as técnicas de

preparo de receitas que trazem releituras dos sabores paranaen-ses. A semente, um dos símbolos do estado, esteve presente em dois pratos: o arancini de pinhão com recheio de charque tropeiro, criado pelo chef Carlos Henrique Mancuzo; e a sobremesa verrine de pinhão com mascarpone e mel, elaborada pela chef Harumi Steffani Iura. Além destes, o público também pôde experi-mentar o salmão com guaca e chocolate branco, da chef Manu Buffara, e a releitura da vaca ato-lada elaborada pelo chef Dyogo Prado.

Consumido como alimento quente e indicado para dias mais frios, o pinhão demonstrou versa-tilidade, equilibrado com ingre-dientes variados. O verrine gelado pode ser uma opção para o calor do verão no litoral, enquanto o arancine é perfeito para momen-tos de relaxamento em frente do mar, como aperitivo.

Criatividade ajuda

chefs de cozinha a

preparar receitas

sofisticadas com

produtos típicos

Novos pratos com antigos ingredientes

Ingredientes600g de pinhão 1 litro de leite integral 270g de açúcar 2 favas de baunilha 400g de mascarpone 150g de mel 30ml de água 3 gemas 400g de creme de leite 250g de farinha de trigo 50g de manteiga gelada cortada em cubos 50g de farinha de amêndoas Café concentrado a gosto 150g de manteiga 60g de gemas 4g de sal de Guérande 5g de fermento em pó

Modo de preparoMisture os pinhões, o leite e uma fava de baunilha (cortada ao meio e sem sementes). Cozinhe por cerca de 20 minutos, até o leite reduzir a um quarto. Deixe esfriar e passe os pinhões pelo processador.

Para o creme: adicione 120g de mel ao mascarpone, misture bem e reserve na geladeira. Leve ao fogo as 30g restantes de mel e a água até formar uma calda. Bata na batedeira as três gemas e as sementes de baunilha em velocidade moderada. Despeje a calda de mel e água sobre as gemas, com a batedeira ainda ligada, até formar um creme esbranquiçado e com volume dobrado. Adicione a mistura de gemas com o mascarpone e mexa até formar um creme homogêneo e areado. Para finalizar, adicione delicadamente o creme de leite batido em ponto de chantilly e reserve na geladeira.

Crumble de café: misture 50g da farinha de trigo, 50g de açúcar, a manteiga gelada cortada em cubos, a farinha de amêndoas e o café em uma assadeira e leve ao forno pré­aquecido por 10 minutos. Retire do

forno, misture bem todos os ingredientes e leve novamente ao forno por mais 10 minutos até que fique crocante.

Sablé Breton: bata as 60g de gemas e o açúcar em uma batedeira até formar um creme claro. Acrescente as 150g de manteiga e o sal de Guérande até ficar homogêneo. Com a batedeira desligada, adicione 200g de farinha, o fermento e misture delicadamente. Como a massa é mole, molde um rolinho e leve para descansar na geladeira. Depois, passe pelo espremedor de batatas, formando fio e leve ao forno pré­aquecido até ficarem dourados e crocantes.

Ingredientes500g de arroz arbóreo 2 cebolas médias Manteiga Manteiga gelada ½ litro de vinho branco 2 litros de caldo de legumes 1kg de pinhão cozido picado ½ maço de couve manteiga picada Sal 300g de parmesão ralado 500g de charque 5 dentes de alho 1 copo de requeijão 300g de mussarela Farinha de trigo 5 ovos Farinha de pão

Modo de preparoPrepare o caldo de legumes e o mantenha aquecido. Em outra panela, refogue uma cebola picada na manteiga até que ela fique translúcida.

Acrescente o arroz arbóreo e refogue até que ele absorva toda a gordura. Adicione o vinho branco e refogue mais um pouco. Aos poucos, despeje o caldo e mexa constantemente. Siga com a hidratação do arroz por 15 minutos, até que ele chegue ao ponto “al dente”. Retire a panela do fogo e acrescente o pinhão, a couve, a manteiga gelada e o parmesão. Misture bem e reserve na geladeira por duas horas.

Dessalgue e desfie o charque. Refogue com alho e cebola picada. Acrescente o requeijão em quantidade suficiente para dar liga.

Monte bolinhos com o risoto e os recheie com a mussarela e o charque. Passe na farinha de trigo, no ovo batido e na farinha de pão. Frite em óleo bem quente, apenas para tostar o empanado. Rende 25 bolinhos.

SobremeSa De verão

arancini De pinhão

A chef Harumi Steffani Iura usa elementos do inverno para refrescar. Junto com o pinhão, ela associa o mascarpone, que representa a cultura italiana no Paraná; o mel, do qual o estado é um dos maiores produtores; e o café, que lembra os tropeiros

O arancini é um prato original da Itália e remete à imigração no estado. A receita original é recheada com ossobuco e queijo. Para trabalhar os sabores da região, o chef Carlos Henrique Mancuzo usou o pinhão no risoto e o recheio de carne seca, que foi trazido pelos tropeiros

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das receitas no site

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