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Expediente

PRESIDÊNCIA

Andrea do Nascimento

DIRETORIA-EXECUTIVA

COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA CIENTÍFICA

J. Andrade

ORGANIZAÇÃO

Dra. Profa. Heloisa Candia Hollnagel

ASSISTÊNCIA DE PESQUISA

Gabriela Picolo

Karina Spaolonzi dos Santos

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Eng. Agrônomo Nelson Matheus Oliveira Junior

PARCERIA INSTITUCIONAL

Terra Indígena Guarani Tenonde Porã

Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – PEFI

Ins tuto de Botânica de São Paulo – IBt

Jardim Botânico de São Paulo – JB

PARCERIA CORPORATIVA

Parque de Ciência e Tecnologia da USP/CIENTEC

FINANCIAMENTO EDITOR-CHEFE DARWIN SOCIETY MAGAZINE

Sabesp J. Andrade

Agência Ambiental Pick-upau

Agência Ambiental Pick-upau

Caixa Postal: 42098 - CEP: 04082-970 - São Paulo - SP - Brasil

E-mail: [email protected]

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REALIZAÇÃO

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Agência Ambiental Pick-upau - Todos os direitos reservados

Expediente

PICK-UPAUAline Sales BezerraAndrea do NascimentoAndréia Alves MoraisCelio Paulo FerreiraGabriela Carvalho Rodrigues Tura Gabriela PicoloHeloisa Candia HollnagelJuliana Molás dos SantosJ. Andrade Karina Spaolonzi dos SantosKarine Mar ns TartariMarina Michelin VidaNelson Matheus Oliveira JuniorNeuza Regina Oliveira SilvaPedro IsalThais Ferreira Alves da SilvaWilson Najar Mahana

REFAZENDACris ano da SilvaElicio PeraltaJeferson Honório dos SantosJuvenilio BenitesMarcilio da Silva Karai TataendyMarcos da SilvaNilson Karai TataendyRicardo Pires de LimaRonaldo Karai Mirim

PICK-UPAU VOLUNTÁRIOSAdriano Marconi BezerraCarlos A. dos Santos JuniorCarolina Pereira da CunhaCelso Gustavo F. de MoraisCris an Candia HollnagelDuylia Fayola do NascimentoErica Candia HollnagelEwerton Rangel dos SantosGustavo Henrique Leão de MelloLuciana Garcia NogueiraLuciano Leal DiasLucila Costa Terra CabralMariana de Moraes CoelhoMichel Bruno Oliveira de LimaMilena Yamaguishi MadeiraPaula LopesPedro Bige WasingerPriscila DuboisRafael Garcia GrandaRubens Miguel de Oliveira Mar ns LeiteTainá Teixeira FurtadoTa ana Shirota SatakeThiago Yamaguishi MadeiraVanderson Cris ano de Sousa

PARQUE CIENTEC/USPFabrício Luís de Lima SilvaJosefa Hilda Mendes Varjão de SouzaMarcos Antônio MilagresMaria Regina Eugênio FernandesPatrícia Silveira dos SantosPaulo Henrique Bernardelli MassabkiProf. Dr. Fábio Ramos Dias de AndradeProfa. Dra. Marta Silvia Maria MantovaniProfa. Dra. Raquel GlezerVera Lúcia Alexandrina Carmo de Lima

SABESPCarlos Eduardo RodriguesPatrícia de Fá ma GoularthEdison Cas lho

IBT / JBDra. Vera Lúcia BononiEduardo CatarinoLilian ZaidanMarília Vazquez Aun

AGRADECIMENTOS(TI Guarani Tenonde Porã)Timóteo Vera Popygua da Silva GuaraniMaria Pires de LimaPaulo Karai

Projeto Gráfi coMorphina design

FotosPick-upau

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Índice

04 R ..............................................................................................................10

05 A ..........................................................................................................11

0101 I .................................................................................................13

0202 M M .........................................................................17

0303 R ....................................................................................................22

0404 D ........................................................................................................27

0505 C F .......................................................................28

0606 R B .....................................................30

0707 Q S ................................................................................................38

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Comportamento inicial de espécies arbóreas nativas na revegetação de área da Mata Atlântica degradada

por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo.

Parque Estadual das Fontes do IpirangaParque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo - USP

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Comportamento inicial de espécies arbóreas na vas na revegetação de área da Mata Atlân ca degradada por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo.

Agência Ambiental PICK-UPAU 1

RESUMO

As áreas degradadas por incêndios e cobertas com vegetação invasora dentro de Unidades de Conservação

são prioritárias nas ações de revegetação, e os estudos ainda são poucos. Os obje vos deste estudo foram

verifi car o crescimento, desenvolvimento e capacidade de sobrevivência de indivíduos das espécies seleciona-

das em um PRAD – Projeto de Recuperação de Área Degradada em um local que apresentava a predominân-

cia da samambaia invasora Pteridium aquilinum que restringe dras camente a capacidade do ambiente de se

regenerar por acidifi car o solo, realizado entre 2009 e 2011 no Parque CienTec, que faz parte do Parque Estadual

das Fontes do Ipiranga, em São Paulo – SP. A metodologia empregada foi a remoção da samambaia por meio de

roçada manual e plan o de mudas de espécies arbóreas na vas de mata atlân ca de acordo com a Resolução

SMA – 58/06 em espaçamento 2,0 x 1,5 m u lizando espécies pioneiras e não pioneiras em solo adubado e cor-

rigido por calagem. Foram escolhidos na área aleatoriamente três indivíduos de oito espécies diferentes, com

avaliação a cada seis meses. Aspecto visual, presença de serrapilheira, altura média de plantas, diâmetro de copa

e desenvolvimento das mudas verifi cado pela medida do diâmetro à altura do peito (DAP) foram levantados e

os resultados apresentados como médias. Considerando as espécies avaliadas, os resultados indicam que, a

drenagem do solo e as condições de campo não infl uenciaram nega vamente o desenvolvimento das mudas: a

taxa de sobrevivência foi superior a 90%. Dois anos após o plan o, concluiu-se que: a área degradada por fogo

está sendo recuperada e as espécies estão se desenvolvendo de forma a acompanhar a sucessão (pioneiras,

clímax exigente de luz e clímax tolerantes à sombra). Em locais que existe o sombreamento pela presença da

copa, não foi observado mais o crescimento da espécie de samambaia invasora, o que permite o surgimento

de outras espécies pelos processos de interação com o entorno da área. Os indicadores u lizados revelam-se

efi cazes para a avaliação pretendida, pois podem ser ob dos com procedimentos de baixo custo, exigem pouco

tempo, não requerem conhecimento técnico muito especializado e representam sa sfatoriamente o estado da

área revegetada ao longo do tempo. Os resultados deste trabalho poderão subsidiar programas de recuperação

de ambientes em condições similares dentro e fora do Parque CienTec.

Palavras chaves: revegetação, espécies na vas de mata atlân ca, desenvolvimento de mudas, recuperação fl o-

restal, combate à espécie exó ca invasora.

_____________________1 PICK-UPAU; HOLLNAGEL, H.C.; ANDRADE. J.; PICOLO, G.; SPAOLONZI, K. & NASCIMENTO A., Comportamento inicial de espécies arbóreas na vas na revegetação de área da Mata Atlân ca degradada por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universi-dade de São Paulo. Darwin Society Magazine. São Paulo. v.7 n.7, p 41, 2013.

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Ini al growth behavior of Atlan c forest species in a fi re damage restored area at USP- Science and Technology Park in Sao Paulo, SP

PICK-UPAU Environmental Agency 1

ABSTRACT

The fi re damaged areas covered with weeds in conserva on Units are considered to encompass priority

ac ons in revegeta on programs, nevertheless, studies are s ll few on this topic. The objec ves of this inves-

ga on were to assess the growth, development and survivability of individuals of selected species in a Plan

for Rehabilita on of Degraded Areas (PRAD) in a loca on that showed the prevalence of invasive bracken fern

Pteridium aquilinum which severely restricts the ability of the environment to regenerated by acidifying the soil,

carried out between 2009 and 2011 in CienTec Park, part of the State Park Fontes do Ipiranga, in Sao Paulo - SP.

The methodology used was the removal of bracken fern through manual mowing and plan ng seedlings of

na ve tree species of rainforest in accordance with State Resolu on SMA - 58/06 in 2,0 x 1,5 m spacing, using

pioneer and not pioneers species in fer lized soil and corrected by liming. Three individuals from eight diff erent

species were randomly chosen in the area, and they were evaluated every six months a er the fi rst year. Visu-

al appearance, presence of li er, average plant height, crown diameter and seedling development verifi ed by

measuring the diameter at breast height (DBH) were surveyed and the results presented as averages. Whereas

the species assessed, the results indicate that the soil drainage and fi eld condi ons did not infl uence nega vely

on plant development: the survival rate was higher than 90%. Two years a er the star of the reforesta on, it was

concluded that: the fi re damage area has been recovered, because the species are evolving in order to follow

the succession (pioneer, demanding climax of light and shade-tolerant). In places where there is shading by the

presence of tree crown, there was no more growth of invasive species of bracken fern allowing other species

to come out. The indicators employed in this research were shown to be eff ec ve for the intended evalua on,

since conclusive data may be obtained with low cost, li le specialized technical knowledge or equipment and

sa sfactorily pictured the state of the recovered areas over me. The results of this study may support recovery

programs in environments similar condi ons inside and outside the Park CienTec.

Keywords: revegeta on, na ve species of rainforest, developing seedlings, forest recovery, comba ng invasive

alien species.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. A Mata Atlân ca e a Biodiversidade

Sendo um dos ecossistemas mais ameaçados

do planeta e com apenas 7% (AB’SABER & MARI-

GO, 2006) de sua cobertura original, a Mata Atlân-

ca possui proporcionalmente a sua degradação,

uma biodiversidade dinâmica e diversifi cada.

A chamada Floresta Atlân ca é uma região

heterogênea, composta por formações dis ntas

com elevada riqueza de espécies, superando em

alguns trechos, às observadas em fl orestas equa-

toriais amazônicas (JOLY et al. 1991, THOMAS et al.

1998, TABARELLI & MANTOVANI 1999) e ainda par-

cialmente inves gada.

No Estado de São Paulo existem alguns es-

tudos descri vos fi tossociológicos e levantamen-

tos fl orís cos (LEITÃO FILHO, 1992; BARROS et al.

2002; DISLICH et al. 2001; OGATA & GOMES 2006;

TANUS et al., 2012) e sobre a recuperação de áreas

degradadas neste bioma (BITTAR, 1997; ALMEIDA

& SANCHEZ, 2005; RODRIGUES et al., 2008; AQUI-

NO & BARBOSA, 2009).

A Mata Atlân ca, declarada “patrimônio

nacional” pela Cons tuição Federal de 1988, é o

bioma mais deba do e conhecido do Brasil, pos-

sui grande estrutura legal de proteção, nos níveis

federal, estadual e municipal, dentre destas encon-

tram-se as Unidades de Conservação. Unidade de

Conservação (UC) é a denominação u lizada no

SNUC para as áreas naturais a serem protegidas,

tais como o Parque Estadual das Fontes do Ipiran-

ga, uma área de Proteção Integral.

1.2. Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – PEFI

O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga –

PEFI, criado em 1893, foi o primeiro Parque dedica-

do à preservação de nascentes. Localizado na Ave-

nida Miguel Stéfano, 3687- Água Funda, zona sul de

São Paulo-SP, a cerca de 10 quilômetros do centro

de São Paulo, faz fronteira com os municípios de

Diadema, São Caetano, São Bernardo e Santo An-

dré (MANTOVANI & GLEZER, 2009; TANUS, 2011).

Além de sua beleza cênica, abriga impor-

tantes remanescentes de fl oresta na va e fau-

na, representando 10% da área verde da Região

Metropolitana de São Paulo – RMSP num total de

545 hectares. Cabe também destacar sua importân-

cia histórica, pois abriga o Riacho do Ipiranga onde

se acredita que D. Pedro I proclamou a República².

Pertencendo ao PEFI encontra-se a Fundação

Parque Zoológico, o Zoo Safari, o Ins tuto de

Botânica, o Jardim Botânico de São Paulo, o Cen-

tro de Exposições Imigrantes, o Parque de Ciência

e Tecnologia-CienTec, o Ins tuto Geológico – IG, o

Centro de Esporte, Cultura e Lazer – CECL, o Centro

de Atenção Integrada de Saúde Mental – CAISM, a

Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimen-

to, o 97º Distrito da Polícia Militar e o 3º BPM e a 2ª

Cia. de Polícia Ambiental do Estado de São Paulo¹.

O Parque de Ciências e Tecnologia da USP –

CienTec, foi criado no ano de 2001 através do de-

creto GR 3.313 / 12.14.2001 e aberto às visitações

em setembro de 2002. Seu principal obje vo é di-

fundir conhecimentos nas áreas de ciência e tec-

nologia a fi m de promover desenvolvimento sócio

econômico regional.

Possui uma área de 141 hectares, sendo que

120 hectares são de Mata Atlân ca². (MANTOVANI

e GLEZER, 2006). Devido à ocupação urbana ir-

regular circunvizinha ao Parque, bem como o fato

deste ser uma via de passagem para pedestres,

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o CienTec sofre com o despejo de lixo e esgoto,

invasões e usos inadequados da mata, tais como

caças aos animais e fogueiras.

É sabido que na região de entorno ainda ex-

iste a prá ca criminosa de soltar balões, como con-

sequência, em 2006 ocorreram três incêndios que

devastaram uma parcela considerável de mata na

área do Parque2.

1.3. Infl uências Antrópicas: Incêndios em UC

Os incêndios fl orestais podem acontecer

devido a várias causas, as principais são: queimadas

para limpeza de terrenos para plantações, crimino-

sa, fogos, balões, acidental, ou até mesmo queimas

de origem natural causadas por raios (TORRES et

al., 2011), todavia, o tempo de regeneração de

algumas fl orestas tropicais americanas foi es ma-

do entre 150 e 200 anos (UNESCO/PNUMA/FAO,

1980).

Esses incêndios podem ocorrer em unidades

de conservação, áreas de preservação, parques, fa-

zendas, margens de estradas, áreas de refl oresta-

mento e em áreas urbanas causando graves perdas

ambientais, relacionadas à biodiversidade, ao ciclo

hidrológico e ao do carbono na atmosfera, além de

diminuição dos bene cios ambientais oferecidos

pela fl oresta. Além disso, geram prejuízos econômi-

cos, paisagís cos e ecológicos.

Como apontado em Torres e colaboradores

(2011), vários fatores infl uenciam diretamente o

grau de perigo dos incêndios, os principais são a

presença de material combus vel, o po de fl o-

resta, a forma do relevo, as condições climá cas, a

velocidade e direção do vento, a umidade rela va,

a temperatura do ambiente, a precipitação e insta-

bilidade atmosférica.

Foto 1: Pick-upau/DivulgaçãoVista de uma das áreas degradadas por um incêndio em 2006.

Foto 2: Pick-upau/DivulgaçãoApós o incêndio fl orestal, a samambaia-brava passa a dominar a paisagem das áreas incendiadas.

Foto 3: Pick-upau/DivulgaçãoÁrea refl orestada está localizada no ponto mais alto do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.

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Estudos mostram que a maior parte dos in-

cêndios fl orestais, mais de 30%, é resultado da

queda de balões, mesmo sendo esta prá ca con-

siderada crime ambiental passível de multa, e até

detenção, para quem es ver pra cando tal ato (VI-

TALLI et al., 2009).

Um exemplo é o acidente ocorrido no Parque

CienTec, mencionado anteriormente, cuja causa

é atribuída a queda de um balão no local, como

afi rmaram os responsáveis pela administração do

Parque. A área afetada totaliza cerca de 10 hectares

e está localizada no topo de uma colina. A área

queimada apresentava a predominância da espécie

Pteridium aquilinum (samambaia, pica invasora)

que restringe dras camente a capacidade do ambi-

ente de se regenerar, acidifi cando o solo, antes da

implementação deste projeto.

Um ecossistema que sofreu degradação e

cujos meios de regeneração natural forem lentos

ou não ocorrerem por alguma razão necessitam de

uma interferência antrópica para sua consecução

(CARPANEZZI, et al., 1990). Para recuperação das

funções ecológicas, se faz necessária em muitos ca-

sos a implantação de um Projeto de Recuperação

de Área Degradada (PRAD).

1.4. Recuperação Ambiental

A recuperação ambiental deve levar em con-

ta os aspectos ambientais, esté cos e sociais e qual

será a des nação da área recuperada permi ndo

um novo equilíbrio ecológico (SALVADOR & MIRAN-

DA, 2007).

O obje vo principal de um “Projeto de Recu-

peração de Áreas Degradadas- PRAD” é garan r se-

gurança da saúde pública por meio da reabilitação

das áreas perturbadas pelas ações antrópicas,

Foto 4: Pick-upau/DivulgaçãoIndígenas da etnia guarani mbya fazem a abertura das ruas, após o corte da samambaia-brava.

Foto 5: Pick-upau/DivulgaçãoMaterial orgânico acumulado após o corte da samambaia-brava é um dos entraves da recuperação das áreas a ngidas pelo incendio.

Foto 6: Pick-upau/DivulgaçãoBiólogas fazem o georreferenciamento das mudas nas áreas de refl orestamento.

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tornando-as com condições desejáveis e necessári-

as à implantação de usos aceitáveis pós-degra-

dação (LIMA et al., 2006). Na prá ca, os PRADs

são muito mais voltados para aspectos do solo e

da vegetação, muito embora possam contemplar

também, direta e indiretamente, a reabilitação am-

biental da água, do ar, da fauna e do ser humano.

Para a realização de um PRAD são encontra-

dos muitos desafi os, dos quais o mais importante é

conseguir conciliar a seleção de espécies e as técni-

cas de revegetação que ajudem a acelerar e resta-

belecer os processos de sucessão ecológica devol-

vendo a forma e a função original da área antes de

ser degradada, sempre avaliando as peculiaridades

de cada região (COSTA et al., 2010).

No CienTec, o planejamento de implemen-

tação do PRAD incluiu o manejo de Pteridium

aquilinum (samambaia), espécie vegetal mais efe -

va na reprodução, de ciclo curto e com mais rápido

crescimento populacional, levando à rápida ocu-

pação da paisagem. Também se faz necessário re-

alizar um estudo sobre a composição fl orís ca das

matas remanescentes da região (DAVIDE, 1999).

A avaliação do sucesso de um PRAD pode

ser feita através de indicadores vegetais de recu-

peração e é por esses indicadores que se defi ne se

o projeto necessita de novas interferências ou de

um redirecionamento com o intuito de acelerar o

processo de restauração das funções da vegetação

implantada. O PRAD é voltado para os aspectos de

solo e vegetação eles afetam posi vamente a água,

o ar, a fauna e os seres humanos. (RODRIGUES &

GANDOLFI, 1998; MARTINS, 2001)

Por fi m, para que a área que foi degradada

seja considerada reabilitada é necessário que se-

jam criadas condições edáfi cas como reconstrução

de solo e clivagem de nutrientes, fi tossociológicas

com a escolha das espécies corretas. Além de con-

dições ambientais adequadas, como quan dade de

radiação solar e sombreamento para cada espécie,

umidade, formação de serrapilheira, microclima e

mesofauna semelhantes aos processos de sucessão

secundária (VALCARCEL & SILVA 1997).

O maior entrave para o uso de espécies fl o-

restais na vas em plan os comerciais ou na recu-

peração de áreas degradadas tem sido a falta de

estudos envolvendo a absorção de nutrientes e os

requerimentos nutricionais dessas espécies, bem

como sua sensibilidade a condições dis ntas de

estresses químico ou sico, portanto o presente

trabalho tem por obje vo avaliar a recuperação

de uma área degradada com cerca de 2 hectares

que foi incendiada, tendo como provável causa, a

queda de balões, ocupada pela invasora Pteridium

aquilinum com plan o de espécies na vas de Mata

Atlân ca.

__________________________1Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Minis-tério do Meio Ambiente – Secretaria de Biodiversidade e Florestas – Departamento de Áreas Protegidas (2011). Página visitada em 20 de janeiro de 2012.

2h p://www.parquecientec.usp.br/

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Espécie de estudo

As espécies u lizadas na recuperação da área

degradada no PEFI atendem a Resolução SMA 21,

de 21 de novembro de 2001, que fi xa orientação

para o refl orestamento heterogêneo. Dentre estas,

foram escolhidas aleatoriamente oito espécies, dis-

tribuídas nos grupos sucessionais de pioneiras, se-

cundárias iniciais e secundárias tardias, de acordo

com a classifi cação sucessional pelos critérios esta-

belecidos por Budowski (1965).

•Pinheiro-brasileiro (Araucaria angus folia)

A Araucaria angus folia (Bertol.) Kuntze é

uma gimnosperma de ocorrência na América do

Sul e predominante na Região Sul do Brasil: sua dis-

tribuição vai do Estado do Rio Grande do Sul até o

Sul de Minas Gerais (REITZ & KLEIN, 1966; REITZ et

al., 1978; KLEIN, 1984). Considerada uma espécie

pioneira e heliófi la, se estende sobre os campos

formando novos capoeirões, sendo benefi ciada

por leve sombreamento na fase de germinação e

crescimento até 2 anos (REITZ & KLEIN,1966).

Popularmente conhecida como pinheiro-

brasileiro é uma espécie dióica, raramente monoi-

ca, anemófi la e caracterís ca da Floresta Ombrófi la

Mista. Essa pologia fl orestal foi reduzida a 12,6%

da área de ocorrência original (RIBEIRO et al., 2009)

sendo A. angus folia bastante explorada em razão

da qualidade da madeira (REITZ et al., 1978; RIZZI-

NI, 1978). Esse cenário fez que a espécie fosse in-

cluída como cri camente em perigo de ex nção na

lista da União Internacional para Conservação da

Natureza (IUCN) (FARJON, 2006) e como vulnerável

a ex nção na Lista das Espécies da Flora Ameaçada

Foto 7: Pick-upau/DivulgaçãoMuda de açoita-cavalo-miúdo na área de refl orestamento.

Foto 8: Pick-upau/DivulgaçãoBióloga faz conferência dos parâmetros das mudas, no detalhe a araucária.

Foto 9: Pick-upau/DivulgaçãoVista geral de uma parcela, onde indígenas preparam as ruas para o plan o.

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de Ex nção (BRASIL, 2008).

De acordo com pesquisas recentes, a es-

pécie é considerada como ameaçada pela interfer-

ência nos ambientes fl orestais e a massiva coleta

de sementes para consumo humano (PALUDO et

al., 2011), pois mesmo com a existência de regu-

lamentação para a coleta estes autores acreditam

que não esteja fundamentado no embasamento

ecológico necessário.

•Angico-branco (Anadenanthera colubrina)

A Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan,

conhecida popularmente como angico-branco ou

angico-liso é uma planta decídua, heliófita e cara-

cterís ca de mata secundária, muito u lizada em

relforestamento, na arborização de parques e no

plan o de florestas mistas (LORENZI, 2000; ORTO-

LANI et al., 2010). É considerada uma espécie se-

cundária inicial (FERRETTI et al., 1995), formando,

às vezes, capões puros em vegetação secundária

(CARVALHO, 1994).

Pertencente à família Fabaceae é tolerante

ao frio e apresenta crescimento de moderado a

rápido e suas sementes possuem alto poder germi-

na vo (CARVALHO, 1994), apesar disso está entre

as espécies na vas que se encontram em risco de

ex nção (ALBUQUERQUE & ANDRADE, 2002). Essa

espécie pode apresentar até 20 m de altura e pro-

duz uma resina que pode subs tuir a goma arábica.

Sua madeira é densa, de super cie lisa e lustrosa,

e proporciona ó mos efeitos decora vos (CAR-

VALHO, 2003). Essa espécie pode ser usada ainda

no controle da erosão e no melhoramento de solos

(SANTOS, 1987).

•Açoita-cavalo-miúdo (Luehea divaricata)

Conhecido popularmente como Açoita-cava-

lo-miúdo, Luehea divaricata Mar us é da família

Malvaceae, sendo classifi cada como espécie se-

cundária tardia, possui crescimento lento. Ocorre

desde o estado do Pará até Sul do país, também

nos países como Argen na, Paraguai e Uruguai

(LOREGIAN et al., 2012). Sua madeira é suavemente

pesada e dura, porém fl exível e resistente. De acor-

do com Reitz et al. (1988), apresenta um tronco

comumente tortuoso e nodoso, com base alargada

e fuste habitualmente curto de 4 a 6 m de exten-

são, estando empregado na confecção de móveis,

sobretudo em peças arredondadas e torneadas.

Ela apresenta madeira de qualidade, com média

retra bilidade e baixa resistência mecânica e é in-

dicada para confecção de móveis vergados e peças

torneadas (RIZZINI, 1971).

•Embaúba (Cecropia pachystachya)

Cecropia pachystachya Trec., conhecida

como imbaúba ou embaúba, pertence a família

Cecropiaceae e é uma árvore de comportamento

pioneiro, de rápido crescimento, sele va higrófi la,

caracterís ca de solos úmidos, ocorrendo em ma-

tas ciliares, bordas de fl orestas e clareiras (BATIS-

TA et al., 2008). As espécies do gênero Cecropia

apresentam-se largamente distribuídas na região

Neotropical e são abundantes em áreas perturba-

das e em estágios iniciais de processos sucessio-

nais (SANTOS, 2000). Caracterizam-se por serem

árvores perenifólias e heliófi tas e seus frutos car-

nosos são apreciados por muitas espécies de aves

e mamíferos, responsáveis pela dispersão de suas

minúsculas sementes (LORENZI, 2002).

•Pau-viola (Cytharexyllum myrianthum)

Citharexyllum myrianthum Cham., da famíl-

ia Verbenaceae, conhecida popularmente como

Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

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tucaneira ou pau-viola, é uma espécie arbórea de

15 a 25 m de altura com tronco - reto e, às vezes,

levemente curvo - tem medidas que variam de 40

e 60 cen metros de diâmetro. Encontrada desde

a Bahia até o Rio Grande do Sul, ocorre em áreas

úmidas ou capoeirões de planícies, sendo muitas

vezes a espécie arbórea mais abundante nestes lo-

cais (REITZ et al. 1979).

É uma espécie pioneira, apresentando ex-

celente regeneração natural em vários estágios

da sucessão secundária e produzindo anualmente

uma grande quan dade de fl ores e frutos. A copa

geralmente é larga e as fl ores, alvas e pequenas,

têm odor adocicado. Já o fruto mede cerca de 1,5

cen metro de comprimento, e varia em tons do

alaranjado ao vermelho. A polpa é carnosa e mole,

muito apreciada por aves (LORENZI, 2002). Pode

ser encontrada em solos úmidos ou encharcados,

como terrenos brejosos e fl orestas ribeirinhas

(SALMENA et al., 2012). Seu desenvolvimento no

campo é considerado rápido (em condições ideais

a nge os 4 metros de altura aos 2 anos).

Sua madeira é considerada leve e macia, com

baixa durabilidade natural e, devido a este fato, é

empregada na confecção de artesanato, brinque-

dos, tábuas e caixotes. Por possuir boa ressonância

pode ser usada para a confecção de instrumentos

de corda e por isso também é conhecida como pau-

viola.

•Paineira (Chorisia speciosa)

Chorisia speciosa A. St.-Hil., pertence à famíl-

ia Bombacaceae e é uma espécie arbórea cadu-

cifólia com ampla distribuição no Brasil, ocorrendo

do Estado da Paraíba até o Rio Grande do Sul. Esta

espécie tem grande potencial econômico e orna-

mental, vivendo preferencialmente em locais

Foto 10: Pick-upau/DivulgaçãoBiólogas do Pick-upau observam área refl orestada, dois anos após o início dos trabalhos.

úmidos, sendo frequente em vales e pequenas

depressões (SANTOS, 1967). Dias e colaboradores

(1992) classifi cam esta espécie como secundária na

sucessão ecológica.

Na indústria, sua paina serve para enchimen-

to de almofadas, cobertores e travesseiros. Sua ma-

deira é u lizada na fabricação de aeromodelos, fl u-

tuadores, forros de móveis e, ainda, como material

isolante (LORENZI, 1998).

•Pitanga (Eugenia unifl ora)

A pitangueira, Eugenia unifl ora, que

pertence à família Myrtaceae, é uma árvore

fru fera medindo cerca de 6-12 m de altura, po-

dendo ser u lizada no paisagismo ou cul vada em

pomares domés cos. A pitangueira é originária da

região que se estende desde o Brasil Central até

o Norte da Argen na (FOUQUÉ, 1981). Pode se

apresentar como um arbusto denso ou como uma

pequena árvore (4 a 10 m de altura) ramifi cada, de

copa arredondada, com folhagem persistente ou

semidecídua. A pitanga é comercializada, princi-

palmente, na forma de polpa (LORENZI & MATOS,

2002).

Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

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Sua árvore é muito ornamental e fácil de ser

cul vada, tornando-a frequente em jardins. Devido

a sua adaptabilidade às mais dis ntas condições

de solo e clima, esta fru fera foi disseminada e é

atualmente encontrada nas mais variadas regiões

do globo (SILVA, 2002). A madeira é empregada na

confecção de cabos de ferramentas e outros instru-

mentos agrícolas (SCALON et al., 2001).

•Jerivá (Syagrus romanzoffi ana)

A palmeira jerivá, Syagrus romanzoffi ana

(Cham.) Glassman, tem distribuição em toda a

América do Sul. No Brasil é encontrada em fl orestas

subtropicais e de araucárias, fl oresta atlân ca, cer-

rados, estepes, res ngas costeiras e campos sujos.

O grande número de interações interespecífi cas en-

volvendo o jerivá salienta seu valor ecológico em

comunidades fl orestais (GALETTI et al., 1992, SILVA

et al., 2009).

S. romanzoffi ana é uma palmeira de 8 a 15 m

de altura. A reprodução é sexuada, apresentando

infl orescência em cacho pendente e seus frutos do

po drupa são globosos ou ovóides, de cor amarela

ou alaranjada, com um fi no exocarpo e um meso-

carpo fi broso, suculento e adocicado. O néctar fl o-

ral, frutos e sementes do jerivá são explorados por

uma larga variedade de animais, sendo uma poten-

cial espécie-chave em fragmentos de Mata Atlân-

ca (ALVES-COSTA, 2004).

2.2. Área de estudo

O presente trabalho foi realizado no Parque

de Ciências e Tecnologia da USP – CienTec, que está

inserido no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga

– PEFI, sendo desenvolvido por pesquisadores da

Agência Ambiental Pick-upau.

O Parque está localizado na região sudeste

do município de São Paulo, La tude: S 23°39.332’;

Longitude: W 046°37.704’. A vegetação predomi-

nante é classifi cada como Mata Atlân ca Flo-

resta Ombrófi la Densa Montana Atlân ca, com

elementos de Floresta Ombrófi la Mista e Estacional

Semidecídua (TANUS et al., 2012). Pode ser descri-

to como um fragmento fl orestal circundado por in-

tensa urbanização, contribuindo, juntamente com

todo o complexo do Parque Estadual Fontes do

Ipiranga, com 10% de toda área verde da metró-

pole paulista. Além disso, é uma reserva de fauna

e fl ora da bacia hidrográfi ca do Riacho do Ipiranga

(PECCININI & PIVELLO, 2002).

Possui clima temperado Cwb, segundo a

classifi cação de Köppen. O clima do local é classifi -

cado como úmido mesotérmico, com temperatura

média anual de 19,1°C (SANTOS & FUNARI, 2002).

O inverno é mais brando e no verão as tempera-

turas são moderadamente altas. Fevereiro é con-

siderado o mês mais quente, com temperatura

média de 22,5°C e julho o mês mais frio, com 16°C

de temperatura em média. A temperatura média

anual é de 19,1°C e precipitação média de 1.540

mm por ano (SANTOS & FUNARI 2002). O solo de

maior ocorrência na área é o Latossolo Vermelho-

Amarelo (TANUS et al., 2012).

2.3. Obtenção e análise dos dados

As etapas de recuperação de áreas degrada-

das envolveram um pré-planejamento, estabeleci-

mento de obje vos a curto e longo prazos, remoção

da cobertura vegetal, manejo de solo, preparação

do local para plan o, seleção de espécies a serem

plantados, plan o e manejo regular da área após a

recuperação conforme citado na literatura. Alguns

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indivíduos de espécies selecionadas foram moni-

torados considerando os padrões clássicos de

avaliação do desenvolvimento arbóreo.

Preparo do solo para o plan o

Na área do plan o u lizou-se roçada manual

para o preparo do solo e remoção da samambaia

Pteridium aquilinum, marcação (tutores) e abertu-

ra das covas (feita com enxada), 20 g de calcáreo

dolomí co no berço e aplicação manual, em sem-

icírculo no entorno da muda, de 360 g de adubo

químico NPK (8-20-10) por planta, dosagem base-

ada em análise de solo. A prevenção ao ataque de

formigas cortadeiras dos gêneros A a sp. (saúvas)

e Acromyrmex sp. (quenquéns), observadas na área

do projeto, foi com a u lização de iscas formicidas.

No momento do plan o, em cada cova foi

adicionada uma mistura de terra vegetal (50%),

terra da camada superfi cial da cova (10%), calcáreo

e NPK.

As espécies na vas foram introduzidas na

área trinta dias depois dos procedimentos acima.

Depois do plan o, foi feita a irrigação do solo no

início da manhã e/ou no fi nal da tarde por um

período de trinta dias na área do projeto.

Após três meses de implantação do PRAD

neste local, foi realizada a primeira manuten-

ção; que consis u em capina manual nas ruas de

plan o devido ao crescimento da samambaia (P.

aquilinum), subs tuição de tutores e coroamento

manual das mudas. Em todas as vistorias mensais,

as mudas foram subme das à controle fi tossani-

tário.

Modelo de Plan o: Distribuição de Mudas

O plan o de mudas de espécies arbóreas na-

vas de mata atlân ca de acordo com a Resolução

SMA – 58/06 quanto à diversidade e em espaça-

mento 2,0 x 1,5 m, de acordo com a metodologia

descrita por Macedo (1993). Este modelo consiste

na implantação de uma linha de pioneiras alterna-

da com uma linha de não pioneiras.

Localização das Mudas do PRAD CienTec

Durante a implantação deste projeto, todas

as mudas foram georreferenciadas e localizados

dentro da parcela através de coordenadas x e y. Os

indivíduos das oito espécies selecionadas foram

iden fi cados com placas coloridas para facilitar a

sua localização na área.

Seleção de Espécies Na vas para Avaliação do

PRAD CienTec

Dentre todas as espécies plantadas, foram

escolhidas, para acompanhamento, oito espécies

com três representantes de cada uma (triplicatas).

As espécies escolhidas foram: paineira, açoita-

cavalo-miúdo, embaúba, angico-branco, araucária,

pitanga, pau-viola e jerivá (Tabela 1). Para confi r-

mação da iden fi cação taxonômica das espécies

escolhidas, ramos com estruturas vegeta vas e/ou

sexuais foram coletados e herborizados para iden-

fi cação. As iden fi cações foram confi rmadas com

o auxílio de literatura especializada ou por meio de

comparações com amostras no herbário do Ins tu-

to Florestal ou do acervo da própria Agência Ambi-

ental Pick-upau além de consultas a pesquisadores

taxonomistas especialistas.

Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

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Tabela 1. Lista das espécies vegetais pioneiras, secundárias iniciais e tardias u lizadas na avaliação parcial

do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas realizado no CienTec.

Monitoramento de Espécies Selecionadas: Medi-

das Biométricas

A análise do PRAD foi realizada através do estudo do desenvolvimento das espécies arbóreas na vas u lizadas no refl orestamento tendo como principal enfoque o crescimento em altura, circunferência e diâmetro do tron-co à altura do peito (CAP e DAP – a 1,30 m do solo), diâmetro da copa e condições fi tossoci-ológicas das mudas.

O crescimento foi acompanhado por medições feitas um ano após o plan o e em dois outros momentos com intervalos de seis meses deste. Com o auxílio de suta, clinômetro, paquímetro e trena, foram medidos: a altura da muda inteira, desde o colo até a gema apical do ramo principal, o DAP e na úl ma avaliação, o diâmetro da copa.

3. RESULTADOS

A sobrevivência das espécies arbóreas no PRAD CienTec apresentou percentuais acima

de 90% em todas as espécies (dados não mostrados), no caso das inves gadas neste es-tudo, todas sobreviveram ao segundo ano de-pois do plan o.

O Quadro 1 a seguir mostra a estrutura desenvolvida neste projeto de monitoramento, onde, para cada um dos exemplares avaliados (iden fi cados no campo por placas colori-das para facilitar sua localização), foi coletada amostra para herborização (Código) e os in-divíduos georeferenciados e posicionados na topografi a do terreno (al tude).

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Quadro 1. Localização e iden fi cação (placas coloridas) dos representantes das espécies implantadas na

Recuperação de Área Degradada realizada no CienTec.

Os indivíduos das oito espécies selecio-nadas apresentam uma média de variação de altura (em metros) conforme mostra o Quadro 2. Podemos observar que as espécies que mais cresceram foram a embaúba, a pitan-ga e o angico-branco, respec vamente (maior inclinação na reta). Apresentaram crescimento moderado, a paineira, o açoita-cavalo-miúdo e a araucária. Por outro lado, mesmo sendo espécies pioneiras, o jerivá e o pau-viola apre-sentaram uma menor variação na altura ao

longo do período avaliado (de 12 a 24 meses do plan o) no Parque CienTec.

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Quadro 2. Crescimento das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Recuperação de Áreas Degrada-

das considerando a altura (em metros) do experimento realizado no Parque CienTec ao longo do segundo

ano de implementação. Cada ponto representa uma media entre três indivíduos.

Destacando que as espécies araucária e

jerivá não foram avaliadas e considerando o valor

em cen metros do DAP (diâmetro à altura do pei-

to – 1,30 m do solo), os valores médios dos indi-

víduos das espécies selecionadas apresentaram a

seguinte situação: a espécie que maior aumentou

o diâmetro foi o pau-viola (exatamente aquela que

nha aumentado menos em altura). Novamente

as espécies que mostraram um aumento médio de

diâmetro foram a paineira e o açoita-cavalo-miúdo

e com valores ligeiramente menores, a embaúba,

o angico e a pitanga, espécies que mostraram um

maior aumento de altura no período avaliado.

Foto 11: Pick-upau/DivulgaçãoA vistas verifi cam a presença de lianas em torno de uma muda, ainda no início do PRAD.

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Quadro 3. Crescimento das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Recuperação de Áreas Degra-

dadas considerando o DAP – Diâmetro à Altura do Peito (em cen metros) do experimento realizado no

Parque CienTec ao longo do segundo ano de implementação. Cada ponto representa uma media entre três

indivíduos.

Com relação ao Diâmetro da Copa (em

metros) avaliado na úl ma medição realizada em

2011, o resultado pode ser visualizado no Quadro

4, que representa a média entre os indivíduos das

espécies inves gadas. O jerivá não foi medido pelo

fato de ser uma palmeira muito jovem. Podemos

observar que a paineira fornece o maior sobrea-

mento, seguida de pau-viola, pitanga, angico-

branco, embaúba e açoita-cavalo-miúdo. O menor

diâmetro de copa é propiciado pela araucária, pela

própria estrutura de crescimento e morfologia des-

ta espécie (aciculifoliadas).

Foto 12: Pick-upau/DivulgaçãoMudas passam pelo processo de aclimatação antes do plan- o no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São

Paulo.

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27Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

Quadro 4. Avaliação do diâmetro da copa em 2011 das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Re-

cuperação de Áreas Degradadas do experimento realizado no Parque CienTec. Cada ponto representa uma

media entre três indivíduos.

4. DISCUSSÃO

Alguns autores consideram que a germi-

nação e o estabelecimento de plântulas são as

fases mais crí cas do ciclo de vida da planta, nas

quais ocorrem altas taxas de mortalidade (DUKE &

POLHILL, 1981; MANTOVANI, 1983), mas isso po-

deria ser válido também para o plan o de mudas

em PRAD de acordo com as observações da litera-

tura (FREITAS et al., 1993; ALMEIDA & SANCHEZ,

2005). No projeto de Recuperação de Área Degra-

dada realizado pela Agência Ambiental Pick-upau

no CienTec, os resultados foram muito superiores

(90% de sobrevivência) do que os encontrado por

Junglos e Morais (2010), com espécies semelhantes

(inclusive com pitanga e embaúba) cuja sobre-

vivência foi de 58%.

Após dois anos, na área de implantação do PRAD no CienTec, a presença das mudas, e consequente sombreamento, tem diminuído a ocorrência da samambaia, facilitando a re-cuperação do ecossistema. De acordo com Tabarelli e Mantovani (1999), “A ocorrência e/ou a dominância de espécies de Imperata e Pteridium aquilinum, por longos períodos, tem sido considerada como indicador de áreas sub-me das a perturbação intensa, onde a regen-eração da fl oresta tende a ocorrer de forma lenta.” Esse fato também foi observado por outros autores (FOX et al., 1997).

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De acordo com Rodrigues e Gandolfi (1998)

e Mar ns (2001) o sucesso de um PRAD pode ser

avaliado por meio de indicadores vegetais de recu-

peração, tais como o acompanhamento do cresci-

mento das mudas plantadas. No presente estudo,

todas as espécies avaliadas apresentaram cresci-

mento compa vel com o esperado, indicando o

sucesso do projeto.

Os dados coletados em campo, especifi cados

no Quadro 2, mostram que a araucária após dois

anos a ngiu um tamanho de 1,5 m em média. Para

Paludo e colaboradores (2011), o estágio crí co

para a regeneração da espécie se mostrou logo nos

primeiros anos de desenvolvimento até os 5 m de

altura. De acordo com estes autores (PALUDO et

al., 2011), entre os possíveis fatores crí cos para a

regeneração de uma espécie estão a intensidade de

luz, a qualidade de luz, o nível de compe ção das

raízes, pulsos de nutrientes, textura do solo e efeito

de predadores e patógenos e, no caso da araucária.

Quando adulta, a A. angus folia ocupa o

estrato superior da fl oresta (KLEIN, 1980; KLEIN,

1984), caracterizando a necessidade de luz solar

plena. Para alcançar esse estrato, a espécie pode

seguir um dos modelos de regeneração proposto

por Clark e Clark (1987) no qual a espécie pode

necessitar de uma clareira no estado juvenil para

alcançar o dossel rapidamente em pulsos de cresci-

mento antes que a clareira seja ocupada por outras

espécies, ou seja, fechada pelas copas.

O estudo de Carvalho (1994) mostrou que

A. angus folia apresenta crescimento lento até

o terceiro ano. A par r de então, o incremento

corrente anual em altura é de 1 m, em condições

adequadas e, após o quinto ano, o incremento anu-

al em diâmetro é de 1,5 a 2,0 cm. Considerando os

nossos resultados, provavelmente, o espaçamento

realizado no PRAD CienTec propiciou as condições

de sobrevivência e o desenvolvimento adequado

para a araucária.

Foi observado por Lima e colaboradores

(2009) que a paineira Chorisia speciosa teve um

incremento variando de 10 a 20 mm no diâmetro

durante os nove meses do experimento. Os autores

discutem que, apesar do pouco destaque no incre-

mento em altura (71 cm), a planta inves u mais no

crescimento diamétrico (31,4 mm), caracterís ca

fundamental para o estabelecimento da espécie

ao longo de um ano. No caso do PRAD CienTec isto

ocorreu com outras espécies: a embaúba (Cecropia

pachystachya); o angico-branco (Anadenanthera

colubrina) e a pitanga (Eugenia unifl ora). A paineira

apresentou valores proporcionais entre o aumento

de tamanho e diâmetro do tronco à altura do peito.

A pesquisa de Sampaio e colaboradores

(2012) mostrou que Chorisia (paineira) após 32 me-

ses de plan o, nha o tamanho de médio de 3,78

m e diâmetro de 10,98 cm; já no caso da pitanga,

Eugenia unifl ora, a altura média era de 1,98 m e o

diâmetro de 3,58 cm. Os nossos resultados revelar-

am um tamanho médio de 2,5 m para a paineira de

e para a pitanga de 3,4 m, o que parece coerente,

levando-se em conta que no caso do PRAD CienTec

estas espécies não foram semeadas e sim planta-

das (mudas com cerca de 30 cm).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revegetação nas áreas estudadas vem cum-

prindo o propósito de manter a estabilidade sica.

Considerando o crescimento e desenvolvimento

das espécies avaliadas, além da recuperação do

estrato arbóreo, foi possível reduzir o crescimento

da samambaia Pteridium aquilinum, permi ndo a

Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

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29Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.4 - n.4 - Setembro de 2012│Agência Ambiental Pick-upau

revegetação por espécies do entorno e trazidas

pela fauna local, aumentando ainda mais a biodi-

versidade e a funcionalidade do ecossistema.

Os resultados ob dos do com o projeto, após

dois anos, indicam que as medidas de recuperação

descritas comprovam a adequação da seleção de

espécies, modelo de distribuição e estratégias de

manutenção na área impactada.

Cabe destacar que todo o projeto foi reali-

zado sem muito recurso tecnológico, o que mostra

ser passível de replicar a metodologia descrita em

outras áreas no mesmo parque e locais que sofre-

ram impactos antrópicos.

A realização de estudos básicos e con nuos,

sobre o desenvolvimento de espécies u lizadas

em refl orestamentos de áreas degradadas, é indis-

pensável para orientar o planejamento das inter-

venções na composição fl orís ca e fi tossociológica

para a recuperação de ambientes.

Portanto, novas pesquisas direcionadas à

produzir relevantes informações considerando a

seleção de espécies (sobrevivência, estabeleci-

mento e desenvolvimento), espaçamento e arranjo

de plan o e sobre a elaboração, monitoramento e

avaliação de programas de recuperação de áreas

degradadas estão sendo conduzidos pela Agência

Ambiental Pick-upau.

Foto 13: Pick-upau/DivulgaçãoIndígenas trabalham na abertura dos berços.

Foto 14: Pick-upau/DivulgaçãoUm dos grupos de voluntários do Pick-upau que par ciparam do plan o de mudas na vas.

Foto 15: Pick-upau/DivulgaçãoResultados expressivos já podem ser vistos por toda área re-cuperada.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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38

Sobre o Pick-upau

A Agência Ambiental Pick-upau é uma organi-

zação não governamental sem fi ns lucra vos de

caráter ambientalista 100% brasileira, fundada

em 1999, por três ex-integrantes do Greenpeace-

Brasil. Originalmente criada no Cerrado brasileiro,

tem sua base, próxima a uma das úl mas e mais

importantes reservas de Mata Atlân ca da cidade

São Paulo. Por tratar-se de uma organização sobre

Meio Ambiente, sem uma bandeira única, o Pick-

upau possui e desenvolve projetos em diversas

áreas ambientais. Desde a educação e o jornalismo

ambiental, através do Portal Pick-upau – Central de

Educação e Jornalismo Ambiental, hoje com cerca

de 50.000 páginas de conteúdo totalmente gratui-

to; passando por programas de produção fl orestal

e refl orestamento, questão indígena, comércio

justo, polí cas públicas, neutralização de GEE até a

pesquisa cien fi ca, com ênfase na biodiversidade.

Saiba mais: www.pick-upau.org.br

Sobre o Refazenda

O Refazenda é uma inicia va do Pick-upau, que

conta com vários parceiros. O programa tem entre

seus principais obje vos a produção de mudas na-

vas da Mata Atlân ca e do Cerrado, como forma

de fomento da economia de comunidades tradicio-

nais e o aumento da oferta de produtos fl orestais

des nados a recuperação e ampliação da cobertu-

ra vegetal.

Saiba mais: www.refazenda.org.br

Sobre o Projeto Darwin

O Projeto Darwin tem como principais caracterís-

cas conhecer e divulgar os atributos naturais e

culturais dos Biomas Brasileiros, com ênfase na

Floresta Atlân ca Tropical, incluindo áreas par-

culares, Unidades de Conservação e Terras Indíge-

nas. Além dos inventários biológicos das espécies

predominantes da fauna e da fl ora (pesquisa), há

o compromisso de sensibilizar o maior número de

pessoas possíveis para tornar viável o desenvolvi-

mento sócio-econômico das regiões inseridas no

projeto e a preservação do ambiente.

Saiba mais: www.darwin.org.br

Sobre a TI Tenonde Porã

A aldeia Tenonde Porã está situada na região sul do

município de São Paulo (cerca de 60 km do centro),

Distrito de Parelheiros, com grande parte da área

indígena às margens da represa Billings. A comu-

nidade Guarani M’Bya possui apenas 26 hectares,

demarcados e homologados em 1987, onde vivem

atualmente 170 famílias com cerca de 900 pessoas.

Apesar do crescimento acelerado e desordenado

da região e do contato com a sociedade do entor-

no, esta população vem se assegurando como um

povo. Os conhecimentos milenares são passados

por gerações através da oralidade dos mais velhos,

seus rituais, artesanato e da valorização de sua

cultura.

7. Quem Somos

Darwin Society Magazine│Série Cien fi ca v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau

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39

Sobre o CIENTEC-USP

O Parque CienTec é uma ins tuição que oferece en-

tretenimento educa vo e de qualidade para crian-

ças, jovens a adultos. Por meio de seus diferentes

passeios, demonstrações e experiências, a ciência

e a tecnologia fi cam muito mais próximas do visi-

tante, que aprende enquanto se diverte e se di-

verte enquanto aprende. Programas educacionais

orientados e um ambiente privilegiado e circunda-

do por Mata Atlân ca permitem ao Parque CienTec

oferecer aos seus visitantes uma alterna va mod-

erna para o aprendizado da ciência, da tecnologia

e da cultura humanís ca em geral. O CienTec-USP

é um órgão vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e

Extensão da Universidade de São Paulo.

Saiba mais: www.usp.br/cientec/

Sobre o IBt

É uma ins tuição de pesquisas cien fi cas na área

da botânica, da Secretaria do Meio Ambiente

do Estado de São Paulo – SMA. O Ins tuto de

Botânica tem as suas origens no Departamento de

Botânica do Estado criado pelo Decreto N° 9715 de

9/11/1938 e subordinado à Secretaria de Agricultura

e Abastecimento, pelo Decreto N° 12.499, de

7/01/1942. Em 1987, sem alterações, foi transferido

para a SMA, onde se encontra até a presente

data. Além de sua sede, Reserva Biológica e Jardim

Botânico, situados dentro do Parque Estadual das

Fontes do Ipiranga, bairro da Água Funda, na capital

do Estado de São Paulo, o IBt possui duas outras

UC, representando os biomas principais do Estado:

Mata Atlân ca (Reserva Biológica do Alto da Serra

de Paranapiacaba) e Cerrado (Reserva Biológica e

Estação Experimental de Moji Guaçu).

A missão ins tucional do IBt é o desenvolvimento

de pesquisas botânicas visando subsidiar a

polí ca ambiental do Estado de SP, obje vando

a realização de estudos botânicos nos aspectos

de levantamento fl orís co, sistemá ca, fi siologia,

bioquímica, morfologia, anatomia, ecologia e u li-

zação, com ênfase na área do Estado de SP. Fonte:

IBt.

Saiba mais: www.ibot.sp.gov.br

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Sobre a Sabesp

A Sabesp é uma empresa de economia mista

responsável pelo fornecimento de água, coleta e

tratamento de esgotos de 363 municípios do Esta-

do de São Paulo. Desde 2002 a Sabesp possui ações

negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e

Nova Iorque.

Em número de clientes, pode ser considerada

como uma das maiores empresas de saneamento

do mundo. São 27,7 milhões de pessoas atendi-

das, quase duas vezes a população da Bélgica. Para

oferecer serviços de qualidade, mantém uma gi-

gantesca estrutura e nos úl mos cinco anos inves-

u aproximadamente R$ 5 bilhões.

Além dos serviços de saneamento básico no Estado

de São Paulo, a Sabesp está habilitada a exercer

a vidades em outros Estados e países e atuar nos

mercados de drenagem, serviços de limpeza urba-

na, manejo de resíduos sólidos e energia.

A Sabesp também ampliou sua plataforma de

soluções ambientais. Assim, grandes clientes po-

dem se benefi ciar dos seus conhecimentos e da

tecnologia para uso racional da água, des nação

adequada dos esgotos e preservação do meio am-

biente. Fonte: Sabesp

Saiba mais: www.sabesp.com.br

Foto 17: Pick-upau/DivulgaçãoBióloga do Pick-upau observa refl orestamento durante vistoria das áreas.

Foto 18: Indígenas par cipam do plan o de mudas na vas no Parque CienTec.

Foto 19: Biólogas fazem a coleta de dados nas áreas de PRAD.

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Darwin Society Magazine é uma publicação cien fi ca eletrônica da Agência Ambiental Pick-upau que tem o obje vo de divulgar a vidades e pesquisas realizadas pela equipe técnica da organização, através de seus projetos ins tucionais sobre biodiversidade e meio ambiente em geral.

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