Breve Biografia de Euclides Da Cunha

5/14/2018 Breve Biografia de Euclides Da Cunha - slidepdf.com

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EUCLIDES DA CUNHA

Na Fazenda Saudade, em Cantagalo, região serrana do vale dorio Paraíba do Sul, na província do Rio de Janeiro, nasce, no dia 20 deJaneiro de 1866, Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, que ficariaconhecido apenas como Euclides da Cunha, que mais tarde setornaria professor, sociólogo, repórter jornalístico, engenheiro eescritor, autor de Os Sertões, a sua obra-prima que trouxenotoriedade, que retratava a Guerra dos Canudos.

Morou na fazenda que nasceu até completar três anos de idade,quando sua mãe falece. Ele e sua irmã Adélia passaram a morar comseus tios maternos, Rosinda e Urbano, em Teresópolis, no Rio deJaneiro. Cinco anos após essa mudança drástica de vida, os irmãos

da Cunha sofrem uma nova mudança de vida após a morte deRosinda, passando a morar com Laura e Cândido, tios maternos, emSão Fidélis, também no Rio de Janeiro, onde, aos oito anos de idadeinicia seus estudos no Instituto Colegial Fidelense.

Em 1877 morou em Salvador, na Bahia, por pouco tempo nacasa de sua avó paterna, onde estudou no Colégio Bahia. Dois anosdepois volta para o Rio de Janeiro e começa a estudar no ColégioAnglo-Americano. Mas é no Colégio Aquino, em 1883, que Euclides da

Cunha escreve seus primeiros poemas num caderno simples, no qualdá o título de Ondas. Lá, ele também publica em O Democrata, jornalda escola, seu primeiro artigo.

Começa a cursar engenharia na Escola Politécnica, quefrequenta por um ano, quando foi obrigado a desistir por motivosfinanceiros. É no ano seguinte, 1886, que se matricula na EscolaMilitar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, no curso de Estado-maior e Engenharia Militar, pois a escola fornecia alojamento e

comida. Mas após passar três vezes pela enfermaria da escola,Euclides pede licença de dois meses para cuidar de sua saúde.

Então em 1988 ele tranca sua matricula, como um ato deprotesto durante uma visita do Ministro da Guerra, conselheiro TomasColeho, do último gabinete conservador da monarquia. Então começasua mágoa pelo exercito quando é desligado do Exército sob opretexto de incapacidade física. Passou então a escrever no jornal AProvíncia de São Paulo, atual O Estado de São Paulo, jornalrepublicano, estreando com o artigo A Pátria e a Dinastia, publicadano dia 20 de dezembro de 1888.



Retorna à Escola Militar graças ao apoio do seu futuro sogro, omajor Sólon Ribeiro e de seus colegas de escola, que pedem suareintegração. Então Casa-se com Ana Emília Ribeiro em 1890. Viajacom sua então esposa para a Fazenda Trindade, fazenda de seu pai,

no interior de São Paulo, onde nasce e morre em seguida sua filhaEudóxia.

Conclui o curso na Escola Superior de Guerra e é promovido atenente, seu último posto na carreira. Cumpre estágio na Estrada deFerro Central do Brasil. Começa então sua carreira acadêmica,quando é nomeado auxiliar de ensino teórico na Escola Militar do Rio.Nasce seu filho Sólon Ribeiro da Cunha em 1892.

Sua saúde debilitada é atacada por uma forte pneumonia,

interrompendo sua participação no jornal. Seu sogro é preso e suamulher e seu filho se refugiam na fazenda de seu pai, no interior deSão Paulo. Euclides é designado para servir na Diretoria de ObrasMilitares. Foi para a cidade de Campanha, em Minas Gerais, comoforma de punição por ter protestado na Gazeta de Notícias do Riocontra a execução sumária dos prisioneiros políticos pelo governoflorianista, no mesmo ano em que nasce Euclides Ribeiro da CunhaFilho, o Quidinho.

Sendo considerado incapaz de continuar no serviço militar porcausa da tuberculose, ele sai do Exército. Vai para a fazenda de seupai e se dedica às atividades agrícolas, mas meses depois volta atrabalhar como engenheiro na Superintendência de Obras Públicasem São Paulo. É desligado oficialmente do Exército, no posto detenente, mesmo com a reprovação do sogro.

Em 1897 volta a colaborar no jornal O Estado de São Paulo,quando cobre a 4ª Expedição contra Canudos, acompanhando de

perto presenciando tudo o que lhe foi possível como correspondentedaquele jornal, e afirma em seus artigos a vitória do governo sobreos conselheiristas. É nomeado adido do estado-maior do Ministro daGuerra pelo presidente Prudente de Morais. Torna-se sóciocorrespondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.Coleta alguns dados, como poemas populares e profeciasapocalípticas que serão citadas em seu livro Os Sertões. E após deentrar em mais uma licença de saúde começa a escrever a sua obra-prima.



Euclides ficou muito ligado às questões do Nordeste. Eledefende a tese de que “o sertanejo é um forte, cuja energia contrasta

com a debilidade dos mestiços do litoral”. Ele também propõe a

construção de açudes para resolver o problema das secas no

Nordeste. Também propõe uma guerra contra as secas, inclusive aexploração cientifica da região, construção de poços e estradas deferro e a irrigação do rio São Francisco para as regiões que sofriamcom a estiagem. Morre o General Sólon Ribeiro, na mesma época emque a primeira de Os Sertões é finalizada.

Em 1901, ano do nascimento de Manuel Afonso, seu filhocaçula, Euclides é nomeado chefe do 5º Distrito de Obras Públicas deSão Paulo, com sede em São Carlos do Pinhal, onde ele finaliza Os

Sertões e assina contrato com a editora Laemmert, do Rio, para1.200 exemplares de seu livro, assumindo o compromisso de pagarmetade dos custos de edição, assumindo uma dívida de um conto equinhentos mil réis, que era quase o dobro de seu salário deengenheiro. E após um árduo trabalho de revisão, Os Sertões(Campanha de Canudos) chega às livrarias em dezembro, sendoaclamado pela crítica. A primeira edição do livro se esgota em doismeses, e então ele começa o seu livro sobre a rebelião da Marinha,chamado Histórias da Revolta. Ele elege-se para a cadeira sete da

Academia Brasileira de Letras, cadeira que fora de Castro Alves.Suspende o livro quando vai para a expedição ao Purus, em queacreditava numa solução diplomática e não a adotada, que levoutropas brasileiras nos conflitos das fronteiras, e mais tarde ele énomeado chefe da Comissão Mista Brasileiro-Peruana deReconhecimento do Alto Purus, que foi foco de vários artigos após asua volta. Ele vende os direitos do seu aclamado livro para o editorMassow e se demite da Superintendência de Obras Públicas.

Passa a trabalhar em Santos na Comissão de Saneamento, masao se desentender com a diretoria, Euclides pede demissão.Desempregado, ele volta para O Estado de São Paulo e tambémtrabalha para o jornal carioca O País. Por problemas financeiros, eletransfere os direitos de Os Sertões para a editora Laemmert. Partepara a Amazônia chefiando a missão oficial do Ministério das RelaçõesExteriores, tendo sido esta uma viagem heroica, mas acaboucontraindo malária na sua viagem. Na sua ausência, seu livro OsSertões chega à sua terceira edição.

Em 1907 publica Contrastes e Confrontos, pela editora LivrariaChardron, do Porto. Declama a conferência Castro Alves e seu tempo



na Faculdade de Direito de São Paulo. Escreve o prefácio do livroPoemas e Cançoes de Vicente de Carvalho, expões seu conceito depoesia em Antes dos Versos, e publica no Jornal do Comércio acrônica sobre a homenagem de um estudante anônimo a Machado de

Assis em seu leito de morte, intitulada A Última Visita, fato que fezEuclides ocupar por um tempo a presidência da Academia Brasileirade Letras, até Rui Barbosa assumir o cargo. Tenta ingressar no corpodocente no Ginásio Nacional, atual Colégio Pedro II, no Rio deJaneiro, e fica em segundo lugar no concurso, mas graças a suainfluência na política, Euclides consegue ser nomeado para a vaga. Asprovas de seu livro póstumo À margem da História foram entreguesaos editores Lello & Irmão.

Euclides da Cunha morreu dia 15 de Agosto de 1909, apósacertar um tiro em Dinorah, irmão caçula do cadete Dilermando,amante de sua esposa, que também mata o aspirante naval Euclidesda Cunha Filho, após ele tentar vingar a morte do pai. Nos dois casosDilermando é absolvido no veredicto de legítima defesa.

BIBLIOGRAFIA

Obras Em Vida1902 – Os Sertões

Publicado em inglês, francês, alemão, espanhol,italiano, holandês, chinês, dinamarquês e sueco.

1907 – Contrastes e Confrontos

1907 – Peru versus Bolívia

Obras Póstumas

1909 – À Margem da História

1939 – Canudos (Diário de uma Expedição)



Reeditado em 1967, sob o título de Canudos e Inéditos.

1960 – O Rio Purus

1966 – Obra Completa

1975 – Caderneta de Campo

1976 – Um Paraíso Perdido

1992 – Canudos e Outros Temas

1997 – Correspondência de Euclides da Cunha

2000 – Diário de uma Expedição

Reedições Mais Importantes

- Quinta edição. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1914.

- Décima segunda. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1933

- Vigésima sétima. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1963

- Edição crítica. São Paulo: Brasiliense, 1985; Ática, 1998.

- Edição comentada. São Paulo: Ateliê/Imprensa Oficial doEstado/Arquivo do Estado, 2002.



Dados obtidos na Academia Brasileira de Letras; Cadernos de Literatura Brasileira, do Instituto Moreira Salles; livros; artigos jornalísticos e sites da internet.

FONTE:

Fonte: http://www.releituras.com/edacunha_bio.asp

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